4 de fevereiro de 2024

Família é o lugar em que queremos e desejamos estar


É nossa família que abriga nossas raízes, nossa origem, nossa história. A família é o Santuário da Vida, assim afirmou São João Paulo II. Lugar onde a vida é gerada, não somente a vida corporal, mas na qual toda nossa existência é moldada, é nela que nosso caráter, virtudes, manias e defeitos ganham sua forma.

Nossa família é o lugar onde somos acolhidos em nossas vitórias e fracassos. Quando caímos doentes é nela que temos o apoio para sermos cuidados. Recordemos o grande Santo Padre Pio que, ao atravessar um tempo de grande debilidade na sua saúde, foi encaminhado para o lar de sua família de sangue para se recuperar. É inegável a força espiritual que se encontra no centro de toda família genuína. Essa graça escondida na família é capaz de nos retirar da morte, de ressuscitar as forças do corpo e da alma.

É na família que podemos ser o que somos sem máscaras. É na família que aprendemos a servir sem interesses, a servir por amor puro e autêntico, sem esperar nada em troca. Olhemos para a vida de Santa Terezinha do Menino Jesus, que aprendeu com seus santos pais, Luís e Zélia, de maneira exemplar, a superar o desejo de fazer a sua vontade para fazer sempre e em tudo a vontade de Deus. A pequena via, de amar ao próximo nas pequenas coisas, foi moldada em sua alma no seio de sua família em primeiro lugar.

Família é lugar do verdadeiro amor

A família também é o local da correção fraterna. Correção que se inicia logo nos primeiros anos de vida e segue permanente. Só o verdadeiro amor tem o dom de corrigir na medida certa, e esse dom é próprio da família. Pois, naturalmente, a família deseja nossa verdadeira felicidade. Olhemos para Santa Rita de Cássia, que lutou arduamente pela conversão de seu esposo e conquistou sua salvação. E Santa Rita, ao ver que os filhos desejavam a vingança pelo assassinato do pai, entregou em oração os filhos nas mãos de Deus, pedindo que mais que longos anos de vida, eles alcançassem a própria salvação. Foi assim que ela viu os filhos serem elevados ao céu, antes de cometerem qualquer outro terrível pecado. Amor verdadeiro que deseja O Supremo Bem ao próximo, e não apenas os bens materiais dessa vida.

Créditos: skynesher / GettyImagens / cancaonova.com

A família que o bom Deus deseja para nós e que Ele nos deixou como exemplo para iluminar nossa caminhada, por vezes, escura dessa vida, foi à Sua própria. Contemplemos a Sagrada Família: Jesus, Maria e José. Não é um exemplo de uma família rica só de coisas materiais, com roupas de marca, com carro zero KM e com todo o conforto que uma casa pode dar. Mas eles são o exemplo das virtudes que toda família deve buscar alcançar, de um amor profundo. A doação de amor um para com o outro. Não é também uma família fake, do Instagram, que parece perfeito em tudo, como se nenhum problema fosse capaz de atingir seu telhado.

A família pode não ser perfeita, mas foi feita para o Céu

A família de Nazaré foi perseguida, viveram como refugiados, experimentaram a pobreza. Passaram por momentos de angústias e dúvidas, como não lembrar de São José, quando soube que Maria estava grávida, de um filho que não era dele, ou de quando vieram a perder o menino Jesus aos 12 anos, durante três dias. E como não lembrar de Maria ao ver seu filho Jesus sendo torturado e, por fim, sendo morto em uma Cruz, com o pior tipo de morte da época, reservada para os piores pecadores. Eles são reais, atravessarem esse vale de lágrimas, superaram juntos as incompreensões e provações. E tiveram em todos os momentos o conforto do Céu. A certeza de que a família foi criada para ser elevada junta ao Céu.

A família é esse lugar real, nem sempre perfeito. Talvez, hoje, a sua família não seja o lugar onde você deseja estar. Talvez, ela esteja desconfigurada ou em ruínas. Quantas vezes saímos de casa para não ouvir mais as brigas e discussões ou fugimos para não enfrentar a realidade. Por vezes, encontramos o contrário de tudo que deveria ser a família dentro de nossa casa, e isso nos abate e deprime a alma. Lembro do grande São Francisco de Assis que, ao buscar a Deus com todo seu coração, foi incompreendido pelo próprio pai. Sim, muitos santos também não tiveram lares "santos e perfeitos". Muitos foram perseguidos pelos da sua própria casa.


Família Celeste

Mas, antes mesmo da nossa família dessa terra, pertencemos à Pátria Celeste, temos uma família chamada Santíssima Trindade, que é puro amor. Se nos falta em alguns momentos, ou totalmente, o exemplo necessário em nosso próprio lar da terra, recorremos aos Céus. Olhemos para o Pai, o Filho e o Espírito Santo: eles são a fonte de onde nasce a família, e na própria perfeição podemos ter luzes para iluminar a nossa família terrestre.

E se for muito difícil encontrar com a Santíssima Trindade como exemplo, podemos olhar para a Sagrada Família, e pedir seu auxílio. Peçamos a Jesus, Maria e José a graça de transformar nossa família, a voltarmos a querer estar com os nossos. Por mais duro ou difícil que seja, foram essas pessoas que recebemos para aprender a amar, para doar nossa vida em primeiro lugar, a doar-se e amar sem pretensões. E, ao alcançar tão nobre meta, que nossa família seja luz para levantar outras tantas famílias que se encontram destruídas pela falta de amor e de fé.

Veja a família pelos olhos da fé

Façamos o exercício de sonhar com nossa família. Em Hebreus 11, 1, está escrito: "A fé é a certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se veem". (Tradução da Bíblia CNBB). Por isso, é tão importante exercer o dom da fé, que é muito similar em "sonhar acordado".

Visualizamos, já pela fé, a nossa família conforme a vontade de Deus. Faça o exercício de já louvar pelo que você ainda não vê! Louve a Deus pela conversão dos seus filhos, dos seus pais, pela libertação de vícios, pela conquista das metas necessárias, pela reconciliação de quem está hoje separado. Louve a Deus pelas realidades materiais que sua família precisa alcançar, louve a Deus pelas realidades espirituais que sua família precisa conquistar. Louve a Deus pela paz, que pela fé você já pode ver! Você já pode sonhar!

Não se abata dizendo somente o que você não tem, transforme esse tempo para louvar pelo que você deseja, sonhe com sua família! Aquele lugar que todos querem estar, que todos querem voltar. Louve a Deus! O louvor é uma grande arma espiritual. O louvor aliado ao dom da fé é capaz de mover todas as montanhas de sua família.

Eu creio que sua vida não será mais a mesma ao terminar de ler esse artigo. Eu louvo a Deus porque, hoje, começa um novo tempo na sua família! Sim, a família é o lugar onde queremos estar, é o lugar onde você deseja estar e vai estar!

Louvamos-vos, ó Pai, Filho, Espírito Santo, por ter criado e pensado tão perfeitamente em nos conceber no seio de uma família.

Magda Ishikawa Florêncio – Comunidade Canção Nova 


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/familia-e-o-lugar-em-que-queremos-e-desejamos-estar/


31 de janeiro de 2024

Aprenda a lidar com a saudade com alegria e gratidão


Uma mistura de alegria e tristeza é assim que se define a saudade! Alegria por ter vivido algo bom; e tristeza por estar privado dessa alegria no momento presente. Mas não é só isso, na gramática, saudade ainda é um substantivo abstrato, e tão abstrato que só existe na língua portuguesa. De origem latina, "saudade" é fruto da transformação da palavra solidão. E, quando se fala da nossa saudade, em termos brasileiros, é difícil traduzir esse sentimento intrinsecamente ligado à saúde mental porque tem a ver com vários fatores, inclusive a cultura, que traz em si uma explosão de sentidos.

Além disso, esse sentimento tão complexo e profundo, que descreve a sensação de falta e nostalgia, não se limita à lembrança afetuosa de pessoas, mas também de lugares, momentos ou experiências que estão distantes no tempo ou no espaço. "A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar", afirma o poeta Rubem Alves. E, mesmo que a saudade, as vezes, "amargue que nem jiló", como canta Luiz Gonzaga, ela também pode ser uma oportunidade para crescimento, resiliência emocional e um lembrete constante do valor das relações humanas em nossa vida, se soubermos lidar com ela de maneira saudável.

Isso envolve reconhecer a saudade, permitir-se senti-la; e, quando necessário, buscar apoio para enfrentá-la. Todo mundo sabe que lidar com esse sentimento não é fácil, especialmente quando se trata de perdas significativas, como a morte de um ente querido, por exemplo. Mas o equilíbrio entre lembranças afetuosas e a busca por viver com significado o momento presente pode ser o meio para termos uma "relação saudável" com a saudade, e também aprendermos lições significativas com ela.

Lembrar com alegria e gratidão

Eu, por exemplo, sinto saudades de várias coisas, inclusive de alguns lugares onde já morei, pessoas queridas que convivi e, hoje, estão distantes e outros que até já faleceram, como é o caso do meu pai. Mas sempre que a saudade aperta o coração, procuro fazer o exercício de recordar com gratidão do quanto foi bom ter vivido experiências tão boas e significavas nesses lugares e com essas pessoas. E, sendo assim, a dor da saudade dá lugar para a alegria da gratidão.

Créditos: Zero Creatives / GettyImagens / cancaonova.com

Eu sei que isso não é fácil, então, se você está buscando meios para aprender a lidar com a saudade, aceitação é a dica número um; e essa se divide em dois momentos.

O primeiro é aceitar a situação que provocou a saudade, que pode ter sido pela morte, uma viagem ou separação da pessoa amada. Negar um sentimento sempre provoca reações negativas. E, quando o assunto é saudade, negá-la pode provocar distúrbios emocionais como ansiedade e depressão.

O segundo ponto é compreender que existirão dias que a saudade vai bater mais forte, e isso é normal. Todos nós já sentimos saudade algum dia ou estamos sentindo agora; e saber que não estamos sozinhos traz conforto ao coração.


Ser acolhido pelo próximo

Buscar boas companhias também é uma dica importante para quem está procurando lidar com a saudade do jeito certo.

Somos seres "movidos ao amor" e, por isso, necessitamos conversar, abraçar, estar perto, ser ouvidos e demonstrar nossas emoções. Então, não pare na dor da ausência, não se isole, sempre que precisar saia do comodismo e procure pessoas queridas para falar sobre seus sentimentos. Nesse sentido, busque também oferecer ajuda a quem precisa e tente não ficar focado em sua dor. Sou testemunha de que o amor que nos cura é o amor que doamos, inclusive em situações em que achamos que não temos nada a oferecer.

De forma geral, se você deseja superar a saudade, busque boas companhias para conversas produtivas e momentos agradáveis, a vida tem mais sentido quando é compartilhada!

Aprendendo a lidar com sentimentos

Agora, se você percebe que, mesmo dando esses passos não está conseguindo lidar com a saudade de forma construtiva, que tal buscar a ajuda de um profissional?

A terapia pode lhe ajudar a refletir sobre a falta que você está sentindo, mas também lhe ajudará a conhecer-se melhor e a lidar de maneira mais consciente com seus sentimentos e pensamentos. Além de lhe ajudar a entender que sentimentos, de modo geral, fazem parte da vida e podem nos proporcionar benefícios, dependendo da forma como lidamos com eles.

Em todo caso, penso que a saudade não precisa ser apenas uma lembrança do passado, ela pode ser também uma inspiração para criar um presente mais significativo e um futuro cheio de esperança. Porque ela é um sinal de que amamos; e o amor é o que dá sentido a tudo que vivemos no passado e no presente, mas também nos enche de esperança em relação ao que pretendemos viver no futuro.



Dijanira Silva

Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN. Às sextas-feiras, está à frente do programa "Florescer", que apresenta às 18h30 na TV Canção Nova. É colunista desde 2000 do portal cancaonova.com. Também é autora do livro "Por onde andam seus sonhos? Descubra e volte a sonhar" pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/aprenda-a-lidar-com-a-saudade-com-alegria-e-gratidao/


29 de janeiro de 2024

Saúde mental, esperança e recomeço: sempre há tempo de fazer diferente


Um dos elementos que faz o diferencial quando falamos dos quadros relacionados à saúde e bem-estar emocional chama-se esperança. Esperança é o motor que nos diz que, por mais difícil ou custoso que seja um quadro emocional, quando reconhecemos a crise, tornamo-nos capazes de dar passos ousados e criar esperança.

Quando temos uma dificuldade no campo emocional, a abertura a essa realidade cria um caminho para a esperança; ao passo que a esquiva, ou seja, quando fugimos do assunto, aumenta sua dificuldade e desespero.

Os seres humanos são excelentes na resolução de problemas, mas não podemos resolver o que nos recusamos a enxergar. Portanto, por mais difícil que seja para você aceitar uma realidade como a depressão, o transtorno do pânico, o burnout e outras enfermidades emocionais, devemos sempre olhar essa situação, que aparentemente sugere ser uma crise, com honestidade e com a nossa verdade, que é o que temos. A partir disso, devemos considerar o que podemos fazer e ajudar a mudar nossa realidade.

Créditos: Ridofranz / GettyImagens/cancaonova.com

Está bem. Mas, a partir dessa aceitação, o que fazer?

Entenda o que você tem: um diagnóstico médico, uma avaliação clínica e um atendimento psicológico; todos esses passos podem ajudá-lo a compreender o que está acontecendo. É físico, é o corpo sentido? É emocional? Tem ambas situações?

Se foi orientado, que seja medicado: comece o acompanhamento necessário, mas não use medicamentos por conta própria ou porque alguém usou e deu certo. Até um chá que parece inocente pode ser um problema se combinado com remédios e oferecer efeitos colaterais.

Busque pessoas que possam apoiá-lo: seja amigos ou familiares, amigos da igreja, enfim, tenha alguém por perto com quem você possa partilhar e seja um ponto de apoio. Pessoas que ativem sua esperança ajudarão você nessa caminhada.


Espiritualidade, resiliência e reconhecimento

Sua espiritualidade: doenças emocionais não são castigos, nem falta de oração, nem ao menos falta de fé, mas podem sim abalar sua disposição, inclusive, das suas práticas espirituais. Reconectar-se como Deus, com o que você gosta de fazer é um caminho. Nem sempre você conseguirá estar totalmente ativo em sua paróquia ou comunidade, mas faça aos poucos. Não tenha medo dos julgamentos: muitas vezes, quem julga não consegue ter ideia do que você está vivendo. Por vezes, quer até mesmo ajudar, mas não tem ideia do que você esteja passando.

Um passo de cada vez: alguns dias serão mais fáceis e outros mais difíceis. Muitas vezes, parece que você deu um passo para trás, mas, na verdade, nossa vida tem altos e baixos. Não abandone seus tratamentos, sua psicoterapia, seus medicamentos. Compartilhe o que você está vivendo, converse com os profissionais de saúde que o acompanham. Eles são companheiros nessa caminhada de recomeço.

Reconhecer nossas dificuldades é o primeiro passo: não é fracasso, não é perda. É uma fase que vai passar, que terá sim momentos melhores. Podemos melhorar muitas situações em nossa vida, inclusive em nossa saúde emocional, mas apenas se olharmos para a situação e adotarmos uma nova postura, um novo comportamento. Não tenha medo, busque ajuda!

Um abraço fraterno!



Elaine Ribeiro dos Santos

Elaine Ribeiro dos Santos é Psicóloga Clínica pela Universidade de São Paulo (USP). Colaboradora da Comunidade Canção Nova, reúne 20 anos de experiência profissional, atuando nas cidades de São Paulo, Lorena e Cachoeira Paulista, além do atendimento on-line para o Brasil e o Exterior. Dentre suas especializações estão Terapia Cognitivo-Comportamental, Neuropsicologia e Psicologia Organizacional. Instagram:  @elaineribeiro_psicologa 


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/saude-mental-esperanca-e-recomeco-sempre-ha-tempo-de-fazer-diferente/


24 de janeiro de 2024

Busque alguém para compartilhar o seu sofrimento


O ano é 2024, mas, mesmo frente a tanta exposição da mídia, de possibilidades, de tratamentos e de uma liberdade de expressão, parece que ainda temos dificuldade de partilhar questões que envolvem a nossa saúde mental.

Talvez porque não consigamos expressar ou porque as pessoas não estejam preparadas ou porque pode ser que seja difícil compreender algo que se sente, mas não se vê: como uma fratura ou uma queimadura no corpo.

Da mesma forma, tais situações são sim, dolorosas, não menos importantes ou incapacitantes, e podem acontecer com qualquer pessoa, seja ela uma pessoa jovem ou idosa que tenha ou não a prática da espiritualidade, um trabalhador, um padre, uma freira, enfim, não existe uma pessoa escolhida ou algo como se fosse um castigo para aqueles que vivem essas situações.

Seja acolhedor

Muitas vezes, nossa fala no sentido de confortar ou apaziguar o outro é que diretamente acaba calando aquele que busca ajuda. Digo isso porque frases como "isso vai passar", "será que você não precisa rezar mais", "mas também, olha o que você faz; deveria fazer isso" acabam culpando mais a pessoa adoecida do que ajudando. Alguém que sofre as dores da alma necessita de acolhimento, de escuta empática, até mesmo de um apoio para buscar ajuda médica e psicológica.

Créditos: SDI Productions / GettyImagens / cancaonova.com

Quando falo ajuda especializada, falo de psicólogos e psiquiatras, profissionais especializados na ajuda técnica àqueles que trazem situações no campo emocional, tal como depressão, ansiedade, pânico, vícios. Até usamos frases como: "viajar é uma terapia, sair com amigos é uma terapia, fazer compras é terapia"; na verdade, tudo isso são formas de alívio do cansaço, de estar com pessoas, mas não substitui escuta e atendimento técnico especializado.


Pontos de apoio e confiança

É importante que sua família saiba o que você está vivendo, mas talvez você não encontre apoio nela. Amigos também são um ponto de apoio. Um sacerdote amigo, alguém do seu grupo de oração, enfim, alguma pessoa com a qual você tem confiança e possa se abrir, pode ser o primeiro passo a ser dado na busca de ajuda, mesmo que você acredite não ser capaz de lidar com suas dificuldades. Pode ajudar-lhe a escolher um médico ou psicólogo; e até mesmo lhe acompanhar.

Algo é certo: não tenha medo de assumir que algo não vai bem. Claro que você, assim como eu, tem responsabilidades; e não é fraqueza admitir que algo não vai bem, mas é tempo, sim, de buscar apoio.

O custo deste tipo de sofrimento é maior do que calar-se. Claro que muitas questões pessoais podem estar envolvidas nesta descoberta e realidade de assumir, mas lembre-se que: para ajudar aqueles que dependem de você, também é necessário que você busque ajuda para estar bem.

Estejamos atentos a nós e àqueles que convivem conosco e podem necessitar de uma palavra, um apoio, um sustento emocional neste momento.



Elaine Ribeiro dos Santos

Elaine Ribeiro dos Santos é Psicóloga Clínica pela Universidade de São Paulo (USP). Colaboradora da Comunidade Canção Nova, reúne 20 anos de experiência profissional, atuando nas cidades de São Paulo, Lorena e Cachoeira Paulista, além do atendimento on-line para o Brasil e o Exterior. Dentre suas especializações estão Terapia Cognitivo-Comportamental, Neuropsicologia e Psicologia Organizacional. Instagram:  @elaineribeiro_psicologa 


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/busque-alguem-para-compartilhar-o-seu-sofrimento/


19 de janeiro de 2024

Transtornos mentais: quais são e como identificar?


As doenças mentais, ou transtornos mentais como são denominados, são manifestos, principalmente, pelas mudanças de personalidade e comportamento. Porém, nem toda mudança pode ser decorrente de um transtorno. Uso de medicamentos e drogas, incluindo o que chamamos de abstinência e efeitos colaterais, doenças, alterações hormonais, infecções, situações sociais (perdas, lutos etc.) podem trazer alterações. Por exemplo, muitos confundem a ansiedade — que é apenas uma emoção momentânea e necessária em nossa vida — com transtorno de ansiedade, caracterizado por um distúrbio patológico. Assim também é com o sentimento de melancolia ou tristeza, que pode ser confundido com doenças mais graves como a depressão.

Sinais de um diagnóstico de doença mental

A identificação das doenças mentais se dá por diagnóstico clínico, sendo observadas alterações que podem envolver:
• Confusão mental, febre ou dor de cabeça, ou pessoas que sofreram um traumatismo craniano recentemente e com pessoas que querem ferir a si próprias ou a outros;
• Doenças clínicas que podem afetar as emoções (tumores cerebrais, esclerose múltipla, Parkinson, Alzheimer, transtornos convulsivos, meningite, encefalite, grandes cirurgias como transplantes e cirurgias cardíacas);
• Intensidade e tempo dos sintomas emocionais;
• Outras condições clínicas incapacitantes e que possam gerar impactos na saúde emocional.

Segundo o DSM 5 Tr (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), os transtornos mentais são divididos num sistema de classificação que busca separar as doenças mentais em categorias diagnósticas com base na descrição dos sintomas, ou seja, o que dizem e fazem as pessoas como reflexo do que pensam e sentem e no curso da doença.

Créditos: by Getty Images / MangoStar_Studio/cancaonova.com

Os principais transtornos mentais e sintomas incluem:

• Transtornos de ansiedade: dores no pescoço, na nuca e na cabeça; sensação de desconforto físico; formigamento nas extremidades; tremores nas extremidades; pânico, tensão e medo; mau pressentimento; dores no peito; falta de ar; palpitação; sudorese;
• Transtorno bipolar: pode ter todos sintomas da depressão, ter tristeza, irritabilidade ou felicidade extrema em períodos muito curtos, desânimo ou muita energia em pouco espaço de tempo, impulsividade ou apatia;
• Depressão: com tristeza intensa, alteração do sono e apetite, irritabilidade, apatia, insegurança, dificuldade de concentração;
• Transtornos dissociativos: quando a pessoa se sente desconectada de si própria ou do mundo ao seu redor;
• Transtornos obsessivo-compulsivos: os pacientes têm comportamentos muito exagerados em relação à rotina, conferência, limpeza, acumulação, superstição;
• Transtornos de personalidade: são padrões generalizados e persistentes de pensar, perceber, reagir e se relacionar que causam sofrimento significativo ou comprometimento funcional;
• Esquizofrenia: alucinações visuais, auditivas ou do tato, sensação constante de estar sendo perseguido, pensamento desorganizado e fora da realidade, problemas afetivos e de relacionamento social, episódios de delírio;
• Transtornos somáticos: quando fatores mentais são expressos na forma de sintomas físicos;
• Transtornos relacionados a trauma e a estresse: relacionados à exposição a um evento traumático ou estressante, resultando em sofrimento psicológico relevante, prejuízo áreas importantes.


Pessoas saudáveis diferem significativamente em geral na sua personalidade, humor e comportamento. Cada pessoa também varia de dia para dia, dependendo das circunstâncias. Entretanto, uma mudança importante e repentina na personalidade e/ou comportamento, especialmente se não estiver relacionada a um evento óbvio (como tomar um medicamento ou perder uma pessoa amada), em geral indica um problema. Mas não é possível definir uma só causa para esse tipo de distúrbio, pois há várias situações que podem ser fatores desencadeadores:

• Fatores Psicossociais: situações de estresse; vida familiar; ambiente escolar e outros;
• Genéticos: ligados aos transtornos mentais relacionados ao histórico familiar da pessoa;
• Ambientais: relacionados a problemas enfrentados onde mora e tipos de possíveis abusos (físico, psicológico e sexual);
• Biológicos: situações de anormalidades do sistema nervoso central.

O mais importante é saber que nem tudo é um diagnóstico ou uma doença, mas que alterações no humor e comportamento devem ser avaliadas, especialmente no quanto esses problemas possam afetar a qualidade de vida e bem-estar das pessoas, e seja tanto diagnosticado como tratado de forma adequada.



Elaine Ribeiro dos Santos

Elaine Ribeiro dos Santos é Psicóloga Clínica pela Universidade de São Paulo (USP). Colaboradora da Comunidade Canção Nova, reúne 20 anos de experiência profissional, atuando nas cidades de São Paulo, Lorena e Cachoeira Paulista, além do atendimento on-line para o Brasil e o Exterior. Dentre suas especializações estão Terapia Cognitivo-Comportamental, Neuropsicologia e Psicologia Organizacional. Instagram:  @elaineribeiro_psicologa 


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/transtornos-mentais-quais-sao-e-como-identificar/


18 de janeiro de 2024

Direito de Nascer

Não matarás! Escreve-nos o autor sagrado do Livro do Êxodo 20,13, e o próprio Jesus disse no Sermão da Montanha o mesmo, citando o autor sagrado: "Ouvistes o que foi dito aos antigos: "Não matarás. Aquele que matar terá de responder ao tribunal" (Mt 5,21-22). Essa palavra atesta para nós que aquele que retira uma vida humana terá que responder diante de Deus pelos seus atos, pois a vida é Sagrada!


Perante a fé nós aprendemos que a vida humana deve ser respeitada desde a concepção até a morte natural. É com essas palavras que o Catecismo da Igreja nos ensina nos parágrafos 2258 e 2270, reforçando a doutrina que recebemos de Jesus. E perante a lei dos homens citamos nossa Lei Magna, a Constituição Brasileira de 1988 no artigo 5º, que nos garante o direito a vida, que ela é inviolável.


Infelizmente, nem diante das comprovações de fé e da lei os grupos organizados feministas e abortistas não desistem de violar a vida, tentando aprovar a todo custo o aborto pelo serviço público. Já existem no mundo inúmeras clinicas de aborto clandestinas, e infelizmente dentro dos hospitais ocorrerem abortos também, mas o que querem é liberá-lo de forma massiva, e o pior, até 12 semanas de gestação.


Esses grupos utilizam de mentiras, desde pesquisas alteradas sobre o número de abortos no país, até a burlar a própria ciência que comprova que uma vida é vida desde a concepção. Pois segundo a ciência, logo após a fecundação do espermatozoide com o óvulo, o embrião já é um ser vivo, e não um "amontoado de células" como dizem. Ele carrega um patrimônio genético humano, e desde já tem o seu sexo definido. Após a fecundação inicia-se a divisão celular de forma organizada, com 2 dias; 4 células, 4 dias; 10 a 30 células, e entre 6 e 7 dias o embrião fixa na parede do útero da mulher para ali receber os nutrientes necessários para o crescimento de todos os seus membros e órgãos. Com 5 semanas o coração já bate, com 7 se formam os membros, com 8 passamos a chamá-lo de feto, pois já temos o cérebro e órgãos individualizados e com 11 já mexe os pés e as mãos. Isso é ciência! E não há como contrapor aquilo que é ciência, que é natural.


O aborto é um atentado há um ser indefeso, e um atentado a própria mulher, pois a mesma quando o comete tem o seu psicológico totalmente abalado. Nenhuma feminista ou fundação abortista se interessa por isso, ninguém oferece o apoio à mulher, que fica destruída, sentindo um vazio dentro de si, uma culpa, pois ela não "desengravida", ela torna sim, mãe de uma criança morta.


Outro ponto importante citar é que, mesmo que o bebê tenha sido concebido por estrupo, que sabemos bem que é um ato grave contra a pessoa, não justifica atentar contra o ser humano que está sendo gestado. Eu particularmente conheço pessoas que são frutos de estrupo, e é claro, não é fácil uma situação assim, mas curadas, são felizes pela mãe ter lhes dado o direito de nascer.


Madre Teresa disse uma vez: "Eis porque o aborto é tão grave. Não somente mata a vida, mas nos colocamos mais altos que Deus: os homens decidem quem deve viver e quem deve morrer." Portanto ninguém pode matar a vida que o próprio Deus deu. O aborto é um crime, e todos tem o direito de nascer!


Daiane C. Matos

Consagrada da Com. Deus Existe (Mãe do pequeno Lucas)


Fonte: https://soucatolico.com.br/direito-de-nascer/

15 de janeiro de 2024

Testemunho do dia a dia de cuidados com os pacientes


Quando estamos doentes, tornamo-nos vulneráveis, carentes, e nos deparamos com a necessidade do cuidado e da compreensão do que está acontecendo. Trabalhar na área da saúde fez eu me rever muitas vezes, pois também já estive doente, e me fez entender como eu gostaria de ser cuidada. Então, foi necessário sair de mim para enxergar o outro, não só como profissional, mas entender o que está acontecendo com aquela pessoa.

Tudo começa a partir do momento que chamamos o paciente, e iniciamos o primeiro cuidado, pois não podemos chamá-la de qualquer jeito, não podemos recebê-la de qualquer jeito. Sendo eu uma profissional de saúde, isso requer de mim um olhar atento e uma atitude acolhedora que vai me aproximar do outro para que o cuidado aconteça de forma especial.

Créditos by Getty Images -Sewcream/cancaonova.com

Tratar as pessoas além das enfermidades

Este trabalho diário me fez compreender que há muito mais a enxergar, pois, quando saímos de nós para entender o que está acontecendo com o outro, conseguimos ir além. Muito mais que tratar doenças, instalar medicações, realizar curativos, alcançamos corações, tocamos em pessoas.


Muitas vezes, quando realizo algum procedimento, a minha atitude faz toda diferença. Assim, uma simples afirmação de "vai ficar tudo bem" desperta no outro um choro, um sorriso e até mesmo silêncio; outras vezes, atitudes e palavras duras. Mas entendemos que a doença gera dor, medo, preocupações, mas, aliada a outros problemas, gera solidão, tristezas, angústias, opressões; e indo além, nasce a compaixão, e me deparo com um cuidado maior que vai além de mim mesma.

Cuidado e amor

E tem aqueles com os quais quando me deparo, de inúmeras formas e necessidades, costumo dizer, que Jesus os trouxe para cuidarmos. Ser somente uma boa profissional não me completa; ser uma profissional que consegue ver além, me faz ver a real necessidade do outro, isso me completa. Então, compreendo que cuidado é só uma parte, e amar é a outra parte.

Eu sou feliz fazendo o que faço e vendo cada enfermo se recuperando, as feridas cicatrizando, o corpo reagindo, mesmo que nem todos os dias não sejam só alegrias. Sou grata a Deus pela minha vocação e peço força para fazer a diferença.

Camila Gonçalves – técnica de enfermagem do posto médico Padre Pio. 


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/testemunhos/testemunho-do-dia-a-dia-de-cuidados-com-os-pacientes/