31 de julho de 2015

O que é ser católico?

Conhecer o significado de ser católico é enraizar-se ainda mais no cristianismo 

Um jovem me fez essa pergunta. Disse que há algum tempo está em crise de fé e tem buscado a solução em igrejas evangélicas. Em uma delas, ao se confessar católico, ouviu dizer que a palavra "católico" nem sequer está na Bíblia. Pedi que ele abrisse a sua Bíblia no Evangelho de Mateus, capítulo 28, versículos 18b-20. ""É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.""

O que é ser católico

Você percebeu que fiz questão de colocar em negrito uma palavrinha que aparece de modo insistente no texto: "TODO". Jesus tem todo o poder; devemos anunciá-Lo a todos os povos, guardar todo o ensinamento d''Ele na certeza de que estará todos os dias conosco. Essa ordem de Cristo foi levada muito a sério pelos discípulos. Em grego, a expressão "todo"" pode ser traduzida por "Kat-holon". Daí vem a palavra "católico" (em grego seria: Καθολικός). Ao longo do primeiro e segundo séculos, os seguidores de Jesus Cristo começaram a ser reconhecidos como "cristãos" e "católicos". As duas palavras eram utilizadas indistintamente.

Ser católico já significava "ser plenamente cristão". O Catolicismo, portanto, é o Cristianismo na sua "totalidade".

É a forma mais completa de obedecer ao mandato do Mestre antes de sua volta para o Pai. O mesmo mandato pode ser lido no Evangelho de Marcos 16,15: ""Ide e pregai o Evangelho a toda criatura"". Há, portanto, uma catolicidade vertical, que é ter o Cristo todo, ou seja, ser discípulo; e uma catolicidade horizontal, que é levar o Cristo a todos, ou seja, ser missionário. Isso é ser católico: totalmente discípulo, totalmente missionário, totalmente cristão!

Ao que tudo indica, o termo "católico" se tornou mais popular a partir de Santo Inácio de Antioquia (discípulo de São João) no ano 110 d.C. Pode significar tanto a "universalidade" da Igreja como a sua "autenticidade". Quase na mesma época, São Policarpo utilizava o termo "católico" também nesses dois sentidos. São Cirilo de Jerusalém (315-386), bispo e doutor da Igreja, dizia: "A Igreja é católica porque está espalhada por todo o mundo; ensina em plenitude toda a doutrina que a humanidade deve conhecer; conduz toda a humanidade à obediência religiosa; é a cura universal para o pecado e possui todas as virtudes" ("Catechesis" 18:23).

Veja que já estão bem claros os dois sentidos de "católico" como "universal e ortodoxo". Durante mil anos os dois significados estiveram unidos. Mas, por volta do ano 1000, aconteceu um grande cisma, que dividiu a Igreja em "Ocidental e Oriental". A Igreja do Ocidente continuou a ser denominada "católica" e a Igreja do Oriente adotou o adjetivo de "ortodoxa". A raiz as duas palavras remetem ao significado original de Igreja: "autêntica".

A Igreja católica reconhece que cristãos de outras Igrejas podem ter o batismo válido e possuir sementes da verdade em sua fé. Porém, sabe que apenas ela conserva e ensina, sem corrupção, TODA a doutrina apostólica e possui TODOS os meios de salvação.

Devemos viver e promover a sensibilidade ecumênica favorecendo a fraternidade com os irmãos que pensam ou vivem a fé cristã de um modo diferente. Mas isso não significa abrir mão de nossa catolicidade. Quando celebramos a Eucaristia, seguimos à risca a ordem do Mestre, que disse: ""Fazei isso em memória de mim!"." A falta da Eucaristia deixa uma grande lacuna em algumas Igrejas. Um pastor evangélico, certa vez, disse-me que gostaria de rezar a Ave-Maria, mas, por ser evangélico, não conseguia. Perguntei por quê? Ele disse que se sentia incomodado toda vez que lia o "Magnificat" em que a Santíssima Virgem proclama: "Todas as gerações me chamarão de bendita" (Lc 1,48).… E se questionava sobre o porquê de sua geração tão evangélica não fazer parte desta geração que proclama Bem-aventurada a Mãe do Salvador!

Realmente, ser católico é ser totalmente cristão!


Padre Joãozinho, SCJ

Padre da Congregação do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos), doutor em Teologia, diretor da Faculdade Dehoniana em Taubaté (SP), músíco e autor de vários livros.

http://blog.cancaonova.com/padrejoaozinho/


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/historia-da-igreja/o-que-e-ser-catolico/

29 de julho de 2015

A influência dos avós na educação dos netos

Hoje, os avós têm um papel importante na educação dos netos diante da realidade dos pais trabalharem fora 

Aqui em casa há uma placa que ganhei da minha irmã: "Na casa dos avós tudo pode". No início pensei que seria deseducador, mas, com o tempo, senti que os meus netos se sentiam orgulhosos com o grau da sua importância para nós. Tudo pode quando eles vêm apenas para passear e não temos a função de educá-los; justamente por isso, fica fácil ser conselheiro, companheiro e contribuir para o desenvolvimento emocional e espiritual. O "domingo" para os netos é dia de diversão, quando podem experimentar e misturar alimentos, tais como batata com leite condensado e comer apenas arroz, porque é o que gostam, mas sem valor nutritivo.

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Daniel Mafra/cancaonova.com

Num mundo conturbado, onde os pais precisam trabalhar para garantir o "melhor" para seus filhos, muitos avós assumem a responsabilidade de ficar com os netos durante a jornada de trabalho de seus filhos.

O tempo de convivência diária e o tipo de relação definem a forma de relacionamento. A responsabilidade cotidiana tem uma forma de tratamento diferente de quem ajuda temporariamente, porque, nesses casos, os avós assumem o papel de educadores. É preciso também ter regras diferentes, para os casos de apoio enquanto os pais trabalham ou quando os avós assumem integralmente a responsabilidade parenteral, em caso de morte ou abandono dos pais.

Para os avós, os efeitos positivos  dessa convivência é que rejuvenescem, sentem-se alegres, reencontram sua utilidade e objetivos de vida. Os efeitos negativos aparecem quando se sentem explorados e sobrecarregados física e economicamente. Em alguns casos, os conflitos entre modelos educacionais causam crises entre os pais e avós, que requer um diálogo para definir as bases da educação.

Para estudar ou trabalhar, deixar os filhos com pessoas que confiam, com laços de parentesco e de amor, propicia tranquilidade na maioria dos casos. Os impactos negativos surgem quando as culturas das famílias são muito diferentes e conflitantes ou por imaturidade dos avós que querem competir com os pais pelo amor da criança.

As crianças são beneficiadas, porque convivem com gerações diferentes, aprendem a valorizar os idosos, mantém o sentimento de pertença familiar, sentem facilidade de negociação com os avós, pois teoricamente pela idade já estão mais maduros para definirem as prioridades do que podem ceder ou não. Os estudos mostram que os avós, mesmo que não possuam formação escolar adequada, fornecessem valores sólidos, apoio emocional e se esforçam para garantir a felicidade dos netos, o que impacta positivamente na vida escolar e afetiva deles. Por outro lado, é preciso um alerta para não ter uma educação permissiva, conflitiva, mimada ou de compensação pela falta dos pais.


Quando os avós dividem com os pais a responsabilidade pela educação, alguns cuidados precisam ser tomados, tais como, definir em conjunto a rotina infantil, respeitar os princípios educacionais dos pais, não criticar os pais diante das crianças. Alguns pais se preocupam se os avós podem deseducar netos, a resposta é sim quando: eles não cumprem o seu papel de pais, os avós discordam e agem diferente dos princípios dos pais e estes não encontram disponibilidade de tempo para introjetar os valores e comportamentos que acreditam serem certos.

Em síntese, nesta convivência entre avós e netos, a família pode se beneficiar se as crianças percebem os pais como responsáveis pela educação e o acolhimento, e os avós como apoiadores que oferecem carinho. Entretanto, pode ser prejudicada quando, nesta relação, existe conflito de papéis e princípios, disputa de poder e falta de amor. É preciso discernimento para os avós estarem perto quando precisam e longe quando pais e filhos estão num momento que pertence só a eles. Ou seja, aquilo que ficar combinado num diálogo franco terá de ser cumprido para não sair caro para a família no final.



Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais.

Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/a-influencia-dos-avos-na-educacao-dos-netos/

27 de julho de 2015

Como podemos nos proteger dos ataques do inimigo?

Necessário é lutarmos contra tudo aquilo que nos afasta do amor de Deus

Certa manhã, uma criança se aproximou de seu avô e lhe perguntou: "Vovô, dentro do meu coração mora um lobo e uma ovelha. Qual dos dois vai crescer? E seu avô respondeu: !Vai crescer aquele que você alimentar".

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Dentro de nós residem também um lobo e uma ovelha. O lobo se alimenta de nossos pecados e a ovelha da nossa santidade. No entanto, todos os dias, somos influenciados pelas forças do mal que tentam nos afastar do amor de Deus. O inimigo é perspicaz e age silenciosamente nas fontes do sentimento: o coração. Nesse silêncio, o inimigo busca alimentar nosso lobo interior, levando-nos a dizer 'sim' ao pecado. O pecado alimenta o mal em nós. Contudo, sempre teremos a liberdade de dizer 'sim' ou 'não' diante de um ataque do inimigo. As Sagradas Escrituras nos orientam para vencermos as guerras do terrorismo espiritual que o inimigo tenta implantar em nossa alma.

Necessário é lutarmos contra tudo aquilo que nos afasta do amor de Deus: "Façam morrer aquilo que em vocês pertence à terra: fornicação, impureza, paixão, desejos maus e a cobiça de possuir, que é uma idolatria" (Cl 3,5).

É preciso abandonar sentimentos, palavras e ações que desfiguram nossa identidade divina: "Agora, porém, abandonem tudo isso: ira, raiva, maldade, maledicência e palavras obscenas, que saem da boca de vocês. Não mintam uns aos outros" (Cl 3,8).

A busca pela santidade nos capacita a alimentar nosso coração com o amor aos irmãos: "Como escolhidos de Deus, santos e amados, vistam-se de sentimentos de compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência. Suportem-se uns aos outros e se perdoem mutuamente, sempre que tiverem queixa contra alguém. Cada um perdoe o outro, do mesmo modo que o Senhor perdoou vocês. E acima de tudo, vistam-se com o amor, que é o laço da perfeição" (Cl 3,12-14).

A busca pelas coisas do alto nos faz caminhar com o coração em Deus e os olhar de misericórdia para com os irmãos e irmãs: "A sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, pacífica, humilde, compreensiva, cheia de misericórdia e bons frutos, sem discriminações e sem hipocrisia" (Tg 3,17).

Silenciar diante de um ataque é o caminho para não alimentar a maldade no coração de quem busca criar guerras e divisões: "Sem lenha, o fogo se apaga; sem difamador acaba-se a briga" (Pr 26,20).

O caminho da vitória pela paz é reconciliar-se com seus sentimentos: "De onde surgem os conflitos e competições que existem entre vocês? Não vêm exatamente dos prazeres que guerreiam nos seus membros? Vocês cobiçam, e não possuem; então matam. Vocês têm inveja, e não conseguem nada; então lutam e fazem guerra. Vocês não recebem, porque não pedem; e vocês pedem, mas não recebem, porque pedem mal, com intenção de gastarem em seus prazeres" (Tg 4,1-3).

Tudo aquilo que diminui o outro em sua dignidade é um prato cheio de maldade para o lobo engordar a maldade que busca saciar-se com o desrespeito ao próximo: "Irmãos, não fiquem criticando uns aos outros! " (Tg 4,11).

Para vencer um ataque é necessário cultivar uma vida de oração alicerçada na Palavra de Deus. Nossa alma se alimenta daquilo que a ela oferecemos.

 


Padre Flávio Sobreiro

Padre Flávio Sobreiro Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP. Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre – MG. Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cambuí-MG). Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre – MG.

flaviosobreiro@yahoo.com.br


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/como-podemos-nos-proteger-dos-ataques-do-inimigo/

24 de julho de 2015

Qual o valor da amizade para Deus?

Os laços de amizade são tão fortes, que são estudados por filósofos, cientistas e representados nas artes

Na recente visita do Papa Francisco ao Paraguai, um dos eventos mais aguardados foi o Encontro com a Juventude, em Assunção. O Santo Padre ouviu relatos de três paraguaios: Liz, Orlando e Manuel. Diante do que ouviu, Francisco falou de maneira espontânea, colhendo ensinamentos para todos a partir da vida desses jovens. No entanto, vale a pena enfatizar alguns trechos do discurso preparado por ele, publicado pelo Vaticano, em seguida. "A amizade é um dos presentes maiores que uma pessoa, um jovem pode ter e pode oferecer. É verdade. Como é difícil viver sem amigos! Vede se esta não é uma das coisas mais belas que Jesus disse: 'Chamei-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai' (Jo 15,15)".

Qual o valor da amizade para Deus
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com 

Os laços de amizade são tão fortes, que são estudados por filósofos, cientistas e representados nas artes. No século quarto antes de Cristo, Aristóteles afirmava que a amizade é uma virtude essencial e necessária à vida. Na atualidade, o tema continua a ser fonte de análises. Estudo recente, de 2010, 'How Many Friends Does One Person Needs? Dunbar's number and other evolutionary quirks' (em tradução livre: 'Quantos amigos uma pessoa precisa? O número de Dunbar e outras peculiaridades evolucionárias'), afirma que biologicamente o ser humano é capaz de manter uma rede de 150 amigos. Diante de perfis de redes sociais que ultrapassam os três mil amigos, a lista de Dunbar pode parece pessimista. Pessoalmente, considero-a até otimista, já que meu hall de amizades soma ao máximo dez pessoas.

Quantas vezes me emocionei ao ouvir o hino à amizade que se tornou célebre na voz de Milton Nascimento! "Amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração. Assim falava a canção que na América ouvi. Mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir". Esses sentimentos expressados na música refletem nossas conexões com pessoas que podemos contar nos dedos e a quem definimos amigos.

O livro mais vendido do mundo, a Bíblia, é repleto de relatos sobre amizade. O fato de ser a Palavra de Deus, podemos considerá-la uma Carta de amor do Amigo de Céu, que toma a iniciativa de falar com Seus filhos. "E falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo", conforme vemos no capítulo 33, de Êxodo. Ainda no Antigo Testemunho, há relatos de amizade como Davi e Jônatas, que apesar de seu pai Saul perseguir e tentar matar Davi, foi fiel ao amigo (I Sm 18-20). Há ainda relatos sobre a presença amiga de anjos, como Rafael que acompanhou Tobias em uma viagem.

Presenças preciosas são os amigos. "Amigo fiel é refúgio seguro: quem o encontrou encontrou um tesouro. Amigo fiel não tem preço: é um bem inestimável. Amigo fiel é um elixir de longa vida: os que temem o Senhor o encontrarão. Quem teme o Senhor dirige bem sua amizade: como ele é, tal será seu companheiro" (Eclo 6, 14-17).

No Novo Testamento, a morte do amigo leva Jesus às lágrimas. O Evangelista João dedica um versículo ao evento da morte de Lázaro: "Então Jesus chorou" (Jo 11, 35). Talvez, a partir dessa experiência, Cristo afirma que "não há maior amor do que dar a vida pelo amigo" (Jo 15, 13).

Papa Francisco destaca ainda a necessidade de cultivarmos a amizade com Cristo. "Jesus nunca nos deixa caídos por terra. Os amigos se apoiam, fazem-se companhia, protegem-se. Assim procede o Senhor conosco. Serve-nos de apoio."

Ao longo da história, muitas pessoas percorreram o caminho de Jesus alcançando a santidade. Nesse caminho, foram presenteados com amigos como Clara e Francisco, Bento e Escolástica, Teresa e João. "Os Santos são nossos amigos e modelos (…), indispensáveis para quem sempre se olha a fim de dar o melhor de si mesmo", ensina. A amizade proposta por Jesus é verdadeira e nos proporciona a fazer mais amigos. "Contagiar com a amizade de Jesus, onde quer que esteja, no trabalho, no estudo, na noitada, por WhastApp, no Facebook ou no Twitter. Quando saem para dançar ou estão a tomar um bom tereré. Na praça ou jogando uma partida no campo do bairro. É aí que estão os amigos de Jesus", conclui o Papa Francisco.

Rodrigo Luiz dos Santos – Comunidade Canção Nova


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/amizade/qual-o-valor-da-amizade-para-deus/

22 de julho de 2015

Os tipos de namoro

Aprenda a identificar que tipo de namoro você quer ter

Quando queremos tomar um refrigerante, não basta dizermos "quero um refrigerante"! É preciso escolher também de que tipo queremos tomar. Assim acontece com um monte de outras coisas: pizza, sorvete, chocolate etc.
Os tipos de namoro
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Infelizmente, na vida nem tudo é perfeito. Já ouviu falar daquela história do "pode ser"? Digamos que você queira um tipo de refrigerante, mas como não tem o que você quer, o atendente lhe pergunta: "pode ser _ _ _ _ _"? Aí, você responde: "Pode ser". Porém, nossa conversa, hoje, não é sobre refrigerantes, mas sobre namoro. Que tipo de namoro você quer ter? Que tipo de namoro você tem?

Eis um "cardápio" com tipos de namoros:

  1. Namoro UFC – é só pancada! Eles vivem brigando.

  2. Namoro Fórmula 1 – é tudo muito rápido, também conhecido como namoro avançado. Nesse relacionamento, as pessoas podem se machucar muito, pois andam em altas velocidades afetivas. Muitas vezes, fazem coisas que somente as pessoas casadas fazem. Cuidado! Você pode se machucar.

  3. Namoro Agente Secreto – é aquele que ninguém pode saber. Geralmente, nós só escondemos aquilo que é errado. Pense nisso!

  4. Namoro Amnésia – namora uma pessoa só para se esquecer de outra. Ninguém merece, não é?

  5. Namoro Casa de Recuperação – fica com uma pessoa só para ajudá-la a sair das drogas. Você deve namorar alguém somente se for a pessoa certa, porque você não é casa de recuperação.

  6. Namoro Funcionário Fantasma – ele nunca aparece…

  7. Namoro Soqueira – estou usando você só para machucar alguém.

  8. Namoro Galinha – a pessoa fica com a outra só por "pena". É preciso que exista amor entre o casal, não pena.

  9. Namoro Catequista – a pessoa diz: "Vou ficar com ele só para levá-lo à Igreja (ou para Deus)".

  10. Namoro Revestimento Acústico – por fora, ninguém escuta nada; mas, por dentro, está um "barulhão". Então, é preciso conversar, dialogar e resolver as situações.

  11. Namoro "Dois Vs"  – porque "vai e volta" a toda hora.

  12. Namoro Tartaruga – eles estão juntos há mais de 10 anos, mas nada de se casarem. Deixe de enrolar!

  13. Namoro Patrão e Empregado – um vive mandando no outro. Em um relacionamento verdadeiro, é preciso aprender a se respeitar, decidir as coisas juntos.

  14. Namoro estrangeiro – vocês nunca falam a mesma língua.

  15. Namoro Home-hotel – transformaram a casa dos pais em um hotel. Isso acontece muito com os pais que dizem preferir que os filhos tenham sexo na própria casa, cujo ambiente é familiar e estão seguros e protegidos etc., etc. Protegidos dos ladrões? Talvez sim, mas será que estão protegidos contra um casamento infeliz? O que começa errado pode terminar certo?

  16. Namoro Conjugal – vivem como marido e mulher. Não confunda com o item acima (home-hotel), pois estes aqui não usam a casa dos pais.

  17. Namoro Filme de Terror – vive levando susto! Há situações de relacionamentos antigos que precisam ser resolvidos. Não pense que todos os relacionamentos são iguais!

  18. Namoro Jaula – depois que você entrou nele, não pode mais ver ninguém, pois ele o proíbe de estar com pessoas que já faziam parte da sua história antes dele chegar.

  19. Namoro Espaço Sideral – ele é sem limites. Aqui também se encaixa o famoso "namoro aberto", ou seja, a pessoa pode se envolver com outras pessoas e tudo bem!

  20. Namoro Virtual – acontece na internet. Todo mundo sabe! Um namoro pode até começar por aí, mas precisa evoluir. Usando uma linguagem tecnológica: faça uma "atualização" da sua relação.

  21. Namoro Carretel – é enrolado, viu? Cheio de complicações!

  22. Namoro Test-drive – vou dar umas voltinhas com você. Se gostar, eu levo.

  23. Namoro "Queridinho da sogra" – mesmo que alguns acreditem que isso é raro, há situações em que a mãe dele ama o genro ou a nora. No entanto, o próprio namorado… nada!

  24. Namoro Boia – só fica com você, porque não tem outra.

  25. Namoro Massagem – "é só pra relaxar"; não quer nada sério.

  26. Namoro Gula – está com o prato cheio, mas continua querendo mais. Se você já está com uma pessoa, porque ficar olhando para as outras?

  27. Namoro de Verão – é só por um tempo. "No próximo verão a gente continua…"

  28. Namoro Sanguessuga – rouba todo seu sangue, consome toda sua energia.

  29. Namoro Oficina Mecânica – só lembra de você quando está com problemas.

  30. Namoro de Negócios – está interessado no retorno financeiro que aquele relacionamento pode lhe trazer.

  31. Namoro Eclipse – é que assim ele não briga, porque tem ciúme até da sombra!

  32. Namoro "Eu acho" – porque eles "acham" que se amam ou que devem namorar, mas sem o verdadeiro amor esse relacionamento não deve ir muito longe. Você só tem uma vida. Não pense que ela é loteria.

  33. Namoro Ficção Científica – é tudo muito bonitinho, muito perfeito, mas, na realidade, as coisas são bem diferentes. Um relacionamento não pode se sustentar com mentiras. Algumas pessoas pensam que seu namorado só tem um, mas, depois, descobrem a 'ficção científica': ele tem outra em um cidade vizinha ou outro lugar… Enfim, um relacionamento sem confiança não é dos melhores.

  34. Namoro "Pode ser" – como não tenho o que eu queria, "pode ser" esse mesmo…

  35. Namoro santo ou namoro cristão – Esse, sim, é o bom! É verdade que, às vezes, esse "prato" demora um pouquinho mais para ficar pronto, mas não há problemas, porque esperar em Deus é, na verdade, a única forma de ver o tempo passar e saber que não o está perdendo; afinal de contas, a Palavra de Deus diz que "existe um tempo para cada coisa" (Ecl 3,1).

    Neste namoro, antes de perguntar ao seu coração sobre ele, pergunte ao coração de Deus. Não tenha pressa. "O apressado come cru", lembra? Além disso, nesse namoro, as pessoas confiam mais uma nas outras, porque Deus é o Senhor da relação e Ele está em todo lugar. No namoro santo, as pessoas dialogam, conversam, são amigas de verdade. Nesse relacionamento, eles não gostam de queimar etapas, não querem viver o namoro Fórmula 1 ou Espaço Sideral, eles vivem a castidade, que não é uma coisa ruim, uma "castração" como alguns pensam. Na verdade, castidade é como o fermento do bolo, sem ela o bolo do seu namoro vai ficar murcho, feio e não vai crescer.

Esse é o cardápio. Que tipo de namoro vai querer? Se você aceita o "pode ser" do refrigerante, espero que em relação ao namoro você faça uma escolha diferente. Neste momento, o garçom é Deus. "Pedi e recebereis" (Mt 7,7). Se ainda não fez o pedido, o que está esperando? E se já fez, é só esperar que já está vindo.

Deus o abençoe

Padre Sóstenes Vieira


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/namoro/os-tipos-de-namoro/

20 de julho de 2015

Qual é a diferença entre venerar e adorar?

Entender a diferença entre venerar e adorar é de suma importância para o nosso crescimento como cristãos

Adorar e venerar são duas formas de culto presentes na vida da Igreja. Embora elas sejam diferentes, muitos católicos fazem uma grande confusão entre as duas.

Qual a diferença entre venerar e adorar
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com 

Adoração é o culto que prestamos exclusivamente a Deus. "Adorar a Deus é reconhecê-Lo como tal, Criador e Salvador, Senhor e Dono de tudo quanto existe, Amor infinito e misericordioso. 'Ao Senhor teu Deus adorarás, só a Ele prestarás culto' (Lc 4, 8) – diz Jesus, citando o Deuteronômio (Dt 6, 13)" (Catecismo da Igreja Católica, n. 2096). A adoração é chamada de "culto de latria" (do grego latreou, que significa "adorar"). "Adorar a Deus é reconhecer, com respeito e submissão absoluta, o 'nada da criatura'" (idem, n. 2097).

Venerar é o culto prestado aos santos e às imagens e relíquias que os representam. Venerar significa honrar; é chamado de "culto de dulia" (do grego douleuo). Também recebe o culto de dulia a Palavra de Deus, ou melhor, os sinais da Palavra de Deus, especialmente a Sagrada Escritura, o evangeliário e o lecionário (esses últimos livros litúrgicos possuem partes da Palavra de Deus contida nas Sagradas Escrituras). Existe também o "culto de hiperdulia", que é prestado a Nossa Senhora.

A veneração, por sua vez, tem sentido quando se refere a honrar uma pessoa ou um objeto que nos remete a Deus. Claro, fora do âmbito religioso existe a prática de venerar e honrar pessoas, lugares, entre outros. Porém, a veneração, enquanto culto cristão, não tem outro sentido senão valorizar algo, um sinal que nos remete a Deus e Seu chamado de conversão a nós.

A veneração é um culto, muitas vezes, incompreendido pelos protestantes e evangélicos; e muitas vezes, a falta de conhecimento e formação de alguns fiéis católicos em nada ajuda esses nossos irmãos nesse sentido. Contudo, muitas vezes, mesmo sem o saber, eles também veneram sinais que os remetem a Deus, e nisso fazem confusão maior ainda.

Apegados à Antiga Aliança, os protestantes veneram os sinais próprios dessa fase da Revelação, como a Arca da Aliança, a menorah (candelabro de 7 velas), o Templo de Jerusalém, as pedras da Lei, entre outros. Essa contradição só não é mais evidente porque os grandes sinais da Antiga Aliança desapareceram. Mas a grande confusão de culto deles se dá em relação à Bíblia.

A Palavra de Deus a qual adoramos é Jesus, o Verbo Encarnado, Palavra eterna do Pai, Pessoa viva da Santíssima Trindade. A Sagrada Escritura é expressão inspirada e infalível dessa mesma Palavra, mas, mesmo sendo assim, não deixa de ser um livro. Que o leitor preste atenção nesta sutil, mas importantíssima diferença: a Bíblia é Palavra de Deus, mas a Palavra de Deus não é a Bíblia, a Palavra de Deus é Cristo. A Bíblia e seus conteúdos escritos – todos escritos em contextos históricos específicos, culturais, geográficos, sociais, entre outros – devem ser honrados por nós, venerados pelos cristãos.

A Palavra de Deus não pode se restringir a um livro, por mais sagrado que este seja. Essa confusão leva os protestantes a ter uma relação de adoração à Bíblia, o que os faz desprezar as outras fontes de Revelação que Deus deixou para a Sua Igreja. Essa confusão é muito mais nociva à fé do que a confusão feita pelos fiéis católicos com relação aos santos e suas imagens. Isso porque os protestantes o fazem por uma questão de conceito, enquanto os fiéis católicos que fazem essa confusão, fazem-na por ignorância.

Fica evidente a importância de compreender a relação que devemos ter com as coisas santas. Devemos cultuá-las, porém, da maneira correta. Que os erros não nos desanimem de prestar o devido culto a esses tesouros que Deus deixa no meio dos homens, para que, olhando para eles e os venerando, possamos encontrar a face d'Aquele que é o Único a quem nós adoramos.

 


André Botelho

André L. Botelho de Andrade é casado e pai de três filhos. Com formação em Teologia e Filosofia Tomista, Andrade é fundador e moderador geral da comunidade católica Pantokrator, à qual se dedica integralmente.
http://www.pantokrator.org.br

Contato: http://facebook.com/andreluisbotelhodeandrade


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/qual-e-a-diferenca-entre-venerar-e-adorar/

15 de julho de 2015

Oração para os amigos

Oração para os amigos

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Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Senhor, amigo dos pobres e sofredores,

Consolador das almas tempestuosas,

Médico da vida e mestre da sabedoria;

Venho hoje pedir a Tua proteção para meus amigos.

Olha por aqueles que vivem distantes fisicamente da minha presença,

Mas perto do meu coração e das minhas orações.

A geografia das distâncias não nos separou

Da ternura que cultivamos ao longo da vida.

Não permitas que eles se percam nos caminhos tenebrosos

E sê para cada um a luz a guiar suas escolhas.

Assim como visitaste tantos enfermos e devolveste

A eles a saúde e a vida em plenitude,

Olha com misericórdia por meus amigos enfermos.

Diante do sofrimento concedei-lhes a esperança da vida,

Fortalece cada coração na fé e na paciência.

Que eles encontrem na força da oração

O socorro consolador diante do desânimo e da aflição.

Perdoa, Senhor, minhas faltas contra meus amigos,

sei que por vezes fui egoísta e não ouvi os conselhos

Que poderiam ter evitado tantas situações perturbadoras.

Fiquei, muitas vezes, com raiva e isso fez muitos deles se afastarem de mim.

Que eu tenha a coragem de pedir perdão a todos quantos magoei,

E encontre junto deles a graça de ser perdoado.

Dá-me também a força libertadora de perdoar a quem um dia

Feriu minha alma com palavras e gestos.

Diante do Teu exemplo de amor,

Quero ser portador da paz e da reconciliação.

Amém!


Padre Flávio Sobreiro

Padre Flávio Sobreiro Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP. Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre – MG. Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cambuí-MG). Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre – MG.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/amizade/oracao-para-os-amigos/