6 de janeiro de 2023

Como recomeçar um caminho de santidade?

Até que a morte nos encontre, sempre temos uma segunda chance para Deus. É importante ter a consciência de que a vida é feita de retomadas e que, de fato, nem sempre somos fiéis aos projetos ou perseverantes naquilo que Ele nos pede. Como, então, recomeçar?

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Passos para recomeçar

O primeiro passo é muito simples e muito eficaz, chama-se sacramento da reconciliação! Não há como voltar para a vida sem viver o perdão e a reconciliação em suas dimensões: consigo mesmo, com a Igreja e com o próprio Deus. É preciso fazer um bom exame de consciência somado a bons propósitos de mudança de vida.

Muitas vezes, a confissão cai em descrédito e até se percebe comentários de pessoas que confessam com recorrência e não mudam. A ineficácia se dá pela falta de arrependimento dos pecados, pela falta de propósitos inteligentes para vencer as tentações. Às vezes, até pode parecer pouco uma confissão, mas vivendo uma boa preparação, ela será fundamental.

O segundo passo é pedir ajuda. Muitas pessoas têm boas intenções e querem melhorar, mas não sabem como. Tendo em vista que cada caso é muito particular e necessita de medidas singulares, essa parte se dá de forma muito real na presença prioritária de um sacerdote ou de algum leigo experiente que possa ajudar no processo de retomada.


O terceiro passo é fortalecer a sua alma para que não venha desanimar ou cair novamente. Aqui, é possível utilizar muitos meios, mas a grande prioridade está na Santa Missa, Adoração, leitura orante da Palavra e o Santo Rosário. Também podemos realizar as práticas do Ofício Divino, leituras da vida dos santos entre outros. O importante é alimentar-se com a oração, é organizar-se para rezar diariamente.

Digo-lhe mais: se você caiu, é porque estava fraco, talvez, até anêmico em sua espiritualidade. Procure, de agora em diante, alimentar-se com uma porção reforçada de oração. Evite aquilo que enfraquece sua alma, aquilo que chamamos de ocasiões de pecado, fuja e não dê brechas. Quem está, realmente, arrependido não economizará esforços para recuperar o bem mais precioso de sua vida: Deus!



Rafael Vitto

Rafael Vitto, natural da cidade de Cuiabá (MT), é membro da Comunidade Canção Nova desde 2015. Hoje, ele é seminarista e estudante da curso de Filosofia na Faculdade Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/oracao/como-recomecar-um-caminho-de-santidade/

2 de janeiro de 2023

Quais razões eu tenho para recomeçar?

Certa vez, há alguns anos, minha mãe foi à procura do padre Wladys­law, falecido pároco da paróquia na qual eu cresci, porque ela andava muito preocupada com uma série de situações que estavam acontecendo naquela época. Diante dos questionamentos dela, quando ela chegou para conversar com ele, a única orientação que recebeu foi: "Recomece!". Ela, ainda agitada, quis questioná-lo, pois esperava por uma resposta mais complexa, com grandes explicações, mas, com uma voz calma e serena, o padre insistiu: "Apenas, recomece"… Essas palavras ficaram gravadas em seu coração.

Tempos depois, quando eu tinha aproximadamente 16 anos, tive a minha primeira crise de ansiedade, com a qual eu chorava compulsivamente, por uma série de motivos que mal compreendia. Talvez, a sobrecarga de problemas pessoais somados ao ano de prestar vestibulares e decidir o que eu gostaria de fazer na minha vida tenham contribuído.

A vida é feita de constantes recomeços

Então, ela me disse as mesmas palavras que o padre havia lhe recomendado: "Recomece, Ester!". Eu a questionei, assim como ela fez com o padre anos atrás, porém, a resposta não mudou: recomece. Acredito que esse foi o conselho mais precioso que recebi em toda a minha vida.

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Quando me mudei para Cachoeira Paulista, aos 19 anos, para estudar na Faculdade Canção Nova, precisei deixar tudo para trás: amigos, família e um curso da faculdade já quase na metade, porque entendi que ir para outro curso era algo da vontade de Deus. Esse foi um dos maiores recomeços da minha vida: uma nova cidade, novos amigos, nova rotina e tudo novo.

Mudanças e recomeços

No mês seguinte, veio a pandemia. Voltei para a minha cidade natal com apenas duas mochilas (pensávamos que seriam 15 dias de isolamento) e fiquei com minha família. As semanas se tornaram meses e, nesse tempo, precisei recomeçar algumas vezes.

No segundo semestre de 2021, tive a chance de voltar para Cachoeira para iniciar meu tempo de voluntariado pela Bolsa Canção Nova. Foi a minha primeira experiência na área de trabalho. Era tudo muito novo, estávamos vivendo as aulas remotas, mas o trabalho era presencial. Uma nova rotina e mais um recomeço.


 Um ano depois, as aulas já eram presenciais e mudei de setor no voluntariado. No mesmo dia, numa quinta-feira, recebi a notícia de que o meu pai havia tido um AVC Isquêmico. Voltei à minha cidade natal para vê-lo no final de semana, porque segunda-feira meu novo setor me esperava. E era outro recomeço.

É necessário recomeçar

Em alguns momentos podemos nos sentir cansados de tentar tantas vezes e, mesmo assim, não conseguir atingir a excelência que buscamos ou as metas que traçamos, mas é preciso entender que é assim que se aprende a caminhar. Cai; levanta; e tenta mais uma vez. Segundo a definição do dicionário, recomeçar quer dizer "começar de novo"; refazer depois de interrupção, retomar ou também o ato de começar a ser.

Precisamos, com a ajuda de Deus, recomeçar quantas vezes forem necessárias e compreender que não há mal algum nisso. Por vezes, os recomeços precisam acontecer no mesmo dia, seja porque já deu algo errado, pelo cansaço da rotina ou por um problema no trabalho, contudo, independente do motivo, apenas recomece.

A exemplo dos santos

Percebi que é esta perseverança no recomeçar que forma os santos. São João Paulo II disse uma vez : "Santo não é aquele que não cai, mas aquele que, mesmo caindo, não desiste de se levantar".

Um novo ano se inicia, cheio de metas, sonhos e desejos e, com ele, é necessário recomeçar. Não tenha medo de tentar quantas vezes forem necessárias, porque é assim que se chega ao Céu.

Seja luz de Cristo para o mundo!

Ester Vieira – Jovens Sarados


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/ano-novo/quais-razoes-eu-tenho-para-recomecar/

30 de dezembro de 2022

A oração de Maria do Natal ao Pentecostes


No Natal, a manifestação do Verbo neste mundo é uma manifestação de luz: uma claridade surge no céu, uma estrela guia os magos, os anjos cantam na terra "paz aos homens, objeto da benevolência divina" (Lc 2,14); e nessa manifestação simbólica de luz, iluminados também por ela, nós encontramos São José e a Santíssima Virgem.

A vida que a habitou não deixa a Virgem; essa vida está, daqui em diante, no Verbo encarnado que ela contempla e que as almas poderão agora contemplar como ela, sob o doce véu da carne que ela lhe deu. Nós gostamos de vê-la, a primeira a inclinar-se sobre o olhar que se abre do Menino Deus. Nós pensamos nas fontes cristalinas de São João da Cruz, nas cavernas de pedra; é a Virgem a primeira a conhecê-las.

Todas as luzes do Natal, os acontecimentos as confirmam: eis os pastores e eis os magos que tornam verídicas as palavras do anjo. Eis ainda, no dia da Apresentação, o canto de Simeão e as palavras da profetisa Ana. Tudo isso é para a Virgem um comentário do que ela sabia sem dúvida, mas jamais se sabe bastante dessas coisas.

A Virgem dá graças a Deus!

Mas outras palavras confirmam uma segunda luz: "Uma espada de dor transpassará vossa alma" (Lc 2,35). Ela conhece também o anúncio que faz do profeta Isaías o homem de dor, e ela já encontrou nos olhos de seu Filho o mistério da Redenção. Eis, pois, a confirmação.

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Qual será essa espada? Ela não o sabe em detalhe, mas a palavra basta para fazer brilhar, em sua oração, o mistério da Redenção.

A oração de Maria do Natal até a vida pública de Jesus

A Virgem sabe que ela dá seu Filho, depois de ter dado completamente a si mesma. Ela sabe que O envia ao sofrimento e à morte, que Deus lhe dará isso. Toda a sua oração de Nazaré aí está: silenciosa, misteriosa, com luz e sofrimento, já sob o véu da Paixão, sem detalhes precisos: um conjunto de sofrimentos onde domina aquele do peso do pecado. A participação da Virgem na Paixão será, aliás, como a nossa, somente interior; é o Getsêmani.

É por esse sofrimento da Mãe do Verbo que ela gera os homens.

Virão em seguida as realizações, primeiro com o ministério público de Nosso Senhor. Maria vibra com os sucessos obtidos na Galileia, e sofre com as dificuldades na Judeia. Eis, enfim, a hora anunciada de Jerusalém. É preciso que a Virgem esteja lá, que ela cumpra sua missão de corredentora.

A oração de Maria na Paixão e na Ressurreição de Jesus

Maria sobe a Jerusalém, onde verá com seus próprios olhos os sofrimentos aos quais é preciso se unir. Notemos as disposições da Virgem nesse momento da Paixão. Mãe dos homens, é a esta segunda graça que ela sacrifica tudo; mãe de Deus, deveria defender seu Filho. Ela não o faz, pois vê os desígnios de Deus; não é somente mãe da Cabeça do Corpo místico, mas dos membros também. Maria oferece, então, seu Filho e O dá completamente, pois a segunda graça exige e comanda tudo nesse momento; poder-se-ia dizer, então, que ela nos ama mais do que a seu Filho.

A Virgem dá também a si mesma, assistindo, visivelmente e com os olhos bem abertos, à Paixão sobre o Calvário.

Quem poderá conhecer o sofrimento de Jesus? Só a Virgem o pode, pois só ela foi ao fundo da alma do Cristo, em todos os instantes, e sobretudo naquele. Maria vê em Jesus a oposição dolorosa do pecado e da pureza divina; ela ressente toda a rudeza dos golpes que caem sobre essa sensibilidade delicada e vigorosa. Entretanto, não há nela fraqueza, nem desmaio. Não. A graça da maternidade a sustenta. Ela conhece o porquê de tudo isso, e não fraqueja, nem ao grito de Nosso Senhor, nem ao seu último suspiro.

Eis teu filho!

A Virgem sabe, como o saberão os santos, que ela gera almas pelo sofrimento, e Nosso Senhor quer confirmar exteriormente essa luz interior. Ele lhe apresenta São João, em quem ela vê a humanidade regenerada: "Eis teu filho" (Jo 19,26).

Maria fica de pé após a morte do Cristo, no Calvário, e é aí que ela é a mais formosa. Parece que sua obra está destruída. Por que ficar lá? Para guardar e representar a esperança.

Tem o corpo de seu Filho entre seus braços, tem à sua disposição o sangue de Cristo, que vai poder dispensar. E porque ela é Mãe do Cristo morto, é também Mãe da Vida, Mãe do Corpo místico que vai se construir pelo mérito da morte de Nosso Senhor.

Desaparece por isso a angústia? Não. Os contrários se unem na vida espiritual. A Virgem continua firme na luta dos dois amores: a maternidade dos homens feriu a maternidade divina com um inefável sofrimento. Santa Teresa de Ávila diz que Nosso Senhor veio muito rapidamente fazer cessar essa dor da qual a Virgem teria morrido seguramente, pois pensemos que, em Maria, a oração continua sempre, todas as suas faculdades estão orientadas em Deus, para a luz, quer sejam de alegria quer sejam luzes dolorosas.

Toda a alma da Virgem vai participar também da Ressurreição.

Que alegria e que glória contemplar esta humanidade transformada, este triunfo da vida divina no corpo do Cristo, pois é também a vida que triunfa no Corpo místico; os Apóstolos lá estão. É a realização, o começo das grandes esperanças.

Sua oração sempre pacífica é, no entanto, triunfante durante os quarenta dias após a Páscoa.

Assim, toda a sua vida é de oração: receber cada coisa e as conservar em seu coração para as repassar na contemplação (cf. Lc 2, 19.51).

A oração de Maria da Ascensão ao Pentecostes

Depois é a Ascensão, a partida de Nosso Senhor. A tristeza que invade os Apóstolos teria podido invadir também a Virgem. Mas não importa que Jesus não esteja mais aqui, pois ele tem a glória nos céus; e, portanto, sua obra está lá. Os Apóstolos não o compreenderam ainda; é Maria que os prepara para receber a luz na oração e na paz, antes da chegada do Espírito Santo. Ei-lo, e ele a enche, ela, em primeiro lugar, para a ação.


Este é o natal do Corpo místico. O Espírito que cumula a Virgem a fecunda uma segunda vez até a consumação dos séculos, e sua presença nela se une à do Verbo. É aí, nesse momento, que ela se torna Mãe de Vida. Até então, a luz lhe tinha sido velada; hoje, essa luz transborda. Compreende-se então o desejo que teve Maria de se retirar na solidão e no recolhimento, para receber em plenitude o Espírito Santo e o difundir com mais abundância sobre Pedro, Paulo, João, e sentir que a vida nascia ao redor do amor.

A oração da Virgem se aproxima então da oração de Nosso Senhor para a união do Corpo místico (cf. Jo 17, 20-26).

"Que eles sejam um comigo, pode ela dizer também, como o Verbo o é comigo, e que eles tenham toda a luz que vós me tendes dado. Eu vos peço por eles, para que eles tenham a iluminação e o amor que vós tendes derramado sobre mim".

Eis, pois, a oração da Virgem

Nós gostamos de ver assim a Virgem, não somente na pura luz de sua irradiação de glória, mas também nos detalhes, nas modalidades exteriores que tomava sua oração.

A Virgem foi humana mais do que nós; sentiu mais profundamente do que nós, porque era mais sensível. Sofreu mais do que nós podemos sofrer.

A Virgem é também mais mãe do que todas as mães: ela é unicamente mãe.

Após Pentecostes, ela não é verdadeiramente senão Mãe, toda entregue à sua graça maternal pela qual deu seu Filho. Também nós devemos nos sentir envolvidos em seu amor maternal imenso. Maria nos amou a ponto de nos sacrificar seu Filho; ela nos restou depois dele, aumentando ainda sua graça: por isso, sempre para nós, suas capacidades de amor. Prestemos a esse amor uma homenagem também de confiança e de abandono. Entreguemos-lhe toda a nossa alma, todo o nosso corpo, pois nossa Mãe não faz distinção entre nossas necessidades: a maternidade espiritual envolve tudo. Abandonemos tudo a esse amor, quaisquer que sejam as circunstâncias em que nos encontremos.

Sejamos filhos, verdadeiramente, dessa Mãe de Deus: ele vem a nós por ela.



Padre Natalino Ueda

Natalino Ueda é brasileiro, católico, formado em Filosofia e Teologia.  É o autor do blog Todo de Maria, que tem como temas principais a devoção mariana e a consagração a Nossa Senhora segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/natal/oracao-de-maria-natal-ao-pentecostes/


29 de dezembro de 2022

Por que o alcoolismo é pecado?


Tudo que atenta contra a vida humana está contra a vontade de Deus. Jesus disse que veio "para que tenhamos vida e a tenhamos em abundância" (Jo 10,10). Nosso corpo é templo da Santíssima Trindade. São Paulo disse: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita em vós. Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é sagrado – e isto sois vós" (1 Cor 3,16-17).

Há muitas maneiras de destruir o corpo e a vida: a violência, os esportes perigosos e absurdos, e as drogas, como a maconha, cocaína, crack, LSD, alcoolismo…

Alcoolismo

Tudo isso é pecado porque ofende o Autor da vida, que nos deu a vida como um grande dom e presente para ser vivida para os outros. A vida não é nossa, é de Deus; não sabíamos o dia do nascimento e não sabemos o dia da morte. Ela está em nós, mas não nos pertence. Somos administrador dela e teremos de prestar contas ao Criador.

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Como lidar com o vício do meu cônjuge?

O alcoolismo destrói a pessoa radicalmente. Seu cérebro vai sendo "cozido" pelo álcool e todo o organismo vai morrendo, especialmente o fígado. Dá pena ver quantos homens e mulheres jovens dominados pelo álcool! Além disso, a família sofre as terríveis consequências de um pai ou de uma mãe embriagados; o casamento perece, os filhos sofrem… "O salário do pecado é a morte" (Rom 6,13).


Todo cristão tem de lutar contra a bebida

As razões pelas quais a pessoa mergulha no álcool, compulsivamente, são muitos. A música "O Ébrio", de Vicente Celestino, retrata bem isso. Em muitos se torna uma doença, e isso diminui, de certa forma, a culpa. Mas todo cristão tem de lutar contra a bebida. Não se deixar buscar nela uma fuga para os problemas da vida. É uma atitude de fraqueza e covardia. São Paulo diz: "não vos embriagueis com vinho, que é uma fonte de devassidão, mas enchei-vos do Espírito" (Ef 5, 18). O Apóstolo não está proibindo beber vinho moderadamente, mas se embriagar. Ele recomendava a Timóteo "tomar também um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes indisposições" (I Tm 5, 23).

Vigilância e oração

O cristão pauta a sua vida pela "vigilância e oração" e coloca todas as suas preocupações nos braços do Pai e confia nele, sem buscar nas fugas a solução errada para seus males. É na oração, na Palavra de Deus, na Eucaristia e na Confissão, no santo Terço, que vamos buscar forças para vencer nossas mazelas, mas jamais no álcool.

Aqueles que, porventura, se entregaram ao vicio, devem lutar com as armas da fé, citadas acima, e as armas da terapia: acompanhamento médico, podendo participar dos Alcoólicos Anônimos, buscar uma boa Casa de Recuperação, como as de Bethânia, fundadas por padre Léo etc.



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br e Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/por-que-o-alcoolismo-e-pecado/


23 de dezembro de 2022

Você sabe qual é verdadeiro sentido do Natal de Jesus?

No final do Tempo do Advento e na proximidade das festas natalinas, o verdadeiro sentido do Natal, da vinda de Jesus Cristo ao mundo, pode ficar obscurecido em meio a tantas coisas que podemos julgar importantes, mas na realidade não são. Neste tempo, é normal que nos preocupemos com a ceia de Natal, com os presentes, com a roupa que vestiremos e tantos outros detalhes que fazem parte das comemorações. No entanto, celebrar o Natal não é simplesmente festejar o aniversário de Jesus Cristo. Em festas de aniversário, normalmente a preparação se limita ao cuidado com o lugar da festa, as comidas, as bebidas, a lista de convidados e outros detalhes exteriores.

Mas celebrar o nascimento de Jesus Cristo, "Deus conosco", exige muito mais do que a simples preparação exterior. A este respeito, podemos até dizer que nos confassamos e fizemos atos de caridade, que neste tempo são práticas comuns. Estas nos ajudam a nos preparar para o Natal, mas não suficientes. O Menino Deus precisa ser acolhido e, para saber se estamos prontos para isso, podemos fazer a nós mesmos algumas perguntas: temos lugar para Deus em nossas vidas? Onde acolheremos o Senhor? Qual será a nossa atitude depois de acolher Jesus Cristo em nossas vidas? Responder a estas perguntas pode nos revelar qual é o verdadeiro sentido do Natal.

O verdadeiro anúncio é levar Jesus Cristo

Em Belém, ninguém quis acolher São José e a Virgem Maria, e com ela o Menino Deus. Neste fato, temos uma imagem da realidade espiritual de que, quando deixamos de acolher a Mãe, deixamos de acolher também o Filho. Como não havia outro lugar, a Santíssima Virgem "deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria". Esta hospedaria é a imagem dos corações ingratos, que acolhem qualquer tipo de pessoas, mas não tem lugar para Deus.

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A este respeito, "Maria Santíssima disse a uma alma devota: Foi uma disposição divina que a mim e a meu Filho nos faltasse agasalho da parte dos homens, afim de que as almas cativadas pelo amor de Jesus se oferecessem a si próprias para o acolherem e o convidassem amorosamente a tomar morada em seus corações". Depois de dois mil anos, Jesus Cristo continua a vir e procurar um lugar para nascer. Entretanto, quantas vezes não somos nós mesmos que não temos lugar para Ele, por que amamos muito mais as criaturas do que o Criador? Por vezes, nossos corações são como uma péssima hospedaria, cheia de hóspedes das piores estirpes: egoístas, mentirosos, arrogantes, preguiçosos, amantes do prazer. Quantas vezes dizemos que não temos tempo para rezar, mas na correria do dia a dia temos tempo para tudo e para todos, menos para o Senhor do tempo?

Por estas e outras razões que nos venham ao pensamento nestas reflexões, este Natal é um convite para que preparemos o nosso interior e acolhamos o Menino Jesus, que fará morada Sua em nossos corações.

Ser alcançados pela presença de Deus

Jesus Cristo veio ao mundo, que "foi criado por ele e para ele", mas não foi acolhido pelos homens: "Veio para o que era seu e os seus não o receberam". Por isso, o Natal é sempre um convite para preparar os nossos corações para acolher o Menino Jesus, pois "a Verdade que salva a vida acende o coração de quem a recebe com um amor para com o próximo que move a liberdade a voltar a dar aquilo que se recebeu gratuitamente".

Esta é uma oportunidade que não devemos desprezar, já que "ser alcançados pela presença de Deus, que se faz próximo de nós no Natal, é um dom inestimável. Dom capaz de nos fazer 'viver no abraço universal dos amigos de Deus' naquela 'rede de amizade com Cristo, que une céu e terra', que alarga a liberdade humana para o seu cumprimento e que, se for vivida na sua verdade, floresce 'num amor gratuito e cheio de solicitude pelo bem de todos os homens'. Nada é mais belo, urgente e importante que voltar a dar gratuitamente aos homens o que recebemos gratuitamente de Deus!" Nada nos dispensa ou livra deste grave e fascinante compromisso. Dessa forma, "a alegria do Natal, que já conhecemos, enquanto nos enche de esperança, estimula-nos ao mesmo tempo a anunciar a todos a presença de Deus no meio de nós".


A Virgem Maria como modelo incomparável de evangelização

Neste anúncio, temos a Virgem Maria como modelo incomparável de evangelização, pois ela "comunicou ao mundo não uma ideia, mas Jesus, Verbo encarnado". Depois de receber o anúncio do Arcanjo São Gabriel e da realização do Mistério da Encarnação do Verbo, a Virgem de Nazaré partiu apressadamente para as montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou sua prima Santa Isabel. "Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo".

Em Santa Isabel e em seu filho São João Batista, ainda em seu ventre, se realiza o primeiro milagre de Jesus Cristo na ordem da graça. Ambos recebem o Espírito Santo através da simples saudação da Santíssima Virgem, pois ela levou o Menino Deus em seu seio à casa de São Zacarias e Santa Isabel. O Evangelho ainda não fora anunciado por Jesus Cristo, mas Ele, a Boa Nova em pessoa, estava no ventre de Maria. A Virgem Maria sempre leva seu Filho Jesus nos lábios e no coração, por isso sua ação foi tão eficaz.

Jesus Cristo está presente no meio de nós

Por isso, invoquemos Nossa Senhora com confiança, para que recebamos a graça de levar Jesus Cristo, o Salvador, aos homens do nosso tempo. Dessa forma, cada um de nós deve sentir a alegria de partilhar com os outros a Boa Nova do Filho de Deus: "de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna". Jesus Cristo está presente no meio de nós. Ele é o Emanuel, que significa Deus conosco. Jesus não é um Deus distante, mas está sempre presente em nossas vidas. Esta presença de Jesus Cristo é o motivo de nossa alegria, que nos impulsiona a anunciar esta Boa Nova, e o verdadeiro sentido do Natal.

O Natal e a expectativa da vinda gloriosa de Jesus Cristo

Portanto, o verdadeiro sentido do Natal é que Jesus Cristo veio ao mundo e permanece em nosso meio: "Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo". O Emanuel está e estará sempre presente, nos sacrários por toda a terra, na celebração dos Sacramentos, mas principalmente em nossos corações, até sua vinda definitiva no fim dos tempos.

Neste sentido, a preparação para o Natal se reveste de um caráter permanente, pois o Senhor Jesus está sempre conosco, mas ao mesmo tempo, a sua presença se renova através dos Sacramentos, especialmente na Liturgia. Além disso, devemos vigiar e orar, pois podemos perder a presença do Senhor por causa de nossos pecados e também por que não sabemos o dia nem a hora, se estamos ou não na iminência da segunda e definitiva vinda de Jesus Cristo.

Na expectativa da vinda gloriosa do Senhor, devemos preparar continuamente os nossos corações. No entanto, na segunda vinda do Senhor, não seremos mais nós que O acolheremos em nossos corações. Mas será o próprio Filho de Deus quem preparará um lugar para nós e nos acolherá: "Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo".

 A vinda do Menino Jesus ao mundo

Sendo assim, o Natal é tempo de alegria pela vinda do Menino Jesus ao mundo, mas também é o tempo propício para renovarmos o compromisso de nos prepararmos continuamente para a segunda vinda do Senhor. Pois são "felizes aqueles que lavam as suas vestes [e as alvejaram no sangue do Cordeiro] para ter direito à árvore da vida e poder entrar na cidade pelas portas. Isso posto, a partir deste Ano Santo da Misericórdia, acolhamos a misericórdia de Deus em nossas vidas e assumamos com determinação a nossa vida espiritual.

Por fim, acolhamos com amor a Virgem Maria em nossos corações, pois com ela acolheremos seu divino Filho, e vivamos com alegria a expectativa da vinda gloriosa do Salvador: "Vem, Senhor Jesus!"



Padre Natalino Ueda

Natalino Ueda é brasileiro, católico, formado em Filosofia e Teologia.  É o autor do blog Todo de Maria, que tem como temas principais a devoção mariana e a consagração a Nossa Senhora segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/natal/voce-sabe-qual-e-verdadeiro-sentido-do-natal-de-jesus/

21 de dezembro de 2022

A Imaculada Conceição de Maria no Advento


No Advento eterno, antes da criação do mundo, a Imaculada Conceição de Maria já estava no desígnio amoroso de Deus para a humanidade. É significativo refletir sobre esta verdade, especialmente no Tempo do Advento e na proximidade da Solenidade da Imaculada Conceição. A este respeito, o Papa São João Paulo II nos ensina que existe um Advento primordial e eterno em Deus, que está se cumprindo na história da humanidade.

Este Advento eterno, que é o projeto de Deus para a humanidade, realiza-se em três fases na história da salvação. No primeiro Advento, tem início a Criação do mundo, que tem como centro e ápice o gênero humano, ainda em plena harmonia com o Criador. O segundo, começa com a queda de Adão e termina na primeira vinda de Jesus Cristo. O terceiro e último, tem início naquele que chamamos de Tempo da Igreja, que vivemos hoje e que culminará com a segunda e definitiva vinda do Senhor.

Desde o Advento primordial, Maria foi escolhida, predestinada, para ser a Mãe do Verbo Eterno. Em vista dessa suprema dignidade, foi também concedida a Mãe de Deus a maravilhosa graça da Imaculada Conceição. A graça da Imaculada, que celebramos com toda a Igreja no Tempo do Advento, diz respeito não somente a Santíssima Virgem, mas também à escolha de Deus a respeito de cada um de nós desde toda a eternidade.

A Imaculada Conceição no Advento primordial

Na carta aos Efésios, o apóstolo São Paulo nos dá uma belíssima imagem do Advento: "Bendito seja Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda espécie de bênçãos espirituais em Cristo. N'Ele nos escolheu antes da constituição do mundo, para sermos santos e imaculados diante dos seus olhos". Esta não é ainda a imagem do Advento da vinda de Jesus Cristo, mas "trata-se daquele Advento eterno cujo início se encontra em Deus mesmo, 'antes da constituição do mundo', porque já a 'constituição do mundo' foi o primeiro passo da Vinda de Deus ao homem, o primeiro ato do Advento".

Créditos: by Getty Images / Sidney de Almeida/cancaonova.com

Neste primeiro Advento, todo o mundo visível foi criado para o homem como demonstra o livro do Gênesis. Mas "o início do Advento em Deus é o Seu eterno projeto de criação do mundo e do homem, projeto nascido do amor. Este amor se manifesta com a eterna opção do homem em Cristo, Verbo Encarnado". Em Cristo, fomos escolhidos por Deus, antes da constituição do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante de seus olhos.


"Neste eterno Advento está presente Maria. Entre todos os homens que o Pai escolheu em Cristo, Ela foi-o de modo particular e excepcional, porque foi escolhida em Cristo para ser Mãe de Cristo". E assim Ela, melhor do que qualquer outra pessoa entre os homens "predestinados pelo Pai" para a dignidade de filhos e filhas adotivos, foi predestinada de modo especialíssimo para fazer resplandecer a sua maravilhosa graça, que o Pai nos deu no Filho Bem-amado.

A Virgem Maria

A glória sublime da especialíssima graça de Deus é a Maternidade do Verbo eterno e, em consideração desta, a Mãe de Deus obteve em Cristo também a graça da Imaculada Conceição. Sendo assim, a Virgem Maria está presente naquele primeiro e eterno Advento da Palavra com a dignidade de Mãe de Deus e da sua Imaculada Conceição, segundo o desígnio de Amor do Pai na criação do mundo e no projeto de salvação da humanidade.



Padre Natalino Ueda

Natalino Ueda é brasileiro, católico, formado em Filosofia e Teologia.  É o autor do blog Todo de Maria, que tem como temas principais a devoção mariana e a consagração a Nossa Senhora segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/advento/imaculada-conceicao-de-maria-no-advento/


19 de dezembro de 2022

A Virgem Maria e a figura bíblica da Mulher

A Santíssima Virgem Maria está presente na Bíblia desde o Antigo Testamento, na figura da Mulher, da excelsa Filha de Sião.

A Bíblia e a Tradição da Igreja que, juntas, formam o único depósito da Revelação divina, mostram, de modo cada vez mais evidente, o papel da Santíssima Virgem Maria, Mãe de Jesus Cristo, na economia da salvação da humanidade. Hoje, sabemos que "os livros do Antigo Testamento descrevem a história da salvação, na qual se vai preparando lentamente a vinda de Cristo ao mundo".

Os livros do Velho Testamento, lidos na Igreja e interpretados à luz da Tradição viva, evidenciam a figura de uma "Mulher", a Mãe do Filho de Deus, especialmente, naquele que é chamado de "Protoevangelho": "Maria encontra-se já profeticamente delineada na promessa da vitória sobre a serpente (cf. Gn 3,15), feita aos primeiros pais caídos no pecado".

Créditos: Arquivo CN

A Mulher e a descendência que esmagará a cabeça da serpente

Na maldição da serpente, encontramos não somente a figura da Mulher, que representa a Virgem Maria, mas também seu Filho Jesus Cristo: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gn 3, 15). Os Padres da Igreja viram nesta passagem uma primeira promessa da encarnação do Verbo de Deus, da vinda do Salvador da humanidade, uma referência à descendência de Nossa Senhora, que esmagará a cabeça da serpente.

O Protoevangelho nos ajuda a compreender que o mistério da encarnação do Verbo de Deus, no seio da Virgem Maria, estava previsto desde o início: "Não houve na história um único instante sem Evangelho. No momento da queda começa também a promessa. Para os Padres [da Igreja], era também importante o fato de já nesse momento inicial o tema cristológico estar inseparavelmente ligado ao tema mariano". Dessa forma, vemos que a primeira promessa da vinda do Filho de Deus ao mundo, decifrável somente através de uma iluminação posterior, é uma promessa à mulher, através da Mulher, da Virgem Mãe de Deus.


A promessa da Virgem que conceberia o futuro Rei de Israel

Nossa Senhora é a Virgem, que conceberá e dará à luz um Filho, cujo nome será Emanuel, que significa Deus está conosco: "Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco" (Is 7,14). Maria Santíssima é aquela que gerará o futuro Rei do povo de Israel, que nascerá em Belém de Éfrata, conforme as palavras do profeta Miqueias:

"Mas tu, Belém-Efrata, tão pequena entre os clãs de Judá, é de ti que sairá para mim aquele que é chamado a governar Israel. Suas origens remontam aos tempos antigos, aos dias do longínquo passado. Por isso, (Deus) os deixará, até o tempo em que der à luz aquela que há de dar à luz. Então o resto de seus irmãos voltará para junto dos filhos de Israel. Ele se levantará para (os) apascentar, com o poder do Senhor, com a majestade do nome do Senhor, seu Deus. Os seus viverão em segurança, porque ele será exaltado até os confins da terra" (Mq 5, 1-3).

Na plenitude dos tempos (cf. Gl 4, 4), tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que Deus Todo-poderoso tinha dito através da profecia de Miqueias: "Eis que a virgem ficará grávida e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus conosco" (Mt 1, 22-23).

Septuaginta, versão da Bíblia hebraica na língua grega, traduziu o termo hebraico "alma", que significa "jovem", da passagem da profecia de Isaías (cf. Is 7,14), pelo grego "parthenos", que significa "virgem". A Sagrada Tradição assim traduziu, porque "essa é a compreensão de Mateus ao falar da origem singular do Filho de Deus humanado".

A Mulher e o cumprimento das promessas do Antigo Testamento

A Virgem de Nazaré é a excelsa Filha de Sião: "Solta gritos de alegria, filha de Sião! Solta gritos de júbilo, ó Israel! Alegra-te e rejubila-te de todo o teu coração, filha de Jerusalém!" (Sf 3, 14). Nela se realiza a promessa, se cumprem os tempos e se inaugura a nova economia da salvação, quando o Verbo de Deus recebeu de Nossa Senhora a natureza humana, a fim de, libertar o gênero humano do pecado através dos mistérios da Sua vida terrena.

Portanto, a Santíssima Virgem Maria se faz presente nas Sagradas Escrituras e no desígnio divino para a salvação da humanidade de modo único. Desde o momento da queda de Adão e Eva, nossos primeiros pais, a promessa do Senhor esteve presente (cf. Gn 3,15). O Messias, nosso Senhor Jesus Cristo, e a "Mulher", a Virgem Maria, estão presentes de modo inseparável na economia da salvação do gênero humano. As Sagradas Escrituras e a Tradição da Igreja atestam que em Nossa Senhora se realizaram as promessas do Antigo Testamento. Pois, o Espírito Santo desceu sobre a Virgem Santíssima e a força do Altíssimo a envolveu com sua sombra (cf. Lc 1, 35), e nela foi concebido Jesus Cristo, o Filho de Deus, prometido pelo Pai como Salvador da humanidade.



Padre Natalino Ueda

Natalino Ueda é brasileiro, católico, formado em Filosofia e Teologia.  É o autor do blog Todo de Maria, que tem como temas principais a devoção mariana e a consagração a Nossa Senhora segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/devocao/a-virgem-maria-e-a-figura-biblica-da-mulher/