31 de janeiro de 2014

O veneno da inveja

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Há diamantes querendo ser topázios

"Há poucos homens capazes de prestar homenagem ao sucesso de um amigo, sem qualquer inveja." (Ésquilo)

Não posso garantir que a frase acima é do autor em questão, mas uma coisa sei: ela carrega consigo uma verdade. Muitos se alegram com as dores do outro. Contraditório? Não. Quando alguém não consegue uma vitória que havia buscado, há uma solidariedade, por vezes, camuflada. Nem todos se alegram, mas é verdade também que nem todos se compadecem. É mais fácil ser solidário na dor do que se alegrar com as conquistas dos amigos. 


Um sorriso que não nasce dos nossos próprios lábios sempre é mais difícil de ser digerido. Bom mesmo é sorrir com nossas conquistas e ver o olhar do outro querendo consumir, em prestações, a nossa felicidade. Triste realidade de quem vive na dependência do consumismo alheio. Mais triste ainda é ver a inveja destruir amizades.


Há diamantes querendo ser topázios, no entanto, não compreenderam que o rubi nunca será uma esmeralda. Cada um é um no projeto singular da existência humana. Se Deus nos fez diamantes, ele irá, ao longo da vida, nos lapidar para que sejamos um diamante mais bonito, mas nunca deixaremos de ser diamante para nos tornarmos topázio. É preciso aceitar as nossas belezas e deixar que o outro seja tão belo quanto ele foi criado. Este processo leva tempo e requer maturidade e confiança na graça de Deus, que nos fez únicos para sermos luz no mundo.

A inveja, talvez, tenha sua raiz na incapacidade que uma pessoa carrega em si de fazer a diferença a partir de suas próprias capacidades. Quando o jardim do outro parece mais bonito do que o nosso próprio jardim, deixamos o cuidado do nosso tempo ao descuido, passamos a vida a contemplar as flores que não nos pertencem e deixamos as nossas morrerem secas pela inveja que não nos permite cuidar de nossa própria vida.

Ser invejoso deixa, sim, os olhos grandes de incapacidades, que poderiam se transformar em lindos jardins. Não é o elogio que faz o outro feliz, mas a capacidade que temos de cuidar de nossa própria vida e deixar que o outro siga seus próprios caminhos. Quem se preocupa demais com a vida alheia já não tem mais tempo de cuidar de suas próprias demandas existenciais, transformou sua vida no mito de Narciso; mas, em vez de contemplar sua própria face, enxerga sempre, no lago de seus pensamentos, o rosto da felicidade alheia. Perdeu seus olhos em um mundo que nunca será seu. O tempo usado para vigiar a vida do outro seria muito mais bem aproveitado se cuidasse de suas próprias fragilidades humanas.


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Padre Flávio Sobreiro

Padre Flávio Sobreiro Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP. Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre - MG. Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cambuí-MG). Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre - MG.
www.facebook.com/oficialpadreflavio
www.padreflaviosobreiro.com


Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=13432#.UutqSkcuU4M

28 de janeiro de 2014

Coração e educação

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Corações educados crescem em sabedoria e graça

Pascal, pensador do século XVII, afirmava que “o coração tem razões que a própria razão desconhece: percebe-se isso de mil modos (...)”. Esta sua afirmação tornou-se célebre. O que entendia o pensador por coração? Teria este alguma relação com o grande e nobre desafio da educação?

O coração é um órgão vital do corpo humano, muito estudado, acompanhado e cuidado. A arte médica realizou muitas conquistas no tocante ao cuidado deste órgão vital. No entanto, o coração humano tem conotação mais ampla: é considerado a sede dos sentimentos, expressão da intimidade do ser humano, centro das grandes decisões existenciais e da vida. Para além de considerações fisiológicas, queremos centrar a atenção para aquilo que ele representa.

Podemos dizer que o coração representa o horizonte no qual o ser humano pode atingir o conhecimento de si, de seus sentimentos, de suas paixões, de seus impulsos, tendências, desejos e valores, de suas capacidades e aptidões. São aspectos da existência humana que ultrapassam a mera racionalidade; não são aspectos contrários à razão, mas mais profundos. Assim, o âmbito do coração recebe uma amplidão de possibilidades que está além da razão, sem ignorá-la; indica para experiências originárias de conhecimento! Nessa perspectiva, podemos identificar um horizonte de experiências, no qual a razão lógica não pode penetrar e que, todavia, toca dados objetivos autênticos, segundo uma ordem sua própria.

Tendo presente tais considerações, poderemos perguntar: o que a educação pode fazer pelo coração humano? No que ela pode cooperar para que esta dimensão decisiva da existência humana receba justas orientações para o desenvolvimento de uma existência humana verdadeiramente integrada e integradora? Como as instituições educativas abordam tais aspectos da existência humana, decisivos para o convívio social integrado, harmonioso e respeitoso?

Há, talvez, especialistas e técnicos na arte da educação que desconsideram tais afirmações e indicações. Haveria, talvez, daqueles que considerassem tudo isso tarefa exclusiva dos genitores, da família. Encontraremos outros ainda que, talvez, dirão que tudo isso nada tem a ver com educação... Será?

Certo é que encontramos tantas realidades em que respeito, valores, aptidões, desejos, sonhos, impulsos, regras, aspectos fundamentais do convívio humano civilizado são simplesmente transcurados, senão ignorados. E no empurra-empurra das responsabilidades, vemos um número crescente de pessoas sendo lançadas para as ‘periferias existenciais’.

Não resta dúvidas de que um número sempre maior de pessoas tem acesso à instituição escolar, pois cresceu o número daqueles que chegaram à universidade. Mas sob que condições? Quais seriam os resultados objetivos dessa realidade? Melhorou o convívio social? Vemos pessoas melhor formadas, mais bem informadas? Ora, informação não pode ser considerada sinônimo de formação. Quem, afinal, define o projeto sócio-educativo de um povo, duma nação? E para além de opiniões difusas, não é raro encontrar adolescentes analfabetos que há anos frequentam a instituição escolar; também não é raro encontrar pessoas que passaram pelo terceiro grau e que não conhecem regras básicas da língua madre. Também não é raro encontrarmos professores apavorados, reféns de grupos que agem impunemente; embora em alguns países eles possuem lugar social de destaque, são considerados mestres, gozam de respeito público! 

Corações educados, orientados, formados e informados crescem em sabedoria e graça diante dos demais e do Eterno!





Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)


Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=13425

24 de janeiro de 2014

Aprender a ser cristão

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Isso não se refere a um exercício intelectual

No batismo, recebemos o dom precioso da fé juntamente com a esperança e a caridade. Mas como tantas pessoas ficam apenas com o batismo e não se tornam cristãs na vida? Está claro que a recepção do batismo, por si só, ainda não garante a vivência cristã. Ninguém nasce cristão, mas aprende a sê-lo ao longo da vida.

No conceito comum, muitas vezes,  o “ser cristão” consiste no fato de ter sido batizado ou em alguma forma de pertença à Igreja. Talvez, na participação da Missa dominical? Na observância de algum rito, como fazer o sinal da cruz? No fato de evitar algum tipo de vício ou pecado? Há em tudo isso algo de verdadeiro, mas o ser cristão supõe algo mais, muito maior! Por isso, se queremos progredir na fé e nos tornarmos católicos maduros, precisamos considerar vários aspectos e implicações da vida cristã.

É difícil resumir, num breve artigo, todo o “aprendizado” da vivência cristã, do qual fazem parte o reconhecimento de Deus e o encontro com Ele; a “escuta” de Deus, que se dá a conhecer e ilumina nossa existência; a nossa resposta pela profissão de fé consciente e pela prática da fé por meio da vida moral; o cultivo da comunhão filial com Deus na celebração dos "mistérios da fé" e da oração; o testemunho cristão nas virtudes cristãs; sobretudo, o cultivo do amor fraterno e da retidão de vida, o esforço para a transmissão da fé.

É evidente que esse “aprendizado” não se refere a um mero exercício intelectual ou a um conhecimento conceitual. Lembremo-nos do que nos ensinou Bento XVI: a vida cristã não nasce de um raciocínio perfeito nem de um alto ideal moral, mas do encontro com Jesus Cristo, Filho de Deus Salvador. Não se trata, pois, de preparar cristãos “diplomados”, mas de formar discípulos de Cristo; aliás, este conceito vai muito bem para dizer quem o cristão deveria ser: um discípulo de Cristo, discípulo-missionário, como nos recomenda o Documento de Aparecida.

Todo o esforço de formação cristã, fundamentalmente, está voltado ao conhecimento de Cristo Jesus no dom do Espírito Santo e, por meio d'Ele, de Deus Pai, voltado também a “aprender sobre Deus”, por meio de Cristo, e a aprender d'Ele a viver a nossa relação com o Pai, com o próximo e com todas as coisas que nos cercam; aprender com Cristo o sentido da vida e a orientação que devemos dar a ela. Aprendemos a ser cristãos na companhia de Jesus, ouvindo-O e acolhendo Sua Palavra, olhando para Seu exemplo, seguindo Seus passos, compartilhando Seus sentimentos... Enfim, trata-se de uma experiência enriquecedora, movida pela fé.

Em nossa Arquidiocese, em São Paulo, propomo-nos a trabalhar, ao longo de 2014, a “iniciação à vida cristã” como urgência pastoral. Como se aprende a ser cristão? Como se ensina a ser cristãos? A quem compete fazer isso? Em qual fase da vida deve ser iniciado esse processo? Qual é o papel dos pais católicos, da comunidade de fé, dos ministros da Igreja, de cada um em particular?

Sobre tudo isso há muito a se dizer. A ação pessoal de cada católico, na missão de introduzir os irmãos no caminho da fé, é importante; mas temos a consciência de que essa missão compete, por excelência, à comunidade eclesial, que acolhe, acompanha, ampara e estimula seus membros no caminho da fé.

Para a realização desse trabalho, seguiremos a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium – “A Alegria do Evangelho”, do Papa Francisco; as Diretrizes Gerais da CNBB, bem como o nosso 11° Plano de Pastoral Arquidiocesano.

Que a graça de Deus nos acompanhe!

 

Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 14.01.2014



Card. Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo


Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=13427

23 de janeiro de 2014

"Presente de Deus", diz Papa Francisco sobre a internet

Por Nilton Kleina
Fonte: www.tecmundo.com.br/49488--Presente-de-Deus-diz-Papa-Francisco-sobre-a-internet.htm 


Discurso a favor da comunicação fala sobre abismos sociais e uso de redes para aproximar pessoas 

 (Fonte da imagem: Reprodução/Agência Brasil)

O Papa Francisco liberou um discurso em homenagem ao "Dia Mundial da Comunicação Social" da Igreja Católica, celebrado anualmente pelo Vaticano. E, ao contrário do que muita gente esperava, ele elogiou bastante os meios de comunicação atuais – inclusive a internet.

"Hoje, vivemos em um mundo que cresce cada vez `menor` e onde, como resultado, é bem mais fácil para todos nós sermos vizinhos", afirma o pontífice, que fala que isso nem sempre é bom: na atualidade, ampliamos o abismo entre ricos e pobres, mas isso pode mudar com as novas tecnologias.

É aí que ele cita a rede. "A internet, em particular, oferece possibilidades imensas de encontro e solidariedade. Isso é algo realmente bom, é um presente de Deus", elogia.

Mas ele está ciente de que ela está longe de ser perfeita e, ao mesmo tempo em que ajuda, pode ter o efeito contrário e apenas isolar. "A velocidade em que a informação é comunicada excede nossa capacidade de reflexão e julgamento, e isso não traz equilíbrio e formas próprias de autoexpressão", diz o papa, citando que "as pessoas escondem-se entre fontes de informação que só confirmam os próprios desejos e ideais, ou interesses econômicos e políticos".

Papa pop e antenado

Confira mais alguns trechos do discurso de Francisco mostrando que entende de internet e que quer utilizá-la para ajudar os fiéis:

  • "Quando a comunicação tem como fim predominante induzir ao consumo ou manipulação, é uma agressão violenta como a que sofreu o homem espancado por assaltantes e abandonado na estrada";
  • "Inclusive no contexto da comunicação, precisamos de uma Igreja que consiga levar calor, inflamar o coração".
  • "Não basta circular pelas `estradas` digitais, ou seja, só estar conectado: é necessário que a conexão seja acompanhada pelo encontro verdadeiro";
  • "A comunicação é uma conquista mais humana que tecnológica. Portanto, existe algo no ambiente digital que nos ajuda a crescer em humanidade e na compreensão recíproca?";
  • "Boa comunicação ajuda na aproximação, a conhecer-nos uns aos outros melhor e, por último, a crescer em unidade".

A fala completa pode ser acessada por este link.

Casais em crise

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Ninguém mais escuta ninguém. Acabou a comunicação

"Acabou!" Com essa breve observação, muitas pessoas descrevem o fim de seu casamento. Por trás desse verbo há crises, sofrimentos, desabafos e, não poucas vezes, brigas infindas. Em que lugar foram enterrados os sorrisos do dia do casamento e as promessas de fidelidade ditas em "até que a morte nos separe"? Em que fase da vida se desvaneceu a certeza de que "ninguém será mais feliz do que nós dois"? Como entender a amargura que tomou conta de um relacionamento que parecia tão feliz?

Nenhum casamento termina "de repente". Especialistas matrimoniais constatam que, normalmente, o caminho da desintegração tem quatro etapas profundamente interligadas, isto é, cada etapa prepara e, praticamente, condiciona a seguinte.

Na primeira, começam a surgir comentários negativos, um a respeito do outro. Mais do que se queixar do esposo ou da esposa (a queixa refere-se a um comportamento específico), multiplicam-se críticas que são sempre abertas, indeterminadas, gerais: "Você é um chato!"; "Você está cada vez mais insuportável!". Há aqueles (ou aquelas) que sofrem calados, não aceitam o comportamento do companheiro, mas não verbalizam sua insatisfação. O problema é que vão acumulando raiva em seu coração. Quando resolvem falar, não medem as palavras. As agressões – verbais ou de fato – parecem ser de inimigos mortais. Agora, o importante é humilhar o outro para ficar claro que não há mesmo possibilidade alguma de reconciliação.

Para não se chegar a esse ponto, é preciso cultivar o diálogo. Mais do que escutar o outro, é importante ter a capacidade de colocar-se no lugar dele para ver o problema "do outro lado". Um casal me confidenciou que, ao se casar, tomaram uma decisão que marcou a vida deles: prometeram um ao outro que jamais dormiriam sem, antes, solucionar os problemas que pudessem ter surgido entre eles durante o dia. "Solucionar", no caso, significava cultivar o perdão como atitude habitual. O perdão será menos difícil se cada um, em vez de atacar o outro de forma generalizada, chamar à atenção do cônjuge para erros concretos e para comportamentos que precisam ser corrigidos.

Na segunda etapa, cresce o desprezo pelo outro. Desprezar é uma forma de ignorar, de insultar e ferir. O desprezo vem sempre acompanhado da implicância, dos insultos, da ridicularização. O objetivo a alcançar é a destruição do outro. O importante é sair vencedor.

Só se supera essa etapa quando, ao menos um dos dois, aceita não ver o outro como um inimigo, e passa a acreditar que não precisa provar que é o mais forte. "Quando estou fraco, então é que sou forte" (2Cor 12,10), diria o apóstolo Paulo.

Na terceira etapa, quem foi a vítima do desprezo começa a se defender. Impõe-se a ideia de que a melhor defesa é o ataque. Ninguém mais escuta ninguém. Acabou-se a comunicação.

Consegue-se mudar essa situação somente com a disposição de escutar o outro, de prestar atenção nele, demonstrando que ele é importante.

Na quarta etapa, domina o mutismo. Um dos dois passa a ficar em silêncio, talvez até com o desejo de não piorar a situação. Mas não é por aí que se soluciona o problema. É preciso, sim, deixar claro que se está escutando o outro. Ninguém consegue ficar indiferente diante de uma pessoa que lhe dá atenção. Escutar e prestar atenção com um coração pronto a acolher é uma maneira de criar pontes de diálogo e de perdão, pontes de comunhão.

Por fim, o que poderia ter sido escrito no começo: nos meus mais de quarenta anos a serviço da Igreja, atendendo a inúmeros casais, nunca encontrei um casal que rezasse diariamente, que colocasse Deus no centro de suas vidas e que tenha passado por crises matrimoniais insuperáveis. Para dizer isso de forma positiva, lembro a resposta que uma jovem me deu, quando lhe perguntei como estava a sua vida, já que havia se casado dois anos antes: "Meu marido sabe que eu amo a Deus mais do que a ele. Eu sei que meu marido ama a Deus mais do que a mim. A partir daí, tudo fica mais fácil e tudo se resolve sem grandes dificuldades".


Dom Murilo S.R. Krieger
Arcebispo de São Salvador (BA)


Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=13426

21 de janeiro de 2014

Pequenos gastos comprometem também seu orçamento

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Providência significa fazer bom uso daquilo que recebemos

No artigo 'Orçamento Familiar', falei um pouco sobre os passos necessários para observarmos melhor nosso orçamento, como envolver a família, saber o que precisa ser pago, eliminar as dívidas, fazer uma poupança, cuidar do dinheiro gasto sem controle e não encarar esta nova educação financeira como um sofrimento, mas, sim, como um alívio de muitas tensões.


As despesas "ocultas" revelam gastos que, somados, podem representar, por exemplo, o valor da entrada na compra de um imóvel, a economia para um curso, a poupança para o futuro, dentre outras coisas que gostaríamos de realizar.

Segundo estudos do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), o carro é a "terceira maior fonte de despesas de um brasileiro". Somados combustível, seguro, pedágio, IPVA e outros impostos, lava-rápido e estacionamento, uma pessoa pode gastar cerca de 17 mil reais ao ano. Claro que um automóvel facilita nossa vida, mas se estamos numa condição financeira difícil, adquiri-lo é algo que precisa ser pensado, uma vez que ele é um bem que mais rápido se desvaloriza.

Outro "ralo" para nosso dinheiro são as despesas com lanches na rua, como aquele cafezinho fora de hora. Ao comprar lanches, cafés, sanduíches, salgados e outros petiscos, fora do horário, podemos gastar, facilmente, cerca de 5 mil reais por ano. Parece assustador, mas aqueles 5 reais, por dia, podem nos levar a este assustador gasto.

São cálculos simples, mas que, se forem colocados no papel, podem representar uma economia de 150 reais por mês, ou seja, em 30 anos, teríamos cerca de 200 mil reais de reserva financeira para a aposentadoria, por exemplo. Tudo isso é uma questão de hábito e de prática. Às vezes, basta restringir os gastos com a aquisição de bens supérfluos ou deixar de fazer um gosto do filho, mas, claro, sempre de forma planejada. Dessa forma, muita coisa pode ser feita, e, certamente, sem o estresse do acúmulo de dívidas.

Outro dia, lendo alguns artigos, vi um desafio que achei bastante interessante e o deixo aqui como uma opção para você. Gostaria de economizar 1.378 reais até o fim deste ano, começando com 1 real? Que tal? Poderia ser um dinheiro para a viagem, para as despesas de fim de ano, para um curso que deseja fazer ou tantas outras possibilidades.

Vamos lá! Em 52 duas semanas, você vai poupar, começando por 1 real:

- na 1ª semana – 1 real

- na 2ª semana – 2 reais

- na 3ª semana – 3 reais

- na 51ª semana – 51 reais...


Anote tudo num caderno, numa planilha ou em qualquer outro lugar. Vá depositando esse dinheiro com fidelidade. Às vezes, guardar muito é complicado, mas guardá-lo aos poucos se torna mais viável.

Viver a Providência também significa fazer bom uso daquilo que recebemos como fruto do nosso trabalho e do nosso empenho diário.

Fica a dica. Um abraço! 

  

 

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Elaine Ribeiro
elaine.ribeiro@cancaonova.com

Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica e Organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova.
Blog: temasempsicologia.wordpress.com
Twitter: @elaineribeirosp 

17 de janeiro de 2014

Maria, modelo da Igreja servidora

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Que uma Igreja servidora dos homens seja alma de um país melhor

Maria quer nos recordar que o amor é o mais profundo e significativo sentimento, e que ele se expressa no serviço. Assim, mostra-nos, com seus exemplos, que a Igreja é e quer ser a servidora dos homens.


É fácil, falar de amor e caridade, mas muito difícil vivê-los, porque amar significa servir e servir exige renunciar a si mesmo. Se não fosse assim, estaríamos no paraíso, já que todos os homens e todos os cristãos estão de acordo em cantar as belezas do amor. Entretanto, continua havendo guerras, injustiças sociais, perseguições políticas no mundo. Isso acontece, porque amar e servir custam. O pecado original nos inclina a buscar sempre o próprio interesse, a querer dominar e estar no centro.

Mas o que é servir? Jesus mesmo explica: servir é dar sua vida pelos outros, é entregar-se aos demais. Servir é dar-se de si mesmo, entregando ao outro a nossa preocupação, nosso tempo e nosso amor.

Serve a mulher que passa, até tarde, a camisa que seu marido necessita ou que passa a noite junto ao filho enfermo. Serve quem desliga a televisão, durante a novela, para receber o vizinho e escutar seus problemas. Serve quem renuncia algumas horas de descanso para passear com seus filhos, para participar de uma reunião de trabalho.

A Igreja Servidora, A Igreja do Concílio se proclamou servidora do mundo e dos homens. Por isso, escolheu Maria como modelo desta atitude.

Nós, muitas vezes, cremos que estamos servindo a Deus, porque fazemos uma oração ou cumprimos uma promessa. Olhemos para Maria. Ela nos entrega toda sua vida para cumprir a tarefa que o Senhor lhe encomenda pelo anjo. Maria sabe, por meio do anjo, que seu Filho será o Rei do universo, e de Isabel só o seu precursor. Mas é ela quem corre até onde vivia sua prima; ela não busca pretextos por estar grávida e, assim, não poder arriscar-se numa viagem tão longa.

Quando o anjo lhe anuncia que ela será a Mãe de Deus, Maria compreende que esta vocação exige que ela se converta na primeira servidora de Deus e dos homens.

Sacrifício e serviço. Para poder construir um mundo novo, desejado de todos, é necessário muito espírito de Cristo e de Maria. Deve ser um serviço que busca, realmente, nossa entrega aos demais, e não nosso poder pessoal nem o domínio absoluto de nossa empresa ou partido.

Não queremos substituir uma classe dominante por outra, que traz novas formas de opressão. Sem este espírito, nem a Igreja nem o país serão renovados, mesmo que diminuam as diferenças sociais. Uma justiça que não vai acompanhada do amor serviçal é inumana, é uma justiça sem alma.

Peçamos a Ela que nos ajude a construir uma Igreja conforme sua imagem, uma Igreja servidora dos homens, que seja, realmente, a alma de um país melhor.


Padre Nicolás Schwizer