6 de junho de 2022

Deixar-se transformar por Jesus


De tempos em tempos, precisamos atualizar o sistema operacional do nosso smartphone ou notebook. Este procedimento é importante para que nossos aparelhos não fiquem ultrapassados; assim, conseguimos obter melhores recursos para usá-los. Tudo que fica desatualizado, mais cedo ou mais tarde, precisa ser revisto e melhorado.

Em nossa vida espiritual, também acontece o mesmo processo: é preciso atualizarmos espiritualmente nossa alma para que possamos viver melhor a nossa fé. Essa atualização espiritual é um procedimento constante e ininterrupto. Encontramos, na Eucaristia, a plena atualização de amor que nosso coração necessita para viver com intensidade cada momento da vida.

Deixar-se transformar por Jesus

Foto ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com

Quais são os meios necessários para eu me deixar transformar por Jesus?

A Eucaristia atualiza a Paixão, a Morte e a Ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso é um privilégio para nós fazermos parte do banquete do Senhor, onde o pão e o vinho, frutos da terra e do trabalho do homem, tornam-se o Corpo e Sangue do Senhor, mistério da nossa fé, onde anunciamos a Morte do Senhor e proclamamos a Sua Ressurreição.

Celebrar a Eucaristia é celebrar o Cristo vivo, presente no meio de nós, que manifesta Sua presença amorosa na comunidade reunida, na Palavra meditada, refletida e partilhada; no pão e no vinho, que se tornam Seu Corpo e Sangue, alimento para nossa vida e cura para nossa alma.

Ao aproximarmo-nos da Eucaristia, aproximamo-nos do próprio Cristo, que se doa, entrega e nos faz pessoas novas em Seu Amor Misericordioso. Ao comungarmos o Corpo e Sangue do Senhor, o próprio Cristo, comprometemo-nos com a construção de um mundo novo, pautado nos princípios evangélicos de um Reino de paz, de justiça e fraternidade.

Todos em Cristo

A Eucaristia transforma o nosso coração para sermos, no mundo, sinais do próprio Cristo. É Cristo em nós para que sejamos Cristo no mundo. Na comunhão eucarística, não comungamos sozinhos, de modo individualista, mas em comunidade. O Jesus que eu recebo é o mesmo que meus irmãos e irmãs também recebem. Cristo em todos, e todos em Cristo. Por isso, a Eucaristia é comunitária, sinal de unidade, amor e participação ativa e consciente no mistério celebrado.


Ser sinal da Eucaristia!

A cada comunhão eucarística, devemos ser, no mundo, pessoas novas em Cristo Jesus. Comungar não é simplesmente uma aventura espiritual isolada, mas sim comunitária. Com toda a assembleia, formamos um único corpo, que tem no Cristo o seu coração.

Diante de tão grande privilégio, sejamos no mundo sinais de Eucaristia: amemos, partilhemos, doemos, levemos uma palavra de esperança, anunciemos o Evangelho com a vida e com palavras.

Comungar o Corpo e o Sangue do Senhor é construir, no hoje da nossa história, céus novos e terras novas, pelos quais esperamos confiantes. Atualizemos em nós o Amor de Cristo.

Para ser Feliz

Permita que Jesus ocupe todos os espaços de sua vida e deixe-se transformar por Seu Amor Misericordioso.

Trecho extraído do livro "Felicidades sem segredos", do padre Flávio Sobreiro



Padre Flávio Sobreiro

Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP e Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre (MG), padre Flávio Sobreiro é pároco da Paróquia São José, em Toledo (MG), e padre da Arquidiocese de Pouso Alegre (MG). É autor de livros publicados pela Editora Canção Nova, além disso, desde 2011,  é colunista do Portal Canção Nova. Para saber mais sobre o sacerdote e acompanhar outras reflexões, acesse: @peflaviosobreirodacosta.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/deixar-se-transformar-por-jesus/


1 de junho de 2022

Os filhos são dons de Deus


"O amor sempre dá a vida. Por isso, o amor conjugal 'não se esgota no interior do próprio casal (…). Os cônjuges, enquanto se doam entre si, doam para além de si mesmos a realidade do filho, reflexo vivo do seu amor, sinal permanente da unidade conjugal e síntese viva e indissociável do ser pai e mãe'" (Papa Francisco, Exortação Apostólica Amoris laetitia, no 165). Homens e mulheres possuem, portanto, uma missão sublime: participam da criação de Deus, são instrumentos do amor divino e recebem a responsabilidade de perpetuarem as gerações dos filhos de Deus.

Como é imprescindível ter tal consciência quando se quer formar uma família! Numa sociedade atual, marcada pelo egoísmo e por projetos pessoais não confiados em Deus, um filho é visto, tantas vezes, como um projeto de realização pessoal. Não! De forma alguma! Os filhos são dons, dádivas de Deus!

Os filhos são dons de Deus

Foto ilustrativa: Larissa Ferreira/cancaonova.com

Os filhos não podem ser projetos de realização pessoal, eles são dons de Deus

É Ele quem escolhe e dá a vida. Com isso, segundo as orientações da Doutrina da Igreja, não é lícito lançar mão de técnicas artificiais para ter os filhos ou, ao contrário, impedir a abertura à vida por meio de métodos contraceptivos. São Paulo XVI, em sua Encíclica Humanae Vitae, muito bem orientou sobre isso e quanto ao uso dos métodos naturais de planejamento familiar:

Na missão de transmitir a vida, eles não são, portanto, livres para procederem a seu próprio bel-prazer, como se pudessem determinar, de maneira absolutamente autônoma, as vias honestas a seguir, mas devem, sim, conformar o seu agir com a intenção criadora de Deus, expressa na própria natureza do matrimônio e dos seus atos e manifestada pelo ensino constante da Igreja (Encíclica Humanae Vitae, n. 10). 

A Igreja é coerente consigo própria, quando assim considera lícito o recurso aos períodos infecundos, ao mesmo tempo que condena sempre como ilícito o uso dos meios diretamente contrários à fecundação, mesmo que tal uso seja inspirado em razões que podem parecer honestas e sérias. Na realidade, entre os dois casos, existe uma diferença essencial: no primeiro, os cônjuges usufruem legitimamente de uma disposição natural; enquanto que, no segundo, eles impedem o desenvolvimento dos processos naturais. É verdade que em ambos os casos os cônjuges estão de acordo na vontade positiva de evitar a prole, por razões plausíveis, procurando ter a segurança de que ela não virá; mas é verdade também que, somente no primeiro caso, eles sabem renunciar ao uso do matrimônio nos períodos fecundos, quando, por motivos justos, a procriação não é desejável, dele usando depois nos períodos agenésicos, como manifestação de afeto e como salvaguarda da fidelidade mútua (Encíclica Humanae Vitae, no 17).

O caráter unitivo e procriativo do ato conjugal

O ato conjugal tem em si as características unitiva e procriativa. A primeira diz respeito ao amor dos cônjuges expressado na relação sexual, e o caráter procriativo se relaciona à abertura à vida. O casal, portanto, é convidado a ser reflexo do amor da Santíssima Trindade: uma comunhão plena do Pai, Filho e Espírito Santo que não se esgota em si, mas transborda de amor ao criar cada pessoa e concede a vida nova dada por Cristo em Sua Ressurreição. Da mesma forma, o amor fecundo dos esposos não fecha em si mesmo e está sempre aberto para que esse amor se renove e novas vidas sejam geradas.


Maternidade e paternidade responsáveis

Como ainda destaca o documento de Paulo VI, tal missão requer dos homens e mulheres uma consciência de sua missão expressa na "maternidade e paternidade responsáveis":

Em relação com os processos biológicos, paternidade responsável significa conhecimento e respeito pelas suas funções: a inteligência descobre, no poder de dar a vida, leis biológicas que fazem parte da pessoa humana. Em relação às tendências do instinto e das paixões, a paternidade responsável significa o necessário domínio que a razão e a vontade devem exercer sobre elas. Em relação às condições físicas, econômicas, psicológicas e sociais, a paternidade responsável exerce-se tanto com a deliberação ponderada e generosa de fazer crescer uma família numerosa como com a decisão, tomada por motivos graves e com respeito pela lei moral, de evitar temporariamente, ou mesmo por tempo indeterminado, um novo nascimento.

Paternidade responsável comporta ainda, e principalmente, uma relação mais profunda com a ordem moral objetiva, estabelecida por Deus, de que a consciência reta é intérprete fiel. O exercício responsável da paternidade implica, portanto, que os cônjuges reconheçam plenamente os próprios deveres para com Deus, para consigo próprios, para com a família e para com a sociedade, numa justa hierarquia de valores (Encíclica Humanae Vitae, no 10).

A bela e exigente missão de doar a vida

Missão exigente, mas, talvez, a mais bela de todas, pois se trata de doação de vida! Desse modo, requer sacrifícios e maturidade na compreensão de que um filho é dádiva de Deus. Como também ressaltou o Papa Francisco, na Exortação Apostólica Amoris laetitia, muito tem se espalhado a mentalidade da geração de vida como uma satisfação pessoal:

[Uma criança] não é um complemento ou uma solução para uma aspiração pessoal, mas um ser humano, com um valor imenso, e não pode ser usada para benefício próprio. Por conseguinte, não é importante se esta nova vida lhe será útil ou não, se possui características que te agradam ou não, se corresponde ou não aos teus projetos e sonhos, porque "os filhos são uma dádiva!

Cada um é único e irrepetível (…). Um filho é amado porque é filho: não porque é bonito ou porque é deste modo ou daquele, mas porque é filho! Não porque pensa como eu, nem porque encarna as minhas aspirações. Um filho é um filho". O amor dos pais é instrumento do amor de Deus Pai, que espera com ternura o nascimento de cada criança, aceita-a incondicionalmente e acolhe-a gratuitamente (Exortação Apostólica Amoris laetitia, n° 170).

É nadar contra a maré de uma sociedade consumista e utilitarista! Somente com a graça do Espírito Santo é possível transformar o olhar sobre a beleza e a integridade de cada vida humana. Pais e mães são convidados a serem formadores e geradores de vidas, mas não donos absolutos delas. Os filhos não são concebidos para atender aos anseios dos pais. Esta não é a identidade da natureza humana criada por Deus.

Entregue sua família à Providência Divina

Voltando ao conceito de "paternidade responsável", isso não quer dizer que os casais não devam procurar as condições econômicas, emocionais e sociais para conceber um filho. Entretanto, tais condições e o desejo de gerar uma criança não podem ser um fim em si mesmo, mas sim um meio de realizar o projeto de Deus para a humanidade.

Se entregarmos os projetos familiares à Providência Divina, o amor se transbordará mais e mais! É libertador e traz paz ao coração compreender isso, até mesmo quando não se consegue alcançar uma gravidez. Obviamente, a parte humana deve ser feita: observância dos períodos férteis da mulher; busca de tratamentos adequados, quando forem necessários; uma vida saudável no corpo e na alma, inclusive uma sadia relação entre marido e mulher; não entrega à ansiedade e, sobretudo, confiança no poder de Deus e na intercessão da Virgem Maria.

Contudo, se, devido às circunstâncias da vida, uma gravidez não for possível, o conceito de fecundidade deve ser alargado. Ela pode se dar ainda por meio da adoção e da contribuição que os casais podem oferecer à sociedade: em atos de solidariedade; assistência aos abandonados; suporte espiritual e emocional aos que sofrem; luta por justiça social nos diversos serviços pastorais das paróquias, comunidades e dioceses; enfim, são inúmeras as formas!

A adoção é um ato de alargar o coração ao amor

Sobre a adoção, o Papa Francisco apoia firmemente:

A adoção é um caminho para realizar a maternidade e a paternidade de uma forma muito generosa, e desejo encorajar aqueles que não podem ter filhos a alargar e abrir o seu amor conjugal para receberem quem está privado de um ambiente familiar adequado. Nunca se arrependerão de ter sido generosos. Adotar é o ato de amor que oferece uma família a quem não a tem. É importante insistir para que a legislação possa facilitar o processo de adoção, sobretudo nos casos de filhos não desejados, evitando, assim, o aborto ou o abandono. Aqueles que assumem o desafio de adotar e acolhem uma pessoa de maneira incondicional e gratuita, tornam-se mediação do amor de Deus, que diz: "Ainda que a tua mãe chegasse a esquecer-te, Eu nunca te esqueceria" (cf. Is 49,15) (Exortação Apostólica Amoris laetitia, no 179).

Palavras encorajadoras e que ajudam a mudar o olhar. Se há a angústia porque não se consegue engravidar, adotar uma criança ou exercer a paternidade/maternidade de tantos outros modos é dar sentido ao sofrimento. O amor de Deus pode, assim, com tão grande contribuição, ser derramado mais e mais na sociedade e transformar vidas que nunca se pensou atingir!

A comunhão da Trindade é transbordada e a vida nova acontece em tantas pessoas por diversos meios.

Trecho extraído do livro "Nossa Senhora do Ó", de Gracielle Reis



Gracielle Reis

Gracielle Reis é missionária da Comunidade Canção Nova, sendo segundo elo, na missão de Portugal.

Carioca, jornalista pela Universidade Federal Fluminense (UFF): Bacharel e Licenciada em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ): e pós-graduação em Logoterapia, pela Associação de Logoterapia Viktor Emil Frankl (ALVEF).

Atualmente, jornalista na TV Canção Nova, em Portugal.

Em trabalhos com mulheres e famílias, também é instrutora do Método de Ovulação Billings e Consultora de Imagem, Estilo e Coloração Pessoal.

E-mail: graciellereis@gmail.com

Instagram: @gracielledasilvareis [https://www.instagram.com/gracielledasilvareis/]

Facebook: Gracielle Reis


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/os-filhos-sao-dons-de-deus/


30 de maio de 2022

Você tem uma vida equilibrada?


Você já sonhou com aquele dia… Dia não, melhor, com aquela vida que você tem tudo equilibrado, consegue viver e fazer todas as coisas bem? Consegue comer bem – nem muito, nem pouco –, ter tempo para os amigos, para a família e para si mesmo, trabalhar, fazer as orações que gostaria, divertir-se e descansar?

Seria maravilhoso, né? Mas não vou mentir, ter uma vida equilibrada é muito difícil, pois tendemos sempre a dar mais atenção a uma coisa do que a outra. Ora trabalhamos demais e descansamos pouco, ora nos divertimos demais e rezamos pouco, ora damos mais atenção para as pessoas do que para nós mesmos. Enfim, a vida é sempre uma balança que pende para um lado. Quando, na verdade, nós precisaríamos colocar os pesos adequados para cada coisa e deixar a balança da nossa vida sempre equilibrada.

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Foto Ilustrativa: Antonio_Diaz by GettyImages

Por que é tão complicado manter uma vida equilibrada?

Se sabemos que ter uma vida equilibrada é tão bom, por que é tão difícil? Por que, na maioria das vezes, não conseguimos? Ter uma vida equilibrada é muito difícil, porque nós temos um corpo insaciável. Na verdade, não é o nosso corpo em si, mas sim nossa alma, pois como ela não foi feita para as coisas desta terra, nunca se satisfaz. Mas como somos corpo, alma e espírito, e muitas vezes não sabemos que a "fome" da nossa alma é Deus, acabamos cedendo aos apelos da nossa carne.

Coitadinhos de nós! Queremos buscar o prazer, queremos nos divertir a todo custo, ser livres o tempo todo, e acabamos escravizados. Sim, confundimos prazer com liberdade. Muitos acreditam que se derem aquilo que o corpo pede – comida, prazeres, descanso –, sem ter que seguir nem um direcionamento, está sendo livre. Acham que estão sendo livres porque não estão se prendendo à "regra" de nenhuma "instituição" ou pessoa. Leve engano… Depois que aquele prazer ocasionado, seja pelo sexo, pelo jogo, pela comida e bebida, pelas drogas, a companhia de pessoas ou uma promoção no trabalho, acaba, o corpo pede de novo e depois de novo.

E aquilo que falam pra gente: "Você pode fazer o que quiser, porque você é livre", isso é uma mentira e das grandes! Porque, se depois daquele prazer, o seu corpo, o seu cérebro vão querer novamente, então já não se trata mais de uma escolha racional, mas sim apenas a sua carne querendo. Você já não é mais livre. Agora, você é um escravo da falsa liberdade que lhe venderam. Tornou-se escravo do seu corpo, da sociedade que diz para você fazer o que quiser, quando, na verdade, o que você quer mesmo é uma alegria verdadeira, uma alegria que não dura apenas algum tempo.


Quais são suas alegrias?

E essa alegria verdadeira – ouso lhe dizer – vem de uma vida equilibrada, e não entregue aos prazeres a todo custo. Quando você entende o quanto você ganha mesmo querendo dormir muito, mas não dormindo tanto; mesmo querendo comer mais, mas comendo o suficiente e não mais do que você precisa, e assim em todas as áreas da sua vida, você experimenta que pode se divertir, descansar, trabalhar, cuidar dos outros, cuidar de si mesmo, rezar e ser feliz não apenas por algumas horas, mas por todo o seu dia.

Jesus nos disse: "Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. Eu vos disse isto, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena" (Jo 15,10-11).

Nessa passagem, Jesus nos diz o segredo para uma alegria plena e uma vida feliz. Viver os mandamentos do Senhor, que longe de ser um monte de regras que ninguém é capaz de viver, é uma receita de felicidade. Os mandamentos são um verdadeiro código de conduta para uma vida de paz e tranquilidade.

Experimente ter uma vida equilibrada. Tenho certeza que você vai amar.



Regiane Calixto

Regiane Calixto é natural de Caxambu (MG). Membro da Comunidade Canção Nova, desde o ano de 2009, a missionária é graduada em Ciência da Computação e pós-graduada em Gestão de Veículos de Comunicação. Encontrou na tecnologia e na comunicação um grande meio para levar às pessoas o Evangelho vivo e vivido. Instagram: @regianecn


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/voce-tem-uma-vida-equilibrada/


27 de maio de 2022

Quais as mudanças essenciais para uma maternidade feliz?


Quando fiquei grávida pela primeira vez, ouvi várias vezes o seguinte: "Quando nasce um filho, nasce uma mãe". Na verdade, como se sabe, desde a gravidez – ou até quando estamos planejando ter um bebê –, passamos por uma série de fases de formação da maternidade. Além das que são comuns a todas, acredito que cada mulher tem suas fases próprias e, para todas, a maternidade é um processo de maturidade, desde que se busque isso. Quem galga os degraus dessa maturidade é feliz, porque sabe lidar melhor com a própria vida e leva com inteireza a missão que lhe é confiada. Porém, para tanto, não basta ter um filho, é preciso extrair dessa experiência o máximo do que necessitamos para crescer. A maternidade pode ser uma porta aberta para a nossa plenitude no dom de ser mulher se entendermos o nosso papel e o vivermos com grandeza de alma.

Mas como fazer isso?

Quais as mudanças essenciais para uma maternidade feliz?

Foto: Larissa Ferreira/cancaonova.com

Existe maternidade perfeita?

Apesar de ser uma experiência plena de sentido, quem é mãe sabe que essa não é uma tarefa fácil, ainda que nós – tendo filhos biológicos ou não – carreguemos no íntimo o potencial para ser mãe. Isso parece óbvio, mas precisa ser dito, porque muitas mulheres, movidas talvez por uma idealização, acham que, quando forem mães, tudo será perfeito, quando de fato não o é. Ou pelo menos não terá a nossa perfeição imaginada. As coisas precisarão ser construídas com paciência e, embora na gestação muitas mudanças já aconteçam, com os filhos nos braços, a mãe também vai ser formada, nutrida para crescer e se tornar aquela árvore frondosa que dará frutos e onde os filhos poderão se apoiar. Sendo assim, uma grande transformação que precisará acontecer é a da nossa ideia da mãe perfeita. Isso não quer dizer que devemos levar nossa missão com desleixo. Não! Isso apenas nos tira os pesos, as culpas e as estruturas engessadas que podem impedir que o Senhor nos forme nessa experiência, ou evitar um pedido de ajuda e busca de formação, ou ainda atrapalhar os aprendizados do dia a dia com os acontecimentos, erros e acertos. Põe-nos abertas a conhecer mais e aceitar nossos limites.

Outra grande transformação é a que chamo de mudança na vida prática. É importante aceitar que ela não será do mesmo jeito que antes e, a cada filho que nasce, novas alterações no ritmo de vida serão necessárias. Isso precisa ser visto e assumido com tranquilidade, mesmo que, no começo, haja dificuldades. Aqui é necessário um tempo de adaptação. O que deve ficar claro é que não há como fugir destas mudanças e, se as encaramos e se buscarmos com sabedoria esse ajuste, é possível viver a maternidade com mais tranquilidade e ser mais feliz do que antes, porque agora você realiza o grande dom que lhe foi dado.

Ser mãe é uma missão

Mais uma transformação importante é contar com a ajuda de Deus em tudo. Isso também parece óbvio, mas estou me referindo a coisas muito concretas, do cotidiano, sobre as quais, às vezes, não queremos " incomodar o Senhor". Se acreditamos que ser mãe é uma missão, não podemos encará-la, longe de quem a confiou a nós, d'Aquele que nos inspira, nos corrige e auxilia nas ações. É preciso encarar a realidade de que não sabemos tudo e não temos o controle total da vida de nossos filhos, nem quando muito pequenos. Eles pertencem a Deus, e é Ele quem tem a melhor resposta para o que lhes acontece. A mãe que conta com a ajuda do Alto será feliz se escutar o Senhor e agir segundo Suas direções, já que há um plano de Deus na vida de cada um dos nossos filhos, o qual precisamos conhecer a fim de colaborar para que eles aconteçam.


No mais, podemos nos empenhar em estar bem conosco em todos os sentidos, conhecendo-nos com profundidade, trabalhando o que em nós precisa ser mudado, para que, livres em Deus, saibamos dar aos nossos filhos o melhor de nós. Assim, plenas, encaramos os desafios que a maternidade proporciona, ao mesmo tempo em que vamos preenchendo nossa alma. Desse modo, encontramos a felicidade na vocação de ser mãe, mesmo na cruz que carregamos ao longo da vida. Que a Virgem Maria nos ajude nesta caminhada!



Elane Gomes

Missionária da Comunidade Canção Nova desde o ano 2000. Professora de Língua Portuguesa, radialista e especialista em Comunicação e Cultura. Mestra em Comunicação e Cultura. Atualmente trabalha no Jornalismo da TV Canção Nova de São Paulo. Prega em encontros pelo Brasil e atua como formadora de membros da Comunidade. É esposa, mãe e trabalha também com aconselhamento de casais.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/maternidade/quais-mudancas-essenciais-para-uma-maternidade-feliz/


25 de maio de 2022

Felicidade e desilusão caminham juntas?


Felicidade: palavra aparentemente simples, mas que reúne significados dos mais variados e altera o curso de nossa vida. "O importante é ser feliz; faça mais daquilo que te faz feliz". Essas e outras frases são cotidianamente atribuídas à busca incessante pela tal felicidade.

O incentivo para uma urgência em viver, impulsiona também o consumo, o lazer e o bem-estar quase que em forma massiva. Nesta mesma massa, coloca-se também a necessidade do "ser feliz" a qualquer custo e sempre de forma imediata que, muitas vezes, está ligada a uma necessidade de ter mais: mais dinheiro para comprar coisas, para dar segurança, para ter mais. Neste meio, a felicidade pelo ser alguém ou fazer por alguém se dilui.

Felicidade e desilusão caminham juntas

Foto Ilustrativa: picture by GettyImages

Teríamos vários conceitos filosóficos sobre felicidade, mas é importante perceber quando existe um paradoxo da felicidade, onde o bem-estar necessário é intensificado, que necessariamente passa por momentos de adaptação, de perda, de não-conquista. Busca-se incessantemente, mas há dificuldade efetiva em compreender que a felicidade não é um estado constante, mas momentos e situações que a propicia.

Afinal, o que é felicidade?

Aquele que nunca passou por uma desilusão em qualquer área da vida que levante sua mão. Todos nós, em maior ou menor grau, passamos por isso; e nós já vivenciamos que conquistar coisas, fazer algo, ou simplesmente viver, passa por etapas e fracassos, por mais difícil que seja acreditar.

Não há um estado seguro de felicidade e as gerações podem facilmente perceber isto. Felicidade é um período, um momento, uma situação. Por isso, é tão importante entender que a vida não pode ser uma de entretenimento, prazer, alegria e bem-estar contínuos. Ilude-se quem acredita que a vida é feita de apenas momentos bons.

Para conquistar um diploma escolar, fazemos provas difíceis, somos testados, nem sempre gostamos do professor ou estamos cansados. Mesmo assim, o resultado disso e objetivo que desejo em minha vida deve ser meu maior motivador.

Quando me formei psicóloga, muita gente olhava aquilo com desdém, dizendo que eu não conseguiria nada com aquilo, que ser psicóloga é coisa de gente maluca etc. Hoje, em 2022, é uma das profissões que mais cresceu. Mesmo assim, ela exige de mim, diariamente, uma dedicação intensa: estudo, preparo pessoal, leituras, paciência. Nem tudo é um mar de rosas, mas, ao ver pacientes melhorando, agradecidos, isto me traz uma satisfação e uma alegria imensas.


Decepção X felicidade

Decepções e felicidades andam juntas; por vezes, algumas maiores que as outras, mas se faz necessário treinar nosso olhar para o como lidamos com elas e o que vai acontecendo conosco quando nos frustramos. Impulsionar sofrimentos e apegar-se apenas a eles é caminho certo para o adoecimento e para uma vida que parece não ter sentido. Isto não significa que estou aqui desvalorizando as nossas dores e desilusões, mas a vida não é apenas isto.

Para alguns de nós, o empenho em dar um novo olhar para as situações é essencial: não se deixe levar unicamente pelo seu pessimismo e negativismo, porque este é o caminho que nos conduz a um questionamento eterno e pouca valorização do que vivemos de bom.

Vivemos de tentativas, planos, começos e recomeços… E aí está a beleza da vida, sem romantizar ou fantasiar nada. Vivemos e nos expomos a algumas situações das quais não temos controle porque dependem de terceiros, mas naquilo que está ao nosso alcance podemos dar um novo olhar.

Eu faço um esforço de, a cada final de dia, agradecer aquilo que de bom aconteceu e rever aquilo que não foi bom e preciso e está ao meu alcance. Nem sempre é simples, mas não é impossível. Treinar o olhar em ver a felicidade em pequenas situações que convivem com as desilusões nos dará outras percepções sobre a vida.



Elaine Ribeiro dos Santos

Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica pela USP – Universidade de São Paulo, atuando nas cidade de São Paulo  e Cachoeira Paulista. Neuropsicóloga e Psicóloga Organizacional, é colaboradora da Comunidade Canção Nova.



23 de maio de 2022

O que fazer quando Deus demora para atender nossas preces?


É muito mais fácil, para qualquer pessoa, agitar-se e correr do que se aquietar e esperar. São poucos os que esperam sem se indignar contra as "demoras de Deus", e é muito fácil descobrir os limites da própria paciência, mesmo entre os que confiam, porque esses limites são muito curtos.

Conhecer a promessa: "Pois que se uniu a mim, eu o livrarei; e o protegerei" (Sl 90,14), faz bem ao coração. É confortável saber e sentir que estamos revestidos da proteção de Deus.

Sob a proteção de Deus

Aqueles que se uniram assim ao Senhor colocaram-se debaixo de Sua guarda. Essa união é uma aliança; rompê-la é colocar-se novamente vulnerável. A questão é que muitas pessoas encontram dificuldade em entender e aceitar que estar sob a proteção do Senhor significa viver em completa obediência a Ele. Então, começam a imaginar se já não poderão satisfazer todos os seus desejos e seguir os próprios impulsos.

O que fazer quando Deus demora para atender nossas preces

Foto ilustrativa: fantom_rd by GettyImages / cancaonova.com

Essas pessoas correm um sério risco de se sentirem sufocadas, mas Deus sabe o porquê de colocar limites aos seus filhos. Ninguém melhor que um pai poderia dizer o motivo de, naquele momento, manter o seu pequenino seguro pela mão. É assim que ele garante a sua segurança, ajuda-o a manter o ritmo, sustenta-o quando tropeça, detém-no em situações de risco e o leva até que tenha firmeza no andar.

O pior que se pode fazer é abrir uma brecha e romper essa proteção em nome da satisfação dos apetites e prazeres. Tentar escapar da vontade de Deus não é esperteza, é desperdício de tempo e força. E a nossa força é tão grande quanto a nossa capacidade de esperar em Deus. Se você tiver paciência para aguardar que o Senhor o oriente em todas as situações da sua vida, irá experimentar uma força, um ânimo, uma disposição que o manterá firme, seguro, sereno.

Permita-se ser dirigido por Deus

"Deus nos fez perfeitos e não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos. Fazer ou não fazer algo só depende de nossa vontade e perseverança" (Albert Einstein). Deus escolheu você desde o momento em que o pôs neste mundo e lhe conferiu poder sobre todas as coisas que estão sob a responsabilidade d'Ele. Ficar firme à espera de que Ele manifeste a Sua vontade e nos mostre por qual caminho seguir é mais difícil do que agir. Mas os que assim permanecem, em confiante esperança, comovem o coração de Deus e experimentam o Seu poder. E, experimentando-o, atuam com poder.


Como é feliz o homem que se deixa dirigir por Deus e enfrenta, corajosamente, os problemas que encontra no caminho! É assim que se aproxima da meta dos seus desejos mais profundos. Quem escolhe essa trilha já é feliz a caminho.

"Meu filho, sofre as demoras de Deus, espera com paciência, a fim de que, no tempo exato sua vida se enriqueça na dor, permanece firme; na humilhação, tem paciência. Põe tua confiança em Deus e Ele te salvará" (Selecionado do livro do Eclesiástico, cap. 2).

Mantenha a esperança diante a espera

A espera causa um sofrimento e, talvez, você já tenha chorado muito; mas está escrito — a respeito de todos aqueles que passam por grandes tribulações —, que é o próprio Senhor quem os espera para "enxugar deles todas as lágrimas dos olhos" (cf. Ap 7,14;21,4).

É importante fazer dessa verdade uma experiência viva e respirar fundo, enchendo o coração de esperança, porque, sem esperança, nada se faz. Quando vemos alguém se levantar, sorrir de novo, acreditar a ponto de parecer que renasceu, é que ele provou o calor e a doçura da esperança.

Há mais pessoas desesperadas do que problemas sem solução. Existem certos venenos em animais peçonhentos que não matam, mas mantêm a vítima em total paralisia. Assim, não podem escapar, nem mesmo se defender. Também é assim quando se perde a esperança: tudo para, fica-se impotente diante das dificuldades da vida, mesmo das mais simples.



Márcio Mendes

Nascido em Brasília, em 1974, Márcio Mendes é casado e pai de dois filhos. Ex-cadete da Academia da Força Área Brasileira, Mendes é missionário da Comunidade Canção Nova, desde 1994, onde atua em áreas ligadas à comunicação. Teólogo, é autor de vários livros publicados pela Editora Canção Nova, dentre eles '30 minutos para mudar o seu dia', um poderoso instrumento de Deus na vida de centenas de milhares de pessoas.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/o-que-fazer-quando-deus-demora-para-atender-nossas-preces/


19 de maio de 2022

O que é e quais os sintomas da síndrome do pânico?


Maria tem 52 anos de idade e trabalha como secretária do lar em uma casa de família há mais de dez anos. Ela sempre toma o mesmo ônibus, no mesmo local e no mesmo horário. Um dia, após uma contrariedade em casa, ao se dirigir para o ponto de ônibus, começou a sentir um medo intenso, começou a tremer, a suar, a ter dores no peito e dificuldade para respirar. Na primeira vez em que teve esse quadro, ficou desesperada, a ponto de ir correndo a um Pronto Socorro perto da sua casa, pois achava que estava morrendo. Como teve vários ataques semelhantes nos últimos seis meses, esperou um pouco e, em dez minutos, foi melhorando, até que o ataque passou.

Às vezes, os ataques ocorrem em situações estressantes, como foi o caso da Maria, mas, muitas vezes, eles começam sem nenhum motivo aparente – a pessoa pode até mesmo acordar à noite com um ataque de pânico. Maria começou a ficar com medo de ter outro ataque e, assim, passou a evitar situações que podiam dispará-los, ou mesmo evitar locais onde, na eventualidade de um ataque, não pudesse ser socorrida. Maria, como outras pessoas com síndrome do pânico, começou a evitar lugares fechados, com muita gente, e sempre que tem que estar nesses locais, traça mentalmente rotas de fuga.

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Foto Ilustrativa: by Getty Images / PeopleImages

O termo "pânico" vem do grego panikon, que deriva do deus mitológico Pã. Segundo a crença dos antigos gregos, esse deus era habitante de bosques e campos e protetor de rebanhos e pastores contra todos os males. Era um ser horrível: da cintura para baixo, era um bode peludo e, da cintura para cima, humano, com enormes chifres. Quando aparecia para os camponeses, sempre de uma forma repentina, ocasionava enorme pavor, surgindo daí o nome pânico, como um terror repentino.

Pã teve um templo erguido na cidade de Atenas, em uma praça denominada Ágora, local do mercado onde se reuniam muitas pessoas. Essa é a origem da palavra agorafobia, inicialmente relacionada ao medo de locais amplos e com muita gente.

Foi somente a partir de 1980 que o transtorno do pânico foi reconhecido como um problema específico de ansiedade. Até aquela época, os ataques de pânico eram considerados, principalmente, como uma forma de ansiedade, que tinha nomes como: neurastenia cardiocirculatória; PiTi ou HY, codinome das crises histéricas reconhecidas nos serviços de emergência.

Atualmente, a patologia é bem definida e o Transtorno do Pânico (TP) caracteriza-se pela ocorrência espontânea e inexplicável de ataques de pânico concomitantes com, pelo menos, quatro dos seguintes sintomas:

• palpitações, taquicardia ou ritmo cardíaco acelerado;
• sudorese;
• tremores ou abalos;
• sensação de falta de ar ou sufocamento;
• sensação de asfixia;
• dor ou desconforto no peito;
• náuseas ou desconforto abdominal;
• sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio;
• desrealização ou despersonalização;
• medo de perder o controle e enlouquecer;
• medo de morrer;
• parestesias, formigamentos, anestesias;
• calafrios ou ondas de calor.

Despersonalização e desrealização

A despersonalização é uma sensação comum nos estados ansiosos que pode surgir mesmo fora dos ataques de pânico. Caracteriza-se por dar à pessoa uma sensação de não ser ela mesma, como se estivesse saindo de dentro do próprio corpo e observando a si mesma. A desrealização é a sensação de que o mundo ou o ambiente em volta estão diferentes, como se fosse um sonho ou houvesse uma nuvem encobrindo a realidade.

Cerca de um terço das pessoas com transtorno do pânico desenvolvem agorafobia, uma forma extrema de evitação fóbica, o que, na verdade, é o medo de ter medo. Muitas pessoas, por conta da agorafobia, evitam sair de casa, isolando-se socialmente, criando espaço para a ocorrência da depressão, situação muito associada à síndrome do pânico.

E como ocorre?

A ocorrência de um ataque de pânico é insuficiente para se fazer o diagnóstico da doença. Dez a doze por cento da população geral relatam que, nos últimos doze meses, já sofreram pelo menos um ataque de pânico inesperado, mas somente dois a seis por cento da população geral preenchem todos os quesitos necessários para o diagnóstico do Transtorno do Pânico.

Alguns sintomas do TP são também achados frequentes em doenças do coração, como dor torácica, palpitação, sudorese, sensação de asfixia, sufocação e ondas de calor. Essa sintomatologia quase sempre é responsável pelos pacientes procurarem serviços de emergência em cardiologia durante as suas crises. Daí vem a grande familiaridade dos cardiologistas com essa doença.

Os portadores de pânico costumam ter tendência à preocupação excessiva com problemas do cotidiano, bom nível de criatividade, excessiva necessidade de estar no controle da situação, expectativas altas e pensamento rígido, além de ser competentes e confiáveis.


Esses pacientes têm tendência a subestimar suas necessidades físicas

Frequentemente, esses pacientes têm tendência a subestimar suas necessidades físicas, envolvendo-se demais com suas atividades profissionais, o que ocasiona estresse acentuado. Eles costumam reprimir pensamentos negativos, sendo os mais comuns o orgulho, a irritação e seus conflitos íntimos. Sua maneira de ser os predispõe a situações de grande estresse, levando a um aumento da atividade de determinadas áreas cerebrais e desencadeando um desequilíbrio bioquímico local, com consequente ocorrência de um ataque de pânico.

O transtorno do pânico é marcado por ataques de pânico frequentes e que se repetem sem aviso. Além disso, eles são seguidos por intensa ansiedade antecipatória sobre ter outro ataque ou sobre as consequências de um ataque (por exemplo, perder o controle ou ter um ataque cardíaco).

Causa

O transtorno do pânico tem causas biológicas e psicológicas, conhecendo-se vários genes que podem estar envolvidos na sua gênese, de modo que existe um caráter hereditário dessa doença.

Quem está em risco?

As mulheres são duas vezes mais propensas que os homens a sofrer de transtorno do pânico. O distúrbio, geralmente, começa durante a adolescência tardia ou início da idade adulta. Ter um parente próximo com transtorno do pânico aumenta o risco de desenvolvê-lo em dez a vinte por cento; ter um gêmeo idêntico com transtorno do pânico aumenta o risco em trinta por cento.

Sintomas da Síndrome do Pânico

• Preocupação persistente em ter outro ataque de pânico ou alterações de comportamento para evitar ter mais ataques;
• Ataques de pânico não ligados a situações particulares e que podem ocorrer inesperadamente;
• Medo súbito ou terror e sensação de catástrofes iminentes;
• Dificuldade de respiração, sudorese, palpitações, mãos frias, sensação de morte iminente;
• Sensação de que vai enlouquecer ou perder o controle de si mesmo.

Trecho extraído do livro "Livre para viver", de Dr. Roque Savioli.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/o-que-e-e-quais-os-sintomas-da-sindrome-panico/