29 de janeiro de 2021

O que é a prática do exorcismo e quem pode ministrá-lo?


O exorcismo é um tema que exerce fascínio entre as pessoas, além disso, é sempre explorado pelo cinema, que abusa dos "sustos" como forma de garantir a audiência. A existência do demônio é um grande chamado a pensarmos na existência de Deus, sem o qual ele não existiria.

Entre os elementos que ocorrem nos casos de manifestações demoníacas trazidos pelos filmes estão: o falar palavras em línguas desconhecidas, a manifestação de coisas distantes ou ocultas, superioridade de força em relação à idade ou condições físicas, aversão a Deus, a Virgem Maria, aos demais santos e à Igreja.

O que é a prática do exorcismo e quem pode ministrá-lo?

Foto ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com

O que é o exorcismo?

O exorcismo é uma ação litúrgica – propriamente um sacramental – utilizada, como afirma o Catecismo da Igreja Católica, quando a Igreja pede publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objeto sejam protegidos contra a ação do maligno e subtraído ao seu domínio.

A prática dos exorcismos foi iniciada na Igreja pelo seu próprio Fundador, e nela esteve presente ao longo de toda sua existência. Foi o mesmo Senhor quem deu aos apóstolos o poder de expulsar os espíritos imundos, afirmando que, entre os sinais que os acompanhariam os que creem, estaria a expulsão dos demônios (cf. Mt 16,17).

Atualmente os exorcismos podem ser classificados como públicos e privados. Os públicos são aqueles administrados em nome da Igreja, por uma pessoa legitimada e segundo os ritos previstos; e caso contrário, são os privados.

Exorcismos são também conhecidos como solenes e simples. Solenes são aqueles previstos para os casos de possessão ou obsessão diabólica; já os simples são aqueles que estão integrados dentro de outros ritos, como os do catecumenato ou do batismo.

Posição da Igreja para reconhecer a necessidade de um exorcismo e quem pode ministrá-lo?

Certa vez, o Papa Bento XIV, na Carta Sollicitudini, de 1745, essa necessidade se dá quando o exorcista possui uma certeza moral de que o exorcizando esteja realmente atormentado pelo demônio.

Essa certeza moral é atingida quando se emprega todos os meios prudenciais para certificar-se de que não se trata de algum fenômeno de ordem puramente natural.

O exorcismo solene, tal como está previsto no Ritual de Exorcismos, só pode ser realizado por um sacerdote e com a devida licença do Bispo diocesano, que pode concedê-la, como indica o Código de Direito Canônico, a um presbítero piedoso, douto, prudente e com integridade de vida.

Quando o exorcismo é descartado?

Para evitar uma tendência a considerar todos os eventos aparentemente extraordinários, uma intervenção do demônio, o próprio Ritual de Exorcismos indica que, antes do uso desse sacramental, o exorcista deve manifestar a máxima prudência, não crendo facilmente que alguém esteja possesso, pois não se descarta, a princípio, a existência de alguma doença, sobretudo, de ordem psíquica.

Neste sentido, o exorcista, sempre observando o sigilo da confissão, poderá recorrer aos peritos em ciência médica e psiquiátrica para avaliação de cada caso. E, se ficar comprovado que o fenômeno é, de fato, de ordem natural, não deverá ser realizada a celebração do exorcismo.

Agora, a Igreja está atenta a outro extremo: àquela postura dos que consideram que o demônio não intervém na vida dos homens, tentando reduzir a intervenção dos espíritos malignos a fenômenos meramente psíquicos ou paranormais.

Também o Ritual de Exorcismo alerta sobre essa questão, solicitando a atenção aos artifícios e fraudes usadas pelo diabo para enganar a pessoa, para convencer o possesso a não se submeter ao exorcismo, afirmando tratar-se de doença natural.

Aliás, esta é uma das grandes vitórias do demônio: fazer acreditar que ele não existe ou que não atua na história dos homens de hoje.

Caridade com as pessoas atormentadas

Infelizmente, pode acontecer, como notou certa vez o exorcista de Roma, padre Gabriele Amorth, de muitos sacerdotes aderirem a essa segunda postura e acabarem se descuidando do tremendo dever de caridade que têm de atender a essas pessoas atormentadas pelo demônio, afirmando, sem uma diligente investigação, tratar-se de algum fenômeno psicológico.

Avaliando, de forma mais direta, três filmes que abordam o Exorcismo: "O Exorcista", "O exorcismo de Emily Rose" e "O Ritual", pode-se dizer que abordam conteúdos reais ocorridos realmente nos exorcismos, acrescentados com toques cinematográficos para torná-los mais "palatáveis" aos apreciadores do gênero.

Entre os elementos que ocorrem nos casos de manifestações demoníacas trazidos pelos filmes estão: o falar palavras em línguas desconhecidas, a manifestação de coisas distantes ou ocultas, superioridade de força em relação à idade ou condições físicas, aversão a Deus, a Virgem Maria, aos demais santos e a Igreja.

Não é difícil encontrar esses elementos nos filmes citados, o que, certamente revela que houve um mínimo de preocupação por parte dos diretores por investigar os casos de exorcismo na Igreja. Aliados a esses conteúdos aparecem, também, outras imprecisões que certamente passarão despercebidas pelo público geral.

Penso, por exemplo, no último exorcismo do filme "O Ritual", no qual o seminarista – ou diácono? – aparece realizando as funções próprias e exclusivas de um sacerdote na celebração do exorcismo maior. Apesar dessas e outras imprecisões penso que, esses filmes, trazem muito mais semelhanças com o real do que cenas fantasiosas.


Experiência de Deus

Em minha opinião, existe uma característica comum a esses filmes citados – sobretudo aos dois últimos – que me parece digna de ser mencionada. Mesmo estando elencados na categoria "terror", não diria que são filmes propriamente desse gênero. Sem dúvida alguma, contêm cenas assustadoras, que nos permitem vislumbrar o quão extraordinariamente podem manifestar-se as forças infernais.

Porém, vejo esses filmes como um grande convite ao telespectador a enfrentar-se diante de uma pergunta fundamental: "Será que tudo o que existe se esgota nesta realidade do que conhecemos pelos nossos sentidos?". Parece-me que esses filmes proporcionam um grande apelo a abrir-nos ao sobrenatural, a descobrirmos que existe uma realidade que nos rodeia e ultrapassa aquilo que podemos captar com nossos sentidos, sem ferir, contudo, a nossa razão natural.

A existência do demônio – tônica desses filmes – é um grande chamado a pensarmos na existência de Deus, sem o qual, aquele não existiria. No fundo, subjaz – talvez inconscientemente – algo bem semelhante ao argumento filosófico utilizado por Santo Agostinho de Hipona, que apontava para a existência de Deus – o Bem – a partir da existência do mal, já que este consiste na privação do bem.

Filmes Emily Rose e O Ritual

Estas características aparecem em algumas frases que chamam bastante a atenção do atento telespectador. Cito, por exemplo o trecho da Carta de São Paulo, que aparece na lápide do túmulo Emily Rose, ao final do filme sobre essa pessoa: "Trabalhai pela vossa salvação com temor e tremor" (Fil 2,12).

Do filme "O Ritual", que é uma frase do padre Lucas, personagem de Anthony Hopkins para o jovem seminarista Michael Kovak: "Escolher não acreditar no demônio não te protegerá dele." Uma excelente exortação aos homens de nosso tempo, que pretendem banir toda a alusão a Deus da esfera pública. A presença do mal no mundo, paradoxalmente, é uma manifestação patente de que Deus existe.

Termino lembrando de umas palavras tomadas dos escritos de Santa Teresa de Jesus, bastante confortadoras diante do temor que pode surpreender-nos ao tratar deste tema: "O demônio teme uma alma unida a Deus, como teme o próprio Deus."

É por isso que o sacramento da penitência – mais importante que os exorcismos, que são apenas sacramentais – é tão temido pelo demônio, pois aumenta a união do fiel a Deus. E, infelizmente, é um dos sacramentos mais negligenciados de nosso tempo.



Padre Demétrio Gomes

Padre Demétrio Gomes é Pároco Vigário Judicial do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de Niterói, e Chanceler do Arcebispado de Niterói. Professor do Instituto Filosófico e Teológico do Seminário São José de Niterói. Membro da Sociedade Internacional Tomás de Aquino (SITA – Brasil), do Centro Dom Vital e da Sociedade Brasileira de Canonistas (SBC). Administrador do website Presbíteros http://www.presbiteros.com.br para a formação do clero católico.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-e-libertacao/o-que-e-pratica-exorcismo-e-quem-pode-ministra-lo/

27 de janeiro de 2021

Faça uma reflexão: como eu posso ser santo nos dias atuais?


É com essa pergunta que iniciamos este artigo, no qual utilizaremos a exortação apostólica do Papa Francisco Gaudete et Exsultate como pano de fundo para entender e trilhar um caminho rumo a ser santo e fazer a vontade de Deus.

Deus o quer santo

Você já parou para pensar que Deus, por meio do Espírito Santo, derrama a santidade sobre Seu povo fiel, porque Ele próprio quer salvar e santificar os homens? Sim, essa é uma verdade que acontece. Portanto, podemos nos ajudar, porque Deus não quer nos salvar sozinhos, mas quer, comunitariamente, levar em conta nossas relações, e, assim, a santidade acontece nas coisas simples.

Não precisamos almejar realidades grandiosas, mas podemos buscar a santidade no cotidiano da nossa vida. O Papa traz o exemplo dos pais que criam seus filhos, nos homens e mulheres que trabalham para trazer o pão para dentro de casa, nos doentes e idosos que continuam a sorrir. Esses são "os santos ao pé da porta". Pessoas que, nos afazeres diários, buscam realizá-los com amor. O segredo está em viver com alegria, honestidade e competência o seu trabalho, ou melhor, a sua vocação. Por isso, utiliza os momentos ordinários para viver de forma extraordinária. Assim seremos santos!

Faça uma reflexão: como eu posso ser santo nos dias atuais?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Configurado a Cristo

Alcançaremos a santidade à medida que formos nos configurando e nos identificando com Cristo. Essa mudança quem realizará será o Espírito Santo, à medida que Lhe dermos abertura, para que nos transforme. Como já aprendemos, esse é o desejo de Deus: a nossa santidade. Sendo assim, o próprio Deus nos apresentará situações e pessoas para que possamos crescer em santidade.

A fuga nunca será capaz de modelar santos; pelo contrário, somente enfrentando a nós mesmos e os que vêm a nosso encontro teremos a possibilidade de sermos transformados em pessoas melhores. Da mesma forma que o silêncio e a oração gestam em nós o homem novo, e o encontro com o outro nos dá a capacidade de agirmos como novo homem.

Eis um dos desafios para os que querem ser santos nos dias de hoje: Não cair em um ativismo nem ocupação excessiva com as coisas, esquecendo o autor das coisas nem tão pouco fugindo dos encontros e obrigações próprias de qualquer pessoa comum. O Papa Francisco nos exorta: "Precisamos de um espírito de santidade que impregne tanto a solidão como o serviço, tanto a intimidade como a tarefa evangelizadora, para que cada instante seja expressão do amor doado sob o olhar do Senhor" (n. 31).


Cada vez mais humanos

A santidade, como já deu para percebermos, realiza-se na vida, no cotidiano e nas coisas simples que cada pessoa realiza. Colocar amor naquilo que fazemos dá um sentido totalmente evangélico nos afazeres da vida. Por isso, podemos nos lançar sem medo de sermos santos, pois nada nos será tirado, nem as forças nem a alegria, porque, afinal de contas, foi Deus quem desejou isso para nós, e essa é a nossa vocação primeira, a santidade.

Tornar-se humano nada mais é do que fazer as coisas normais do nosso dia, mas, como acima mencionado, com amor. Eis o segredo! Contudo, um amor de fato e não um amor de teorias. Um amor traduzido em atos com aqueles que estão mais próximos de nós. Comecemos por esses. Tenhamos quase certeza de que, durante o dia, estamos rodeados de pessoas que nos são caras ao coração, e muitas dessas pessoas podemos dizer que as amamos. Eis que temos um campo repleto de pessoas para amar, e assim nos tornarmos testemunhas de uma santidade humana, sem deixar de reconhecer a graça de Deus nas nossas atitudes.

Por fim, quero animar cada um de vocês, amigos leitores, a sermos juntos o que Deus quer de nós. Santos! Por assim dizer, sermos cada vez mais humanizados e solícitos com aqueles que mais necessitam. O Papa Francisco exorta: "Não tenhas medo de apontar para mais alto, de te deixares amar e libertar por Deus. Não tenhas medo de te deixares guiar pelo Espírito Santo. A santidade não te torna menos humano, porque é o encontro com a tua fragilidade e com a força da graça" (n. 34).

"[…] existe apenas uma tristeza: a de não ser santo" (León Bloy)



Fábio Nunes

Francisco Fábio Nunes
Natural de Fortaleza (CE), é missionário da Comunidade Canção Nova e candidato às Ordens Sacras. Licenciado em Filosofia pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP), Fábio Nunes é também Bacharelando em Teologia pela Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP) . Atua no Departamento de Internet da Canção Nova, no Santuário do Pai das Misericórdias e nos Confessionários.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/faca-uma-reflexao-como-eu-posso-ser-santo-nos-dias-atuais/

25 de janeiro de 2021

Como aconteceu o processo de conversão de São Paulo?


O que entendemos por conversão? Será que essa palavra tem apenas um cunho religioso ou podemos dizer que pode ser usada também em outro contexto? E sendo usada em outro contexto, ela pode ser usada também em cunho religioso? Parece confuso, mas a palavra conversão, na maioria das vezes, é compreendida de maneira equivocada. Quando falamos da conversão de São Paulo, quando falamos que "fulano de tal" se converteu ou coisa parecida falamos com um certo preconceito, ou seja, um conceito já pré-estabelecido dentro de nós.

Falar de conversão em ambos os sentidos, religioso ou noutro contexto, não é falar de pegar sentido inverso ao caminho até então feito, mas falar de um retorno às origens. E foi justamente isso que aconteceu com São Paulo na estrada de Damasco, como relata o capítulo 9 dos Atos dos Apóstolos.

Como aconteceu o processo de conversão de São Paulo?

Imagem ilustrativa: Bartolomé Esteban Murillo 1675-1682

Vivamos a conversão assim como São Paulo

Paulo, na verdade, não pegou um caminho inverso, mas retornou às suas origens, para, aí sim, poder trilhar um caminho que o levaria à meta do ser humano. Ou seja, viemos de Deus e voltaremos para Deus, como canta a liturgia da Igreja, que temos uma origem divina e um destino divino.

Falar de destino aqui, nada tem a ver com predestinação na qual não temos escolha, e que somos por Deus "escravizados ou condenados" a este destino, ou seja, estaríamos presos neste mundo esperando essa condenação predestinada. Na verdade, quando a Igreja diz de "destino divino", ela fala justamente que, um dia, pouco tempo depois da nossa morte, quando nosso corpo ainda estiver quente, nós já estaremos diante do Justo Juiz, Nosso Senhor Jesus Cristo, para sermos, por Ele julgados. Neste sentido, entende-se que saímos de Deus, nossa origem divina, pois por Ele fomos criados, e um dia estaremos diante d'Ele, mas não mais aqui nesta terra, e sim no nosso destino divino, para que lá possamos ser julgados pela vida que tivemos enquanto membros deste mundo passageiro.

Paulo, naquele bendito dia em que cai do cavalo, fica cego e escuta a voz do Senhor dizendo: "Por que me persegues?", ele tem o seu encontro pessoal com Jesus, e isso o faz voltar ao caminho da sua origem divina, para que esse caminho o levasse ao seu destino divino, o encontro derradeiro com Jesus Juiz. Conversão, no sentido religioso, não acontece apenas com uma atitude moral de, isso pode, isso não pode; nem mesmo com leis e doutrinas a serem obedecidas; mas com um autêntico encontro pessoal com Jesus, como nos ensina Bento XVI na encíclica "Deus caritas est"(Deus é amor). Conversão como a de Paulo de Tarso é possível somente quando encontramos Aquele que nos criou (origem divina), o qual nos mostra a nossa meta, o Céu (destino divino).


Viva um caminho de conversão

Conversão é voltar à estrada que o pecado nos tirou. Conversão, como aconteceu com Paulo, é nos fazer ver Jesus no nosso caminho. Conversão é decisão de trilhar um caminho de vida, e não mais de morte como era antes o de Paulo. Conversão é saber ser criado por Deus, amado por Ele, e querer morar eternamente com Ele no Céu. Conversão é dizer com a vida, que estamos aqui somente de passagem, e que por isso, nada daquilo que é passageiro poderá roubar-me o Céu. Conversão é dizer, sou de Deus, pois dele eu vim, e um dia eu quero voltar definitivamente para Ele.



Padre Anderson Marçal

Anderson Marçal Moreira é padre da Igreja Católica Apostólica Romana. Natural da cidade de São Paulo (SP), padre Anderson é membro da comunidade Canção Nova desde o ano 2000. No dia 16 de dezembro de 2007, foi ordenado sacerdote. Estudou Teologia Pastoral Bíblica-Litúrgica na Universidade Salesiana de Roma. Autor de livros publicados pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/santos/como-aconteceu-o-processo-de-conversao-de-sao-paulo/

22 de janeiro de 2021

O amor de Deus pode superar tudo

Vivi a experiência de fazer desta afirmativa uma pergunta para mim mesma: "O amor de Deus supera tudo?".

Após um dia intenso de trabalho, encontrava-me um tanto indisposta fisicamente, com sono e dor de cabeça. Mesmo assim, preparava-me para dar uma pregação em nosso Grupo de Jovens, aqui na Canção Nova. Por um momento, fiquei em oração deixando que essa pergunta visitasse minha alma, depois, pude afirmar com convicção que o amor de Deus é maior que tudo, supera tudo.

Lembrei-me de várias situações difíceis que já vivi e foram superadas graças ao amor de Deus. Meu coração logo se encheu de confiança e coragem, então, vivemos uma experiência maravilhosa em nosso grupo!

Foto Ilustrativa: by Getty Images / palidachan

Só o amor de Deus nos fortalece

Na verdade, quanto mais cultivamos a presença de Deus em nós e recordamos Sua ação poderosa em nossa vida, quanto mais nos deixamos envolver por Seu amor, mais fortes nos tornamos diante das dificuldades ordinárias do dia a dia.

Deus nos ama concretamente. Concreto também deve ser nosso amor para com Ele. Jesus, em Sua Palavra, manifesta essa realidade quando Lhe perguntam qual seria o maior mandamento. A resposta d'Ele é clara e precisa: "Amarás o Senhor teu Deus, de todo coração, de toda tua alma, de todo teu entendimento e com todas as tuas forças…" (Marcos 12, 30). Amar a Deus, concretamente, é doar-se por causa de Seu Reino, como Ele doou Sua vida por nossa causa.


Deus nos ajuda a superar as tribulações

Na música "O amor de Deus", do Cleidimar Moreira, diz: "… mesmo diante dos problemas, se a dor te faz desanimar, saiba: caminhar com Ele vale a pena, o amor de Deus tudo vai superar…". É exatamente isso que posso testemunhar em minha vida. O amor de Deus supera tudo!

Hoje, é um novo dia, já não estou mais cansada, o sono se foi e a dor de cabeça também já passou. O amor de Deus, no entanto, continua ainda mais forte em meu coração! Não sei o que você vive hoje. Talvez, uma situação pior do que aquela que eu vivi, ou até esteja de bem com a vida. De uma coisa, porém, eu tenho plena certeza: Deus ama você do jeito que você está agora, e Seu amor é maior que tudo.

Tudo supera, tudo vai superar! Não se deixe levar pelas preocupações do momento: elas passam. Deixe-se levar pelo amor de Deus, que é eterno.



Dijanira Silva

Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN. Às sextas-feiras, está à frente do programa "Florescer", que apresenta às 18h30 na TV Canção Nova. É colunista desde 2000 do portal cancaonova.com. Também é autora de livros publicados pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/o-amor-de-deus-pode-superar-tudo/

20 de janeiro de 2021

Namoro e noivado não conferem direitos de casamento


Nem o namoro nem o noivado conferem ao rapaz e à moça direitos próprios de marido e esposa, de uma vida íntima com encontros sexuais, fruto de cega paixão e não de verdadeiro amor. Este é feito de respeito pela pessoa amada, é paciente, felicitante e somente florescendo em uma nova vida quando realizado o casamento e constituída a família.

Não é o que vem acontecendo com muita frequência nesses tempos de liberação sexual da mulher e de preservativos distribuídos à farta pelos governantes, ou adquiridos pelos namorados ou noivos.

É fato que, uma possível gestação antes do casamento marcará negativamente e para sempre a vida dos namorados e noivos. Particularmente, a da jovem que arcará com maior peso da gravidez, desejada ou não. Em tais casos, os pais têm sempre o dever de cercar as próprias filhas de amor, aconselhando-as a aceitar o filho que gestam no ventre.

Namoro e noivado não conferem direitos de casamento

Foto ilustrativa: PeopleImages by Getty Images

O tempo do namoro e do noivado

É de todo inconveniente que os jovens e seus pais precipitem ou obriguem seus filhos ao casamento. Além de poder ser nulo, por falta de uma livre decisão ou por imaturidade psicológica, com frequência serão casamentos destinados ao fracasso.

Sintetizando, diria que os anos e o tempo do namoro e do noivado devem levar os jovens muito mais à contemplação e ao encantamento mútuo, aos sonhos e planos, do que às intimidades, frutos de uma paixão sempre grave, que acabarão deixando profundas marcas em ambos, ou pelo menos na jovem, por toda a vida futura.

Sexólogos, psicólogos, pais ou amigos que pensam, dizem ou escrevem o contrário são irresponsáveis quando tudo permitem, dizendo para os jovens usarem preservativos, contraceptivos, os quais acabam subvertendo o plano de Deus e os valores que os adultos têm o dever de transmitir.


Ternura e Respeito mútuo

É incrível, mas lamentável, que pais moderninhos estejam abrindo os seus lares para encontros íntimos, sexuais, das próprias filhas com seus namorados, como dizem, um mal menor. Nada justifica essa irresponsabilidade dos pais, esquecidos dos próprios deveres em serem educadores dos que geraram para a vida, e apontando-lhes o reto caminho que devem seguir.

Um verdadeiro processo de educação para o amor e um casamento feliz têm origem no ventre materno, quando os filhos já sentem o acolhimento e a ternura que devem cercar o dom de suas vidas. É processo que acompanhará a todos, nos anos da primeira e segunda infância, da adolescência e juventude. Quando os filhos, menores ou maiores, sentem o amor e o respeito mútuo dos seus pais, além de terem uma ideia mais exata da paternidade do próprio Deus, percebem que também poderão constituir um lar digno e feliz.

Se as nossas paróquias, comunidades, movimentos juvenis, professores e mestras derem uma séria educação sexual para os adolescentes e jovens, estarão contribuindo para a formação de famílias bem constituídas e responsáveis, ajustadas ao belo plano de Deus.

Trecho do livro "O casal humano na Sagrada Escritura".



Denis Duarte

Denis Duarte especialista em Bíblia e Cientista da Religião. Professor universitário, pesquisador e escritor. Autor de livros publicados pela Editora Canção Nova.

Site: www.denisduarte.com
Instagram: @denisduarte_com
Facebook: facebook/aprofundamento


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/namoro/namoro-e-noivado-nao-conferem-direitos-de-casamento/

18 de janeiro de 2021

O silêncio de Nossa Senhora


Gostaríamos de saber mais da vida na terra de Nossa Mãe do Céu pelos Evangelhos, e Deus nos dá a conhecer o necessário, tanto durante sua vida na terra, como agora, vinte séculos depois, através do Magistério da Igreja, quando, com a assistência do Espírito Santo, desenvolve e apresenta os dados revelados. A Virgem não comunica nada a sua prima Isabel após a Anunciação. Porém, por revelação divina, esta penetra no mistério da encarnação. Nossa Senhora não manifestou o acontecido a José, e um anjo lhe informou em sonho sobre a grandeza de sua missão, e que Ela seria sua esposa.

No Nascimento de seu Filho, Maria silenciou, mas os pastores foram informados pelos anjos. Maria e José nada disseram a Simeão e Ana, a profetisa, quando, como casal novo, foram ao Templo apresentar o Menino. Nada comentou a seus parentes e amigos. Limitou-se a "guardar estas coisas, conservando-as em seu coração" (Lc 2, 51). Maria, mestra de oração, ensina-nos a descobrir a Deus, tão próximo de nossa vida, no silêncio e na paz de nosso coração.

O silêncio de Nossa Senhora

Foto ilustrativa: worradirek by Getty Images

O que podemos aprender com Nossa Senhora?

O silêncio é o clima que torna possível a profundidade do pensamento; o falar muito dissipa o coração e este perde preciosidades contidas em seu interior (F. Suárez, 'La Virgen Nuestra Señora'). O recolhimento de Maria é semelhante ao de sua discrição. A Virgem também guardou silêncio durante os três anos de vida pública de seu Filho. O entusiasmo das multidões, os milagres, não mudaram sua atitude. Jesus se dirige a nós de muitas maneiras, mas somente entenderemos sua linguagem num clima habitual de reconhecimento, de privação dos sentidos, de oração, de paciente espera.

O silêncio interior, o reconhecimento que deve Ter o cristão é plenamente compatível com o trabalho, a atividade social e a agitação que muitas vezes traz a vida. A mesma vida humana, se não estiver dominada pela correria, pela vaidade ou pela sensualidade, tem sempre uma dimensão profunda, íntima, um certo recolhimento que tem seu pleno sentido em Deus. É aí onde conhecemos a verdade acerca dos conhecimentos e o valor das coisas. Em um mundo de tantas informações externas necessitamos "da estima pelo silêncio" (Paulo VI, 'Alocução em Nazaré'). Da Virgem, Nossa Senhora, aprendemos a estimar a cada dia mais esse silêncio do coração, que não é vazio, mas riqueza interior, e que, ao invés de separarmo-nos dos demais, aproxima-nos mais a eles, a suas inquietudes e necessidades.


Francisco Fernández Carvajal


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/devocao-nossa-senhora/o-silencio-de-nossa-senhora/

15 de janeiro de 2021

O Rosário alcança graças de conversão e santificação


A maior graça que podemos desejar e pedir de Deus, depois de que O amemos sempre mais, é a graça da nossa conversão, mas é certo que não haverá amor a Deus sem a conversão a Ele. Assim sendo, é por meio da graça da conversão que virão todas as outras graças, inclusive aquela ainda maior e mais desejável que a própria conversão e santificação pessoal, que é o amor a Deus sobre todas as coisas.

Conta-se que, já ao fim de sua vida, Nosso Senhor apareceu a São Tomás de Aquino e lhe disse: "Tu falaste bem de mim, Tomás. Qual será a tua recompensa?". São Tomás respondeu: "Nada mais do que Tu, Senhor!". Deus em Si mesmo é o maior e o melhor que podemos desejar. E tal desejo não se dá sem uma profunda conversão, uma mudança de rumo, um caminhar contínuo em direção a Ele.

A conversão é um processo que dura toda a vida, mas consta de duas etapas ou momentos distintos: uma experiência fundamental e uma realidade contínua.

O Rosário alcança graças de conversão e santificação

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

A conversão é uma experiência contínua

A experiência fundamental trata-se daquela que determina a mudança de rumo na vida, e na História temos inúmeros exemplos: a visita de Jesus a Zaqueu; o chamado de Mateus na coletoria de impostos; a libertação de Madalena dos sete demônios; a queda de São Paulo no caminho de Damasco; a visão que Santo Agostinho teve no jardim; a leitura do Evangelho na prisão por São Francisco; a ferida na perna de Santo Inácio de Loyola; e muitíssimos outros testemunhos. Tratam-se de momentos determinantes que mudam completamente os rumos da vida de quem fez tal experiência.

Em si, experiência que faz determinar a mudança (um milagre, uma visão, um acontecimento etc.) é um impulso, todavia a transformação tende a se tornar realidade no decorrer da nova vida que se abraça dali por diante. Assim se faz ver que a conversão é também um processo contínuo, pois trata do caminho empreendido a partir daquele momento fundamental (ou inclusive de mais de um momento fundamental: por exemplo, São José de Calasanz, Santa Tereza D'Ávila, Santa Tereza de Calcutá etc.) e que dura exatamente até o último suspiro, como bem lembrou São Luís de Montfort em suas últimas palavras antes da morte: "Minha carreira terminou; não pecarei mais." Porque esta vida será sempre um grande combate contra o pecado e busca de santificação, e estas são grandes marcas da conversão.

Oração do Rosário

A oração do Rosário é importantíssima em relação aos dois momentos ou etapas de conversão, antes de tudo, para que se prepare e aconteça o momento fundamental, caso ainda não tenha ocorrido. É como a chuva torrencial que prepara a terra para a semeadura. O momento fundamental é sempre Deus que o faz acontecer como quer, onde quer e a hora que quer; ao homem basta deixar a brecha para a ação da graça. O Rosário é instrumento eficaz a fim de consolidar o processo de conversão quotidianamente e até o fim da vida. Esse será um processo de combate, sem dúvida, e por vezes ferrenho, mas também, e certamente, de progresso nas virtudes e santificação pessoal mediante a graça.

São Paulo sentiu a tensão que há entre o homem velho e o homem novo: "Não entendo, absolutamente, o que faço, pois não faço o que quero; faço o que aborreço" (Rm 15,7). Portanto, trata-se de um combate, que é constantemente travado no interior daquele que decidiu, não sem a graça, empreender o caminho da vida nova. E mais, não só em razão de combater o pecado, mas o risco de também esvaziar as ações cristãs. São Mateus deixou-nos as palavras de Nosso Senhor a respeito da exigência da conversão traduzida em vida: "Nem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor' entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos Céus" (Mt 7,21).

Assim sendo, aquele que precisa ou deseja conversão deve rezar o Rosário, que há de prepará-lo e impulsioná-lo. E aquele que já tendo iniciado tal caminho deve também rezá-lo, a fim de que a mesma conversão se consolide cada vez mais, de luta em luta, de vitória em vitória e, se houver queda, para que o mesmo Rosário infunda arrependimento, confiança e ânimo para levantar imediatamente e continuar caminhando.

A respeito desse caminho ou viagem cabem as palavras do padre Lagrange, para auxiliar e confirmar a reflexão a respeito do quanto o Rosário nos envolve do início ao fim. Diz ele: […] em nossa viagem para Deus: contempla-se primeiro o fim último, e daí o desejo da salvação e a alegria que acompanha esse desejo; é isso que nos recordam os mistérios gozosos, a Boa-Nova da Encarnação do Filho de Deus, que nos abre o caminho da salvação. Devem tomar, em seguida, os meios frequentemente dolorosos para a libertação do pecado e a conquista do Céu. É oque nos inspiram os mistérios dolorosos. Repousa-se, enfim, no fim último conquistado, na vida eterna, da qual a vida presente deve ser o prelúdio. É o que nos fazem antever os mistérios gloriosos. O Rosário […] nos toma em meio às nossas alegrias, demasiada humanas, às vezes perigosas, para nos fazer pensar naquelas muito mais altas da vinda do Salvador. Toma-nos também em meio aos sofrimentos, frequentemente irracionais, às vezes esmagadores, quase sempre mal suportados, para nos recordar de que Jesus sofreu muito mais do que nós, por amor a nós e para nos ensinar a segui-Lo, carregando a Cruz que a Providência escolheu para nos purificar. O Rosário, enfim, nos toma em meio às nossas esperanças, demasiada terrenas, para nos fazer pensar no verdadeiro objeto da esperança cristã, na vida eterna e nas graças necessárias para alcançar a realização dos grandes preceitos do amor de Deus e do próximo. (LAGRANGE, 2017, p. 245).


Conversão e santificação

O Rosário é potente instrumento de conversão e santificação graças à intercessão de Nossa Senhora, que faz com que tais graças nos envolvam. Antes de tudo porque Ela não teve pecado; foi "cheia de graça" desde o primeiro instante de sua Conceição Imaculada! Por isso, Ela tem pena de nós pecadores e sempre vem em nosso auxílio quando a invocamos. Ela nos vê a partir de Deus, e quer para nós o que Deus, em Seu infinito amor, quer; além disso, colabora com os desígnios divinos para que aconteça a nossa salvação.

Ordinariamente o processo de conversão é lento e demorado, requer muita humildade, paciência e confiança. O Rosário, pela sua própria constituição e pelas graças que lhe são anexas, contribui muito para a aquisição e vivência dessas virtudes tão especiais na vida cristã: humildade, paciência e confiança. Ainda mais por intermédio do precioso e valoroso patrocínio de Nossa Senhora. Como nos mostra o episódio da vida do Beato Alano, que, à beira do desespero, recebe da Virgem um tapa no rosto e a seguinte repreensão: "Por que não me chamaste, miserável? Eu teria te ajudado!". Mesmo se corrermos o risco do desespero, desânimo ou ansiedade, mas tivermos sido seus devotos, Ela não deixará de nos socorrer. O Rosário bem rezado e meditado assegura que Ela, de qualquer
modo, sempre materna e firme, intervirá.

Nossa Senhora disse, posteriormente, ao Beato Alano: "Aquele que, com devoção, rezar meu Rosário, considerando os mistérios, não se verá oprimido pela desgraça nem morrerá morte desgraçada; se converterá, se é pecador;  perseverará nas graças, se é justo; e em todo caso será admitido na vida eterna." — essa ficou conhecida como a sexta promessa do Rosário feita por Nossa Senhora.

Devoção ao Rosário

De fato, muitas são as ameaças que podem se abater sobre a vida no caminho de conversão. A promessa, todavia, assegura que o Rosário não permitirá que a desgraça oprima o fiel devoto nem na vida nem na hora da morte. Assegura, ainda, a conversão daquele que está no pecado, mas que se dispõe a rezar o Rosário. E mais: assegura inclusive a perseverança nas graças e a vida eterna. Essa promessa confirma o poder que tem o Rosário de alcançar a conversão e santificar aqueles que o rezam fielmente.

O primeiro anúncio de Jesus sobre o Reino de Deus foi: "Convertei-vos e crede no Evangelho!" (Mc 1,15b). Ora, a entrada e a permanência no Reino se faz mediante a conversão e a adesão de fé ao Evangelho. O Rosário assegura essa correspondência ao anúncio de Nosso Senhor. É uma adesão de fé que impõe comportamento. Vejamos as palavras do padre Lagrange (2017, p. 244–245) sobre o Rosário: é todo o Credo que passa diante de nossos olhos, não é um modo abstrato, por meio de fórmulas dogmáticas, mas de um modo concreto pela vida de Cristo, que desce até nós e sobe a seu Pai para nos conduzir a Ele. É todo o dogma cristão em sua elevação e seu esplendor, para que possamos assim todos os dias penetrá-lo, saboreá-lo e com ele alimentar a nossa alma. […] É também [uma oração] muito prática, porque nos recorda toda a moral e a espiritualidade cristã vistas do alto, pela imitação de Jesus Redentor e de Maria Medianeira, que são nossos grandes modelos. Esses mistérios devem, com efeito, reproduzir-se em nossa vida, na medida desejada para cada um de nós pela divina Providência. Cada um deles nos recorda uma virtude, sobretudo a humildade, a confiança, a paciência e a caridade.

Tão importantes são a conversão e a santificação que ainda há outras promessas que tocam diretamente uma e outra. A primeira promessa diz: "A quem me sirva, rezando diariamente meu Rosário, receberá qualquer graça que me peça." Mostra que o Rosário é como um serviço fiel e generoso que o súdito presta à sua rainha, cujos benefícios, todavia, são todos revertidos da Rainha para o súdito. Faz ver ainda que a conversão deve ser pedida, pois é uma graça que, como vimos, possibilita a aquisição de muitas outras. Mais do que esforço pessoal à conversão e à santificação pessoal, é puro dom da graça. O Rosário é instrumento eficaz para recebê-lo.

A segunda promessa assegura da parte de Nossa Senhora: "Prometo minha especialíssima proteção e grandes benefícios aos que devotamente rezarem meu Rosário". Num combate em que são sempre desferidos dardos inflamados pelos inimigos faz-se necessária poderosa proteção. O Rosário é poderosa proteção para quem o reza fiel e devotamente. E as necessidades no decorrer da vida, principalmente em relação à salvação, podem ser muitas, por isso igualmente grandes serão os benefícios, conforme a ordem da Providência. A quarta promessa diz: o Rosário fará germinar as virtudes; este também fará que seus devotos obtenham tudo da misericórdia divina; substituirá no Coração dos homens o amor do mundo pelo amor por Deus e os elevará a desejar as coisas celestiais e eternas.

Misericórdia

Quantas almas por esse meio se santificarão! E a última promessa complementa: "A devoção ao santo Rosário é um sinal de predestinação à glória".

Por fim, é preciso dizer que é importantíssimo rezar o Rosário pelos pecadores, dentre os quais os primeiros da lista somos sempre nós mesmos, mas também pregá-lo, ensiná-lo, difundi-lo, distribuí-lo, aconselhá-lo vivamente aos que perderam a esperança que comecem a rezá-lo o quanto antes e que não deixem de rezá-lo. E aqueles que se encontram no caminho de conversão que o rezem ainda com maior fervor, para alcançarem a santificação pessoal. O Rosário é caminho seguro!

Trecho extraído do livro "O poder do Rosário", do padre Alexandre L. Alessio, CR


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/o-rosario-alcanca-gracas-de-conversao-e-santificacao/