15 de agosto de 2024

Assunção de Nossa Senhora, dogma de fé

Origens

A Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria é celebrada no dia 15 de agosto, desde o século V, com o significado de "Nascimento para o Céu", ou, segundo a tradição bizantina, de "Dormição". Em Roma, essa festa era celebrada desde meados do século VII, mas foi preciso esperar até 1° de novembro de 1950, quando Pio XII proclamou o Dogma da Assunção de Maria, elevada ao céu em corpo e alma. 

Cumprimento da fé

No Credo Apostólico, professamos a nossa fé na "ressurreição da carne" e na "vida eterna", fim e sentido último do caminho da vida terrena. Esta promessa de fé cumpriu-se em Maria, sinal de "consolo e esperança" (Prefácio). Trata-se de um privilégio de Maria, por ser intimamente ligado ao fato de ser Mãe de Jesus: visto que a morte e a corrupção do corpo humano são consequências do pecado, não era oportuno que a Virgem Maria – isenta de pecado – fosse implicada nesta lei humana. Daí o mistério da sua "Dormição" ou "Assunção ao céu". 

Maria elevada ao céu

O fato de Maria ter sido elevada ao céu é motivo de júbilo, alegria e esperança para nós: "Já e ainda não". Uma criatura de Deus, Maria, já está no Céu e, com Ela e como ela, também nós, criaturas de Deus, estaremos um dia. Portanto, o destino de Maria, unida ao corpo transfigurado e glorioso de Jesus, será o mesmo destino de todos os que estão unidos ao Senhor Jesus, na fé e no amor.

A importância do corpo

A Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, em corpo e alma ao Céu, é um sinal eloquente do que, não só a "alma", mas também a "corporeidade" confirmam que "tudo era muito bom" (Gn 1,31), tanto que, como aconteceu com a Virgem Maria, também a "nossa carne" será elevada ao céu. Isto, porém, não quer dizer que somos isentos do nosso compromisso com a história; pelo contrário, é precisamente o nosso olhar, voltado para a Meta, o Céu, a nossa Pátria, que nos dá o impulso para nos comprometermos com a vida presente, nas pegadas do Magnificat: felizes pela misericórdia de Deus, atenciosos com todos nossos irmãos e irmãs, que encontramos ao longo do caminho, começando pelos mais fracos e frágeis.

Proclamação do Dogma

"Pelo que, depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a paz do Espírito de verdade, para glória de Deus onipotente que à virgem Maria concedeu a sua especial benevolência, para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da sua augusta mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos S. Pedro e S. Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial" (Pio XII, Munificentissimus Deus, 1º de novembro de 1950).

Páscoa

Maria encontra-se na glória de Deus; Ela alcançou a Meta, onde, um dia, todos nos encontraremos. Eis porque, hoje, Maria é sinal de consolação e esperança, pois, se Ela, criatura como nós, conseguiu, também nós conseguiremos. Mantenhamos nosso olhar e coração fixos naquela Mulher, que nunca abandonou seu Filho Jesus e, com Ele, agora, goza da alegria e da glória celeste. Confiemos em Maria! Que Ela nos ajude a percorrer o caminho da vida, reconhecendo as grandes coisas, que Deus faz em nós e em torno de nós, sendo capazes de engrandecê-Lo, com o Canto da nossa existência!

Minha oração

"Santíssima Mãe, Teu amor nos alcança e nos consola, Teu dogma aponta a verdade da ressurreição e a importância do corpo, assim como demonstrou o Teu filho. Ajudai-nos a crescer na fé e a nos tornarmos convictos desses fatos proclamados. Amém!"

Maria Assunta ao céu, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em  de Agosto

  • Em Roma, no cemitério de Calisto, junto à Via Ápia, a comemoração de São Tarcísio, mártir. († c. 257)
  • Em Nicomédia, na Bitínia, hoje Izmit, na Turquia, os santos EstratãoFilipe e Eutiquiano, mártires. († data inc.)
  • Em Milão, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, São Simpliciano, bispo. († 401)
  • Comemoração de Santo Alípio, bispo de Tagaste, na Numídia, atualmente na Argélia, que foi discípulo de Santo Agostinho.(† c. 430)
  • Em Hildesheim, na Saxónia, região da Alemanha, Santo Alfredo, bispo. († 874)
  • Em Alba Regia, na Panónia, hoje Szekesfehervar, na Hungria, Santo Estêvão, rei da Hungria. († 1038)
  • Em Cracóvia, na Polónia, São Jacinto, presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1257)
  • Em Savigliano, no Piemonte, região da Itália, o Beato Aimão Taparélli, presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1495)
  • Em Pallanza, próximo de Novara, também na Itália, a Beata Juliana de Busto Arsízio, virgem da Ordem de Santo Agostinho. († 1501)
  • Em Roma, Santo Estanislau Kostka, natural da Polónia, admitido no noviciado por São Francisco de Borja. († 1568)
  • Na cidade de Wendo, próximo de Busira, na actual República Democrática do Congo, o Beato Isidoro Bakanja, mártir. († 1909) 
  • Em Chalchihuites, na região de Durango, no México, os santos mártires Luís Batis Sáinz, presbítero, Manuel Morales, pai de família, Salvador Lara Puente e David Roldán Lara. († 1926)
  • Em Barbastro, próximo de Huesca, no território de Aragão, na Espanha, os beatos Luís Masferrer Vila, presbítero, e dezenove companheiros, mártires, religiosos da Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria. († 1936)
  • Em Almazora, localidade próxima de Castellón, no litoral da Espanha, o Beato José Maria Peris Polo, presbítero da Sociedade dos Sacerdotes Operários Diocesanos e mártir. († 1936)
  • Em Madrid, também na Espanha, a Beata Maria do Sacrário de São Luís Gonzaga (Elvira Moragas Cantarero), virgem da Ordem das Carmelitas Descalças e mártir. († 1936)
  • Também em Madrid, o Beato Domingos Maria de Alboraya (Agostinho Hurtado Soler), presbítero da Congregação dos Terciários Capuchinhos de Nossa Senhora das Dores. († 1936)
  • Em Motril, localidade próxima de Granada, no litoral da Espanha, o Beato Vicente Soler, presbítero da Ordem dos Agostinhos Recoletos e mártir. († 1936)
  • Em Palma de Gandia, localidade da região de Valência, também na Espanha, o Beato Carmelo Sastre Sastre, presbítero e mártir. († 1936)
  • Em Tárrega, povoação próxima de Barcelona, também na Espanha, o Beato Jaime Bonet Nadal, presbítero da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
  • Em Madrid, também na Espanha, o Beato José Santoja Pinsach, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1936)
  • Em Málaga, também na Espanha, os beatos mártires Manuel Formigo Giráldez, presbítero da Ordem de Santo Agostinho, e Francisco Míguez Fernández, presbítero da Sociedade Salesiana. († 1936)
  • Em Caldas de Oviedo, nas Astúrias, também na Espanha, o Beato Severiano Montes Fernández, presbítero da Ordem de Santo Agostinho e mártir. († 1936)
  • Em Pádua, na Itália, o Beato Cláudio (Ricardo Granzotto), religioso da Ordem dos Frades Menores. († 1947)

Fontes:

– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova

– Produção e edição: Melody de Paulo


Fonte: https://santo.cancaonova.com/

13 de agosto de 2024

Santa Dulce dos Pobres, anjo bom da Bahia


Origens

Dulce Lopes Pontes nasceu, em 26 de maio de 1914, em São Salvador da Bahia (Brasil). Batizada com o nome de Maria Rita, foi a segunda dos cinco filhos de Augusto e Dulce Maria de Souza Brito Lópes Pontes. Órfã de mãe aos seis anos, ela tinha cerca de 16 anos quando começou a manifestar a qualidade que a teria distinguido ao longo de sua vida: a caridade. No porão da casa, acolhia crianças, adultos e idosos pobres e cuidava deles. De sua família e vizinhos, obtinha alimentos, roupas, remédios e alguns trocados que lhes destinava para aliviar seu sofrimento.

Freira

Enquanto cursava o mestrado em São Salvador da Bahia, ingressou na Ordem Terceira Franciscana. Mais tarde, conheceu o Superior Provincial dos Missionários da Imaculada Conceição. Logo que se formou, em 8 de fevereiro de 1933, ingressou nesta Congregação, que faz parte da grande família franciscana. Em 15 de agosto de 1934, fez os votos religiosos e adotou o nome de Dulce, em memória de sua mãe.

 Os trabalhos

Em 1935, fundou o primeiro movimento operário cristão em São Salvador: o Sindicato Operário de São Francisco; em 1937, fundou o Clube dos Trabalhadores da Bahia; em 1939, inaugurou o Colégio Santo Antônio, escola pública para trabalhadores e filhos de trabalhadores, no bairro de Massaranduba, em São Salvador. No mesmo ano, iniciou-se a acolhida aos doentes em prédios abandonados da cidade; em 1949, com a permissão da Superiora, pôde acolher setenta enfermos em um abrigo obtido no galinheiro adjacente à casa de sua congregação.

Em 1960, foi inaugurado o Asilo Social Suor Dulce, com um Estatuto que abarcava todas as suas fundações e enfatizava seu caráter exclusivamente cristão e humanitário. Em julho de 1979, o Cardeal Arcebispo Avelar Brandão Vilela convidou Santa Teresa de Calcutá a São Salvador para abrir uma casa em Alagados. Irmã Dulce aproveitou para conhecê-la. Exatamente um ano depois, houve outro encontro importante, aquele com São João Paulo II. Em 8 de fevereiro de 1983, foi inaugurado o novo hospital Santo Antônio, considerado, pelos baianos, mais um "milagre de Irmã Dulce".

Os últimos anos

Os últimos meses da vida da beata foram caracterizados pela doença. Piorou em novembro de 1990. Em outubro de 1991, São João Paulo II foi a São Salvador e quis ir às Obras visitar Irmã Dulce. O Cardeal Lucas Moriera Neves contou que o Santo Padre disse várias vezes: "Este é o sofrimento dos inocentes. Igual ao de Jesus". Ele enfrentou todo o seu sofrimento abandonado nos braços do Senhor. Todo o Apostolado dos Beatos resplandece entre aqueles cristãos que fizeram caridade a Deus e ao próximo durante toda a sua vida. Sua caridade era maternal, terna.

A sua dedicação aos pobres tinha uma raiz sobrenatural e do Alto extraia energia e recursos para pôr em marcha uma espantosa atividade de serviço aos últimos. Longe de qualquer horizontalismo, como verdadeira alma franciscana, fez-se pobre com os pobres por amor ao supremamente pobre. Sem fomentar conflitos de classe, lembrou aos ricos da necessidade evangélica de partir o pão com os famintos. 

Páscoa 

Sua vida foi uma confissão da primazia de Deus e da grandeza do homem filho de Deus, mesmo onde a imagem divina parece obscurecida, degradada e humilhada. Em 13 de março de 1992, a Beata Dulce faleceu em São Salvador da Bahia. De todo o Brasil ela foi, e ainda se define, a "Mãe dos Pobres" e o "Anjo Bom da Bahia". Em 13 de Outubro de 2019, o Papa Francisco realizou o ato de canonização.

Minha oração

"Ó mãe dos pobres, cuidai do povo brasileiro e olhai com mais atenção aos excluídos, assim como fizestes em toda a tua vida. Do mesmo modo, ensina-nos a viver sem indiferença para estes pequeninos. Por Cristo Nosso Senhor. Amém! "

Santa Dulce, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em  de Agosto:

  • Santos mártires Ponciano, papa, e Hipólito, presbítero. († c. 236)
  • Em Ímola, na Flamínia, hoje na Emília Romanha, região da Itália, São Cassiano, mártir. († c. 300)  
  • Em Lião, na Gália, atualmente na França, Santo Antíoco, bispo. († c. 500)
  • Em Poitiers, na Aquitânia, também na atual França, Santa Radegunda, rainha dos Francos, que, vivendo ainda Clotário, seu esposo, recebeu o sagrado véu e entrou no mosteiro da Santa Cruz de Poitiers. († 587)
  • Em Skemáris, na região de Lazika, situada na cordilheira do Cáucaso, o passamento de São Máximo Confessor, abade de Crisópolis. († 662)
  • Em Fritzlar, no território do Hesse, na Austrásia, hoje na Alemanha, São Vigberto, presbítero e abade. († c. 739)
  • No mosteiro de Altenberg, no território de Wetzlar, também na Alemanha, a Beata Gertrudes, abadessa da Ordem Premonstratense.(† 1297)
  • Em Kilmallock, na Irlanda, os beatos Patrício O'Healy, bispo de Mayo, e Cono O'Rourke, presbítero, ambos da Ordem dos Frades Menores. († 1579)
  • Em Warwick, na Inglaterra, o Beato Guilherme Freeman, presbítero e mártir. († 1595)
  • Em Roma, São João Berchmans, religioso da Companhia de Jesus. († 1621)
  • Em Viena, na Áustria, o Beato Marcos de Aviano (Carlos Domingos) Cristófori, presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. († 1699)
  • Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Pedro Gabilhaud, presbítero e mártir. († 1794)
  • Em Saugues, povoação próxima de Le Puy-en-Velay, também na França, São Benildo (Pedro Romançon), da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs. († 1862)
  • Em Barbastro, próximo de Huesca, cidade de Aragão, na Espanha, os beatos Secundino Maria Ortega Garcia, presbítero, e dezanove companheiros, mártires, religiosos da Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria. († 1936)
  • Em Almazora, povoação da província de Castellon, também na Espanha, o Beato João Agramunt, presbítero da Ordem dos Clérigos Regrantes das Escolas Pias e mártir. († 1936)
  • Em Albocácer, também na província de Castellon, o Beato Modesto Garcia Marti, presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e mártir. († 1936)
  • Em Barcelona, também na Espanha, o Beato José Bonet Nadal, presbítero da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
  • Em Revolts de Torrent, localidade da província de Girona, também na Espanha, os beatos Francisco Alfredo (Francisco Mallo Sánchez) e Hilarião Eugénio (Eugénio Cuesta Padierna), religiosos da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártires. († 1936)
  • Em Madrid, também na Espanha, os beatos Inocêncio Garcia Díez e Reginaldo Hernández Ramírez, presbíteros da Ordem dos Pregadores e mártires. († 1936)
  • Em Salás de Palarrds, perto de Lérida, também na Espanha, os beatos José Tàpies Sirvant e seis companheiros, presbíteros da diocese de Urgel e mártires. († 1936)
  • Em Berlim, no lugar chamado Plötzensee, na Alemanha, o Beato Tiago Gapp, presbítero da Sociedade de Maria e mártir. († 1943)

Fontes:

– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova
– Produção e edição: Melody de Paulo


Fonte: https://santo.cancaonova.com/

12 de agosto de 2024

Jovens do novo milênio

A santidade no século XXI: um chamado para você

"Jovens de todos os continentes, não tenhais medo de ser os santos do novo milênio!" (São João Paulo II)

Decidi começar esse texto com essa frase do meu amado São João Paulo II, porque ele sempre amou os jovens e falou com eles. Hoje, essa frase é para mim e para você, porque nós somos os jovens da atualidade e somos chamados a ser santos.

Eu não sei você, mas eu já tive a impressão de que a santidade, por mais que sempre fosse um desejo do meu coração alcançar, estava longe demais da minha realidade. Eu olhava para São Francisco de Assis, Santa Teresinha, Dom Bosco, Madre Teresa e vários outros grandes santos e pensava: "Eu nunca vou conseguir chegar nesse nível de santidade". Spoiler: ainda não consegui, mas estou tentando!

 

Crédito: FatCamera / GettyImages

Deus, no entanto, me chama a ser santa, mas, para ser santo, é preciso seguir um padrão de santidade comparando-se aos santos de antes (que podem e devem inspirá-lo). O que precisamos é seguir a Igreja e buscar assemelhar-se a Jesus cada vez mais.


Sabe por quê? Porque o mundo já teve uma Madre Teresa, um Dom Bosco, uma Santa Teresinha e um São Francisco de Assis. E ainda bem que eles foram santos e, até hoje, inspiram tanta gente a seguir a santidade. Porém, o mundo não precisa de outros iguais, porque Deus não os colocou no mundo nesse tempo. Ele colocou eu e você! Por mais inacreditável que possa parecer, o mundo precisa de um Santo (a) …… (encaixe o seu nome)

Entendeu? E eu não vou mentir para você; é difícil alcançar a santidade, mas é mais simples do que parece.

Simplicidade na santidade: pequenos atos, grandes feitos

Agora é a hora que a gente pensa: "Simples? E quando São Francisco se jogou nos espinhos para não pecar? Isso foi simples? E quando Santa Luzia teve os olhos arrancados? E quando Padre Pio recebeu as chagas de Jesus? E quando Santa Faustina VIU Jesus? Nada disso parece simples pra mim!"

E esse é um pensamento que faz sentido, porque, muitas vezes, a santidade vai exigir radicalidade da nossa parte e experiências extraordinárias da parte de Deus. Isso não impede de ser simples.


A santidade é construída nas pequenas coisas, nos pequenos "nãos" que damos ao pecado e no "sim" que damos a Deus. Você não precisa se isolar do mundo em um monte para ser santo; você não precisa ver Jesus ou Maria aparecer na sua frente para ser santo; não precisa levitar ou bilocar.

A juventude: matéria-prima para a santidade

Sabe por que Deus ama tanto os jovens? Porque nós somos cheios de vida, de sonhos, de anseios por aventuras e experiências, de vontade de lutar por algo, aprender coisas novas e dar a vida por algo que valha a pena. E tudo isso é matéria-prima para  a santidade! Por isso o mundo quer arrancar os nossos sonhos, deixar-nos preguiçosos, desinteressados e confortáveis demais!

E a radicalidade que Deus nos chama a viver na atualidade não é igual aos santos de antigamente, isso é fato! Sabe como eu sei disso?

Santos do novo milênio: exemplos a inspirar

Olhe para Carlo Acutis! O que ele fez de extraordinário? Um blog com milagres eucarísticos não é sobrenatural. E Guido Schaffer? Um surfista/médico/seminarista. Até onde eu sei, ele nunca levitou… Sandra Sabatini era uma jovem missionária com sonhos de se casar, como muitas meninas por aí. Chiara Luce era uma menina comunicativa, que amava esportes e fazia parte dos focolares, mas ela não foi perseguida por ser cristã.

Qual radicalidade eles viveram? Bom, a radicalidade de seguir o Evangelho, de dar testemunho de Cristo para os outros, de buscar, nas coisas mais simples, ser de Jesus, estar com Ele e fazer a vontade d'Ele.

Cada um deles, do seu próprio jeito, buscou a santidade e contagiou a vida de quem estava ao seu redor. É isso! Esses são os santos do novo milênio!

Deus anseia por uma juventude santa, e o mundo precisa que esses jovens se levantem agora. Esses jovens que estudam, que trabalham, que saem pra rolês, que vão à academia ou não gostam de malhar, que são artistas, que amam assistir a filmes e séries, que choram por decepções amorosas, que acordam com espinha na cara e amam comer uma pizza ou um lanche supergorduroso, que tiram fotos para postar nas redes e gravam vídeos de trend, que ainda não sabem que profissão seguir, que se sentem sozinhos, que tem dificuldades familiares, que sofreram muito, que gostam de aventuras, que estão em busca de algo para dar a vida.

Traduzindo: eu e você. Nós somos diferentes – ainda bem! –, porque somos mais santos para conta!

Um chamado à ação

Hoje, é dia da juventude, mas não é dia dos imaturos e ingênuos, porque isso não é ser jovem não! É dia daqueles que estão escritos na Carta de São João:

Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno. (1 João 3,14)

Assuma que esse é você! Deus o escolheu, e a missão que Ele lhe deu é só sua! Então, bora? Viva a sua juventude, mas viva com Deus e para Deus! Em meio aos sacrifícios, às lágrimas, risadas e vitórias, porque viver com Cristo é a maior aventura e, com certeza, vale a pena dar a vida por isso!

Até mais, futuro santo (a) …… (complete com seu nome)

Beatriz Valdez de Oliveira


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/jovens-novo-milenio/

Paz e estilo de vida

O estilo de vida como alicerce para a paz começa num caminho de não-violência e diálogo

O estilo de vida pode ser uma alavanca para promover a paz, pois diz respeito ao modo de se relacionar com o mundo – no campo familiar, no trabalho, na convivência com o semelhante. O engenho da organização social e política em cada sociedade não pode prescindir de qualificada e solidária conduta das pessoas, contracenando com os demais cidadãos em parâmetros civilizatórios que favoreçam o diálogo, a cooperação e a inegociável priorização dos pobres, vulneráveis e indefesos.

Paz e Estilo de Vida

Crédito: FatCamera / GettyImages

É preciso reconhecer que o ser humano, com seu estilo de vida, pode criar condições favoráveis para a construção de entendimentos, o alcance de intuições importantes, de êxito em projetos e escolhas, reconhecendo o que, de fato, constitui prioridades. Por isso, as instituições precisam contribuir para que diferentes segmentos da sociedade funcionem no horizonte da solidariedade e da justiça, promovendo, assim, a paz. E o progresso depende, visceralmente, da paz, sob pena de perdas irreversíveis, levando a catástrofes que inviabilizam a vida. 

O papel das instituições na promoção da paz e da justiça social

É inaceitável buscar o progresso pelas ambições nacionalistas ou por meio de repressões na ordem civil. Os estilos de vida de governantes, dirigentes ou construtores da sociedade pluralista, de todos os cidadãos, quando eivados de personalismos, distanciam-se da razão e da capacidade para o diálogo. Desconsideram os entendimentos baseados no direito, na justiça e no respeito. É o estilo de vida alicerçado no diálogo e na sábia administração das diferenças que conduz à paz. E a paz, para ser conquistada e preservada, deve se sustentar na verdade e no amor, sem manipulações ou imposições ideológicas perniciosas.

A inspiração cristã na busca por uma sociedade mais justa e fraterna

Nesse sentido, a Doutrina Social da Igreja Católica defende que a humanidade deve seguir na contramão da violência, combatendo desde as incursões bélicas homicidas até aquelas que alimentam o rancor e a vingança, distanciando o ser humano de uma convivência mais equilibrada na casa comum. 

A não-violência como pilar fundamental para a paz

Todos são chamados a se convencer a respeito do perigo destrutivo causado pela hospedagem do ódio no próprio coração, e a viver em harmonia com perspectivas divergentes. Sempre haverá, certamente, um caminho e uma saída para a solução de desavenças, a exemplo do que ocorre na narrativa bíblica envolvendo Jacó e Labão. Esses personagens bíblicos estabelecem uma divergência, mas, reconhecendo que a violência poderia levá-los a perder tudo, discernem sobre os caminhos que cada um deveria seguir, garantindo a prevalência da paz. A não-violência deve inspirar o ser humano, que precisa revestir o coração com nobres sentimentos.

No horizonte cristão, brilha o ideal de um estilo de vida alicerçado na caridade, com desdobramentos que têm propriedades incomparáveis e indispensáveis para qualificar relacionamentos e iniciativas, superando a tentação de rancores e de ressentimentos que alimentam vinganças e inspiram lutas já perdidas. 


O caminho da não-violência pavimenta-se com o diálogo e com a sabedoria de acolher indicações capazes de semear a paz. Passo importante é reconhecer a gravidade do momento atual, acolhendo o que diz o Papa Francisco em diferentes oportunidades: a humanidade vive uma guerra mundial aos pedaços, produzindo um mundo muito violento. Outros ciclos da história também conviveram com a violência, mas nenhum outro momento da humanidade contou com tantos recursos para se promover o diálogo e, consequentemente, construir a paz. Quando o Papa Francisco adverte para a disseminação da violência de modo fragmentado, "aos pedaços", aponta para a responsabilidade de todos nesse processo que leva o mundo a muitos sofrimentos -devastação ambiental, terrorismos, criminalidade, tráfico humano, abusos com migrantes, fome e miséria. 

Do diálogo à bondade

Deve-se respeitar o precioso princípio de nunca responder à violência com a violência – para que o ser humano não perca o sentido da vida, gerando morte e sofrimento, especialmente para os idosos, os jovens, os pobres e os doentes. A violência leva à morte física e espiritual. Urgente é cuidar do próprio coração, para que hospede valores relacionados à fraternidade solidária, sem espaço para ressentimentos e rancores, deixando-se curar pela misericórdia. 

Desse modo, combate-se a hostilidade, em conformidade com o que orientava São Francisco de Assis: "A paz que anunciais com os lábios, conservai-a ainda mais abundante no vosso coração". Em lugar da violência e da injustiça, prevaleça a bondade, que não pode ser confundida com permissividade. A bondade é força mais poderosa que a violência, capaz de convencer o ser humano sobre a importância de estar em harmonia com o seu semelhante. Permite reconhecer limites e investir na reconciliação, levando a resultados surpreendentes. 

A responsabilidade de cada um na promoção da paz

Todos são convocados a ser obreiros da paz pelo compromisso de defender, incondicionalmente, a vida em todas as suas etapas. Na história, são muitos os exemplos de obreiros da paz que alcançaram resultados impressionantes. Todos são convocados a contribuir para edificar uma sociedade mais pacífica. As comunidades cristãs são especialmente chamadas a ajudar também pela oração – força espiritual que é muito importante para inspirar a paz. Atenção especial e profética relaciona-se ao cuidado com os injustiçados e excluídos da sociedade.

Outro necessário cuidado diz respeito ao ambiente doméstico, que precisa ser marcado por gestos de bondade, fazendo com que cada relacionamento contribua com a aprendizagem da tolerância e do respeito. Assim as famílias ajudam a propagar o amor, com seus integrantes buscando superar perspectivas egoístas para se exercitarem na priorização do bem de seus familiares. O ser humano está convocado a buscar estilos de vida que se alicerçam na ética da fraternidade, combatendo a lógica do medo, do fechamento, pautando-se no respeito e no diálogo sincero. Um caminho singelo, da não-violência, essencial à paz. 

 

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/paz-e-estilo-de-vida/

A educação paterna de Deus

Compreendendo a disciplina na educação

Na carta de São Paulo aos Hebreus nós conhecemos a educação paterna de Deus [1]. O texto nos ensina a sermos firmes diante das provações desta vida, pois Deus corrige a quem ele ama e castiga-nos em sinal de acolhimento como filhos.

Já os evangelistas Mateus e Lucas ensinam o valor e a confiança na oração, dizendo que, se nós, que somos maus, sabemos dar coisas boas a nossos filhos, quanto mais o Pai Celeste dará coisas boas aos que lhe pedirem [2]. E são essas medidas, entre dar coisas boas e castigar, que geram tantas dúvidas nos pais.

Se, por um lado, eu quero que meu filho seja feliz e tenha coisas boas (afetuosas e materiais), eu também não posso fazê-lo achar que o mundo está à disposição dele para tudo o que quiser. Então, qual é a medida correta da boa-educação?

O desafio do equilíbrio

Há muito eu tenho refletido sobre o assunto, especialmente depois de ouvir um episódio de podcast com o título "Dá pra educar sem castigar?". Essa conversa causou uma mudança na minha forma de ver a paternidade. E em setembro de 2023 o podcast conseguiu, novamente, causar uma mudança de direção nas minhas reflexões enquanto pai com o episódio intitulado "Educação com limites: entre autoritarismo e permissividade".

Fato é que o equilíbrio entre dar amor e alegria, mas também ensinar os limites e o respeito ao próximo, é um desafio. Para chegar à conclusão que compartilho nesse artigo foi necessário juntar um pouco de tudo que sei, muito estudo e reflexão e, claro, um pouco de prática.

Créditos: arquivo do autor

Transformando castigo em lição

Imagine que seu filho tem seis anos e já foi advertido várias vezes que ele não deve chutar a bola dentro de casa. A criança, que se diverte muito sempre que chuta a bola, ignora tantas advertências, até que o chute leva a bola à janela que se quebra.

Talvez o primeiro pensamento que venha à mente seja: "eu já conversei e expliquei, agora é hora de castigar". A reflexão é para que nossos filhos não sejam castigados excessiva e repetidamente, de modo a extrapolar o ensinamento e representar mera punição.

Aprendo com as consequências

A criança deve entender que as ações têm consequências, que ela não está sozinha no mundo e tudo o que ela faz afeta outras pessoas. Mas, para tanto, é necessário que a consequência seja proporcional e tenha relação com o comportamento da criança. Se entendermos bem o caminho de indicar as consequências e conseguirmos fazer isso de forma que uma criança de seis anos assimile completamente, converteremos o castigo em lição.

É necessário que exista uma correlação entre o mau comportamento e a consequência. Deixamos de lado aquela ideia de tirar o que criança mais gosta só porque é o que ela mais gosta. Ficar sem tela porque chutou a bola no vidro: mas, quando a bola foi chutada não tinha tela envolvida. Não receber sobremesa após o jantar porque quebrou a janela, mas o chute foi logo pela manhã.


Traçando paralelos

Vamos traçar os paralelos aqui: um chute na bola dentro de casa quebrou a janela, a consequência é que ela deverá ser consertada, o que exige tempo e dinheiro; tempo que antes era para tela, agora é para consertar a janela, dinheiro que antes era para comprar sobremesa, agora é para pagar um vidro novo. Notou a diferença? Toda uma sequência de evento se desencadeou daquele chute desobediente.

O castigo não é aleatório, não é só para "sofrer" a consequência. No horário em que criança dispunha para assistir as telas ela irá acompanhar o pai no conserto da janela e, quando pedir sobremesa, não terá, porque o dinheiro foi gasto com a compra do vidro. Claro, é importante que a criança acompanhe o pai desde a compra do vidro até o conserto da janela.

Evitar a injustiça

E o mais importante: nenhuma outra punição para aquele mesmo comportamento. Atenção, porque essa atitude injusta te afeta não só na criação dos filhos, mas na convivência em geral. Se a criança já entendeu que a consequência da quebra da janela foi o tempo e o custo, nada de cara feia, de ficar relembrando a desobediência, de rotular de "desobediente" ou "mal-educado"; não é para recusar um pedido de brincadeira, de colo, a convivência, de se mostrar chateado ou irritado.

A criança já percebeu as consequências relacionadas ao mau comportamento, nada mais justifica a constante punição. Tudo o que for além disso é castigar a criança duas (ou muitas) vezes pelo mesmo comportamento. Então, você passa da medida da educação, pois um chute que durou segundos afasta o pai por dias e isso não é justo. Atos têm consequências, mostre-as de forma clara para a criança e continue sendo o bom pai de sempre.

Pode ser que você tenha se irritado muito, mas isso tem mais a ver com você do que com a criança ou a janela quebrada. Que possamos compreender e aplicar a educação paterna de Deus, explicada por São Paulo, aquela que "produz um fruto de paz e de justiça" [3]. Que assim seja!

Luís Gustavo Conde


CITAÇÕES DO TEXTO BÍBLICO
[1] (Hb 12, 5-13); [2] (Mt 7, 7-11; Lc 5, 5-13); [3] (Hb 12, 11).

9 de agosto de 2024

Edith Stein e a empatia

O sentir com o outro

Em tempos de relações líquidas, assimétricas e descontínuas, os seres humanos parecem estar à deriva: perdidos diante de si mesmos e do mundo. Clamam por relações que possam ser atravessadas até o fim, ou seja, vividas plenamente.

Vida e obra de Edith Stein

É a partir desse clamor que surge a concepção do termo empatia. Esse termo provém do grego empatheia, que significa não apenas compadecer-se da miséria do outro, mas, sobretudo, colocar-se na posição do outro. Trata-se de uma vivência muito particular que a filósofa e santa da Igreja Edith Stein soube analisar fortemente, embora nem sempre se utilizando de uma definição fechada ou do termo propriamente dito, mas tomando como base as investigações de seu professor Husserl e suas experiências de vida que a projetaram neste campo das relações humanas.

Para compreender a extensão de seu entendimento acerca da empatia, é preciso, antes, visualizar, ainda que panoramicamente, a vida dessa mulher.

Créditos: Jacob Wackerhausen / GettyImages

A busca pela verdade e a conversão

Edith Stein nasceu no ano de 1891, em Breslávia, antiga Alemanha (e atual Polônia), em uma numerosa família de origem judaica. Ainda jovem, perdeu o pai e foi criada pela mãe, que era uma grande exemplar na observação dos ritos do judaísmo e que zelava severamente para que todos os filhos seguissem seu exemplo. Durante a sua adolescência, Edith Stein passa por uma crise de fé, afastando-se assim das práticas judaicas, contudo ainda mantendo viva em si a busca constante pela verdade.

Em 1911, começa a cursar, na universidade de Breslávia, os cursos de Língua Alemã, Psicologia, Filosofia e História. Tendo um especial interesse pela Filosofia, optou pelos estudos na área de Fenomenologia com o grande filósofo Edmund Husserl, mudando-se temporariamente para Freiburg. Em 1915, gradua-se e, logo em seguida, com o início da Primeira Guerra, trabalha como enfermeira voluntária na Cruz Vermelha. No ano seguinte, ainda antes do fim da Guerra, retorna à sua cidade natal e trabalha como professora e, simultaneamente, escreve seu doutorado 'Sobre o problema da Empatia'.

Em 1920, passa por uma dolorosa crise interior, e, lendo a obra 'Livro da Vida de Santa Teresa d'Ávila', diz ali ter encontrado a Verdade. Com o incentivo de amigos, converte-se ao catolicismo e, 13 anos depois, decide ingressar no Carmelo. Torna-se então a irmã Teresa Benedita da Cruz, mantendo ainda a permissão de sua superiora para continuar a escrever a sua obra filosófica mais importante: 'Ser finito e Ser eterno'.

Em 1938, faz seus votos perpétuos e logo foge para a Holanda, pois, com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, é perseguida por ter origem étnica judaica. Começa a escrever a sua obra espiritual mais importante: 'A Ciência da Cruz'. Em 1940, os nazistas ocupam a Holanda, e Stein é levada para o campo de concentração em Auschwitz. Em 1942, morre na câmara de gás. Três dias antes de sua morte, havia dito: "Aconteça o que acontecer, estou preparada. Jesus está aqui conosco". Por seu heroísmo e exemplo de vida cristã, em 1998, é canonizada pelo Papa João Paulo II sob o nome de Santa Teresa Benedita da Cruz.

A experiência da empatia

Contemplando a vida de Edith Stein, percebemos que, mesmo em meio a crises e perseguições, ela desenvolveu, ao longo dos anos, uma abertura ao outro, na medida em que se pôs no lugar daqueles que, de alguma forma, sofriam, especialmente nas Guerras. Ela compreendeu que a empatia é uma vivência que deve ser atravessada. E para que isso seja possível, é necessária uma análise séria e rigorosa sobre a pessoa humana. A empatia deve ajudar com essas relações que se encontram à deriva, quando a pessoa não tem a plena posse da sua corporeidade ou da dimensão psíquica. Assim, à medida que me conheço, conheço melhor o outro; e à medida que conheço o outro, conheço melhor a mim mesmo, numa relação bilateral e simultânea.

Essas relações são vividas em um tempo e espaço precisos. Caso contrário, correríamos o risco de viver apenas a ideia da relação, de viver as relações como projeções ou como uma forma de submissão ou domínio. É por essa razão que a ideia de empatia de Edith Stein exige a plena consciência e a plena aceitação de si mesmo. Somente assim o outro deixará de ser apenas um instrumento para mim, e se tornará alguém semelhante a mim em dignidade, com qualidades e defeitos assim como eu, mesmo sendo diferente de mim.

O caminho para a empatia

Fundamentalmente, nunca chegaremos a alcançar os outros se antes não tivermos a coragem de alcançar a nós mesmos. É preciso ser capaz de sentir com o outro, e para isso Stein nos lembra que possuímos uma arma importante: a Graça. Quanto mais a pessoa se expande e se conhece sob a ação da graça divina, mais ela se humaniza, aperfeiçoando-se na configuração à pessoa de Cristo. É essa perfeição existencial suprema da pessoa humana pela qual deve se orientar o ato empático.

Inspiração para o presente

Que Edith Stein, ou melhor, Santa Teresa Benedita da Cruz, nos inspire nessa busca do conhecimento pessoal e do conhecimento do outro para podermos assim vivenciarmos as nossas relações de forma empática em nossas comunidades.

Santa Teresa Benedita da Cruz, rogai por nós!

Manuele Porto Cruz – Mestre em filosofia pela Universidade de Brasília, tendo como tema da dissertação de mestrado: "Pessoa, Comunidade e Empatia em Edith Stein".


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/devocao/edith-stein-e-a-empatia/