4 de março de 2024

Viver reconciliado: é o segredo para conviver em paz


Você já ouviu alguma vez a expressão "viver reconciliado"? Para quem convive mais de perto com os missionários, colaboradores e vocacionados da Comunidade Canção Nova com certeza já ouviu!

Pois bem, trata-se de outro Princípio desta série dos Princípios de Vida do Carisma Canção Nova que eu gostaria de  apresentar a vocês como proposta de vida. Todo missionário CN o tem como regra (ou seja, não é opcional), mas como gosto de dizer é um estilo de vivência do Evangelho que cabe na vida de qualquer pessoa que queira viver com radicalidade.

Um dado muito interessante é que, aqui, na Canção Nova, a gente primeiro vive, para depois escrever, ou seja, virou regra porque havia a necessidade. E, se você for bom de lógica, vai perceber que para ter reconciliação é sinal de que houve desavença (vou falar baixinho: teve briga!). Não se assuste, onde tem gente, tem problema. E na Canção Nova não é diferente.

O que é viver reconciliado?

Talvez, você se desiluda com a CN ao me "ouvir" falar assim, ao perceber que, aqui, você não vai encontrar pessoas prontas, perfeitas, santas, mas não tem necessidade de perder a fé no Carisma, não! Eu diria que é justamente isso que o torna ainda mais louvável e interessante, Deus chamou homens e mulheres comuns — iguais a você, seus familiares e amigos —, para uma vivência radical do evangelho, não há mérito em nós, tudo é graça de Deus, nós apenas aceitamos viver este desafio de, apesar das nossas misérias e limites, nos aventurarmos numa vivência autêntica do evangelho.

Créditos: skynesher / GettyImagens / cancaonova.com

Mas vamos lá, quero falar para você o que é esse tal "viver reconciliado" e como ele pode funcionar na sua vida.

Vou tomar aqui a ajuda do bom e velho "Aurélio": reconciliar é:

1.estabelecer a paz entre; fazer as pazes, congraçar(-se), harmonizar(-se), conciliar(-se).

2.2 (…).

3.transitivo direto; restituir à graça de Deus. "O confessor reconcilia o pecador".

A partir dessa definição, podemos concluir que viver reconciliado é o mesmo que viver em paz. No entanto, viver reconciliado para o Padre Jonas abarca também outras dimensões, atinge a profundidade do relacionamento humano: é viver em harmonia consigo, com o outro e com Deus.

Um amor profundo

Certo! Mas o que isso tem de diferente para aqueles que já buscam os sacramentos? Bem, assim como no que diz respeito ao pecado que cometemos e confessamos, mas que permanece a sua marca em nós, em um dado momento teremos de apagar essa marca (seja por meio da penitência, indulgências ou no purgatório), para podermos desfrutar da amizade plena com Deus e de sua presença. Também nós, quando não estamos reconciliados com alguém, não basta confessar a causa da desavença, é preciso perdoar o irmão, além disso, é preciso devolver a ele o direito ao meu amor, à minha amizade. Não é isso que Jesus fez conosco na cruz? "Pois Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo, não levando em conta as transgressões dos seres humanos, e nos encarregou da mensagem da reconciliação" (2 cor 5,19).

Em outras palavras, viver reconciliado é assumir a missão de Cristo na cruz, é subir na cruz com Ele.

O amor a que somos chamados nos lança a um passo mais profundo conforme propõe o Evangelho: "Amai os vossos inimigos, fazei o bem aqueles que vos perseguem e caluniam". Somos, portanto, convidados a buscar aquele que nos feriu, ofendeu e nos reconciliarmos com ele. Aqui, na Canção Nova, neste momento, juntamos os dois princípios: "viver reconciliado" e a "partilha e a transparência", e vamos em busca do irmão.

"Qual de vocês que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma, não deixa as noventa e nove no campo e vai atrás da ovelha perdida, até encontrá-la? (Lc 15, 4). Ou ainda, " Vai reconciliar-te primeiro com o teu irmão, depois, vem, e apresenta a tua oferta" (Mt 5,24).

É a verdadeira união

Imagine você: diante das realidades de desavenças na comunidade, se a gente simplesmente fosse dizendo assim: "Eu perdoo fulano, mas não quero mais conversar com ele". Daqui a pouco, você veria os missionários olhando torto uns para os outros, então, no dia que estão fazendo um programa de TV ou outra missão, e esses dois irmãos estivessem juntos na escala, um pregando e o outro cantando, por exemplo, como seria? Como haveria unção, eficácia no seu apostolado? Deus nos livre! Seria o fim.


O Evangelho nos ensina: "Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá" (Mt 12,25) , agora você entendeu a nossa luta? E isso pode estar acontecendo aí, dentro da sua casa, marido e mulher dividindo o mesmo teto, a mesma cama, e não se perdoam.

Vale deixar claro que temos dons especiais para viver essa radicalidade, o Carisma nos confere uma predisposição para viver desta forma. O Batismo no Espírito Santo nos impulsiona com os dons, tudo o mais é sangue, suor e lágrimas. E ainda tem gente que acha que a espiritualidade do Carisma Canção Nova é fácil. Ela é sim, simples, mas muito exigente, exige radicalidade.

Seguir o exemplo de Jesus na cruz

Eu creio que, se você chegou até aqui, é porque você esteja procurando essa radicalidade na sua vida. Dito isso, reafirmo que você também pode assumir o viver reconciliado na sua vida. No fundo, todos nós desejamos viver em paz e sabemos o que precisamos fazer para isso, mas, muitas vezes, o orgulho não nos deixa tomar a atitude necessária e começamos a dialogar com as justificativas: "Ah, mas foi ele quem me ofendeu!"; "Eu não, ele, se quiser, que venha me procurar", "Eu já fiz a minha parte", ou ainda, "Eu lavo as minhas mãos"; "Mas se eu for, ele vai achar que estou admitindo que estava errada, e eu não estava!".

Percebe que estamos negociando com as nossas justificativas, a partir do nosso orgulho ferido? Não deve ser assim o nosso proceder, se Jesus nos orienta a amar os nossos inimigos, não fica subentendido que devemos dar a vida pelos nossos amigos? O amor que Cristo nos propõe é o da Cruz, e nela se reconcilia o homem com Deus, consigo e com o outro.

Não é um modelo de vida fácil

Viver reconciliado está expresso no mandato de Jesus que diz: "Quem quiser vir após Mim negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me" (Lc 9, 23).

Como eu já disse, parafraseando o Padre Jonas, custa sangue, suor e lágrimas! Mas vale a vida. E é assim que o cristão, filho de Deus, tem paz. Aquela "paz que excede todo o entendimento" (Fl 4,7).

É fácil viver assim? Com certeza não é. Mas é simples, basta querer e tomar a cruz de cada dia. Comece reconciliando-se com Deus, pois Ele é "rico em misericórdia" (Ef 2,4), e não se negará a te perdoar, te ouvir, te receber de volta. Depois, vá ao seu próprio encontro, perceba onde está a sua parcela de responsabilidade naquela situação de desentendimento e/ou de pecado. Às vezes, não se trata do que você fez, mas daquilo que você poderia ter feito; daquilo que você poderia ter dito de um jeito melhor ou ainda nem ter dito.

Assuma a sua responsabilidade! E, por último e de forma alguma menos importante, vá ao encontro do irmão, seja humilde, fale; e, depois, escute. Viver reconciliado não se trata de ter razão, mas de ter paz, de quem ama mais. Receba-o de volta. Não se engane: nosso inimigo não é nosso irmão, o nosso inimigo é um só, o demônio, o divisor. Ele quer fazer perder todos os relacionamentos, destruindo a comunhão e o amor.

Aceite o desafio

Eu não sei quem disse, mas eu aprendi, aqui, na Canção Nova: quando perdoamos alguém, nós o libertamos da culpa que ele tinha diante de Deus. Certa vez, Papa Bento disse que "o amor supera a justiça, justiça é dar ao outro o que é dele por direito, o amor é dar ao outro o que é meu".

Consegue imaginar tudo isso acontecendo dentro da sua casa? Eu consigo! Então, hoje, meu convite para você é este: assuma esse jeito de ser Canção Nova na sua vida, com fé e ousadia. No início, vai ser você e Deus contra o mundo, mas uma pequena porção de fermento na massa leveda a massa toda. E, aos poucos, o amor vai transformando todas as realidades. Em última análise, reconciliação é obra do amor!

Por fim, deixo aqui a dica de uma jaculatória que eu gosto muito e a rezamos geralmente após a comunhão que diz: "Jesus, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso, na Canção Nova, acrescentamos: fazei-nos viver o amor e a reconciliação".

Deus abençoe você e viva em paz!



Carla Picolotto

Carla Picolotto é natural de São José das Missões (RS). Membro da Canção Nova desde 2009, Carla passou pelas missões de Lavrinhas (SP), Cachoeira Paulista (SP), Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE) e Queluz (SP). Neste último, ela fez parte da equipe de Formação do discipulado. Atualmente, está na missão de São José dos Campos (SP).


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/viver-reconciliado-e-o-segredo-para-conviver-em-paz/


28 de fevereiro de 2024

O mandato missionário da Igreja Católica


Todo batizado é chamado a missão. Entenda mais essa afirmação neste artigo de Rodrigo Santos da série sobre o Catecismo da Igreja Católica.

comshalom Foto: Expedição Shalom na Ilha do Marajó.

Entre os imperativos mais firmes efetuados por Jesus Cristo a Seus apóstolos, estão aqueles relacionados à missão, ao anúncio do Evangelho a todos os povos. Não apenas o povo judeu era destinatário da Paz que o Messias veio anunciar, mas todos os povos, raças, línguas e nações. Devido à gravidade dessa catolicidade da Igreja, o Catecismo dedica, então, alguns parágrafos sobre a temática da missão: 

"Enviada por Deus às nações, para ser o sacramento universal da salvação, a Igreja, em virtude das exigências íntimas da sua própria catolicidade e em obediência ao mandamento do seu fundador, procura incansavelmente anunciar o Evangelho a todos os homens. 'Ide, pois, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo quanto vos mandei. E eis que Eu estou convosco todos os dias, até ao fim do mundo' (Mt 28,19-20)" (CIC 849). 

Ser missionário é estar aberto a um constante compromisso de despojamento em prol da obra de Deus. Nem todos os batizados são vocacionados a deixar seu estado, sua pátria etc. Porém, todos são chamados a sair da terra do egocentrismo e ser missionários na realidade em que se encontram: No seio da própria família, comunidade, trabalho, faculdade, bairro etc. "O mandato missionário do Senhor tem a sua fonte primeira no amor eterno da Santíssima Trindade: 'Por sua natureza, a Igreja peregrina é missionária, visto ter a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na missão do Filho e do Espírito Santo'. E o fim último da missão consiste em fazer todos os homens participantes na comunhão existente entre o Pai e o Filho, no Espírito de amor" (CIC 850).


A pergunta que muitos se fazem é: "Qual o motivo e razão de ser desse mandato missionário?" O Catecismo responde: "É ao amor de Deus por todos os homens que, desde sempre, a Igreja vai buscar a obrigação e o vigor do seu ardor missionário: 'Porque o amor de Cristo nos impele…' (2Cor 5,14).  Com efeito, 'Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade' (1Tm 2,4). Deus quer a salvação de todos, mediante o conhecimento da verdade. A salvação está na verdade. Os que obedecem à moção do Espírito da verdade estão já no caminho da salvação. Mas a Igreja, à qual a mesma verdade foi confiada, deve ir ao encontro dos que a procuram para a levar. É por acreditar no desígnio universal da salvação que a Igreja deve ser missionária"(CIC 851).

Quando se fala desse mandato missionário, entra em cena, junto ao batizado, uma pessoa de importância essencial, trata-se do Espírito Santo. Ele é a grande promessa do Pai, efetuada e anunciada pelos lábios de Nosso Senhor Jesus Cristo.

"'O protagonista de toda a missão eclesial é o Espírito Santo'. É Ele que conduz a Igreja pelos caminhos da missão. E esta 'continua e prolonga, no decorrer da história, a missão do próprio Cristo, que foi enviado para anunciar a Boa-Nova aos pobres. É, portanto, pelo mesmo caminho seguido por Cristo que, sob o impulso do Espírito Santo, a Igreja deve seguir, ou seja, pelo caminho da pobreza, da obediência, do serviço e da imolação de si mesma até à morte – morte da qual Ele saiu vitorioso pela ressurreição'. É assim que «o sangue dos mártires se torna semente de cristãos" (CIC 852).

Essa evangelização e catequese precisaram ser cooperadoras inseparáveis ao longo dos séculos. Ir constantemente atrás de novas ovelhas para o rebanho do Senhor, mas sem se descuidar das que já estão no redil. Isso, no entanto, não se efetiva sem combate, sem provações, sem perseguições. Provações que muitas vezes resultam de fraquezas e inconsistências de seus próprios membros. Por isso, a Igreja também é consciente de quão distante está o ideal do que ela anuncia dos limites de seus membros. Daí a constante necessidade de intercessão e exame de consciência. O ser missionário da Igreja supõe ir onde estão os destinatários do anúncio.

"Pela sua própria missão, 'a Igreja faz a caminhada de toda a humanidade e partilha a sorte terrena do mundo. Ela é como que o fermento e, por assim dizer, a alma da sociedade humana, chamada a ser renovada em Cristo e transformada em família de Deus'. O esforço missionário exige, portanto, paciência" (CIC 854).


O olhar paciente auxilia na missão, contribui ainda no processo de aprendizagem com os próprios erros. Surgem, daí, ainda críticas iluminadas por novas descobertas sobre o homem, sobre a vida, enfim sobre a própria natureza. Outro forte hiperativo provocado por esse mandato missionário da Igreja é a unidade dos cristãos. A missão exige o esforço rumo à unidade dos cristãos (cf. CIC 855). Implica ainda um diálogo respeitoso com os que ainda não aceitam o Evangelho (cf. CIC 856). 

Que o Espírito Santo não desista do povo do Senhor. Que a dureza de coração se renda às propostas da graça. 


Fonte: https://comshalom.org/o-mandato-missionario-da-igreja-catolica/


26 de fevereiro de 2024

Conheça o método de viver da Partilha e Transparência


São chaves capazes de abrir e fechar portas muito importantes.

Você já viveu situações complicadas com pessoas que você ama? Conversas atravessadas que se tornaram indigestas? Brigas que fazem pesar a consciência e, quando deitamos a cabeça no travesseiro, roubam o nosso sono? Pois é! Quem nunca?

Situações como essas, muitas vezes, levam anos para serem resolvidas, são irmãos que deixam de se falar, amizades perdidas, clima pesado no trabalho, algumas destas situações até evoluem para doenças; tudo porque houve um mal entendido ou, ao contrário, porque ficou tudo muito claro e muito duro.

Espero que não, mas acredito que, se você não experimentou nada disso, deve ter, no mínimo, presenciado algo do tipo! Pois é, não deveria acontecer, mas são coisas da vida e que acontecem com as melhores pessoas e nas melhores famílias até entre os melhores amigos.

Uma maneira de viver

Aqui, na Canção Nova, não é diferente, de vez em quando acontecem desentendimentos, desavenças, discussões, brigas… Contudo, na Canção Nova, encontramos um jeito de resolver isso, Deus inspirou ao Padre Jonas a Partilha e a Transparência, que, para nós, se tornou um Princípio de Vida. Em outras palavras significa dizer que ou colocamos em prática esse princípio ou colocamos a perder a nossa vocação. Ou vivemos ou, então, morremos.

Créditos: SDI Productions / GettyImagens / cancaonova.com

No entanto, posso afirmar que não é só para quem é da Canção Nova que isso funciona. Nós, antes de sermos missionários, também temos uma família e, quando vamos para casa em nosso período de descanso, colocamos em prática o que aprendemos no Carisma. Quando viemos para a Canção Nova trouxemos o que aprendemos em casa e, quando voltamos para casa, levamos o que aprendemos no Carisma. E é lindo demais ver os nossos familiares assumindo também para si aspectos do Carisma Canção Nova.

Levar a santidade

Também entre os nossos colaboradores já se nota a adesão ao jeito de ser e viver Canção Nova, ouso dizer que é esse jeito de ser e viver que os atraiu a quererem vir trabalhar conosco. Logo, funciona também para quem não é um missionário CN.

Mas entenda o porquê disso servir para você, o Padre Jonas dizia que a Canção Nova é uma "fábrica de santos", e ele não se refere apenas aos missionários, ele está dizendo que o nosso jeito de viver é uma fábrica de santos e qualquer pessoa, sem dúvida, pode assumir o nosso modo de viver, claro, para nós Partilha e Transparência é um Princípio, para você será um estilo de vida, o estilo de vida do Evangelho. E veja que interessante, a Igreja quando conferiu à Canção Nova o reconhecimento pontifício, atestou o que o Padre Jonas já havia percebido, nosso jeito de viver leva aqueles que o assumirem para uma vida santa.

Tudo muda por causa da visão do Evangelho

Como eu estava dizendo, aqui, na Canção Nova, acontecem desentendimentos, como na sua casa, contudo, por termos por regra de vida o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, então, buscamos moldar o nosso proceder ao Seus ensinamentos e, a partir disso, tudo o que vivemos precisa passar pelo filtro do evangelho.

Não precisa nem conhecer o Evangelho ou mesmo Nosso Senhor para saber que briga e desentendimento causam um mal danado. Tudo porque, diante de uma briga, o que sobra são sentimentos ruins, palavras "mal ditas" e, geralmente, tudo isso é guardado a sete chaves no nosso interior, ou é colocado para fora da pior maneira possível; e o que já estava ruim fica muito pior.

A Partilha e a Transparência são, por assim dizer, um "mecanismo" que usamos para não deixar entulhado no coração os mal entendidos, os sentimentos ruins, as brigas, as mágoas etc.; bem como para não colocar para fora no lugar errado, do jeito errado, na hora errada; e até para pessoa errada os nossos sentimentos e azedumes.


Trata-se de uma chave que abre o coração e a boca para a partilha e que também fecha o coração e boca para o que não corresponde à vivência do Evangelho. De maneira concreta, sempre que acontece uma situação que gerou um mal entendido, antes de tudo, nos colocamos em oração, deixamos decantar as emoções, nos desarmamos das nossas razões e interesses; e tão logo quanto seja possível (a regra aqui também é do Evangelho: "não se ponha o sol sobre o vosso ressentimento") procuramos aquele irmão ou irmã para partilhar o que aquela determinada situação gerou em nós e vamos desmascarando as armadilhas do demônio naquela situação.

A gente fala o que sentiu, partilha o que nos fez mal, mas também escuta o nosso irmão, dá a ele oportunidade de se dizer. Muitas vezes, não passava de um mal entendido que poderia ter consequências desastrosas se não tivéssemos tido aquela conversa, difícil, mas extremamente necessária e salutar.

A partilha abre-nos ao perdão, à reconciliação; e nós já sabemos: o perdão é um santo remédio, mas reconciliação é um tema para outro momento.

Partilha e transparência são chaves também para abrir uma boa conversa, para dividir sonhos, inspirações, para inaugurar amizades, para restabelecer a confiança, para ganhar força num projeto novo, para sair de si e da zona de conforto, para ir ao encontro dar-se a conhecer e a conhecer o outro. E veja: isso tudo pode ser aplicado aí na sua casa ou no seu trabalho, não é exclusividade da Canção Nova.

Ser fiel à Palavra de Deus

Mas essa chave também serve para fechar, fechar a nossa boca e ouvidos dos comentários inoportunos, das fofocas, de tudo o que não é "puro, santo, verdadeiro, justo, amável, de boa fama, virtuoso e louvável, pois é isso que deve ocupar os nossos pensamentos", diz a Palavra de Deus (cf. Fl 4,8).

Perceba que partilha e a transparência é uma proposta de vida e santidade ao alcance de qualquer um que queira seguir os mandamentos de Jesus.

E, aproveitando que se trata de uma proposta, eu quero estendê-la a você que chegou até aqui comigo: que tal começar a passar a sua vida pelo filtro do Evangelho? Comece percebendo em seus relacionamentos o que não está de acordo, busque aquelas pessoas com as quais você tem alguma situação não ou mal resolvida, partilhe, seja transparente, exponha os seus sentimentos. Quando nos expomos, colocamos luz sobre realidades que estavam emboloradas na escuridão do nosso interior. Use essa chave e abra a porta do seu coração para acolher de volta aqueles que, talvez, você trancou do lado de fora.

Vale ressaltar, isso não significa que o outro vai te acolher, vai te perdoar, vai voltar tudo como era antes, às vezes, (graças a Deus não é a maioria), a pessoa não está disposta a te escutar e, apesar de parecer que seu esforço foi em vão, não foi. A porta do seu coração foi reaberta; e isso é cura e libertação pelo menos para você, e o seu esforço já terá valido a pena. E como dizem: quem ama dá sempre o primeiro passo. "Bora" caminhar? É uma linda aventura.

Quem sabe não nos encontremos pelo caminho!

Deus abençoe.



Carla Picolotto

Carla Picolotto é natural de São José das Missões (RS). Membro da Canção Nova desde 2009, Carla passou pelas missões de Lavrinhas (SP), Cachoeira Paulista (SP), Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE) e Queluz (SP). Neste último, ela fez parte da equipe de Formação do discipulado. Atualmente, está na missão de São José dos Campos (SP).


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/conheca-o-metodo-de-viver-da-partilha-e-transparencia/


22 de fevereiro de 2024

O corpo humano, uma maravilha de Deus!


Tratar o corpo humano é uma bênção, porque é a obra-prima da criação. A última coisa que o Senhor fez foi o homem, ao qual Ele deu a Sua imagem e semelhança.

E cada vez mais eu vejo, quanto mais aprofundo os meus estudos, o quanto Deus colocou absolutamente tudo para que o nosso corpo se defendesse dos problemas do dia a dia, inclusive os mecanismos imunológicos. Recentemente, por exemplo, eu observei em muitos estudos – e tenho falado demais – a importância da atividade física, porque se descobriu, há pouco tempo, que toda vez que você faz uma contração muscular você produz miosinas. Que é isso? São os anjos da guarda do nosso corpo para termos uma saúde fantástica. São substâncias produzidas no momento em que você faz uma contração muscular, e centenas de miosinas caem na corrente sanguínea e vão para todos os lugares do seu corpo que você imaginar. Para quê? Pra trazer mais saúde para você.

O valor do corpo humano

Então, nós temos, realmente, que encarar o corpo humano como templo do Espírito Santo e ajudá-lo. Temos uma informação dessas e temos que fazer uso dela. Deus nos permitiu chegar a esse conhecimento, mas nós o deixamos de lado, somos displicentes, e eu considero isso até um pecado.

Então, no Dia do Médico, eu quero fazer uma homenagem ao meu querido e amado esposo Roque Savioli, pois eu me sinto muito honrada em fazer parte da equipe médica dele. Deus os abençoe e feliz Dia do Médico.

São Lucas, rogai por nós que recorremos a vós!


Dr. Roque Savioli faz homenagem aos médicos

Dia do médico! Parabéns a todos os colegas médicos e aos profissionais de saúde que, junto com os médicos, cuidam da obra-prima do Senhor, que é o corpo humano. 

A responsabilidade que nós temos é muito importante, porque nós cuidamos da última coisa que Deus criou, o corpo humano. 

Nós profissionais de saúde somos instrumentos de Deus para manter essa obra-prima sempre com saúde. Então, feliz Dia do Médico. Que Deus os abençoe!

São Lucas, rogai por nós que recorremos a vós!



Dra. Gisela Savioli

Dra. Gisela Savioli, nutricionista Clínica Funcional e Fitoterapeuta – Escritora e Jornalista.

Nutricionista graduada pelo Centro Universitário São Camilo com especialização em Saúde da Mulher no Climatério pela Faculdade de Saúde Pública da USP, pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional e Fitoterapia pelo CVP-Unicsul. Graduanda do Applying Functional Medicine in Clinical Practice pelo Institute for Funcional Medicine.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/o-corpo-humano-uma-maravilha-de-deus/


19 de fevereiro de 2024

A família precisa ser o lugar do amor transformador


A Sagrada Escritura nos diz: "O homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá a uma mulher". Essa união querida por Deus tem uma missão especial de preparar seus membros para participar da grande família no Reino dos Céus. À família cabe a missão de guardar, revelar e comunicar ao mundo o amor e a vida. Esse amor que se desdobrará nas alegrias e renúncias diárias para o bem de todos. Ele cresce à medida que exercitamos a virtude da caridade, e não quando buscamos nossos interesses, visando uma felicidade individualista. Olhar a família é contemplar um lar, lugar onde podemos sentir segurança, amor e pertencimento. Jesus nasce e cresce nesse ambiente de família e aprende com seus pais as virtudes que o fez crescer em sabedoria, estatura e graça. Diz ainda a Bíblia que Jesus era obediente aos seus pais.

O Concílio Vaticano II chamou a família de Igreja Doméstica. Logo, ao compreender que a família, da qual faço parte, é, antes de tudo, um projeto de Deus e um projeto para a minha felicidade, viver os seus desafios e conquistas será uma via que me unirá cada vez mais a Cristo, pois foi Ele quem me chamou para esta missão. A missão de tornar Deus — que reside na Igreja Doméstica, da qual faço parte —, conhecido, amado e adorado.

Créditos: AleksandarNakic / GettyImagens / cancaonova.com

Jesus deve estar presente na família

A presença de Jesus nas Bodas de Caná, em Jo 2,1-11, significa que o Senhor deseja estar no meio da família, ajudando-nos a vencer os nossos desafios, transformando nossa água em vinho novo, alegrando nossa vida e realizando aquilo que, muitas vezes, não sabemos fazer. Mas, infelizmente, paira sobre a nossa sociedade que a família é pesada, além disso, que viver para os filhos e o marido não nos traz realização pessoal. Mas por que não há realização, se estamos na vontade Deus, realizando a missão que Ele sonhou?

Deixemos de lado os modelos de família perfeitos que os filmes nos apresentam e olhemos com louvor e gratidão para a nossa realidade. Contemplemos a beleza da vida que nos foi confiada no rosto dos nossos filhos. Vejamos a graça do companheiro que Deus nos deu para a realização da missão. Diga, sem medo: "Eu não estou sozinha! O Senhor me deu alguém por companheiro". Você, homem, diga sem medo: "O Senhor me deu alguém para me ajudar!".


Jocelma Cruz – Comunidade Canção Nova 


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/a-familia-precisa-ser-o-lugar-do-amor-transformador/


14 de fevereiro de 2024

Fora da Igreja Católica, há salvação?


Entenda como é a relação da Igreja Católica com os adeptos de outros credos, neste artigo da série sobre o Catecismo.

comshalom Foto: CATHOPIC

Apesar das tensões históricas e doutrinárias, o diálogo e comunhão da Igreja Católica com fiéis cristãos de origem ortodoxa ou protestante é um pouco mais simples, pois temos uma referência doutrinal de base comum, ou seja, as Escrituras Sagradas e a fé em Cristo. Mesmo o diálogo com Judeus pode ser bem promissor, pois acreditamos nos Mandamentos e numa instância última (Deus), causa eficiente e geradora de tudo o que existe, eles chamam de "Yahweh" e nós chamamos de "Pai".  Leia: 

"Aqueles que ainda não receberam o Evangelho estão também, de uma ou de outra forma, ordenados ao povo de Deus: A relação da Igreja com o Povo Judaico. A Igreja, povo de Deus na nova Aliança, ao perscrutar o seu próprio mistério, descobre o laço que a une ao povo judaico, «a quem Deus falou primeiro. Ao invés das outras religiões não cristãs, a fé judaica é já uma resposta à revelação de Deus na antiga Aliança. É ao povo judaico que 'pertencem a adoção filial, a glória, as alianças, a legislação, o culto, as promessas […] e os patriarcas; desse povo Cristo nasceu segundo a carne' (Rm 9,4-5); porque 'os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis' (Rm 11,29)" (CIC 839).

 

A Igreja Católica, confiante num Deus-amor, além dos fiéis de outras denominações cristãs e com o povo judeu, vê com otimismo os princípios básicos e comuns, mesmo com muçulmanos: "O desígnio de salvação envolve igualmente os que reconhecem o Criador, entre os quais, em primeiro lugar, os muçulmanos que declarando guardar a fé de Abraão, conosco adoram o Deus único e misericordioso que há de julgar os homens no último dia" (CIC 841).

"A Igreja reconhece nas outras religiões a busca, «ainda nas sombras e sob imagens», do Deus desconhecido, mas próximo, pois é Ele quem a todos dá vida, respiração e todas as coisas e quer que todos os homens se salvem. Assim, a Igreja considera tudo quanto nas outras religiões pode encontrar-se de bom e verdadeiro, «como uma preparação evangélica e um dom d'Aquele que ilumina todo o homem, para que, finalmente, tenha a vida" (CIC 843).


Porém, não raramente se ouve em certos discursos: "Fora da Igreja não há salvação!" Como afirmar uma coisa, sem negar outra? O Catecismo explica:

"Formulada de modo positivo, significa que toda a salvação vem de Cristo-Cabeça pela Igreja que é o seu Corpo: O santo Concílio «ensina, apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição que esta Igreja, peregrina na terra, é necessária à salvação. De fato, só Cristo é mediador e caminho de salvação. Ora, Ele torna-se-nos presente no seu Corpo, que é a Igreja. Ao afirmar-nos expressamente a necessidade da fé e do Batismo, Cristo confirma-nos, ao mesmo tempo, a necessidade da própria Igreja, na qual os homens entram pela porta do Baptismo. É por isso que não se podem salvar aqueles que, não ignorando que Deus, por Jesus Cristo, fundou a Igreja Católica como necessária, se recusam a entrar nela ou a nela perseverar" (CIC 846).

Resumindo, é diferente quem não está em plena comunhão de fé com a Igreja por ignorância, de alguém que embora tenha mergulhado nos tesouros doutrinais da fé, a renega por obstinação. "Esta afirmação não visa aqueles que, sem culpa da sua parte, ignoram Cristo e a sua igreja: 'Com efeito, também podem conseguir a salvação eterna aqueles que, ignorando sem culpa o Evangelho de Cristo e a sua Igreja, no entanto procuram Deus com um coração sincero e se esforçam, sob o influxo da graça, por cumprir a sua vontade conhecida através do que a consciência lhes dita'" (CIC 847). 

Atualmente, temos inimigos muito mais ameaçadores do que as eventuais diferenças doutrinárias entre nós, cristãos. Além disso, Deus tem sua própria estratégia de ação. A Igreja, sem dúvida, é o caminho formal escolhido por Ele. Porém, reduzir Seu poder e capacidade de feitos às ações da Igreja, não seria o mais sábio. "Deus pode, por caminhos dele conhecidos, levar à fé todos os homens que sem culpa própria ignoram o Evangelho. Pois 'sem a fé é impossível agradar-lhe'. Mesmo assim, cabe à Igreja o dever e também o direito sagrado de evangelizar todos os homens" (CIC 848). O diálogo e fidelidade na vivência da própria fé são o maior combate a heresias no seio da Igreja.


Fonte: https://comshalom.org/fora-da-igreja-catolica-ha-salvacao/


9 de fevereiro de 2024

O que é Cura entre gerações?


Por que será que em algumas famílias, há pessoas que morrem, todas elas com a mesma doença? Você já ouviu falar de famílias em que todas as gerações, houve alguém que morreu de problemas do coração? Ou de famílias inteiras perdidas no ocultismo e nas falsas doutrinas? Ou então de pessoas que temem quando algum dos seus vai viajar, porque naquela casa acontecem muitos acidentes de carro e muitos deles fatais?

Muitos desses problemas podem ser sanados quando oramos para a cura entre as gerações, uma das muitas áreas do ministério de cura. Graças a Deus, ao aprofundamento da fé e ao avanço da ciência, muitos irmãos têm sido agraciados com os benefícios deste poderoso ministério.

A cura entre as gerações é para nós cristãos, uma oportunidade de nos libertar das influências familiares negativas do passado que podem estar repercutindo em nossa vida. Um grande avanço do ministério de cura já havia sido a cura intra-uterina, isto é, rezar pela nossa cura desde o momento da concepção, passando por todo o tempo de gestação, até o nosso nascimento. Outro grande abraço foi a cura pelas etapas da nossa vida, pedindo para Jesus que é o mesmo ontem, hoje e sempre, visitar cada momento do nosso viver, curando-nos nos momentos traumatizantes, tristes ou doloridos. Mas, em certo momento percebeu-se que era preciso buscar, além dos vivos, o problema dos vivos. Foi aí que surgiu a cura entre gerações.

Cuidado! Não se trata de regressão, às vezes usada em alguns consultórios como parte integrante de terapia. Cura entre gerações também não é terapia de vidas passadas (pois só se vive uma vez e logo após vem o juízo). Cura entre gerações também não tem nada a ver com Espiritismo, evocação dos mortos ou ocultismo. Aos seus amados, Deus não os permite. Na verdade, os proíbe (Dt 18,11-12). Quando falamos de cura entre gerações, temos o respaldo da Sagrada Escritura (Rm 7,15; Ez 18,2; Lm 5,7; Ex 20,5-6), da tradição da Igreja (é costume antiqüíssimo da Igreja rezar pelos mortos) e da ciência. Só para citar, Santa Teresa d'Ávila e Santo Tomás de Aquino falam de benefícios para os vivos quando a Eucaristia é oferecida pelos mortos.

A cura entre gerações sugere a possibilidade de os atos e efeitos negativos de nossos antepassados poderem de algum modo entrar em nosso "sangue" e pesar sobre nossa vida e gerações futuras. Trata-se de curar e libertar a ligação com essas raízes perturbadoras. Em poucas palavras, cura entre gerações é a cura dos vivos, através da oração pelos mortos.

Também não se trata de colocar todas as nossas culpas nos nossos antepassados. A cura entre gerações é apenas um dos muitos meios dos quais Deus pode se utilizar para nos curar e libertar. Mas atenção: não importa o quanto os nossos antepassados possam ter nos influenciado. Há sempre oportunidades para escolhermos padrões sadios de comportamento, não importa sob que circunstâncias. Quando eu peco, todo o Corpo de Cristo é prejudicado. Da mesma maneira, quando faço algo de bom, todo o Corpo é beneficiado. Quando me santifico, elevo o mundo! Isto também acontece nas famílias. A verdade é que estamos mais enraizados uns nos outros do que imaginamos.

Coisas boas e ruins trazemos dos nossos antepassados. Carregamos heranças físicas ou biológicas, espirituais, emocionais e psíquicas. Herdamos cor e tipo de cabelo, cor dos olhos, estatura, habilidades, jeito de ser… Podemos, assim, ser herdeiros, de nossos antepassados, de doenças como câncer, diabetes, doenças do coração, pressão alta, maus dentes, bem como de males espirituais, que podem ir desde a falta de oração até o ateísmo. O mesmo se diz dos males psíquicos: tendências suicidas, crimes, timidez, famílias inteiras mafiosas ou com vícios.

Mas não é preciso ninguém se assustar. Se estamos falando de herança ou de bagagem física ou espiritual ou de qualquer ordem, é porque é algo que se repete muito e, assim sendo, começou em algum lugar. Tem também que terminar… É então, uma oportunidade que temos de pedir ao Senhor que Ele nos liberte. Pela cura entre gerações, cada um de nós levanta a bandeira da misericórdia divina para nossas famílias. Tornamo-nos porta de entrada para a libertação dos nossos familiares e por conseguinte, a nossa própria libertação.

Ore mais ou menos assim: "Em nome de Jesus e por sua autoridade, eu venho contra esta herança negativa ou maldição (pode citar o mal que se tem conhecimento…). Invoco o Preciosíssimo Sangue de Jesus e quebro esta herança negativa ou maldição sobre minha família ou pessoa, no nome de Jesus. Amém".

E não se esqueça de levar uma vida íntegra perante Deus e os homens, bem como de, na Santa Missa, orar por você e pelos seus. A Santa Missa é o que de melhor há pelos vivos e pelos falecidos.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/diversos/o-que-e-cura-entre-geracoes/