1 de junho de 2024

A visitação de Maria a Isabel e o Magnificat da Virgem Maria

São Lucas evidencia que a Mãe do Senhor respondeu à saudação louvável de Santa Isabel com o cântico do Magnificat, uma verdadeira oração de ação de graças a Deus por Sua bondade e fidelidade, impressionante, sobretudo, por sua profundidade e elevação teológica. Nós aprendemos a louvar, a exemplo da Virgem Maria, quando rezamos com a palavra de Deus diariamente. Mas quando deixamos de rezar e de viver a Palavra de Deus, a nossa vida de oração entra em crise.

A experiência espiritual de Maria Santíssima é profunda. Num gesto de serviço, indo ao encontro de sua prima Isabel, Ela nos mostra, mediante sua experiência espiritual com o Anjo Gabriel, que a oração precisa levar à caridade, isto é, que, consequentemente, temos que amar o próximo com gestos de serviço. O seu testemunho nos assegura, desde o início do Evangelho, que a verdadeira oração leva a amar mais concretamente os outros. Amar concretamente o próximo é a característica de quem sabe rezar.

A Virgem Maria, com seu exemplo, nos ensina o que significa amar: significa ter a coragem de encarar o compromisso do serviço, como Ela que enfrentou uma difícil viagem de alguns dias, para servir a Sua prima que morava longe.

Com efeito, no seu cântico do Magnificat, a Virgem Maria louva a Deus pelos feitos em Sua vida, ao mesmo tempo em que reconhece a misericórdia d'Ele, que 'perdura de geração em geração', ressaltando a atitude 'daqueles que O temem'. Mas, de maneira particular, Ela agradece a Deus por Sua misericórdia oferecida a Israel, mediante o cumprimento das promessas feitas a Abraão, que estão se realizando através da Encarnação do Filho de Deus em Seu seio.

Imagem Ilustrativa

O cântico Magnificat

Neste sentido, o biblista Jean-Pierre Prévost (1988, p. 116) explicita que, por ser o Magnificat um cântico inserido na narrativa da Infância de Jesus, a sua riqueza está, sobretudo, no acontecimento que, segundo São Lucas, a Virgem Maria celebra: a concepção de Jesus, sendo esta a mais surpreendente e decisiva das grandes coisas que Deus fez pela salvação de Seu povo e de toda a humanidade. Vejamos então, as palavras deste Cântico inspirado da Virgem Maria e meditamos no que Ela disse:

Minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito exulta em Deus, meu Salvador, porque olhou a humilhação de Sua serva. Sim! Doravante as gerações todas me chamarão de bem-aventurada, pois o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. Seu nome é santo e sua misericórdia perdura de geração em geração para aqueles que o temem. Agiu com a força de seu braço, dispersou os homens de coração orgulhoso. Depôs poderosos de seus tronos, e a humildes exaltou. Cumulou de bens a famintos e despediu ricos de mãos vazias. Socorreu Israel, Seu servo, lembrado de Sua misericórdia – conforme prometera a nossos pais – em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre! (Lc 1, 46-55).

Observa-se que a Virgem Maria agradece a Deus, sobretudo pela Encarnação do Verbo em seu seio, contemplando em Sua vida a concretização dos anseios de seus antepassados. O evangelista São Lucas apresenta a Mãe do Senhor como uma pessoa instruída nas Escrituras e capaz de entender, através da fé, o plano divino da Salvação: uma fé já testemunhada por ocasião da Anunciação do Anjo e exaltada por Sua prima Santa Isabel.


No encontro com Isabel, acontece um grande milagre na vida da Virgem Maria. Ela recebe a graça de saber expressar o que Lhe aconteceu em Nazaré. A partir desse encontro, Maria se anima para rezar, numa alegria que se transforma em canto. Isso evidencia que, a partir das nossas sadias relações, manifesta-se, dentro de nós, o que sozinhos não conseguimos compreender e exprimir. E demonstra que a nossa oração tem necessidade da comunidade da Igreja e de relacionamentos marcados pelo amor divino.

Quando somos Igreja, a graça de Deus vem ao nosso encontro. Efetivamente, a Igreja não é somente uma instituição, é Cristo em cada um de nós. É dessa relação com a Igreja que podemos compreender melhor o mistério de Deus a nosso respeito como a Virgem Maria nos mostra, pois Ela compreendeu este Plano de Deus ao entoar o Magnificat. Portanto, a nossa oração precisa unir-se à vida sacramental que nos dá forças para caminhar e enfrentar os desafios da vida cotidiana.

O cântico de Maria nos assegura que Jesus continua a visitar cada um de nós com Sua Santíssima Mãe, como visitou Isabel, nos convencendo de que, pela oração de louvor, tornamo-nos cada vez mais livres e alegres para proclamar as maravilhas de Deus. A alegria cristã consiste em acreditar em Deus apesar dos sofrimentos da vida cotidiana, confiando que a Sua Palavra se cumprirá em nossa vida.

Orar com alegria

De fato, o misterioso fruto da oração é a alegria, é a luz divina, é a paz. Quem reza não é só portador da alegria, é alegria, não é só portador da luz, é luz, não é só portador da paz, é paz. Há realidades que não se declaram, masque se veem. As pessoas veem quando portamos Deus: A Virgem Maria mostra esta realidade no Magnificat.

Em suma, com a Virgem Maria somos chamados a evangelizar, a tornar Jesus Cristo visível ao mundo, vivo e Ressuscitado em cada um de nós.

Referências

BÍBLIA. Português. Bíblia de Jerusalém. Tradução de Euclides Martins Balancin et al. São Paulo: Paulus, 2002. 2206 p.

PRÉVOST, J.-P. Magnificat. In: CAZELLES, H.; BOSSARD, A.; HOLSTEIN, H. (dir.) et al. Dicionário Mariano. Tradução de António Vieira. Porto, Portugal-Aparecida: Perpétuo Socorro-Santuário, 1988. p. 115-117.

Áurea Maria
Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/devocao/a-visitacao-de-maria-a-isabel-e-o-magnificat-da-virgem-maria/

30 de maio de 2024

Reflita: O que vale a pena ser postado nas redes sociais?

É interessante pensar que a vida, há 30 anos, acontecia normalmente sem redes sociais, internet e tantas outras realidades virtuais, não é verdade? Pois a relação de dependência ficou tão grande com esse meio, que seria impossível pensar a vida sem esses recursos. Pois então, é possível e saudável ter uma vida off-line. Não que tenhamos que nos desligar do mundo virtual, muito menos que ele seja algo ruim; pelo contrário, se você está lendo este texto, neste momento, é por causa dessa realidade tão importante dos nossos tempos.

A questão é apenas o equilíbrio das coisas. Todos já sabem o quão viciante é para o cérebro esse mundo virtual, por isso não irei falar sobre esse tema aqui, afinal de contas, você já o sabe. O que quero tratar com você, leitor, neste momento, é conduzi-lo a uma reflexão sobre a sua relação com o mundo virtual e as plataformas tecnológicas. Qual lugar as redes sociais ocupam em sua vida? Com que frequência você entra no aplicativo de relacionamento só para olhar se alguém postou algo novo ou se alguém curtiu sua postagem? Quanto tempo do seu dia você passa assistindo a pequenos ou longos vídeos, saltando de plataforma em plataforma, cada uma com um discurso diferente, seja ele para distrair e relaxar ou para estudar e aprender algo novo?

Valorize sua vida off-line

Se for parar para pensar, sempre encontraremos uma desculpa que justifique a postagem ou o tempo gasto no mundo virtual, porém, segue uma nova pergunta: Quanto tempo você tem gastado na vida de verdade? Você se lembra da última vez que saiu com os amigos, que foi a um parque, andou de bicicleta ou foi a uma cachoeira, fazenda, sentiu o ar tocando a sua pele? Qual foi a última vez que foi ao cinema, assistiu a um filme em família ou com os amigos sem ter o celular em mãos?

Créditos: Ivan Pantic / GettyImagens / cancaonova.com

Você se lembra do toque do abraço dado e recebido? Da lágrima que enxugou do amigo, namorado, noivo, esposo ou filho? Do consolo que recebeu ou deu diante de uma frustração vivida? Qual foi a última vez que fez uma refeição completa sem ter o celular na mão ou apoiado na mesa, ao lado do prato? Qual foi a última conversa que você teve e estava inteiro naquela conversa, sem dividir a atenção com o celular? Qual foi a última vez que saiu de casa sem o celular e não surtou por causa disso?

Enfim, quero convidá-lo a uma vida saudável e equilibrada. Sei que, como muitos, você deseja estar ativo na redes, mas qual seria o ponto de equilíbrio? O que postar? Quando postar? Essas duas perguntas precisam caminhar juntas de duas outras: Para quem estou postando? O que estou procurando com essa postagem? Todo tipo de postagem tem um objetivo: ser uma revista de fofoca digital que precisa ficar exibindo o que tenho ou gostaria de ter, criando um mundo de fantasias, ou tem o objetivo de ensinar, educar um público, colocando informações que irão agregar na vida de qualquer um que ler, assistir ao vídeo ou aquilo que a internet se tornou: um grande comércio.

Respeito on-line

Sendo assim, você precisa saber em qual lugar você está para saber o que postar, quando postar, qual a frequência de o fazer e o tempo que vai gastar para estar ali. Agora que encontrou o seu lugar e sabe como deve se comportar, lembre-se de uma coisa: existe uma ética que precisa ser vivida e respeitada no mundo virtual, não é porque é virtual que posso falar o que quero e mostrar o que quero. Haverá fotos de lugares em que você estará, como na casa de uma amiga, e talvez ela não se sinta confortável em você postar, afinal de contas, é a casa dela e pode querer manter a discrição daquele momento com você.


Então, não seja indelicado, mostrando algo que irá gerar desconforto. E tem o óbvio, mas que precisa ser lembrado, que são os comentários desnecessários, agressivos, cheios de mágoa, cujo único objetivo é atacar o outro. Lembre-se!

Esse problema é seu! A mágoa é sua! A chateação ou o ressentimento foi com você, e ninguém precisa saber que o seu coração está ferido ou que você não sabe lidar com aquela situação ou pessoa. A maior exposição não é para quem é atacado, mas para quem ataca com as palavras ou nos vídeos, pois revela muito mais dela. O que era dito ou visto, na vida real, muitas vezes ficou apenas na memória daqueles que estão envolvidos na situação, porém, o que fica 30 segundos na internet, por mais que seja removido, fica marcado para sempre.

Aline Rodrigues
Psicóloga e Missionária da Canção Nova

25 de maio de 2024

Filha testemunha a alegria da adoção

Não nasci do útero de minha mãe, mas nasci do coração dela!

A prática da adoção ainda é um desafio a ser vencido no Brasil, no entanto, muitas famílias têm superado as barreiras do preconceito e da dúvida e colhido os frutos da bela decisão. Como é o caso da fisioterapeuta Maria Isabel Ferminio, que contou ao formacao.cancaonova.com como foi sua história de adoção.

Redação: Com quantos anos você foi adotada? E como aconteceu todo o processo?

Fui adotada com quatro meses de gestação. Minha mãe biológica não tinha condições de me criar e o meu pai biológico não queria assumir um relacionamento com ela, nem me assumir por julgar que ele não era realmente o meu pai. Minha avó biológica, após a tentativa de aborto frustrada da minha mãe, quis, de imediato, procurar um família que pudesse me adotar. Então, ela partilhou a história com a minha mãe adotiva, que trabalhava na mesma escola que ela. Em conversa com meu pai e com meus irmãos adotivos, eles me disseram que, desde então, me adotaram no coração. No dia seguinte ao meu nascimento, fui diretamente para a casa da minha família adotiva.

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Redação: Você foi adotada ainda no período de gestação. Como sua família se preparou para receber você?

Quando foi acertada a minha adoção, não sabiam o meu sexo ainda, e a expectativa era se seria menino ou menina. Assim que souberam que eu era uma menina, pouco a pouco meus pais foram comprando o enxoval. Minha mãe disse que compraram apenas o básico, pois eles ganharam muitas roupinhas e coisinhas de bebê. E sempre combinaram em me dizer a verdade sobre a minha origem.

Redação: Como seus irmãos a acolheram?

Muito bem! Meus irmãos sempre foram maravilhosos. Minha irmã, por ser vinte anos mais velha que eu, se organizava no trabalho para sair mais cedo, e meu pai poder trabalhar no período da tarde. Meu irmão, 10 anos mais velho, hoje falecido, também cuidava de mim. Recordo-me, até hoje, que, muitas vezes, ele deixou de sair para brincar com os amigos, para poder cuidar de mim. Nunca houve nenhum tipo de diferença entre nós, penso até que fui paparicada demais.

Redação: Como foi o relacionamento com sua mãe?

Sempre me relacionei muito bem com ela. Eu a admiro muito pela coragem de ter me adotado e a forma como ela e meu pai me criaram. O cuidado que sempre teve comigo é digno de toda admiração que tenho por ela! Não nasci do útero dela, mas nasci do coração!


Redação: Em que sua mãe contribuiu na sua formação, para você se tornar uma mulher e uma profissional tão cheia de valores?

Em tudo. Percebo o quanto a minha mãe me ensinou a fazer as escolhas certas, a liberdade na dose exata para cada momento, os incentivos nos momentos em que tive vontade de desistir, as broncas quando estas foram necessárias. Foi o amor dela que me impulsionou a dar passos e a ter a ousadia que, muitas vezes, julguei não ter. Aos poucos foi me moldando em tudo que sou hoje, e sou grata a ela por tudo isso, não sei como medir isso em palavras.

Redação: Como foi descobrir que seus pais a adotaram? Como você reagiu?

Eu percebia que eu era muito diferente das pessoas em casa. Sou negra e todos eles são brancos; meu irmão é um pouco mais moreno, mas bem parecido com minha mãe. Então, certo dia, perguntei se, quando ela estava grávida de mim, havia tomado muita Coca-cola e café, porque eu era mais escura que todos eles, ou se era porque eu havia sido adotada. E ela disse que havia me adotado. No início, eu fiquei sem entender, e perguntei por que meus pais biológicos não haviam ficado comigo, e minha mãe me explicou que eles não tinham dinheiro para me criar. E conforme eu fui crescendo, ela foi me contando o restante da história e nunca me escondeu nada.

Redação: Você conheceu a sua mãe biológica? Como foi o contato com ela?

Não sabia como iniciar a conversa com ela ao conhecê-la, pedia que ela contasse a minha história e, depois, lhe fiz algumas perguntas. Ela chorou muito durante a partilha e me pediu perdão. Eu a agradeci por ter me dado a meus pais em vez de tentar novamente me abortar.

Redação: Qual foi sua expectativa ao conhecê-la?

Eu queria saber se eu era parecida fisicamente com ela, mas não vi tanta semelhança. De certa forma, gostei. Fiquei muito feliz em saber que, ao longo de minha vida, meus pais adotivos nunca omitiram nada da minha vida. A mesma história que eles me relataram foi a mesma que minha mãe biológica me contou.

Deixe uma mensagem para essas mulheres.

A generosidade materna é capaz de gestar, no coração, a vida de alguém que Deus lhe confiou por amor. Deus proverá todas as coisas.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/filha-testemunha-a-alegria-da-adocao/

19 de maio de 2024

Junte-se a nós em Oração neste Dia de Pentecostes


Sem vida de oração, é impossível um Pentecostes constante e atual em nossa vida. Neste dia, nesse dia tão especial de oração ao Espírito Santo, nesse dia de Pentecostes, nós somos convidados pelo próprio Espírito a uma experiência profunda e íntima com a sua pessoa.

O Espírito que é a terceira pessoa da Santíssima Trindade, o Espírito que é a vida da nossa vida, a alma da nossa alma. Sem ele, nada o homem pode. Somos dependentes do Espírito Santo.

Por isso quero convidar você, meu irmão, minha irmã, a neste dia, neste domingo de Pentecostes, quero convidar você a abrir o seu coração para uma experiência com o Espírito Santo. Uma experiência de amor, uma experiência de abandono.


Convido você a rezar nesta hora, no silêncio do seu coração, ou com as suas palavras, a rezar pedindo a presença e o auxílio do Espírito Santo. Vinde Espírito Santo sobre nós. Vinde Espírito Santo sobre o nosso coração. Vinde Espírito Santo e encha-nos da sua presença, encha-nos da sua unção, encha-nos da sua alegria.

Dai-nos Senhor Jesus, a graça de sermos neste dia batizados no teu Espírito Santo.

Guilherme Costa seminarista da Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/oracao/junte-se-nos-em-oracao-neste-dia-de-pentecostes/


15 de maio de 2024

Pentecostes e o início do Tempo da Igreja


Após a vinda do Espírito Santo no Pentecostes, a Igreja pode ser chamada: "povo congregado na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo".

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A origem da Igreja é discutida, porém, mais do que "discutida" deve ser "reconhecida". O mistério da Igreja (assembleia) que permanece em unidade com Cristo é tão profundo que não pode ser estabelecido um único ponto histórico de origem, mas deve ser reconhecido como um processo que se desenvolve ao longo do Novo Testamento. É no decorrer da Sagrada Escritura que o rosto da esposa de Cristo vai sendo desenhado por Deus.

Não existe um só ponto de origem da Igreja, pensar assim seria olhar de forma linear, e puramente histórica. Existe uma dimensão teológica a respeito desta questão que não nos permite olhar desta forma, antes nos convida a fazê-lo a partir de diversas perspectivas. Sendo assim, podemos dizer que cada uma das perícopes mencionadas acima fala da origem da Igreja em alguma dimensão particular (histórica, pastoral, sacramental, esponsal, missionária, etc.).

O batismo do Espírito

Os Apóstolos não iniciam a evangelização imediatamente depois de que Jesus ascende aos Céus. Ora, eles já conheciam a sua missão: pregar o Evangelho e batizar. Eles não estavam prontos? Os quarenta dias de convívio com o Ressuscitado não seriam suficiente para começar a pregação do Evangelho?

Vejamos bem, a Igreja, esposa de Cristo, unida a Cristo pelo vínculo indissolúvel da Cruz, procura em tudo imitar o seu Esposo. Se a missão de Jesus começou com o batismo, no qual o Senhor recebeu o Espírito Santo (cf. Mc 1,9-11; Mt 3,13-17; Lc 3,21-22), da mesma forma, a Igreja deve receber o batismo do Espírito, que a levará a realizar a sua missão: o Pentecostes. Efetivamente, antes da sua Ascensão, Jesus deixou à sua Igreja duas missões, pregar o Evangelho (cf. Mc 16,15; Mc 3,14) e batizar (Mt 28,19), no entanto, foi só depois da vinda do Espírito Santo que os Apóstolos iniciaram a missão.

Ensina o Concílio Vaticano II: "Consumada a obra que o pai confiara ao Filho para que ele realizasse na terra (cf. Jo 17,4), no dia de Pentecostes foi enviado o Espírito Santo para santificar continuamente a Igreja, e assim dar aos crentes acesso ao Pai, por Cristo num só Espírito (cf. Ef 2,18)" E ainda: "Sem dúvida o Espírito Santo já agia no mundo, antes ainda de que Cristo fosse glorificado. Contudo, foi no dia de Pentecostes que ele desceu sobre os discípulos, para permanecer com eles eternamente (cf. Jo 14,16), e a Igreja apareceu publicamente diante da multidão e teve o seu início a difusão do Evangelho".

O envio no Espírito

"Todos os evangelistas, ao narrarem o encontro de Cristo Ressuscitado com os Apóstolos, concluem com o mandato missionário (cf. Mt 28, 18-20; cf. Mc 16, 15-18; Lc 24, 46-49; Jo 20, 21-23). Esta missão é envio no Espírito, como se vê claramente no texto de S. João: Cristo envia os Seus, ao mundo, como o Pai O enviou a Ele; e, para isso, concede-lhes o Espírito. Lucas põe em estreita relação o testemunho que os Apóstolos deverão prestar de Cristo com a ação do Espírito, que os capacitará para cumprir o mandato recebido".

Após a vinda do Espírito Santo no Pentecostes, a Igreja pode ser chamada: "povo congregado na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Ora, se na economia da salvação o Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade a se revelar, somente após a sua descida dos céus sobre a Igreja, é que a Igreja tem acesso pleno a Deus para realizar a sua missão. Se bem Cristo é o fim da revelação e a ponte que dirige ao Pai, somente o Espírito faz com que o homem a atravesse. Por isso, São João Paulo II afirma que este fato deu início ao "tempo da Igreja".


Fonte: https://comshalom.org/pentecostes-e-o-inicio-do-tempo-da-igreja/


13 de maio de 2024

Não temas! Olhai para os lírios do campo e as aves do céu

Muitas vezes, há uma enorme distância entre o que professamos com nossos lábios e o que vivemos, especialmente na rotina, nos hábitos que se repetem exaustivamente ao longo dos anos. Creio que a maioria dos católicos não se levanta nem vai dormir sem rezar ao menos uma vez o Pai-Nosso, no qual suplica que seja feita a vontade de Deus e que Seu Reino venha até nós. Muitos desses mesmos católicos, contudo, levam suas vidas conduzidos por outras "orações", a exemplo de duas frases presentes em duas canções bastante populares: A primeira diz que "o acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído" e a segunda diz "deixa a vida me levar, vida leva eu".

Elas refletem um modo bem comum de viver a vida, como uma sucessão de fatos, um atrás do outro, sem sentido aparente, sem um mistério que a envolva, sem, enfim, a eternidade a lhe fazer sombra. É justamente o contrário daquilo que rezamos no Pai-Nosso. Traduzindo em palavras mais claras, é viver como se Deus não existisse, ainda que se reze, ainda que se professe a fé.

A vigília de Deus

Não é o acaso que nos protege, mas o Senhor, que não dorme nem cochila, o guarda de Israel, que está sempre ao nosso lado para nos proteger. Mas essa não é apenas uma frase pronta para consolar corações aflitos. É uma realidade que traz consequências. O Senhor vela por nós porque nos ama, e por esse motivo não quer que nos percamos, e perder-se é afastar-se de Deus.

Não temas! Olhai para os lírios do campo e as aves do céu

Foto Ilustrativa: ipopba by Getty Images / cancaonova.com

Cristo, no sermão da montanha, nos disse para não nos preocuparmos com o que vestir ou com o que comer, porque se os lírios do campo vestem-se com esplendor e às aves do céu não falta alimento, quanto mais nós seremos cuidados pelo Pai do céu. Não se confunda, entretanto, achando que Nosso Senhor está nos aconselhando a "deixar a vida nos levar", porque Ele conclui seu raciocínio com uma frase fundamental: "Buscai antes de tudo o Reino de Deus e a sua justiça, e o resto vos darão por acréscimo".

Viva conforme a vontade de Deus

Buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça não é sentar-se e esperar o maná cair do céu. É colocar a mão na massa, trabalhar sem cessar, mas sem buscar segurança que não seja em Deus, sem tirar os olhos do porto seguro aonde queremos chegar. A continuação da admoestação enviada por Deus por meio do profeta Isaías é clara: "continuarei a tratar esse povo de modo tão estranho que a sabedoria dos espertalhões se perderá e a inteligência dos astutos desaparecerá".


O Reino dos Céus não é conquistado por um belo palavreado, nem por eloquentes discursos, mas é "tomado à força e são os violentos que o conquistam". Precisamos ser violentos contra as nossas paixões, nossas hipocrisias, nosso pecado. Precisamos abandonar as máscaras, arregaçar as mangas, reconhecer nossa indignidade e seguir o Senhor até onde ele nos levar, num caminho que invariavelmente passará pela Cruz.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/nao-temas-olhai-para-os-lirios-do-campo-e-as-aves-do-ceu/

10 de maio de 2024

Você sabe a diferença entre querer filhos e querer ser mãe?


A primeira pergunta, na verdade, podemos dizer que é fruto de um desejo bem egoísta, uma satisfação do próprio ego. Muitas mães têm seus filhos como troféus, pois elas os expõem constantemente, exibindo o filho como aquele que "salvou" o casamento dela depois do nascimento dele. Exibem as belas roupas caras que são capazes de dar para esse filho, expõem o seu desenvolvimento e talento, afinal de contas, o filho é especial. E isso é perigoso, porque colocam neles um peso que ainda não são capazes de suportar, mesmo que lhes pareça interessante ou divertido, não é próprio de sua idade.

As mães expõem seus filhos como forma de mostrar que sua família é perfeita. Será que é? Ou será que criou um conto de fadas para essa criança viver? Quando o filho descobrir que não é o príncipe (ou a princesa), qual será a reação dele (a)?

Toda criança passa naturalmente pela fase do narcisismo, egoísmo e egocentrismo. Porém, se essas fases forem estimuladas, pode ser que a criança não dê conta de superá-las e continue presa a elas por toda vida. Pense como é chato e desgastante uma relação com adultos narcísicos, que só pensam no quanto eles podem ser bons, belos e ostentam tudo o que têm! Ou um adulto que possui um grande sentimento de posse, que quer tudo, não se satisfaz com nada e fica envolvido em "ter coisas e pessoas", usa tudo como "objetos" de pertença. Quem sabe ainda, um adulto egocêntrico, que se diz o dono da verdade, que sua palavra e seus pensamentos são sempre os melhores. Tenho certeza de que não será fácil conviver com essas pessoas.

Créditos: by Getty Images / Drazen Zigic/cancaonova.com

Ser mãe é doar amor

Ter filhos é uma resposta à sociedade! Isso revela que sou capaz e viril! Porém, a via do amor passa um pouquinho distante dessa relação social. Não é que aqueles que desejam, a todo custo, ter um filho, não os amem, mas é uma manifestação de amor diferente.


Qual a sua resposta?

Uma vez, ouvi uma mãe dizer a Deus que precisava encontrar seus filhos porque ela sofria a falta deles, e sabia que eles também sentiam a falta do amor de mãe. Deus a ouviu e lhe deu uma filha do coração. Esse é o verdadeiro sentido de ser mãe! Saber que possui um amor tão grande que sente a ausência desse filho, o qual, muitas vezes, vem de forma surpreendente.

Adotar uma criança pode ser um risco para aqueles que não sabem amar. Você quer ser mãe ou quer ter filhos?

Equipe Formação Canção Nova 


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/maternidade/voce-sabe-a-diferenca-entre-querer-filhos-e-querer-ser-mae/