23 de março de 2022

Oração de libertação de nossa casa


Após fazê-la, reze um Pai-Nosso e jogue água abençoada em todos os cômodos. Esta oração de libertação pode ser feita em casa com a família toda reunida


Reze a oração de libertação para a sua casa

Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo. Amém!

Pai de infinita bondade, estou consagrando ao Senhor a minha casa, este lugar em que moro com meus familiares.

Muitas casas se tornam lugares de brigas, de disputas por heranças, de dívidas financeiras, choros e sofrimentos. Algumas são cenários de adultério, outras se transformam em lugar de ódio, vingança, prostituição, pornografia, devassidão, roubos, tráfico de drogas, falta de respeito, doenças graves, doenças psicológicas, agressividade, mortes e abortos.

Oração-de-libertação-de-nossa-casa

Às vezes, enquanto a casa é construída, alguém, pelos mais variados motivos, amaldiçoa os donos ou os materiais de construção usados. Isso não é bom para o lugar em que vivemos. Por isso, eu Te peço, Senhor, retira tudo isso do nosso lar.

Se o terreno, no qual está a casa, foi motivo de disputas judiciais e heranças mal resolvidas, o que pode ter gerado mortes, acidentes, violência e agressividade, peço, Senhor, que nos abençoes e afaste de nós todo esse mal!

Eu sei que o inimigo se aproveita dessas situações para instalar seu quartel geral, mas também sei que Tu tens o poder de expulsar daqui todo mal. Por isso, peço que o demônio vá direto aos Teus pés e nunca mais volte para esta casa.

Hoje, tomei a decisão de consagrar esta casa a Ti. Peço que, assim como foste à casa dos noivos de Caná da Galileia e ali fizeste o Teu primeiro milagre, venha hoje à minha casa e expulse todo o mal que possa estar nela enraizado e as possíveis maldições nela impregnadas.

Senhor, expulsa todo o mal!

Por favor, Cristo Senhor, expulsa agora, com o Teu poder, todo mal, toda falsa enfermidade, o espírito de separação, o adultério, os problemas financeiros, os espíritos malignos de agressividade, de desobediência, de bloqueios afetivos e familiares, toda e qualquer consagração, feitiço, benzimentos ou evocação dos mortos, simpatias ou uso de cristais, energização, todo tipo de vulto e barulho (cite outros incômodos que não estão aqui listados e que o (a) perturbam).

Que esses males sejam expulsos agora deste lugar, em nome de Jesus, e nunca mais voltem, pois esta casa agora pertence a Deus e a Ele é consagrada!


Senhor, eu Te peço, expulsa daqui toda a agressividade entre irmãos, toda briga, a falta de respeito e violência entre pais e filhos, entre o casal que aqui habita, entre os moradores desta casa e os vizinhos.

Que os anjos de Deus venham morar conosco. Que cada quarto, sala, banheiro, cozinha, corredor e área externa sejam agora habitados por eles. Que nossa casa seja uma fortaleza habitada e protegida pelos anjos do Senhor, para que nossa família permaneça em oração, na fidelidade do amor a Deus, e que nela habitem a paz e a plena concórdia.

Muito obrigado, Senhor, por atender as minhas preces! Que a cada dia possamos Te servir; e que sejamos sempre agraciados com a Tua bênção. Saiba, Senhor, que esta casa Te pertence. Fica conosco, Senhor. Amém!

Padre Vagner Baia
Sacerdote da Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/oracao/oracao-de-libertacao-de-nossa-casa/


21 de março de 2022

Você tem cuidado com aquilo que semeia a sua volta?


Um provérbio popular diz que "quem semeia ventos colhe tempestade", e há a sua razão de ser. Na verdade, esse ensinamento está na Bíblia. O profeta Oseias alertou o povo, quando este praticava a idolatria, para a invasão dos assírios por volta do ano 732 a.C., que levou as tribos de Israel para o exílio.

"Visto que semearam ventos, colherão tempestades, não terão sequer uma espiga, e o grão não dará farinha; e, mesmo que a desse, seria comida pelos estrangeiros." (Os 8,7)

Nós podemos semear o que quisermos, mas teremos, obrigatoriamente, de colher o fruto do que semeamos.

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Foto Ilustrativa: Andréia Britta/cancaonova.com

Quem semeia no Espírito colherá a vida eterna

São Paulo alertou os gálatas: "Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá. Quem semeia na carne, da carne colherá a corrupção; quem semeia no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos, se não relaxarmos. Por isso, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos os homens, mas particularmente aos irmãos na fé." (Gal 6,7-10)

Podemos semear coisas boas e ruins por pensamentos, palavras e obras. A Palavra de Deus nos alerta muito sobre isso.

"Não semearás a difamação no meio de teu povo, nem te apresentarás como testemunha contra a vida do teu próximo." (Lv 19,16).

Quando alguém diz o que não deve, escuta o que não quer. Quando ofende alguém, logo recebe o troco. É melhor pensar antes o que devemos falar. "Em boca fechada não entra mosca".

Devemos medir nossas palavras

Jesus nos alerta severamente sobre as nossas palavras lançadas ao vento: "Eu vos digo, no dia do juízo, os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás justificado ou condenado"(Mt 12,36).

E São Paulo disse aos efésios: "Nenhuma palavra má saia de vossas bocas, mas só boas palavras que sirvam para edificação e que sejam benfazejas aos que a ouvem" (Ef. 4,29).

São Tiago chega a dizer que "se alguém não cair por palavras, este é um homem perfeito, capaz de refrear todo o seu corpo. Quando pomos o freio na boca do cavalo, para que nos obedeça, governamos também todo o seu corpo. Vede também os navios, por grandes que sejam, e embora agitados por ventos impetuosos, são governados por um pequeno leme à vontade do piloto".

Os frutos

Os frutos que colhemos são consequência dos nossos atos, pensamentos e palavras que semeamos. São Paulo pergunta aos romanos e a nós hoje:

"Que frutos produzíeis, então? Frutos dos quais agora vos envergonhais. O fim deles é a morte. Mas agora, libertos do pecado e feitos servos de Deus, tendes por fruto a santidade; e o termo é a vida eterna, porque o salário do pecado é a morte, enquanto o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rom 6,21-23).


Vigiai os pensamentos

Precisamos vigiar muito os nossos pensamentos, porque eles preparam as nossas ações. É preciso guardar o coração. Jesus disse que "é do interior do coração dos homens que procedem os maus pensamentos: devassidões, roubos, assassinatos, adultérios, cobiças, perversidades, fraudes, desonestidade, inveja, difamação, orgulho e loucura" (Mc 7,21).

Ensina-nos a sabedoria do Eclesiástico: "Feliz o homem que não pecou por palavras" (Eclo14,1).

"Muitos homens morreram pela espada, mas não tanto quantos morreram pela língua" (Eclo 28,22). O provérbio popular diz que "o peixe morre pela boca". Então, é preciso vigiar nossa língua e nossos pensamentos para que não gerem maus atos. "Dirão os meus lábios palavras de sabedoria, e o meu coração meditará pensamentos profundos." (Salmo 48,4)

"Os pensamentos dos justos são cheios de retidão; as tramas dos perversos são cheias de dolo." (Pr 12,5)

São Paulo insiste com os filipenses: "Além disso, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos". (Fil 4,8).

Conduza sua forma de pensar para Deus

Nossos pensamentos e ações nem sempre são os de Deus:

"Pois meus pensamentos não são os vossos, e vosso modo de agir não é o meu, diz o Senhor; mas tanto quanto o céu domina a terra, tanto é superior à vossa a minha conduta e meus pensamentos ultrapassam os vossos" (Isaías 55,8-9). Portanto, cabe a nós semearmos "boas sementes", não como aquele joio inócuo que o inimigo lançou no meio do trigo para confundir. Devemos semear o amor de Deus e boa Palavra do Senhor:

"Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não volvem sem ter regado a terra, sem a ter fecundado, e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado minha vontade e cumprido sua missão" (Isaías 55,10-11).

Jesus disse que aquele semeador da parábola lançou quatro tipos de sementes, mas apenas uma vingou, porque as três primeiras caíram à beira do caminho, nas pedras, e nos espinheiros e não deram fruto, mas uma caiu em terra boa e deu muitos frutos. (Mateus 13, 4ss).

Então, além de semear boas sementes, devemos preparar e escolher os bons terrenos nas almas, para que deem frutos. Não jogar a boa semente de qualquer jeito; "não dar pérolas aos porcos", disse Jesus. E ele compara a nossa vida a uma sementeira:

"Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto" (Jo 12,24-26).

Vivendo com Deus e para Deus, morrendo para nós mesmos, é que faremos a boa sementeira de nossa própria vida e daremos bons frutos para Deus e para os irmãos.

 



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br e Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/voce-tem-cuidado-com-aquilo-que-semeia-a-sua-volta/


18 de março de 2022

Como possuir uma profunda intimidade com Deus?


Intimidade quer dizer aquilo que há de mais profundo no homem e em Deus. Está ligado ao "dar-se a conhecer profundamente". O próprio ser humano precisa querer dar-se a Deus no mais profundo de si, porque Deus conhece o nosso íntimo, mas é preciso buscar uma amizade profunda com Deus, a ponto de dizer: "Já não sou eu quem vivo, mas é Cristo que vive em mim" (Gl 2,20).

Só teremos uma profunda intimidade com Deus por meio do Espírito Santo, pois só Ele pode nos levar a uma plena comunhão de alma com Deus. "A nós, porém, Deus o revelou pelo Espírito. Pois, o Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as profundidades de Deus" (I Cor 2,10). O Espírito nos leva para as profundezas de Deus, ou seja, à intimidade; é Ele quem nos revela Deus.

Deus em nós e nós em Deus

Segundo Raniero Cantalamessa, o Espírito Santo (Ruah) "indica o que de mais íntimo e secreto há em Deus; e indica o que há de mais íntimo e secreto no homem, seu princípio vital, sua própria alma".

Como possuir uma profunda intimidade com Deus?

Foto Ilustrativa: by Getty Images / Khanchit Khirisutchalual / cancaonova.com

Com razão, Santo Agostinho dizia: "Deus me é mais íntimo a mim do que eu mesmo". "Quem, pois, dentre os homens conhece o que é do homem, senão o espírito do homem que nele está? Da mesma forma, o que está em Deus, ninguém o conhece senão o Espírito de Deus" (I Cor 2,11).

O Espírito nos leva à profundidade com Deus e, com o Espírito, o Senhor torna-Se nosso hóspede. Por isso, Ele é conhecido como o "Doce Hóspede da Alma". Assim, pode até se dizer: é Deus em nós e nós em Deus, por meio do Espírito Santo.

Quando uma alma quer ser íntima de Deus, Ele se apropria dela, há uma afeição, um profundo amor. Deus é atraído a ponto da pessoa tornar-se uma oikeiosis (casa), onde Ele pode habitar. São Basílio Magno diz: "o Espírito Santo é Aquele que cria a intimidade com Deus".

"O Espírito habita na Igreja e nos corações dos fiéis como num templo. Neles ora e dá testemunho de que são filhos adotivos" (LG,4).


Intimidade com o Senhor

Ser íntimo do Senhor é apresentar-se ou estar diante d'Ele despojado de si mesmo; é desvelar-se, tirar as máscaras; esvaziar-se totalmente; apresentar-se como dependente unicamente d'Ele; sair da hipocrisia para a transparência. Estar totalmente "nu" diante de Deus implica, também, em não ter vontade própria; assumir a vontade de Deus e não estar cheio de si.

O viver submisso a Deus é caminho para uma profunda intimidade com Ele. Daí parte o ser dependente do Senhor. Assim, a vida torna-se plena de sentido quando nos rendemos ao Seu doce amor e à ação do Espírito. A nossa maturidade espiritual só será plena, só chegará ao ápice, quando entendermos o que significa sermos totalmente dependentes de Deus.

A intimidade com o Senhor, com a Trindade, vai muito além de uma experiência mística, adoração etc.; ela é parte da morada de Deus. Por isso, quem é íntimo de Deus não fica preso a nada, ao contrário, experimenta a liberdade plena. Contudo, ser íntimo é ser livre diante da pessoa, sem medo ou constrangimento.

"Dessa intimidade com o Deus fiel, lento para a cólera e cheio de amor, Moisés tirou a força e a tenacidade de sua intercessão" (CIC 2577).


Padre Reinaldo Cazumbá

Sacerdote membro da Canção Nova, estudante de psicologia, atua no Instituto Teológico Bento XVI e também exerce a função de diretor espiritual dos futuros sacerdotes da comunidade. Autor de livros publicados pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/como-possuir-uma-profunda-intimidade-com-deus/


16 de março de 2022

Precisamos buscar a cura das nossas carências afetivas


Todos nós precisamos ser amados e, consequentemente, amar. Buscamos ser acolhidos pelas pessoas, abraçados, beijados e elogiados; e isso faz bem para todos nós, pois nos cura e liberta de nossas carências. Quando isso não acontece, surge a chamada carência afetiva, o vazio de amor que permanece no coração humano pelo fato de não ter recebido amor suficiente na gestação, na infância ou adolescência.

As carências afetivas manifestam-se de muitas maneiras no comportamento, como a busca de prazeres sensíveis: a maneira de lidar com as pessoas e os objetos, estar no centro das atenções, "inventar modas", criar situações, revoltar-se, fazer críticas, "grevezinhas" e até na maneira como está comendo (compensação).

Precisamos buscar a cura das nossas carências afetivas

Foto ilustrativa: pecaphoto77 by Getty Images / cancaonova.com

Nossas carências afetivas nascem já no seio familiar

Tudo começa já no seio da família, quando uma pessoa não recebe bastante amor de seus pais e irmãos. Então, ela se torna egoísta, fechada em si mesma, vive descontente, critica seus pais e briga o tempo todo. Entra na fase escolar e tenta mendigar ou comprar o amor de professores e colegas, sempre quer ser o centro das atenções. Tudo isso acaba desembocando em um namoro no qual se busca o outro não para o amar, e sim para ser amado. É no namoro que vai tentar suprir o amor que não recebeu dos pais, transferindo-o para o namorado. Assim, nascem os ciúmes, as brigas e cobranças. Lança-se ao outro manifestando os abraços, beijos, carícias, contatos físicos e até relação sexual. Tudo isso na tentativa de suprir a falta de amor.


Algumas dicas para sermos curados de nossas carências:

1- Reconhecermos que somos carentes e precisamos de cura;
2- Enfrentarmos essa realidade, nunca fugirmos dela;
3- Recebermos o amor puro das pessoas, como amigos, pais, namorados;
4- Buscarmos a cura interior com pessoas de nossos grupos ou comunidades;
5- Amarmos nossa história de salvação e rezarmos pela nossa cura, se possível, diante de Jesus Sacramentado;
6- Perdoarmos as pessoas que nos magoaram ou feriram, que não nos deram amor;
7- Termos uma vida de oração, adoração e comunhão.

Tudo isso vai ser concretizado pelo batismo no Espírito Santo, em que Deus vai curá-lo profundamente, com Seu amor de Pai.


 


Padre Reinaldo Cazumbá

Sacerdote membro da Canção Nova, estudante de psicologia, atua no Instituto Teológico Bento XVI e também exerce a função de diretor espiritual dos futuros sacerdotes da comunidade. Autor de livros publicados pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/precisamos-buscar-a-cura-das-nossas-carencias-afetivas/ 


14 de março de 2022

Como ser uma mulher conforme a Palavra de Deus


Deus criou a mulher para ser um apoio físico, emocional, espiritual e conjugal. Na criação, o Senhor disse: "Não é bom que o homem esteja só: vou fazer-lhe uma auxiliar que lhe corresponda" (Gn 2,18). Quando Deus tirou aquela costela de Adão para fazer a mulher, Adão dormiu solteiro e acordou casado. Buscar a vocação ou o chamado de Deus para a vida de cada uma é um passo para ser uma mulher segundo o coração do Criador.

É importante notar que o ato criador foi de Deus, que transformou a costela, dando à mulher o seu Ser. Ela é parte do homem, mas seu primeiro e primordial contato é com seu Criador. Portanto, a Bíblia ensina que para ser feliz é preciso buscar o senso elementar de Deus. É ilusório buscar uma espiritualidade se não reconhece que foi obra de Deus e que não se fez sozinha. É preciso também enxergar a perfeição dessa criação e que o divino reluz dentro de cada ser. Precisamos valorizar o ser mulher, mas, acima de tudo, o fato de sermos de Deus.

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Foto Ilustrativa: Tutye by Getty Images

O ser mulher

Quando Adão sai do seu sono profundo e olha para aquela mulher, ele diz: "Osso de meus ossos e a carne de minha carne!". O Criador sabia que Adão não estaria completo sem Eva. Ele seria um homem solitário. Deus criou a mulher para que ela se tornasse a perfeita companheira do homem. No caso específico, o texto bíblico fala da relação de casal, porque a mulher edifica ou destrói um lar. Ler a Bíblia e aprender com as mulheres, as quais largaram suas raízes para seguir seus maridos, que foram companheiras na alegria e na tristeza, é fundamental. Nos nossos dias, muitas querem ser felizes, mas se esquecem de que precisam, primeiramente, fazer o outro feliz.

Uma mulher conforme a Palavra de Deus é aquela que faz somente o bem a todos aqueles que a rodeiam. Sabe fazer do silêncio sua arma, em vez de usar palavras ofensivas. É boa ouvinte, não se deixa vencer pelo cansaço ou desânimo, mantém o bom ânimo e a generosidade. Claro que não é fácil, mas o caminho da santidade é não se contentar com suas dificuldades, mas lutar em Deus em busca da perfeição.

A mulher precisa estar atenta ao físico e ao espiritual

Ser mulher é refletir antes de falar ou agir, o que faz com que seus filhos a respeitem e a admirem. Enfim, ser mulher é não se preocupar apenas com seu bem-estar físico, mas também com seu bem-estar espiritual, porque o tempo é breve e a herança futura resultará das escolhas de hoje. Nesse sentido, Maria é o modelo para todas as mulheres. Ela conseguiu enfrentar com dignidade situações estressantes, mantendo-se serena mesmo no sofrimento indecifrável perante o suplício de Jesus. Assim devemos ser: mais silenciosas, éticas, generosas e fiéis ao Senhor.


No Antigo Testamento, podemos ver o exemplo de Ana, uma pessoa provada até o âmago do seu ser – tem-se até a impressão de que algum poder invisível está em operação para extinguir a sua vida. Ana deve ter se sentido assim. Tinha derramado lágrimas sem fim, porque se sentia abandonada por Deus, por não ter filhos. A outra esposa do seu marido nunca perdia uma ocasião de lembrar-lhe a sua esterilidade. Ela é uma intercessora, faz suas orações e vai várias vezes ao tabernáculo. Num determinado dia, cansada do seu sofrimento e sem vislumbrar uma solução, Ana perde o controle. Joga-se aos pés do Senhor e derrama sua alma, expondo sua amargura. Sua oração veio do fundo do coração, e clamou ao único que podia socorrê-la.

Aprendemos com as mulheres da Bíblia que a oração pode ser pequena, em baixa ou alta voz, na solidão do quarto ou em assembleia, mas precisa ser relacional e compromissada com Deus, com uma verdadeira vontade de ter uma vida. O atendimento do pedido passa a ser uma vontade de Deus em busca da salvação individual e coletiva.



Angela Abdo

Mestre em Ciências Contábeis pela Fucape, pós-graduada em Gestão de Pessoas pela FGV, Gestão de Pessoas pela Faesa, graduada em Serviço Social pela Ufes e psicanalista. Consultora e Executiva na área de RH e empresa hospitalar. Foi coordenadora do grupo fundador do Movimento Mães que Oram pelos Filhos da Paróquia São Camilo de Lellis, em Vitória (ES) e do grupo de Amigos da Canção Nova de Vitória. Atualmente, é coordenadora nacional e internacional do Movimento Mães que Oram pelos Filhos. Escritora dos livros "La Salette, o grito de uma Mãe!" (2018), "Superação x Rejeição: Aprendendo a ser livre" (2017), "Ser Mulher À Luz da Bíblia: Porque Deus Pode Tudo!" (2016) e "Mães que Oram pelos Filhos" (2016). Participa do programa "Papo de Mãe que Ora", no canal Mães que Oram pelos Filhos Oficial, e do "Mães que Oram pelos Filhos", na Rádio América.  Autora de livros publicados pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/afetividade-feminina/como-ser-uma-mulher-conforme-a-palavra-de-deus/


11 de março de 2022

Como alcançar a força e a vitória em Jesus Cristo?


A fé católica é centrada na pessoa de Cristo. Ele é Deus e, sendo Deus, é onipotente, ou seja, tem poder sobre todas as coisas e vence qualquer exército, porque fortaleza e vitória estão nele. Como Filho de Deus, Cristo também é Senhor. Tudo a Ele está submetido, como nos garante as Sagradas Escrituras: Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor" (Fl.2,11).

Em outra passagem bíblica, o Senhor também nos garante que "em todas as coisas somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou" (Rm. 8,37). Dessa forma, não há inimigo, criatura, situação ou coisa qualquer que o possa vencer.

Falando a respeito de Cristo Senhor, o Catecismo da Igreja Católica também nos lembra que "ao longo de toda a sua vida pública, seus gestos de domínio sobre a natureza, sobre as doenças, a morte e o pecado demonstravam sua soberania divina" ( Catecismo 447). É por tudo isso que, como cristãos, podemos dizer, com plena certeza, que "a nossa força e a nossa vitória estão em Jesus".

Como alcançar a força e a vitória em Jesus Cristo

Foto Ilustrativa: DaveLongMedia by GettyImages/ cancaonova.com

No entanto, muitas vezes, nos questionamos: "Por que não alcançamos certas graças ou não vencemos em determinadas lutas? Por que nos sentimos tão fracos? A questão que, certamente, deveríamos nos fazer é: Estamos, de fato, em Cristo? Este "estar em Cristo" traz dois sentidos que gostaria de destacar:

O verdadeiro significado de estar em Cristo

O primeiro sentido é o da condição, é o modo como devemos estar. Existe algo que precisa acontecer para que alcancemos êxito em nossas lutas: Estar em Jesus, isto é, unidos a Ele e ao Seu projeto a nosso respeito. Precisamos estar inseridos e empenhados em Seu plano de amor por nós. Devemos entender o que Ele deseja para a nossa vida e colaborarmos com isso. Nesta condição – inteiramente rendidos ao que o Senhor nos propõe e direcionados pela Sua Palavra –, teremos a força e a vontade de ver Sua obra chegando ao Seu objetivo e, certamente, o alcançaremos, porque é do agrado de Deus. Batalharemos por algo que o Senhor nos quer dar. Desse modo, a vitória é certa!


O segundo é o sentido de lugar. Nossa força e vitória estão em um lugar específico: Cristo, Deus e Senhor. Não é fora d'Ele, não é numa instituição, numa outra pessoa ou coisa, mas somente em Jesus – forte e vitorioso – que está a fonte dos dons com que Ele mesmo quer nos presentear. Toda graça está n'Ele. Podemos então buscar, no Senhor, a capacidade de enfrentar com disposição de alma os desafios e alcançar a vitória que nos foi reservada, pois foi a Ele que tudo foi dado. Sua presença, agindo em nossa natureza humana, nos impele a lutar e a vencer.

A força e vitória de Deus

Outro ponto importante que precisamos levar em conta, nesta reflexão, é que a vitória e a força do cristão não são as mesmas impostas pela mentalidade deste mundo. Algumas vezes, a vitória para mim e para você será apenas a de poder lutar e não se deixar vencer pelo medo ou a frustração de não ter tentado. Poderá ser também a vitória de ter se tornado melhor durante a batalha, ainda que não se alcance o que se almejou no início da luta. Outros frutos vieram! Isso já nos faz vencedores. Muitas vezes, nossa força será não nos deixarmos enfraquecer pela turbulência e as contrariedades, ainda que sintamos as dores dos golpes.

A fé é a porta aberta para isso, é a fé de entrega e confiança, a qual, muitas vezes, nos faz dar passos que não seguem a lógica da razão, mas sim a de quem acredita mesmo sem ver. A fé deve ser o modus operandi de cada um que acredita no Cristo. É a forma como atuamos no mundo, em cada situação desafiadora que nos é apresentada, caminhando sobre as águas, vendo vitórias onde só haveriam derrotas e sendo fortes diante daquilo que nos levaria a fraquejar.

Entregue suas lutas e fraquezas ao Senhor

Contudo, a fé se alimenta da oração, desses encontros diários e a sós com Jesus. Forte e vitoriosa é a alma que ora. Se essas características vêm de Jesus, não há como as alcançar se não formos íntimos de seu coração. Quando somos amigos de alguém, é fácil obtermos dele algo de que necessitamos. Sabemos que ele o tem e que, a qualquer momento que precisarmos, sendo nosso amigo, nos dará. Jesus já tem em Suas mãos a vitória e a força de que necessitamos hoje. Num ato de fé, coloquemo-nos em oração e Lhe apresentemos nossas lutas e fraquezas, usemos a Palavra, porque nela há uma série de versículos que nos levam a não desanimar. Creiamos que, por amor, o Senhor nos dará a vitória neste dia.

Comece sua oração por esses versículos

"O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem temerei? O Senhor é o protetor de minha vida, de quem terei medo?" (Sl, 26,1) "Porque o Senhor, vosso Deus, marcha convosco para combater contra os vossos inimigos e para vos dar a vitória." (Dt. 20,4) "Nada temas, porque estou contigo, não lances olhares desesperados, pois eu sou teu Deus; eu te fortaleço e venho em teu socorro, eu te amparo com minha destra vitoriosa." (Is. 41,10)


 


Elane Gomes

Missionária da Comunidade Canção Nova desde o ano 2000. Professora de Língua Portuguesa, radialista e especialista em Comunicação e Cultura. Mestra em Comunicação e Cultura. Atualmente trabalha no Jornalismo da TV Canção Nova de São Paulo. Prega em encontros pelo Brasil e atua como formadora de membros da Comunidade. É esposa, mãe e trabalha também com aconselhamento de casais.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/como-alcancar-a-forca-e-a-vitoria-em-jesus-cristo/


9 de março de 2022

Quais situações vivemos, no dia a dia, são consideradas pecaminosas?


Continuando nossa série de textos voltados para o sacramento da confissão, após ter meditado, nas semanas anteriores, sobre o que é o pecado, como saber se pecamos, a distinção entre os graves e veniais, e os elementos do sacramento da confissão, vamos, agora, tratar das ocasiões que em si são pecaminosas, mas cujas práticas são lícitas, dependendo da situação. Aliás, às vezes, seremos obrigados a praticá-las.

Existem dois tipos de cooperação com o mal: formal e material.

A cooperação formal ocorre quando, para executar um ato mau, precisamos fazer um outro ato mau primeiro. Por exemplo: assaltantes fazem um plano para assaltar um banco, mas, para isso, eles abordam você primeiro e o obrigam a matar o guarda. Matar o guarda, que é um mal em si, é condição para fazer um outro ato mau: assaltar o banco. Matar o guarda é a cooperação formal com o mal de assaltar o banco.

Foto Ilustrativa: Bertlmann by Getty Images

Situações pecaminosas e os tipos de cooperação

A cooperação material seria uma ação que, em si, não é má ainda, mas ela poderá conduzir à execução de um ato mal posterior. Daí, ela se torna má, dependendo da ação seguinte. Ainda no assalto ao banco, em vez de ter de matar o guarda, os assaltantes o obrigam a abrir a porta para eles entrarem. Abrir a porta em si não é um mal.

A cooperação material pode se dividir em dois tipos: necessária e indiferente.

A cooperação necessária, ainda no caso do assalto ao banco, seria quando só você tem a chave para abrir a porta. A indiferente seria quando, você, sendo o assaltante, obriga a outro a abrir a porta. Se a pessoa se recusar a abri-la, tendo a possibilidade, você a abre do mesmo jeito. O assalto acontece de qualquer modo, alguém abrindo ou não a porta.

Com o tempo de auto-observação, esse discernimento se torna muito rápido, mas é preciso começar a meditar sempre que tiver diante de si a questão: aquilo que estão pedindo para eu fazer é cooperação com o mal? Formal ou material? Se for material, é necessário ou indiferente?

Situações de pecado

Quando a cooperação for formal, você nunca poderá aceitar, mesmo que seja preciso enfrentar a morte. Você não pode cooperar em caso nenhum!

Quando é material, tem de avaliar o dano que você pode sofrer caso haja a recusa. Dependendo do dano, se for muito grande, você deve cooperar. Se for igual, pode cooperar ou não. Se for menor, deve recusar cooperar, supondo que a cooperação seja necessária.

Por exemplo: Você é refém de um grupo de assaltantes que o mandam ir na frente deles a um banco e matar o guarda. Isso é cooperação formal. Você não pode matar o guarda. Se eles disserem que vão matar você e depois vão matar o guarda, mesmo assim você não pode cooperar. Você não pode matar um inocente, mesmo que seja pelo bem da própria vida. O que vai acontecer em diante, cada qual responderá diante de Deus.

Agora, se o caso for somente um "abrir a porta", nesse caso, você pode abrir a porta. Sua vida vale mais do que qualquer dinheiro que tenha em um banco. Mesmo que, ao abrir a porta, os assaltantes matem alguém no banco, isso não é certeza, pois pode também acontecer de não haver morte.

Se lhe pedirem para abrir uma porta, para que possam matar alguém ali dentro, e você não a abrir, na hipótese de que o máximo que vai lhe acontecer seja uma surra, não se deve abrir a porta, pois levar uma surra é menor que a cooperação com a morte de alguém. Se o caso for o exato contrário, você deve abrir a porta.

A prática do bem

É preciso crescer na virtude da prudência, porque, mesmo que seja para a prática do bem, é preciso discernimento para que não venha a ter complicações sérias para si, que podem acarretar em mal moral.

Existe para isso a ordem da caridade. São elas:

Necessidade extrema: englobam os casos de vida ou morte de outro ou a própria.
Necessidade grave: são situações em que a sua ação poderá incorrer em problemas sérios para si. Algum grave prejuízo ou sua morte, desemprego, perda de tudo.
Necessidade leve: são situações que incorrem em prejuízos leves para si.


Exemplos

Quando você não tem obrigação de ofício e encontra uma pessoa em uma situação difícil, é preciso julgar segundo os critérios acima. Se, ao socorrer alguém, você ficar pior que a pessoa, não há obrigação de socorrer. Se seu prejuízo foi menor, há a obrigação de socorrer.

Ao ver alguém se afogando, estando somente você por perto sem saber nadar, a pessoa pode estar em necessidade extrema, mas se tentar salvá-la, você entrará em igual necessidade. Não há obrigação moral de ajudá-la. Se para salvar a vida de alguém você tiver que dar a sua vida, não há obrigação moral.

Imagine a situação: um médico, que trabalha num hospital que faz atendimento público gratuito e atendimento conveniado, mas ele não tem liberação para atender na parte pública durante seu turno. Se chegar um paciente com grave risco de vida no atendimento público, esse médico tem a obrigação moral de atendê-lo, mesmo que incorra na sua demissão. Vale mais a vida do outro que o seu emprego. A situação do outro é extrema. A sua é grave.

Situações graves existem o tempo todo. Esse julgamento se faz quando a situação chega até você. Não é necessário sair procurando esses casos, pois poderão o levar à ruína.

Esse discernimento nos ajuda a gerir bem os sentimentos de culpa inúteis, os quais nutrimos muitas vezes.



Roger de Carvalho

Roger de Carvalho, natural de Brasília – DF, é membro da Comunidade Canção Nova desde o ano 2000. Casado com Elisangela Brene e pai de dois filhos. É estudante de Teologia e Filosofia.
Autor do blog "Ad Veritaten".


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/series/confissao/quais-situacoes-vivemos-no-dia-a-dia-sao-consideradas-pecaminosas/