1 de maio de 2023

Trabalhe para viver, não viva para isso: como não ser escravo do trabalho


O tema é capa de jornais, revistas, títulos de livros e roteiros de cinema. A grande questão é: as respostas ainda demoram a chegar. Como trabalhar pouco, se as contas são altas? Se eu não trabalhar, não vou ganhar e, consequentemente, não poderei viajar, ter um carro ou ter conforto em minha casa?

Pesquisas mostram que o estresse pelo excesso de trabalho pode levar aos problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, além de afetar negativamente o desempenho do indivíduo em tarefas simples e complexas.

Para se ter sucesso, também é necessário parar, descansar e buscar formas de desconectar-se do trabalho. Vencer os estímulos, negar propostas, negociar serviços e delegar são parte do processo de diminuir o ritmo.

Saiba e aceite descansar

Engana-se quem acha que dormir é sinônimo de descansar. Já aconteceu de você dormir e acordar ainda cansado? Pois é, um sono tranquilo e restaurador nem sempre chega para todos. Dados do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) mostram que 65% da população do país têm baixa qualidade de sono. Além disso, apenas 7% procuram ajuda médica.


Alterar a rotina do trabalho para obter descanso

Realizar caminhadas, estar em contato com a natureza, deixar as telas e as luzes alivia a mente e o estresse. Estar próximo de pessoas positivas, que emanam coisas boas e evitam reclamar também auxilia no descanso mental e emocional.

É uma questão de começar buscando uma disciplina para o descanso. No início, pode haver estranhamento, culpa, vazio e não conseguir logo de primeira, no entanto, é necessário persistir. Aos poucos, se acostuma e a prática se torna um hábito.

Uma mente calma ajuda na produtividade e a buscar soluções criativas para problemas que, antes, estavam complicados de solucionar. Lembre-se de que cada pessoa é única e pode precisar de estratégias diferentes para manter-se relaxada e disposta.



Ioná Piva

Atualmente é professora da Faculdade Canção Nova (Jornalismo e Rádio e Televisão). Mestre  em Comunicação Social pela  linha de pesquisa  Inovações Tecnológicas na Comunicação Contemporânea


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/trabalhe-para-viver-nao-viva-para-isso-como-nao-ser-escravo-do-trabalho/


28 de abril de 2023

Jesus Cristo e a nossa maior prova da Sua ressurreição


Você, que crê em Jesus Cristo, por acaso sabe quais são as provas da ressurreição d'Ele? Quero contar a você qual é a maior prova de que Ele realmente ressuscitou! Devemos ter provas da nossa fé. "Estai sempre prontos a responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança" (1Pd 3,15).

Uma grande parte dos cristãos acreditam que a maior prova da ressurreição é o túmulo vazio. É fato que essa é uma boa prova, mas ainda não é a maior prova. Após a morte, já diziam que roubaram o corpo d'Ele, "depois, deram uma boa quantia de dinheiro aos soldados e lhes disseram: — É isto o que vocês devem dizer: 'Os discípulos d'Ele vieram de noite e roubaram o corpo enquanto estávamos dormindo'" (Mt 28, 12-13).

Outros acreditam que os relatos bíblicos são o ponto mais seguro desse grande acontecimento. Realmente, cremos piamente na Palavra revelada, porém, ainda poderíamos dizer que seria um fanatismo daqueles seguidores de Jesus. Os descrentes poderiam dizer que foi uma escrita inventada pelos seus seguidores.

A maior prova da ressurreição

A maior prova vem a seguir, ela corresponde ao testemunho dos Apóstolos. Não simplesmente um testemunho dito da boca pra fora, mas o martírio de cada um dos 12. Há quem questione isso, ao dizer ser loucura de visionários. Entretanto, vejamos que a maior parte das pessoas visionárias iniciam supercrentes e, depois, esfriam a revelação.

Jesus Cristo e a nossa maior prova da sua ressurreição

Créditos: Getty Images_sedmak

Até mesmo dizem crer piamente e sustentam a mentira do que viram até o fim. Contudo, nenhuma delas é capaz de morrer em prol daquela causa, dar sua própria vida em função de sua mentira.


O martírio dos apóstolos

No caso dos Apóstolos, eles não somente testemunharam em palavras, mas morreram em prol do que viram. No início, não acreditavam, estavam com medo, mas, após a visita de Jesus, tudo mudou! "Então, ao entardecer daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam reunidos a portas trancadas, por medo das autoridades judaicas." (Jo 20, 19)

Eles foram separados em diversos lugares diferentes, por anos afastados e sem contato com os outros, já que havia pouca comunicação via cartas, mesmo assim relataram os mesmos acontecimentos sobre a ressurreição e morreram pela causa de Jesus, sofrendo o martírio.

Que Deus, nosso Pai, nos inspire a pôr em prática esses ensinamentos.



Rafael Vitto

Rafael Vitto, seminarista CN. Graduado em Filosofia e estudante de Teologia. Atuante na paróquia São Sebastião em Cachoeira Paulista.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/jesus-cristo-e-a-nossa-maior-prova-da-sua-ressurreicao/


26 de abril de 2023

"Eu confio em Vós": como a devoção pode transformar a vida


Em nossas correrias e canseiras do dia a dia, a nossa mãe Igreja nos ensina uma forma simples e eficiente de contagiar nossa vida com a presença de Deus: as jaculatórias. Jaculatórias são pequenas orações que dirigimos a Deus de forma bem curta. Apesar da simplicidade da proposta, há um efeito poderoso que nasce dessas orações, pois são encarnadas e emergem da vida.

Particularmente, tenho alcançado muitas graças através desses jatos (jaculatória vem do latim jacolum que quer dizer "jato") de fé e louvor lançados a Deus em meio aos trabalhos, dificuldades e gratidão. Uma que me é muito válida, em especial em tempos difíceis, consiste em repetir: "Jesus, eu confio em vós".

Créditos: by Getty Images / doidam10/cancaonova

O pedido de Jesus por uma Festa da Misericórdia

Essa simples e poderosa oração foi ensinada pelo próprio Jesus a Santa Faustina Kowalska. Nos escritos dessa santa polonesa, consta o pedido de Jesus para que se instituísse a Festa da Misericórdia, que comemoramos no primeiro domingo após a Páscoa nas Igrejas do mundo inteiro.

"Desejo que a Festa de Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. Nesse dia, estão abertas as entranhas da minha Misericórdia. Derramo todo o mar de graças nas almas que se aproximarem da fonte da minha Misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e dos castigos. Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas pelas quais fluem as graças. Desejo que seja celebrada solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa. A humanidade não terá paz enquanto não se voltar à fonte da minha Misericórdia. (Diário no.699).

A importância da confiança em Jesus

Jesus também pediu a Faustina que mandasse pintar um quadro com a imagem d'Ele que ela estava vendo e escrevesse a frase: "Jesus, eu confio em Vós". Essa frase é uma síntese da espiritualidade da misericórdia. Jesus quer que confiemos tudo a Ele.

Partilho com você o que tenho experimentado através dessa poderosa jaculatória. Às vezes, somos tomados por alguma situação ou preocupação, nossa alma fica refém de um medo ou dúvida. O nosso querido Padre Jonas nos ensinava que não devemos ser "problemocêntricos", mas sim colocar Jesus no centro de todas as circunstâncias da nossa vida, tornando-nos assim Cristocêntricos. Pois bem, é justo esse ajuste que essa jaculatória faz. Em meio às tempestades, colocamos Jesus no centro, como Senhor de tudo!

A experiência da vida conduzida por Jesus

Além disso, a confiança é uma chave poderosa para acessar a presença do divino Espírito Santo em nossos corações. Dessa forma, você passa a ter sua mente e sua vida conduzidas por Nosso Senhor, e daí advém muitas graças. O que mais posso dizer a não ser: VINDE E VEDE! Ou seja, faça a experiência. Como é maravilhoso ter a vida conduzida por Nosso Senhor!


Uma vez , vivíamos um momento difícil na Canção Nova, pois corríamos o risco de perder a concessão do sinal da TV porque ainda não tínhamos a quantia suficiente para pagar o satélite naquele mês. Eu trabalhava na TV, na organização de programas para pedir que o povo nos ajudasse, bem como na prestação de contas.

O tempo para o pagamento já estava terminando, e alguns de nós não conseguiam conter as lágrimas. Padre Jonas chegou com um grande sorriso e me disse: "A vida com Deus é uma grande aventura!". Quanta fé! Padre Jonas é um homem Cristocêntrico! Mas para você também entrar nessa aventura, não adianta ficar somente na teoria. É preciso abrir-se a essa experiência, deixar seu coração ir inundando todas as situações e a sua vida com essa fórmula ensinada pelo próprio Cristo:

"Jesus, eu confio em Vós".

Edvânia Duarte Eleutério


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/oracao/eu-confio-em-vos-como-devocao-pode-transformar-vida/


24 de abril de 2023

A secretária da Divina Misericórdia


A Misericórdia do Senhor nos é oferecida neste tempo em que vivemos, ou seja, no hoje, no agora. Através deste artigo, vamos conhecer e mergulhar na vida de Santa Faustina, a Apóstola e Secretária da Divina Misericórdia. Ela soube expressar ao mundo a mensagem da Misericórdia, através da inspiração do Senhor e de uma vida mergulhada em profunda intimidade com Jesus.

Helena Kowalska, seu nome de Batismo, veio ao mundo em 25 de agosto de 1905, na aldeia de Glogowiec, na Polônia. Desde sua mais tenra idade, sentia em seu coração o desejo e o apelo para se entregar ao Senhor de forma mais específica em uma vida religiosa. Segundo os seus inscritos, relatados em seu Diário Espiritual, aos seus sete anos de idade recebe um chamado de Nosso Senhor para uma vida religiosa, este desejo que a acompanhou durante toda a sua juventude.

Um chamado definitivo

Quando Helena completa seus dezoito anos de idade, pede aos seus pais a autorização para ingressar na vida religiosa, mesmo seus pais sendo católicos, recusaram o seu pedido.
Neste tempo, ela buscou, como mesmo nos relata em seus inscritos, abafar a voz de Deus que a chamava: "Aos dezoito anos, fiz um insistente pedido aos meus pais para que me deixassem entrar em um convento; mas recebi deles uma categórica recusa. Depois dessa recusa, passei a viver as vaidades da vida, não prestando nenhuma atenção à voz da graça, embora e, nada disso, minha alma encontrasse satisfação." (Diário de Santa Faustina nº 8).

Quando Santa Faustina se refere às vaidades da vida, ela está dizendo que vivia como as pessoas normais no mundo, prestando pouca atenção às inspirações da graça, assim se entregando às ocupações próprias da vida e seus divertimentos.

 

A secretária da Divina Misericórdia

 

A comunicação de Jesus com Santa Faustina

Por um desígnio maior, Helena vai a um baile com uma de suas irmãs. Enquanto todos se divertiam, em sua alma existia um vazio, um tormento. Neste baile, quando ela começa a dançar, aparece a ela Jesus, Jesus sofredor, com seu corpo coberto de Chagas e, assim, disse Nosso Senhor a ela: "Até quando hei de ter paciência contigo e até quando tu Me decepcionarás?" (Diário de Santa Faustina nº 9).

Após esse apelo de Jesus, Helena se dirige a uma Igreja que ficava perto de onde ela estava, era a Catedral de Santo Estanislau Kotska, ali ela caí de bruços diante do Santíssimo Sacramento e faz um pedido a Jesus, que a dê a conhecer a sua Vontade. Jesus a instrui a se dirigir a Varsóvia e entrar em um convento. Ela, impulsionada pelas Palavras de Jesus, vai imediatamente até a sua casa, buscar o essencial e se dirige até Varsóvia.


Conduzida por Ele

Grande ensinamento para nós, ela vai até Varsóvia, na confiança em Jesus, sem ter certezas. A sua única certeza era de que Jesus cuidava de tudo. Assim, depois de um tempo, Helena ingressa no dia primeiro de Agosto de 1925, na Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia e, em 30 de Abril de 1926, recebe seu hábito e seu nome religioso, Maria Faustina.

Em uma vida simples, mas de uma profunda oração, Santa Faustina vivia no convento, onde começa a receber visitas de Jesus, que aparecia a ela com frequência. Nestes diálogos com Nosso Senhor, Faustina era instruída, conduzida pelo próprio Cristo.

 Secretária da Divina Misericórdia

Por ordem de Jesus, Faustina foi relatando em seu diário as palavras de Jesus, o seu diálogo com Ele. A mensagem central era a necessidade de levar a humanidade a conhecer a Misericórdia e o Amor insondável de seu Coração, expresso em sua Paixão, Morte e Ressurreição.

Durante a sua vida, Faustina, em obediência a Jesus, se empenhou em fazer conhecida a Misericórdia e, assim, levar a humanidade a experimentar a misericórdia do Senhor. Diante da sua humildade e pequenez, via-se limitada em escrever sobre a Misericórdia, incapaz, porém, Jesus a escolheu e separou para isso.

Em um desses diálogos com Jesus, Ele disse a ela: "És a secretaria da Minha Misericórdia. Eu te escolhi para essa função nesta e na outra vida. Assim o quero, apesar de todas as adversidades que te opuserem. Deves saber que a Minha predileção não mudará". (Diário de Santa Faustina nº 1605).

Devemos aprender com Santa Faustina

Com amor e esforço, Faustina buscava realizar a vontade de Deus, não sem provações e sofrimentos, mas pelo contrário, uma vida marcada pelo sofrimento e solidão, mas nunca sozinha, sempre acompanhada por Jesus. Com Santa Faustina, podemos aprender a obediência a Deus, a confiança no Senhor. Podemos aprender a nos lançar no mar da Misericórdia do Senhor, com muita confiança.

Santa Faustina faz a sua Páscoa em 5 de outubro de 1938, após um período de uma dolorosa enfermidade; canonizada pelo então Papa João Paulo II, hoje, São João Paulo II, em 30 de abril de 2000 — Domingo da Divina Misericórdia. Até os dias de hoje, ela irradia a sua santidade para a humanidade, com a Devoção à Divina Misericórdia e sua vida virtuosa, nos convidando a um abandono nas mãos de Jesus Misericordioso.

Guilherme Costa Almeida, Seminarista da Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/santos/a-secretaria-da-divina-misericordia/


22 de abril de 2023

Uma visita à casa de Nazaré e a virtude do serviço


O sol ainda não nasceu e já faz calor. O dia promete ser quente. Numa pequena casa na cidadezinha de Nazaré, uma bela mulher termina a sua oração e ainda na penumbra começa a moer grãos de cevada no moinho, para preparar o pão para os próximos dias. Seu filho ainda dorme ali, quase ao seu lado, e seu marido está do lado de fora, rezando. A mulher gira diligentemente uma pedra sobre a outra e só se ouve o som dos grãos sendo esmagados, virando farinha, e o canto de um ou outro pardal que pousa no telhado da casa.

Em alguns minutos, a família se reunirá e, sentados no chão, Jesus, Maria e José farão sua refeição, não sem antes agradecer a Deus. Quando terminarem, José irá para a oficina, que fica ao lado da sua casa, consertar o cabo de uma ferramenta que um vizinho deixou no dia anterior e em seguida andará quase dois quilômetros com uma viga de madeira nos ombros até a casa de um parente seu, onde o carpinteiro está finalizando a construção do telhado. Jesus o acompanhará e a imagem do seu pai com o madeiro sobre os ombros se repetirá anos depois, de forma dramática e sangrenta, no sacrifício redentor da humanidade.

A simplicidade e a doçura da Sagrada Família

Com um pouco de pesquisa e do uso da imaginação, não é difícil compor o que poderia ser o começo de um dia qualquer da Sagrada Família de Nazaré. Numa casa de taipa de apenas um cômodo, com uma oficina improvisada ao lado, José, Maria e Jesus rezavam, faziam as refeições, trabalhavam, dormiam, conversavam e, acima de tudo, amavam-se intensamente.

Em contraponto, não é necessária muita pesquisa para que possamos imaginar como era o ambiente daquela casa, basta examinarmos os Evangelhos e meditarmos sobre as santas vidas de José, Maria e Jesus. Compreenderemos então que não poderia haver nada ali que não fosse virtuoso: os olhares, as conversas, os sorrisos, os afazeres e, de maneira marcante, o serviço que eles se prestavam mutuamente, cada um contribuindo para a felicidade do outro.


O matrimônio como sacramento do serviço

A Igreja nos ensina que o matrimônio é um Sacramento do Serviço, uma vez que a pessoa desenvolve sua vocação servindo o outro – no caso do matrimônio, o cônjuge e os filhos. Muito disto podemos colher contemplando, em nossa imaginação, a simplicidade e a doçura que imperavam naquela casinha em Nazaré. José já estava acostumado a servir, a começar por sua profissão. A ele recorriam aqueles que queriam fazer um banco, uma escada, uma viga para um telhado, consertar uma ferramenta.

Certamente José trabalhava na própria oficina, mas também fazia serviços na casa de seus clientes. Justo e temente a Deus como ele era, podemos assumir que esse serviço era realizado com ainda mais esmero quando se destinava ao cuidado da sua família. Com que devoção não teria ele trabalhado para fazer um baú de madeira onde Maria guardaria os víveres, ou ainda um banco para sentar-se mais confortavelmente quando sua esposa virginal estava perto do fim da gravidez!

A virtude do serviço exemplificada em Maria

E por falar em Maria, que mestra do serviço! Não titubeou em, já grávida, ir de Nazaré até Ein Kerem, para auxiliar Isabel. Na Bíblia, as duas localidades estão pertinho uma da outra, no mesmo versículo, mas Maria teve que subir as montanhas numa trilha íngreme de quase cento e cinquenta quilômetros, numa viagem a pé que durava quase uma semana. Podemos esperar da Mãe do Salvador um esforço menor para servir seu esposo e seu divino filho?



José Leonardo Nascimento

José Leonardo Ribeiro Nascimento é casado, pai de quatro filhos e membro do segundo elo da Comunidade Canção Nova desde 2007. Natural de Paripiranga (BA), cursou Ciências Contábeis na Universidade Federal de Sergipe e fez pós-graduação em economia por meio do Minerva Program, na George Washington University, nos Estados Unidos. Trabalha, há 18 anos, como Auditor Federal na Controladoria-Geral da União em Aracaju (SE). Ele e sua esposa trabalham, há muitos anos, com a evangelização de casais e de famílias, coordenando grupos e pregando em retiros e encontros.
Instagram: @leonardonascimentocn | Facebook: @leonardonascimentocn


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/historia-da-igreja/uma-visita-casa-de-nazare-e-virtude-servico/


19 de abril de 2023

Confira os 15 ensinamentos dos santos sobre a amizade'


Pode ser que muitos de nós sejamos ricos e ainda não nos demos conta. A Palavra de Deus já nos ensinava desde o Antigo Testamento: "Amigo fiel é proteção poderosa, e quem o encontrar, terá encontrado um tesouro. Amigo fiel não tem preço, e o seu valor é incalculável. Amigo fiel é remédio que cura, e os que temem ao Senhor o encontrarão" (Eclo 6,14-16).

Se Jesus, que é Deus, quis precisar de amigos para seguir sua caminhada neste mundo, imagine nós! O ser humano não pode viver como uma ilha. É como afirmou São João Bosco em sua famosa frase: "Deus nos colocou no mundo para os outros". Uma grande verdade! Inclusive, podemos dizer até que, a partir de Cristo, a amizade tomou um novo sentido, o amigo é aquele que descobriu o valor e a dignidade do irmão, à luz do Evangelho. Essa sincera amizade, no verdadeiro sentido humano e cristão, propagou-se entre os primeiros cristãos refugiados nas catacumbas. A história da Igreja é marcada de exemplos de profundas amizades entre os santos padres, como São Basílio e São Gregório, entre os grandes santos, como São Francisco de Assis e Santa Clara, Santo Ambrósio e Santa Mônica e muitos outros.

Em um de seus belíssimos escritos, São Gregório Nazianzeno, um dos padres da Igreja, escreveu sobre seu amigo São Basílio e nos explicou um pouco como viviam profundamente a amizade: "Encontramo-nos em Atenas. Como o curso de um rio, que partindo da única fonte se divide em muitos braços, Basílio e eu nos tínhamos separado para buscar a sabedoria em diferentes regiões. Mas voltamos a nos reunir como se nos tivéssemos posto de acordo, sem dúvida, porque Deus assim quis.

O nascimento de uma amizade

Nesta ocasião, eu não apenas admirava meu grande amigo Basílio vendo-lhe a seriedade de costumes e a maturidade e prudência de suas palavras, mas ainda tratava de persuadir a outros que não o conheciam tão bem a fazerem o mesmo. Logo começou a ser considerado por muitos que já conheciam sua reputação.

Que aconteceu então? Ele foi quase o único entre todos os que iam estudar em Atenas a ser dispensado da lei comum; e parecia ter alcançado maior estima do que comportava sua condição de novato. Este foi o prelúdio de nossa amizade, a centelha que fez surgir nossa intimidade; assim fomos tocados pelo amor mútuo.

Cultivando, cada dia mais, estreita e firmemente nossa amizade

Com o passar do tempo, confessamos um ao outro nosso desejo: a filosofia era o que almejávamos. Desde então, éramos tudo um para o outro; morávamos juntos, fazíamos as refeições à mesma mesa, estávamos sempre de acordo aspirando os mesmos ideais e cultivando cada dia mais estreita e firmemente nossa amizade.

Movia-nos igual desejo de obter o que há de mais invejável: a ciência; no entanto, não tínhamos inveja, mas valorizávamos a emulação. Ambos lutávamos, não para ver quem tirava o primeiro lugar, mas para cedê-lo ao outro. Cada um considerava como própria a glória do outro.

Tínhamos uma só alma em dois corpos

Parecia que tínhamos uma só alma em dois corpos. E embora não se deva dar crédito àqueles que dizem que tudo se encontra em todas as coisas, no nosso caso podia se afirmar que, de fato, cada um se encontrava no outro e com o outro.


A única tarefa e objetivo de ambos era alcançar a virtude e viver para as esperanças futuras, de tal forma que, mesmo antes de partirmos desta vida, tivéssemos emigrado dela. Nesta perspectiva, organizamos toda a nossa vida e maneira de agir. Deixamo-nos conduzir pelos mandamentos divinos estimulando-nos mutuamente à prática da virtude. E se não parecer presunção minha dizê-lo, éramos um para o outro a regra e o modelo para discernir o certo e o errado.

Éramos realmente cristãos, e como tal reconhecidos

Assim como cada pessoa tem um sobrenome recebido de seus pais ou adquirido de si próprio, isto é por causa da atividade ou orientação de sua vida, para nós a maior atividade e o maior nome era sermos realmente cristãos e como tal reconhecidos". (Retirado do Ofício das Leituras- 02.01.15)

A verdadeira amizade, além de ser relação entre pessoas, é ajuda mútua e caminho espiritual. Podemos perceber isso claramente na vida dos santos.

Em uma de suas catequeses, o Papa Bento XVI destacou:

"Essa é uma característica dos santos: cultivam a amizade, porque é uma das manifestações mais nobres do coração humano e tem em si algo de divino, como Tomás mesmo explicou em algumas quaestiones da Summa Theologiae, na qual ele escreve: 'A caridade é a amizade do homem com Deus em primeiro lugar, e com os seres que a Ele pertencem'."

Conheça aqui 15 ensinamentos que os santos nos deixaram sobre a amizade:

1. "Nem sempre o que é indulgente conosco é nosso amigo, nem o que nos castiga, nosso inimigo. São melhores as feridas causadas por um amigo que os falsos beijos de um inimigo. É melhor amar com severidade a enganar com suavidade." Santo Agostinho

2. "Amando o próximo e cuidando dele, vais percorrendo o teu caminho. Ajuda, portanto, aquele que tens ao lado enquanto caminhas neste mundo, e chegarás junto daquele com quem desejas permanecer para sempre." Santo Agostinho

3. "Disse muito bem quem definiu o amigo como metade da própria alma. Eu tinha, de fato, a sensação de que nossas duas almas fossem uma em dois corpos." Santo Agostinho

4. "A amizade é tão verdadeira e tão vital, que nada mais santo e vantajoso pode-se desejar no mundo." Santo Agostinho

5. "A amizade é a mais verdadeira realização da pessoa." Santa Teresa D'Ávila

6. "A amizade com Deus e a amizade com os outros é uma mesma coisa, não podemos separar uma da outra." Santa Teresa D'Ávila

7. "A amizade, cuja fonte é Deus, não se esgota nunca". Santa Catarina de Sena

8. "Qualquer amigo verdadeiro quer para seu amigo: 1) que exista e viva; 2) todos os bens; 3) fazer-lhe o bem; 4) deleitar-se com sua convivência; e 5) finalmente compartilhar com ele suas alegrias e tristezas, vivendo com ele um só coração." São Tomás de Aquino

Que tipo de amigo você é?

9. "A amizade diminui a dor e a tristeza." Santo Tomás de Aquino

10. "Quem com palavras, conversas e ações der escândalos, não é um amigo, mas um assassino de almas." São João Bosco

11. "Temos de ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade." Beata Madre Teresa de Calcutá

12. "As palavras de amizade e conforto podem ser curtas e sucintas, mas o seu eco é infindável." Beata Madre Teresa de Calcutá

13. "Ama a todos os homens com um grande amor de caridade cristã, mas não traves amizade senão com aquelas pessoas cujo convívio te pode ser proveitoso; e quanto mais perfeitas forem estas relações, tanto mais perfeita será a tua amizade." São Francisco de Sales

14. "No mundo, é necessário que aqueles que se entregam à prática da virtude se unam por uma santa amizade, para mutuamente se animarem e conservarem nesses santos exercícios." São Francisco de Sales

15. "Faz-nos tanto bem, quando sofremos, ter corações amigos, cujo eco responde a nossa dor." Santa Teresa de Lisieux

Que possamos refletir: "Que tipo de amigo eu sou?", e pedir ao Senhor que nos dê a graça de viver santas amizades.



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br e Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/amizade/confira-os-15-ensinamentos-dos-santos-sobre-a-amizade/


18 de abril de 2023

A ressurreição de Jesus como inspiração para transformar nosso coração e mudar o mundo


A ressurreição de Jesus que estamos vivenciando nesse tempo na Igreja é a oportunidade para meditarmos também sobre nossa ressurreição. Porque há uma ressurreição do coração que somos chamados a fazer todos os dias, e Cristo é a inspiração cristã e o modelo a ser seguido.

São Paulo escreve sua carta aos romanos exortando a comunidade a viver uma vida completamente diferente a partir da experiência com o Cristo Vivo, "como Cristo foi ressuscitado dos mortos pela ação gloriosa do Pai, vivamos uma vida nova" (Rm 6,4). Essa ressurreição não é aquela definitiva que acontecerá no final dos tempos, mas aquela que acontece todos os dias. É o que São Leão Magno chama de "ressurreição do coração". Uma transformação dia após dia, com atitudes novas, um novo modo de pensar, de agir.

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Foto Ilustrativa: Irina Vodneva by Getty Images

Renovação através da ressurreição

É muito mais do que apenas acreditar na ressurreição de Jesus, mas é viver de maneira concreta, é permitir que Jesus ressuscitado seja a vida onde havia morte, esperança onde havia desespero, fé onde havia fracasso, alegria onde imperava a tristeza. Deixar o modo velho de agir, com os rancores, as murmurações, o pessimismo, o ódio, os ressentimentos, a tristeza. Em outras palavras, deixar o pecado e aceitar uma nova forma de vida: a novidade trazida por Jesus, pela sua Páscoa.

A ressurreição de Jesus nos dá a oportunidade de uma renovação. Sacramentalmente, falamos de uma renovação das nossas promessas batismais que fazemos na Vigília Pascal dentro da celebração da Santa Missa, no qual renunciamos a Satanás e as suas obras, e professamos nossa fé na Trindade e na Igreja, que nos oferece os sacramentos da salvação. Mas essa renovação também pode ser entendida como um firme desejo em deixar os vícios e se entregar à graça de Deus, renunciar às exigências insaciáveis do nosso homem velho com tendência ao erro e as escolhas erradas, sedento de prazer e de satisfações que querem nos levar para longe da vontade de Deus.

A mudança proposta pelo tempo de ressurreição

A mudança proposta pelo tempo de ressurreição é de caminhar na novidade de vida, deixar os maus hábitos para trás, crucificar a maneira velha de pensar e agir, aceitar a proposta pregada por Jesus durante sua vida terrena: "Amar os inimigos, rezar pelos que nos perseguem; dar a quem nos pede, perdoar quem nos ofende, visitar, oferecer, alimentar, saciar…" (Cf. Mt 6 e 25,31ss). É tempo de alegrar-se com os felizes, entristecer-se com quem chora, acolher os fracos na fé, amparar os infelizes, levantar os prostrados, não ser arrogante nem querer a justiça com a própria medida.

Porque Jesus não veio mudar a sociedade criando novas leis, instaurando um reino terreno, implantar um sistema político, revolucionar o mundo pela violência, em outras palavras, Ele não veio mudar o mundo, Ele veio mudar o coração das pessoas, veio instaurar um novo modo de ser, de agir do homem. Veio ensinar o amor recíproco, a partilha dos dons e dos bens, a acolhida do diferente e a estima ao igual, o jeito novo de olhar ao redor e a gratidão pelo que se tem.


Transformação do coração e transformação do mundo

Somos chamados, neste tempo, a renovar a missão de Jesus, ser testemunhas do seu amor pela aceitação da ressurreição do nosso coração que tende ao esfriamento e à distância do amor e da misericórdia, chamados a sermos sinais visíveis da verdade e justiça, a sermos homens livres, gerados pelo Espírito Santo e cantores da esperança, chamados, a partir de um compromisso coerente com a ressurreição, a fazer ressurgir homens e mulheres que desejam o bem e que amem a Jesus.

A maior prova da ressurreição não é o sepulcro vazio, mas o coração transformado pelo ressuscitado, só assim poderemos transformar o mundo!

Padre Gevanildo


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/pascoa/ressurreicao-de-jesus-como-inspiracao-para-transformar-nosso-coracao-e-mudar-o-mundo/