24 de março de 2025

Ecologia espiritual, um olhar de fé para a crise ambiental

Ecologia integral, equilíbrio ambiental e social

"Deus viu que tudo era muito bom", o relato do livro do Gênesis revela o olhar de Deus direcionado à sua obra, à Criação. O olhar divino precisa inspirar o ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, vocacionado à regência do conjunto da obra do Pai. Neste tempo da Quaresma, com convites interpelantes à conversão, é oportuno acentuar que a dimensão espiritual se vincula ao conceito de ecologia integral, detalhado por Papa Francisco.

Crédito: PEDRE/GettyImages

A ecologia, enquanto ciência, ajuda a compreender a relação entre todas as criações. Revela que microrganismos, plantas, animais e os seres humanos estão interligados. Isso significa que todos precisam se mobilizar para garantir o equilíbrio ao planeta, evitando sua destruição. A expressão ecologia integral permite compreender a humanidade que esse equilíbrio é também essencial para a superação de desequilíbrios sociais. O ser humano não pode, pois, permitir-se agir irracionalmente, cego pela ambição desmedida, regido por uma lógica econômica perversa.

A situação atual é grave conforme sinalizam as catástrofes ambientais, provocadas pelos extremos climáticos. Ainda assim, a humanidade permanece diante de sombras que inviabilizam o adequado discernimento, prejudicando a necessidade de cooperação global, que é necessária para interromper a manipulação da casa comum.

A divisão inconciliável: crises, conflitos e desigualdades

Estudiosos afirmam que já não se vive a manifestação da polarização, mas sim da divisão na sociedade. Podem ser identificados dois grandes grupos que abrangem concepções de futuro inconciliáveis. Por isso, travem uma disputa ferrenha em que ninguém sairá vencedor. Os conflitos se agravam e prejudicam a convivência social, tornando ainda mais distante o sonho de um mundo mais solidário, com tratamento menos desigual na regência dos bens da Criação.


As profundas crises que ameaçam o planeta não são resolvidas com xingamentos e extremismos. Também não podem ser superadas a partir da imposição de concepções incompatíveis com o bem comum. A divisão que inviabiliza a cooperação global é específica que precisa ser treinada e melhor compreendida, pois impacta diretamente as ações políticas, com repercussões nas relações internacionais, institucionais e interpessoais. Vive-se, assim, a fase seguinte ao impacto da polarização, com o agravamento das divisões que ferem o planeta, prejudicando especialmente os mais pobres e vulneráveis. Acentuam-se os conflitos, com insanidades, fragilidades e lógicas convencionais que contaminam a política e a economia, agravando os processos de destruição do meio ambiente.

Laudato si' e a ecologia integral, um chamado à ação e à residência

Assim, compreender o significado de ecologia integral pode ajudar a recompor mesas de diálogo, indispensáveis para que haja soluções capazes de ajudar a preservar a casa comum. Essas mesas não podem dar lugar a discursos ultrapassados, devem ajudar na construção de saídas para as muitas crises, processo que pode ser doloroso, mas é essencial.

Ilumina a realidade complexa, possibilitando a sua compreensão adequada, as partilhas do Papa Francisco, no terceiro capítulo de sua Carta Encíclica Laudato Si' : é preciso enxergar a raiz humana da crise ecológica, possibilidade de se avançar para além dos "sintomas", chegando às causas da ruína da vida e do ser humano.

A advertência focaliza que não se pode reduzir ou englobar tudo no paradigma tecnocrático. Ao invés disso, torna-se necessário refletir sobre o lugar ocupado pelo ser humano na regência do planeta, à luz dos princípios da ecologia integral. Não se pode deixar que uma divisão em curso desconsidere a restrição da qualidade de vida de muitos e a preocupante manipulação social que fere a humanidade. O ser humano tem o direito de viver e de ser feliz. É uma criatura deste mundo com dignidade especial, mas precisa considerar que a manipulação do meio ambiente resulta de um modelo de desenvolvimento que envolve a própria vida, caracterizado pela "cultura do descarte".

Transformando o mundo com o olhar de Jesus

Preservar a felicidade e, sobretudo, a vida, exige atitudes no horizonte da ecologia integral, que contemple as dimensões sociais, políticas, econômicas, ambientais e espirituais – os discípulos de Jesus precisam compreender o mundo à luz do olhar de seu Mestre, conforme aponta o Papa Francisco na Laudato Si'. E Jesus expressa, em colóquio com seus discípulos, o olhar da ternura e o cuidado de seu Pai dedicado às criaturas, ressaltando a singularidade de cada uma delas. Por isso, ensina a importância de se exaltar a beleza que existe no mundo, convidando os discípulos ao cultivo fecundando desta atenção, admiração e carinho.

A harmonia de Jesus com a Criação sempre foi plena, valorizando as realidades deste mundo. Sua vida simples em Nazaré promove a santificação do trabalho, feita com as próprias mãos. O Mestre trilhou e aponta um caminho relevante – experiência para gestar sentimentos de pertencimento e de solidariedade capazes de suplantar todo tipo de mesquinhez e de indiferença. O olhar de Jesus traz preciosidades capazes de inspirar pensamentos diferentes, com o poder de construir uma política de diálogos – e não de divisões.

A espiritualidade cristã pode e precisa ajudar a construir um novo estilo de vida que seja contraponto ao paradigma tecnocrático. Uma espiritualidade fecunda de alcance ecológico para recuperar sensibilidades, constituindo um cenário mais saudável, mais humano. Nesta direção, afirma o Papa Francisco, consegue-se investir em sistemas menos predatórios e excludentes, caminho para resolver problemas concretos, alternativas às divisões que geram prejuízos para todos. O olhar de Jesus, assim, é capaz de ajudar o mundo a alcançar novas conquistas humanitárias, semeando iniciativas que promovam a inclusão, pela força própria e singular de uma ecologia espiritual.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/meio-ambiente/ecologia-espiritual-um-olhar-de-fe-para-crise-ambiental/

22 de março de 2025

Converter-se para viver plenamente

Coração dividido, a luta interior do homem moderno

"O mundo atual apresenta-se simultaneamente poderoso e débil, capaz do melhor e do pior, tendo patente diante de si o caminho da liberdade ou da servidão, do progresso ou da regressão, da fraternidade ou do ódio. E o homem torna-se consciente de que a ele compete dirigir as forças que suscitou, e que tanto o podem esmagar como servir. Por isso se interroga a si mesmo. Os desequilíbrios de que sofre o mundo atual estão ligados com aquele desequilíbrio fundamental que se enraíza no coração do homem. Porque, no íntimo do próprio homem, muitos elementos se combatem. Por uma parte, ele se experimenta como criatura que é multiplamente limitado, por outra, sente-se ilimitado nos seus desejos e chamado a uma vida superior. Atraído por muitas solicitações, vê-se obrigado a escolher entre elas e a renunciar a algumas. Mais ainda, fraco e pecador, faz, muitas vezes, aquilo que não quer e não realiza o que desejaria fazer. Sofre assim em si mesmo a divisão, da qual tantas e tão grandes discórdias se originam para a sociedade. A Igreja acredita que Jesus Cristo, morto e ressuscitado por todos, oferece aos homens, pelo seu Espírito, a luz e a força para poderem corresponder à sua altíssima vocação. E nem foi dado aos homens sob o céu outro nome, no qual devam ser salvos. A chave, o centro e o fim de toda a história humana se encontram no seu Senhor e mestre" (cf. Concílio Vaticano II, Constituição Pastoral Gaudium et Spes, 9-10).

Crédito: IG_Royal/GettyImages

Sempre atuais estas palavras do Concílio Vaticano II, elas se revelam mais ainda oportunas diante de fatos que deixam estarrecidas as pessoas, como temos assistido em nosso país e no mundo inteiro.

Diante da violência, um caminho de conversão

E não estamos distantes, por convivermos com a "violência nossa de cada dia", tamanha a sua força que podemos ficar anestesiados, como se fossem apenas mais alguns dentre os muitos fatos. A Liturgia da Quaresma, em seu terceiro domingo (cf. Lc 13, 1-9), relata as reações de Jesus diante de desastres do tempo ou a violência perpetrada por autoridades.


Parece-nos estar lendo as páginas policiais do jornal do dia! Com Jesus e com as lições da história, suscitadas pelo Espírito Santo no correr dos tempos, somos todos convidados a refletir sobre as causas dos acontecimentos recentes, perguntar-nos o que está ao nosso alcance fazer e dar o passo necessário para a conversão, apelo contínuo oferecido misteriosamente por todos eles, pois tudo contribui para o bem dos que amam a Deus (cf. Rm 8,28).

O amor como resposta de todo cristão

As lições são acolhidas por aqueles que amam a Deus em quaisquer circunstâncias. Uma das consequências será responder com amor aos desafios lançados pelo ódio que se espalha.
Continua atual a oração atribuída a São Francisco: "Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Onde houver a discórdia, que eu leve a união. Onde houver dúvida, que eu leve a fé. Onde houver erro, que eu leve a verdade. Onde houver desespero que eu leve a esperança. Onde houver a tristeza, que eu leve alegria. Onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó mestre, fazei-me que eu procure mais, consolar que ser consolado, compreender que ser compreendido, amar, que ser amado, pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna".

Entretanto, "quem julga estar de pé tome cuidado para não cair" (1Cor 10,12). No Evangelho de São Lucas, Jesus comenta um massacre ordenado por autoridades. A interpretação popular levava a crer que por trás havia o castigo de Deus por pecados cometidos. O Senhor leva as pessoas a darem um salto qualitativo, entendendo que os acontecimentos sociais e políticos devem suscitar um exame de consciência, e chama à conversão.

O mundo como espelho da fé

Para reforçar, Jesus se refere a um desastre acontecido por causa de uma tormenta. E não são poucos os fatos de nosso tempo, pensando, por exemplo, na situação de mudança climática, a ser enfrentada em debates e decisões aqui mesmo, em Belém, na COP 30. Também estes fatos trazem consigo o convite à conversão.

Para Jesus e para os cristãos de todos os tempos! O mundo é transparente e revelador da presença
e dos apelos de Deus. O que podemos aprender com os acontecimentos de violência, atentados, absurdos, irresponsabilidades, e daí por diante? Uma primeira lição pode vir da velocidade com que correm as informações e notícias, muitas vezes acolhidas e repassadas com ingenuidade, outras vezes com maldade, pois o mistério do ser humano nos faz assistir pessoas que querem "ver o circo pegar fogo", ou querem incendiar até o país e o mundo, em vista da força de suas ideologias e até sonhos
malucos.

Faz-se urgente um discernimento diante das notícias que correm nas redes sociais, para não repassá-las com avidez e falta de espírito crítico. Podemos ainda perguntar-nos sobre o que entra em nossa casa através de filmes, postagens, jogos eletrônicos, inclusive alguns deles com programação de atos violentos contra os outros, a sociedade e a própria vida.

"Quem julga estar de pé tome cuidado para não cair"

Basta percorrer uma vez os títulos dos filmes constantes no guia aos canais por assinatura para vez a quantidade de "ofertas" de violência, erotismo desenfreado e pornografia. Um dos fatos mais desconcertantes e originais que vivemos no presente é que nossas tradições culturais já não se transmite do mesmo modo de uma geração à outra. Isso afeta, inclusive, o núcleo mais profundo de cada cultura, a experiência religiosa, que parece agora igualmente difícil de ser transmitida através da educação e da beleza das expressões culturais, alcançando a própria família que, como lugar do diálogo e da solidariedade intergeracional, havia sido um dos veículos mais importantes da transmissão da fé.

Os meios de comunicação invadiram todos os espaços e todas as conversas, introduzindo-se também na intimidade do lar. Ao lado da sabedoria das tradições, em competição, localizam-se agora a informação de último minuto, a distração, o entretenimento, as imagens dos vencedores que souberam usar a seu favor as ferramentas tecnológicas e as expectativas de prestígio e estima social, o que faz com que as pessoas busquem denodadamente uma experiência de sentido que preencha as exigências de sua vocação, ali onde nunca poderão encontrá-la (cf. Documento de Aparecida, 39).

"Quem julga estar de pé tome cuidado para não cair". Acolhamos o apelo da Palavra da Escritura e os ensinamentos do Concílio! Para não cair, só a volta a Jesus Cristo e, por causa dele, a conversão dos costumes. Cada pessoa continue a tornar concretas as respostas aos desafios, em sua própria realidade!

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/converter-se-para-viver-plenamente/

21 de março de 2025

São Filipe Néri, testemunho de alegria impetuosa que resiste aos sofrimentos

São Filipe Néri, o santo da alegria

A felicidade é objeto da busca humana desde o início dos tempos. É natural ao homem e à mulher que, diante daquilo que experimentam em vida, optem sempre pelo que lhes traga maior prazer ou alegria. Contudo, o mundo parece cruel demais, como se a todo o tempo tentasse roubar a felicidade humana. Trabalho, dificuldades, brigas e diversos outros elementos presentes no nosso cotidiano acabam nos impulsionando mais à reclamação do que ao sorriso. Acontece, porém, que a felicidade é um imperativo para os cristãos. "Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos!", escreveu São Paulo (Fl 4,4). Não se trata de um convite, mas de uma ordem que, mais do que prender o olhar nas dificuldades da vida, nos leva a contemplar Deus e sua infinita bondade.

Crédito: Sebastiano Conca/Domínio Público

Testemunho dessa felicidade que vem do Senhor é São Filipe Néri, que ficou conhecido como "o santo da alegria". Nascido em 1515 na Itália, tornou-se um sacerdote cuja principal marca era justamente o amor e a bondade ao tratar as pessoas ao seu redor. O Catecismo da Igreja Católica afirma que "o progresso espiritual envolve ascese e mortificação, que levam gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças" (CIC n. 2015). Deus quer que vivamos plenamente desde agora, mas para isso precisamos também suportar as dificuldades que surgem.

"Eu prefiro o paraíso!"

São Filipe Néri compreendeu isso. Conhecido também pelas penitências que fazia, ele afirmava que "os sofrimentos deste mundo são a melhor escola do desprezo do mundo: quem não se matricular nesta escola, merece dó, porque é um infeliz". Esta infelicidade deriva de um apego às coisas terrenas, opostas ao que vem do alto.
Seguindo esta lógica, concluímos que é feliz aquele que consegue suportar os sofrimentos e provações, que "produzem a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade, comprovada, produz a esperança" (Rm 5,3-4). A esperança da qual São Paulo fala não é a mera expectativa por dias melhores neste mundo, mas a certeza de que Deus tem muito mais para nós.


Foi diante desta esperança que São Filipe Néri aprendeu a bradar "eu prefiro o paraíso!", um grito que precisa ecoar como um lembrete constante em nossos corações do que realmente nos faz felizes. Eu fico impressionado com o poder que a murmuração tem perante os homens. Basta uma pessoa reclamar, ainda que baixinho, da demora na fila do banco que todos os outros logo se unirão em um coro azedo de críticas.

Um coração dilatado de alegria

A impetuosidade que temos para reclamar deveria ser, na verdade, para resistirmos aos sofrimentos e nos mantermos alegres. "Longe de mim, o pecado e a tristeza", exclamava São Filipe Néri. O que nos falta para termos a mesma resiliência diante da dor? Pois bem, a alegria é um dos frutos do Espírito Santo (Gl 5,22-23), e aí está a nossa resposta. Somente alguém cuja vida é repleta da graça que vem do Espírito Santo – e a palavra grega para "alegria", que é "chara" (χαρά), significa justamente proveniente da graça – pode ser verdadeiramente alegre.

Mais uma vez, São Filipe Néri é exemplo disso. Durante uma vigília de Pentecostes, o padre sentiu seu coração se encher de alegria, e uma bola de fogo surgiu diante dele. Ela entrou por sua boca e pousou em seu coração, que se dilatou para poder comportar tamanho amor. Após sua morte, foi verificado que duas de suas costelas se quebraram por conta deste fato.

Que possamos então clamar pela ação do Espírito Santo em nossas vidas para que, pela intercessão de São Filipe Néri, sejamos cheios da graça de Deus e da alegria que vem da esperança de um dia estarmos na presença d'Ele no céu.

Gabriel Fontana
Jornalista da Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/santos/sao-filipe-neri-testemunho-de-alegria-impetuosa-que-resiste-aos-sofrimentos/

A neurociência da felicidade: como o cérebro constrói o bem-estar

Felicidade: bem-estar, prazer e propósito

"Assim, eu concluí que nada é melhor para o homem do que alegrar-se e procurar o bem-estar durante sua vida; e que comer,
beber e gozar do fruto de seu trabalho é um dom de Deus." (Eclesiastes 3, 12-13)

O que é felicidade? Essa é uma pergunta que permeia muitos corações que desejam ser felizes. Para alguns, felicidade é o bem-estar e a satisfação com a vida. As pessoas associam felicidade a um estado de equilíbrio, onde se sentem bem com quem são, com o que fazem e com o que têm. Isso inclui sentir-se realizado em aspectos como relacionamentos, trabalho e saúde. Para outros, felicidade é composta por momentos de prazer e alegria, ou seja, é vivenciar momentos de prazer intenso, como estar com a família ou amigos, aproveitar uma boa refeição, viajar ou praticar atividades que geram prazer, como esportes ou hobbies.

Crédito: JLco – Julia Amaral/GettyImages

Outros ainda consideram a felicidade como realização pessoal e conquistas, aquela sensação de progresso e conquista de metas pessoais, sejam elas relacionadas à carreira, aos estudos ou a objetivos de vida. Muitas pessoas acham que ser feliz envolve ter um propósito na vida, algo que dê sentido ao que fazem. Isso pode estar relacionado a valores pessoais, como ajudar os outros, buscar crescimento espiritual ou contribuir para o crescimento do Reino de Deus. Muitos acreditam que amar e ser amado, além de se sentir parte de uma comunidade, são essenciais para o bem-estar emocional.

A neurociência da felicidade: o que acontece no seu cérebro?

A felicidade é um equilíbrio entre momentos de prazer, realizações pessoais e um estado emocional positivo, com foco em conexões humanas e um propósito de vida. Mas o que acontece no nosso cérebro para nos sentimos felizes? Segundo a Neurociência, a felicidade é vista como um fenômeno complexo, que envolve interações entre neurotransmissores, estruturas cerebrais, fatores psicológicos e sociais. Ela não é apenas uma resposta a estímulos externos, mas também um processo interno relacionado ao equilíbrio químico e à percepção de nossas experiências.

A maneira como vemos o mundo, como reagimos aos nossos sentimentos e as relações com outras pessoas também têm um grande impacto. A felicidade é um estado de bem-estar que ocorre quando certas partes do nosso cérebro são ativadas e liberam substâncias químicas que nos fazem sentir bem e nos ajudam a processar prazer e recompensa. Essas substâncias químicas são produzidas pelo corpo de formas naturais, e podemos estimulá-las de diversas maneiras através de comportamentos e atividades.

  • Dopamina: É a substância que nos dá aquela sensação de recompensa, como quando conquistamos algo ou sentimos prazer.
  • Serotonina: Está ligada ao nosso humor e à sensação de satisfação. Quando temos exposição ao sol, prática de atividades físicas (especialmente exercícios aeróbicos), meditação, consumo de alimentos ricos em triptofano (como ovos, queijos, nozes e sementes), e uma boa noite de sono.
  • Ocitocina: É liberada quando nos conectamos com outras pessoas, como durante abraços ou momentos de carinho, ajudando a criar laços e aumentar o bem-estar.
  • Endorfinas: São os "hormônios da felicidade", que nos fazem sentir bem, como quando praticamos esportes, rimos, comemos alimentos picantes e até mesmo realizamos atividades criativas ou artísticas.

A boa notícia é que o cérebro é adaptável! Isso significa que práticas como meditação da Palavra de Deus, gratidão e louvor a Jesus, ter boas amizades, fazer atividade física e ter uma boa alimentação contribuem com o nosso bem-estar e aumentam nossa felicidade ao longo do tempo.

Convido você a cuidar do seu corpo e da sua alma para encontrar a verdadeira felicidade, que é Jesus!

Deus o abençoe.

Margarete Rabelo
Missionária da Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/neurociencia-da-felicidade-como-o-cerebro-constroi-o-bem-estar/

20 de março de 2025

Escada de Jacó

A transfiguração, luz no tempo da quaresma

Jesus subiu ao Tabor com seus três discípulos (cf. Lc 9,28-36) para rezar! Ali ele se transfigurou, apareceram testemunhas qualificadas, Moisés e Elias, e fez-se ouvir a voz do Pai, quando estavam envolvidos na nuvem, apontando para o Espírito Santo! Imenso valor dado por Deus àqueles três homens e a todos nós, um presente para não nos escandalizarmos com o mistério da Cruz, pela qual Jesus e todos nós chegamos à glória e à vitória. Entretanto, desta feita o Segundo Domingo da Quaresma, com o qual aprendemos a fidelidade de Jesus e a nossa às consequências da Encarnação, fazendo-nos vislumbrar os efeitos da graça batismal, suscitou uma lembrança da escada de Jacó (Gn 28,10-22), em cujo sonho subiam e desciam os Anjos de Deus.

Créditos: Pichai Puntong/GettyImages

Ali ele experimentou estar na Casa de Deus e Porta do Céu, e Jacó chamou de Betel aquele lugar! No encontro com Natanael (Jo 1,51), Jesus se reporta a esta escada, anunciando a profunda comunhão entre o Céu e a Terra, cujo anúncio e realização nele mesmo acontecem! De fato, quando Jesus e seus discípulos sobem ao Monte para rezar, o Céu desce à terra, com a manifestação da glória de Deus, a voz do Pai, que assegura aos amigos temerosos ser ele o Filho, o Escolhido, cuja Palavra há de ser ouvida e plenamente acolhida.

Comunhão divina, o amor como ponte entre o céu e a terra

No plano de Deus, há de existir comunhão profunda entre o Céu e a Terra, e a acolhida a Jesus Cristo e sua Palavra estabelece a estrada para esta desejada aproximação, de modo que os critérios do Céu aqui se estabeleçam! E é bom recordar que o Senhor, quando nos deu o "seu" mandamento trouxe exatamente estes critérios: "Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei" (Jo 15,12). O modo de viver na Santíssima Trindade desceu à terra e se
transformou em mandamento para os que creem.


Na criação do mundo, segundo a narrativa do Livro do Gênesis, Deus vem do alto, cria o mundo e nele estabelece a presença humana. Aos homens e mulheres cabe cuidar da magnífica obra, vinda da arte eterna e criativa de Deus: "Deus os abençoou e lhes disse: 'Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que se movem pelo chão'. Deus disse: 'Eis que vos dou, sobre toda a terra, todas as plantas que dão semente e todas as árvores que produzem seu fruto com sua semente, para vos servirem de alimento. E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todos os animais que se movem pelo chão, eu lhes dou todos os vegetais para alimento'. E assim se fez. E Deus viu tudo quanto havia feito, e era muito bom. Houve uma tarde e uma manhã: o sexto dia" (Gn 1,28-31). Não há semente de maldade na criação de Deus. Tudo o que pensou e fez é muito bom!

Cuidar da criação, um mandato de amor e reciprocidade

Reportamo-nos à Encíclica Laudato si', do Papa Francisco, onde recolhemos o ensinamento sobre o cuidado com a natureza: "Não somos Deus. A terra existe antes de nós e foi-nos dada. Isto permite responder a uma acusação lançada contra o pensamento judaico- cristão: foi dito que a narração do Gênesis, que convida a 'dominar' a terra (cf. Gn 1, 28), favoreceria a exploração selvagem da natureza, apresentando uma imagem do ser humano como dominador e devastador. Mas esta não é uma interpretação correta da Bíblia, como a entende a Igreja. Se é verdade que nós, cristãos, algumas vezes interpretamos de forma incorreta as Escrituras, hoje devemos decididamente rejeitar que, do fato de ser criados à imagem de Deus e do mandato de dominar a terra, se deduza um domínio absoluto sobre as outras criaturas. É importante ler os textos bíblicos no seu contexto, com uma justa hermenêutica, e lembrar que nos convidam a 'cultivar e guardar' o jardim do mundo (cf. Gn 2, 15). Enquanto 'cultivar' quer dizer lavrar ou trabalhar um terreno, 'guardar' significa proteger, cuidar, preservar, velar. Isto implica uma relação de reciprocidade responsável entre o ser humano e a natureza. Cada comunidade pode tomar da bondade da terra aquilo de que necessita para a sua sobrevivência, mas tem também o dever de a proteger e garantir a continuidade da sua fertilidade para as gerações futuras. Em última análise, 'ao Senhor pertence a terra' (Sl 24, 1), a Ele pertence 'a terra e tudo o que nela existe' (Dt 10, 14). Por isso, Deus proíbe-nos toda a pretensão de posse absoluta: 'Nenhuma terra será vendida definitivamente, porque a terra me pertence, e vós sois apenas estrangeiros e meus hóspedes'" (Lv 25, 23) (LS 67). Cabe-nos entrar na dinâmica da Transfiguração, coerentes em tudo com a graça batismal recebida, cuidando com o amor que desce do Céu de tudo o que existe.

Podemos ir ao encontro das sementes de bondade que existem no coração das pessoas, superando julgamentos e condenações. Uma pessoa bem amada não se desfigura, mas se transfigura! Acolhamos ainda do plano de Deus o olhar positivo e otimista diante da criação. Saber admirar a natureza, a arte com que Deus a pensou, através dos mistérios nela mesma escondidos, isso nos fará mais alegres e nos possibilitará identificar os traços do Céu na Terra. E nasça em nós o gosto pela
harmonia, a capacidade de olhar ao redor para aproveitar todos os elementos possíveis para que o mundo seja bem cuidado.

Fraternidade e ecologia integral, um chamado à conversão

Arrumar a casa, vestir-se com gosto, falar coisas boas, elogiar a beleza e o bem! Atos de amor correspondentes ao plano de Deus! A Campanha da Fraternidade de 2025, com tema tão desafiador quanto importante, "Fraternidade e Ecologia Integral", sugere práticas de cuidado com a criação de Deus que, em si é boa, mas muitas vezes maltratada por aqueles que receberam de Deus a responsabilidade de "cuidar". É bom acolher o convite àquilo que tem sido chamado de "Conversão Ecológica", assumindo práticas sustentáveis.

É conversão por se tratar de um processo, lento, mas seguro e fundamental, no qual todos somos chamados a nos comprometer. Aqui, podemos abrir os olhos
e assumir práticas diferentes, por exemplo, no modo de recolher o lixo e todos os resíduos, com a possível coleta seletiva e tratamento adequado, a diminuição do uso do plástico, a alimentação mais adequada, com práticas e cuidados sustentáveis e mais saudáveis. A nós cabe ajudar o mundo a se transfigurar! Entretanto, só com a conversão a Deus e ao Evangelho entenderemos e nos comprometeremos com tais ideias e iniciativas!

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/escada-de-jaco/

19 de março de 2025

Autodomínio dos afetos

Acolher, compreender e integrar: o caminho para a felicidade emocional

Nem suprimir, nem se deixar dominar por nossos afetos, é uma arte necessária que exige equilíbrio emocional com raízes fincadas no autoconhecimento. Muitas vezes, somos tentados a viver dois extremos: ou nos afundamos na tempestade das nossas emoções ou construímos muralhas, no sentido de proteger os nossos afetos com uma postura de indiferença para não sentir nada. O problema é que nem um extremo nem outro pode nos fazer felizes, porque nos aprisiona, e a felicidade tem alicerce na liberdade vivida com responsabilidade e ordenada para o amor que se traduz em uma vivência equilibrada entre o sentir e o orientar nossos sentimentos para o bem, tanto o nosso bem, como e o bem do próximo.

Crédito: PeopleImages/GettyImages

Mas será que existe um caminho seguro que nos leve até lá? A resposta é sim, e a via de condução não está na fuga nem no excesso, mas no aprendizado de acolher os afetos, compreendê-los e integrá-los à nossa vida real no dia a dia. É verdade que não temos controle sobre muitas coisas que nos acontecem, inclusive a manifestação das nossas emoções, mas a forma como escolhemos lidar com elas pode piorar ou melhorar a situação. E, às vezes, o que mais precisamos fazer é "trocar a lente" através da qual estamos vendo as situações para melhor lidarmos com nossas emoções.

Entre a razão e a emoção, o caminho do autoconhecimento

Nesse sentido, o autoconhecimento é vital, pois somente quando conhecemos a raiz das nossas ações, o que nos leva a dar essa ou aquela resposta, é que podemos agir com a estratégia certa de maneira que nossos afetos não nos matem, mas também não morram, mas nos ajudem a cumprir nossa missão no lugar onde Deus nos permite estar com tudo o que somos.

Entre ser refém dos afetos e ignorá-los completamente existe um caminho de liberdade, onde precisamos escolher entre o bem e o mal o tempo todo. Seja nas situações corriqueiras, seja nas mais complexas que podem mudar completamente o rumo da nossa vida. Às vezes, nossos afetos parecem um mar agitado. Sentimos tudo ao mesmo tempo e, se não soubermos nadar contra a correnteza das paixões, podemos nos afogar nelas e tomarmos decisões contrárias aos nossos propósitos e nos arrependermos amargamente depois. Outras vezes, são como um inverno rigoroso, e agimos com indiferença diante dos acontecimentos como se nossos sentimentos estivessem congelados, e nada mais nos abala. Porém, no fundo da alma, sabemos que algo não está acontecendo do jeito que deveria, e isso rouba a nossa paz.

Além do sentir, o caminho para lidar com os afetos

Ou seja, a grande questão está em aprendermos a lidar com nossos afetos, porque o problema não é sentir, mas não saber o que fazer com o que sentimos. E quando não sabemos lidar com uma situação ligada às emoções, a tendência mais lógica é fugirmos dela, embora saibamos que isso pode até aliviar a crise, mas dificilmente resolverá o problema.


Portanto, se seus afetos estão oscilando entre o "mar agitado das emoções e o gelo do inverno", proponha a eles passar pelo desprendimento do outono para chegar à ordem e ao florescimento da primavera. E lembre-se de que isso leva um tempo, a vida saudável e real que você deseja é construída dia após dia entre um acontecimento e outro, e os afetos naturalmente fazem parte desse processo, e educá-los não significa reprimi-los, mas integrá-los à realidade de forma harmônica. "Seja a favor de si mesmo", como ensina São Bernado de Claraval e apresente seus afetos a Deus através da oração, para que Ele lhe ensine a viver em posse da liberdade que Jesus Cristo conquistou para você na cruz, e assim possa lidar com seus afetos sem medo de senti-los, e sem se deixar arrastar por eles.

Dijanira Silva
Missionária Núcleo da Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/autodominio-dos-afetos/

18 de março de 2025

Reparar a criação

A fé em ação, reparando a casa comum

Reparar a Criação é núcleo vigoroso da fé cristã. Os relógios verdadeiros e completos remetem a Cristo, Salvador e Redentor, pela força e méritos de sua paixão, morte e ressurreição. Sem Ele o caminho fica pela metade, o vigor físico e o espiritual colapsam, e não se dá conta da tarefa nobilíssima dada ao ser humano: cuidar da regência no conjunto da Criação, que remete ao próprio Criador. Cuidar da harmonia do planeta é, pois, ação de fé, dedicada a restaurar a Casa Comum depredada e tratada, mesquinhamente, pela ganância do extrativismo, emoldurado estranhamente por uma orgulhosa pretensão humana de querer se apoderar de tudo.

Crédito: oatawa/GettyImages

Reparar a Criação, sinal de conversão e de busca por mudanças, constituição urgência e oportunidade, para consolidar nova conduta humana em relação ao tratamento do meio ambiente . A adoção de novos hábitos capazes de superar a depredação do planeta pede revisão no estilo de vida contemporâneo, com incidências nos campos da política e da economia. Sem novos estilos de vida, a humanidade pode sucumbir às catástrofes climáticas e outras ameaças provocadas pelo desequilíbrio ecológico.

A luz da fé na Quaresma, rumo a um novo estilo de vida

A racionalidade contemporânea não está conseguindo construir entendimentos sociopolíticos capazes de reverter a rotação do planeta. A esperança vem da fé, com a sua luminosidade, que pode concordar com a visão equivocada de que o ser humano é dono do mundo e de tudo o que existe, com direito de decidir, friamente, apenas por cálculos, modos de explorar os bens da Criação.

Uma frieza que leva a cenários de injustiças e perversidades, acentuando desigualdades sociais para consolidar privilégios, muitas vezes por meio de manipulações ganâncias. Compreende-se que o apelo quaresmal da conversão – mudança de rumo na própria conduta – depende da luz que vem da fé. E a conversão contempla uma autoavaliação adequada sobre o modo de se viver na casa comum. Enriquece, pois, o caminho quaresmal buscar tratar uma das mais graves feridas no conjunto da vida contemporânea: revisar estilos de vida para reparar a Criação .

Fé e ecologia integral, um caminho quaresmal para a criação

Pode-se corrigir os descompassos no tratamento dedicado à casa comum tomando consciência da centralidade de Deus-Criador e do lugar a ser ocupado pelo ser humano – criatura escolhida pelo Pai para cuidar da gestão de tudo que integra a Criação. A partir dessa consciência, abre-se um horizonte humanístico que ilumina escolhas, sem permitir irracionalidades, a exemplo da busca gananciosa pelo lucro, mesmo a partir do sacrifício do semelhante.

Quando se confirma a centralidade do Deus-Criador e o papel do ser humano na regência da criação prioriza-se a solidariedade dedicada aos pobres e indefesos.
Recompõe-se o sentido de fraternidade pelo caminho da ecologia integral. Quando o conceito de ecologia integral é compreendido e passa a inspirar as atitudes do ser humano, cria-se caminho para a reconciliação solidária, debela-se o desejo velado e pretensioso de possuir, egoisticamente, os bens da Criação. Ao contrário do que alguns podem até pensar, há profunda relação entre o caminho quaresmal e as dinâmicas propostas pelo conceito de ecologia integral.

Restaurando a criação

A vivência da ecologia integral tem potencial incalculável para conversão, com mudanças profundas na vida pessoal e comunitária. Ao pensar em ecologia integral, observe que o conjunto de relações que pode promover ou ameaçar a vida está interligado com tudo o que existe na natureza. Por isso, não há outro caminho para reparar a Criação senão pela via do relacionamento avançado e sadio, com o desenvolvimento de uma sensibilidade ancorada em Deus – Senhor da história.


Quando se cultiva a sensibilidade relacional tendo Deus, Senhor da história, como fundamento, desenvolve-se uma habilidade para aprimorar lidar com o semelhante, reconhecendo a sua sacralidade. Agir nos parâmetros da ecologia integral fortalece a capacidade para se estabelecer limites, na contramão de autoritarismos, da promoção de esgotamentos homicidas dos recursos humanos e naturais.

Laudato Si: Reciprocidade e responsabilidade 

A destruição do planeta, por sua manipulação e exploração gananciosa é, em si, declarada de morte a quem recebeu a honrosa tarefa de reger os dons da Criação. Vale ter presente uma advertência simples e, ao mesmo tempo, forte, do Papa Francisco, na Carta Encíclica Laudato Sì, quando afirma sobre o sentido inegociável de uma relação de reciprocidade entre o ser humano e a natureza. Papa Francisco sublinha que cada comunidade pode tomar posse da Terra aquilo que necessita para a sua sobrevivência, sem ignorar o dever de proteger e garantir a continuidade da sua fertilidade para as gerações futuras.

Inscreva-se aqui a necessidade de senso de legislações que não podem se submeter à lógica cega do lucro e deixar, por exemplo, que os nascentes sejam eliminados em nome de uma exploração minerária predatória. Os graves danos ambientais com as suas pesadas consequências expõem a responsabilidade do ser humano de se adotar um novo modo de viver no planeta, conquistado por meio de conversão ecológica. Trata-se do caminho para o desenvolvimento sustentável que é o único modo de debelar o acentuado processo de gestão ambiental da atualidade.

As estatísticas são pavorosas, as catástrofes climáticas batem, de repente, em qualquer porta, como um grito do planeta que pede socorro e convida todos a se dedicarem aos processos de seus componentes. Reparar a Criação é ato de amor que pede o sacrifício de si mesmo, com força de redenção. Uma tarefa nobre a ser assumida pela humanidade, que tem a obrigação de exercer a regência de tudo o que existe e, por isso mesmo, o dever de reparar a Criação.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/meio-ambiente/reparar-a-criacao/