2 de abril de 2024

Qual a consequência da mentira no nosso cérebro?


Por definição, a mentira é o ato de mentir; de enganar, falsidade, fraude. O mentiroso é considerado o sujeito que possui o hábito de mentir.

Quando nos deparamos com uma criança mentindo, entendemos como um processo natural de tentativa de manipulação da realidade, em que a fantasia da criação se faz presente com uma maior intensidade em busca da satisfação de seus desejos. Cabem aos pais e responsáveis corrigir, orientar, amparar e apresentar a necessidade de aprender a lidar com a realidade; mesmo que não seja a desejada. Assim, evita-se que esse "pequeno ser humano"  possa entender que: se a realidade não for agradável, ele pode recorrer à mentira.

Usar o cérebro para imaginar histórias ajuda a aumentar a criatividade, mas é importante fazer isso com cautela. "Brincar" de mentir é saudável, só não pode ultrapassar as barreiras e acreditar naquilo que não existe de verdade. O bom e velho "faz de conta" tem a sua devida importância para o desenvolvimento. Porém, um faz de conta em que a fantasia é transparente para todas as partes envolvidas; evitando-se, assim, a ideia de enganar alguém.

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Todo mundo mente?

Profissionais de diferentes áreas concordam que todo mundo mente, distorce e apresenta a verdade favorecendo um ponto de vista que lhe seja mais interessante. Atitude concebida como necessária para a manutenção das relações sociais, amparada na expressão "não dá para falar tudo que pensa o tempo todo". Isso diz mais sobre o omitir julgamentos e pensamentos, a fim de evitar magoar o outro.

Essa busca de poupar o outro das decepções decepciona mais ainda, pois o mentiroso se torna uma pessoa indigna de confiança, desse modo, resulta no distanciamento e fim das relações.

Fisiologicamente falando, os lóbulos frontais são os grandes responsáveis pela manipulação dos pensamentos que representam uma importante aquisição neurobiológica da espécie humana. É nesta região que a decisão de omitir um fato, criar uma história ou mentir acontece. Essa mesma região também é responsável pelo nosso senso crítico, o famoso "juízo", ou bom senso.

O risco para o mentiroso

A mentira exige mais do cérebro do que apenas o relato dos fatos. Para mentir, uma pessoa deve, primeiro, omitir a verdade, em seguida, elaborar uma fala alternativa convincente para o outro, ao mesmo tempo que se preocupa em esconder os sinais físicos do nervosismo. Ou seja, é um processo que implica em um maior uso dos recursos cognitivos do que quando se diz a verdade.


Quando uma pessoa percebe que obteve êxito em seu empenho em mentir e conseguiu conduzir o entendimento da outra pessoa, corre-se o risco de sentir-se desafiada a praticar mentiras mais elaboradas. O risco, que o mentiroso corre, de ser desmascarado torna-se atrativo, pois é envolvido pela adrenalina e encanto por superar mais um obstáculo, o que o faz mais ousado nas próximas mentiras.

O mentiroso pode enfrentar uma patologia: a mitomania, que tem como principal característica a tendência incontrolável de contar mentiras, desde pequenos detalhes até histórias fantasiosas. No caso do mitômano, as mentiras não são para "levar vantagem" ou "enganar", muitas vezes, podem esconder doenças psíquicas ou traços de uma personalidade fragilizada que precisa de ajuda especializada.

Comportamentos prejudiciais

Para a psicóloga Daniela Faertes, especialista em terapia cognitiva e mudança de comportamentos prejudiciais, os casos normalmente começam com mentiras menores — que a princípio soaria como se a pessoa tivesse necessidade de chamar atenção ou que remetesse a maior aceitação dentro de um grupo —, até que a quantidade delas  crescerá, a ponto do mentiroso começar a se perder nas próprias narrativas, sem mensurar mais este alcance.

Os mitômanos podem mentir para se beneficiar de alguma forma, mas, algumas vezes, pelo mau hábito em si, as histórias inventadas são contadas naturalmente, sobre assuntos triviais do cotidiano. Mas o fato ainda pode se agravar, quando os temas criados são mais complexos e a repercussão disso é maior.

Uma característica comum dos mitômanos é a necessidade de ter atenção, reconhecimento e, principalmente, admiração. As fantasias contadas tendem a ser para elevá-los de alguma forma. Por isso, está diretamente relacionada aos indivíduos com baixa autoestima. Mas há outras classificações de mitômanos.

Em todos os casos, necessitam de acompanhamento profissional para tratar o vício na mentira.

Psicóloga Karina Maria da Luz


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/qual-a-consequencia-da-mentira-no-nosso-cerebro/


1 de abril de 2024

Via crucis, uma jornada de Amor


Via crucis, uma jornada de Amor

Via crucis, uma jornada de Amor foi o que veio ao meu coração diante do que Deus na sua providência me proporciona viver.

Via crucis, uma jornada de Amor

Em uma tarde tranquila, sob a luz suave do crepúsculo que banha carinhosamente cada canto da casa dos meus pais, começa a uma nova história, uma narrativa que transcende o tempo, entrelaçando a sagrada Via Crucis com a jornada terrena que Deus me chama viver.

Recordo a Palavra de Jesus que a Via Crucis faz parte dos que livremente o segue: "Jesus disse aos discípulos: 'Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga." (Mt 16,24).

Via crucis, uma jornada de Amor se dá nos acontecimentos da nossa vida cotidiana, e como uma família universal, e filhos amados de Deus, embora vivemos realidades diferentes, fazemos a mesma jornada.

São inúmeros os que vivem a via Crucis e talvez ainda não perceberam que percorrem esse caminho.

Desde que cheguei a casa dos meus pais me dedico todos os dias ao cuidado deles, pois o meu pai foi acometido pelo Alzheimer, e a minha mãe empenhada no cuidado dele e da casa se encontra cansada pois sempre teve a saúde frágil.

Via crucis, não é uma história de tristeza e lamentação, e se olharmos com fé, vemos que é uma via profunda e inesgotável de amor, e se a acolhemos nos torna pessoas resilientes, pois o Amor de Cristo fortalece e nos purifica nos momentos de provação.

Neste cenário, cada estação da Via Crucis se desdobra não apenas como um capítulo da Paixão de Cristo, mas como um espelho das etapas que vivi com o meu pai, minha mãe, minhas irmãs e que reflete um caminho repleto de sacrifícios que culmina na esperança. A via crucis tem uma beleza singular que só o verdadeiro amor é capaz de revelar.

Uma viagem para dentro de si mesmo

Via crucis, uma jornada de Amor nos remete a uma viagem para dentro de si mesmo, onde o fim não é o destino, mas o caminhar lado a lado, de mãos dadas, de corações unidos contra todas as adversidades que surgem.

À medida que sigo por esta jornada, sou convidado a contemplar não só os desafios impostos pela doença do meu pai, mas ver a presença de Deus em todos eles, também nos momentos de ternura, de silêncio, de Irecê, de oferecimento, das pequenas vitórias que são lições de vida que emergem das profundezas da alma.

Em cada queda do meu pai, é preciso um gesto particular de cuidado, uma palavra de conforto, levanta-lo para seguir em frente, motiva-lo na confiança para vencer os medos, é um ato de amor incondicional, de uma força que vem a tona quando disponho sair de mim e me entregar ao cuidado do outro com todo o meu ser.

Convido você, a embarcar comigo nessa viagem da Via crucis, uma jornada de Amor.

Permita-se ser tocado por esta história de fé, esperança e amor. Que ela lhe inspire a encontrar beleza e significado nos atos mais simples de cuidado e compaixão, e que, ao final desta caminhada, possamos todos nós refletir sobre as muitas formas que o amor pode se manifestar, mesmo nas circunstâncias mais desafiadoras da vida.

Rezar a via crucis na enfermidade

Ao chegar na casa dos meus pais para oferecer a minha colaboração efetiva no cuidado do meu pai, fui surpreendido!

Ja com alzheimer em estado crescente contei a ele que ficaria por um tempo, então me disse :

"você viverá a sua via crucis"

Não compreendi a sua fala, mas a guardei no coração. E nesta semana santa faz todo o sentido o que ele me disse.

Então me veio o desejo de partilhar com vocês o que nas madrugadas não dormidas Deus foi me falando ao coração e fui escrevendo está via sacra na vida diante dá enfermidade e te convido a rezar com ela:

**I Estação: Jesus é condenado à morte**

Como Jesus, que enfrenta uma sentença injusta, o diagnóstico do Alzheimer marca o início de uma jornada árdua. A aceitação desta nova realidade vem carregada de temores e incertezas, mas também da determinação em cuidar e amar. A morte não tem a palavra final.

**II Estação: Jesus carrega a sua cruz**

A responsabilidade de contribuir no cuidado de meu Pai com Alzheimer pode ser comparada ao peso da cruz. É um caminho repleto de desafios diários, onde cada passo exige força, paciência e resiliência, e Jesus está conosco para ajudar a carregá-la!

**III Estação: Jesus cai pela primeira vez**

Assim como Jesus, enfrentamos quedas. Elas podem ser quedas físicas, espirituais ou psicológicas. Cada uma delas nos ensina a importância de se levantar e seguir adiante, apesar dos desafios. Jesus é a nossa força e nos levanta!

**IV Estação: Jesus encontra sua mãe**

No momento delicado do enfermo, o apoio particular da família é fundamental, a minha mãe mesmo frágil foi presença incansável honrando o seu matrimônio, na alegria e dor, na saúde e na doença, juntos em família para suportar o meu pai mas suas necessidades dando a ele carinho e amor. Assim foi Maria, que ofereceu consolo e amor a Jesus.

**V Estação: Simão de Cirene ajuda Jesus a carregar a cruz**

Ninguém pode cuidar de alguém sozinho. A família e profissionais de saúde são Simões no caminho, dividindo o peso e oferecendo ajuda e consolo. Jesus não nos deixa sós, se preciso for nos envia os seus anjos para nós ajudar

**VI Estação: Verônica enxuga o rosto de Jesus**

Os pequenos gestos de cuidado e carinho, enxugar o rosto e após o banho, trocar as fraldas, dar de comer e arrumar a cama, é expressão de amor e dedicação. O mais simples ato é manifestação de amor, e como Verônica somos chamados a fazê-lo.

**VII Estação: Jesus cai pela segunda vez**

As recaídas são comuns na jornada do Alzheimer, a lucidez se altera com períodos de confusão, exigindo de quem cuida maior paciência e compreensão.

Jesus cai para nós levantar na caminhada.

**VIII Estação: Jesus consola as mulheres de Jerusalém**

Mesmo em sua dor, Jesus oferece consolo. Da mesma forma, nas muitas noites sem dormir e na exaustão, é preciso oferecer palavras de conforto e esperança ao meu pai, lembrando-o do amor que nos une. O amor de Jesus nos faz transcender.

**IX Estação: Jesus cai pela terceira vez**

As dificuldades podem parecer insuperáveis, mas a força para continuar vem do amor e da fé. A terceira queda reforça a necessidade de aceitar ajuda externa e reconhecer os próprios limites. A queda é um sinal de fragilidade humana e que sozinhos nada podemos.

**X Estação: Jesus é despojado de suas vestes**

A perda de independência e privacidade pode ser uma das partes mais difíceis do Alzheimer. Como filho, busco respeitar a dignidade de meu pai, ajudando-o com delicadeza e respeito. O enfermo como Jesus é exposto e é desvestido de si mesmo, abandonando-se nas mãos dos que cuidam.

**XI Estação: Jesus é pregado na cruz**

Os momentos de agonia, tanto física quanto emocional, são inevitáveis. Participamos do sofrimento de ver meu pai lutar contra a doença, compartilhando cada dor e cada lágrima, as vezes não nos reconhecendo, se debatendo. Uma via sacra que percorremos unindo-nos aos sofrimentos de Cristo

**XII Estação: Jesus morre na cruz**

O avanço do Alzheimer pode levar a perdas significativas, simbolizando uma forma de morte. Muitas vezes penso que estou a despedir-me lentamente do meu pai, e me recordo de tantos momentos marcantes que vivemos. Compreendo que preciso honrar a sua vida e continuar o seu legado. Jesus até o fim foi fiel ao Pai, dando sua vida morrendo na cruz.

**XIII Estação: Jesus é retirado da cruz**

Retirar alguém da cruz nem sempre será poupá-la do sofrimento, ou da morte, mas aceitar o ciclo da vida, com suas dores e despedidas. Porém em todos momentos vividos Jesus jamais nos deixa , Ele está presente.

**XIV Estação: Jesus é sepultado**

Cada jornada da vida tem o seu fim. É tempo de profunda reflexão de como vivemos. Fazer memórias dos acontecimentos é reviver com gratidão a oportunidade que nos foi dada de estar com os nossos, e elas permanecerão para sempre, pois o amor é eterno e nem mesmo a separação física poderá apagar. O importante é o que fica no interior, da graça de poder participar da vida do meu pai no ápice da sua fragilidade humana que culminará para todos o retorno à pátria definitiva.

**XV Estação: A ressurreição de Jesus**

Para nós cristãos a vida terrena tem um fim, pois o céu é o nosso lugar, e haverá sempre o Domingo, o dia da ressurreição. Cremos na ressurreição dos mortos e na vida eterna onde um dia todos contemplaremos a face de Deus.

Essa é a nossa esperança, a ressurreição!


giba

Gilberto Leandro Maia Brasileiro nasceu em 03/07/1973 em São Paulo SP – Missionária da Canção Nova a 24 anos casado com Nilza Maia e atualmente eles estão na Missão de Roma Itália


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/semana-santa/via-crucis-uma-jornada-de-amor/


30 de março de 2024

Paixão de Cristo – Paixão da Terra


 Para os cristãos a Sexta-feira Santa celebra a Paixão do Filho do Homem. Ele não morreu. Foi morto em consequência de uma prática libertadora dos oprimidos e de uma mensagem que revelava Deus como "Paizinho"(Abba) de infinita bondade e de ilimitada misericórdia que incluía a todos até "os ingratos e maus". Antes de ser executado na cruz, foi submetido a todo tipo de tortura. Segundo alguns intérpretes sofreu até abuso sexual.

Como referem os relatos do Novo Testamento, usando palavras do profeta Isaias, "foi considerado a escória da humanidade, o homem das dores, pessoa da qual se desvia o rosto, desprezível e sem valor, tido como castigado, humilhado e ferido por Deus; mas ele, justo e servo sofredor, se ofereceu livremente para ficar junto aos malfeitores, tomando sobre si crimes e intercedendo por todos nós".

Desceu até o inferno da solidão humana, gritando nos extertores da cruz: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste"? Porque desceu até ao mais profundo, Deus o elevou até ao mais alto. É o significado da ressurreição, não como reanimação de um cadáver, mas como uma revolução na evolução, realizando nele, antecipadamente, todas as potencialidades escondidas no ser humano. Ele irrompeu como criatura nova, mostrando o fim bom de todo o processo evolucionário.

Mesmo assim, como dizia Pascal, Cristo continua em sua paixão,agonizando até o fim do mundo, enquanto seus irmãos e suas irmãs, a Terra que o viu nascer, viver e morrer, não forem finalmente resgatados. Já dizia a mística inglesa Juliana de Norwich (1342-1413): "ele sofre com todas as criaturas que sofrem no universo". Outro contemplativo inglês, William Bowling, do século XVII, concretizava ainda mais afirmando:"Cristo verteu seu sangue tanto para as vacas e os cavalos quanto para nós homens".

Hoje a paixão de Cristo se atualiza na paixão do mundo, nos milhões e milhões de sofredores, vítimas de um tipo de economia que dá mais valor ao vil metal que à dignidade da vida, especialmente da vida humana. O Cristo se encontra crucificado na Terra devastada; suas chagas são as clareiras de florestas abatidas; seu sangue são os rios contaminados.

A rede de organizações que acompanham o estado da Terra, a Global Footprint Network, revelou no dia 23 de setembro de 2008, exatamente uma semana após o estouro da crise econômico-financeira que, neste exato dia, se tinham ultrapassado em 30% os limites da Terra. Chamaram-no de The Earth Overshoot Day: o dia da ultrapassagem da Terra. Esta notícia não ganhou nenhum destaque nos meios de comunicação, ao contrário da crise financeira que até hoje ganha a primeira página.

Com esta ruptura, a Terra já não tem condições de repor os bens e serviços necessários para a manutenção do sistema-vida. Em outras palavras, a Terra perdeu a sustentabilidade necessária para a nossa subsistência. Por causa disso, milhões e milhões de seres humanos são condenados a morrer antes do tempo e entre 27-100 mil espécies de seres vivos, segundo dados do conhecido biólogo Edward Wilson, estão desaparecendo a cada ano. Este fato inaugura aquilo que alguns cientistas já denunciaram como sendo uma nova era geológica. Foi chamada de antropoceno, na qual o grande meteoro rasante e destruidor da natureza é o ser humano.

Com sua voracidade e obsessão de crescer mais e mais para consumir mais e mais está se transformando numa força avassaladora dos ecossistemas e da Terra como um todo. Comparece como o Satã da Terra quando deveria ser seu anjo da guarda.

A Avaliação Ecossistêmica do Milênio, organizada pela ONU entre os anos 2001-2005, envolvendo cerca de 1.300 cientistas do mundo inteiro, além de outras 850 personalidades das várias ciências e da política, concluíram que dos 24 serviços ambientais essenciais para a vida (água, ar puro, climas, alimentos, sementes, fibras, energia e outros) 15 deles se encontravam em processo acelerado de degradação. Quer dizer, estamos destruindo as bases físico-químico-ecológicas que sustentam a vida sobre o planeta.

Agora não dispomos mais uma Arca de Noé que salve alguns e deixe perecer os demais. Desta vez, ou nos salvamos todos ou todos corremos o risco de perecer.

Neste contexto vale recordar as sábias palavras do Secretário Geral da ONU Ban Ki Moon, proferidas no dia 22 de fevereiro de 2009 referindo-se à crise econômico-financeira em relação à crise ecológica:"Não podemos deixar que o urgente comprometa o essencial" É urgente encontrar um encaminhamento à crise dos mercados e das finanças, mas é essencial garantir a vitalidade e a integridade da Terra. Sem esta salvaguarda, qualquer outra iniciativa ou projeto perdem sua base de sustentação.

Temos que transformar a paixão da Terra num processo de sua ressurreição na medida em que suspendermos a guerra total que movemos contra ela em todas as frentes. Isso somente se alcançará refazendo o contrato natural que se funda da reciprocidade: a Terra nos dá tudo o que precisamos para viver e nós lhe retribuímos com cuidado, respeito e veneração, pois é nossa grande e generosa Mãe.
Esta é o desafio e a mensagem que cabe assumer na Sexta-feira Santa do presente ano de 2012.

Leonardo Boff é ecoteólogo e da Comissão Central da Carta da Terra.


Fonte: https://leonardoboff.org/2012/04/06/paixao-de-cristo-paixao-da-terra/


28 de março de 2024

Veja 10 dicas de como participar de missas longas com as crianças


À medida que nos aproximamos das celebrações da Semana Santa, surge um desafio para os pais que têm crianças pequenas: como participar bem das celebrações mais longas? Reconhecendo essa necessidade, compartilho agora algumas dicas práticas para auxiliar nesta jornada desafiadora.

1 – Preparação Antecipada: planeje com antecedência, explicando às crianças o que esperar na missa, incentivando uma atitude respeitosa e participativa.

2 – Horário adequado: escolha um horário de missa que se adapte à rotina das crianças, evitando conflitos com cochilos ou refeições importantes.

3 – Alimentação e hidratação: certifique-se de que as crianças estejam alimentadas e hidratadas antes da missa, para evitar desconfortos durante a celebração.

Créditos: Iana Pronicheva / GettyImagens / cancaonova.com

Pais, estejam preparados

4 – Kit de sobrevivência: prepare um pequeno kit com lanches saudáveis, garrafas de água, lenços umedecidos e itens de entretenimento silenciosos, como livros para colorir.

5 – Lugares estratégicos: escolha um lugar na igreja onde as crianças possam ver e ouvir bem, mas também tenham espaço para se moverem um pouco sem atrapalhar os outros fiéis.

6 – Participação ativa: envolva as crianças na missa, incentivando-as a acompanhar as leituras, as músicas e as orações de acordo com sua capacidade.

7 – Intervalos breves: se necessário, faça intervalos curtos durante a missa, para permitir que as crianças se levantem, caminhem um pouco e usem o banheiro, mantendo a reverência à celebração.

Reforce os ensinamentos em casa

8 – Expectativas realistas: tenha em mente que as crianças podem se distrair ou ficar inquietas durante a missa, e isso é normal. Mantenha a calma e a paciência, focando na experiência espiritual, em vez de perfeição comportamental.

9 – Reforço positivo: reconheça e elogie o bom comportamento das crianças durante a missa, incentivando a participação e a reverência ao ambiente sagrado.

10 – Após a missa: busque puxar um diálogo leve sobre o que foi aprendido e experimentado, incentivando as crianças a compartilharem suas perguntas sobre a celebração. Ah, doces podem ser negociados depois da Missa e podem ser úteis, tornando-se uma rotina desejada pelas crianças.

Antes, durante e depois, demonstre carinho por eles, afinal, "não basta que sejam amados, eles precisam sentir que são amados", como ensina Dom Bosco. Vale ressaltar que a missa é uma pedagogia eficaz para comunicar a fé. "Temos de motivar os cristãos para que participem nela ativamente e, se possível, melhor com a família. A participação dos pais com seus filhos na celebração eucarística dominical é uma pedagogia eficaz para comunicar a fé e um estreito vínculo que mantém a unidade entre eles. O domingo significa ao longo da vida da Igreja o momento privilegiado do encontro das comunidades com o Senhor ressuscitado¹".

Referência

¹ Papa Bento XVI durante a Sessão Inaugural dos Trabalhos da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, em Aparecida, SP, 13.05.2007.

Adelita Stoebel –  Comunidade Canção Nova


26 de março de 2024

Confessar-se é a chave para a verdadeira reconciliação


O Sacramento da Reconciliação é comumente conhecido como o Sacramento da Confissão ou, às vezes, Sacramento da Penitência. Todos esses nomes estão corretos, porque todos eles falam daquilo que é vivido neste sacramento. Mas, de uma forma muito mais perfeita, podemos dizer que a palavra "reconciliação" engloba tudo aquilo que o Sacramento nos oferece como uma graça, porque ele tem essa finalidade de nos reconciliar com Deus.

Aquilo que o pecado rompeu, aquilo que o pecado cortou, a vida na graça que nós tínhamos, agora o Sacramento nos traz de novo. Nós estávamos como inimigos de Deus quando cometemos um pecado, e agora nós voltamos, através do Sacramento, a nos reconciliar novamente com Deus.

Nós voltamos e estamos novamente ali, usufruindo da comunhão, da graça que Deus tem reservado para nós. Mas para que isso aconteça de forma perfeita, nós temos algumas condições para viver bem esse Sacramento.

Cinco passos para a reconciliação

O primeiro delas: é importante que façamos um bom exame de consciência para que possamos estar atento a tudo aquilo que são os nossos pecados e àquilo que precisa, de fato, ser confessado, aquilo que, de fato, precisa ser colocado diante do Senhor.

Créditos: GettyImagens / gorodenkoff / cancaonova.com

Depois, nós precisamos ter, no nosso coração, o arrependimento, o verdadeiro arrependimento por termos ofendido a Deus pelo pecado que nós cometemos. Isso é uma coisa muito importante para nós, porque é por meio desse arrependimento que nos aproximamos novamente de Deus.

Em terceiro lugar, nós precisamos não só do arrependimento, mas também de um propósito de emenda, precisamos nos aproximar do Sacramento, querendo não mais cometer aquele pecado.

Nós precisamos nos aproximar do Sacramento, arrependidos dos nossos pecados, e, ao mesmo tempo que estamos arrependidos, também confirmamos o propósito de não mais voltar a pecar daquela forma. Então, esse é o terceiro ponto, que é importante para vivermos bem esse Sacramento.


O quarto ponto: é importante que haja a Confissão. A Confissão precisa acontecer diante de um sacerdote que tenha o poder dado por Deus, pela Igreja, a autoridade para nos reconciliar novamente com Deus.

Então, o momento do Sacramento da Confissão é muito importante, e precisa ser claro, o pecado precisa ser confessado de uma forma bem clara para que possamos viver bem essa experiência.

O quinto ponto também é essencial para que o Sacramento seja válido e bem vivido, e para que nós possamos usufruir dele de todas as formas. O quinto ponto é cumprirmos a penitência que o Sacerdote nos passa diante da nossa confissão. Então, aquela penitência precisa ser cumprida para que nós possamos usufruir bem daquilo que é a graça.

Pedir perdão a Cristo

Agora, eu queria levá-lo a refletir sobre duas coisas muito importantes que esse Sacramento nos concede.

Primeiro, a figura do sacerdote, a quem estamos nos direcionando para nos confessar, é a figura do próprio Cristo. Jesus se faz presente na figura do sacerdote. E, ali, o sacerdote está presente in persona Cristo, na pessoa de Cristo, mas, ao mesmo tempo, com a autoridade da Igreja. Porque o nosso pecado rompeu com a nossa comunhão com Deus, feriu o corpo místico de Cristo, que é a Igreja da qual nós fazíamos parte. Então, precisamos também desse passo importante de reconciliação.

Por fim, o Sacramento precisa ser buscado todas as vezes que é necessário, porque ele, além de perdoar os nossos pecados, infunde novamente, no nosso coração, a graça. Não só perdoa os pecados que ali confessamos, mas infunde novamente a graça que o pecado rompeu, a graça que o pecado separou.

Então, ele é muito importante também para nossa luta contra o pecado. Por isso, todas as vezes que for necessário, busquemos um sacerdote, façamos um bom exame de consciência e vivamos bem, de coração aberto, aquilo que Deus deixou para nós.


Renne Viana – Seminarista da Canção Nova

Transcrição e adaptação: Formação Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/confessar-se-e-a-chave-para-a-verdadeira-reconciliacao/


21 de março de 2024

Ensinamentos de São José para os homens de hoje


A sociedade está criando e cultuando uma imagem de homens que falam o que pensam, mas não fazem o que devem, exigem seus diretos e se esquecem quais são seus deveres como cristãos e cidadãos.

"Bom cristãos, honestos cidadãos." (Dom Bosco)

Fazem-se de vítimas de sua própria história e já não conseguem ter mais intuição masculina, ato de perceber e discernir.

"Examina a estrada onde pões o pé e todos os teus caminhos sejam bem firmes." (Provérbios 4,26)

Créditos: piccerella by GettyImages / cancaonova.com

Posicionamento do homem

Homens que fogem das decisões necessárias do seu cotidiano, por conta de sua imaturidade e infantilidade, eles tremem diante da pergunta: "O que devo fazer diante desta situação?"

Que teu coração deposite toda a sua confiança no Senhor! Não te firmes em tua própria sabedoria." (Provérbios 3,5).

Homens inseguros nos relacionamentos, no trabalho, na sua própria identidade, que é o sacrifício.

"A única forma de demonstrar amor neste mundo é através do sacrifício" (Fulton Sheen).


Homens espiritualmente falando, que buscam, em sua vida, elevadores e não mais escadas, degrau por degrau, porque o atalho castrou o homem moderno.

Tudo é absolutamente fácil, e não requer sacrifícios, não sonham mais em viver e morrer com a mesma mulher dentro de casa, mãe dos seus filhos.

Que São José nos ensine a sermos homens que fogem para o Egito, que gostem da aventura masculina de ser homens protagonistas semelhante a José. Mas que possamos, depois da experiência do Egito, voltar para Casa de Nazaré, a nossa essência, a nossa família.

Que, neste dia 19 de março, possamos ser Homens de Deus e retomar os trilhos da santidade. São José é o Pai das virtudes, ele assumiu a missão de cuidar de Maria e de seu Filho Jesus. São José não falha! Que, no dia de hoje, você peça a ele uma virtude necessária para cumprir bem a sua missão.

"O objetivo da vida virtuosa é tornar-se semelhante a Deus." (São Gregório de Nissa)

Oração – São José, árvore forte

São José, tu foste a árvore abençoada por Deus, não para dar frutos, mas para dar sombra, sombra protetora de Maria, tua esposa; sombra de Jesus, que te chamou de pai e ao qual tu te entregaste totalmente; tua vida feita de trabalho e de silêncio, ensina-me a ser eficaz em todas as situações. Que teu exemplo me acompanhe em todos os momentos: florescer onde a vontade do Pai me colocou; saber esperar, entregar-me sem reservas até que a tristeza e a alegria dos outros sejam minha própria tristeza e minha própria alegria.

Amém.

São José, valei-nos!

Ederson José – Comunidade Canção Nova 


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/santos/ensinamentos-de-sao-jose-para-os-homens-de-hoje/


12 de março de 2024

Do que é feita a Hóstia Sagrada?


A Hóstia Sagrada é um elemento central na celebração da Eucaristia na tradição católica. É considerada o corpo de Cristo e é consumida pelos fiéis durante a comunhão. Mas do que exatamente é feita a Hóstia Sagrada?

hostia sagrada

De acordo com a doutrina católica, a Hóstia Sagrada é feita de pão ázimo, ou seja, um pão sem fermento. Essa tradição tem raízes na Última Ceia, quando Jesus compartilhou o pão com seus discípulos antes de sua crucificação. O pão utilizado na Eucaristia deve ser simples, sem adição de fermento ou qualquer outro ingrediente.

O pão utilizado para fazer a Hóstia Sagrada é feito apenas de farinha de trigo e água. Essa simplicidade é uma representação da humildade de Cristo e da importância de se concentrar no essencial durante a celebração da Eucaristia.

Para garantir a pureza e a qualidade do pão utilizado na Hóstia Sagrada, é comum que as igrejas católicas tenham padarias especiais. Essas padarias são responsáveis por produzir as hóstias de maneira adequada e seguindo as diretrizes da Igreja.

Antes de serem utilizadas na celebração da Eucaristia, as hóstias passam por um processo de consagração. Durante a missa, o padre realiza uma oração especial chamada de "oração de consagração", na qual o pão é transformado no corpo de Cristo. Acredita-se que, após a consagração, a substância do pão permanece, mas sua aparência é transformada.

Além do pão ázimo, a Igreja Católica também permite o uso de hóstias feitas de outros cereais, como o trigo integral, o centeio e o milho. Essas opções são utilizadas principalmente em casos de necessidades especiais, como alergias ou intolerâncias alimentares.

É importante ressaltar que a Hóstia Sagrada é um símbolo sagrado para os católicos e deve ser tratada com o devido respeito. Ela é considerada o corpo de Cristo e, portanto, deve ser consumida com reverência e devoção durante a comunhão.

A Hóstia Sagrada é um elemento fundamental na celebração da Eucaristia e representa a presença de Cristo no sacramento. Sua simplicidade e pureza refletem os ensinamentos de humildade e amor de Jesus. Ao consumir a Hóstia Sagrada, os fiéis acreditam estar recebendo a graça e a presença de Cristo em suas vidas.

Em resumo, a Hóstia Sagrada é feita de pão ázimo, sem fermento, feito apenas de farinha de trigo e água. Ela é consagrada durante a missa e se transforma no corpo de Cristo para quem crê. Sua simplicidade e pureza são representações da humildade e do amor de Jesus.


Fonte: https://cantinhodocatolico.com.br/do-que-e-feita-a-hostia-sagrada/