"Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade." 1Cor 13,13. Idealizado e Criado em 13/05/2006.
31 de julho de 2009
O pregador padre Leo
Na última conversa que tivemos pedi a ele que vivesse, porque eu sentiria falta das nossas brigas. Éramos amigos de um dizer ao outro o que tinha que dizer. Foi meu aluno e eu permitia avaliação da minha comunicação nos minutos finais de 90 minutos de aulas. No futuro seriam avaliados a cada sermão. Um dia, ele me deu nota 6. Achou que vim despreparado. No dia em que ele improvisou uma resposta que não tinha porque não lera a matéria dei-lhe a mesma nota. Mas foi coisa de professor e aluno. Ele e eu sabíamos que minha tarefa era ajudá-lo a situar o seu talento. E frater Leo Tarcisio Pereira, mais tarde Padre Leo scj era um pregador-ator. Ele sabia dar vida a tudo o que narrava. Era desses iguais a quem não se verá em décadas.
Não há pregadores perfeitos. Padre Leo sabia que não era. Eu sabia e sei que não sou. Por isso, embora me admirasse muito, às vezes ele me criticava. Às vezes eu, que tenho o costume de gravar as pregações religiosas para meus estudos e para as aulas de "Prática e Crítica de Comunicação das Igrejas", mostrava a ele trechos de suas pregações que considerava inadequadas ou em falta. Ele esperneava, mas acaba agradecendo. Padre Leo nunca esqueceu que tive algo a ver com sua trajetória. Apostei no seu talento de pregador-ator. Era assim desde Itajubá. E seu talento era tal que, às vezes, fazia vôos perigosamente rasantes. Os vocábulos poderiam ser um pouco mais nobres... Dizia eu. De fala em fala, de correção fraterna em correção fraterna, acabávamos no entendendo. Éramos dehonianos e supostamente padre de pregação cordial. Aquela cruz e aquele "scj" que levamos nos dava esse direito.
Depois de ouvir sua palestra para família, felizmente registrada com o título "Restaurar a vida familiar" entendi que deveria mostrá-la em aula aos futuros pregadores. Ali o Padre Leo mostra todo o seu talento quase completo, -se é que isso existe-, de padre-pregador-contador de histórias-comediante-homem-sério-e- contundente, imitador e orador com um tema forte e um objetivo. É um exemplo das muitas pregações do Padre Leo, que considero um dos melhores pregadores que já vi atuar na mídia nos últimos 30 anos.
Nós dehonianos somos gratos ao Monsenhor Jonas Abib e à Canção Nova que deram a ele o púlpito que Padre Leão não teria entre nós. Onde estamos e atuamos, ele não repercutiria como repercutiu no Brasil e no mundo. Digamos que nós o preparamos e Monsenhor Jonas lhe deu os instrumentos. Ma ele já vinha dos inícios da RCC, da qual era admirador entusiasta, mas que nunca deixou de analisar com isenção. Amava-a e lutava por ela como fez pela congregação, mas tinha o hábito de falar o que pensava. Era uma de suas muitas qualidades.
Mas o pregador-ator, com uma simples e pequena história levava o povo a rir e a chorar e em cinco minutos conseguia trazer à luz alguma passagem bíblica marcante. Sobre ela desenvolvia sua catequese que parecia zigue-zague, mas na verdade era sólida, linear e transversal. Ele brincava e arrancava risos, mas ia ao ponto. Brinquei algumas vezes dizendo-lhe que ele nunca seria um Padre Antônio Vieira porque seu português não era nada rebuscado e escorreito, embora dele fosse capaz se o quisesse. Mas fiz ver que ele se tornara um pregador atualíssimo que sabia por que estava na mídia e compreendia o que significa enfrentar duas ou três câmeras sobre o seu púlpito. Padre Leo entendeu como ninguém a importância do púlpito eletrônico.
Optou conscientemente pela fala de mineiro para chegar ao povo e chegou. Escolheu aquela linguagem. E a exerceu muito bem, com algum eventual exagero que ele mesmo reconhecia.
Esses dias vi meu vídeo, gravado na TV Século XXI, perto do Padre Eduardo Daugherty sj : "A cura da minha família". Logo a seguir, liguei a do Padre Leo: Restaurar a vida familiar. Mesmo estilo, conteúdo semelhante, mesmas idéias, jeito peculiar de cada um. Mas percebi seus recursos. Eu tenho a canção, e ele tinha seu jeito de contador de "causos", estilo compadre mineiro.
Vindos da mesma região há coincidências de conteúdo e de estilo entre professor e aluno, mas tínhamos, em comum, a marca "dehonianos". Assim como consigo ver o estilo franciscano, jesuíta , dominicano, redentorista, percebo que há, sim, um jeito que, entre nós, passa de um para o outro. Nunca haverá um outro Padre Vitor, mas haverá outros redentoristas com a mesma força de chegar ao povo. É marca da congregação. Por idade, eu, ele, Padre Joãozinho, Padre Fábio que estudou 16 anos entre nós, Padre Marcial, e pelo menos vinte outros colegas bebemos do mesmo poço. Mas entre nós todos, Padre Leo foi quem mais assimilou a linguagem midiática. Dominava o palco e o púlpito, mas não era ele quem brilhava. Conseguia fazer o púlpito e a Bíblia brilhar. Tornava-a interessante. Seus ouvintes sentiam a curiosidade de ler o que Ele contava de maneira tão viça e atual. Era uma das coisas que eu mais elogiava nele. Não há pregadores perfeitos, mas se alguém quiser saber como se postar diante de câmeras e microfones, e como criar o clima para chegar ao cerne da pregação, recomendo o saudoso Padre Leo. Sua última fala terminou com a canção da minha autoria "Alô, Meu Deus". Ele gostava dela. A letra fala da volta ao ninho da fé. No caso dele, o ninho era o céu.
Achei que deveria prestar-lhe este tributo. Dizem que minhas canções ainda serão atuais muitos anos depois que morrer. Bondade dos amigos, porque nem todos pensam o mesmo. Mas digo isso de seus sermões e palestras. Continuam marcadamente atuais. Graças ao milagre da mídia, Padre Leo não passará tão cedo. Ele não se repetia. Mesmice não era com ele. Eu diria que sei por que. Do seu jeito de padre mineiro engraçado, mas sério, Padre Leo descobriu a linguagem da grande maioria dos brasileiros. Entre uma e outra lembrança, ainda me surpreendo a rir com ele.
Padre Zezinho, scj
José Fenandes de Oliveira
29 de julho de 2009
Maturidade na oração
Quem somos nós para achar que a nossa oração vai ser uma coisa fácil?
Como deve ser a nossa oração? Vamos examinar a nossa forma de orar para que a nossa oração seja eficaz e para que o poder de Deus se manifeste em nossas vidas. Orar com poder não quer dizer que eu seja poderoso, orar com poder é rezar de uma forma tal que deixemos de atrapalhar Deus em fazer a Sua vontade em nossas vidas. Os discípulos de Jesus se aproximam do Senhor da mesma forma que nos aproximamos d'Ele hoje: "Senhor, ensina-nos a orar" (Lucas 11, 1). Esse pedido nasceu da admiração deles ao verem o Mestre orando.
Jesus se fez homem para nos ensinar o que é ser humano. Não sabemos ser gente, ser humanos. Quando olhamos para o ser humano vemos uma tarefa, uma missão: realizar os sonhos de Deus em nossas vidas. É importante nos darmos conta de que fomos escolhidos por Deus, de que não viemos a este mundo por acaso e agora temos que dar conta da vida. Existe um sonho de Pai, um projeto de Deus para você. A nossa primeira atitude deve ser a de nos esforçarmos para nos adequar a esse projeto do Senhor.
Deus nos criou com uma missão, um projeto, e se fez homem para mostrar o que é ser homem, mas o projeto do Altíssimo em nós está deturpado por causa do pecado original.
Jesus vem se mostrar como ser humano completo. Como ser humano completo, pessoa divina, Ele reza. Só o Evangelho de Lucas nos mostra nove momentos nos quais Cristo estava orando. Sua oração devia ser fascinante, os discípulos se deram conta de que não sabiam como fazer e pediram a Ele que os ensinasse a orar.
Jesus ensina o Pai-Nosso, em duas passagens, mas em Lucas 11, 2, a oração está em uma forma mais abreviada: "Quando orardes dizei: Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso Reino". Aqui já acontece uma revolução, algo extraordinário: o Senhor nos ensina a orar ao Pai para realizarmos o Seu Reino, o reinado de Deus em nossa vida.
No início é um esforço humano, mas Deus nos visita e nos concede o dom, a graça de orar. Não somos nós, mas é Cristo que ora em nós pelo Seu Espírito. Para que isso aconteça é preciso a pregação a respeito do "kerigma", o primeiro anúncio do amor de Deus, da necessidade de renunciar ao pecado e buscar a conversão.
No Evangelho de Marcos, no Horto das Oliveiras, o Mestre também ora. "Não Seja feita a minha, mas a Tua vontade". Essa é a característica da oração cristã: pedir que seja feita a vontade do Senhor. A oração pagã é diferente, as pessoas perguntam qual é a vontade delas e não a vontade de Deus Pai. Deus é o oleiro, que modela o barro, temos que parar de nos comportar como se fôssemos criadores. Jesus veio ao mundo para nos ensinar a fazer a vontade de Deus.
Um exemplo de oração pagã moderna é a oração baseada na lei da atração. Se desejamos as coisas boas elas acontecem, mas se desejamos coisas ruins, elas também acontecem. Isso é materialismo e paganismo disfarçados, são enganosos tais preceitos. Tantas pessoas morrendo de fome na África, será que essas pessoas não desejam comida?
Está faltando maturidade para compreender o que é a vida humana. Não podemos ser infantis e achar que a nossa vontade é o melhor para nós. Enquanto os pagãos são como os profetas de baal, que clamam por aquilo que desejam; o cristão expressa o desejo de fazer a vontade de Deus. Muitas vezes fazer a vontade de Deus é um verdadeiro parto, mas é a melhor coisa para nós. Se Jesus, nosso Mestre e Senhor, suou Sangue no Horto das Oliveiras, quem somos nós para achar que a nossa oração vai ser uma coisa fácil! Mesmo que a vontade do Altíssimo nos assuste, mesmo que vejamos uma cruz, sabemos que por trás dela, Deus tem uma ressureição para nós. Nós estamos prontos para fazer a vontade do Senhor. Não se trata de fazer a nossa vontade, mas de colocar nosso coração em sintonia com a vontade de Deus.
Padre Paulo Ricardo, reitor do seminário de Cuiabá
www.padrepauloricardo.org
27 de julho de 2009
O Deus da providência
O Senhor age através da inteligência e da liberdade humana
Deus é Pai, Todo-poderoso. Deus é amor. É próprio do amor cuidar, guiar, conduzir, prevenir. Providência significa amor sábio e cuidadoso. Amor que protege, conserva, transforma a história do mundo e das pessoas. É Deus que se interessa pelos nossos interesses. Deus, rege o mundo. Não há destino cego, nem acaso, nem poder dos astros. Estamos no coração, nos braços e nas mãos de um Pai providente, santo, sábio.
O amor de Deus é um amor pelo mundo que Ele mesmo criou e quer sua continuação e construção. O Senhor tem projeto e intenções para com a história e o mundo. Ele dá o rumo, a direção, a meta para o mundo e como Pai cuida e sustenta suas criaturas e seus filhos. A Providência Divina é uma atividade permanente de Deus, um cuidado permanente. Ele cria e recria, dirige tudo à plenitude, não está longe de nós, nem é mero expectador dos acontecimentos. Ele se autolimita para poder adaptar-se ao nosso ritmo e assim permitir que as limitações das criaturas, a lei natural e a liberdade humana sigam seus caminhos. O Altíssimo segura a manutenção do mundo. Eis a fé cristã na Divina Providência.
Deus age através da inteligência e da liberdade humana. Ele não age sozinho. Quer a nossa colaboração, age e trabalha nas criaturas, numa admirável sinergia entre o Criador e a criatura. Os homens constroem a história com as intenções e a graça de Deus. Não há concorrência, há colaboração. Somos cocriadores do Criador. Deus confia no homem, quer sua participação, colaboração e ação. Quando a liberdade humana erra, sai do rumo, a Providência corrige a rota com a misericórdia e a inspiração do Espírito. Sempre podemos ter esperança numa situação desesperadora. Do mal Deus pode tirar o bem. O amor providencial perdoa, corrige, refaz e recria o que foi desviado ou destruído. O Senhor não age sozinho, nem o homem é a única providência. Pelo contrário, o homem é portador da Providência Divina na sua capacidade, previsão e prevenção com o auxílio da graça.
Se não cremos na Providência caímos nas garras da fatalidade, do destino, do acaso, da sorte ou do azar, dos astros e dos espíritos. Deus não é uma energia cósmica universal sem rosto. Deus é alguém, um Tu, uma consciência, Deus é Pai que sofre com os sofrimentos de Seus filhos e carrega seus fardos.
A oração de súplica é uma atitude de fé na Providência Divina que tudo conduz para a participação de Sua glória. Todas as criaturas farão parte do novo céu e da nova terra. Que bom ter fé e saber que há sentido, há rumo, há futuro. Estamos livres do absurdo porque cremos no Absoluto. A fé na Providência Divina nos livra das preocupações, dos medos e inseguranças. Tudo concorre para o nosso bem. Deus age em nossas vidas como amigo, companheiro, parceiro, torcedor e guia. Quem crê na Providência livra-se da magia, da astrologia, do destino cego. A mão do Senhor nos conduz e faz prodígios, portentos e maravilhas em nossas vidas. Na luz da Providência tudo tem sentido e meta. Nada é por acaso.
A melhor atitude diante da Providência Divina é a colaboração de nossa parte. Rezar como se tudo dependesse de Deus e trabalhar como se tudo dependesse de nós. Outra atitude sábia é a da confiança, do saber abandonar-se na bondade, sabedoria e onipotência de Deus. Fazer tudo para mudar o que é possível ser mudado e aceitar tudo o que não pode mais ser mudado, eis a espiritualidade do abandono, da confiança, da entrega de si nas mãos do Bom Pastor, o Deus da vida.
Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina - PR
23 de julho de 2009
Avós, verdadeiros tesouros em nossa vida
O tesouro de enxergar o mundo com os olhos do coração
No próximo domingo (26), celebramos o Dia dos Avós. Não se trata de mais uma data comemorativa criada com fins comerciais, mas de um dia de reflexão e agradecimento àqueles que tanto contribuem para a formação dos netos, sendo sua companhia cada vez mais constante e necessária no cenário atual, visto que os pais precisam trabalhar fora.
Nossos avós – e todos os idosos, de modo geral – são as pessoas que mais devem ser valorizadas como símbolos de experiência e sabedoria. Eles trazem consigo o testemunho de décadas, de gerações de avanços, modernidade e mudanças de comportamento. Hoje, muitos deles consideram que o tempo não tem a mesma importância de outrora, tanto que o relógio de pulso é usado apenas como acessório.
Se hoje eles têm a pele flácida, o corpo mais sensível e a visão enfraquecida, devemos nos lembrar de que nem sempre foi assim. Afinal, já batalharam muito e dedicaram suas vidas ao cuidado da família. São tão dignos de carinho e respeito quanto nossos pais. Por isso, jamais devemos nos esquecer do verdadeiro valor deles.
Ser avô e avó, fazer parte da terceira ou quarta idade, não pode mais ser relacionado à invalidez, à inoperância ou à inutilidade. Grande parte ainda contribui com a mesma sociedade que os descarta, haja vista o elevado número de idosos responsáveis financeiramente por seus lares, cuidando de filhos e netos.
É muito triste constatar que em muitas famílias os idosos são tratados como objetos antigos. Há pessoas que costumam tecer comentários desrespeitosos a respeito dos mais velhos da casa, reclamando que só dão trabalho, que são lentos ou doentes. Quanta injustiça! Sua presença ensina aos mais novos o tesouro de enxergar o mundo com os olhos do coração.
Quem souber aproveitar o convívio com essas figuras que acumulam sabedoria de duas gerações, certamente terá muito a aprender com seus conselhos. Nossos avós detêm o conhecimento e a sabedoria que não são aprendidos nos livros e estão sempre dispostos a partilhar. São verdadeiros tesouros em nossa vida.
contato@dadomoura.com
20 de julho de 2009
A Importância da Música Cristã
A música por si só, independente do seu intérprete, letra e melodia, apresenta grande influência em nossas vidas. É comum nos depararmos cantando varias vezes um mesmo refrão de uma música, até mesmo quando ocasionalmente a ouvimos apenas uma vez. Existem músicas que traduzem bem momentos de nossas vidas e que nunca mais serão esquecidas e sempre que ouvidas poderão nos levar novamente a alguma ocasião vivida.
Entretanto, a música cristã tem qualidades a mais. Ela tem a capacidade de elevar os corações, transformar o que o abrange e dirigir as almas ao Criador.
Deus é o verdadeiro criador de toda melodia, de cada instrumento, os mais diversos e infinitos sons foram criados por Ele. "No meio dos louvores Deus habita" já diz um salmista. No inicio toda música era dirigida e dedicada ao louvor a Deus, os salmos eram cantados e muitos deles dizem "Cantai ao Senhor". Com o passar do tempo sua verdadeira função foi sendo deturpada, justamente por se ter percebido a grande eficácia da música ao atingir os corações e tocar os sentimentos. O que vemos hoje é a decadência das letras. Pouco existe a poesia cantada. Músicas que são feitas para vender e não para serem ouvidas, apreciadas. Músicas que levam as pessoas ao erotismo, a exibição do corpo, a depravação do homem e principalmente da mulher. Até as crianças estão perdendo a inocência devido a esses tipos de música. E nós muitas vezes achamos "bonitinhos" ver-las dançando ou cantando.
Eis aí sua grande importância. A música cristã possibilita a vivencia de uma experiência com Deus. Através dela se é possível manter um diálogo com Deus. Seus mais diversos tipos de letras muitas vezes traduzem o que verdadeiramente gostaríamos de falar para Deus, ou ainda revela o que realmente estava escondido no mais intimo do coração e por vezes era de nosso total desconhecimento ou fazíamos questão de esconder.
Através de seus acordes e letras, em sua maioria muito profunda, sentimentos de teor evangélicos como o amor, o perdão e a esperança assim como os dons característicos dos batizados são reavivados.
Atualmente a música cristã (católica ou evangélica), pode ser ouvida em diversos ritmos, axé, rock, pagode, forró, hardcore, swingueira, sertanejo, black music, new metal, grunge etc. E esta diversidade de ritmos pode ser interpretada erradamente por alguns como uma forma de trazer para o que é divino, gostos pessoais e mundanos. No entanto é preciso lembrar que Deus é o criador de tudo "Do Senhor é a terra e tudo o que ela contém a órbita terrestre e todos os que nela habitam, pois ele mesmo a assentou sobre as águas do mar e sobre as águas dos rios a consolidou" e por tanto de todos os ritmos e esta diversidade de sons é proporcional a diversidade e às especificidades dos corações. A música cristã está ganhando um grande espaço na mídia, inicialmente com o Pe. Marcelo Rossi, mas hoje já se pode ouvir com freqüência: Aline Barros, Régis Danese, Pe. Fábio de Melo, Pe. Reginaldo Manzotti, Rosa de Saron e alguns outros músicos. Isso porque as pessoas estão tendo uma experiência verdadeira com Deus através de cada ministro de música que consegue atingir a mídia.
Na carta de São Paulo aos Romanos, ele afirma "Logo a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo" (Romanos 10:17). Nestes termos temos, pois a música cristã, como um eficiente veículo de anuncio da Palavra de Deus e por conseqüência um grande instrumento que pode apoiar a nossa fé.
"Exultai no Senhor, ó justos, pois aos retos convém o louvor. Celebrai o Senhor com a cítara, entoai-lhe hinos na harpa de dez cordas. Cantai-lhe um cântico novo, acompanhado de instrumentos de música". Sl. 32, 1-2
Daniele Silva (ministério de Formação - Comunidade Deus Jovem)
Paulo Sergio (ministério de Música - Comunidade Deus Jovem)
Rodrigo de Azevedo (ministério de Pastoreio - Comunidade Deus Jovem)
Autoconhecimento é importante?
A necessidade de descobrir o sentido da vida
Vivemos mundo mundo que nos incentiva a sermos independentes de Deus e de todos. Incentiva-nos a uma autorealização, que para a grande maioria parece cada vez mais distante, pois, trata-se de incentivo a uma vida cada vez mais fora de nós mesmos, cada vez mais exteriorizada. O resultado disso é que as pessoas cada vez se preocupam menos com seu interior e cuidam menos dele, gerando sentimentos de frustração, de vazio. Cada vez mais encontramos pessoas que sentem um grande vazio interior e uma grande insatisfação, não conseguindo sequer dar nomes ao próprio sentimento.
A sabedoria clássica considera o pensamento de Sócrates: "Conhece-te a ti mesmo" como ponto de partida da filosofia humana. No entanto, este é um caminho muito difícil de ser percorrido para quem não tem um referencial, um modelo de personalidade a ser atingido. Mas, para nós cristãos que temos este modelo, este referencial, que é Jesus Cristo, precisamos ter a coragem de nos pôr a caminho e nos conhecer em profundidade. O autoconhecimento é um caminho que nos leva a olhar para dentro de nós mesmos, reconhecer nossos dons e talentos que de Deus recebemos e também os nossos limites, fraquezas, os pontos que precisamos melhorar. "Conhecer-se a si mesmo é uma necessidade e um dever ao qual ninguém pode subtrair-se.
O homem tem necessidade de saber quem é. Não pode viver se não descobre que sentido tem sua vida. Arrisca-se a ser infeliz, se não reconhecer sua dignidade" (Amarás o Senhor teu Deus - Amadeo Cencini - pág. 8 - Edições Paulinas).
Conhecer-se a si mesmo é uma necessidade é uma fundamental para se ter um conceito correto e real de si próprio, pois somente aquele que descobre seu verdadeiro valor, permite uma aceitação serena de si mesmo e de suas limitações, o que lhe proporcionará a segurança necessária para viver sua vida e realizar mudanças que podem ser necessárias.
Muitos até acham que se conhecem, mas até que ponto é este conhecimento de si? Para que você possa se verificar até que ponto você se conhece, recomendo um teste simples: escreva em uma folha 10 qualidades que você gosta de si mesmo e que reconhece que possui, e 10 pontos fracos que você percebe que precisa melhorar. O que foi mais fácil para você escrever? As qualidades ou os defeitos?
O autoconhecimento nos leva a uma autoestima e um amor-próprio adequados, ou seja, a um olhar para si mesmo e reconhecer-se como criatura de Deus, como obra-prima de Deus, sem exaltações e sem degradações.
Sem esta visão adequada, o que é gerado é insegurança, perfeccionismo, dificuldades de lidar com os próprios erros e fraquezas e também com os dos outros, entre muitas outras consequências. Santo Agostinho afirmava: "Conhecer-me e Conhecer-Te", com isso ele nos ensina que quanto mais nos conhecemos, mais conhecemos Aquele que nos criou e que é a luz do mundo, assim, melhor veremos a realidade do nosso ser.
Volte à lista que você fez. Nas qualidades que colocou, marque as alternativas que são relacionadas a fazer, a atitudes externas, e observe. Quantas você colocou de atitudes externas e quantas internas? Assim você poderá perceber não só o quanto você se conhece, mas também o quanto você está voltado para as coisas exteriores.
A Igreja nos dota de uma grande ferramenta de autoconhecimento: o exame de consciência diário. Com ele, nos é possível avaliar bem onde podemos ser atingidos pelo inimigo, os nossos pontos fracos, nossos defeitos, paixões e vícios camuflados. E com isso, voltarmos com confiança em Deus que nos ama e sempre cuida de nós. Apresentando-nos a Ele como somos, sem medo, sem receios, e buscando n'Ele a força diária para vencermos nossas batalhas interiores. São Francisco afirmava: "Eu sou o que sou diante de Deus, e mais nada!" Deus nos vê como somos, diante d'Ele não precisamos nos esconder.
Trata-se de uma ferramenta simples, basta dedicarmos poucos e breves minutos do final do nosso dia, com constância, vamos pouco a pouco, conseguindo olhar mais a fundo para o nosso interior, e conhecendo não só nossos limites, como nossas riquezas. Precisamos entender que as nossas limitações não estão no nosso exterior, no que fazemos, e sim no nosso interior, naquilo que somos. Somos filhos de Deus, filhos amados de Deus. O nosso principal valor está no ser pessoa.
Precisamos saber quem somos, quais os nossos dons e talentos, o que possuímos de capacidades; precisamos também saber para quem, quais os nossos objetivos no uso de nossos dons, talentos e capacidades. Pois não é somente aquilo que possuímos que decide o nosso valor como pessoa, mas o que "somos" no mais profundo de nossa identidade como seres humanos, como cristãos, como batizados, justificados, filhos de Deus. Essa estima positiva é um valor que ninguém pode tirar.
psicologia@cancaonova.com
17 de julho de 2009
Um amigo, uma saudade
Existem pessoas que fazem falta em nossas vidas
Existem pessoas que fazem falta em nossas vidas. Quanto mais especiais e mais importantes para nós, tanto mais sentimos falta da presença delas, das coisas simples, dos pequenos gestos. É um sentimento que preenche a alma, mas, ao mesmo tempo, traz um vazio ao peito. Uma saudade sem tamanho.
Se estamos em um lugar e a saudade aperta, mesmo que tudo diga que a pessoa não virá, há uma esperança tão grande, que a todo momento vivemos a expectativa do encontro. Não importa o que nos dizem e o quão contrárias sejam as notícias, o coração vive a expectativa da chegada no olhar que busca o amigo em todos os lugares. Mesmo que demore dias, meses, anos, o coração sempre espera ansioso o reencontro com o coração do amigo.
Mas por que tudo isso? Por que esse sentimento tão forte de ausência e de saudade que preenche a alma? Por que isso não acontece com todas as pessoas?
Já dizia o poeta que quando sentimos saudade de um amigo, sentimos saudade do pedaço de nós que está no coração dele. Por isso o sentimento de ausência. Por isso a saudade tão forte. Só nos sentimos completos quando encontramos nele o pedaço de nós mesmos que nos falta. Não é uma dependência afetiva da pessoa, pelo contrário, é uma necessidade de encontrar a si mesmo nela.
Esse encontro não se limita à presença física, ele a transcende porque o sentimento que há nos corações nos leva além do tempo e do espaço. Padre Léo dizia: "A presença física é a mais pobre das presenças", mas quando ela é sublimada, torna-se parte de um todo e intensifica o que já existe. Não depende de estar perto da pessoa, mas se há o sentimento puro e verdadeiro, essa proximidade se plenifica.
No entanto, não esperemos viver isso com todas as pessoas; essa graça ocorrerá com poucas, não porque algumas sejam melhores que as demais, mas porque foi a essas pessoas que Deus confiou parte de nós mesmos para que por elas fôssemos cuidados.
Essa é a saudade de uma verdadeira amizade. A saudade que é uma pessoa. Via pela qual encontramos no amigo a nós mesmos. Encontramos o que falta em nós e que a ele foi confiado por Deus. Por isso dói, por isso traz um vazio ao peito. Sentimos falta do pedaço de nós mesmos que ele traz em si.
Santo Agostinho dizia que a metade de nossa alma é um bom amigo. Por isso quando o coração apertar com a dor da saudade de um grande amigo, só o Senhor poderá romper o tempo, o espaço, e levar a nossa alma a estar novamente completa. Somente Ele pode consolar essa dor, pois é n'Ele que os verdadeiros amigos se encontram e se eternizam. No Senhor a saudade se torna esperança e alegre expectativa de reencontrar a si mesmo no coração de um grande amigo.
Tenho saudade! Por isso não demore a me trazer de volta para mim mesmo!
Saudade de mim em você,
renan@geracaophn.com