4 de novembro de 2024

Procurar Deus na oração ou deixar-se encontrar por Ele?



"Buscamos Deus enquanto nós mesmos é que somos procurados. A nossa busca é o fruto de um mal-estar que nos dispõe ao seguimento íntimo e obstinado, gratuito e tenaz, de uma misericórdia cujo rosto ignoramos. Viver dessa certeza é ter ultrapassado o limiar do Evangelho, é ter aceitado uma vida teológica."
Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

"Tu, que és meu Senhor, Tu, cuja vontade prefere à minha. Não me é possível contentar-me com palavras ao apresentar-te minha oração. Escuta meu grito que te suplica como um imenso clamor… Tu, de quem me constituis servo: Te rogo-te com insistência, até merecer atingir teu favor. Pois não almejo um bem da terra; não peço mais do que o que devo pedir: só a Ti… Tem piedade de mim! E como imensa é tua misericórdia e grande meu pecado, tem piedade de mim imensamente em proporção à tua misericórdia. Então poderei cantar teus louvores, contemplando-te, Senhor. Te bendirei com uma bênção que perdurará ao longo dos séculos; te louvarei com o louvor e a contemplação, neste mundo e no outro, como Maria, de quem nos diz o Evangelho, que escolheu a parte melhor. Amém. 
(São Bruno)

"Hoje iniciamos o Ano da oração, um ano dedicado a redescobrir o grande valor e a necessidade absoluta da oração na vida pessoal, na vida da Igreja e no mundo.Em vista do Jubileu 2025, O Papa anunciava no Angelus de 21 de janeiro de 2024 o início de um Ano de Oração para "nos prepararmos para viver bem este acontecimento de graça e experimentar nele a força da esperança de Deus". Francisco também anunciava que o Dicastério para a Evangelização disponibilizaria alguns subsídios para auxiliar os fiéis neste sentido.

 Depois de "Deus nos procura e provoca sede dele em nós", Pe. Gerson Schmidt* nos traz hoje a reflexão "Procurar Deus na oração ou deixar-se encontrar por Ele?":"Esse ano de 2024 é o Ano de oração que prepara o Jubileu 2025. O Papa Francisco introduz os cadernos que falam sobre a oração afirmando que esse é "o ano para fazer experiência de uma escola de oração, sem pressupor nada como óbvio ou garantido, especialmente ao nosso modo de rezar, mas a cada dia fazendo nossas as palavras dos Discípulos, quando pediram a Jesus: Senhor, ensina-nos a orar (Lc 11,1)"[1].

O caderno de número 06 – A Igreja em Oração é de contribuição e autoria dos Monges Cartuxos que aqui aprofundamos e comentamos.  Falamos que Deus tem sede de nossa sede dele, conforme nos dizem Santo Agostinho e São Gregório de Nazianzeno. Os monges cartuxos apontam que há um canto saudoso no coração do homem. Há uma saudade do paraíso perdido mergulhado no profundo ser de cada um. A sede de Deus está latente no nosso coração que grita e clama por Deus. "O canto da criação está gemendo como que em dores de parto (Rm 8,22)"[2].  Nós ainda nos escondemos como Adão, com medo dos passos do Criador, e não respondemos ao desejo de Deus estar conosco. "Temos medo da intimidade com Ele; e é na oração que se revela a nós a imagem de Deus que temos no coração. Essa imagem é uma caricatura gravada em nós pela voz mentirosa do Adversário, que ensinuou: Deus não quer que sejam deuses, Deus não quer que sejam como Ele (cf. Gn 3,5)"[3]. O demônio incute dentro de nós uma falsa ideia de que Deus não nos ama porque nos proíbe, nos limita, que não é tão bom quanto parece. O demônio é enganador e engabelador desde o princípio.

Os cartuxos afirmam nesse subsídio que tal mentira e imagem falaciosa de Deus se imprimiu tão profundamente em nós que não percebemos, afirmando que essa "caricatura de Deus é o ídolo que frequentemente servimos com a nossa oração". E por isso, não sabendo pedir como convém e que os apóstolos suplicam a Jesus que os ensina a rezar. Por isso, o Espírito do Pai clama em nós com gemidos inefáveis e inexprimíveis. Há um canto em nós – o Abbá – que é a saudade do próprio Deus. Esse canto era a saudade do próprio Adão, era o canto, exilado do paraíso, que ele já não podia mais cantar.

Na verdade, não somos nós que escolhemos a Deus, mas Deus que nos escolhe, tal como Jesus afirmou. Não somos nós que procuramos a Deus, mas Deus que nos procura. Pe. Henri Nouwen, em seu famoso best-seller, o livro "A volta do Filho Pródigo", comenta assim a respeito: "Desde toda a eternidade, estamos escondidos nas sombras das asas de Deus e gravados nas palmas de suas mãos (Is 49,2-16). Antes do que qualquer ser humano nos toque, Deus nos faz em segredo e nos tece nas profundezas da terra, e antes de qualquer ser humano decida a nosso respeito, Deus nos tece no seio materno (Sl 139).  Deus nos ama com um primeiro amor, amor ilimitado e incondicional, quer que sejamos seus filhos amados e nos pede que nos tornemos tão capazes de amar quanto ele próprio"[4].  O autor diz que durante a sua vida tem procurado a Deus. "Agora – diz ele – imagino se avalei bem que durante todo esse tempo Deus tem estado à minha procura, para me conhecer e me amar. A pergunta não é "Como posso encontrar Deus?", mas "como me deixar conhecer por Deus?"[5]. Deus me deseja mais me encontrar do que eu a Ele. A grande questão da fé não é simplesmente amar a Deus, o que é uma graça, mas deixar-se amar por Ele. É deixar que ele nos encontre, porque está a nossa procura como procurou Adão, que se escondeu e teve medo da iniciativa do amor de Deus, frente ao homem pecador. Nas três parábolas da misericórdia, é Deus que toma a iniciativa. Ele nos amou por primeiro. Deus é pastor que vai a procura da ovelha perdida; Deus é a mulher que procura a dragma perdida; Deus é o Pai que vigia e corre ao encontro do filho perdido que foi encontrado e depois do filho mais velho que não quer entrar na festa do perdão. Nessa última parábola, mais conhecida como a do filho pródigo, o pai misericordioso sai de si duas vezes, saindo de sua casa: a primeira, para correr e abraçar o filho mais jovem que voltou; a segunda, para conversar com o mais velho para envolvê-lo na festa da alegria da volta.

O Catecismo da Igreja Católica, em suas primeiras páginas, aponta, em título grifal, o desejo do homem por Deus. Há uma vocação intrínseca do ser humano para a comunhão com Deus, da criatura com o seu Criador. Afirma assim, no número 27: "O desejo de Deus está inscrito no coração do homem, já que o homem é criado por Deus e para Deus; e Deus não cessa de atrair o homem a si, e somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar: O aspecto mais sublime da dignidade humana está nesta vocação do homem à comunhão com Deus. Este convite que Deus dirige ao homem, de dialogar com ele, começa com a existência humana. Pois se o homem existe, é porque Deus o criou por amor e, por amor, não cessa de dar-lhe o ser, e o homem só vive plenamente, segundo a verdade, se reconhecer livremente este amor e se entregar ao seu Criador" (CIgC,27)."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.
______________________

[1] Monges Cartuxos – Dicastério para a Evangelização - A Igreja em Oração – Cadernos sobre a Oração 6, introdução do Papa.
[2] Idem, p.29.
[3] Idem, p.30.
[4] NOUWEN, Henri J.M. A Volta do Filho Pródigo, Paulinas, 1992, SP, p.115.
[5] Ibidem.

2 de novembro de 2024

Finados: somente a fé é capaz de dar significado a esta data

Finados é um dia  para refletir sobre a vida, a memória e a eterna saudade daqueles que amamos

Para alguns, finados é um feriado gostoso, ocasião de sair para "esfriar a cabeça". Para outros, é dia de lembrar tudo, menos a morte ou as pessoas que já faleceram. Para outros ainda, é um dia trágico, pois, de certa forma, antecipa a cada ano o que seremos todos um dia. Mas, graças a Deus, para muitos, é um dia de esperança e comunhão com quem amamos e continuamos a amar, apesar de termos perdido sua presença física neste mundo chamado de vale de lágrimas.

Finados: somente a fé é capaz de dar significado a esta data

Créditos: Bruno Marques/cancaonova.com

A esperança cristã no Dia de Finados

Este dia nos convida a refletir não sobre a morte, mas sim sobre a vida. O nosso Deus é "o Deus dos vivos, e não dos mortos". As pessoas que já partiram desta vida não estão mortas; para Deus, elas não estão mortas, portanto, nossa oração ainda pode atingi-las. Por isso rezamos por essas pessoas no transcorrer do ano e dedicamos um dia especial a elas.

Ao rezar pelas pessoas que não estão mais presentes no meio de nós, quem sabe se, neste dia, graças às nossas orações e preces, elas não foram purificadas definitivamente e entraram na alegria de Deus? Ele quer a vitória sobre a morte pela Morte de Jesus Cristo. Só a fé em Jesus Cristo, morto por nós, pode vencer a morte.


Finados é um tempo de reflexão e fé

Somente a fé verdadeira é capaz de dar um novo significado para toda a nossa vida. Como diz o texto do Evangelho: "Aquele que vem a mim nunca terá fome, aquele que crê em mim nunca terá sede". Podemos acrescentar: "Aquele que crê em mim e vem a mim possuirá a vida eterna". Por isso, rezemos pelos nossos irmãos defuntos, na firme certeza de que, um dia, os nossos sucessores também rezem por nós!

A Mãe Igreja, ao relembrar os defuntos, convoca a todos para confrontar-nos com o enigma da morte e, por conseguinte, como viver bem, como encontrar a felicidade. E este Salmo responde: "Bem-aventurado o homem que doa; bem-aventurado o homem que não usa a vida para si mesmo, mas partilha; feliz o homem que é misericordioso, bom e justo; feliz o homem que vive do amor de Deus e do próximo". Assim, viveremos bem e não devemos ter receio da morte, porque estamos na felicidade que provém de Deus.

Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, MG


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/finados-somente-a-fe-e-capaz-de-dar-significado-a-esta-data/

1 de novembro de 2024

Temos um chamado universal à santidade

A santidade: uma obra do Espírito Santo em nós, um chamado à transformação

O que você quer ser quando crescer? Qual a sua vocação? São perguntas com as quais todos nós, em algum momento da nossa vida, vamos ser confrontados. E na data de comemoração de Todos os Santos, a Igreja nos convida a retomarmos essas perguntas e aprofundarmos a reflexão sobre o nosso chamado e o chamado universal de todo homem. Sim, existe uma vocação que abraça todos os estados de vida e que é apresentada no capítulo V da Constituição Dogmática Lumen Gentium, do Concílio Vaticano II, e tem como título: "A vocação de todos à santidade na Igreja". Nessa constituição, a Igreja orienta e exorta que, na hierarquia, todos os estados de vida e até o simples fiel que foi batizado recentemente, todos são chamados à santidade (Cf. Lumen Gentium, 39).

Temos um chamado universal à santidade

Crédito: Imgorthand / GettyImages

A santidade na Bíblia: um chamado desde o Antigo Testamento

Esse chamado à santidade acontece desde a Antiga Aliança e os Patriarcas: "Eu sou o Senhor que vos tirou do Egito para ser o vosso Deus. Sereis santos porque Eu sou Santo" (Lv 1,44-45). No paraíso, com o pecado original, a humanidade sofreu uma perda drástica: a santidade e a justiça originais.

No entanto, o Catecismo da Igreja Católica nos ensina que, apesar disso, "a natureza humana não se encontra totalmente ferida", mas, pelos méritos do sacramento do batismo, recebemos as graças vindas de Cristo, e somos reorientados ao coração amoroso do Pai e convidados a purificar nosso coração dos maus instintos e procurar o amor de Deus acima de tudo.

A Palavra de Deus também está repleta de afirmações que confirmam esse chamado à santidade. Veja o que São Paulo diz à comunidade de Efésios, ao explicar que o Pai nos abençoou com toda bênção espiritual nos céus em Cristo, e "Ele nos escolheu nele antes da fundação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis sob seu olhar, no amor" (Ef 1,3-4).

São Pedro, São Paulo e a santidade como estilo de vida

Essa é a vontade de Deus para nós, porque ele, que nos criou, sabe o que pode nos realizar. O desígnio de Deus é claro: uma vez que fomos criados à sua "imagem e semelhança" (Gen 1,26), e Ele é Santo, nós devemos ser santos também. O Senhor não deixa por menos. A medida e a essência dessa santidade é o próprio Deus.

São Pedro repete esta ordem dada ao povo no deserto, em sua primeira carta, convocando os cristãos a imitar a santidade de Deus: "A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também vós santos, em todas as vossas ações, pois está escrito: Sede santos, porque eu sou santo" (1Pe 1,15-16). O apóstolo exige dos fiéis que "todas as vossas ações" espelhem esta santidade de Deus, já que "vós sois uma raça escolhida, um sacerdócio régio, uma nação santa, um povo adquirido para Deus, a fim de que publiquem o poder daquele que das trevas vos chamou à sua luz maravilhosa" (1Pe 2,9).

Para São Pedro, a vida de santidade era uma imediata consequência de um povo que ele chamava de "quais outras pedras vivas… materiais deste edifício espiritual, um sacerdócio santo" (1Pe 2,5).


Vinde, Espírito Santo: a fonte da santidade

Talvez você possa pensar que a santidade é algo muito distante de você, algo inatingível. Mas o que não podemos esquecer é que o protagonista da nossa santificação é o Espírito Santo. A Igreja ensina que o "Espírito Santo é a fonte e o doador de toda santidade"; a realidade de santificação não é possível somente pelas forças humanas, mas, necessariamente, depende da força do Espírito Santo, da graça de Deus.

O Espírito Santo, que habita em nós, nos impulsiona, a todo momento, para a santidade. Ele age em nós e através de nós. Ele é Aquele que nos modela na santidade. O Espírito Santo trabalha as realidades mais profundas do nosso interior, ao agir em nosso ser e nos curar e libertar. Porque Ele é o Santificador e também o Consolador. Assim, todo aquele que se abre à experiência do Espírito tem a sua vida totalmente transformada.

Padre Jonas Abib dedicou-se muito a insistir nesses dois temas. Propôs para a comunidade e para todo o povo que se considera família Canção Nova o seguinte lema " OU SANTOS OU NADA!" Ensinando-nos que a santidade é para cada um de nós, para velhos ou novos, padres, celibatários, solteiros e casados, é para todos.

O batismo no Espírito Santo e a jornada para a santidade

Mesmo quando o peso das nossas fraquezas e limitações insistem em nos convencer do contrário, de que a santidade é inalcançável para nós, Padre Jonas nos propõe uma caminho seguro para a santidade através do batismo no Espírito Santo.

Quantas vezes ele nos contou sua oração diária pela manhã: "Bom dia, Espírito Santo! O que faremos juntos hoje?". Ele ainda nos ensina: "Não basta ser católico, ser padre ou religioso, ir à igreja e participar da Santa Missa. Também não basta ter um trabalho pastoral na paróquia. Aliás, para fazer tudo isso, e com eficácia, para que as pessoas sejam tocadas e transformadas, é preciso que cada um de nós seja cheio do Espírito Santo.

Ser batizado no Espírito Santo é isso: permitir que Ele, que já está em nós, realize os mesmos feitos que realizava nos primeiros cristãos, na Igreja primitiva. Permitir que Ele nos transforme e nos renove. A meu ver, o mais lindo é que para obter tamanha graça, basta abrir-se e pedir. O Espírito Santo é o doador de todos os dons de que necessitamos para a nossa santificação: por isso precisamos pedir sempre: "Vinde, Espírito Santo!".

Edvânia Duarte Eleutério – Missionária da Comunidade Canção Nova desde 1997, é formadora de namorados e casais, entre outras funções. Possui especialização em gestão de pessoas, counseling e bioética. Autora do livro 'Por que (não) eu?


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/temos-um-chamado-universal-santidade/

31 de outubro de 2024

Halloween: o neopaganismo entrou na nossa cultura

A história do Halloween: da festa celta à popularização global

De acordo com o Professor Felipe Aquino, em artigo publicado no dia 23 de outubro de 2020, o Halloween é uma festa celta realizada no fim do ano, também chamada de festividade do sol, que começa na noite de 31 de outubro e marca o fim do verão e das colheitas.

Halloween o neopaganismo entrou na nossa cultura

Crédito: wundervisuals / GettyImages

No século VI a.C., os celtas do norte da Europa celebravam o fim de ano com a festa do "Samhein" (ou Samon), festividade do sol, iniciada na noite de 31 de outubro e que marcava o fim do verão e das colheitas. Eles acreditavam que, naquela noite, o deus da morte permitia aos mortos retornarem à terra, fomentando um ambiente de terror.

Segundo a religião celta, as almas de alguns defuntos estavam dentro de animais ferozes e podiam ser libertadas com sacrifícios de toda índole aos deuses, inclusive sacrifícios humanos. Uma forma de evitar a maldade dos espíritos malignos, fantasmas e outros monstros era se disfarçando para tentar se assemelhar a eles e, dessa maneira, passavam despercebidos ante seus olhares.

A influência do Halloween na sociedade

Neste artigo, ao contrário dos demais artigos que costumo escrever, vou mesclar as minhas exposições com a experiência de quem viu o Halloween se tornar parte de nossa cultura e contribuir para destruir a nossa fé.

Minhas primeiras lembranças sobre Halloween datam da década de 80 – até então nunca tinha ouvido falar dessa festa; na escola de inglês, as primeiras ilustrações com imagens de bruxas, caldeirões e outras começavam a aparecer. Para mim, que ainda vivia uma fé católica de IBGE, aquilo não fazia a menor diferença. E esse é o primeiro ponto que quero tratar.


A indiferença e o perigo da festa de Halloween

Às vezes, por ignorância, tratamos muitos convites, festas, desenhos, filmes e outros tipos de eventos e entretenimentos como coisas sem importância, algo que "não cheira nem fede", permitindo que, pouco a pouco, isso vá se infiltrando em nossa vida. Pensamos: "Por que me preocupar com isso? É só uma brincadeira".

Não venho, agora, propor uma reflexão profunda sobre cada pequeno acontecimento do dia a dia, embora não seja errado fazê-lo. Venho, porém, alertá-lo, caro irmão, que hábitos prejudiciais à nossa saúde espiritual podem entrar em nossa vida de forma sorrateira.

Precisamos estar atentos às pequenas coisas

Lembremos que aquele que deseja perder a nossa alma possui uma inteligência angélica e é paciente, sabendo traçar estratégias de longo prazo para nos seduzir discretamente e ganhar nossa alma. Portanto, estejamos atentos às novidades que surgem em diversas áreas. Muitas vezes, elas parecem pequenas, inofensivas e até agradáveis, mas podem ter como motivação nos afastar de Deus.

Se queremos alcançar o céu — e nós queremos —, nada deve ser tratado com indiferença; tudo deve ser analisado à luz dos ensinamentos da Santa Igreja. A indiferença, muitas vezes, é o disfarce da ignorância revestida de orgulho. Cuidado!

O Halloween: uma festa que nos afasta de Deus?

Findado os elementos que queria tratar sobre a indiferença, convido-o para continuar "caminhando comigo" na década de 80. Agora, gostaria de chamar a atenção para um ponto importante que tem avançado sem que muitos percebam. O Halloween, que no início trazia imagens inofensivas, como bruxinhas sorridentes e caldeirõezinhos com cobras e lagartos, evoluiu para cenas cada vez mais grotescas.

Hoje, vemos representações de pessoas decapitadas, cabeças servidas à mesa e, em alguns lugares onde a "festa" acontece, há até simulações de bebidas que imitam sangue. Além disso, doces e guloseimas em forma de aracnídeos, dedos cortados e outras criações igualmente perturbadoras têm se tornado comuns.

O que nos eleva a Deus e nos santifica

Ora, se o bom senso, que deveria nos bastar para discernir, nos falha e impede de ver que o que é feio, desarmonioso e grotesco não nos faz bem, recorramos a São Boaventura para nos guiar: "Contemplava nas coisas belas o Belíssimo e, seguindo o rastro impresso nas criaturas, buscava por todo o lado o Dilecto" (1).

O Belíssimo é Deus, o Perfeitíssimo. Se o belo e o perfeito encontram sua realização máxima em Deus, onde encontram sua realização aquilo que é grosseiro e feio? Meus irmãos, não percamos mais tempo com o que não nos aproxima do céu, que não nos leva a Deus. Nem quero questionar para onde essas coisas grotescas nos conduzem; o que importa para mim, e creio que para você também, é saber se elas nos santificam. Se não, descartemo-las imediatamente.

O Halloween e a busca pela santidade

O resultado de sermos indiferentes às "novidades dos novos tempos" e de não usarmos o nosso intelecto para perceber a sutileza das manifestações contrárias a Deus e à nossa vida de santidade é permitir que esse neopaganismo entre em nossa vida e na vida daqueles por quem temos a responsabilidade de conduzir ao céu.

Coragem, irmão, não se preocupe com o que vão falar de você, porque você não entra nas "ondinhas da moda", porque você "não se permite" flertar com o feio e com o grotesco.

Tome as rédeas da sua vida, a fim de entregá-la para Deus da melhor forma que você puder, pois, ao final, quando estiver diante do Justo Juiz, você será recompensado por suas obras; e qual recompensa você deseja receber: a felicidade eterna ou a perdição eterna? "Que seu sim seja sim, que seu não seja não", como ensinou o nosso querido Padre Jonas.

Rezo por você!

Almir Rivas
Missionário da Comunidade Canção Nova


Referências bibliográficas

(1) Legenda maior, IX, 1: Fonti francescane, n. 1162 (Pádua 1982), p. 911.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/halloween-o-neopaganismo-entrou-na-nossa-cultura/

27 de outubro de 2024

Qual é o real valor e a dignidade da Santa Missa?

O sacrifício eucarístico nos é apresentado por meio da celebração da Santa Missa

Muitos cristãos vão à Missa sem saber o que estão celebrando. Como sabemos, o ser humano é motivado por aquilo que ele considera importante e necessário para sua vida. Mas como continuar participando da Eucaristia, se não existe motivação suficiente? Você sabe qual é o real valor da celebração da Santa Missa? Vamos então encontrar essa resposta a partir do ensinamento da Igreja.

Créditos: Yandry Fernandez / GettyImagens

Amor incondicional

A Igreja sempre acreditou nessa verdade, porém, com o Concílio Vaticano II, ficou ainda mais evidente que o sacrifício eucarístico é fonte e centro de toda a vida cristã. Na Carta Encíclica, Ecclesia de Eucharistia, de sua Santidade São João Paulo II, vemos que ele diz: "Na Santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa e o pão vivo que dá aos homens a vida mediante a sua carne vivificada e vivificadora pelo Espírito Santo" (Ecclesia de Eucharistia, n. 1).

É por esse motivo que, todos os dias, a Santa Mãe Igreja volta-se para o seu Senhor, presente no altar, onde descobre o seu amor incondicional. Na mesma Carta Encíclica, o Papa ainda diz: "A Igreja vive da Eucaristia. Essa verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém, em síntese, o próprio núcleo do mistério da Igreja". (Ecclesia de Eucharistia, n. 1).


A Instrução Geral do Missal Romano afirma que, na "Eucaristia, culmina toda a ação pela qual Deus, em Cristo, santifica o mundo, bem como todo o culto pelo qual os homens, por meio de Cristo, Filho de Deus, no Espírito Santo, prestam adoração ao Pai. Nela, comemoram-se também, ao longo do ano, os mistérios da Redenção, de tal forma que eles se tornam, de algum modo, presentes. Todas as outras ações sagradas e todas as obras da vida cristã com ela estão relacionadas, dela derivam e a ela se ordenam" (IGMR, n.16).

A Eucaristia é o dom mais precioso da Igreja

Na exortação Apostólica Pós-Sinodal Sacramentum Caritatis, de nosso querido Papa emérito Bento XVI, ele diz que, na Celebração Eucarística, celebrada todos os dias, "o Senhor vem ao encontro do homem, criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1, 27), fazendo-Se seu companheiro de viagem. Com efeito, neste sacramento, Jesus torna-Se alimento para o homem, faminto de verdade e liberdade" (Sacramentum Caritatis, n.2). O próprio Senhor, sabendo que só a verdade pode tornar verdadeiramente o homem livre (Jo 8, 36), Ele mesmo se faz alimento de verdade diariamente na Santa Missa para nós.  

Com essas palavras, a Igreja quer mostrar a máxima importância da celebração da Santa Missa, quer evidenciar a eficácia e dignidade da Celebração Eucarística, por ser a ação de Cristo e da Igreja. É possível que a má participação na Eucaristia seja consequência da não consciência do que está sendo celebrado.

Se todos os fiéis souberem o real valor da Eucaristia, participariam mais ativamente da Santa Missa. Tendo consciência de que a Eucaristia é o dom mais precioso da Igreja, teremos motivação suficiente para participar, se possível, todos os dias da Santa Missa.

Equipe Formação Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/qual-e-o-real-valor-e-dignidade-da-santa-missa/

O modelo do discípulo

Jesus formou Seus discípulos através de Seus sermões, fazendo-os testemunhar milagres, conversando com o pequeno grupo, contou-lhes inúmeras parábolas, enviou-os em missão, respondeu suas perguntas, fez gestos que se tornaram referência para a vida da Igreja, como o Lava-pés, instituiu a Eucaristia, deixou-lhes e a nós o mandamento novo do Amor. Sobre a Pedra que escolheu, Simão Pedro, malgrado todos os limites daquele homem, edificou sua Igreja, contra a qual as forças do inferno não podem prevalecer.

Aprendendo com o Mestre

Depois de três anúncios de Sua Paixão, Morte e Ressurreição, vendo que os discípulos precisavam crescer na compreensão de seu mistério, faz com eles uma Escola Itinerante, descendo da Galileia, pelo percurso do Jordão, para alcançar a subida para Jerusalém, quando se desencadearam os acontecimentos finais, que marcaram o novo começo. Olhando à distância, temos a impressão de que muitas interrogações povoavam a mente dos discípulos, colocando-os muitas vezes em crise. Passando por Jericó, imaginamos seus amigos quase engolindo Jesus com os olhos, tentando entender mais, quando Jesus acolhe um homem de nome Bartimeu, morador de Jericó, cego e mendigo (Mc 10,46-52). Parece-me conhecer justamente o modelo do discípulo, justamente de onde não se poderia esperar muito!

Bartimeu: um modelo inesperado de discipulado

Jesus passa por Jericó como um Missionário itinerante. Sabemos que na mesma cidade encontrou Zaqueu, o publicano que o acolheu e viu a salvação entrar em sua casa e em sua vida (Lc 19,1-10). É bom saber que ele tem um olhar perspicaz e um coração acolhedor para pobres e ricos, pequenos e grandes. Qualquer pessoa que se dispuser ao discipulado de Jesus saiba escancarar seu ângulo de visão e também seu coração, pois, quando Jesus estava saindo da cidade, acompanhavam-no os discípulos e uma grande multidão. E até hoje, no meio da multidão, estão as massas e as pessoas com seus clamores pela salvação, muitas vezes sem saber dar nomes aos seus anseios, mas Deus nos fez a todos para encontrá-Lo! Cada discípulo de Jesus, nós todos, somos chamados do meio da multidão que busca o sentido da vida, só possível de encontrar naquele que é Caminho, Verdade e Vida. 

Crédito: Eustache Le Sueur/Domínio público

À margem do caminho

À beira do caminho, encontrava-se Bartimeu, nosso modelo de discípulo! Mendigo, Cego e morador de Jericó! Muita coisa ruim sobre uma pessoa, pela mendicância, a cegueira que muitos consideravam um castigo e morador de uma cidade cuja fama era a pior possível. O mendigo cego, Bartimeu, filho de Timeu, estava sentado à beira do caminho, quem sabe, de cócoras, esperando as ondas de um destino terrível. Vindo com este fato até nós, é bom saber que não temos desculpas, pois todos, nas multidões dos séculos, sempre terão lugar e futuro no encontro com Jesus Cristo. Se queremos ser discípulos, do fundo do poço de nossa existência, podemos levantar a vista!

A coragem de clamar por Jesus

De fato, ouvindo que era Jesus Nazareno, começou a gritar: "Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim". Discípulo que se preze há de ter coragem de pedir, suplicar, gritar! Muitos, a turma do "deixa disso" o repreendiam, para que se calasse. Mas ele gritava ainda mais alto: "Filho de Davi, tem compaixão de mim". Chamar Jesus de Filho de Davi era afirmar, numa fé que brotava transbordante, que aquele Senhor era a realização das promessas. O cego não era tolo! Já havia escutado as profecias, e tira lá do fundo de sua angústia, o grito pela Salvação!

Um chamado pessoal

E aqui a certeza de que Jesus quer dar um trato, uma atenção especial ao cego e a cada um de nós, conhecidos pelo nome e pela história pessoal. Ele o afastou do meio da multidão. Jesus parou e disse: "Chamai-o!" Eles o chamaram, dizendo: "Coragem, levanta-te! Ele te chama!". Quando fomos batizados, a pronúncia de nosso nome foi a proclamação de que somos tirados do meio da multidão, para sermos tratados como Filhos de Deus, homens novos como outro Cristo, na força do Espírito Santo. Deus não tem medo de nossos gritos, acolhe nossas esperanças, vai ao encontro de nossas origens tantas vezes carregadas de traumas, olha para nossa pobreza material e espiritual, não nos julga nem condena por passos errados que tenhamos dado.

A importância da liberdade e da fé

Entretanto, como o cego que jogou fora o manto, deu um pulo e se aproximou de Jesus, aqui entra em jogo o mistério de nossa liberdade e a prontidão para dar os pulos e os saltos na fé, pois Deus não nos oferece um guia completo de tudo o que pode acontecer! Onde quer que se encontrem as pessoas que têm acesso a esta reflexão, é necessário aproximar-se do Senhor, arriscando tudo nele. Começa com o coração que pulsa esperança e alegria. Com tempo, todas as explicações chegarão à nossa cabeça!


O desejo de ver e a graça de receber mais

Neste mistério de liberdade, Jesus perguntou: "Que queres que eu te faça?" O cego respondeu: Rabuni, que eu veja". De fato, Deus quer saber o que procuramos, o que desejamos, nossos anseios mais profundos. Querer ver era a primeira necessidade de Bartimeu, mas vemos que ele recebeu mais, recebeu o tudo que nem poderia imaginar: "Jesus disse: 'Vai, tua fé te salvou'". No mesmo instante, ele recuperou a vista e foi seguindo Jesus pelo caminho. Jesus não é um taumaturgo ou milagreiro à disposição dos pedidos da humanidade. Seria reduzi-lo indevidamente querer apenas milagres, curas ou libertações, segundo nossos desejos. Ele quer dar mais, o tudo da vida divina que oferece transbordante, à disposição de todos os que andam por este mundo de Deus afora, para dar-lhes a vida em abundância.

O caminho do discipulado

Este é um caminho de discipulado, abrindo-nos à possibilidade da configuração com Cristo, que vai à profundidade de um dos lugares mais baixos da terra, e posso ser eu mesmo este lugar para fazer-me discípulo, disposto a subir com ele a Jerusalém.


Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/o-modelo-discipulo/

24 de outubro de 2024

Alegria do Evangelho: vivendo a missão no dia a dia

Testemunho cristão: Pequenos gestos que transformam o mundo

A Igreja destina o mês de Outubro  para nos lembrar que ela é, por sua mesma natureza, missionária e que, pelo Batismo, todos nós somos missionários". Por isso, convém relembrar e meditar sobre esse chamado de cada batizado sermos missionários. Mas  o que significa isso? Que devemos deixar nossa terra e partir para lugares extremos para pregar a Palavra de Deus??? Para entender melhor o nosso chamado a missionariedade, podemos olhar de mais perto o que a própria igreja nos diz sobre o assunto e os exemplos que ela nos apresenta. 

O Exemplo Inspirador de João Paulo II

Para mim, um dos grandes exemplos modernos de missionariedade que a própria Igreja nos oferece como modelo é o Papa João Paulo II. Ele, mesmo em idade avançada e com saúde que se fragilizava,  viajou para 129 países e percorreu 1,2 milhões de quilômetros. Professor Felipe Aquino nos ensina que essas viagens representam 29 voltas ao redor do mundo e três vezes a distância entre a Terra e a Lua. São João Paulo II impôs a si mesmo essa vida de peregrino.

A Missão como Caminho de Santidade

Na sua encíclica Redemptoris Missio, publicada em 1990, é ele mesmo que nos diz: " "Desde o início do meu pontificado, decidi caminhar até aos confins da terra para manifestar esta solicitude missionária, e este contato direto com os povos, que ignoram Cristo".  Para aprofundar essa compreensão, vejamos o que mais ele nos fala nesse documento: " "O chamamento à missão deriva por sua natureza da vocação à santidade. Todo missionário só o é autenticamente, se se empenhar no caminho da santidade".

Então, se você almeja por um autêntico seguimento de Cristo e uma vivência responsável da religião e do aspecto espiritual da sua vida, deve dar passos mais concretos e profundos para compreender e viver a missão.  Se você encontrou Cristo verdadeiramente, não consegue ficar com essa linda descoberta guardada só para si, quer partilhar com os demais, é desse desejo genuíno que nasce a missão.

Crédito: desifoto / GettyImages

A Força do Testemunho Silencioso

Muitos devem lembrar aquela cena do papa na janela de seu quarto, em frente à Praça de São Pedro, poucos dias antes de sua morte.

Consumido pela dor, ele tentava falar aos fiéis. Foi impossível não chorar ou se emocionar com seu esforço. Sem conseguir pronunciar uma palavra, ele apenas abençoou várias vezes o seu povo. Foi a penúltima vez que apareceu em público. Isso para mim, foi tão impressionante: já quase sem força, momentos antes de morrer, ele quis se expor e nos deixar a benção. A meu ver, só alguém movido por um grande senso de propósito e amor é capaz disso. Sim, é essa chama de amor por Nosso Senhor Jesus Cristo que move o missionário. E é na mesma encíclica Redemptoris Missio que ele explica essa mola propulsora que o move:

"A característica de qualquer vida missionária autêntica é a alegria interior que vem da fé. Num mundo angustiado e oprimido por tantos problemas, que tende ao pessimismo, o proclamador da Boa Nova deve ser um homem que encontrou, em Cristo, a verdadeira esperança".

O Missionário é uma pessoa repleta de alegria e esperança porque ele encontrou Jesus, e por isso vive a vida como uma grande e bela aventura, consegue encontrar a vida em abundância que Jesus mesmo prometeu em João 10,10 . 

Vivendo a Missão no dia a dia

Mas se você já se encontrou com essa vida verdadeira e quer também compartilhar essa experiência com os outros, pode estar se fazendo a mesma pergunta lá do começo desse texto: eu preciso deixar o lugar onde vivo e partir a terras longínquas para pregar a palavra de Deus para viver essa missionariedade? Esse mês de Outubro e o Dia das Missões servem para você alargar sua visão e compreensão sobre vida missionária bem como um convite ao exercício em sua vida comum desse chamado a Missão.


O Convite à Missão: Um chamado para todos

Essa palavra 'convite' me remeteu ao que o Papa Francisco escreveu em sua mensagem para o Dia das Missões de 2024. Ele tirou o tema da parábola evangélica do banquete nupcial (cf. Mt 22, 1-14). Depois que os convidados recusaram o convite, o rei – protagonista da narração – diz aos seus servos: «Ide às saídas dos caminhos e convidai para as bodas todos quantos encontrardes» (22, 9).

Você pode ser, meu irmão, o convidado, bem como se colocar como o servo que sai a convidar. A  missão é incansável ida rumo a toda a humanidade para a convidar ao encontro e à comunhão com Deus. Incansável! Deus, grande no amor e rico de misericórdia, está sempre em saída ao encontro de cada ser humano para o chamar à felicidade do seu Reino, apesar da indiferença ou da recusa. Jesus, depois da sua ressurreição, disse aos discípulos «ide», envolvendo-os na sua própria missão (cf. Lc 10, 3; Mc 16, 15).

Por isso, a Igreja continuará a ultrapassar todo e qualquer limite, sair incessantemente sem se cansar nem desanimar perante dificuldades e obstáculos, a fim de cumprir fielmente a missão recebida do Senhor.missão ad gentes que Jesus confiou aos seus discípulos: «Ide e fazei discípulos de todos os povos» (Mt 28, 19).

E você  é chamado a tomar parte nesta missão universal com o seu testemunho evangélico em cada ambiente, para que toda a Igreja saia continuamente com o seu Senhor e Mestre rumo às «saídas dos caminhos» do mundo atual Respondendo áquela pergunta inicial, o importante é sair de si mesmo, ir ao encontro do outro com um olhar, um sorriso, uma palavra de esperança, uma ajuda financeira se possível, um abraço ….. isso também é ser missionário!

Edvânia Duarte Eleutério– Missionária da Comunidade Canção Nova desde 1997, é formadora de namorados e casais, entre outras funções. Possui especialização em gestão de pessoas, counseling e bioética. Autora do livro 'Por que (não) eu?


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/alegria-do-evangelho-vivendo-a-missao-no-dia-a-dia/