7 de junho de 2024

O Coração de Jesus: um refúgio para os tempos atuais

Sagrado Coração de Jesus: a devoção de que o mundo necessita

Junho é muito conhecido como mês das festas juninas. De fato, aqui no Brasil, essas celebrações são bem difundidas e têm sua importância, principalmente para a fé católica. Mas a grande solenidade deste mês é o Sagrado Coração de Jesus.

Sim, irmãos e irmãs na fé, é no Sagrado Coração de Nosso Senhor que enaltecemos o grande amor que Deus dispensa a cada um de nós. Desde o pecado de Adão e Eva descrito em Gênesis 3, que passamos a ter medo d'Aquele que tanto nos amou. Foi assim,que Jesus desceu a nossa miséria. O Verbo encarnado se fez presença no meio de nós, morreu numa cruz para nos aproximar definitivamente do Seu coração.

É isso que celebramos neste mês, o Deus que se apresenta a nós com um corpo humano, sem deixar de ser divino. Ademais, atinemos que, diante de tanto amor, ainda somos tão ingratos a Deus. Portanto, precisamos reparar todos os nossos pecados que causam sofrimentos a Ele e que transpassam com muitas lanças o seu venturoso coração. Amemos ao Senhor, vivamos por Ele e para Ele, como se cada dia fosse o último de nossa existência aqui na Terra.

Revelação privada de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque

O mundo carece de pessoas que queiram viver o espírito de sacrifício diante das paixões desordenadas, e façam penitências com retidão expiatória diante dessa urgente devoção.

"Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me" (Mt 16,24).
Sendo o Coração de Jesus o organizador de nossa vida, a paz que tanto procuramos se fará estabelecida, promessa feita a Santa Margarida Maria Alacoque a todos que a Ele se consagrarem.

Em 1673, a santa francesa Margarida Maria Alacoque teve uma revelação privada de Jesus, em que o próprio Cristo pediu a todos que honrassem o seu Sagrado Coração, e fez as 12 promessas específicas a todos os que venerassem e difundissem a devoção ao Sagrado Coração.

12 promessas a todos os que veneram e difundem a devoção ao Sagrado Coração

1.- "Darei às almas devotas todas as graças necessárias ao seu estado de vida".
Quantas são as nossas lutas diárias e quantas são as graças de que necessitamos! O próprio Deus vem em nossa ajuda, e não percamos tempo em confiar em Sua Providência que rege todas as coisas.

2.- "Vou estabelecer a paz em suas casas".
Como sempre cantou Eugênio Jorge, missionário católico, "A paz que é tão sonhada, cantada em canções tão lindas, só chegará até nós quando ouvirmos a voz do Senhor (Sonho de Paz – Mensagem Brasil). Que o Coração de Jesus nos conceda a paz que é Dom do Espírito Santo".

3.- "Eu te consolarei em todas as tuas aflições"
O Sagrado Coração de Jesus é o nosso consolador, assim como fez no caminho do calvário: "Jesus, porém, voltando-se para elas, disse: 'Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos. (Lucas 23,28-29). Ele, que sabe o quanto assumir a nossa cruz vai expiar os nossos pecados, se coloca ao nosso lado. É nessa hora que a Igreja, corpo de Cristo nos aponta os sacramentos para que renovemos a nossa fé.

4.- "Eu serei seu porto seguro na vida, e especialmente na hora da morte." Lembremos sempre que, enquanto tivermos energia e compreensão da vida, devemos buscar a santidade, pois, somente assim, faremos parte do número dos Vossos eleitos.

5.- "Vou conceder bênçãos abundantes sobretudo aos vossos empreendimentos temporais e espirituais."  No seu infinito amor, Jesus age em sua Providência, pois sabe que, enquanto aqui nesta vida, temos necessidades temporais, mas que bom que Ele não age conforme a nossa vontade, mas conforme o que é Sua Lei, pois sabe o que é melhor para todos nós. Não nos entristeçamos, portanto, quando nossos pedidos não forem aceitos pois a prioridade de Deus sempre será em vista dos bens espirituais.

6.- "Os pecadores encontrarão em Meu Coração a fonte e o oceano infinito de misericórdia". Diante da nossa necessidade de redenção, o Senhor não poupa esforços para que todos se voltem para Ele. Assim, sejamos fiéis em todos os momentos para que alcancemos a libertação de todas as paixões desordenadas que nos afastam da salvação eterna.

7.- "As almas mornas se tornarão fervorosas"
"Conheço suas obras: você não é quente nem frio. Eu gostaria que você fosse quente ou frio! Portanto, porque você é morno, vou cuspir você da minha boca." (Ap 3,15-16) O remédio para nossa alma é vivermos unidos ao amoroso Coração de Jesus, para que o nosso seja aquecido em busca da  verdadeira conversão. Corramos ao encontro daquele que tanto nos ama.

8.- "As almas fervorosas alcançarão maior perfeição".
Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito (cf.Col 3,14). Que em sua vida Ele esteja em primeiro lugar, eleja a Palavra de Deus e a Sua vontade e tudo o mais virá, pela mais pura bondade de Cristo.

9.- "Abençoarei cada lugar onde for exposta e venerada uma imagem do meu sagrado coração".
A imagem do Coração de Jesus, nos demonstra o seu amor verdadeiro, que com o seu olhar divino, nos assume até o fim. Bendito Coração que sofre por nós e vem ao nosso encontro.

10.- "Darei aos sacerdotes e a todos os que se ocupam da salvação das almas, o dom de tocar os corações mais endurecidos".
O Coração de Jesus nos permite vivenciar o Seu amor divino que refina os nossos sentimentos, ao mesmo tempo que nos livra do nosso fechamento interior, e assim podemos levar essa experiência a tantos que ainda não conhecem Aquele que é "caminho, e a verdade, e a vida" (João 14,6).

11.- "Aqueles que propagarem esta devoção terão seus nomes escritos em Meu Coração, e jamais serão apagados". Aos devotos do Sagrado Coração de Jesus, seus fiéis amigos, é prometido o que é mais essencial, a vida eterna.

12.- "A quem comungar na primeira sexta-feira de cada mês, durante nove meses consecutivos, concederei a graça da perseverança final".
Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Filipenses 3,14 O Apóstolo Paulo com a sua vivência nos leva a descobrir sobre o esforço da perseverança, mas que junto a isso podemos desfrutar da alegria nos aproximar mais de Jesus.


Aqueles que perseverarem na Devoção ao Coração de Jesus, jamais o negará. Preparemo-nos pois os tempos urgem firmeza de fé.
Portanto, permitamos que o nosso coração, lugar do agir de Deus, chegue ao mais íntimo coração do nosso Deus.

Micheline Teixeira 
Missionária da Comunidade Canção Nova:: Enfatiza as 12 promessas do Sagrado Coração, um ponto atrativo para o público.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/devocao/o-coracao-de-jesus-um-refugio-para-os-tempos-atuais/

5 de junho de 2024

O ambiente humano e o ambiente natural se degradam em conjunto

Meio Ambiente e Dignidade Humana: Reflexões sobre Laudato Si' no Dia Mundial do Meio Ambiente

A celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente começou, em 1974, com o tema "Uma Só Terra", refletindo a necessidade de proteger nossa casa comum, um conceito central na encíclica Laudato Si'. Estabelecida, em 1972, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, durante a Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano, essa data tem o objetivo de sensibilizar e mobilizar a população mundial para a proteção ambiental.

Em Laudato Si', publicada em maio de 2015, o Papa Francisco não apenas aborda o cuidado com o meio ambiente, mas enfatiza a dignidade e o valor intrínseco de cada ser humano. Ele critica a cultura do descarte, o qual, muitas vezes, ignora ou marginaliza os mais vulneráveis: imigrantes, os nascituros, os pobres entre outros.

Já na introdução do documento, Francisco destaca que tudo está interligado na casa comum:

A relação íntima entre os pobres e a fragilidade do planeta, a convicção de que tudo está estreitamente interligado no mundo, a crítica do novo paradigma e das formas de poder que derivam da tecnologia, o convite a procurar outras maneiras de entender a economia e o progresso, o valor próprio de cada criatura, o sentido humano da ecologia, a necessidade de debates sinceros e honestos, a grave responsabilidade da política internacional e local, a cultura do descarte e a proposta dum novo estilo de vida. Esses temas nunca se dão por encerrados nem se abandonam, mas são constantemente retomados e enriquecidos.

Créditos: AvigatorPhotographer / GettyImagens

Como o Papa destaca em outro trecho da carta, uma vez que tudo está relacionado, também não é compatível a defesa da natureza com a justificação do aborto. Para o Papa, não parece viável um percurso educativo para acolher os seres frágeis que nos rodeiam e que, às vezes, são molestos e inoportunos, quando não se dá proteção a um embrião humano, ainda que a sua chegada seja causa de incômodos e dificuldades.

Soluções para a sociedade

No "Capítulo Quatro: Uma Ecologia Integral", o documento destaca a principal solução para os desafios sociais e ambientais contemporâneos. A ecologia integral reconhece que os seres humanos são parte integrante de um mundo mais amplo, e defende a necessidade de "soluções abrangentes que levem em conta as interações entre os sistemas naturais e sociais" (LS 139).
O que é uma encíclica?

Laudato Si' é uma encíclica do Papa Francisco, publicada em maio de 2015, que aborda o cuidado com o meio ambiente e todas as pessoas, além de explorar a relação entre Deus, os seres humanos e a Terra. Vale recordar que uma encíclica é uma carta pública do Papa que desenvolve a doutrina católica sobre um tópico, muitas vezes à luz de eventos atuais. Neste sentido, Laudato Si dá continuidade à Doutrina Social da Igreja.

No documento, Francisco aborda vários temas importantes sobre a dignidade humana, o cuidado da "Casa Comum" e reforça o ensinamento da Doutrina Social da Igreja, essa doutrina dá continuidade aos ensinamentos de outros pontífices como: São João Paulo II que escreveu a "Laborem Exercens" (1981), "Sollicitudo Rei Socialis" (1987), "Centesimus Annum" (1991), e Compêndio da Doutrina Social da Igreja (2004) teve sua assinatura apostólica, e o Papa Bento XVI escreveu a "Caritas in veritate" (2009). Portanto, uma infinidade de documentos que podem ser explorados e estudados, e complementam Laudato Si.


Últimos acontecimentos climáticos no Brasil

Com os últimos acontecimentos trágicos, devido às ações climáticas como: enchentes e chuvas no Sul do Brasil, o tema do meio ambiente ganhou mais espaço de discussão no meio acadêmico, nos jornais e debates políticos.

O Brasil e o mundo viram, pelas mídias sociais, o quanto o brasileiro é solidário diante das catástrofes no Rio Grande do Sul; a sociedade civil e poder público somaram forças para mitigar o sofrimento do povo gaúcho que continuam reconstruindo suas vidas.

Cabe ao poder público colocar todos os recursos e meios possíveis para solucionar os problemas causados pelas chuvas, além de realizar ações de prevenção e conscientização para futuros eventos climáticos. Especialistas afirmam que muito poderia ter sido evitado com medidas adequadas. À população, cabe fiscalizar o uso dos recursos públicos, evitar a corrupção e cobrar dos representantes políticos ações concretas sobre o tema.

Uma alerta para os comunicadores

Mais do que em outra época, a Lautado Si necessita ser estudada e explorada. Cabe aos comunicadores, principalmente os cristãos, não serem confundidos com os temas que norteiam o meio ambiente nas discussões públicas, que diversas vezes são utilizados como "Cortina de Fumaça" para favorecer interesses pessoais e egoístas.

Palestras, cursos, rodas de conversa e paralisações vão ganhar mais espaço sobre o tema neste Dia Mundial do Meio Ambiente, que é muito importante e urgente. Entretanto, usando as palavras do próprio Papa, não podemos encontrar soluções não só na técnica, mas também numa mudança do ser humano; caso contrário, estaríamos a enfrentar apenas os sintomas.

Por fim, o Papa convida a população atual a explorar os recursos naturais com consciência, visando o futuro das novas gerações: "Cada comunidade pode tomar da bondade da terra aquilo de que necessita para a sua sobrevivência, mas tem também o dever de protegê-la e garantir a continuidade da sua fertilidade para as gerações futuras." (LS 67).


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/meio-ambiente/o-ambiente-humano-e-o-ambiente-natural-se-degradam-em-conjunto/

1 de junho de 2024

A visitação de Maria a Isabel e o Magnificat da Virgem Maria

São Lucas evidencia que a Mãe do Senhor respondeu à saudação louvável de Santa Isabel com o cântico do Magnificat, uma verdadeira oração de ação de graças a Deus por Sua bondade e fidelidade, impressionante, sobretudo, por sua profundidade e elevação teológica. Nós aprendemos a louvar, a exemplo da Virgem Maria, quando rezamos com a palavra de Deus diariamente. Mas quando deixamos de rezar e de viver a Palavra de Deus, a nossa vida de oração entra em crise.

A experiência espiritual de Maria Santíssima é profunda. Num gesto de serviço, indo ao encontro de sua prima Isabel, Ela nos mostra, mediante sua experiência espiritual com o Anjo Gabriel, que a oração precisa levar à caridade, isto é, que, consequentemente, temos que amar o próximo com gestos de serviço. O seu testemunho nos assegura, desde o início do Evangelho, que a verdadeira oração leva a amar mais concretamente os outros. Amar concretamente o próximo é a característica de quem sabe rezar.

A Virgem Maria, com seu exemplo, nos ensina o que significa amar: significa ter a coragem de encarar o compromisso do serviço, como Ela que enfrentou uma difícil viagem de alguns dias, para servir a Sua prima que morava longe.

Com efeito, no seu cântico do Magnificat, a Virgem Maria louva a Deus pelos feitos em Sua vida, ao mesmo tempo em que reconhece a misericórdia d'Ele, que 'perdura de geração em geração', ressaltando a atitude 'daqueles que O temem'. Mas, de maneira particular, Ela agradece a Deus por Sua misericórdia oferecida a Israel, mediante o cumprimento das promessas feitas a Abraão, que estão se realizando através da Encarnação do Filho de Deus em Seu seio.

Imagem Ilustrativa

O cântico Magnificat

Neste sentido, o biblista Jean-Pierre Prévost (1988, p. 116) explicita que, por ser o Magnificat um cântico inserido na narrativa da Infância de Jesus, a sua riqueza está, sobretudo, no acontecimento que, segundo São Lucas, a Virgem Maria celebra: a concepção de Jesus, sendo esta a mais surpreendente e decisiva das grandes coisas que Deus fez pela salvação de Seu povo e de toda a humanidade. Vejamos então, as palavras deste Cântico inspirado da Virgem Maria e meditamos no que Ela disse:

Minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito exulta em Deus, meu Salvador, porque olhou a humilhação de Sua serva. Sim! Doravante as gerações todas me chamarão de bem-aventurada, pois o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. Seu nome é santo e sua misericórdia perdura de geração em geração para aqueles que o temem. Agiu com a força de seu braço, dispersou os homens de coração orgulhoso. Depôs poderosos de seus tronos, e a humildes exaltou. Cumulou de bens a famintos e despediu ricos de mãos vazias. Socorreu Israel, Seu servo, lembrado de Sua misericórdia – conforme prometera a nossos pais – em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre! (Lc 1, 46-55).

Observa-se que a Virgem Maria agradece a Deus, sobretudo pela Encarnação do Verbo em seu seio, contemplando em Sua vida a concretização dos anseios de seus antepassados. O evangelista São Lucas apresenta a Mãe do Senhor como uma pessoa instruída nas Escrituras e capaz de entender, através da fé, o plano divino da Salvação: uma fé já testemunhada por ocasião da Anunciação do Anjo e exaltada por Sua prima Santa Isabel.


No encontro com Isabel, acontece um grande milagre na vida da Virgem Maria. Ela recebe a graça de saber expressar o que Lhe aconteceu em Nazaré. A partir desse encontro, Maria se anima para rezar, numa alegria que se transforma em canto. Isso evidencia que, a partir das nossas sadias relações, manifesta-se, dentro de nós, o que sozinhos não conseguimos compreender e exprimir. E demonstra que a nossa oração tem necessidade da comunidade da Igreja e de relacionamentos marcados pelo amor divino.

Quando somos Igreja, a graça de Deus vem ao nosso encontro. Efetivamente, a Igreja não é somente uma instituição, é Cristo em cada um de nós. É dessa relação com a Igreja que podemos compreender melhor o mistério de Deus a nosso respeito como a Virgem Maria nos mostra, pois Ela compreendeu este Plano de Deus ao entoar o Magnificat. Portanto, a nossa oração precisa unir-se à vida sacramental que nos dá forças para caminhar e enfrentar os desafios da vida cotidiana.

O cântico de Maria nos assegura que Jesus continua a visitar cada um de nós com Sua Santíssima Mãe, como visitou Isabel, nos convencendo de que, pela oração de louvor, tornamo-nos cada vez mais livres e alegres para proclamar as maravilhas de Deus. A alegria cristã consiste em acreditar em Deus apesar dos sofrimentos da vida cotidiana, confiando que a Sua Palavra se cumprirá em nossa vida.

Orar com alegria

De fato, o misterioso fruto da oração é a alegria, é a luz divina, é a paz. Quem reza não é só portador da alegria, é alegria, não é só portador da luz, é luz, não é só portador da paz, é paz. Há realidades que não se declaram, masque se veem. As pessoas veem quando portamos Deus: A Virgem Maria mostra esta realidade no Magnificat.

Em suma, com a Virgem Maria somos chamados a evangelizar, a tornar Jesus Cristo visível ao mundo, vivo e Ressuscitado em cada um de nós.

Referências

BÍBLIA. Português. Bíblia de Jerusalém. Tradução de Euclides Martins Balancin et al. São Paulo: Paulus, 2002. 2206 p.

PRÉVOST, J.-P. Magnificat. In: CAZELLES, H.; BOSSARD, A.; HOLSTEIN, H. (dir.) et al. Dicionário Mariano. Tradução de António Vieira. Porto, Portugal-Aparecida: Perpétuo Socorro-Santuário, 1988. p. 115-117.

Áurea Maria
Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/devocao/a-visitacao-de-maria-a-isabel-e-o-magnificat-da-virgem-maria/

30 de maio de 2024

Reflita: O que vale a pena ser postado nas redes sociais?

É interessante pensar que a vida, há 30 anos, acontecia normalmente sem redes sociais, internet e tantas outras realidades virtuais, não é verdade? Pois a relação de dependência ficou tão grande com esse meio, que seria impossível pensar a vida sem esses recursos. Pois então, é possível e saudável ter uma vida off-line. Não que tenhamos que nos desligar do mundo virtual, muito menos que ele seja algo ruim; pelo contrário, se você está lendo este texto, neste momento, é por causa dessa realidade tão importante dos nossos tempos.

A questão é apenas o equilíbrio das coisas. Todos já sabem o quão viciante é para o cérebro esse mundo virtual, por isso não irei falar sobre esse tema aqui, afinal de contas, você já o sabe. O que quero tratar com você, leitor, neste momento, é conduzi-lo a uma reflexão sobre a sua relação com o mundo virtual e as plataformas tecnológicas. Qual lugar as redes sociais ocupam em sua vida? Com que frequência você entra no aplicativo de relacionamento só para olhar se alguém postou algo novo ou se alguém curtiu sua postagem? Quanto tempo do seu dia você passa assistindo a pequenos ou longos vídeos, saltando de plataforma em plataforma, cada uma com um discurso diferente, seja ele para distrair e relaxar ou para estudar e aprender algo novo?

Valorize sua vida off-line

Se for parar para pensar, sempre encontraremos uma desculpa que justifique a postagem ou o tempo gasto no mundo virtual, porém, segue uma nova pergunta: Quanto tempo você tem gastado na vida de verdade? Você se lembra da última vez que saiu com os amigos, que foi a um parque, andou de bicicleta ou foi a uma cachoeira, fazenda, sentiu o ar tocando a sua pele? Qual foi a última vez que foi ao cinema, assistiu a um filme em família ou com os amigos sem ter o celular em mãos?

Créditos: Ivan Pantic / GettyImagens / cancaonova.com

Você se lembra do toque do abraço dado e recebido? Da lágrima que enxugou do amigo, namorado, noivo, esposo ou filho? Do consolo que recebeu ou deu diante de uma frustração vivida? Qual foi a última vez que fez uma refeição completa sem ter o celular na mão ou apoiado na mesa, ao lado do prato? Qual foi a última conversa que você teve e estava inteiro naquela conversa, sem dividir a atenção com o celular? Qual foi a última vez que saiu de casa sem o celular e não surtou por causa disso?

Enfim, quero convidá-lo a uma vida saudável e equilibrada. Sei que, como muitos, você deseja estar ativo na redes, mas qual seria o ponto de equilíbrio? O que postar? Quando postar? Essas duas perguntas precisam caminhar juntas de duas outras: Para quem estou postando? O que estou procurando com essa postagem? Todo tipo de postagem tem um objetivo: ser uma revista de fofoca digital que precisa ficar exibindo o que tenho ou gostaria de ter, criando um mundo de fantasias, ou tem o objetivo de ensinar, educar um público, colocando informações que irão agregar na vida de qualquer um que ler, assistir ao vídeo ou aquilo que a internet se tornou: um grande comércio.

Respeito on-line

Sendo assim, você precisa saber em qual lugar você está para saber o que postar, quando postar, qual a frequência de o fazer e o tempo que vai gastar para estar ali. Agora que encontrou o seu lugar e sabe como deve se comportar, lembre-se de uma coisa: existe uma ética que precisa ser vivida e respeitada no mundo virtual, não é porque é virtual que posso falar o que quero e mostrar o que quero. Haverá fotos de lugares em que você estará, como na casa de uma amiga, e talvez ela não se sinta confortável em você postar, afinal de contas, é a casa dela e pode querer manter a discrição daquele momento com você.


Então, não seja indelicado, mostrando algo que irá gerar desconforto. E tem o óbvio, mas que precisa ser lembrado, que são os comentários desnecessários, agressivos, cheios de mágoa, cujo único objetivo é atacar o outro. Lembre-se!

Esse problema é seu! A mágoa é sua! A chateação ou o ressentimento foi com você, e ninguém precisa saber que o seu coração está ferido ou que você não sabe lidar com aquela situação ou pessoa. A maior exposição não é para quem é atacado, mas para quem ataca com as palavras ou nos vídeos, pois revela muito mais dela. O que era dito ou visto, na vida real, muitas vezes ficou apenas na memória daqueles que estão envolvidos na situação, porém, o que fica 30 segundos na internet, por mais que seja removido, fica marcado para sempre.

Aline Rodrigues
Psicóloga e Missionária da Canção Nova

25 de maio de 2024

Filha testemunha a alegria da adoção

Não nasci do útero de minha mãe, mas nasci do coração dela!

A prática da adoção ainda é um desafio a ser vencido no Brasil, no entanto, muitas famílias têm superado as barreiras do preconceito e da dúvida e colhido os frutos da bela decisão. Como é o caso da fisioterapeuta Maria Isabel Ferminio, que contou ao formacao.cancaonova.com como foi sua história de adoção.

Redação: Com quantos anos você foi adotada? E como aconteceu todo o processo?

Fui adotada com quatro meses de gestação. Minha mãe biológica não tinha condições de me criar e o meu pai biológico não queria assumir um relacionamento com ela, nem me assumir por julgar que ele não era realmente o meu pai. Minha avó biológica, após a tentativa de aborto frustrada da minha mãe, quis, de imediato, procurar um família que pudesse me adotar. Então, ela partilhou a história com a minha mãe adotiva, que trabalhava na mesma escola que ela. Em conversa com meu pai e com meus irmãos adotivos, eles me disseram que, desde então, me adotaram no coração. No dia seguinte ao meu nascimento, fui diretamente para a casa da minha família adotiva.

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Redação: Você foi adotada ainda no período de gestação. Como sua família se preparou para receber você?

Quando foi acertada a minha adoção, não sabiam o meu sexo ainda, e a expectativa era se seria menino ou menina. Assim que souberam que eu era uma menina, pouco a pouco meus pais foram comprando o enxoval. Minha mãe disse que compraram apenas o básico, pois eles ganharam muitas roupinhas e coisinhas de bebê. E sempre combinaram em me dizer a verdade sobre a minha origem.

Redação: Como seus irmãos a acolheram?

Muito bem! Meus irmãos sempre foram maravilhosos. Minha irmã, por ser vinte anos mais velha que eu, se organizava no trabalho para sair mais cedo, e meu pai poder trabalhar no período da tarde. Meu irmão, 10 anos mais velho, hoje falecido, também cuidava de mim. Recordo-me, até hoje, que, muitas vezes, ele deixou de sair para brincar com os amigos, para poder cuidar de mim. Nunca houve nenhum tipo de diferença entre nós, penso até que fui paparicada demais.

Redação: Como foi o relacionamento com sua mãe?

Sempre me relacionei muito bem com ela. Eu a admiro muito pela coragem de ter me adotado e a forma como ela e meu pai me criaram. O cuidado que sempre teve comigo é digno de toda admiração que tenho por ela! Não nasci do útero dela, mas nasci do coração!


Redação: Em que sua mãe contribuiu na sua formação, para você se tornar uma mulher e uma profissional tão cheia de valores?

Em tudo. Percebo o quanto a minha mãe me ensinou a fazer as escolhas certas, a liberdade na dose exata para cada momento, os incentivos nos momentos em que tive vontade de desistir, as broncas quando estas foram necessárias. Foi o amor dela que me impulsionou a dar passos e a ter a ousadia que, muitas vezes, julguei não ter. Aos poucos foi me moldando em tudo que sou hoje, e sou grata a ela por tudo isso, não sei como medir isso em palavras.

Redação: Como foi descobrir que seus pais a adotaram? Como você reagiu?

Eu percebia que eu era muito diferente das pessoas em casa. Sou negra e todos eles são brancos; meu irmão é um pouco mais moreno, mas bem parecido com minha mãe. Então, certo dia, perguntei se, quando ela estava grávida de mim, havia tomado muita Coca-cola e café, porque eu era mais escura que todos eles, ou se era porque eu havia sido adotada. E ela disse que havia me adotado. No início, eu fiquei sem entender, e perguntei por que meus pais biológicos não haviam ficado comigo, e minha mãe me explicou que eles não tinham dinheiro para me criar. E conforme eu fui crescendo, ela foi me contando o restante da história e nunca me escondeu nada.

Redação: Você conheceu a sua mãe biológica? Como foi o contato com ela?

Não sabia como iniciar a conversa com ela ao conhecê-la, pedia que ela contasse a minha história e, depois, lhe fiz algumas perguntas. Ela chorou muito durante a partilha e me pediu perdão. Eu a agradeci por ter me dado a meus pais em vez de tentar novamente me abortar.

Redação: Qual foi sua expectativa ao conhecê-la?

Eu queria saber se eu era parecida fisicamente com ela, mas não vi tanta semelhança. De certa forma, gostei. Fiquei muito feliz em saber que, ao longo de minha vida, meus pais adotivos nunca omitiram nada da minha vida. A mesma história que eles me relataram foi a mesma que minha mãe biológica me contou.

Deixe uma mensagem para essas mulheres.

A generosidade materna é capaz de gestar, no coração, a vida de alguém que Deus lhe confiou por amor. Deus proverá todas as coisas.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/filha-testemunha-a-alegria-da-adocao/

19 de maio de 2024

Junte-se a nós em Oração neste Dia de Pentecostes


Sem vida de oração, é impossível um Pentecostes constante e atual em nossa vida. Neste dia, nesse dia tão especial de oração ao Espírito Santo, nesse dia de Pentecostes, nós somos convidados pelo próprio Espírito a uma experiência profunda e íntima com a sua pessoa.

O Espírito que é a terceira pessoa da Santíssima Trindade, o Espírito que é a vida da nossa vida, a alma da nossa alma. Sem ele, nada o homem pode. Somos dependentes do Espírito Santo.

Por isso quero convidar você, meu irmão, minha irmã, a neste dia, neste domingo de Pentecostes, quero convidar você a abrir o seu coração para uma experiência com o Espírito Santo. Uma experiência de amor, uma experiência de abandono.


Convido você a rezar nesta hora, no silêncio do seu coração, ou com as suas palavras, a rezar pedindo a presença e o auxílio do Espírito Santo. Vinde Espírito Santo sobre nós. Vinde Espírito Santo sobre o nosso coração. Vinde Espírito Santo e encha-nos da sua presença, encha-nos da sua unção, encha-nos da sua alegria.

Dai-nos Senhor Jesus, a graça de sermos neste dia batizados no teu Espírito Santo.

Guilherme Costa seminarista da Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/oracao/junte-se-nos-em-oracao-neste-dia-de-pentecostes/


15 de maio de 2024

Pentecostes e o início do Tempo da Igreja


Após a vinda do Espírito Santo no Pentecostes, a Igreja pode ser chamada: "povo congregado na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo".

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A origem da Igreja é discutida, porém, mais do que "discutida" deve ser "reconhecida". O mistério da Igreja (assembleia) que permanece em unidade com Cristo é tão profundo que não pode ser estabelecido um único ponto histórico de origem, mas deve ser reconhecido como um processo que se desenvolve ao longo do Novo Testamento. É no decorrer da Sagrada Escritura que o rosto da esposa de Cristo vai sendo desenhado por Deus.

Não existe um só ponto de origem da Igreja, pensar assim seria olhar de forma linear, e puramente histórica. Existe uma dimensão teológica a respeito desta questão que não nos permite olhar desta forma, antes nos convida a fazê-lo a partir de diversas perspectivas. Sendo assim, podemos dizer que cada uma das perícopes mencionadas acima fala da origem da Igreja em alguma dimensão particular (histórica, pastoral, sacramental, esponsal, missionária, etc.).

O batismo do Espírito

Os Apóstolos não iniciam a evangelização imediatamente depois de que Jesus ascende aos Céus. Ora, eles já conheciam a sua missão: pregar o Evangelho e batizar. Eles não estavam prontos? Os quarenta dias de convívio com o Ressuscitado não seriam suficiente para começar a pregação do Evangelho?

Vejamos bem, a Igreja, esposa de Cristo, unida a Cristo pelo vínculo indissolúvel da Cruz, procura em tudo imitar o seu Esposo. Se a missão de Jesus começou com o batismo, no qual o Senhor recebeu o Espírito Santo (cf. Mc 1,9-11; Mt 3,13-17; Lc 3,21-22), da mesma forma, a Igreja deve receber o batismo do Espírito, que a levará a realizar a sua missão: o Pentecostes. Efetivamente, antes da sua Ascensão, Jesus deixou à sua Igreja duas missões, pregar o Evangelho (cf. Mc 16,15; Mc 3,14) e batizar (Mt 28,19), no entanto, foi só depois da vinda do Espírito Santo que os Apóstolos iniciaram a missão.

Ensina o Concílio Vaticano II: "Consumada a obra que o pai confiara ao Filho para que ele realizasse na terra (cf. Jo 17,4), no dia de Pentecostes foi enviado o Espírito Santo para santificar continuamente a Igreja, e assim dar aos crentes acesso ao Pai, por Cristo num só Espírito (cf. Ef 2,18)" E ainda: "Sem dúvida o Espírito Santo já agia no mundo, antes ainda de que Cristo fosse glorificado. Contudo, foi no dia de Pentecostes que ele desceu sobre os discípulos, para permanecer com eles eternamente (cf. Jo 14,16), e a Igreja apareceu publicamente diante da multidão e teve o seu início a difusão do Evangelho".

O envio no Espírito

"Todos os evangelistas, ao narrarem o encontro de Cristo Ressuscitado com os Apóstolos, concluem com o mandato missionário (cf. Mt 28, 18-20; cf. Mc 16, 15-18; Lc 24, 46-49; Jo 20, 21-23). Esta missão é envio no Espírito, como se vê claramente no texto de S. João: Cristo envia os Seus, ao mundo, como o Pai O enviou a Ele; e, para isso, concede-lhes o Espírito. Lucas põe em estreita relação o testemunho que os Apóstolos deverão prestar de Cristo com a ação do Espírito, que os capacitará para cumprir o mandato recebido".

Após a vinda do Espírito Santo no Pentecostes, a Igreja pode ser chamada: "povo congregado na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Ora, se na economia da salvação o Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade a se revelar, somente após a sua descida dos céus sobre a Igreja, é que a Igreja tem acesso pleno a Deus para realizar a sua missão. Se bem Cristo é o fim da revelação e a ponte que dirige ao Pai, somente o Espírito faz com que o homem a atravesse. Por isso, São João Paulo II afirma que este fato deu início ao "tempo da Igreja".


Fonte: https://comshalom.org/pentecostes-e-o-inicio-do-tempo-da-igreja/