30 de julho de 2021

Como lidar com as opiniões das pessoas a meu respeito?


Quanto mais entendermos nossas reações, tanto melhor poderemos lidar com elas quando passarmos por certas situações. Quando você ouve as pessoas falarem sobre você, qual sua primeira reação? Quais sentimentos surgem em você quando recebe uma crítica, por exemplo?

Ao falar sobre autoestima positiva, ressaltamos como é importante reconhecermos nossas qualidades e pontos fracos, saber bem quem somos, para que, ao ouvir um comentário a nosso respeito, possamos, de fato, amadurecer sobre as situações ocorridas.

Como lidar com as opiniões das pessoas a meu respeito

Foto Ilustrativa: by Getty Images / fizkes

Qual é a sua atitude quando as pessoas falam de você?

Ao ouvir uma crítica a nosso respeito, vale muito a pena pensar: "O que está envolvido naquela crítica?", "Existe alguma verdade naquilo?". Claro que existem pessoas que são especialistas em apenas criticar e, muitas vezes, não estão bem consigo, então disparam comentários a todo momento.

Se falam de mim, posso pensar: "Existe algum aprendizado nisso?". Falo isso especialmente quando um comentário nos irrita, quando nos tira a paz. Certamente, já vivemos essa situação. Por isso, a habilidade de conhecer-se é tão importante! Quanto mais entendermos nossas reações, tanto melhor poderemos lidar com elas quando passarmos por certas situações.

Muitas vezes, somos criticados desde pequenos. Quando isso ocorre, já temos certa sensibilidade ou nos tornamos muito inseguros; e qualquer coisa que se diga a nosso respeito já é motivo para um mal-estar e até mesmo certa dificuldade de questionar os motivos daquela crítica.

Esteja atento ao conteúdo do que lhe foi dito

A força do diálogo e a coragem de perguntar nos aproximam do outro e propiciam uma melhor compreensão das situações que são motivo de insegurança para nós. Imagine se você se sente mal com algo em sua aparência, no modo de falar ou de cuidar dos filhos, por exemplo, e você é alertado por alguém que o conhece. Isso pode lhe dar uma imensa dor de cabeça e preocupação!

Por um momento, deixe o sentimento de lado e observe o conteúdo do que lhe foi dito; a partir daí, entender os motivos será um pouco mais fácil.


Ao formar os filhos, como um ato de amor e cuidado, os pais devem ensiná-los a enfrentar as diferenças, a lidar com os amigos e com aqueles que podem não gostar deles, e claro, com as críticas. Às vezes, os pais protegem tanto os filhos, que não admitem que estes sejam apontados, e que se façam comentários sobre eles. Evita-se, isola-se, estimula-se a competição e não se prepara a criança para lidar com o mundo real.

Quando nos abrimos para ouvir o que o outro tem a falar a nosso respeito, ganhamos a oportunidade de olhar para nossa vida, excluir os fatos irreais e ter a grande chance de fazer diferente.



Elaine Ribeiro dos Santos

Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica pela USP – Universidade de São Paulo, atuando nas cidade de São Paulo  e Cachoeira Paulista. Neuropsicóloga e Psicóloga Organizacional, é colaboradora da Comunidade Canção Nova.



28 de julho de 2021

Realmente tenho que namorar ou posso estar sozinho?


É belíssimo o encontro, o relacionamento afetivo, o conhecimento, a possibilidade de ser melhor, porque encontramos uma pessoa para namorar. Aliás, nunca saímos os mesmos, seja lá que relacionamento for!

Então, pode ser monstruoso ver-se sozinho, como também pode ser um bom momento para estar com si mesmo e, mais ainda, estar com os outros, que, muitas vezes, não percebemos, e com Deus. Muitos, à espera de alguém para namorar, perdem a oportunidade de colher do tempo da "solidão" o valor do momento. A carência afetiva, uma imagem distorcida de si mesmo, sentimentos, visão das pessoas e do mundo podem dificultar à pessoa ver a possibilidade de amar e ser amada.

Realmente tenho que namorar ou posso estar sozinho

Foto Ilustrativa: stock-eye by Getty Images

Namorar não é solução de carência

A situação ainda pode se tornar mais complexa se a pessoa não sabe o que é e o que deseja construir. Perdida, sem direção, sem sentido, é uma vítima da vida e não se coloca em ação, caindo em um vazio existencial, pois a sua vida está toda pautada na possibilidade de ter alguém. O namorado se tornou ou pode se tornar, na cabeça da pessoa, a solução da sua carência, o que, na verdade, é uma mentira, visto que, mais cedo ou mais tarde, mesmo com alguém do lado, muitos se sentem sozinhos.

Resta-nos, então, ficarmos parados, olhando o tempo passar, e ainda reclamando da vida a oportunidade de viver? Tudo isso, com certeza, é muito complicado para aquele ou aquela que se vê sem alguém, principalmente se está vivendo ou percebendo-se com todas as características descritas acima. O mais importante é pensar que se o namoro é um tempo que deve ser vivido da melhor forma possível para que o casamento seja consequência desse tempo e possam-se colher os frutos deste primeiro encontro, então, nada como viver intensamente o tempo de não namorar, pois é, neste período, que experimentamos mais intensamente as amizades, os sorrisos, os projetos e a profissão.

Tudo isso pode trazer a oportunidade de um namoro realmente maduro

O que é um namoro maduro? É um namoro em que as pessoas são maduras, ou seja, já se percebem definidas, podem constatar seus sonhos, podem se conhecer melhor e estar abertas ao conhecimento do outro. Portanto, são dois caminhos. Primeiro: a pessoa para nesse tempo, estando só, e deixa-se envolver no sofrimento a ponto de não ver outra possibilidade, ou então escolhe fazer desse momento o melhor para a sua vida, encontrando-se com ela mesma e realizando o mais importante: propor-se a amar mais do que ser amada.


Existem tantos para serem amados! Os namoros assim serão uma belíssima e profunda consequência de um tempo profundo de encontro consigo mesmo e com os outros.

Ilusão? Não. Opção. Você pode ser melhor hoje. Não pare nos limites que, muitas vezes, a vida lhe impõe.


 


Diácono João Carlos e Maria Luiza

João Carlos Medeiros é membro do segundo elo Comunidade Canção Nova. Psicólogo clínico e familiar, Medeiros também é logoterapeuta, sexólogo e mestre em sexologia humana. Casado com Maria Luiza da Silva Medeiros que também é membro do segundo elo Comunidade Canção Nova, é psicóloga clínica e familiar. Ela é pós-graduada em psicoterapias cognitivas e em neuropsicologia. Autores do livro "Diagnóstico Familiar", pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/namoro/realmente-tenho-que-namorar-ou-posso-estar-sozinho/


26 de julho de 2021

Amor sem dor é fogo de palha


Como escolhidos do Senhor para clamar pelo Avivamento, somos muitas vezes acusados de querer pregar ou viver um Avivamento baseado exclusivamente nos deleites espirituais, na permanente bonança. Também nos acusam de refutar a cruz, de não a propagar por "medo de perder adeptos", o que é mentira!

O Avivamento está diretamente ligado à cruz e seu itinerário obrigatoriamente passa pelo calvário. Assim como no calvário foi gerada a Ressurreição, nele será também gerado o Avivamento.

Nosso saudoso Papa São João Paulo II, em sua encíclica Salvifici Doloris, nos ensinou: Se um homem se torna participante dos sofrimentos de Cristo, isso acontece porque Cristo abriu o seu sofrimento ao homem, porque Ele próprio, no seu sofrimento redentor, tornou-se, num certo sentido, participante de todos os sofrimentos humanos.

Amor sem dor é fogo de palha

Foto ilustrativa: Anastasiia Korotkova by Getty Images

Renove o amor pelo sofrimento ao Avivamento

Se você quer ser um facilitador do Avivamento, se você quer um avivamento pessoal, é preciso assumir as dores para gerá-lo e, se isso não estiver ocorrendo na sua vida, é urgente uma correção de rota.

Diante disso, o Espírito nos questiona: Como você tem se relacionado com os seus sofrimentos? Como
você age? Como reage quando o sofrimento se instala? Sendo comprovadamente vítima do sofrimento, eu o tenho usado para gerar autopiedade ou propagado os meus sofrimentos, a fim de angariar irmãos que se sensibilizem comigo?

Lembre-se: "Maria guardava tudo no coração" (Lc 2,19). No caminho de subida espiritual, somos capazes de chegar a um entendimento maduro do sofrimento vivido, a ponto de amarmos o sofrimento, pois a partir dele o Senhor nos concederá muitos frutos, grandes aprendizados e um inquestionável triunfo. Renovemos o amor ao sofrimento em prol do Avivamento.

Aprendendo com quem já está lá

A prova mais segura do Amor é a dor; todos sofrem, mas poucos são aqueles que sabem sofrer bem. Amor sem dor é fogo de palha. (São Pio de Pietrelcina)

Lectio divina: Romanos 8,18-27

Penso que os sofrimentos do tempo presente não têm proporção com a glória que será revelada em nós. A humanidade aguarda na expectativa de que se revelem os filhos de Deus. A humanidade foi submetida ao fracasso não por sua vontade, mas por imposição de outro, com a esperança de que essa humanidade se emancipará da escravidão da corrupção, para obter a liberdade gloriosa dos filhos de Deus.


Sabemos que até agora a humanidade inteira geme com dores de parto. E não somente ela, também nós, que possuímos as primícias do Espírito, gememos por dentro aguardando a condição filial, o resgate de nosso corpo. Com essa esperança nos salvaram. Uma esperança que já se vê que não é esperança, pois alguém já o vê, para que esperá-lo? Contudo, se esperamos o que não vemos, aguardamos com paciência. Desse modo, o Espírito socorre nossa fraqueza. Ainda que não saibamos pedir como é devido, o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inarticulados. E aquele que sonda os corações sabe o que o Espírito pretende quando suplica pelos consagrados de acordo com Deus.

Trecho extraído do livro "Do céu pra você", de Evandro Nunes.



Evandro Nunes

Membro da Renovação Carismática Católica na Diocese de Santo Amaro (SP), Evandro Nunes tem se dedicado à vida missionária desde 2010, exercendo o Ministério da Pregação em todo o Brasil e no exterior. Casado, Nunes também é autor dos livros "Do Céu para você" e "Se Tu queres Senhor, eu quero", ambos lançados pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/amor-sem-dor-e-fogo-de-palha/


22 de julho de 2021

Perdoar é poder lembrar sem sentir dor


Algumas vezes, o mundo cega nossa visão e a dor toma conta do nosso ser, nosso coração de mulher sangra, pois foi ferido por aqueles que mais amávamos. A decepção e a tristeza invadem nossa alma, perdemos a confiança naqueles que antes nos eram tão caros e já não acreditamos que seja possível resgatar o que foi quebrado. Nesses momentos, experimentamos aquilo que há de pior dentro de nós e nos deparamos com o rancor, a mágoa e o desejo de vingança. Falamos besteiras, acusamos e julgamos. Rompemos vínculos profundos de amor e amizade, porque fomos feridas, brigamos e machucamos. Muitas vezes, porque fomos machucadas, agimos por impulso e egoísmo.

Nesta hora, Deus nos acolhe e nos convida a exercitar o perdão. Quem não perdoa atrofia sua capacidade de amar, e isso é terrível para o coração de uma mulher. Mas por que é tão difícil perdoar?

Bem sabemos que o rancor, a mágoa e o ressentimento, antes de atingir quem nos feriu, causa em nós um mal ainda maior. Perdoar não é a ausência de sentimentos, não é esquecer o que houve, mas uma decisão, uma escolha que devemos fazer pelo bem da nossa alma e da alma daquele que nos feriu. Quando decidimos perdoar, Deus nos dá Sua graça e cumula nossa vida de bênçãos.

Perdoar é poder lembrar sem sentir dor

Foto ilustrativa: fizkes by Getty Images

A falta de perdão causa dor

Se pagar o bem com o mal é algo diabólico, pagar o bem com o bem é mera obrigação, mas pagar o mal com o bem é algo divino e é nosso dever com filhas de Deus. Não é uma escolha fácil, mas necessária, pois o perdão vence o mal com o bem, e sua graça é muito maior que o ódio que carregamos no peito. O perdão é muito maior que qualquer desejo de vingança que possamos nutrir contra quem nos feriu.

Não podemos ter uma vida saudável sem o exercício do perdão. Não podemos ter uma vida espiritual frutífera sem a prática desse ato. Perdoar é fazer a assepsia da alma, fazer faxina na mente e no coração.

Quem decide perdoar não quer mais se vingar, não remói o problema, não desacredita no outro pelo erro cometido, não "joga na cara". Se não perdoarmos, viveremos escravas da mágoa, não conseguiremos orar, adorar, ofertar nem mesmo ser perdoadas. E quem nunca precisou de perdão?

Prova de amor

Perdoar pode ser uma tarefa árdua e longa, e desistir de tudo pode parecer mais fácil. Mas não é o mais correto. Somos todos humanos e suscetíveis ao erro, devemos sempre nos colocar na posição do outro: "O quanto eu gostaria de ser perdoada se cometesse o mesmo erro que cometeram comigo?". Talvez para conseguir perdoar, tenhamos, primeiro, que abrir mão do nosso orgulho ferido.

O perdão tem a capacidade de restaurar os sentimentos bons que foram esquecidos no passado, ele é a maior prova de amor e o caminho para o arrependimento do outro. Constrói pontes onde a mágoa cavou abismos, estreita o relacionamento onde o ressentimento provocou o afastamento. Perdoar é poder lembrar sem sentir dor, é uma graça que Deus dá a todos que a buscam de coração sincero.

Se a vingança está de acordo com nossa natureza humana decaída, nada nos assemelha tanto a Deus quanto estarmos dispostas a perdoar aqueles que nos ofenderam. O coração de uma mulher possui uma capacidade única dada pelo próprio Deus de amar, de ser capaz de acolher o ser humano e lhe conceder o perdão. Não é na riqueza nem no poder, mas na capacidade de perdoar que uma mulher manifesta a verdadeira grandeza de sua alma.


O perdão traz muita paz consigo. O alívio gerado por ele carrega um sentimento tão suave e profundo que as palavras não conseguem descrever sua totalidade. O perdão liberta, é a expressão máxima da graça e o triunfo do amor, daquele mesmo amor que Cristo teve na cruz ao dizer: "Pai, perdoa-os, porque não sabem o que fazem".

"Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: 'Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?' Jesus respondeu: 'Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete'" (Mt 18, 21-23).

Peçamos a Nossa Senhora a graça de obtermos um coração manso e humilde, semelhante ao de Jesus, alcançando assim o pleno exercício do dom de perdoar.

 


Judith Dipp

Formada em Psicologia, Judith foi cofundadora da Comunidade de Aliança Mãe da Ternura e voluntária num Centro de Atendimento e Aconselhamento para Mulheres ( Montgomery County Counselling and Carreer Center), em Washington, nos Estados Unidos.

Atualmente, é psicóloga da Escola Internacional Everest, do Lar Antônia e da Congregação dos Seminaristas Redentoristas, todos com sede em Curitiba (PR), cidade onde reside.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/afetividade-feminina/perdoar-e-poder-lembrar-sem-sentir-dor/


19 de julho de 2021

Como gotejar o perdão?


Não existe a menor possibilidade de cura interior sem a efetiva experiência do perdão. Sem perdão
não podemos nem mesmo falar em cura interior. Por mais difícil e exigente que seja, o perdão é absolutamente fundamental. É condição sem a qual não existe cura. O perdão é absolutamente excludente: ou se perdoa e se recebe a cura, ou não se perdoa e a cura estará cada vez mais longe do
coração ferido.

Como perdoar com o coração ferido? Aí está um segredo fabuloso. O perdão não é um sentimento, mas uma decisão. Logo, é preciso que a compreensão do perdão seja deslocada do campo das emoções, sobre as quais não temos controle, e assim chegar ao campo da vontade, que é dominada pela razão e não pela emoção. É preciso clarear também a diferença entre vontade e desejo. O desejo é emocional, a vontade é racional. O perdão, portanto, é racional. É fruto de decisão. É possível mesmo quando o desejo é
contrário. O perdão é um ato da vontade.

Como-gotejar-o-perdão

Foto Ilustrativa: AntonioGuillem by Getty Images

O que gotejar perdão e como perdoar?

Perdoar não é deixar de sentir, não é aniquilar os sentimentos e as emoções, mas canalizá-los para a meta de nossa vida. É possível perdoar uma pessoa e continuar sentindo raiva ou tristeza no coração. Aliás, se espero a raiva e a tristeza passarem, isso é sinal de que o problema já foi esquecido, e então o perdão não é mais necessário. Perdoar não é deixar de sentir amargura interior. Perdoar é gotejar amor no próprio coração e, a partir daí, chegar a gotejar amor no coração de quem nos feriu e magoou.

Não devemos pensar que, quando perdoamos e continuamos sentindo a ferida, o perdão tenha sido falso ou mentiroso. O perdão só tem sentido quando nos sentimos feridos e machucados, e isso gera amargura e tristeza interior. O perdão só pode ser exercido quando temos o coração ferido. Sem a ferida, o que
vamos perdoar? Como perdoar se não nos sentimos ofendidos? Logo, a amargura interior é a indicação de que algo negativo aconteceu e que precisa ser perdoado. O sentimento tem de ser revestido pela inteligência e pelo Espírito Santo, sem o qual é impossível perdoar.


Vencer as emoções

Quando confundimos perdão com sentimento, acabamos deixando que as emoções negativas dominem nossa vontade. É preciso sair do campo do desejo para chegar ao autodomínio da vontade. Perdão é uma decisão. Para gotejar perdão em nosso coração temos de nos decidir a vencer as emoções. Apesar do que sentimos, nos decidimos pelo perdão. Esse é o passo fundamental.

Gotejar perdão é decidir não se deixar dominar pelos sentimentos estragados que a ofensa, a traição, os abusos e as agressões imprimiram em nosso coração. Nesse sentido, estou frisando a necessidade de gotejar perdão. Ninguém perdoa uma ofensa grave de uma hora para outra. O perdão não é um ato mágico que produz esquecimento da ofensa recebida. O perdão é um ato voluntário, uma decisão da inteligência, que supõe manter-se perseverante na decisão – ou melhor, nas decisões, já que não basta uma única decisão. Ele precisa ser gotejado, de maneira lenta e constante. Perdão é convicção firmemente mantida e expressamente manifesta.

Trecho extraído do livro "Gotas de cura interior", do padre Léo, SCJ


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/como-gotejar-o-perdao/


16 de julho de 2021

A vitória é possível mesmo diante das batalhas


Quando o povo hebreu saiu do Egito, houve dois acontecimentos muito parecidos: a passagem do Mar Vermelho (saída do Egito) e a passagem do Rio Jordão, na fronteira da Terra Prometida, ambas as situações buscavam a vitória.

O primeiro acontecimento foi para levantar o ânimo dos fugitivos escravos, o que chamamos hoje de autoestima. Com essa experiência, eles se sentiram capazes de superar problemas invencíveis. Era a gasolina que necessitavam para atravessar as inclemências do deserto e poder vencer o número de obstáculos que ainda se apresentaria.

O segundo acontecimento, a passagem do Rio Jordão, era para que os habitantes de Canaã constatassem que o povo hebreu era acompanhado por um Deus poderoso, fiel à aliança e que cumpriria a promessa de entregar-lhes a Terra Prometida. Os habitantes de Jericó perceberam que se tratava de um Deus poderoso, que caminhava ao lado dos hebreus e era capaz de intervir com uma força sobrenatural para cumprir as promessas.

A vitória é possível mesmo diante das batalhas

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Quem não tem a certeza da vitória jamais a conseguirá no campo de batalha da vida

Josué enviou alguns espiões que exploraram e analisaram cuidadosamente tudo o que se referia aos moradores de Canaã. Os "repórteres" trouxeram duas versões.

"São gigantes invencíveis. Suas muralhas chegam ao céu. Somos simples gafanhotos a seus pés". Sim, tratava-se de um exército invencível, que tinha armas defensivas (as muralhas) e armas ofensivas (gigantes bem armados).

"A terra é bela, a mais bela de todas as terras. Vale a pena todo esforço". Mas o mais importante foi que, desde antes de entrar em Canaã, Josué já havia imaginado as aspirações dos povos nômades, sedentos de território. Josué realiza então um gesto simbólico e profético: antes da batalha, divide o território. "Vamos tomar esta terra hoje mesmo. Ela é nossa". Está seguro que vai ganhar a batalha. Quem não tem a certeza da vitória na mente, jamais a conseguirá no campo de batalha da vida.

Assim, quando os hebreus chegaram à fronteira da Terra Prometida, sua fama e façanha já haviam penetrado as fronteiras de Canaã e conquistado a mente de seus inimigos, pois começaram a ter medo.

Os habitantes de Jericó tinham tudo para derrotar facilmente um exército que ainda estava à sombra da escravidão. Eles [os hebreus] eram nômades, sem armas, sem experiência ou poder militar. No entanto, os moradores de Jericó decidiram não lutar. Diz a Palavra que Jericó "estava trancada dentro de seus muros e barreiras". Eles olhavam uns para os outros e o medo crescia entre si. Já estavam derrotados, porque não queriam lutar.

A tática de Josué

Dar sete voltas ao redor da cidade para fazer crescer o temor de um ataque que não veio. "De uma forma ou outra, vocês cairão em nossas mãos", disse ele. O medo cresceu tanto, que decidiram não se defender. Já tinham renunciado a atacar os hebreus. Agora, ruem e caem as muralhas defensivas da vida deles. Eles foram, então, presas fáceis para os inimigos, que eram bem menos fortes e capacitados.

Por que perdeu Jericó? O problema deles foi não atacar nem se defender, pois se deram por vencidos antes da batalha.

Tiveram medo da fama que precedia os hebreus: Seu Deus era poderoso. Os hebreus conquistaram Jericó não porque suas paredes caíram por milagre, mas porque seus habitantes não queriam lutar, pois se deram por derrotados antes mesmo de entrar na batalha.

Por que ganharam os hebreus?

Eles tomaram posse antes de entrar no território. Eles estavam convencidos da vitória. Sua mente era vitoriosa. Eles tinham um Deus poderoso ao lado deles, que os fez passar o Mar Vermelho para lhes dar autoconfiança.


Nas mãos dos adversários

Quando cruzamos os braços e não lutamos, estamos nas mãos dos nossos adversários. Quando decidimos atravessar o "Jordão", não podemos voltar, então não há outra estrada a não ser a luta e a vitória até o fim. Quando conhecemos os pontos fortes e fracos do inimigo ou a empreitada, queremos ganhar, estamos mais bem preparados para a batalha.

Quando, num ato real, tomamos posse do desafio que está diante de nós, então somos capazes de superá-lo. Acima de tudo, na vitória ou na derrota existe um fato definitivo: o Deus que nos libertou da escravidão, conduzindo-nos através do deserto, nos prometeu uma terra.

Quando fizemos a experiência da passagem do "Mar Vermelho", a passagem da escravidão, perdemos o medo de outros problemas. Quando escolhemos um largo caminho, já não podemos voltar. Só fica aberta a possibilidade da vitória.

Quando sabemos que tudo depende de uma promessa feita por Deus, as nossas atitudes mudam, porque temos confiança e esperança. Sabemos que alcançaremos a vitória, porque Deus prometeu e Ele é fiel.

José H Prado Flores
Pregador internacional, Fundador e Diretor Internacional das Escolas de Evangelização Santo André
https://eesabrasil.com.br/


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/vitoria-e-possivel-mesmo-diante-das-batalhas/


14 de julho de 2021

Como lidar com o desânimo


Você já deve ter ouvido alguém lhe dizer na última semana: "Nossa, estou desanimado, não tenho vontade para nada!". Para avaliarmos as situações que geram desânimo, convido você a perceber o quanto consegue ter habilidade para lidar com as dificuldades e as situações delicadas em sua vida.

As pessoas atribuem essa capacidade à chama resiliência, ou seja, capacidade de conviver com as situações cotidianas, superar dificuldades e dar um novo sentido para a vida.

Qual é o sentido da vida? De que forma é possível encontrar propósito, realização e satisfação? É possível construir algo que tenha duração plena?

Como lidar com o desânimo

Foto Ilustrativa: by Getty Images / Martin Dimitrov

Não deixe o desânimo atrapalhar seus planos

Muitas pessoas jamais pararam para pensar no sentido da vida e, um dia, depois de muitos anos, começam a se questionar por que seus relacionamentos não deram certo e por que se sentem tão vazias, mesmo tendo alcançado algum objetivo anteriormente estabelecido. Um jogador de baseball, que alcançou sucesso neste esporte, foi questionado sobre o que gostaria que lhe tivessem dito quando ainda estava começando a jogar baseball. Ele respondeu: "Eu gostaria que alguém tivesse me dito que, quando você chega ao topo, não há nada lá". Ou seja, muitos propósitos para os quais nos voltamos não fazem sentido pleno. Vamos atrás de propósitos que nos completem, tais como sucesso no trabalho, prosperidade, relacionamentos, entretenimento entre outros; no entanto, muitas pessoas, quando conseguem tudo isso, ainda sentem que nada parece os preencher.

O sentido da vida é descobrir quem você é, ou seja, descobrir quem somos, de onde viemos e para onde vamos, sobre a procura da felicidade, sobre o amor ao próximo e aos outros. O sentido da vida é também o progresso material e especialmente espiritual, pois no crescimento individual a pessoa consegue se compreender.

Questione-se

Muitas vezes, paramos em situações até mesmo simples, dando-lhes mais importância do que elas realmente merecem, maximizando problemas ou vendo situações que nem sempre são adequadas, e nisso acabamos por cair no desânimo.

Nem todos temos uma vida perfeita, mas o mais importante é entendermos que, por vezes, precisamos parar, colocando-nos de forma ativa diante das dificuldades, de modo a compreender que a vida se faz a cada momento que superamos as dificuldades. Confiar, aceitar suas capacidades e limitações, aceitar algumas coisas e dar passos na mudança de outras será muito importante neste caminho.




Elaine Ribeiro dos Santos

Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica pela USP – Universidade de São Paulo, atuando nas cidade de São Paulo  e Cachoeira Paulista. Neuropsicóloga e Psicóloga Organizacional, é colaboradora da Comunidade Canção Nova.