24 de junho de 2022

O que as parábolas e os contos de fadas têm em comum?


Primeiramente, precisamos entender o significado da palavra "parábola" que vem do grego parabolé, cujo sentido é "comparação". O termo é usado em histórias para esclarecer uma determinada realidade.

Segundo Bruno Bettelheim, no seu livro 'A psicanálise dos contos de fadas', os contos de fadas podem contribuir para o desenvolvimento da criança, pois a linguagem estimula o inconsciente, a criatividade e desenvolve seu código de ética com valores nobres.

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Foto Ilustrativa: by Getty Images / evgenyatamanenko

Que mensagem as parábolas e os contos de fadas podem trazer às crianças?

As parábolas e os contos nos permitem desenvolver a imaginação, entrando no mundo do "faz de conta" para ilustrar um mundo real, cujo objetivo é propiciar uma reflexão em busca de um mundo melhor. A identificação com os personagens possibilita conclusões que afetam a formação do caráter, construindo direcionamentos para suas decisões presentes e futuras.

Jesus usava situações corriqueiras para criar parábolas que levavam as pessoas à percepção da "moral da história". O mesmo acontece com os contos de fadas, pois ambos permitem que você escute até o fim sem julgamento; portanto, a reflexão é menos contaminada de justificativas.

Jesus utilizava-se muito das parábolas para nos ensinar

Quando escutamos a parábola dos talentos, entendemos que Jesus está pedindo que cada um descubra seus dons e os use da melhor forma. A estória do "Patinho Feio" nos mostra alguém infeliz por achar que não tinha a beleza dos outros patos; porém, quando ele olha no lago e se compara com um bando de cisnes, descobre-se como um lindo cisne. Ou seja, descobriu quais eram seus verdadeiros talentos e foi ser feliz.

A parábola do filho pródigo nos mostra as consequências da desobediência de um filho e o amor fiel do pai, mas também relata sobre o filho obediente. Na estória do "Pinóquio", também podemos constatar uma vida cheia de erros e a punição do nariz crescendo, além dos sofrimentos que ele vivenciou. Isso ajuda as crianças a entender que decisões boas ou ruins têm consequências na sua vida, e que aprender com os erros dos outros é um processo menos doloroso.

Na parábola do fermento dos fariseus, Jesus faz uma crítica à hipocrisia desses judeus. No conto de Pinóquio, podemos ver suas mentiras se acumulando, como se tudo o que ficasse escondido não viesse, um dia, a ser revelado.


As parábolas tem uma inspiração parecida com os contos de fadas

A parábola do grão de mostarda se destaca por conta da mostarda ser uma semente tão pequena, mas capaz de se transformar em uma árvore frondosa. Muitas vezes, julgamos os outros pela aparência, assim como no conto da "Chapeuzinho Vermelho". Ela, mesmo conhecendo a avó, deixa-se enganar pelo disfarce do lobo. Para a criança, é importante separar o bem do mal, aprender a desenvolver a capacidade de saber que nem todos são aquilo que aparentam ser, porque isso ajuda na segurança e na formação da percepção infantil. Por outro lado, o conto "A Bela e a Fera" nos mostra que a aparência feia não significa, necessariamente, uma pessoa feia; além de mostrar que quando se investe tempo para conhecer as pessoas, pode-se descobrir pessoas lindas. Assim, as feras se transformam em príncipes.

Na parábola do bom samaritano, podemos ver que várias pessoas passaram pela estrada, viram um homem caído, mas nada fizeram. Até que, alguém com o coração especial, deixou de lado seu egoísmo para ajudar quem precisava. No conto "A Branca de Neve", podemos ver uma menina discriminada pela sua madrasta, a qual tem inveja da beleza da pequena princesa, por isso manda matá-la. No entanto, o coração do caçador não permite que ele faça tal maldade. Também os anões, ao terem sua casa invadida pela menina, aprenderam a partilhar tudo o que tinham com alguém que haviam conhecido naquele momento.

Ensinamentos deixados pelas parábolas

Podemos ver, na parábola do jovem rico, que Jesus lhe propõe um novo modo de vida a seguir. O jovem, então, vai embora, porque sentiu que não estava preparado para abrir mão do conforto nem do dinheiro. No conto "A Bela Adormecida", podemos ver que ela se fere na roca, que a faz adormecer até que o príncipe apareça. Assim também estava o jovem rico, que não estava amadurecido para acordar para a vida. Ele estava dormindo em berço esplêndido, mas não vivia plenamente.

É preciso ensinar às crianças a esperar pelo tempo certo, pois tudo aquilo que é vivido fora do tempo pode trazer cicatrizes que matam a esperança e a confiança nas pessoas.

Jesus conta parábolas para suscitar uma reflexão, permitindo que a pessoa entenda e busque o reino de Deus. Os contos não têm a mesma preocupação de Jesus, mas propicia um aprendizado sobre preconceito, inveja, autoconhecimento, mentira e amor, sentimentos que, se bem trabalhados, podem motivar as crianças a serem melhores do que são. O desenvolvimento de um caráter de gente do bem pode ser um terreno fértil para plantar a semente da Palavra de Deus.



Angela Abdo

Mestre em Ciências Contábeis pela Fucape, pós-graduada em Gestão de Pessoas pela FGV, Gestão de Pessoas pela Faesa, graduada em Serviço Social pela Ufes e psicanalista. Consultora e Executiva na área de RH e empresa hospitalar. Foi coordenadora do grupo fundador do Movimento Mães que Oram pelos Filhos da Paróquia São Camilo de Lellis, em Vitória (ES) e do grupo de Amigos da Canção Nova de Vitória. Atualmente, é coordenadora nacional e internacional do Movimento Mães que Oram pelos Filhos. Escritora dos livros "La Salette, o grito de uma Mãe!" (2018), "Superação x Rejeição: Aprendendo a ser livre" (2017), "Ser Mulher À Luz da Bíblia: Porque Deus Pode Tudo!" (2016) e "Mães que Oram pelos Filhos" (2016). Participa do programa "Papo de Mãe que Ora", no canal Mães que Oram pelos Filhos Oficial, e do "Mães que Oram pelos Filhos", na Rádio América.  Autora de livros publicados pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/o-que-as-parabolas-e-os-contos-de-fadas-tem-em-comum/


22 de junho de 2022

Como fazer da santidade um caminho de felicidade?


A mais elevada vocação do ser humano é viver em espírito de santidade, ou seja, guiar a própria existência segundo o Espírito de Deus, de acordo com suas inspirações. A vocação à santidade é, então, um chamado a integrar adequadamente em nós as diversas dimensões humanas e, assim, ser feliz. De fato, a verdadeira felicidade consiste em nos religarmos ao projeto do Criador, unindo-nos cada vez mais a Ele e àquilo que desejou para nós. Somente dessa forma se pode afirmar que é possível ao cristão ser feliz ou bem-aventurado. A vocação à santidade é, portanto, vocação à felicidade! Aquele que vive em santidade, por sua vontade e contando com a benfazeja ação de Deus, escolhe e recebe a graça de ser feliz.

Todos são convidados à vivência da santidade. Sim, todos! Santidade não é somente para alguns "iluminados", especiais ou mesmo apenas para alguns "esquisitos" de mãos postas. Todos somos chamados a ser santos, porque todos somos chamados a ser felizes! Contudo, cada um deve corresponder a este chamado no horizonte próprio de sua existência, nos contextos em que está inserido e com as características do seu próprio ser. A ninguém é pedido ser feliz da mesma maneira que o outro, assim como ninguém é chamado a ser santo aos moldes de outrem. Cada um pode e deve corresponder à graça de Deus com aquilo que é e tem, realizando-se como pessoa à medida que busca realizar o plano de Deus em sua vida.

Todos são chamados à santidade

Papa Francisco reiterou, na Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate (GE), que a convocação à santidade é para todos, e que sua vivência é o "rosto mais belo da Igreja" (GE 9). "Todos somos chamados a ser santos, vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra" (GE 14). "Para um cristão, não é possível imaginar a própria missão na terra, sem a conceber como um caminho de santidade […]. Cada santo é uma missão, um projeto do Pai que visa refletir e encarnar, num momento determinado da história, um aspecto do Evangelho" (GE 16), afirma o Pontífice.

Como fazer da santidade um caminho de felicidade

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A busca de cumprir a vontade de Deus, ao contrário do que se possa pensar, não nos tira aquilo que nos é próprio. "A santidade não te torna menos humano, porque é o encontro da tua fragilidade com a força da graça. No fundo, como dizia León Bloy, na vida «existe apenas uma tristeza: a de não ser santo»" (GE 34), confirma o Papa. Em outras palavras, a santidade é um caminho que nos torna verdadeiramente humanos e plenos, realizados enquanto pessoas, felizes, bem-aventurados. Este é o grande sinal que cada um pode deixar para o mundo e para todas as pessoas que encontrar: o desejo comprometido e ativo de corresponder à graça d'Aquele que nos criou, vivendo em santidade.


Sejamos Homens Novos

A vocação de toda pessoa à santidade, no entanto, está ligada a Cristo. N'Ele, tem seu fundamento e sua razão de ser, e somente n'Ele pode ser adequadamente compreendida. "No fundo, santidade é viver em união com Jesus os mistérios da vida, consiste em associar-se de uma maneira única e pessoal à morte e ressurreição do Senhor, em morrer e ressuscitar continuamente com Ele" (GE 20). É Jesus Cristo o protótipo, o paradigma, o critério e parâmetro da busca de santidade de cada cristão. É Ele o Homem Novo que deve estar sempre no horizonte de nossos olhos, a nos inspirar a agirmos sempre como "homens novos", recriados segundo Deus.

Ele mesmo instrui com Sua Palavra, indica um caminho de santidade, caminho que passa pelas via das "Bem-aventuranças". Elas "são como que o bilhete de identidade do cristão. Nelas está delineado o rosto do Mestre, que somos chamados a deixar transparecer no dia a dia da nossa vida. […] A palavra «feliz» ou «bem-aventurado» torna-se sinônimo de «santo», porque expressa que a pessoa fiel a Deus e que vive Sua Palavra alcança, na doação de si mesma, a verdadeira felicidade" (GE 63-64). Em outras palavras, o caminho da santidade passa por vias que nos tornam "bem-aventurados", ou seja, felizes, mesmo que haja dificuldades e sofrimentos nessa busca.

A felicidade é consequência da santidade

Partindo das proposições indicativas do Evangelho, mais especificamente das bem-aventuranças, é possível pensar que o chamado à santidade é, para cada pessoa, um chamado à felicidade, a vivermos como bem-aventurados! Cada uma das atitudes interiores e exteriores apresentadas nas bem-aventuranças – o desapego, a mansidão, a compaixão, a justiça, a pureza, a misericórdia, a paz, a autenticidade (Cf. Mt 5,1-12) – conduz-nos à nossa integração, à nossa essência mais profunda que restabelece em nós uma relação positiva e amorosa com Deus, com os outros e com nós mesmos. Aquele que busca, com o auxílio da graça de Deus e na medida de suas características próprias, estabelecer relações integradoras consigo mesmo, com o outro e com Deus, este é "santo", e porque é santo, é feliz, bem-aventurado!

Diácono Josimar Baggio, scj


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/como-fazer-da-santidade-um-caminho-de-felicidade/


20 de junho de 2022

Qual o caminho para as surpresas de Deus?


Todo caminho é uma ponte que nos liga ao próximo. Caminhar é preciso, porém há de se ter o cuidado necessário para contornar as pedras sem se ferir. É preciso a delicadeza de alma para contemplar as belezas da vida sem se perder de si mesmo. Cada passo é sempre uma oportunidade de fazermos do hoje o mais belo dia de se viver.

Qual o caminho para as surpresas de Deus

Foto Ilustrativa: by Getty Images / john shepherd

Vivemos numa sociedade altamente veloz. Tudo é muito rápido e, ao mesmo tempo, líquido. Estabelecemos relações de amizade que se desfazem com um clique. A vida está passando por nós e, com ela, os recados de Deus que se perdem em nosso tumultuado caminhar. É tempo de pararmos de correr e seguir a vida sem fazer do tempo o nosso inimigo.

Muitos caminham, mas nem todos percebem as delicadezas e as surpresas de Deus em seu caminhar

Na maratona da vida, é necessário cultivarmos a delicadeza interior de parar para descobrirmos os recados de Deus. Há cada instante de nosso caminhar, o Senhor fala conosco. No entanto, é preciso que estejamos com o coração livre e aberto para acolhermos esta voz que se comunica conosco no cotidiano da vida.

Em cada acontecimento: alegre ou triste, trágico ou glorioso, Deus tem um recado para nós. Sábio será aquele que acolher com sensibilidade o sopro do Espírito Santo em seu coração. Como uma brisa suave, a voz de Deus chega mansamente à nossa alma. Longe do tumulto da vida, Ele se manifesta no silêncio da oração.


Deus fala no silêncio do nosso coração

Não pensemos descobrir as surpresas de Deus em meio às agitações da vida. Será preciso redescobrirmos em nosso caminhar o tempo da oração. Colocar-se na presença do Senhor, despoluir a alma das agitações supérfluas e acolher o divino mensageiro que, com Seu sopro de amor, traz a voz serena e mansa de um Deus que se comunica sem pressa, mas no tempo que lhe oferecemos.

O caminho para as surpresas de Deus é fruto do silêncio que se alimenta de nossos tempos de oração. Parar um pouco e descansar a vida em Deus é deixar que Ele se revele a nós na serenidade por onde nossos passos estão a caminhar.

É preciso buscar a Deus no silêncio da vida

Ouvir a voz de Deus é descobrir no ordinário da vida o extraordinário. É contemplarmos a flor daquele jardim que floresce sem aplausos, mas louva o Senhor pela sua delicadeza e beleza escondida das multidões que passam todos os dias por ela. É fazermos de nossos pequenos gestos uma oportunidade para a prática do bem. É compartilhar amor em gestos concretos, que não necessitam de curtidas e comentários no mundo virtual. É sermos um com toda a beleza da vida que revela em cada momento a sempre nova surpresa de sermos amador por Deus.

Enquanto a nossa vida não recuperar o tempo como espaço para a manifestação de Deus, continuaremos a buscar a Sua presença em quintais sem vida e caminhos sem chegada.


 


Padre Flávio Sobreiro

Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP e Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre (MG), padre Flávio Sobreiro é pároco da Paróquia São José, em Toledo (MG), e padre da Arquidiocese de Pouso Alegre (MG). É autor de livros publicados pela Editora Canção Nova, além disso, desde 2011,  é colunista do Portal Canção Nova. Para saber mais sobre o sacerdote e acompanhar outras reflexões, acesse: @peflaviosobreirodacosta.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/qual-o-caminho-para-as-surpresas-de-deus/


17 de junho de 2022

Em Deus, aprenda a viver a verdadeira fé e conversão


A palavra fé vem do grego "pisteuo", que significa crer, prestar adesão a alguém. Deus comunica o Seu amor aos homens e espera uma resposta concreta para a realização de Suas obras. A fé é a resposta do homem ao Deus que se revela. Essa comunhão é confirmada quando a inteligência e a vontade do homem são submetidas completamente a Deus.

Em obediência à Palavra de Deus, o homem livremente inicia a vida de fé quando abre os olhos para a verdade e assume a graça de participar e optar definitivamente pelo plano de salvação.

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Foto Ilustrativa: doidam10 by GettyImages

Devemos ter fé e crer em Deus Pai todo poderoso

"De fato, é pela Sua graça que fostes salvos, mediante a fé, e isto não procede de vós: é dom de Deus" (Ef 2,8).

A virtude sobrenatural da fé é cultivada pela caridade (Cf II Ts 1,3). O amor é a única condição que intensifica o progresso na comunhão da fé autêntica, e das obras de misericórdia (Cf Tg 2, 14-23).

Fé é crer sempre em Deus

Fé não significa apenas acreditar na existência de Deus. "Crês que há um só Deus. Fazes bem. Também os demônios creem e tremem" (Tg 2,19).

As palavras afirmadas devem seguir as exigências estabelecidas pelos ensinamentos de Jesus. Fé é uma afirmação que nos leva à missão de percorrer o caminho da Ressurreição, para encontrarmos a vida nova em Nosso Senhor Jesus Cristo.

A raiz da não está firmada nos sentimentos; nenhuma situação ou acontecimento pode alterar o verdadeiro sentido dessa certeza manifestada pela glória de Deus (Cf Jo 11,40).

"Fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê" (Heb 11,1). É a posse antecipada do que se espera, é uma demonstração da realidade ainda não acontecida. Fé é o caminho da entrega e do abandono; é como atravessar um túnel, embora tudo pareça escuro, temos a certeza de encontrar a luz no final.

Como opção definitiva, a fé exige perseverança e fidelidade: "Combate o bom combate, com fé e boa consciência; pois alguns, rejeitando a boa consciência, vieram naufragar na fé" (I Tim 1,18-19). "Mas, quando vier o Filho do homem, achará sobre a terra?" (Luc 18,8).


Viva a conversão

A conversão parte da fé: "Crede em Jesus, arrependei-vos de vossos pecados e então podereis viver a vida do Filho de Deus ressuscitado" (Ato 2,38).

Conversão é a escolha radical; é a opção determinada pela causa do Reino de Deus. Essa transformação acontece quando: o arrependimento leva a pessoa a renunciar ao pecado, em busca de uma vida nova.

Jesus quer salvar e nos conduzir ao Pai e aceitar Jesus implica em uma mudança de valores, de atitudes e de vida. A experiência com Deus é a causa principal para que aconteça a confirmação da mudança de vida. A conversão de Santo Agostinho é um exemplo marcante na história do mundo, mesmo tarde, não deixou de amar a Deus, renunciou ao pecado para buscar definitivamente o caminho da santidade.

A conversão de Saulo, também, é outro sinal da misericórdia de Deus. Depois de tanto perseguir os cristãos, durante uma viagem a Damasco, Jesus o faz reconhecer seu erro, com a pergunta: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" (Cf At 9,1-9). Saulo coloca-se diante do Senhor sem resistir ao Seu chamado e cumpre fielmente a sua missão de servir a Igreja.

Não basta viver a conversão por tempo determinado. Quando conhecemos a verdade, devemos ser fiéis no compromisso com Deus. Nossa resposta deve ser uma só: "Dizei somente sim se é sim; não se é não" (Mt 5,37). Perseveremos diante das dificuldades na caminhada; renunciemos ao pecado e deixemos o Senhor nos modelar para sermos transformados em criaturas novas.

Ir Fabiana Souza Duca de Aguiar
Carmelita Mensageira do Espírito Santo


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/em-deus-aprenda-a-viver-a-verdadeira-fe-e-conversao/


15 de junho de 2022

Como devo reagir à oração não respondida?


Orar é dialogar com Deus. Na intimidade da oração, o coração rasga o véu do medo e abandona-se nas mãos do Pai. Diante das demandas da vida, muitas são as coisas a serem apresentadas. Muitos outros tantos são as necessidades que afligem a alma e roubam a paz. Contudo, nem sempre nossos pedidos são atendidos. Diante dessa realidade, uma pergunta ecoa no coração: como o cristão deve reagir à oração não respondida?

Os pais sabem muito bem que nem todos os pedidos de seus filhos podem ser atendidos. Muitos são os motivos que estão por trás de um desejo não realizado. Talvez, a criança precise crescer um pouco mais para que tal necessidade seja atendida; ou ainda, tal pedido possa ser perigoso e colocar em risco a vida dela. Muitos pais sabem que alguns pedidos que seus filhos lhes fazem é apenas capricho disfarçado de necessidade extrema.

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Foto Ilustrativa: PeopleImages by Getty Images

Deus é Pai e sabe que nem todos os nossos pedidos poderiam ser atendidos no tempo e na ocasião que desejamos. Por amor, Ele intervêm diante de nossas necessidades e concede-nos apenas aquilo de que precisamos. Alguns pedidos dirigidos a Deus visam apenas preencher nosso ego, mas maquiamos a realidade de tal maneira que parece uma necessidade urgente.

O que você tem pedido?

Vivemos tempos em que nos desacostumamos a viver com o essencial, e essa realidade, muitas vezes, é refletida em nossa vida de oração. Muitos não suportam mais viver com o essencial e precisam do periférico. Se não adquirirmos a sabedoria divina, vamos, a cada nova oração, disfarçar o periférico de essencial.


Mesmo que algum pedido não tenha sido atendido, não desanimemos. O Senhor responde todas as nossas orações, mesmo que a resposta seja 'não'. Talvez o fato de não termos recebido a graça hoje seja pelo fato de que Deus esteja preparando o melhor para o futuro. Renovemos nossa confiança no Senhor e busquemos o essencial. Tenhamos a coragem de olhar para as nossas necessidades espirituais e humanas e ver se não estamos nos comportando como crianças mimadas, que de tudo tem necessidade, mas lhe falta maturidade suficiente para discernir a realidade das intenções.

Oração:

"Divino Espírito, que com sua luz de amor concedei a sabedoria necessária aos corações vacilantes, concedei-me a graça da sabedoria diante das necessidades, e que minha oração, elevada ao Pai, seja sempre guiada por aquilo que realmente necessito. Afastai-me do desejo desenfreado de satisfazer meus caprichos pessoais e ajudai-me a buscar na força da oração o essencial na vida. Amém!"



Padre Flávio Sobreiro

Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP e Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre (MG), padre Flávio Sobreiro é pároco da Paróquia São José, em Toledo (MG), e padre da Arquidiocese de Pouso Alegre (MG). É autor de livros publicados pela Editora Canção Nova, além disso, desde 2011,  é colunista do Portal Canção Nova. Para saber mais sobre o sacerdote e acompanhar outras reflexões, acesse: @peflaviosobreirodacosta.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/como-devo-reagir-oracao-nao-respondida/


13 de junho de 2022

Namorar sempre é a solução?


Nem sempre o namoro é a solução e, se não estivermos preparados para vivê-lo, pode até tornar-se negativo. Todos nós temos a necessidade de sermos amados. São muitas as pessoas que, com o intuito de corresponder a essa carência, pagam caro e se submetem às diversas situações.

Todos nós somos carentes, mas, se essa carência afetiva não for bem direcionada, poderá tornar-se um fator de desequilíbrio, arrastando-nos, muitas vezes, a tomar atitudes contrárias a um sadio comportamento.

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Foto Ilustrativa: NiseriN by Getty Images

Em uma sociedade em que as famílias são cada vez mais desestruturadas, "com mães e pais solteiros; e filhos órfãos de pais vivos", o índice de ausência de amor na formação de nossas crianças é assustador.

Namorar não pode ser uma fuga

Uma criança que nunca recebeu um abraço de seus pais, que nunca recebeu carinho, ao contrário disso, foi criada em meio aos gritos e às grosserias, com certeza, crescerá com um enorme vazio existencial. Muitas dessas crianças, hoje já crescidas e impulsionadas por suas carências, cometem grandes erros — somente para atrair sobre si a atenção dos demais.

Por isso, acredito que, antes de viver qualquer relacionamento afetivo, como o namoro, precisamos aprender a trabalhar a nossa história, buscando a cura de nossos afetos. É claro que não precisamos ser perfeitos para namorar, mas existem coisas em nossa vida que precisamos resolver, antes de assumir um relacionamento.

Carência com carência gera desequilíbrio

Carência com carência só pode gerar desequilíbrio e um relacionamento doentio, no qual a cobrança será excessiva e a ternura ausente. De tal modo, um sufocará o outro e a relação acabará se tornando um peso.

Existem determinadas coisas em nossa história que somente Deus pode curar; outras, somente nós podemos resolvê-las. Por isso, faz-se necessária a experiência do autoconhecimento, para descobrirmos a nossa verdade e os passos que precisamos dar, buscando a experiência da cura interior, de modo que Deus possa trabalhar em nossa história, curando as nossas feridas e marcas. Essas experiências precisam preceder os nossos relacionamentos, para que os ciúmes, o orgulho e as nossas carências não destruam o verdadeiro afeto no relacionamento.

Namorar é bom, ou melhor, é ótimo! Porém, melhor ainda é namorar pronto, do jeito certo, tendo equilíbrio no amar e ser amado, compreendendo que somente Deus pode preencher o vazio da alma, e esse espaço o outro não pode ocupar, por mais que o forcemos a isso.


Não se deixe levar pela pressa

Amor em que um diviniza o outro e, depois, o prende, é amor destemperado e doente. Antes de se viver o "nós", é preciso trabalhar o "eu", para que, no futuro, nossos relacionamentos tenham mais qualidade e sejam mais duradouros.

Quem não se deixa levar pela pressa, mas segue o caminho proposto por Deus, colherá maravilhosos frutos e alcançará gradativamente a felicidade em seus relacionamentos.

Tenhamos a coragem de realizar tudo do jeito de Deus e não do nosso, abrindo-nos à Sua ação libertadora em nossa vida. Somente assim poderemos acompanhar e sermos melhores acompanhados pelos demais.


 


Padre Adriano Zandoná

Padre Adriano Zandoná é missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em Filosofia e Teologia, tem seis livros publicados: Construindo a Felicidade, Curar-se para ser Feliz, Conquistando a Liberdade Interior, 7 Passos para Restaurar sua Família, A Cura da Alma Feminina e Como Controlar e Vencer a Ansiedade. Dois quais 2 foram traduzidos para o inglês. Gravou quatro CDs pela Gravadora Canção Nova. Apresenta o programa Para ser Feliz ao vivo pela TV Canção Nova (em rede nacional), todas as terças às 20h. É membro da Direção Artística da TV Canção Nova, em Cachoeira Paulista.

Twitter: @peadrianozcn
Facebook: PadreAdrianoZandonaOficial
Instagram: @padreadrianozandona


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/namoro/namorar-sempre-e-a-solucao/


10 de junho de 2022

Edith Stein, tradutora de Newman


Em 1923, Edith conhece o padre jesuíta Erich Przywara, editor e responsável pela divulgação da obra do Cardeal Newman – bispo anglicano, que se converteu ao catolicismo. Przywara convidou Edith para traduzir algumas obras do cardeal Newman, e ela ficou muito feliz, pois lhe possibilitou penetrar mais profundamente no pensamento de Newman, assim como na doutrina católica.

Edith foi aprofundando a fé dela e se assegurando cada vez mais de sua decisão de se fazer batizar na Igreja católica, vista pelos protestantes como dogmática e distante da liberdade intelectual. A tradução das obras de Newman – A Ideia de Universidade e Cartas e escritos anteriores à conversão dele – ajudou a Edith, que nesse período estava provavelmente buscando operar uma síntese entre a sua formação intelectual fenomenológica e a sua vivência da fé cristã católica.

Edith Stein, tradutora de Newman

Edith escreve ao seu amigo Roman Ingarden, em 19 de junho de 1924, sobre a alegria dela em traduzir e ficar mais próxima "de um espírito como Newman", pois a vida inteira dele "consistiu numa busca da verdade religiosa, e o conduziu inevitavelmente à Igreja católica". Logo em seguida, nesta mesma carta, Edith chama a atenção de seu amigo Ingarden, pois, em uma carta anterior, ele lhe havia escrito que não entendia a conversão de Edith ao catolicismo, pois esse lhe parecia um "aparato dogmático inventado para domínio das massas".

Quais eram os questionamentos de Edith Stein

Argumentando com muita liberdade, Edith lhe questiona a atitude ambígua dele: como fenomenólogo, Ingarden reivindica uma objetividade rigorosa, não emite nenhum juízo sobre qualquer questão filosófica sem uma cuidadosa investigação, mas quando se refere à religião católica, a critica e a condena sem nunca ter se empenhado em estudar, ao menos nas aulas de religião na escola, sobre os seus dogmas, fundamentos teológicos e desenvolvimento histórico. Edith acrescenta que essa crítica não se dirige apenas a Ingarden, pois é uma atitude típica de um intelectual que não foi educado na vida eclesial, visto que ela mesma pensava desse modo antes de se converter.

Nesta mesma carta, Edith segue citando homens como Agostinho, Anselmo, Boaventura e Tomás, grandes teólogos da Igreja, que viram nos dogmas "algo maior do que o espírito humano consegue atingir, é o único pelo qual vale a pena oferecer a vida". Coloca-se à disposição do amigo para responder e argumentar quaisquer questões que possam lhe interessar e que sejam apresentadas por ele, de modo imparcial, sobre o tema. Edith finaliza com uma frase que resume a conversão dela, mostrando que não estava fundamentando-se apenas em belas teorias, mas em uma experiência real e verdadeira de vida: "Eu aprendi a amar a vida desde que sei para que vivo" (Carta de 19 de junho de 1924).

Penetrando no pensamento de Santo Tomás de Aquino

O Padre Przywara também era estudioso da obra de Santo Tomás, que despertava muito interesse à época – final do século XIX e início do século XX. O esforço era de tentar compreender o pensamento tomasiano valendo-se dos textos do próprio Tomás e não de manuais empregados para sintetizar e ensinar aos alunos, especialmente religiosos, a filosofia e teologia de Santo Tomás. Essa corrente considerava muito mais proveitoso colocar Tomás e a filosofia tradicional católica em diálogo com a filosofia moderna, buscando nas obras dele argumentos válidos para responder aos problemas filosóficos que estavam surgindo naquele tempo, do que tentar voltar a um passado e a uma visão de mundo que o próprio Tomás não mais reconheceria como sua, caso vivesse no tempo presente.

Przywara exorta Edith Stein a não abandonar os estudos de filosofia, apesar de suas aulas nas dominicanas, e a ocupar-se de um estudo sistemático da obra de Santo Tomás de Aquino, lendo no original em latim – língua que ela dominava perfeitamente. Ele a orienta pessoalmente e sugere que faça a tradução das Quaestiones Disputatae de Veritate (Questões disputadas da verdade). Para conseguir realizar o que lhe havia sido pedido, no semestre de 1925-1926, Edith pede às irmãs dominicanas para reduzir as suas lições a apenas 10 horas por semana, com o intuito de se dedicar mais ao estudo de Santo Tomás. Elas compreendem e prontamente aceitam.

Além de seus estudos sobre Tomás e suas aulas na escola das dominicanas, Edith não deixa de se dedicar à questão da educação, especialmente das moças, e não recusa os inúmeros convites que lhe serão feitos para dar conferências sobre o tema da formação e da educação, na Alemanha e em outros países próximos, tais como Áustria e Suíça.

Beuron – antessala do céu

Em setembro de 1927, faleceu o Padre Joseph Schwind, grande amigo e diretor espiritual de Edith. Ela sofre muito com essa perda, mas a vida de fé de Edith, permite a ela olhar mais além e a ter a certeza de que Deus lhe ajudará a superar tal sofrimento. Edith é convidada a escrever sobre o seu diretor e amigo, então, descreve o modo como ele conduzia a sua direção espiritual: "Sua direção era calma, acertada e refletida, fundada sobre um grande conhecimento dos seres humanos e a longa experiência na direção das almas e, ao mesmo tempo, acompanhada de um santo respeito pela ação de Deus na alma".

Em janeiro de 1928, ao encontrar-se com o Padre Przywara, ele lhe aconselha a conhecer o jovem abade polonês da abadia beneditina de Beuron, Dom Raphaël Walzer (1888-1966). Na Semana Santa do mesmo ano, ela consegue se hospedar em uma casa próxima da abadia e é apresentada a Dom Walzer, que a acompanhará em seu percurso espiritual até a sua entrada no Carmelo. Edith Stein o chama de "meu abade" e sempre recorre a ele em todas as decisões importantes que pensa em tomar.


Muito bonito ver a humildade dessa grande intelectual, que não deseja dar passos falsos na sua vida de fé, apesar de seus grandes conhecimentos, não apenas de filosofia, educação, literatura, mas também de teologia e da doutrina católica. A direção espiritual era algo imprescindível para ela, pois seguia o que havia aprendido de sua Madre, Santa Teresa, que mantinha essa postura com seus confessores e diretores, mesmo quando se sentia incompreendida por eles. O Livro da Vida de Teresa de Jesus está repleto desse tipo de relato.

A partir de 1928 até a sua entrada no Carmelo, em 1933, Edith vai, ao menos uma vez por ano, a Beuron, durante o período de férias escolares da Semana Santa. Ela descreve a abadia beneditina como uma "antessala do céu". Lá ela recebe a direção espiritual e goza de longos tempos de oração e de silêncio, especialmente durante as orações das horas. Aproveita também para trabalhar na tradução do Quaestiones Disputatae de Veritate de Santo Tomás de Aquino.

Diálogo entre Tomás e Husserl – reflexões sobre a fé e a razão

Em 1929, Edith Stein publica um artigo no livro organizado por Heidegger, para a comemoração dos 70 anos de Husserl, intitulado: A fenomenologia de Husserl e a filosofia de Santo Tomás de Aquino – Ensaio de um cotejo. A versão original do texto, em forma de diálogo-peça de teatro, não foi aceita por Heidegger. Edith Stein, com muita liberdade, mas sem perder o rigor científico, achou que seria interessante aplicar seus dons e conhecimentos de poesia e literatura, que cultivava desde a juventude, para imaginar um diálogo fictício entre o seu Mestre de fenomenologia e o grande Mestre da escolástica, Tomás de Aquino. A fenomenologia lhe havia ensinado a olhar sem preconceitos para todos os tipos de conhecimentos, desde que contribuíssem para uma maior aproximação da verdade sobre as coisas, de sua essência, do modo como elas realmente são. Mas seu primeiro texto não foi aceito, então, Heidegger lhe pede para transformar o seu diálogo em um "texto científico".

A obra original, escrita no formato de uma peça de teatro, trata de um diálogo entre Husserl e Santo Tomás. O encontro dos dois acontece na noite do aniversário de 70 anos de Husserl, após a celebração com a família e amigos. Tarde da noite, Husserl deixa a sala de sua casa e se retira para seu escritório, pois se encontra cansado dos eventos sociais do dia. Husserl afirma estar desejoso de "uma verdadeira conversa filosófica", a fim de que seus pensamentos possam "retomar o caminho certo" em sua mente. Neste momento, alguém bate à porta de seu escritório: um frei de hábito branco e capa preta pede perdão por importuná-lo e diz que gostaria muito de falar com ele a sós. Apresenta-se como sendo Tomás de Aquino.

Esse texto de Edith Stein, apesar de não ter sido reconhecido como científico e não ter sido publicado durante a sua vida, ilustra perfeitamente o objetivo que ela passou a percorrer após a sua conversão: colocar a tradição católica em diálogo com a filosofia moderna, de modo que ambas pudessem aprofundar e enriquecer os seus próprios pontos de vista. Esse objetivo será realizado em sua forma mais completa na obra magna de Edith Stein, escrita quando já estava no Carmelo: Ser finito e ser eterno.

Edith buscou aquele tipo de conhecimento que o Papa João Paulo II descreve na introdução de sua encíclica Fides et Ratio, de 1998:

A Fé e a Razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de conhecer a ele, para que, conhecendo-o e amando-o, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio.

Na sequência, veremos Edith nessa sua busca da verdade, amadurecendo cada vez mais o desejo de conhecer e amar a Deus, sentido e fim último de sua existência.

Referências bibliográfica:
1. GOLAY, Didier-Marie, o.c.d. Edith Stein – Devant Dieu pour tous. Paris: Cerf, 2009, p. 127.
2. Esse primeiro texto, em forma de diálogo, é publicado postumamente na Edith Stein Werke, Erkenntnis und Glaube (vol. XV), Freiburg, Basel, Wien: Herder, 1993, p. 19-48. Essas duas versões encontram-se no segundo volume da versão crítica traduzida para o português das Obras completas de Edith Stein. Textos sobre Husserl e Tomás de Aquino. Trad. Enio Paulo Giachini et. al. Revisão da tradução e revisão técnica Juvenal Savian Filho. São Paulo: Paulus, 2019.
3.STEIN, Edith. O que é filosofia? Uma conversa entre Edmund Husserl e Tomás de Aquino. Op. cit., p. 55.
4. Carta Encíclica do Sumo Pontífice João Paulo II, de 14/9/1998.



Maria Cecilia Isatto Parise

Maria Cecilia Isatto Parise. Casada há 30 anos e mãe de dois filhos. Mestra, pesquisadora, professora e conferencista em Edith Stein.
Site: edithstein.com.br
Instagram: Maria Cecilia Isatto Parise
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Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/santos/edith-stein-tradutora-de-newman/