21 de outubro de 2010

A importância do tempo

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É necessário priorizar nossas atividades
O melhor presente é o tempo presente, por isso é preciso aproveitá-lo bem. Há uma ciência para utilizar o tempo. Não se trata de fazer as coisas correndo, mas de não desperdiçá-lo com coisas sem sentido.

Para viver bem é preciso saber usar o tempo; é nele que construímos a nossa vida. Cada momento de nossa existência tem consequências nesta vida e na eternidade. Por isso, não podemos ficar "matando o tempo"; pois seria o mesmo que estar matando a nossa sua vida aos poucos.

Na verdade, o presente é a única dádiva que temos, porque o passado já se foi e o futuro a Deus pertence. Viva intensamente o presente e tenha sempre em mente que a pessoa mais importante é essa que está agora na sua frente. O trabalho mais importante é este que você está fazendo agora; o dia mais importante da vida é este que você está vivendo hoje; o tempo mais importante é o agora.

Alguns me perguntam como consigo fazer tantas coisas; a resposta é simples: se não perder tempo, pode-se para fazer tudo que é importante. É claro que precisamos priorizar as atividades.

Viver é como escrever um livro, cujas páginas são nossos atos, palavras, intenções e pensamentos.

As coisas pequenas, mas vividas com amor, assumem um valor elevado; enquanto muitos momentos aparentemente brilhan­tes são comparáveis a bolhas de sabão.

Abrace com toda força as oportunidades que você tiver para crescer nos estudos e numa profissão. A vida não nos dá muitas chances, e se você não as aproveitar bem, poderá chorar mais tarde.

Nunca fique sem fazer nada, ainda que você esteja desempregado ou de férias; pois sabemos que "mente vazia e desocupada é oficina do diabo". Descansar não quer dizer ficar sem fazer nada, é mudar de atividade. Mesmo no campo ou na praia de férias, você pode fazer algo que o descanse e que seja útil.

Se fizermos as contas, veremos que todas as manhãs são creditados 86.400 segundos para cada um de nós; e todas as noites este saldo é debitado como perda e não nos é permitido acumulá-lo para o dia seguinte. Todas as manhãs a sua conta é reiniciada, e todas as noites as sobras do dia anterior se evaporam.

Não há volta. Você precisa aplicar, vivendo o presente, o seu depósito diário. Invista, então, no que for melhor, em bens definitivos e não fugazes. Faça o melhor cada dia.

Para você perceber o valor de um ano, pergunte a um estudante que repetiu de ano. Para perceber o valor de um mês, pergunte para uma mãe que teve o seu bebê prematuramente.

Para você perceber o valor de uma semana, pergunte a um editor de jornal semanal. Para perceber o valor de uma hora, pergunte aos namorados que estão esperando para se encontrar.

Para você perceber o valor de um minuto, pergunte a uma pessoa que perdeu o ônibus. Para perceber o valor de um segundo, pergunte a uma pessoa que conseguiu evitar um acidente.

Para você perceber o valor de um milésimo de segundo, pergunte a alguém que conquistou a medalha de ouro em uma Olimpíada.

Lembre-se: o tempo não espera por ninguém. O dia de ontem é história, o de amanhã é um mistério, o de hoje é uma dádiva; por isso é chamado Presente!

Não deixe que o tempo escorra por entre os dedos abertos de suas mãos vazias. Segure-o de qualquer maneira para que ele vire eternidade.

Por que esperar amanhã para viver?

O presente está cheio do passado e repleto do futuro. O bom aproveitamento do dia de hoje é a melhor preparação para o dia de amanhã. O tempo é sagrado, porque o evento da salvação se inseriu no seu histórico; mas é preciso ter uma noção correta do uso do tempo. Alguns pensam que "tempo é dinheiro" e não conseguem parar. Não é assim.   

Emmir Nogueira tem uma bela reflexão baseada em Jacques Phillippe, autor de "Liberdade Interior" (Ed. Shalom, 2004), o qual nos ensina que há dois tempos: um exterior (contato pelo relógio) e outro interior (contado pelo amor). Transcrevo aqui uma reflexão desse livro:

"O tempo exterior é o tempo do fazer, do trabalhar, estudar, produzir, produzir, produzir. É o tempo das horas marcadas, das agendas lotadas, dos compromissos importantes e inadiáveis. É o momento que estressa, envelhece, desgasta e irrita. Período que me fecha em mim mesmo, que me leva a pensar mais em mim do que nos outros, tempo de receber e acumular. Tempo de usura."

"O tempo interior é o de ser, de trabalhar com gratuidade, estudar com extasiamento, produzir para o bem de todos, ainda que me 'prejudique'. É o momento de esquecer o relógio diante da necessidade do outro. Tempo das agendas, em cujas páginas sempre cabe mais uma horinha, tempo dos importantes e inadiáveis compromissos com a vontade de Deus."

"Tempo interior é o tempo que pacifica ao ser doado e rejuvenesce, porque tudo espera; tempo que refaz, porque tudo crê; paciente, porque tudo suporta. É quando me abro para o outro e para as boas surpresas de Deus, tempo de dar e partilhar; de gratuidade. É aquele tempo que se chama "paciência histórica", ciente de que Deus tem o comando de tudo; por isso não se apressa em julgar e se recusa a imprimir sentenças."

"Tempo interior é momento de quem ora, de amor registrado pelos relógios da eternidade, sem ponteiros nem dígitos; tempo que sempre sobra. É o tempo em que Deus vive, quando se partilha com Ele carregado dos seus segredos de amor. Tempo que "guarda tudo em seu coração", submete-se inteiramente à vontade do Senhor. O tempo da eternidade vivido no espaço que se chama hoje."

Usamos tanto a palavra URGENTE, que ela perdeu sua força. O que é urgente de fato? As nossas correrias? Não. Urgente é saber perguntar: qual o sentido de tudo o que estou fazendo? O mais iminente é saber agradecer a Deus o nascer do Sol que se repete a cada dia, é o relacionamento com os filhos, o abraço na esposa, é saber gastar o tempo com os outros. Urgente é não se esquecer de viver a vida.

As pessoas não se tornam grandes por fazerem grandes coisas. Fazem grandes coisas por serem grandes pessoas. Para ser grande é preciso, pacientemente, construir-se a cada dia.

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

19 de outubro de 2010

Quem não sabe perder, perde sempre

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Ninguém é obrigado a fazer o que queremos
Nem sempre as coisas são como queremos e idealizamos, e é bom que isso seja assim, pois nem sempre o que queremos é o melhor para nós. Toda existência humana é marcada pela "condição de contradição", ou seja, pela fraqueza, pecado e, conseqüentemente, pela queda.

Perder faz parte da vida e aceitar a própria condição limitada é sinal de sabedoria. É horrível conviver com alguém que crê ser absoluto e acredita que todos têm o dever de satisfazer suas vontades.

Há muitos pais que estragam seus filhos, porque não lhes ensinam que o "não" também faz crescer, e que a queda pode também ensinar. Há filhos que não aprendem, em casa, que na vida nós também perdemos. Precisamos aprender a lidar com nossos fracassos. Muitos não suportam os fracassos próprios da vida, porque foram educados somente para ganhar.

Para superarmos as quedas impostas pela vida precisamos ter a humildade de saber perder.

As pessoas não são obrigadas a ser e a fazer o que queremos; elas não são obrigadas a corresponder às nossas expectativas.

A maturidade se expressa quando o coração consegue deixar livre um outro coração que não quis pertencer a ele nem corresponder a seus desejos.

O fato de sermos contrariados é uma experiência que nos faz mais fortes, pois, compreendemos que nossa maneira de pensar não é a única nem a melhor, e que não estamos sempre certos. Precisamos saber perder e sair de cena quando erramos, quando não estamos com a razão.

Perfeição cristã não significa ausência de erro, mas capacidade de perdoar e recomeçar sempre. Não temos a obrigação de acertar sempre, mas temos sim o dever de aprender com nossos erros. Quem não sabe perder perde sempre, pois acaba sendo humilhado pelo fato de não aceitar a própria fraqueza; querendo, assim, ser o que não é e fazer o que ainda não é capaz.

Quem não sabe perder busca sempre levar vantagem sobre tudo e todos, tornando-se alguém insuportável e arrogante.

A humildade é escola da virtude, e grandeza é aceitar com ternura aquilo que se é.

A vida não diz sempre "sim", e a alma se torna grande quando é capaz de sorrir também diante do "não". Aceitar que nem todos nos amam, que não somos bons nem os melhores em tudo, são expressões de um coração que compreendeu verdadeiramente o que significa "viver bem". A derrota é sempre uma possibilidade de recomeço e crescimento para quem sabe bem aproveitá-la. Que esta não seja para nós motivo de paralisia, mas um trampolim a nos lançar nos braços da vitória.

Deus o abençoe!

Adriano Zandoná

Foto Adriano Zandoná
verso.zandona@gmail.com

15 de outubro de 2010

O dia em que a salvação foi manchete

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Arriscar-se para salvar a outros
Olhos fixos naquele apertado e longo túnel que leva até o coração da terra onde estavam os mineiros presos a mais de 40 dias. Tempo longo. Um dia já seria demais. Toda a tecnologia e inteligência foi utilizada neste resgate histórico, no deserto do Atacama, no Chile.

O que mais me impressionou, porém, foi a coragem do primeiro resgatista que entrou na cápsula para descer até onde estavam os mineiros soterrados. Uma coisa é ser surpreendido no meio de um dia de trabalho por uma avalanche e ficar preso a quase um quilômetro abaixo da terra. Dezessete dias sem comunicação é algo somente imaginável para quem passou.

Mas coloque-se no lugar de alguém que hoje está jantando com sua mulher e filhos, sabendo que amanhã vai entrar terra abaixo para prestar sua solidariedade e preparar os mineiros para o resgate.

Por mais seguros que sejam os procedimentos, aquele homem sabia muito bem que nenhum humano havia testado ainda aqueles equipamentos inventados especialmente para a ocasião.

Que valores e convicções motivam este homem a arriscar a própria vida para salvar a dos companheiros?

Esta atitude me faz entender melhor o Coração de Jesus que, sendo Deus, não se apegou à sua divindade, mas esvaziou-se de si mesmo e desceu até nós para nos resgatar! (cf. Filipenses 2,5-11).

Foto Padre Joãozinho, SCJ
http://blog.cancaonova.com/padrejoaozinho/

13 de outubro de 2010

A intercessora do povo

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Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida
"Com grande alegria rejubilo-me no Senhor, e minha alma exultará no meu Deus, pois me revestiu de justiça e salvação, como a noiva ornada de suas jóias"

O Brasil está unido, de norte a sul, de leste a oeste, para a grande festa de nossa excelsa padroeira: a Virgem da Conceição, Aparecida das águas do Rio Paraíba, no vale do mesmo nome, no ano de 1717. A devoção a Virgem Maria que nos abre o caminho mais rápido para contemplarmos a Santíssima Trindade.

No majestoso Santuário Nacional de Nossa Senhora, na paulista Aparecida, ou nas Catedrais, Igrejas Matrizes, Igrejas Filiais e Capelanias de todo o imenso território nacional os fiéis precedidos de seus Pastores, louvam a Deus, por intermédio de sua Mãe que nos legou o mais simples e profundo modo de seguir a Jesus Cristo, o Redentor: "Fazei tudo o que Ele vos Disser!".(cf. Jo 2, 5)

Maria deve ser colocada, dentro de um bom entendimento da liturgia de hoje, como a intercessora do povo, como principal padroeira do povo Brasileiro.

A Virgem Aparecida nos traz recordações importantes na vida cristã: como a ternura maternal da Virgem, sua dedicação a Jesus como mulher de fé, seu serviço prestado a toda a humanidade. Em Maria temos o mais perfeito exemplo do discípulo e da discípula de Jesus, que sabe cumprir os mandamentos e fazer realizar a única vontade do Pai, que se concretiza na salvação do povo de Deus.

A Virgem Maria deve ser apresentada como o Modelo acabado de fidelidade do ser humano a Deus. Maria da fraternidade. Maria da acolhida. Maria da graça. Maria da partilha. Maria da misericórdia. Maria da graça santificante. Maria da generosidade. Maria do serviço!

Relembramos assim, a visita do Conde de Assumar, em 1717, em Guaratinguetá, quando os pescadores Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso foram escalados para pescar peixes para a refeição da visita ilustre, sendo este dia uma sexta-feira, dia de abstinência de carne. Os homens simples do Vale do Paraíba nada pescaram. Quando já estavam quase desanimando jogaram a rede e retiram uma imagem pequena de Nossa Senhora da Conceição, um pouco enegreada pela água, sem a cabeça. Outro arremesso. Veio a cabeça da imagem. Assim prosseguiu mais um arremesso e veio a pesca abundante. Deus abençoava, naquele momento, os três pescadores.

A imagem da Virgem da Conceição, feita de barro cozido, enegrecida pelas águas e pelo tempo, medindo 36 cm, foi levada para o culto divino. Em 1745 foi construída uma Capela no alto do Morro dos Coqueiros. Nascia, assim, a devoção a Virgem Aparecida, Mãe do Povo Brasileiro. Em 1888 foi substituída a primitiva capela por uma Igreja. Em 1894 a Igreja e a devoção a Nossa Senhora foi enriquecida pela presença dos Missionários Redentoristas que passaram a gerir o Santuário Nacional.

Desde 1953, a festa de Nossa Senhora Aparecida, tem como dia de celebração o dia 12 de outubro. Desde 1930 Nossa Senhora Aparecida abençoa o povo brasileiro como sua Padroeira Nacional. Em 4 de Julho de 1980 o Sumo Pontífice João Paulo II, de venerável memória, consagrou o novo Santuário Nacional. Em 13 de maio de 2007, o Sumo Pontífice Reinante, Papa Bento XVI, abriu a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e caribenho nos fazendo o doce convite para "sermos discípulos e missionários de Jesus Cristo para que todos tenham vida e vida plenamente". Na véspera deste memorável encontro, no interior da majestosa Basílica, o Santo Padre rezara o terço com os ministros sagrados e o povo de Deus, na mais cândida homenagem a Maria que abençoa o povo brasileiro.

A história ensina que Maria é a verdadeira salvaguarda da fé; em cada crise, a Igreja reúne-se à volta d'Ela. Só assim os discípulos do Senhor poderão ser para os outros sal da terra a luz do mundo (cf. Mt 5, 13.14). "Feliz do povo, cujo Senhor é Deus, cuja Rainha é a Mãe de Deus!" Assim proclamava o Papa Pio XII e assim poderá exclamar essa dileta arquidiocese de Aparecida, se devidamente souber voltar os olhos para Aquela que gerou, por obra do Espírito Santo, o Verbo feito carne. É que a missão essencial da Igreja consiste precisamente em fazer nascer Cristo no coração dos fiéis (cf. Lumen gentium, 65) pela ação do mesmo Espírito Santo, através da evangelização.

Salvos das águas pela fé e pelo Batismo, os cristãos podem atingir algo daquilo que contemplam na Virgem Aparecida, a Imaculada, se seguirem o seu conselho: "Fazei tudo o que Ele vos disser!". Esta parte fica como a nossa missão na festa da Virgem Maria Aparecida. Amém!

Veja mais :

Padre Wagner Augusto Portugal.
Vigário Judicial da Diocese da Campanha(MG)

11 de outubro de 2010

O mais importante é o amor

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O homem não morre quando deixa de viver, mas quando deixa de amar
Qualquer que seja a profissão escolhida, esta deve estar a serviço do amor a Deus e ao próximo. E a primeira maneira de amar bem é trabalhar bem, pois assim estaremos servindo bem os outros. O Papa Paulo VI disse que "o amor é a vocação fundamental do ser humano" (Persona humana, 7).

É preciso que cada um de nós encontre o seu lugar na sociedade e na Igreja sem desperdiçar a vida, o tempo e os talentos, pois os outros precisam de nós. Acumula méritos diante de Deus quem "faz o bem sem olhar a quem". Ninguém pode se sentir inútil ou desnecessário neste mundo, pois Deus tem uma missão para todos, seja solteiro ou casado. "Quem não vive para servir não serve para viver", diz um ditado. Amar é servir, e é isso que nos faz felizes e santos. Fazer o bem faz bem. Dom Bosco disse que "Deus nos colocou neste mundo para os outros". Charlie Chapplin disse que "o homem não morre quando deixa de viver, morre quando deixa de amar".

No amor está a força da vida. Amar é dar-se de maneira espontânea, voluntária e desinteressada. Muito mais do que dar coisas aos outros, é preciso dar-se a si mesmo, sua dedicação, seu tempo, seu coração. 

Só o amor constrói o homem e o mundo. O amor nunca morre ou acaba, mesmo que seja pregado numa Cruz. A razão da frustração do homem pós-moderno é que ele dominou o mundo e as estrelas, mas não aprendeu a amar o irmão que está ao seu lado. Só uma vitória do amor pode dar paz e felicidade ao mundo.

 

Há muitas pessoas que ainda são más, porque ainda não fizeram a experiência do amor; nunca foram suficientemente amadas. "O amor é a asa que Deus deu à alma para que ela possa subir até ele", disse Michelangelo. A falta de amor desintegra o homem e a humanidade.

Sabemos que a árvore que retiver os seus frutos perece. É preciso ser como a árvore, saber dar os seus frutos a qualquer um que se achegue. Deus se dá aos que doam; ninguém é pobre e infeliz quando ama. Enriquecemo-nos pelo que damos, muito mais do que pelo que temos. O verdadeiro amor começa onde não espera nada em troca. Mas para que você possa se dar é preciso que você se possua. Ninguém dá o que não tem, ninguém dá aquilo que não possui; se você não se possui, não se domina, não têm o controle sobre as suas paixões, então, será difícil se doar aos outros. Esta é uma razão clara porque muitos são egoístas.

Alguém já disse: procurei a mim, mas não me encontrei; procurei Deus, mas não O encontrei, procurei o meu irmão e achei os três. Amar é uma decisão consciente de ir ao encontro dos outros e dar-se a eles. Isto nos faz felizes. Tudo aquilo que você encontra em seu caminho deve ser olhado como uma oportunidade de amar. O verdadeiro amor nos torna livres, porque nos liberta das coisas e de nós próprios.

Amar não é uma opção de momento, mas uma opção de cada momento. Não é um ato sentimental, é uma decisão. Jesus mandou que nos amássemos como Ele nos amou. Mas como Ele nos amou? Numa cruz. Não há nada de romântico e sensual numa cruz; mas há uma decisão.

O único "Império" que sobreviveu durante dois mil anos foi o que Jesus Cristo fundou sobre o amor e, até hoje, milhões morreriam por Ele. Só dura para sempre o que é feito por amor, pois ele se regozija com a felicidade do outro e dela faz a sua própria felicidade.

Duas coisas são necessárias para transformar uma vida: amor no coração e sorriso nos lábios. Sabemos que não falta pão no mundo para todos se alimentarem; há muito mais do que o necessário, mas falta amor e os homens acabam carentes de pão.

Disse Madre de Calcutá que: "Um coração alegre é o resultado normal de um coração inundado de amor".

Para amar é preciso estar disponível. Se alguém o procura com frio, é porque sabe que você tem o cobertor. Se alguém o procura com lágrimas, é porque sabe que você tem palavras de conforto. Se alguém o procura com dor, é porque sabe que você tem o remédio. Se alguém o procura com fome, é  porque sabe que você tem alimento. Se alguém o procura com dúvidas, é porque acredita que você tem a orientação que ela precisa. Se alguém o procura com desânimo, é porque acredita que você tem fé. Ninguém chega por acaso a você!     

Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

8 de outubro de 2010

O remédio do veneno

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Da serpente vem o sôro, da cruz a salvação
O remédio para curada picada da serpente é feito a partir do próprio veneno da cobra. Consegue-se tirar um bem maior, um remédio, uma solução a partir do próprio veneno.

No deserto, depois de ter murmurado, o povo de Israel foi picado por serpentes venenosas e mortíferas. A solução que Deus ofereceu é muito interessante:

"O Senhor disse a Moisés: "Faze para ti uma serpente ardente e mete-a sobre um poste. Todo o que for mordido, olhando para ela, será salvo." Moisés fez, pois, uma serpente de bronze, e fixou-a sobre um poste. Se alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, conservava a vida". ( Nm 21,8-9)

Deus é tão forte e soberano que até através da serpente cura.

E Jesus disse: "Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem," ( Jo 3,14). Jesus foi levantado e a vitória sobre a serpente aconteceu, reparando o erro de nossos pais no paraíso:

"A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha formado. Ela disse a mulher: É verdade que Deus vos proibiu comer do fruto de toda árvore do jardim?" ( Gn 3,1). A serpente convenceu Eva a comer o fruto proibido. Mas, eis que chegaria um tempo que apareceria um outro fruto mais poderoso. Isabel o reconheceu "exclamando em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre". (Lc 1,42)

Por Eva "recebemos" o maldito fruto que trouxe a morte. Por Maria, o bendito fruto que nos trouxe a salvação.

Debaixo da árvore do paraíso estava Eva para receber da serpente o fruto que geraria a morte e todas as demais desgraças que há no mundo. Aos pés da cruz estava Maria, a nova Eva, para receber em seus braços o Fruto que nos salvou definitivamente.

Se da serpente sai o veneno que mata, de Jesus verte o sangue nos lava de todo pecado, como nos diz o Apocalipse: "Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro". (Ap 7,14)

Na cruz está a solução para todos os males da humanidade. Ali, todos, encontramos a graça: "Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e achar a graça de um auxílio oportuno". ( Hb 4,16).

A Cruz é o trono da graça por que nela está dependurado o cordeiro que tira o pecado do mundo.

Todos os dias milhares de toneladas de esgoto entram no mar. Mas, se entrarmos 100 Km mar a dentro encontraremos águas limpas e cristalinas. Por mais que se jogue esgoto no mar, ele consegue absorver tudo e manter-se limpo. Ele é mais forte e poderoso que o esgoto.

De modo análogo, não há pecado que não possa ser purificado, pois "o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado". (1Jo 1,7).

Fazem muito anos que a humanidade joga esgoto no mar. Mesmo assim, ele continua cristalino. Fazem muitos anos que a humanidade peca. Mesmo assim, jamais conseguirá diminuir o amor de Deus pela humanidade. Deus é MAIS!

Foto Padre Alir Sanagiotto, SCJ

6 de outubro de 2010

Salário: como utilizar bem dessa providência

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Você faz compras por necessidade ou por compulsão?
O salário que recebemos é uma das fontes da ação da Divina Providência em nossa vida. O que quero dizer é que Deus nos dá a graça de um trabalho como garantia da sobrevivência familiar. Por isso, é necessário aprender a usar o dinheiro que ganhamos com o suor do nosso trabalho da melhor forma possível.

O orçamento familiar não é apenas "anotar despesas realizadas": é algo que envolve planejar, eleger prioridades e controlar o fluxo de caixa. Além disso, é uma ferramenta que ajuda a entender nossos hábitos de consumo. É uma oportunidade para a família refletir sobre os projetos de vida e objetivos comuns, a fim de que todos caminhem numa única direção, possibilitando o crescimento da unidade familiar.

É também um instrumento para aprendermos a esperar e a escolher o melhor; não de forma individual, mas coletiva, levando-nos a pensar e a buscar o melhor para toda a família. Logo, controle financeiro não é algo que apenas as famílias de classe alta precisam fazer. Essa não é uma tarefa fácil, mas não é impossível. Entretanto, exige disciplina e muita disposição para fazer eventuais ajustes, além de caderno, lápis e calculadora.

Precisamos compreender que todas as nossas escolhas – desde as menores até as maiores – decidem não só quais serão as nossas ações, mas, sobretudo, quem estamos sendo. E essa é uma questão fundamental. A mídia promove os produtos e muitos se deixam levar por ela, exagerando nos gastos. Além da mídia, um ponto perigoso é o desejo de status, ou seja, o desejo de imitar os outros, de ter o mesmo que os outros. Também existem aqueles que gastam muito por fuga ou por compensação, ou seja, por questões psicológicas. E outros ainda que querem oferecer aos filhos tudo que não tiveram na infância...

Em todos esses casos, sem disciplina, não há renda que suporte. Portanto, o primeiro passo é cada um identificar se faz compras por necessidade ou por compulsão. Entre os "sintomas" da compulsividade está a falta de organização, isto é, dificilmente você anota o que gasta com seus compromissos.

Precisamos entender que o desejo incontrolável de gastar pode ser uma doença, que pode ser superada com tratamento psicológico e medicação. Mas é fundamental que a pessoa reconheça que está enferma e precisa de ajuda.

A chave do sucesso do seu planejamento reside na sua capacidade de criar uma estrutura sustentável que equilibre receitas e despesas e permita que você administre o inesperado e poupe.

Fazer orçamento familiar é uma questão de sobrevivência. Por isso, precisamos saber elaborá-lo.

Artigo extraído do livro "Dinheiro à luz da fé". Ouça comentário do autor.

Foto Denis Duarte
contato@denisduarte.com