8 de outubro de 2021

Como estudar e entender a Bíblia?


No Salmo 118, versículo 17, lê-se: "Concedei a vosso servo esta graça: que eu viva guardando vossas palavras" (Sl 118,17). Esse é o objetivo deste artigo: auxiliá-lo na leitura da Bíblia, incentivá-lo a fazer um estudo da Palavra; e a quem já faz esse estudo oferecer ferramentas que permitam um aprofundamento cada vez maior nesse trabalho.

Para isso, é necessário tratar de algumas questões ligadas à exegese e hermenêutica bíblicas. Mas não se assuste. Essas palavras (exegese e hermenêutica) estão mais presentes na sua leitura da Bíblia do que você imagina.

Como-estudar-e-entender-a-Bíblia

Foto Ilustrativa: freedom007 by Getty Images

Como a exegese e hermenêutica estão presentes nos estudos bíblicos?

Comecemos pela definição desses termos; trata-se de algo muito próximo àqueles que se propõe a estudar com mais afinco a Palavra de Deus.

Exegese significa explicação ou explanação. É a arte de expor, de trazer para fora o sentido de um  determinado texto. É um conjunto de técnicas e ferramentas utilizadas para entender e descobrir o significado de um texto.

Já hermenêutica diz respeito à interpretação do texto em si. É a apropriação que se faz do entendimento do conteúdo para aplicá-lo no dia a dia.

A Doutrina e o Catecismo da Igreja Católica

Mas existe no meio do caminho entre a exegese e a hermenêutica um filtro: a Doutrina da Igreja, o Catecismo da Igreja Católica. Esse procedimento de filtrar o estudo bíblico serve basicamente para duas coisas: não permitir os exageros e também ampliar o entendimento quando ele é muito limitado.

É necessário esclarecer a importância de fazermos esse caminho: estudo (exegese), doutrina (catecismo) e aplicação do texto (hermenêutica).

Ler superficialmente um trecho bíblico, sem um mínimo de contextualização e consulta à Igreja, o fará
correr o risco de aplicar o texto de maneira equivocada e causar danos a si e àqueles a quem transmite o seu estudo. Daí a importância desses três momentos: estudo mais cuidadoso (exegese), filtro da doutrina (catecismo) e aplicação no dia a dia (hermenêutica).

Tipos de leitura bíblica

Existem vários métodos de leitura ou abordagens bíblicas que, de uma forma ou outra, influenciam os roteiros ou técnicas que usamos no cotidiano dos estudos da Bíblia. Então, é preciso conhecer melhor alguns deles para que você pense sobre como tem feito o seu estudo e aplicação dos textos da Sagrada Escritura.

Método estruturalista

Esse método distingue-se por defender que na estrutura e na organização do texto está todo o entendimento dele. Para esse método, a estrutura do texto apresenta todo o seu significado.

A leitura estruturalista possui algumas características positivas, às quais se deve prestar atenção.  Primeiramente, ela incentiva uma leitura repetida e mais atenta ao texto, o que é essencial para quem se dispõe a entender as Sagradas Escrituras. Dessa forma, essa maneira de estudo ensina a atentar aos detalhes, a pormenores muitas vezes considerados insignificantes na composição e organização do texto (é o que se chama de "ver o que está nas entrelinhas"), abrindo a capacidade de percepção do leitor.

O risco dessa leitura está em prender-se somente ao texto e, consequentemente, esquecer-se das outras coisas que envolvem o processo de escrita, como o contexto, autoria, público alvo etc. Além do mais, corre-se também o risco de se ignorar o filtro da Doutrina, ou seja, o Magistério e a Tradição, na etapa
final, que é a de aplicação do texto no cotidiano. A estrutura e organização do texto realmente revelam
o próprio texto, mas essa leitura não pode ser isolada do contexto e de tudo mais que envolve a produção
escrita, bem como o entendimento do texto bíblico precisa ser feito em comunhão com o Magistério e a
Tradição da Igreja.

Método histórico-crítico

Essa leitura é feita com a historicidade do texto, com seu contexto. Entende os livros bíblicos como escritos há milênios e busca compreender sua evolução. É também crítica, porque analisa o texto
de modo a levantar perguntas e, dessa forma, buscar o maior número de informações, para a partir daí
encontrar as respostas.

A vantagem dessa leitura é que se leva em conta que os textos são a revelação de Deus, mas em situações históricas específicas, considerando a distância temporal, cultural, linguística e circunstancial existente, antes de entender o texto.


Mas essa leitura também precisa de cuidados, entre eles o de não fazê-la atentando-se meramente ao aspecto histórico, esquecendo-se de que a Bíblia é um livro de fé, das revelações de Deus à humanidade, e enxergando os textos bíblicos simplesmente como história antiga. Outro risco que se corre é o de
estudar demais tudo o que cerca o texto e esquecer o texto em si, ou seja, consultar muitas informações
sobre o contexto e deixar em segundo plano a leitura bíblica, que deve vir primeiro.

Uma leitura crítica possibilita um entendimento mais real do texto sem querer, por exemplo, harmonizar os que são conflitantes, mas antes entendê-los verdadeiramente, enxergar os autores sagrados como pessoas do seu período histórico, que utilizaram as ferramentas linguísticas e literárias de que dispunham para construir os escritos.

Abordagem fundamentalista

Essa leitura é caracterizada por entender cada detalhe da Bíblia no seu sentido literal. Dessa forma, a leitura torna absoluto tudo o que está escrito, defendendo a todo o instante que a Bíblia não apresenta contradições nos textos e não levando em consideração  o trabalho humano de composição textual.

Por mais que esse tipo de leitura e entendimento da Bíblia encare com muita seriedade a revelação Divina contida nos textos, ela se torna extremamente perigosa, pois não leva em conta a Sagrada Tradição e o Magistério da Igreja, necessários para o entendimento e aplicação da Palavra. Também não leva em conta a condição humana e tudo o que cerca o trabalho do homem no processo de construção dos textos e, por fim, pode cair no erro da bibliolatria, ou seja, uma idolatria a tudo o que está no texto, colocando a Bíblia e a interpretação literal dela acima de tudo e de todos.

Por esses tipos básicos de métodos e abordagens talvez seja possível refletir como tem sido a sua leitura
ou estudo dos textos bíblicos, qual a ênfase você tem dado para sua análise e entendimento daquilo que lê.  E, fazendo essa avaliação, é possível pensar em como essa leitura deve ser feita a partir de agora.

Dicas para uma boa leitura da Bíblia

Podemos notar que todas essas leituras possuem características positivas e também riscos. É necessário assimilar o que cada uma delas oferece de melhor.

1. Ler atenta e repetidamente o texto e buscar seu sentido não somente no que está a nossa vista, mas também no que está nas entrelinhas;

2. Buscar o máximo de informações possíveis acerca do texto, para que a leitura seja contextualizada e realmente de acordo com o que o autor sagrado quer transmitir;

3. Acreditar na revelação de Deus nos textos e na reserva de sentido, ou seja, na constante novidade
que o mesmo texto sempre vai apresentar toda vez que se recorre a ele, porque é Palavra inspirada.
Eis um resumo do que de melhor cada uma as abordagens e métodos apresentados pode oferecer a você.

Trecho extraído do livro "Entenda os textos da Bíblia", de Denis Duarte



Denis Duarte

Denis Duarte especialista em Bíblia e Cientista da Religião. Professor universitário, pesquisador e escritor. Autor de livros publicados pela Editora Canção Nova.

Site: www.denisduarte.com
Instagram: @denisduarte_com
Facebook: facebook/aprofundamento


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/biblia/estudo-biblico/como-estudar-e-entender-a-biblia/


6 de outubro de 2021

Você conhece a história de Santa Faustina?


Santa Faustina nasceu no povoado de Glogowiec, na Polônia, no dia 25 de agosto de 1905. É a terceira de dez filhos, nasceu numa pobre e piedosa família de aldeões. Recebeu o nome de Helena Kowalska e, desde a infância, se distinguiu pela piedade, pelo amor a oração, pela diligência e obediência, e ainda por uma grande sensibilidade às misérias humanas. Não chegou a concluir o 4º ano do ensino fundamental. Com dezesseis anos, foi trabalhar como empregada doméstica para ajudar seus familiares.

A vida espiritual de Helena começou cedo. Quando tinha apenas 7 anos, ouviu, pela primeira vez, a voz de Deus na sua alma. Embora tivesse o ardente desejo de se entregar inteiramente a Cristo em uma congregação religiosa, seus pais se opuseram, pois não possuíam recursos para lhe dar o dote necessário, estavam muito endividados e eram muito ligados à filha.

Você conhece a história de Santa Faustina

Santa Faustina e o desejo de pertencer a vida consagrada

O desejo de se consagrar totalmente a Deus lhe acompanhava, mas, perante as dificuldades, por um tempo, Helena desiste da ideia. Entrega-se, então, aos "passatempos" e "vaidade da vida", como descreve em seu Diário.

Deus não desiste dos que escolhe e, portanto, um dia, estando num baile com sua irmã, uma visão de Cristo Sofredor a questiona: "Até quando hei de ter paciência contigo e até quando tu Me desiludirás?" (Diário, 9). Impactada, sai do baile, vai a uma capela, decide deixar tudo e entrar no convento. Mas não foi tão fácil, precisou bater em várias portas e foi recusada, até ser acolhida no dia 1º de agosto de 1925, na clausura do convento da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, em Varsóvia.

Dentro da Congregação, Helena recebe o nome de Irmã Maria Faustina, em 1926.

O mistério da misericórdia

O Senhor a escolheu para uma missão especial e foi a ela revelando, de um modo extraordinário, a centralidade do mistério da misericórdia divina para o mundo e a história. Depois de atravessar pela "noite escura" das provações físicas, morais e espirituais, a partir de 22 de fevereiro de 1931, na cidade de Łódz, o próprio Senhor Jesus Cristo se manifestou à Irmã Faustina de um modo particular. Ela descreve esta visão:

"Da túnica entreaberta sobre o peito saíam dois grandes raios, um vermelho e outro pálido. (…) Logo depois, Jesus me disse: Pinta uma Imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós" (D. 47).


Como começou o diário de Santa Faustina?

Santa Faustina começou a anotar os encontros de sua alma com Cristo a pedido do seu diretor espiritual Beato Miguel Sopocko e do próprio Jesus, a partir de 1934 até seu falecimento em 1938.

Ela anotava tudo em pequenas fichas e, depois, em cadernos que a madre superiora lhe comprava. Por influência de um pretenso anjo, Santa Faustina termina queimando seu primeiro caderno de anotações e, logo depois, esse "anjo" se revela como o demônio. Por isso, suas anotações no Diário não aparecem em ordem cronológica, pois precisou reescrever o caderno que havia queimado. Recomeçou anotando as lembranças do que já havia acontecido entrelaçando fatos novos de suas vivências espirituais. Em suas anotações, estão registrados o pedido de Jesus para que se pintasse uma Imagem como ela O via e que essa imagem fosse venerada por todos; que houvesse a Festa da Misericórdia; que se rezasse o terço da misericórdia como Ele a havia ensinado; e grandes promessas àqueles que divulgassem a misericórdia divina e praticassem essas formas de viver a misericórdia.

Após o falecimento de Santa Faustina, seus seis cadernos foram reunidos e publicados como um único livro com o nome: "Diário – a misericórdia divina na minha alma". Além dos seis cadernos, o Diário de Santa Faustina apresenta outro manuscrito da Santa, o qual ela nomeou como "Minha preparação para a santa Comunhão". Além das suas superioras, as demais religiosas não sabiam que Irmã Faustina estava escrevendo um Diário espiritual. Elas ficaram sabendo apenas após a sua morte.

Beatificação de Santa Faustina

Para o processo de beatificação de Irmã Faustina, nos anos 70, o Diário precisou passar por uma minuciosa análise teológica feita pelo Padre Różycki. Essa análise durou quase 10 anos e a opinião do padre foi positiva sobre a natureza das revelações de Irmã Faustina. Ele confirmou a veracidade e o caráter sobrenatural das experiências místicas da santa.

Nos seus últimos momentos, quando a tuberculose já lhe havia consumido por inteiro seus pulmões, intestinos e esôfago, sem poder beber uma única gota de água, sentindo dores profundas, nem assim Faustina reclamou. Pela manhã, ela pede a uma irmã enfermeira que cantasse algum cântico piedoso. Mas, por fim, ela mesma cantarolou baixinho: "Os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu o que para uma virgem foi preparado no céu". Chegou a pedir por uma injeção para lhe tirar a dor, mas se arrependeu. Optou por fazer mais um sacrifício oferecendo a sua dor a Deus pela salvação das almas. Logo em seguida, anunciou: "Hoje, Jesus vai me levar Consigo".

Naquele dia 5 de outubro de 1938, com apenas 33 anos de vida, às 22h45, Faustina, depois de muito sofrer e sem expressar nenhuma palavra de lamento, abriu levemente os olhos e sorriu. Inclinou a cabeça e partiu com seu amado Jesus, parte em paz para a Pátria Celeste, que tanto almejou ao longo de sua vida.

Em seu caderno anota, "Pressinto bem que minha missão não termina com a minha morte, mas começa com ela", (Diário, 281). Seus escritos, reunidos, publicados e conhecidos em diversas partes do mundo, como o "Diário de Santa Faustina", são o testamento da Misericórdia de Deus para a humanidade. Sua missão de fato não se encerrou com sua morte, mas iniciou com ela. Hoje, temos acesso a essa preciosidade graças à sua fidelidade, confiança, abandono e desejo profundo de fazer a vontade de Deus.

Gabrielle Sanchotene
Missionária da Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/santos/voce-conhece-historia-de-santa-faustina/


4 de outubro de 2021

Como restaurar a educação na família?


No mundo do liberalismo, onde cada um faz o que quer, a família precisa reassumir a sua missão educadora. É preciso voltar a falar em limites e em disciplina, por mais antipático que isso possa parecer. Educação é um processo doloroso e lento. É um investimento a longo prazo. Os pais precisam retomar o leme da educação e tomar alguns cuidados básicos.

Os filhos precisam ser corrigidos, porém, nunca publicamente. A correção em público pode gerar humilhação e até mesmo vir a gestar traumas e complexos difíceis de serem superados. Além disso, não se pode corrigi-los com aspereza e agressividade. Agressividade gera temor, mas mata o amor e o respeito. Os pais precisam evitar todo espírito de crítica e indelicadeza com os filhos. Firmeza não exige indelicadeza.

Como restaurar a educação na família?

Foto ilustrativa: FG Trade by Getty Images

A educação exige paciência e persistência

Quando for necessária uma intervenção mais severa, é preciso cuidar para não se deixar conduzir pela raiva. Deve-se evitar toda forma de correção enquanto se está irado. Na ira somos sempre injustos. Os filhos precisam conhecer seus limites e as razões desses limites. A educação exige paciência e persistência, exige também que os pais cumpram o que prometeram. A palavra tem um poder imensamente grande no campo da educação. Falar e não cumprir é semear dúvida no coração dos filhos.

É preciso semear a esperança no coração dos filhos. Um jovem sem sonhos deixa de ser jovem. A educação não pode destruir a capacidade de sonhar com um mundo novo. Por outro lado, a educação não pode provocar alienação. Quem vive só no mundo do futuro esquece o presente e se perde em divagações.

Os pais não devem dar tudo o que os filhos pedem. Mesmo quando podem, não devem. Muitas vezes, os filhos pedem somente para chamar a atenção sobre si mesmos ou para testar os pais. Outras vezes, pedem por compensações. O "não" é altamente pedagógico, especialmente quando coerente e honesto. O filho nunca pode pensar que manda nos pais. Aliás, o relacionamento de pais e filhos nunca pode ser de igual para igual. Filho é sempre filho, independentemente da idade e do poder aquisitivo. Marido e mulher são iguais e precisam se mostrar como tal. Filhos são diferentes e precisam saber que os pais têm um lugar de destaque em sua formação e educação.

O comportamento dos pais influencia a vida dos filhos

A diferença entre pais e filhos não significa que o filho nunca tenha razão e que os pais estejam sempre certos. Os pais precisam aprender a pedir favores aos filhos. Peça com firmeza e carinho. Um pedido, bem feito, tem muito mais peso do que uma ordem dada do jeito errado, na hora errada.

Outra coisa muito importante é saber achar a hora certa, especialmente quando se trata de corrigir o comportamento dos filhos. Nunca corrija na frente dos outros. A melhor hora para se falar com os filhos é quando se está sozinho com eles. Num clima de amor e ternura e, acima de tudo, com a coerência do exemplo. O testemunho arrasta.

Os filhos aprendem muito mais com aquilo que observam do que com aquilo que escutam de seus pais. Além disso, tem muito mais peso o que se escuta de alguém que amamos e admiramos. Filhos que admiram seus pais têm maior facilidade de colocar em prática suas ordens e seus ensinamentos. Evite toda gritaria.

Cada filho é único. Nunca compare o comportamento de um com as atitudes dos outros. Não compare também com filhos de amigos ou parentes. Ninguém gosta de ser comparado. Educar é trazer à tona o melhor que o outro tem.

Não faça tudo pelo filho. Não se deve carregar no colo quem já sabe andar. Colo é maravilhoso, na hora e do jeito certo. Fazer pelo filho acaba transformando-o numa pessoa fraca, insegura, medrosa e covarde.

Educação exige tempo

Nenhum pai e nenhuma mãe são obrigados a conhecer tudo. Pai e mãe não são infalíveis. Portanto, se tomar consciência de que errou, peça desculpas. Assuma suas limitações. Admita seus erros. Não tente ser um superpai ou uma supermãe. Seja você mesmo.


Não tenha medo de demonstrar amor pelos filhos. Só quem se sabe amado aprende e admira. A certeza do amor gera segurança. Pouca coisa é mais agradável para os pais do que saber que o filho é alguém livre, seguro, autoconfiante, justo e honesto. E ninguém se torna nada disso de um dia para o outro, pois educação exige tempo.

Trecho extraído do livro "Famílias Restauradas", do padre Léo, sjc


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/como-restaurar-a-educacao-na-familia/


29 de setembro de 2021

Nas tempestades da vida, é preciso que tenhamos esperança


"Por vários dias, não vimos nem o sol, nem as estrelas, e a violenta tempestade continuava a nos ameaçar. Já tínhamos perdido toda a esperança de salvação" (At 27, 20).

Qual é a situação da sua vida que necessita de esperança? Mesmo que, por vários dias, meses e anos a sua vida esteja sem sol e sem estrelas ou tempo nublado com nuvens cinzentas, não se deixe envolver pelo desânimo. As dificuldades não podem fazer da sua vida uma contínua tempestade agitando o seu interior, a ponto de dizer que já perdeu toda a esperança. Por mais que os acontecimentos causem medo e sejam assustadores, Deus está conosco! Nas tempestades da vida tenha esperança! Em vez de dizer que já perdeu toda a esperança, proclame: ainda tenho um restinho de esperança que me faz ver a salvação que vai acontecer!

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Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Esperança e fé precisam caminhar juntas

Durante a caminhada da vida, os ventos contrários irão ocorrer, portanto, é necessário coragem e confiança para continuar a caminhar. Há momentos em que os passos estão lentos e parece que estamos andando para trás; a vida é assim, mesmo com ventos contrários, somos desafiados a desbravar cada dificuldade e a perceber que vamos driblando e passando por elas.


Uma das áreas da vida que mais abalam uma pessoa é o lado material, e, quando o resultado do "balanço geral" de uma vida inteira é prejuízo, essa pessoa entra num desespero total. É urgente verificar o valor que você está dando para a sua vida; conforme passa o tempo, o mundo vai tornando-se mais perigoso e as coisas valendo mais que a vida. As perdas materiais não podem fazer de você uma pessoa infeliz.
Imagine um navio com duzentas e setenta e seis pessoas sendo jogadas de um lado para o outro, durante vários dias por causa da violência da tempestade e, neste navio, há seus familiares e amigos. O que vale nessa hora é a vida de cada pessoa, o navio pode afundar.

A Eucaristia tem de ser para o cristão o centro de sua vida, ela nos reanima para continuarmos a caminhada do dia a dia. A cada Eucaristia nos abastecemos de esperança. Tem jeito!

Cleto Coelho
Missionário da Comunidade Canção Nova



Carla Astuti e Cleto Coelho

Carla Astuti e Cleto Coelho, missionários da Comunidade Canção Nova, são casados há 22 anos. Juntos, eles defendem o casamento.
Além das atividades missionárias do dia a dia, Carla apresenta o programa 'Trocando Ideias', semanalmente, na TV Canção Nova, e, ao lado do marido, prega encontros para casais.
Idealizador do projeto "Tem Jeito!", Cleto trabalha no Núcleo Social da Canção Nova e é diretor espiritual em peregrinações à Terra Santa, aos Santuários Marianos e Franciscanos.
Autores de livros publicados pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/nas-tempestades-da-vida-e-preciso-que-tenhamos-esperanca/


27 de setembro de 2021

Como podemos nos aproximar da Palavra de Deus?


Conta-se que o Imperador alemão Frederico II (+ 1250) quis saber qual era a primeira língua do mundo, aquela que Adão e Eva utilizavam no jardim do Éden. Como acreditava que todas as línguas são aprendidas por imitação, escolheu doze recém-nascidos para que fossem criados isoladamente, sem que ninguém lhes dirigisse uma palavra sequer.

Desse modo, segundo o Imperador, se ninguém falasse com eles, não poderiam aprender a língua dos seus cuidadores, e o idioma "original" brotaria espontaneamente de seus lábios. Assim se fez. Os bebês eram cuidados, mas ninguém podia dirigir alguma palavra próximo a eles. O resultado foi que, gradativamente, os bebês foram morrendo um a um. Por quê? Porque lhes faltou a palavra.

Dar a palavra a alguém significa entrar em contato com essa pessoa, criar vínculos, fazer com que o outro participe de nossa própria interioridade.

Como podemos nos aproximar da Palavra de Deus?

Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

A Palavra de Deus nos permite conhecer a intimidade da vida divina

Quando uma pessoa fica ferida por outra, costuma negar a essa a sua palavra, e, embora esta não seja uma atitude cristã, pois o perdão que o Senhor pede que manifestemos nos leva a não excluir a ninguém do nosso amor, tal gesto nos indica o peso que há no "dar a palavra".

Quando alguém nos pede que creiamos no que diz, costuma afirmar que "dá sua palavra".

Essas breves considerações antropológicas nos ajudam a perceber o modo como Deus escolheu agir entre nós. Ele nos deu Sua Palavra. Cristo é a Palavra que se fez carne e habitou entre nós. Sua Palavra permite que conheçamos a intimidade da vida divina, cria vínculo com quem A recebe. Ele "deu Sua Palavra", para que acreditássemos que Ele é a verdade, para que participássemos de sua vida. Deus, com toda a força que implica este verbo, entregou Sua Palavra por nós até o extremo.


Aprofundar-se na Palavra de Deus

Vivemos num mundo em que a palavra praticamente não tem valor. Estão em toda parte: nas "timelines" frenéticas de nossas redes sociais, nos anúncios publicitários, nos abundantes discursos dos políticos, dos "profissionais da fé" e daqueles que procuram oferecer uma solução mágica para toda espécie de problemas. São tantas palavras, que terminamos praticamente por desprezá-las, pensando: "não são mais que palavras".

Um grande risco para nós seria permitir que esse clima de desvalorização da palavra permeasse a nossa relação com a Palavra feita carne. O acostumar-se com a Palavra de Deus, o pensar que já a conhecemos suficientemente, impediria a abertura necessária para que Ele possa comunicar-se conosco. Seríamos como aqueles bebês da lenda, que morreram; neste caso, não por não ouvirmos uma palavra, mas por nos tornarmos impermeáveis a ela.

Estamos diante de uma Palavra que, embora próxima, não pode ser costumeira. Nossa atitude diante dela deve ser a mesma de Moisés no Horeb. Tirar as sandálias dos pés, sandálias empoeiradas pela rotina, para aproximarmo-nos com a expectativa de receber a eterna novidade de Deus.



Padre Demétrio Gomes

Padre Demétrio Gomes é Pároco Vigário Judicial do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de Niterói, e Chanceler do Arcebispado de Niterói. Professor do Instituto Filosófico e Teológico do Seminário São José de Niterói. Membro da Sociedade Internacional Tomás de Aquino (SITA – Brasil), do Centro Dom Vital e da Sociedade Brasileira de Canonistas (SBC). Administrador do website Presbíteros http://www.presbiteros.com.br para a formação do clero católico.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/como-nos-aproximarmos-da-palavra-de-deus/


24 de setembro de 2021

Bíblia, fonte de espiritualidade


É muito relevante que, em diversas passagens bíblicas, o próprio conteúdo das escrituras é tomado como fonte e direcionamento para a vida espiritual e os acontecimentos. Jesus, ao se encontrar com os discípulos de Emaús, explicou para eles as Escrituras. Isso quer dizer que, além de recordá-los do que os textos diziam, mostrou que possuíam um sentido mais profundo para aqueles que conseguiam enxergá-los espiritualmente.

O próprio Pedro, ao se dirigir ao Sinédrio, utiliza o texto Sagrado (Sl 117,22) para explicar o sentido dos acontecimentos: "a pedra que os construtores rejeitaram se tornou pedra angular" (At 4,11).

Deste modo, acontecimentos históricos, narrativas, orações e diálogos se entrelaçam compondo um grande tecido, ao mesmo tempo simbólico e real, figurativo e literal. A Palavra de Deus passa a ser "viva e eficaz, mais penetrante que uma espada de dois gumes" (Hb 4,12). É o Verbo Divino, é uma Pessoa. Seu objetivo? Santificação e salvação.

Como já vimos em outro artigo, o propósito das Sagradas Escrituras é mostrar o caminho da restauração do homem, isto é, sua santificação. Na quase totalidade das passagens dos Evangelhos, o sentido moral, aquele que conduz a uma mudança de vida e busca das virtudes, é bem evidente.

O homem não pode viver apegado ao dinheiro (Mt 6,24), a vida espiritual é necessária (Mt 4,4), é preciso perdoar sempre (Mt 18,21-22), o interior é muito mais importante do que o exterior (Mc 7,15), etc. Mas, em outros livros bíblicos, principalmente do Antigo Testamento, os sentidos espirituais não são tão evidentes, mesmo o sentido moral.

Bíblia, fonte de espiritualidade

Foto ilustrativa: Arquivo CN

A Bíblia é um grande compêndio da vida espiritual

Isso quer dizer que a Bíblia é um grande compêndio da vida espiritual, com orientações sobre todas as fases do desenvolvimento da espiritualidade. Claro, como já analisamos, esse conteúdo é submerso na alegoria e simbologia e só é revelado, por ação do Espírito Santo, à medida que o fiel se santifica, tornando-se um outro Cristo. Desta forma, a Bíblia alimenta a espiritualidade que, por sua vez, promove novos entendimentos da própria Palavra de Deus, tornando o processo vivo e dinâmico.

Os santos padres dos primeiros séculos entenderam como ninguém esta dinâmica e desenvolveram explicações não só para os diversos trechos das Escrituras mas, como vimos no artigo anterior , para livros inteiros da Bíblia. No exemplo citado, o Livro de Rute é a história da Alma dócil à vontade de Deus e que busca se unir com o seu senhor, o Cristo.

Isso é o que se passa com os chamados Livros Sapienciais: Provérbios, Eclesiastes e Cântico dos Cânticos. Eles são lidos e entendidos como três fases diferentes e consecutivas da vida espiritual.

O Livro dos Provérbios e a Vida Purgativa

O início da vida espiritual é também chamado de primeira via (caminho) ou via purgativa. É o momento de se purgar (limpar, purificar) dos pecados, dos vícios, dos sentimentos e atitudes que nos afastam de Deus. Na linguagem de São Paulo, é o momento de acabar com o homem velho para que o homem novo, aquele restaurado pelo batismo em Cristo possa se desenvolver.

Que guia melhor para esse processo de conversão pessoal que o Livro dos Provérbios? Utilizando-se de sentenças diretas, com foco orientativo e moral, esse livro promove uma verdadeira correção de vida "para conhecer a sabedoria e a instrução, para compreender as palavras sensatas, para adquirir as lições do bom senso, da justiça, da equidade e da retidão; para dar aos simples o discernimento, ao adolescente a ciência e a reflexão" (Pr 1, 2-4).

Fica a sugestão: se você nunca leu o Livro dos Provérbios, leia e medite cada sentença. O início da vida espiritual não é o momento de se ocupar com sentidos espirituais profundos, é a hora de corrigir os comportamentos e adquirir as virtudes através dos ensinamentos morais. E, que fique claro, o "início" da vida espiritual não é medido cronologicamente. Se você ainda luta para se desvencilhar dos pecados mortais diariamente, vive um eterno "cai e levanta", tentando adquirir firmeza nos Sacramentos, não importa quantas décadas você está próximo da Igreja Católica. Isso é o início da vida espiritual.

O Eclesiastes e a Vida Iluminativa

Logo após o Livro dos Provérbios, encontramos o Eclesiastes. Outro livro sapiencial ou poético que pode ser entendido como sequência espiritual do livro anterior.

O Eclesiastes está ligado à segunda fase da Vida Espiritual, também chamada de Via Iluminativa. É o momento do verdadeiro discipulado de Cristo. Se, na Via Purgativa, o principal foco é viver plenamente os mandamentos de Deus e adquirir as virtudes básicas da paciência e da temperança, a Via Iluminativa é o momento de se assumir e colocar em prática os conselhos evangélicos. Aqueles que Jesus deu aprofundando a lei e os profetas através dos quatro evangelistas e que lembramos alguns deles no quinto parágrafo deste artigo.

Mas, se formos falar da essência do Eclesiastes, poderíamos resumi-lo em "tudo [que não se refere a Deus ou a vida espiritual] é vaidade" (Ecl 1,2). Ele possui uma linguagem poética mais profunda que os Provérbios. Afinal, não é um livro para se ensinar o que fazer, mas como se posicionar perante o mundo. Não é como "fazer", mas como "ser".

Também por isso essa segunda parte da vida espiritual é chamada de Iluminativa. A luz precisa entrar e revelar todas as coisas… revelar os caminhos a seguir, revelar o que estava escondido e precisa ser corrigido. O Livro dos Eclesiastes é perfeito para aqueles que estão neste momento de se aprofundar no seguimento a Cristo! Vencida a luta constante e sem tréguas contra o pecado mortal, apaziguadas as paixões e tendências aos vícios, vem a grande, constante e ininterrupta permanência em Cristo (Jo 15,4). Saímos do campo da negação, entramos na afirmação. E todos sabem que construir demora muito mais que demolir.

O auge do amor no Cântico dos Cânticos

O terceiro livro poético ou sapiencial é o Cântico dos Cânticos. Seus simbolismos e a profundidade de seus sentidos espirituais escandalizaram e continuam escandalizando a todos aqueles que só conseguem fazer uma leitura superficial e literal da Bíblia.

Mas, não se trata de um livro erótico ou com sugestões indecentes. Ele é a explicação das fases que envolvem a terceira e mais alta fase da Vida Espiritual: a Via Unitiva. Limpo dos pecados e paixões, orientado sobre a verdadeira permanência em Cristo, chegou o momento de se unir em plenitude com o Cristo (Jo 17,21).


Não se engane, não é uma leitura para principiantes. Sua densidade só pode ser comparada ao Apocalipse de São João. Mas, para vermos a profundidade dos seus sentidos espirituais, vamos citar um exemplo de uma das linguagens que causam escândalo e incompreensão: O noivo, apaixonado, chama sua amada de "minha irmã, minha noiva!" (Ct 4, 9-10).

As Sagadas Escrituras são um caminho escolhido por Deus para falar aos homens

Como vimos, essas passagens bíblicas são geralmente interpretadas com 4 respostas rápidas e absurdas: 1. é um erro de tradução; 2. o autor escreveu isso, mas não quis dizer isso; 3. naquela época era assim mesmo e irmão casava com irmã e 4. o livro foi escrito por homens e os homens às vezes erram e se confundem. Isso, para não citar os que ainda distorcem muito mais a Palavra de Deus e prontamente interpretam: a Bíblia está autorizando o casamento consanguíneo…

Lembremos que as Sagradas Escrituras falam de realidades espirituais e tratam, sempre, da santificação e salvação do homem. Para os verdadeiros intérpretes da Palavra, os que vivem sob a ação do Espírito Santo e não sob teologias e teorias "da moda", o Cântico dos Cânticos trata da última e mais proeminente fase da vida espiritual, aquela que os místicos carmelitas chamaram de Matrimônio Espiritual.

O noivo, esposo, amante, dos Cânticos é o próprio Cristo, a quem devemos nos unir (Jo 17,21) e permanecer unidos (Jo 15,4). A amada é a alma de cada ser humano, por quem Cristo deu até a sua última gota de sangue para salvar através de sua Paixão, Morte e Ressurreição. Assim, ela é irmã pois, pela Encarnação, Cristo se tornou um de nós e nos fez filhos de Deus, como "primogênito entre uma multidão de irmãos" (Rm 8,29). Mas, também é amada, também precisa se tornar esposa como já citamos várias vezes.

Espero que, a partir de agora, faça uma experiência diferente e cada vez mais profunda com a Palavra de Deus. Afinal, Ele quer falar conosco, quer ser íntimo, quer nos apoiar e conduzir. Um dos caminhos que Ele mesmo escolheu para realizar todas essas coisas são as Sagradas Escrituras.



Flávio Crepaldi

Flavio Crepaldi é teólogo, casado e pai de três filhas. Além do bacharelado em Teologia, possui formação em Comunicação e especialização em Gestão, sendo colaborador da TV Canção Nova desde 2006. É o autor do livro "Santidade para todos: Descobrindo as Moradas Interiores", em que, de maneira prática e descomplicada, ele explica o caminho espiritual pela busca da santidade.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/biblia/historia/biblia-fonte-de-espiritualidade/


22 de setembro de 2021

O segredo da cura


Em Lucas 5,1-5, temos um reflexo do que todos nós já passamos ou estamos passando. Pedro disse a Jesus: "Senhor, trabalhamos a noite inteira e não conseguimos nada" (idem 5b). Isso é reflexo do que vivemos e dizemos tantas vezes a Jesus: "Senhor, de que adiantou tanta luta?". Diante do desespero, nós diremos sempre essa mesma frase.

O primeiro segredo da cura dos traumas de Pedro, que representa a Igreja, foi quando Cristo chegou e ele estava consertando a rede. À noite, não tinha como ver que esse objeto estava rasgado, e ele só viu isso de manhã. Quando as coisas não estão bem em nossa vida, quando nos acontecem situações difíceis, buscamos culpados ou desculpas. Fracassos não resolvidos são sementes de novos e maiores fracassos. Você quer ser curado de seus traumas? Então, é preciso consertar suas "redes"!

O segredo da cura

Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

O Todo-poderoso trabalha no diálogo, Ele cura cada coisa que vamos pedindo

O ser humano é capaz de realizar o ótimo, mas também capaz de realizar o péssimo, pois é como uma rede que vai se estragando ao longo da vida. Existem pessoas que trazem traumas desde a barriga da mãe, em sua infância ou provocado por outras pessoas. A nossa grande missão é consertar as "redes"; é preciso lavar nossas "redes", nosso coração, que é sede das emoções e das decisões. É necessário ter equilíbrio e dosar as coisas; ter disciplina no comer, em tudo. Sem disciplina espiritual não acontece cura. A indisciplina não deixa que a graça de Deus entre em nossa vida.

As pessoas que não são capazes de fazer pequenas renúncias, não farão as grandes. Você quer ser uma pessoa curada? Cuide da sua alimentação; não prepare seu inconsciente para ter fome. O grande poder de cura é a Palavra de Deus, é essa Palavra que tem poder de restauração. Quando ela entra em seu inconsciente começa a agir. Mesmo que você não sinta, saiba que a Palavra está agindo. Mas Deus não nos violenta nunca, Ele só age em nós quando permitimos Sua ação.


Diálogo com Deus

O Todo-poderoso trabalha no diálogo, Ele cura cada coisa que vamos pedindo, por isso a necessidade de fazermos um roteiro. Preciso me conscientizar de quais áreas da minha vida precisam ser equilibradas. 99% das doenças vêm de traumas; e o trauma é o nosso grande inimigo. Existem pessoas que confessam seus pecados desde a infância, porque são traumas. O povo e os padres precisam se convencer de que não adianta reclamar. O trauma é como uma torneirinha pingando; enxugamos o local, mas depois está molhado novamente. Muitas pessoas fazem uma confissão sincera, mas, mesmo assim, continuam pecando, porque, na verdade, são portadoras de traumas e precisam ser curadas na raiz. Por isso, peça que o Espírito Santo venha curá-lo nas áreas que você realmente precisa.

Os traumas atingem três áreas: física, espiritual e psicológica. É preciso identificar quais são os seus traumas. Use sua memória para retomar a situação de pecado que você viveu, naquele em que você sempre caiu e peça a Deus o discernimento para descobrir a raiz desse mal [pecado].

Padre Léo, scj


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/o-segredo-da-cura/