23 de julho de 2023

É preciso renunciar a todas as tentações do maligno


Quando falamos em renunciar, muitas palavras vêm ao nosso coração. O que devo renunciar? A quem devo renunciar? Sabemos que renunciar é recusar alguma coisa ou alguém, é rejeitar, abandonar, abdicar, negar-se ao direito de ter tal coisa ou condição, ou seja, é abrir mão de algo que é seu ou que poderia ser seu.

O próprio Cristo nos ensina que quem quiser segui-Lo precisa renunciar a si mesmo e tomar a Sua cruz. Todo cristão autêntico é chamado a separar-se do mundo, não ir a favor das coisas do mundo, fazer a diferença. Mas é necessário saber realmente o que devemos dizer, ter a certeza de que sabemos o que queremos dizer (ou melhor, o que Deus quer dizer) com a palavra mundo. Provavelmente, o nosso significado será de algo apenas externo, e assim, deixamos de captar o seu verdadeiro significado.

Renunciar às coisas profanas e do mundo

Todos os que ainda estiverem, de alguma maneira, envolvidos ou presos a essas coisas, isto é, às práticas profanas e carnais, ainda vivem o velho homem dentro deles, e ainda são escravos do pecado, ainda não renunciaram a si mesmos. Abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, do sangue, da carne sufocada e da fornicação, furto, mentira, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, corrupção, calunia, difamação, bebidas alcoólicas, dissoluções, concupiscência dos olhos e a soberba da vida, piadas, jogos de cartas, jogo de azar, caloteiro (Ef 4,29; Sal 37,21).

É preciso renunciar a todas as tentações do maligno

Créditos: by Getty Images / PeteWill/cancaonova.com

Oração de Descontaminação

Pelo Sinal da Santa Cruz, livrai-nos, Deus, nosso Senhor, dos nossos inimigos. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Eu, em nome de Jesus Cristo, ordeno que saia de mim todo espírito de contaminação. Eu, em nome de Jesus Cristo, corto de mim toda contaminação espiritual, toda fúria do demônio, toda seta e todos os dardos inflamados do inimigo. Eu, em nome de Jesus Cristo, te proíbo de tocar em mim. Eu, em nome de Jesus Cristo, corto de mim toda maldição, todo jugo hereditário negativo.

Eu me lavo agora, juntamente com todos os meus, no Sangue de Jesus. Eu me escondo, agora, sob a proteção do Altíssimo, e tomo posse do poder do Espírito Santo. E me abrigo, agora, sob o Manto protetor da Virgem Maria, da sua intercessão e da intercessão de todos os Anjos e Santos. Amém.

O Sangue de Cristo que lave e liberte, me lave e liberte e cubra com o seu poder a nós e nossas famílias. (Três vezes)
A Cruz Sagrada seja a minha luz, não seja o dragão o meu guia. Retira-te, Satanás. Nunca me aconselhes coisas vãs. É mau o que me ofereces. Bebe tu mesmo teu próprio veneno.

Pelo Sinal da Santa Cruz, livrai-nos, Deus, nosso Senhor, dos nossos inimigos. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Creio em Deus Pai…


Trecho extraído do livro "Minha família está protegida pelo Sangue de Jesus" do Padre Bruno Costa


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-e-libertacao/e-preciso-renunciar-a-todas-as-tentacoes-do-maligno/


19 de julho de 2023

O escapulário como sinal dos Carismas Carmelitanos


O escapulário é um sinal de devoção mariana consagrado a Santíssima Virgem Maria por meio da inscrição na Ordem Carmelita. À exemplo de Maria, quem recebe o escapulário se coloca como servo do Senhor [1]. O uso do escapulário realça a devoção à Maria, confiantes na proteção de mãe, verdadeiramente acolhida como fez o discípulo amado [2]. Pela sua simplicidade e expressão de espiritualidade, a devoção ao escapulário foi profundamente recebida pelo povo de Deus, encontrando, na Liturgia, a Memória da Bem-aventurada Virgem do Monte Carmelo, celebrada no Calendário Universal da Igreja em 16 de julho.

Historicamente, a devoção ao escapulário de Nossa Senhora do Carmo teve início com a visão de São Simão Stock, entre os anos 1230-1250, período em que a Ordem do Carmo atravessava uma fase difícil. Desde o ano de 1332, a festa de Nossa Senhora do Carmo é celebrada no dia 16 de julho, sendo estendida pelo Papa Bento XIII à Igreja no mundo todo em 1726. O Santo Papa João Paulo II explica que o escapulário é sinal da proteção contínua da Virgem Santíssima e da consciência de que a devoção a Ela não se limita a orações e graças em sua honra, mas deve constituir um hábito, isto é, um ponto de referência permanente do comportamento cristão, mediante a prática frequente dos Sacramentos e o exercício concreto das obras de misericórdia espiritual e corporal.

Créditos: Sidney de Almeida by GettyImages/ cancaonova.com

O escapulário como instrumento de santificação

A Igreja reconhece o escapulário como um sacramental, ou seja, sinal sagrado por meio do qual, imitando de algum modo os sacramentos e pela oração da Igreja, se obtém efeitos principalmente de ordem espiritual. Os sacramentais são instituídos pela Igreja com vista à santificação de certos ministérios, de certos estados de vida, de circunstâncias muito variadas da vida cristã, bem como do uso de coisas úteis ao homem, como se encontra no Catecismo da Igreja Católica (1668). O Santo Papa João Paulo II ensina que, no sinal do escapulário, evidencia-se uma eficaz espiritualidade mariana, que alimenta a devoção dos crentes, tornando-os sensíveis à presença amorosa da Virgem Mãe nas suas vidas.


Em sua forma tradicional (ainda hoje usada pelos carmelitas), o escapulário é um avental colocado sobre as escápulas (ombros) para não sujar a túnica durante o trabalho. Por questões de praticidade, difundiu-se entre os leigos devotos de Nossa Senhora do Carmo a prática de usar uma forma menor do escapulário, representado por um pedaço de tecido com as estampas de Nossa Senhora do Carmo, de um lado, e do Sagrado Coração de Jesus do outro. Segundo o Rito próprio, para a bênção e imposição deve ser usado o escapulário do Carmo na sua forma tradicional (tecido), só depois podendo ser substituído por uma medalha (correntinha).

Com a intercessão da Nossa Senhora do Carmo, seja santo

O Santo Papa João Paulo II, não à toa tão mencionado nesse artigo, já afirmou que levava, no coração, desde há muito tempo, o escapulário do Carmo. O Pontífice esclareceu que o escapulário vincula quem o veste aos membros da Ordem carmelitana, para que seja reconhecido pelo dom recebido e se conserve fiel aos deveres que derivam desse carisma. O Santo Papa pediu que não se contentem com uma prática cristã superficial, mas correspondam ao apelo de Cristo, que chama os seus discípulos a serem perfeitos, como é perfeito o Pai celestial [3]. Peçamos a proteção materna da Virgem Maria, Mãe e Adorno do Carmelo, para caminharmos com fidelidade ao serviço das boas-obras essenciais para a vida cristã. Que assim seja!

Citações do texto bíblico
[1] (Lc 1, 38); [2] (Jo 19, 27); [3] (Mt 5, 48).

Referências

BÍBLIA SAGRADA. Tradução da CNBB, 18 ed. Editora Canção Nova.

CARMELITAS. Site oficial da Província Carmelitana Fluminense, da Ordem do Carmo,
que abrange os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Distrito
Federal, Tocantins e Rio Grande do Sul. Disponível em: https://carmelitas.org.br/

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. In textos fundamentais. Arquivo do Vaticano.

JOÃO PAULO II. Mensagem à Ordem do Carmelo por ocasião da dedicação do ano
2001 à Virgem Maria. Vaticano, 25 mar. 2001.

JOÃO PAULO II. Mensagem ao Prior-Geral da Ordem dos Carmelitas. Vaticano, 7 out.
2002.



Luis Gustavo Conde

Catequista atuante na evangelização de jovens e adultos; palestrante focado na doutrina cristã; advogado, tecnólogo e professor. Dúvidas, sugestões e agendamento de formações: luisguconde@gmail.com


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/devocao/o-escapulario-como-sinal-dos-carismas-carmelitanos/


17 de julho de 2023

Segundo a Bíblia, a missão masculina é uma missão sacrificial


Não obstante suas fraquezas, limites e humanidade, o homem é chamado por Deus à nobreza do sacrifício, tornando-se um verdadeiro dom para aqueles que com ele dividem a vida. Na carta aos Efésios 5,25, o texto sagrado nos diz: "Homens, amai as vossas esposas como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela". E a subsequente pergunta é a seguinte: como Cristo amou a Igreja? Resposta: Sacrificando-se e entregando-se por ela, ou seja, dando integralmente sua vida para que ela fosse fecunda e encontrasse redenção.

O amor de Cristo foi um amor de sacrifício, de uma doação concreta de vida por uma nobre finalidade, e a missão do homem (sobretudo em relação a sua família) passará inevitavelmente por este viés.

Como disse o Beato Pier Giorgio Frassati: "Viver sem fé e sem um nobre patrimônio para defender, sem uma luta constante pela verdade, isto não é viver, é apenas existir". Estaremos você e eu apenas existindo ou realmente vivendo? Estamos vivendo nossa fé e missão como homens cheios de vida? Lembrem-se das famosas palavras do Papa Emérito Bento XVI: "Não fostes criados para a comodidade, mas para a grandeza". Qualquer grandeza como homens depende deste sacrifício de si e desta luta por ser melhor (pela santidade). O que precisamos é coragem, segurança e humilde confiança nos recursos infinitos de Deus.

O homem deve deixar o egoísmo

Segundo a Sagrada Escritura, o homem é chamado ao sacrifício de um amor generoso, e não a um egocentrismo que o torne refém da busca de um prazer hedonista (e egoísta). Ele é vocacionado por Deus ao sacrifício do renunciar a si mesmo e as suas más tendências todos os dias, para então honrar seus compromissos e cumprir sua missão, cuidando efetivamente das pessoas e realidades que na vida Deus lhe confiou.

Segundo a Bíblia, a missão masculina é uma missão sacrificial

Créditos: Duncan_Andison by GettyImages/cancaonova.com

Ele é chamado à disciplina com relação a si mesmo e ao sacrifício corajoso de si pelo bem dos seus. Ele é vocacionado em toda a Escritura a sacrificar-se para realizar integralmente sua missão. Contudo, a Bíblia o convida ao sacrifício sensato de si, mas não (é claro) ao masoquismo. Masoquismo é um sofrimento sem sentido nem nobreza (pelas causas e motivos errados), já o autossacrifício consciente é a feliz atitude de se entregar pelo bem de uma realidade que realmente nos foi confiada (e que é digna), pela qual nos responsabilizamos e ofertamos nossa vida para cuidar. O ato de se sacrificar conscientemente por uma missão e ideal dá sentido à razão de ser do homem e lhe confere uma alegria muito singular.

O homem não deve ter medo de viver o sacrifício necessário pelo bem dos seus e daquilo que ele acredita (sobretudo por sua família e sua fé): ele precisa cultivar a viril disposição para sacrificar-se cotidianamente no cuidado, no amor, na paciência, no trabalho, na perseverança, na oração, muitas vezes no silêncio e na espera em favor de sua missão e pelo bem de sua família.

O maior exemplo é Cristo

Homem de verdade, segundo a Bíblia, é aquele que tem visão espiritual e sabe que sua entrega de cada dia (no trabalho, no autodomínio, na paciência, no cuidado para com os seus) está gerando frutos de vida e redenção para sua família, e que, impulsionado por um viril amor, se entrega para ser para os seus aquilo que a Bíblia o vocaciona a ser: um outro Cristo. Alguém que se doa inteiramente no sacrifício de cada dia sem "se economizar", a fim de gerar frutos de vida e fecundidade para os seus.

Homem maduro, segundo a Sagrada Escritura, é aquele que não é narcisista nem fica pensando apenas em seus próprios interesses, mas é aquele que se oferta e se entrega por uma causa que lhe é superior. É aquele que, quando só tem uma vaga no carro, vai de ônibus, para que sua mulher e sua filha possam ir de carro. É aquele que, quando necessário, levanta-se de madrugada para levar o filho ou outro familiar para o hospital. É aquele que fica sem dormir ou comer, se necessário, para cuidar e alimentar os seus.

É aquele que cuida da esposa doente, que ajuda nas tarefas de casa (na louça, na limpeza etc.), que se envolve na educação dos filhos, que sabe "segurar a onda" e consegue ficar sem sexo durante (e após) a gravidez da esposa e nos períodos do seu resguardo, que trabalha em dois (ou mais) trabalhos, se necessário; enfim, que se sacrifica pelos seus sem medo e não fica olhando apenas para as próprias necessidades.


À semelhança do sacrifício de Jesus, o realmente viril, segundo a Escritura, é aquele que entrega sua vida gradativamente (no sacrifício e na renúncia de cada dia) para que outros tenham vida, saúde e se salvem (cf. Mc 9,35). Não faz parte da masculinidade bíblica uma fragilidade excessiva e egocêntrica, ou um narcisismo preguiçoso que faça com que o homem olhe apenas para o próprio umbigo. Ser homem, segundo a Escritura Sagrada, é ter uma constante disposição ao sacrifício do próprio tempo, habilidades, do prazer pessoal e até da própria vida (se necessário), entrega essa que é sempre valorosa e inteligente, pois é feita com amor realmente másculo e com um sentido de fé.

É claro que este sacrifício precisa ser sábio e sensato, e não camicase e irrefletido. Sacrificar-se não significa ser imprudente, colocando em risco a própria saúde, segurança e a própria vida, o que deixaria a família (em virtude de uma morte ou invalidez) ausente do cuidado e da proteção deste homem em questão. Não é apenas um autonegar-se de maneira insensata, ao contrário, significa possuir-se e ser inteiro (sabendo cuidar de si e investir nos próprios talentos) para, exatamente por isso, tornar-se capaz de direcionar tudo para um sacrifício sincero de autodoação e cuidado para com os seus e no exercício da missão que lhe foi confiada.

É claro que o homem pode ter momentos de fragilidade e fraqueza (como já afirmei), isso é humano e natural. Todavia, não faz parte de sua constituição e chamado escolher morar na fragilidade e no coitadismo, fazendo-se sempre de vítima e fraco diante dos infortúnios da vida. O homem precisa ser um constante lutador, que não desiste diante dos problemas nem foge diante dos sacrifícios que lhe são requeridos por sua missão.

Homem, Deus está contigo

Não diz da natureza masculina uma fragilidade e autoproteção excessivas, e tal realidade contradiz o chamado de todo homem a partir do ensinamento da Sagrada Escritura, pois todo homem deve assumir para si o que disse Deus a Josué no capítulo 1, versículo 9, de seu livro: "Isto é uma ordem: sê firme e corajoso. Não te atemorizes, não tenhas medo, porque o Senhor está contigo em qualquer parte para onde fores!".

Ali, Josué estava para assumir uma grande e desafiante missão: a de substituir o grande Moisés e introduzir o povo de Deus na Terra Prometida, e, diante do medo e da insegurança que aquela situação poderia evocar, Deus dá a Ele essa ordem, direcionando-o para a bravura e com compromisso com sua missão. É claro que Deus lhe assegurou que estaria sempre com Ele; contudo, ordenou para que Ele não olhasse para trás nem se comparasse com os outros, ao contrário, disse a Ele: "Ordeno-te que seja forte e corajoso, e que enfrente sua missão como um homem disposto ao sacrifício de si".

É evidente que será sempre desafiante viver esse tipo de entrega sacrificial, que doa integralmente a própria vida para salvar e cuidar do outro (sobretudo da própria família), mas a ideia e noção psicológica deste tipo de entrega estão associadas ao masculino em toda a Escritura. Além de que, como já apresentamos, essas virtudes e este tipo de postura estarem, historicamente, ligados à identidade masculina.

Sempre cuidar e defender

Deus enxerga cada homem como um "valente guerreiro" (Jz 6,12) vocacionado à bravura do sacrifício, e, como Ele mesmo ordenou a Gideão, também determina hoje a você, querido irmão: "Vai com essa força que tens e livra Israel (os seus) dos medianitas (dos inimigos). Porventura, não sou eu que te envio?" (Jz 6,14). E, ainda: "Eu estou contigo, valente guerreiro!" (Jz 6,12).

Há algum tempo aconteceu, em um pequeno país ocidental, uma manifestação pública na qual os homens exigiam o direito de serem sempre frágeis e de serem constantemente cuidados por suas esposas, e alguns deles exigiam até mesmo o "direito" de, por exemplo, colocar a esposa ou a namorada na frente do ladrão quando este fosse atirar, ao invés de defendê-la e protegê-la, sacrificando-se por ela. Achei curioso este tipo de manifesto por parte de tais homens, e afirmo que isso não tem nada a ver com a missão e vocação do homem segundo a Bíblia, pois, mesmo não tendo que ser um macho glutão e rude, o homem é, sem sombra de dúvida, chamado ao amor-sacrifício em toda a Escritura Sagrada, e a sua real virilidade consistirá no entregar-se até as últimas consequências para cuidar e defender os seus.

A fragilidade faz parte, mas não é a vocação do homem

Este tipo de responsabilidade e missão não devem tornar o homem amargo e sobrecarregado, ao contrário, pois ele não está sozinho para cumprir sua vocação visto que tem sua família ao seu lado e, sobretudo, o próprio Cristo (que é o homem que Se autossacrifica por excelência) para fortalecê-Lo e guiá-lo em tudo na concretização de seu propósito de vida e em sua missão.

Mais uma vez afirmo: o homem tem, sim, o direito de ter momentos de fragilidade e deve sim ser sensível (do jeito masculino, é claro), contudo, ele precisa sempre cultivar a resiliência e a disposição de alguém que se percebe vocacionado ao sacrifício de amor, e que por isso necessita sempre estar pronto a entregar a própria vida pelos seus e por aquilo que ele crê.

Trecho extraído do livro "Curar e Restaurar O Masculino : Uma Jornada pela Cura da Masculinidade" do padre Adriano Zandoná.



Padre Adriano Zandoná

Padre Adriano Zandoná é missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em Filosofia e Teologia, tem seis livros publicados: Construindo a Felicidade, Curar-se para ser Feliz, Conquistando a Liberdade Interior, 7 Passos para Restaurar sua Família, A Cura da Alma Feminina e Como Controlar e Vencer a Ansiedade. Dois quais 2 foram traduzidos para o inglês. Gravou quatro CDs pela Gravadora Canção Nova. Apresenta o programa Para ser Feliz ao vivo pela TV Canção Nova (em rede nacional), todas as terças às 20h. É membro da Direção Artística da TV Canção Nova, em Cachoeira Paulista.

Twitter: @peadrianozcn
Facebook: PadreAdrianoZandonaOficial
Instagram: @padreadrianozandona


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/segundo-a-biblia-a-missao-masculina-e-uma-missao-sacrificial/


14 de julho de 2023

Você sabe o que são as Obras de Misericórdia?


O que seriam elas? O Catecismo da Igreja Católica explica que "as obras de misericórdia são as ações caridosas pelas quais vamos, em ajuda do nosso próximo, nas suas necessidades corporais e espirituais" (CIC 2447). Por isso são tão importantes para a vida cristã.

O pecado traz consigo as penas temporais, as consequências do que fazemos de errado no nosso corpo e na nossa alma. Dessa forma, o cristão deve esforçar-se por aceitar, como uma graça, suportando pacientemente os sofrimentos e as provações de toda a espécie, e chegada a hora, enfrentar serenamente a morte: Assim, deve aplicar-se através de obras de misericórdia e de caridade, bem como pela oração e pelas diferentes práticas da penitência, a despojar-se completamente do "homem velho" e a revestir-se do "homem novo" (CIC 1473).

Créditos: sticker2you by GettyImages

As obras corporais

São sete as obras corporais que se relacionam ao resgate imediato daqueles que sofrem. São atos que nos levam a ajudar os mais necessitados. Ou seja, atos corporais, concretos, materiais. A seguir, estão citados:

  • Dar de beber;
  • Dar de comer;
  • Vestir aqueles que precisam;
  • Visitar os doentes;
  • Enterrar os mortos;
  • Dar hospedagem;
  • Visitar os presidiários.

As obras Espirituais

As obras espirituais também são sete e relacionam-se com o nosso espírito. Elas são um socorro para as almas e tendem a direcioná-las no bom caminho ou até mesmo curá-las. Ou seja, são para o bem da nossa alma e a do próximo. A seguir, vejamos quais são elas:

  • Dar bom conselho;
  • Ensinar os ignorantes;
  • Corrigir os errantes;
  • Consolar os aflitos;
  • Perdoar as injúrias;
  • Sofrer as fraquezas do próximo com paciência;
  • Rezar pelos vivos e mortos.

Oito obras de Misericórdia

No dia 1º de setembro de 2016, o Papa Francisco propôs um complemento aos dois elencos de sete obras de misericórdia, acrescentando o cuidado com a casa comum, ou seja, o zelo pela natureza como a oitava obra de misericórdia, já que cuidando do bem comum também damos saúde ao próximo e à comunidade. Interessante notar que todo o magistério do Papa está pautado nas bem-aventuranças ou obras de misericórdia, elas realmente são um caminho de espiritualidade.

Seus efeitos

A cada ato de misericórdia ocorre um efeito maravilhoso em nós e em nosso próximo de modo essencial. Assim, percebemos que é um bem para todos. Mas se olharmos de modo concreto e profundo, todo o catolicismo está pautado nessas realidades, e o caminho de santidade acontece dessa maneira. Com efeito, podemos notar as consequências a seguir:

  • Recebe-se as graças de Deus;
  • Apaga-se a pena do pecado na alma;
  • Configura-nos a Jesus;
  • Faz-nos crescer em santidade;
  • Aplica-se o reinado de Deus;
  • Socorre o próximo.


Devemos, portanto, a cada dia, introduzir esses atos em nossas vidas e modo de espiritualidade. Ser católico é viver desse modo, não há outro caminho para tal. Seria da nossa parte uma verdadeira ilusão não agir como nos aconselha a Igreja e os Santos Evangelhos. Hoje, eu convido você a se esforçar para caminhar nesse rumo, e a cada dia ir treinando e melhorando. Que Deus, nosso Pai, nos inspire a pôr em prática esses ensinamentos. 


 


Rafael Vitto

Rafael Vitto, seminarista CN. Graduado em Filosofia e estudante de Teologia. Atuante na paróquia São Sebastião em Cachoeira Paulista.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/voce-sabe-o-que-sao-as-obras-de-misericordia/


12 de julho de 2023

A medalha de São Bento é a medalha da Santa Cruz


São Bento foi um homem sedento de Deus. Segundo São Gregório Magno, seu biógrafo, em tudo ele quis agradar a Deus. Colocava o amor ao Senhor sobre todas as coisas, por isso foi um homem silencioso, obediente e humilde.

A medalha de São Bento é conhecida no mundo todo, porém não foi o santo quem a cunhou. Em sua época, os sacramentais não eram comuns. Esse santo ficou muito famoso, em sua época, pelo sinal da santa cruz. Certa vez, ofereceram-lhe um cálice envenenado; quando ele traçou o sinal da cruz sobre o objeto, o cálice se partiu e dele saiu uma cobra. Outra vez, aconteceu de lhe darem um pão envenenado. Mais uma vez, ao traçar o sinal da cruz, um corvo voou em direção à sua mão e levou o pão embora.

A medalha de São Bento é a medalha da santa cruz. No século XI, na Alemanha, a esposa de um conde sonhou que um homem lhe falava, em sonho, que seu filho Bruno seria um grande homem. Tempos depois, esse mesmo rapaz ficou muito doente e viu a imagem de um homem que lhe colocava uma cruz sobre os lábios e o curava. O homem do sonho e da visão eram São Bento. A partir de então, começou a se cunhar a medalha desse santo e propagar sua devoção pelo mundo inteiro.

Imagem Institucional

O mais importante não é São Bento, mas a santa cruz

O sacramental é atribuído ao santo, porém o poder está na cruz de Cristo, temida pelo demônio, e na fé de cada cristão. O mais importante, portanto, não é São Bento, mas a santa cruz, Crux Sacra Sit Mihi Lux – "A Cruz Sagrada seja minha luz". A medalha que conhecemos hoje, com as iniciais da oração dedicada a São Bento, teve origem no mosteiro de Monte Cassino, onde São Bento viveu e seu corpo foi sepultado.

Historicamente, não há como afirmar que foi o santo o autor dessa oração inscrita na medalha. Porém, existem nela palavras que se referem à vida dele. A oração tem como centro o pedido de que a cruz de Cristo seja a luz daquela pessoa, e são as iniciais das palavras latinas que formam os versos seguintes:

C.S.P.B. : Crux Sancti Patris Benedicti – Cruz do Patriarca São Bento

Na linha vertical da cruz se lê:

C.S.S.M.L.: Crux Sacra Sit Mihi Lux – A Cruz sagrada seja minha luz

Na linha horizontal:

N.D.S.M.D.: Non Draco Sit Mihi Dux – Não seja o dragão o meu guia

Em torno da medalha:

V.R.S.: Vade Retro, Satana – Afasta-te, satanás

N.S.M.V.: Nunquam Suade Mihi Vana – Nunca me aconselhe coisas vãs

S.M.Q.L.: Sunt Mala Quae Libas – É mal o que me ofereces

I.V.B.: Ipse Venena Bibas – Beba tu dos teus venenos


Pela intercessão de São Bento, poderoso na luta contra o veneno do pecado, que Deus abençoe a cada um!

Dom Paulo Panza (OSB) 
Padre Religioso da Arquidiocese de Campinas (SP)


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/devocao/a-medalha-de-sao-bento-e-a-medalha-da-santa-cruz/


10 de julho de 2023

Conheça a história da devoção ao Preciosíssimo Sangue de Jesus


Em 1815, o padre Gaspar fundou uma nova Congregação na Igreja, chamada Missionários do Preciosíssimo Sangue. Ele se sentia mais próximo a esta devoção, intimamente ligada ao Sagrado Coração de Jesus, da qual se tornou apóstolo fervoroso. Sua piedade tinha por certo que somente o Sangue derramado por Cristo para a redenção dos homens era instrumento de conversão.

Percebendo seu zelo, o Papa Pio VII confiou à sua Congregação a missão de uma nova evangelização e restabelecer a fé nos territórios do Estado Pontifício. Na prática, ele lhe pedia para ir aonde ninguém queria e enfrentar pessoas, que ninguém queria encontrar. Gaspar e seus missionários aceitaram o pedido do Papa e enfrentaram com coragem as grandes chagas que afligiam Roma naquele tempo.

Suas habilidades de pregador alcançaram resultados extraordinários contra as sociedades secretas, consideradas forjas de um perigoso secularismo ateu. Conseguiu levar grupos inteiros para o bom caminho, desmascarando este problema oculto, a ponto de receber o apelido de "martelo dos sectários". Ficou claro a incompatibilidade entre a doutrina católica e as heresias daquele tempo.

Conheça a história da devoção ao Preciosíssimo Sangue de Jesus

Créditos: jchizhe by GettyImages/cancaonova.com

A salvação do mundo inteiro

De modo essencial, ter devoção ao Sangue de Jesus é crer que seu sofrimento é redenção para nós. Sendo assim, essa fé se torna incompatível com outras crenças que negam o ato salvífico de Jesus na Cruz. Sua morte não foi um teatro nem mesmo em vão, mas tem grande valor de expiação para os pecados do mundo todo. Jesus é, realmente, o nosso Salvador através do derramamento de Seu sangue.

Da mesma forma, agiu contra os ladrões daquele tempo: para cumprir sua missão, no caminho entre Roma e Nápoles, armado apenas com o crucifixo e a misericórdia evangélica.  Gaspar falava e explicava a todos sobre o sangue derramado por Jesus, como sacrifício pela salvação de toda a humanidade. Assim, lentamente, conseguiu alcançar o que ninguém havia conseguido: tornar a cidade mais segura. Converteu muitos com sua pregação eloquente e fé no sacrifício redentor de Jesus Nosso Salvador. Assim, inscreveu seu nome na eternidade levando a pacificação popular.


A continuidade da devoção ao Preciosíssimo Sangue de Jesus

Em 1834, graças à colaboração de Maria de Mattias – que havia conhecido, aos 17 anos, e à qual revelara a sua vocação -, Gaspar fundou o ramo feminino da congregação: as Irmãs Adoradoras do Preciosíssimo Sangue de Cristo. Três anos depois, Gaspar de Búfalo faleceu e foi canonizado por Pio XII em 1954. Falando sobre este santo aos participantes no Capítulo geral da Congregação, em 14 de setembro de 2001, São João Paulo II disse: "Confiante no fato de que o pedido do Papa era uma ordem de Cristo, seu Fundador não hesitou em obedecer, embora o resultado tenha sido: foi acusado de ser muito inovador. Lançando suas redes nas águas profundas e perigosas, fez uma pesca surpreendente".

Nesse contexto de heresias e violência, nasceu a devoção ao Preciosíssimo Sangue. Claro que a cruz de Cristo sempre fora objeto de reconhecimento, contudo, nesse período, sob a óptica de um grande Santo, surge a especificidade da devoção e maior propagação por parte da piedade popular. Que Deus nosso Pai nos inspire a pôr em prática esses ensinamentos.

Referências:

https://www.vaticannews.va/pt/santo-do-dia/10/21/s–gaspar-del-bufalo–presbitero–fundador-dos-missionarios-do-p.html (vida de São Gaspar de Búfalo).



Rafael Vitto

Rafael Vitto, seminarista CN. Graduado em Filosofia e estudante de Teologia. Atuante na paróquia São Sebastião em Cachoeira Paulista.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/historia-da-igreja/conheca-a-historia-da-devocao-ao-preciosissimo-sangue-de-jesus/


7 de julho de 2023

São Tomé Apóstolo: tocou o lado aberto do Senhor e recebeu o choque da ressurreição


Também chamado de Dídimo, foi um dos 12 apóstolos originalmente escolhidos por Cristo. O nome dele está ligado à expressão "ver para crer", pois ele estava ausente e duvidou da ressurreição de Jesus.

comshalom

Hoje a Igreja nos recorda a vida e o testemunho de um conhecido e pouco entendido personagem, São Tomé. Este fez parte do grupo especial dos 12 Apóstolos escolhidos por Jesus (cf. Mc 3,18; Mt 10,3). Seu nome, infelizmente, tornou-se objeto de piadas e até de apelidos para pessoas desconfiadas. Vamos aqui, então, fazer um esforço de apresentar traços e outros componentes da personalidade desse grande servo de Deus. Vejamos, desse modo, como a sua noite da fé foi uma oportunidade de, mais uma vez, Jesus Ressuscitado manifestar seu poder e glória.

Origem de Tomé

Tomé era um judeu, natural da região da Galileia e, provavelmente, assim como Pedro, era também um pescador de profissão. Seu nome: Tomé ou Tomás, significa "gêmeo" e, no idioma grego, se escreve: Didymus e aparece onze vezes no Novo Testamento. Esse componente linguístico de seu nome leva os historiadores bíblicos a suporem que ele tinha um irmão gêmeo. Tomé foi um dos importantes servos que estiveram na companhia de Pedro, João e dos outros apóstolos. Por três anos, ouviu e presenciou os discursos e ações de Jesus. Após a paixão e morte do Senhor, ele foi também um dos abençoados pelo derramamento do Espírito Santo na manhã de Pentecostes (cf. Jo 20,19-23).

Ardor missionário

Há indícios e relatos de que, após a Ressurreição, Ascensão de Jesus e de Pentecostes, tenha partido cheio de ardor e parresia para a Índia. Ali, consumiu sua vida, empenhando esforços para que mais corações pudessem, como ele, tocar o lado aberto do Senhor. Tomé, com certeza, representa a cada um de nós quando passamos por momentos de dúvida ou mesmo de provações. Para recordar, leia essa passagem, mergulhe no estado emocional e nas suspeitas de seu coração:

"Tomé, chamado Dídimo, que era um dos 12, não estava com eles quando Jesus veio. Os outros discípulos contaram-lhe depois: 'Vimos o Senhor!' Mas Tomé disse-lhes: 'Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei'. Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: 'A paz esteja convosco'. Depois disse a Tomé: 'Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel'. Tomé respondeu: 'Meu Senhor e meu Deus!' Jesus lhe disse: 'Acreditaste porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!'" (Jo 20,24-29).

Testemunha de vida, onde só havia morte

Viu só? Sua experiência de vacilo na confiança acaba nos ajudando a entender que Deus tem paciência com os mais frágeis. Mas ensina também como devemos ser dóceis e rendidos, quando essa verdade se apresenta. Talvez você que lê essa breve biografia desse servo, viva também como ele, momentos de dúvidas, medos e incertezas. Se junte a mim! Peçamos a Deus por intercessão de São Tomé Apóstolo, um batismo na misericórdia. Que essa graça, possa dissipar toda sombra de dúvidas e suspeitas do poder de Deus, que faz brotar vida, onde, aos olhos do mundo, só existe escuridão e morte.

São Tomé Apóstolo, rogai por nós.


Fonte: https://comshalom.org/sao-tome-apostolo-tocou-o-lado-aberto-do-senhor-e-recebeu-o-choque-da-ressurreicao/