18 de dezembro de 2023

A necessidade da formação católica. Voar com duas asas!


Entre as várias características que tornam extremamente atrativa a pedagogia empregada por Monsenhor João Clá na contínua formação de seus filhos, destaca-se o ineditismo e leveza com que ele trata questões complexas, deixando-as acessíveis a todos, seja a um jovenzinho de 13 anos ou a um adulto já experimentado na vida.

Como estudar a doutrina católica?

Por exemplo, em uma homilia, no ano de 2008, Monsenhor tratou das diretrizes que se devem adotar como guia para o estudo da doutrina e para a formação católica: todo estudo deve ser realizado e idealizado "com uma substância enorme de orações pelo meio, pervadido de orações e regado por orações. Porque aí sim nós temos as duas asas: uma que se desenvolve para conhecer e outra que se desenvolve para amar, e aí se voa. Porque voar com uma asa só, a gente começa a rodopiar e vai lá para baixo". Ou seja, dentro da necessidade premente que têm todos os católicos de estudar a Doutrina da Igreja da qual fazem parte (primeira "asa"), deve-se também conjugar a vida de oração e de piedade, que dará sentido e valor aos estudos que se fazem (segunda "asa").

Nota-se, nos dias de hoje, em muitos ambientes católicos, uma procura crescente por formação. Porém, assim como o ouro, é difícil encontrar formação católica de qualidade, que seja adequada aos nossos tempos e que conjugue vida de estudo com vida de piedade. Muitas vezes, estuda-se apenas por estudar e não há uma aplicação imediata desses estudos para um objetivo maior. Aos poucos, a formação torna-se vazia e logo deixa de ser atrativa, pois não remete à superioridade da vida interior, da vida de oração. Tenta-se voar com uma asa só!

O desejo de aprender e a vida espiritual

Com efeito, o desejo de aprender sempre mais, de ter uma formação católica substanciosa, de qualidade, deve permear a vida espiritual de todos os católicos. Isto deve-se dar em todos os tempos e com muito mais propriedade nos conturbados dias em que vivemos. Assim, devidamente formados, possam aspirar às melhores práticas de piedade. Em muitos lugares, porém e infelizmente, pratica-se uma devoção meramente instintiva e não uma devoção refletida., que não move os corações. Por exemplo: Nossa Senhora apareceu em Fátima (1917), dirigiu uma mensagem urgente e importantíssima para os católicos de nossos dias. Quantos procuraram conhecer a Mensagem e viver de acordo com o pedido da Mãe de Deus? Às vezes pode até ser que estudaram a Mensagem, conhecem seus pontos principais, mas não a aplicaram à sua própria vida e nem aplicaram ao apostolado que buscam fazer.

Uma formação católica que toque os corações

No Tratado da Verdadeira Devoção, São Luís Maria Grignion de Montfort, em sua "amorosa queixa" a Nosso Senhor Jesus Cristo, menciona os "cristãos católicos, até  dos doutores entre os católicos que, embora façam profissão de ensinar aos outros as verdades, não Vos conhecem… a não ser de uma maneira especulativa, seca, estéril e indiferente"

Existe a necessidade de uma formação católica que seja integral. Quer dizer, que toque até o fundo os corações, que alie os estudos à vida de oração, à vida de piedade. Que torne realidade – e não mera especulação intelectual – aquilo que se aprendeu. Que leve as pessoas que tiverem contato com esses estudos a uma mudança de vida, a uma verdadeira conversão. Se não for assim, a formação inadequada irá refletir o que disse Nosso Senhor no Evangelho: "De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua própria alma?" (Mc 8,36). Em outras palavras, de adiantará todo o estudo, se não salvar a minha alma e não fizer apostolado, como diz São Paulo: "Ai de mim se não evangelizar!" (1 Cor 9,16).

Essa é a formação católica pela qual anseiam milhares de católicos em todo o mundo!

"É preciso aprender com o coração"

Quem tem contato com os Arautos do Evangelho pode constatar e testemunhar o seu empenho, imitando seu Fundador, em trazer ao público católico uma formação católica de excelente qualidade, que reflete um modo de vida, um modo de ser católico para o século XXI. Fiquem no nosso coração as palavras de fogo do Fundador dos Arautos, Monsenhor João Clá, numa homilia de 2010:  "Estudo sem oração é um suicídio! Porque nós aprendemos, é verdade, não tem dúvida, porque estudamos; mas é preciso aprender não só com a cabeça, é preciso aprender com o coração. Porque o homem é um todo, ele é corpo e alma. Portanto, ele precisa dar vida, dar substância a esta participação que ele tem na vida do próprio Deus, com o Batismo. E isto se faz muito mais pela oração do que pelo estudo"


Queira o Divino Espírito Santo, Santificador e guia da Igreja Católica e Distribuidor dos Dons Celestes, que todos os católicos de Boa Vontade tenham acesso a uma formação católica cada vez mais adequada, que os leve diretamente para o Sagrado Coração de Jesus.

Podemos aspirar que essa formação católica chegue o quanto antes? Parafraseando São Luís Grignion de Montfort, podemos perguntar: "Mas, quando e como isso acontecerá?… Só Deus o sabe. Cabe a nós calar, rezar, suspirar e esperar: 'Esperei firmemente no Senhor'".


Fonte: https://www.arautos.org/secoes/artigos/doutrina/a-necessidade-da-formacao-catolica-voar-com-duas-asas-290882


14 de dezembro de 2023

É possível ser honesto e não se envolver com corrupção?


A corrupção está presente em todos os lugares

Definida pelo ato ou efeito de corromper, decompor, a corrupção está mais comum ligada à figura da devassidão, depravação e perversão. Ela possui a capacidade de trazer à tona aquilo que há de mais sujo no homem. E o pior: ela está presente em todos os lugares, independentemente de classes sociais e padrões econômicos.

A corrupção destrói os relacionamentos sociais, familiares, religiosos, políticos. Destruindo o próprio homem que foi criado para a comunhão com os outros, fazendo desses as vítimas, pois, na busca de vias desonestas, o homem corrupto acaba por decompor a si mesmo, prejudicando seus relacionamentos e identidade. É semelhante ao mito de Narciso, que, apaixonado por si mesmo e sua imagem, acaba morrendo afogado no lago.

É possível ser honesto e não se envolver com corrupção?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Essa prática é devastadora, causa estragos profundos nos homens e na comunidade política; macula a possibilidade dos homens serem inteiros; rompe o vínculo da comunhão e confiança, conduzindo-os à situação fétida da putrefação. E, o mais triste, priva a comunidade política de exercer sua função vital, que é servir aos homens, em vista do bem comum.

Os honestos são seres em extinção?

Por isso, atualmente, há uma descrença na verdade, muitos estão desanimados, não acreditam na honestidade como padrão de comportamento moral, porque, os honestos, inúmeras vezes, têm sido criticados por não entrarem nos "esquemas", se autoidentificando como seres em extinção. Por outro lado, não são poucos aqueles que se orgulham do famoso "jeitinho brasileiro", divulgam as suas façanhas e, ainda por cima, parecem que sempre se dão bem.

Não foi por acaso que o santo João Paulo II, em seu discurso aos leigos, em Campo Grande no Brasil, exortou os cristãos a não se deixarem abalar pelo temor de que a fidelidade aos princípios éticos os coloca em situação de desvantagem, num ambiente em que, não raro a lei moral, é desprezada e grande é a corrupção. O Santo Padre afirmou: "Mesmo que às vezes aquele que faz a opção pelo Evangelho pareça ficar em situação de inferioridade, é preciso ter a coragem de dar, em todo o momento, um testemunho ético nítido e inequívoco, desse modo, estareis amando a Deus e estareis servindo o Brasil".


Portanto, não é somente possível ser honesto, e sim necessário, pois o verdadeiro testemunho ético constrói laços incorruptíveis; e esses se tornam meios eficazes de santificação e, consequentemente, fermento de transformação da sociedade. Assim, o homem é chamado a ser inteiro e autêntico, rompendo com toda a decomposição gerada pela corrupção. Unido a Cristo — o homem honesto por essência, torna-se testemunha autêntica do Evangelho em razão de sua incorruptibilidade.

Ricardo Gaiotti
Advogado, Juiz Eclesiástico e Mestre em Direito Canônico pela Universidade de Salamanca (Espanha) e Mestre em Direito Civil pela PUC-SP.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/e-possivel-ser-honesto-e-nao-se-envolver-com-corrupcao/


12 de dezembro de 2023

O que é o Advento?


O Ano Litúrgico inicia-se com o Advento

Começamos o novo Ano Litúrgico e um novo ciclo da liturgia com o Advento, tempo de preparação para o nascimento de Jesus Cristo no Natal. É hora de renovação das esperanças, com a advertência do próprio Cristo, quando diz: "Vigiai!", para não sermos surpreendidos.

O que é o adventoFoto: Wesley Alemida/cancaonova.com

Realização e confirmação da Aliança de Deus

A chegada do Natal, preparado pelo ciclo do Advento, é a realização e confirmação da aliança anunciada no passado pelos profetas. É a aliança do amor realizada plenamente em Jesus Cristo e na vida de todos aqueles que praticam a justiça e confiam na Palavra de Deus.

Estamos em tempo de educação de nossa fé, quando Deus se apresenta como oleiro, que trabalha o barro, dando a ele formas diversas. Nós somos como argila, que deve ser transformada conforme a vontade do oleiro. É a ação de Deus em nossa vida, transformando-a de Seu jeito.


Neste caminho de mudanças, Deus nos deu diversos dons conforme as possibilidades de cada um. E somos conduzidos pelas exigências da Palavra de Deus. É uma trajetória que passa pela fidelidade ao Todo-poderoso e ao próximo, porque ninguém ama a Deus não amando também o seu irmão.

Convocação para vigilância

O advento é convocação para a vigilância. A vida pode ser cheia de surpresas; e a morte chegar quando não esperamos. Por isso, é muito importante estar diuturnamente acordado e preparado, conseguindo distanciar-se das propostas de um mundo totalmente afastado de Deus.

Outro fato é não desanimar diante dos tipos de dificuldades e de motivações que aparecem diante nós. Estamos numa cultura de disputa por poder, de ocupar os primeiros lugares sem ser vigilantes na prestação de serviço. Quem serve, disse Jesus, é "servo vigilante".

Confiar significa ter a sensação de não estar abandonado por Deus. Com isso, no Advento, vamos sendo moldados para acolher Jesus no Natal como verdadeiro Deus. Aquele que nos convoca a abandonar o egoísmo e seguir Jesus Cristo.

Preparar-se para o Natal já é ter a sensação das festas de fim de ano. Não sejamos enganados pelas propostas atraentes do consumismo. O foco principal é Jesus Cristo como ação divina em todo o mundo.

Autor: Dom Paulo Mendes Peixoto (Arcebispo metropolitano de Uberaba – MG)


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/advento/o-que-e-o-advento/


7 de dezembro de 2023

A cada novo dia são apresentadas uma nova beleza e descoberta


Ainda bem que o tempo passa! Já imaginou o desespero que tomaria conta de nós se tivéssemos de suportar uma segunda-feira eterna? A beleza de cada dia só existe porque não é duradoura. Tudo o que é belo não pode ser aprisionado, pois aprisionar a beleza é uma forma de desintegrar a sua essência.

Dizem que havia uma menina que se maravilhava todas as manhãs com a presença de um pássaro encantado. Ele pousava em sua janela e a presenteava com um canto que não durava mais que cinco minutos. A beleza era tão intensa que o canto a alimentava pelo resto do dia. Certa vez, ela resolveu montar uma armadilha para o pássaro encantado. Quando ele chegou, ela o capturou e o deixou preso na gaiola para que pudesse ouvir por mais tempo o seu canto.

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Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

O grande problema é que a gaiola o entristeceu e, triste, ele deixou de cantar. Foi então que a menina descobriu que o canto do pássaro só existia porque ele era livre. O encanto estava justamente no fato de não o possuir. Livre, ele conseguia derramar na janela do quarto a parcela necessária de encanto, a fim de que a garota pudesse suportar a vida.

O encanto alivia a existência. Aprisionado, a menina o possuía, mas não recebia dele o que ela considerava ser a sua maior riqueza: o canto!

Cada dia tem sua própria beleza e o seu encanto, portanto, aprenda a reconhecê-lo

Fico pensando que nem sempre sabemos recolher só encanto. Por vezes, insistimos em capturar o encantador e, então, o matamos de tristeza. Amar, talvez, seja isso: ficar ao lado, mas sem possuir; além de também viver.

Precisamos descobrir que há um encanto nosso de cada dia que só poderá ser descoberto à medida que nos empenharmos em não reter a vida. Viver é exercício de desprendimento. É a aventura de deixar que o tempo leve o que é dele e que fique só o necessário para continuarmos as novas descobertas.


Nas passagens da vida antiga, há uma beleza escondida que se desdobra em novidades. Coisas velhas que se revestem de frescor. Basta que retiremos os obstáculos da passagem.

Não viva olhando para as tristezas

Deixe a vida seguir! Não há tristeza que mereça ser eterna nem felicidade. Talvez, seja por isso que o verbo dividir nos ajude tanto no momento em que precisamos entender os sentimentos de tristeza e alegria, que só são suportáveis à medida que os dividimos e, enquanto os dividimos, eles passam como tudo precisa passar. Não se prenda ao acontecimento que agora parece ser definitivo. O tempo está passando e uma redenção está sendo nutrida nessa hora.

Abra os olhos. Há encantos escondidos por toda parte. Preste atenção! São miúdos, mas constantes. Olhe para a janela de sua vida e perceba o pássaro encantado na sua história. Escute o que ele canta, mas não caia na tentação de querê-lo o tempo todo só para você. Ele só é encantado porque você não o possui. E nisto consiste a beleza deste instante: o tempo está passando, mas o encanto que você pode recolher será o suficiente para esperar até amanhã, quando o pássaro encantado voltar a pousar na sua janela.


 

 


Padre Fábio de Melo

Padre Fábio de Melo, sacerdote da Diocese de Taubaté, mestre em teologia, cantor, compositor, escritor e apresentador do programa "Direção Espiritual" na TV Canção Nova. Autor de livros publicados pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/a-cada-novo-dia-sao-apresentadas-uma-nova-beleza-e-descoberta/


30 de novembro de 2023

O que o Catecismo fala sobre os carismas do Espírito Santo na Igreja?


Em mais um texto da série sobre Catecismo, Rodrigo Santos explica como o Espírito age na vida da Igreja por meio dos seus carismas.

comshalom FOTO: CATHOPIC

O Espírito Santo é para a Igreja o que a alma é para o corpo, ou seja, vida. Sem o Paráclito, a Igreja não respira, seu coração não bate: 

 "O Espírito Santo é 'o princípio de toda a ação vital e verdadeiramente salvífica em cada uma das diversas partes do Corpo', Ele realiza, de múltiplas maneiras, a edificação de todo o Corpo na caridade: pela Palavra de Deus, 'que tem o poder de construir o edifício' (At 20,32); mediante o Batismo, pelo qual forma o Corpo de Cristo; pelos sacramentos, que fazem crescer e curam os membros de Cristo; pela 'graça dada aos Apóstolos que ocupa o primeiro lugar entre os seus dons'; pelas virtudes que fazem agir segundo o bem; enfim, pelas múltiplas graças especiais (chamadas 'carismas') pelos quais Ele torna os fiéis 'aptos e disponíveis para assumir os diferentes cargos e ofícios proveitosos para a renovação e cada vez mais ampla edificação da Igreja'"(CIC 798). 

Jesus Cristo veio ao mundo e redimiu os homens, criaturas preferidas de Deus, anunciando o Evangelho. Porém, o Espírito Santo é aquele enviado o Pai do Céu, que irriga as sementes da Boa Nova plantadas nos corações. A missão desse Consolador Perfeito é atualizar o feito redentor do Pai, consumado na oferta de Jesus Cristo. Ele atrai a humanidade inteira, completando a obra redentora, prefigurada na Igreja, família de Deus. Nesse roteiro pedagógico de graça, o Espírito Santo promove a difusão de seus dons e carismas: 

"Extraordinários ou simples e humildes, os carismas são graças do Espírito Santo que, direta ou indiretamente, têm uma utilidade eclesial, ordenados como são para a edificação da Igreja, o bem dos homens e as necessidades do mundo" (CIC 799). 

A Igreja ainda declara como os dons e carismas desse enviado do Pai do Céu: devem ser acolhidos, ou seja, com abertura de coração, reconhecimento, mas também com discernimento. Nenhum carisma, por mais atrativo e frutuoso que seja, está dispensado da referência e  submissão aos devidos pastores da Igreja (cf. CIC 801). 

Que essas benditas lições da Igreja possam nos abrir mais e mais para esse Enviado do Pai!


Fonte: https://comshalom.org/o-que-o-catecismo-fala-sobre-os-carismas-do-espirito-santo-na-igreja/


24 de novembro de 2023

Tornando-se Reflexo do Amor Divino (Mateus 25, 31-46)


Amados e amadas em Cristo, o evangelho de domingo, Mt 25, 3-46, nos convida e refletir sobre nossas ações e atitudes para com o próximo. Mateus é o evangelista que nos apresenta Jesus como o Filho do Pai, reconhecido na tradição como Jesus, o Cristo. Somos chamadas a renovar nossa fé e missão e ter misericórdia e compaixão dos necessitados. Há uma profunda coerência nesta história que acolhe o rejeitado e "traz para casa a ovelha perdida" (ver Mateus 18:10 e 20:28). É uma continuação da reflexão de domingo passado, onde a Palavra falava dos talentos, que é sua Palavra, a fé, seus ensinamentos, que devemos multiplicar e não ficar omissos.

A leitura faz uma analogia comparando dois tipos de criação, muito presente na vida das comunidades daquela época, os bodes, desobedientes e impulsivos, e as ovelhas, com sua lã branca, que remete a pureza e obediência. O texto é considerado apocalíptico, Jesus afirma que no dia do juízo todas as pessoas, de todas as nações, tanto os justos como os ímpios, os bons e os maus, sem exceção, todos estarão diante do Pai. Sendo assim, todas as pessoas são comparadas a ovelhas e bodes. Mateus chama as pessoas cristãs para uma conscientização da missão, a consciência que o poder de Deus nos chama para a ação e responsabilidade.

O tempo que nos é dado na terra é um tempo durante o qual nós devemos responder ao chamado daqueles que são fracos e rejeitados. A expressão "os mais pequeninos dos irmãos" designa todas aquelas pessoas que estão em situação de vulnerabilidade. A mensagem do texto é o amor, Jesus nos convida a amar e cuidar do próximo, como se fosse o próprio Jesus, não existe meio-termo acerca da resposta humana à obra salvadora de Cristo. Só existem duas posições: aceitar ou rejeitar.  A conclusão de Cristo a esta parábola para os dois grupos é que o veredicto para ambas as partes é final e irrevogável. Nossa decisão hoje determina nosso destino eterno. De que lado queremos ficar? À direita com as ovelhas ou à esquerda com os cabritos? Como está nossa atitude em relação às pessoas necessitadas? Estamos participando, multiplicando e saindo em missão, dentro do Projeto de Deus?

Maristela Bonim
Estudante de Teologia
Coordenadora do Cebi – Rondônia
Psicopedagoga e Neuropsicopedagoga


Fonte: https://cebi.org.br/reflexao-do-evangelho/reflexao-de-mateus-25-31-46/


22 de novembro de 2023

Entenda porque a Igreja é una, santa, católica e apostólica


Neste artigo, Rodrigo Santos explica o que significa cada uma destas características atribuídas à Santa Mãe Igreja.

comshalom FOTO: PEXELS.

Na matéria anterior, apresentamos uma das definições que o Catecismo dá sobre a identidade da Igreja: "Templo do Espírito Santo" (cf. CIC 798). Continuemos, então, mergulhando em outros componentes dessa identidade. 

A Igreja de Cristo é também: "Una, Santa, Católica e Apostólica" Leia: "Esta é a única Igreja de Cristo, que no Credo confessamos ser una, santa, católica e apostólica. Estes quatro atributos, inseparavelmente ligados entre si, indicam traços essenciais da Igreja e da sua missão. A Igreja não os confere a si mesma; é Cristo que, pelo Espírito Santo, concede à sua Igreja que seja una, santa, católica e apostólica, e é ainda Ele que a chama a realizar cada uma destas qualidades" (CIC 811). 

Essa autocompressão que a Igreja tem de si mesma, foi um dado de fé e de revelação, construído e amadurecido aos poucos:  "Só a fé pode reconhecer que a Igreja recebe estas propriedades da sua fonte divina. Mas as manifestações históricas das mesmas são sinais que também falam claro à razão humana. 'A Igreja, lembra o I Concílio do Vaticano, em razão da sua santidade, da sua unidade católica, da sua invicta constância, é, por si mesma, um grande e perpétuo motivo de credibilidade e uma prova incontestável da sua missão divina'" (CIC 812). Houve tantos desafios e purificações vividos pela Igreja, primeiro entre o grupo dos doze apóstolos, depois no grupo daqueles 72 discípulos e assim vários e vários outros ao longo dos séculos, que, sem o apoio e assistência do Espírito Santo, ela se teria findado.  

"A Igreja é una, graças à sua fonte: 'O supremo modelo e princípio deste mistério é a unidade na Trindade das pessoas, dum só Deus, Pai e Filho no Espírito Santo'. A Igreja é una graças ao seu fundador: 'O próprio Filho encarnado […] reconciliou todos os homens com Deus pela sua Cruz, restabelecendo a unidade de todos num só povo e num só Corpo'. A Igreja é una graças à sua 'alma': 'O Espírito Santo que habita nos crentes e que enche e rege toda a Igreja, realiza esta admirável comunhão dos fiéis e une-os todos tão intimamente em Cristo que é o princípio da unidade da Igreja'. Pertence, pois, à própria essência da Igreja que ela seja una: 'Que admirável mistério! Há um só Pai do universo, um só Logos do universo e também um só Espírito Santo, idêntico em toda a parte; e há também uma só mãe Virgem, à qual me apraz chamar Igreja'" (CIC 813). 

Deus é a causa eficiente de tudo o que existe. Com relação à sua Igreja, essa afirmação alcança o máximo grau. Alguém poderia então se perguntar: "Se Deus está em todos os lugares do tempo e do espaço, não seria então desnecessário edificar um lugar especifico, como a Igreja?" A resposta é simples: não é Deus que precisa da Igreja para entrar em relação com o homem, mas o homem que precisa de um espaço físico e existencial como a Igreja para entrar em relação com Deus. A Igreja, então, torna-se o Corpo místico de Cristo e instância formal escolhida por Ele para ir ao encontro do homem. 


Entretanto, vale apenas dizer incansavelmente: essa unidade não deve ser compreendida como uniformidade. Nós, seres humanos, somos diferentes uns dos outros em raça, língua, cultura, personalidade, histórico, classe social etc. A grande beleza e profecia da unidade cristã na Igreja é que ela consegue acolher a todos, pois a referência é sempre Cristo. A virtude, alma dessa identidade cristã é o amor (cf. CIC 814).  


Fonte: https://comshalom.org/entenda-porque-a-igreja-e-una-santa-catolica-e-apostolica/