26 de julho de 2021

Amor sem dor é fogo de palha


Como escolhidos do Senhor para clamar pelo Avivamento, somos muitas vezes acusados de querer pregar ou viver um Avivamento baseado exclusivamente nos deleites espirituais, na permanente bonança. Também nos acusam de refutar a cruz, de não a propagar por "medo de perder adeptos", o que é mentira!

O Avivamento está diretamente ligado à cruz e seu itinerário obrigatoriamente passa pelo calvário. Assim como no calvário foi gerada a Ressurreição, nele será também gerado o Avivamento.

Nosso saudoso Papa São João Paulo II, em sua encíclica Salvifici Doloris, nos ensinou: Se um homem se torna participante dos sofrimentos de Cristo, isso acontece porque Cristo abriu o seu sofrimento ao homem, porque Ele próprio, no seu sofrimento redentor, tornou-se, num certo sentido, participante de todos os sofrimentos humanos.

Amor sem dor é fogo de palha

Foto ilustrativa: Anastasiia Korotkova by Getty Images

Renove o amor pelo sofrimento ao Avivamento

Se você quer ser um facilitador do Avivamento, se você quer um avivamento pessoal, é preciso assumir as dores para gerá-lo e, se isso não estiver ocorrendo na sua vida, é urgente uma correção de rota.

Diante disso, o Espírito nos questiona: Como você tem se relacionado com os seus sofrimentos? Como
você age? Como reage quando o sofrimento se instala? Sendo comprovadamente vítima do sofrimento, eu o tenho usado para gerar autopiedade ou propagado os meus sofrimentos, a fim de angariar irmãos que se sensibilizem comigo?

Lembre-se: "Maria guardava tudo no coração" (Lc 2,19). No caminho de subida espiritual, somos capazes de chegar a um entendimento maduro do sofrimento vivido, a ponto de amarmos o sofrimento, pois a partir dele o Senhor nos concederá muitos frutos, grandes aprendizados e um inquestionável triunfo. Renovemos o amor ao sofrimento em prol do Avivamento.

Aprendendo com quem já está lá

A prova mais segura do Amor é a dor; todos sofrem, mas poucos são aqueles que sabem sofrer bem. Amor sem dor é fogo de palha. (São Pio de Pietrelcina)

Lectio divina: Romanos 8,18-27

Penso que os sofrimentos do tempo presente não têm proporção com a glória que será revelada em nós. A humanidade aguarda na expectativa de que se revelem os filhos de Deus. A humanidade foi submetida ao fracasso não por sua vontade, mas por imposição de outro, com a esperança de que essa humanidade se emancipará da escravidão da corrupção, para obter a liberdade gloriosa dos filhos de Deus.


Sabemos que até agora a humanidade inteira geme com dores de parto. E não somente ela, também nós, que possuímos as primícias do Espírito, gememos por dentro aguardando a condição filial, o resgate de nosso corpo. Com essa esperança nos salvaram. Uma esperança que já se vê que não é esperança, pois alguém já o vê, para que esperá-lo? Contudo, se esperamos o que não vemos, aguardamos com paciência. Desse modo, o Espírito socorre nossa fraqueza. Ainda que não saibamos pedir como é devido, o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inarticulados. E aquele que sonda os corações sabe o que o Espírito pretende quando suplica pelos consagrados de acordo com Deus.

Trecho extraído do livro "Do céu pra você", de Evandro Nunes.



Evandro Nunes

Membro da Renovação Carismática Católica na Diocese de Santo Amaro (SP), Evandro Nunes tem se dedicado à vida missionária desde 2010, exercendo o Ministério da Pregação em todo o Brasil e no exterior. Casado, Nunes também é autor dos livros "Do Céu para você" e "Se Tu queres Senhor, eu quero", ambos lançados pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/amor-sem-dor-e-fogo-de-palha/


22 de julho de 2021

Perdoar é poder lembrar sem sentir dor


Algumas vezes, o mundo cega nossa visão e a dor toma conta do nosso ser, nosso coração de mulher sangra, pois foi ferido por aqueles que mais amávamos. A decepção e a tristeza invadem nossa alma, perdemos a confiança naqueles que antes nos eram tão caros e já não acreditamos que seja possível resgatar o que foi quebrado. Nesses momentos, experimentamos aquilo que há de pior dentro de nós e nos deparamos com o rancor, a mágoa e o desejo de vingança. Falamos besteiras, acusamos e julgamos. Rompemos vínculos profundos de amor e amizade, porque fomos feridas, brigamos e machucamos. Muitas vezes, porque fomos machucadas, agimos por impulso e egoísmo.

Nesta hora, Deus nos acolhe e nos convida a exercitar o perdão. Quem não perdoa atrofia sua capacidade de amar, e isso é terrível para o coração de uma mulher. Mas por que é tão difícil perdoar?

Bem sabemos que o rancor, a mágoa e o ressentimento, antes de atingir quem nos feriu, causa em nós um mal ainda maior. Perdoar não é a ausência de sentimentos, não é esquecer o que houve, mas uma decisão, uma escolha que devemos fazer pelo bem da nossa alma e da alma daquele que nos feriu. Quando decidimos perdoar, Deus nos dá Sua graça e cumula nossa vida de bênçãos.

Perdoar é poder lembrar sem sentir dor

Foto ilustrativa: fizkes by Getty Images

A falta de perdão causa dor

Se pagar o bem com o mal é algo diabólico, pagar o bem com o bem é mera obrigação, mas pagar o mal com o bem é algo divino e é nosso dever com filhas de Deus. Não é uma escolha fácil, mas necessária, pois o perdão vence o mal com o bem, e sua graça é muito maior que o ódio que carregamos no peito. O perdão é muito maior que qualquer desejo de vingança que possamos nutrir contra quem nos feriu.

Não podemos ter uma vida saudável sem o exercício do perdão. Não podemos ter uma vida espiritual frutífera sem a prática desse ato. Perdoar é fazer a assepsia da alma, fazer faxina na mente e no coração.

Quem decide perdoar não quer mais se vingar, não remói o problema, não desacredita no outro pelo erro cometido, não "joga na cara". Se não perdoarmos, viveremos escravas da mágoa, não conseguiremos orar, adorar, ofertar nem mesmo ser perdoadas. E quem nunca precisou de perdão?

Prova de amor

Perdoar pode ser uma tarefa árdua e longa, e desistir de tudo pode parecer mais fácil. Mas não é o mais correto. Somos todos humanos e suscetíveis ao erro, devemos sempre nos colocar na posição do outro: "O quanto eu gostaria de ser perdoada se cometesse o mesmo erro que cometeram comigo?". Talvez para conseguir perdoar, tenhamos, primeiro, que abrir mão do nosso orgulho ferido.

O perdão tem a capacidade de restaurar os sentimentos bons que foram esquecidos no passado, ele é a maior prova de amor e o caminho para o arrependimento do outro. Constrói pontes onde a mágoa cavou abismos, estreita o relacionamento onde o ressentimento provocou o afastamento. Perdoar é poder lembrar sem sentir dor, é uma graça que Deus dá a todos que a buscam de coração sincero.

Se a vingança está de acordo com nossa natureza humana decaída, nada nos assemelha tanto a Deus quanto estarmos dispostas a perdoar aqueles que nos ofenderam. O coração de uma mulher possui uma capacidade única dada pelo próprio Deus de amar, de ser capaz de acolher o ser humano e lhe conceder o perdão. Não é na riqueza nem no poder, mas na capacidade de perdoar que uma mulher manifesta a verdadeira grandeza de sua alma.


O perdão traz muita paz consigo. O alívio gerado por ele carrega um sentimento tão suave e profundo que as palavras não conseguem descrever sua totalidade. O perdão liberta, é a expressão máxima da graça e o triunfo do amor, daquele mesmo amor que Cristo teve na cruz ao dizer: "Pai, perdoa-os, porque não sabem o que fazem".

"Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: 'Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?' Jesus respondeu: 'Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete'" (Mt 18, 21-23).

Peçamos a Nossa Senhora a graça de obtermos um coração manso e humilde, semelhante ao de Jesus, alcançando assim o pleno exercício do dom de perdoar.

 


Judith Dipp

Formada em Psicologia, Judith foi cofundadora da Comunidade de Aliança Mãe da Ternura e voluntária num Centro de Atendimento e Aconselhamento para Mulheres ( Montgomery County Counselling and Carreer Center), em Washington, nos Estados Unidos.

Atualmente, é psicóloga da Escola Internacional Everest, do Lar Antônia e da Congregação dos Seminaristas Redentoristas, todos com sede em Curitiba (PR), cidade onde reside.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/afetividade-feminina/perdoar-e-poder-lembrar-sem-sentir-dor/


19 de julho de 2021

Como gotejar o perdão?


Não existe a menor possibilidade de cura interior sem a efetiva experiência do perdão. Sem perdão
não podemos nem mesmo falar em cura interior. Por mais difícil e exigente que seja, o perdão é absolutamente fundamental. É condição sem a qual não existe cura. O perdão é absolutamente excludente: ou se perdoa e se recebe a cura, ou não se perdoa e a cura estará cada vez mais longe do
coração ferido.

Como perdoar com o coração ferido? Aí está um segredo fabuloso. O perdão não é um sentimento, mas uma decisão. Logo, é preciso que a compreensão do perdão seja deslocada do campo das emoções, sobre as quais não temos controle, e assim chegar ao campo da vontade, que é dominada pela razão e não pela emoção. É preciso clarear também a diferença entre vontade e desejo. O desejo é emocional, a vontade é racional. O perdão, portanto, é racional. É fruto de decisão. É possível mesmo quando o desejo é
contrário. O perdão é um ato da vontade.

Como-gotejar-o-perdão

Foto Ilustrativa: AntonioGuillem by Getty Images

O que gotejar perdão e como perdoar?

Perdoar não é deixar de sentir, não é aniquilar os sentimentos e as emoções, mas canalizá-los para a meta de nossa vida. É possível perdoar uma pessoa e continuar sentindo raiva ou tristeza no coração. Aliás, se espero a raiva e a tristeza passarem, isso é sinal de que o problema já foi esquecido, e então o perdão não é mais necessário. Perdoar não é deixar de sentir amargura interior. Perdoar é gotejar amor no próprio coração e, a partir daí, chegar a gotejar amor no coração de quem nos feriu e magoou.

Não devemos pensar que, quando perdoamos e continuamos sentindo a ferida, o perdão tenha sido falso ou mentiroso. O perdão só tem sentido quando nos sentimos feridos e machucados, e isso gera amargura e tristeza interior. O perdão só pode ser exercido quando temos o coração ferido. Sem a ferida, o que
vamos perdoar? Como perdoar se não nos sentimos ofendidos? Logo, a amargura interior é a indicação de que algo negativo aconteceu e que precisa ser perdoado. O sentimento tem de ser revestido pela inteligência e pelo Espírito Santo, sem o qual é impossível perdoar.


Vencer as emoções

Quando confundimos perdão com sentimento, acabamos deixando que as emoções negativas dominem nossa vontade. É preciso sair do campo do desejo para chegar ao autodomínio da vontade. Perdão é uma decisão. Para gotejar perdão em nosso coração temos de nos decidir a vencer as emoções. Apesar do que sentimos, nos decidimos pelo perdão. Esse é o passo fundamental.

Gotejar perdão é decidir não se deixar dominar pelos sentimentos estragados que a ofensa, a traição, os abusos e as agressões imprimiram em nosso coração. Nesse sentido, estou frisando a necessidade de gotejar perdão. Ninguém perdoa uma ofensa grave de uma hora para outra. O perdão não é um ato mágico que produz esquecimento da ofensa recebida. O perdão é um ato voluntário, uma decisão da inteligência, que supõe manter-se perseverante na decisão – ou melhor, nas decisões, já que não basta uma única decisão. Ele precisa ser gotejado, de maneira lenta e constante. Perdão é convicção firmemente mantida e expressamente manifesta.

Trecho extraído do livro "Gotas de cura interior", do padre Léo, SCJ


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/como-gotejar-o-perdao/


16 de julho de 2021

A vitória é possível mesmo diante das batalhas


Quando o povo hebreu saiu do Egito, houve dois acontecimentos muito parecidos: a passagem do Mar Vermelho (saída do Egito) e a passagem do Rio Jordão, na fronteira da Terra Prometida, ambas as situações buscavam a vitória.

O primeiro acontecimento foi para levantar o ânimo dos fugitivos escravos, o que chamamos hoje de autoestima. Com essa experiência, eles se sentiram capazes de superar problemas invencíveis. Era a gasolina que necessitavam para atravessar as inclemências do deserto e poder vencer o número de obstáculos que ainda se apresentaria.

O segundo acontecimento, a passagem do Rio Jordão, era para que os habitantes de Canaã constatassem que o povo hebreu era acompanhado por um Deus poderoso, fiel à aliança e que cumpriria a promessa de entregar-lhes a Terra Prometida. Os habitantes de Jericó perceberam que se tratava de um Deus poderoso, que caminhava ao lado dos hebreus e era capaz de intervir com uma força sobrenatural para cumprir as promessas.

A vitória é possível mesmo diante das batalhas

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Quem não tem a certeza da vitória jamais a conseguirá no campo de batalha da vida

Josué enviou alguns espiões que exploraram e analisaram cuidadosamente tudo o que se referia aos moradores de Canaã. Os "repórteres" trouxeram duas versões.

"São gigantes invencíveis. Suas muralhas chegam ao céu. Somos simples gafanhotos a seus pés". Sim, tratava-se de um exército invencível, que tinha armas defensivas (as muralhas) e armas ofensivas (gigantes bem armados).

"A terra é bela, a mais bela de todas as terras. Vale a pena todo esforço". Mas o mais importante foi que, desde antes de entrar em Canaã, Josué já havia imaginado as aspirações dos povos nômades, sedentos de território. Josué realiza então um gesto simbólico e profético: antes da batalha, divide o território. "Vamos tomar esta terra hoje mesmo. Ela é nossa". Está seguro que vai ganhar a batalha. Quem não tem a certeza da vitória na mente, jamais a conseguirá no campo de batalha da vida.

Assim, quando os hebreus chegaram à fronteira da Terra Prometida, sua fama e façanha já haviam penetrado as fronteiras de Canaã e conquistado a mente de seus inimigos, pois começaram a ter medo.

Os habitantes de Jericó tinham tudo para derrotar facilmente um exército que ainda estava à sombra da escravidão. Eles [os hebreus] eram nômades, sem armas, sem experiência ou poder militar. No entanto, os moradores de Jericó decidiram não lutar. Diz a Palavra que Jericó "estava trancada dentro de seus muros e barreiras". Eles olhavam uns para os outros e o medo crescia entre si. Já estavam derrotados, porque não queriam lutar.

A tática de Josué

Dar sete voltas ao redor da cidade para fazer crescer o temor de um ataque que não veio. "De uma forma ou outra, vocês cairão em nossas mãos", disse ele. O medo cresceu tanto, que decidiram não se defender. Já tinham renunciado a atacar os hebreus. Agora, ruem e caem as muralhas defensivas da vida deles. Eles foram, então, presas fáceis para os inimigos, que eram bem menos fortes e capacitados.

Por que perdeu Jericó? O problema deles foi não atacar nem se defender, pois se deram por vencidos antes da batalha.

Tiveram medo da fama que precedia os hebreus: Seu Deus era poderoso. Os hebreus conquistaram Jericó não porque suas paredes caíram por milagre, mas porque seus habitantes não queriam lutar, pois se deram por derrotados antes mesmo de entrar na batalha.

Por que ganharam os hebreus?

Eles tomaram posse antes de entrar no território. Eles estavam convencidos da vitória. Sua mente era vitoriosa. Eles tinham um Deus poderoso ao lado deles, que os fez passar o Mar Vermelho para lhes dar autoconfiança.


Nas mãos dos adversários

Quando cruzamos os braços e não lutamos, estamos nas mãos dos nossos adversários. Quando decidimos atravessar o "Jordão", não podemos voltar, então não há outra estrada a não ser a luta e a vitória até o fim. Quando conhecemos os pontos fortes e fracos do inimigo ou a empreitada, queremos ganhar, estamos mais bem preparados para a batalha.

Quando, num ato real, tomamos posse do desafio que está diante de nós, então somos capazes de superá-lo. Acima de tudo, na vitória ou na derrota existe um fato definitivo: o Deus que nos libertou da escravidão, conduzindo-nos através do deserto, nos prometeu uma terra.

Quando fizemos a experiência da passagem do "Mar Vermelho", a passagem da escravidão, perdemos o medo de outros problemas. Quando escolhemos um largo caminho, já não podemos voltar. Só fica aberta a possibilidade da vitória.

Quando sabemos que tudo depende de uma promessa feita por Deus, as nossas atitudes mudam, porque temos confiança e esperança. Sabemos que alcançaremos a vitória, porque Deus prometeu e Ele é fiel.

José H Prado Flores
Pregador internacional, Fundador e Diretor Internacional das Escolas de Evangelização Santo André
https://eesabrasil.com.br/


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/vitoria-e-possivel-mesmo-diante-das-batalhas/


14 de julho de 2021

Como lidar com o desânimo


Você já deve ter ouvido alguém lhe dizer na última semana: "Nossa, estou desanimado, não tenho vontade para nada!". Para avaliarmos as situações que geram desânimo, convido você a perceber o quanto consegue ter habilidade para lidar com as dificuldades e as situações delicadas em sua vida.

As pessoas atribuem essa capacidade à chama resiliência, ou seja, capacidade de conviver com as situações cotidianas, superar dificuldades e dar um novo sentido para a vida.

Qual é o sentido da vida? De que forma é possível encontrar propósito, realização e satisfação? É possível construir algo que tenha duração plena?

Como lidar com o desânimo

Foto Ilustrativa: by Getty Images / Martin Dimitrov

Não deixe o desânimo atrapalhar seus planos

Muitas pessoas jamais pararam para pensar no sentido da vida e, um dia, depois de muitos anos, começam a se questionar por que seus relacionamentos não deram certo e por que se sentem tão vazias, mesmo tendo alcançado algum objetivo anteriormente estabelecido. Um jogador de baseball, que alcançou sucesso neste esporte, foi questionado sobre o que gostaria que lhe tivessem dito quando ainda estava começando a jogar baseball. Ele respondeu: "Eu gostaria que alguém tivesse me dito que, quando você chega ao topo, não há nada lá". Ou seja, muitos propósitos para os quais nos voltamos não fazem sentido pleno. Vamos atrás de propósitos que nos completem, tais como sucesso no trabalho, prosperidade, relacionamentos, entretenimento entre outros; no entanto, muitas pessoas, quando conseguem tudo isso, ainda sentem que nada parece os preencher.

O sentido da vida é descobrir quem você é, ou seja, descobrir quem somos, de onde viemos e para onde vamos, sobre a procura da felicidade, sobre o amor ao próximo e aos outros. O sentido da vida é também o progresso material e especialmente espiritual, pois no crescimento individual a pessoa consegue se compreender.

Questione-se

Muitas vezes, paramos em situações até mesmo simples, dando-lhes mais importância do que elas realmente merecem, maximizando problemas ou vendo situações que nem sempre são adequadas, e nisso acabamos por cair no desânimo.

Nem todos temos uma vida perfeita, mas o mais importante é entendermos que, por vezes, precisamos parar, colocando-nos de forma ativa diante das dificuldades, de modo a compreender que a vida se faz a cada momento que superamos as dificuldades. Confiar, aceitar suas capacidades e limitações, aceitar algumas coisas e dar passos na mudança de outras será muito importante neste caminho.




Elaine Ribeiro dos Santos

Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica pela USP – Universidade de São Paulo, atuando nas cidade de São Paulo  e Cachoeira Paulista. Neuropsicóloga e Psicóloga Organizacional, é colaboradora da Comunidade Canção Nova.



12 de julho de 2021

Como lidar com a saudade dos filhos que estão longe


Saudade, sentimento tão falado e cantado em prosa e verso, que vai nascendo devagarinho no coração daqueles que amam.

Sinto saudade de muitas coisas, situações e pessoas. Hoje, no entanto, vou contar-lhes a minha vivência em relação à saudade de uma filha que saiu de casa para estudar.

Como lidar com a saudade dos filhos que estão longe

Foto Ilustrativa: by Getty Images / fstop123

Neste momento, passam-se flashs de situações que vivemos juntas: a gravidez tranquila, o nascimento, dor que explode em alegria , a ansiedade da mãe desajeitada dos primeiros meses, os primeiros passos, as crises de bronquite, o primeiro dia no maternal, o nascimento da irmã, as mudanças de casa e de cidade, as brigas com a irmã, seu carinho com os pais e avós, a primeira menstruação, as festas com os amigos, o primeiro namorado, a orientação vocacional, os vestibulares, a espera do resultado, o "enfim passei", a arrumação das coisas, o dia da partida.

Aprenda a lidar com a saudade que você traz dos filhos

Como bons pais, fomos levá-la e deixamos milhares de recomendações. Já ao entrar no carro, para voltar para casa, olhei para trás e… Cadê ela? Pensei: tudo bem, é só por um tempo. A viagem foi calada. Creio que o pai, assim como eu, veio rezando para Deus não nos desamparar neste momento, para protegê-la, e todas aquelas orações que pais que amam sabem fazer.

Cheguei em casa e o mesmo ritmo de vida continuou, isto é, uma correria. Mas, em alguns momentos, passando por seu quarto, vendo uma peça de roupa sua, a falta na mesa para o almoço, encontrando com suas colegas, a lembrança vinha tão forte, que parecia como um soco no estômago. Eu pensava: "Como ela está? Será que comeu? Está dormindo bem? Não ficou doente? E a rinite alérgica? Está gostando do curso, da casa, das colegas?".

Preocupação é diferente de saudade

Nas conversas pelo telefone, tudo era respondido, mas, dentro de mim, ficava uma tristeza tão grande depois que desligava o telefone; então, compreendi que era saudade, e que precisava diferenciá-la das preocupações. A preocupação sempre existiu e sempre vai existir, e só é aliviada quando se tem confiança em Deus. A saudade, no entanto, deixa um buraco no coração; é como se algo faltasse e nada nem ninguém diferente dessa pessoa pudesse preencher. O lugar dela está ali e é só ela quem cabe naquele espaço.


Compreender isso me ajudou a lidar com a saudade, pois entendi que quem ama sofre muito mais de saudade, mas o amor que sente é maior que tudo, maior que a dor da separação a até maior que a morte. Então, se sofro por amor, este próprio amor preenche o espaço deixado pela falta.

Muitas vezes, eu me questiono: "Porque deixei que ela fosse?"; então, penso que essa era a decisão certa, pois eu não poderia prender aquela que criei para ser livre, para realizar a missão a ela destinada, para ser aquilo que deve ser.

Os anos se passaram, e hoje faço um balanço: sou mais mãe, ela é mais filha, estamos mais maduras, aprendemos uma com a outra e Deus está realizando uma oração que faço todos os dias para minhas filhas: que elas sejam felizes!

Mara S. Martins Lourenço, psicóloga e membro da Comunidade de Aliança Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/como-lidar-com-a-saudade-dos-filhos-que-estao-longe/


9 de julho de 2021

Como podemos religar nosso relacionamento com Deus?


"O pecado é, antes de mais nada, ofensa a Deus, ruptura da comunhão com Ele. Ao mesmo tempo, é um atentado contra a comunhão com a Igreja. É por isso que a conversão traz consigo, ao mesmo tempo, o perdão de Deus e a reconciliação com a Igreja, o que é expresso e realizado liturgicamente pelo sacramento da penitência e reconciliação". CIC 1440

Confessar-se, segundo a Igreja, é fazer uma revisão dos pecados da sua vida passada, reconhecer o erro, fazer o propósito de não voltar a cometê-los e mudar de vida.

"…por um lado, os atos do homem que se converte sob a ação do Espírito Santo, a saber, a contrição, a confissão e a satisfação: por outro, a ação de Deus pela intervenção da Igreja. A Igreja que, por meio do bispo e seus presbíteros, concede, em nome de Jesus Cristo, o perdão dos pecados e fixa o modo da satisfação, também reza pelo pecador e faz penitência com ele. Assim, o pecador é curado e restabelecido na comunhão eclesial". (CIC 1448)

Reflita sobre os elementos que nos aproximam de Deus

O sacramento da confissão é, primeiramente, para perdoar os pecados graves, mas também, assim como os demais Sacramentos, para infundir a graça no penitente. E nessa graça tem a cura, que nos fortalece na luta contra os pecados. Mas você pode pensar: "Peraí! Eu me confesso regularmente há 25 anos, e ainda cometo os mesmos pecados! Cadê a cura?". No decorrer deste texto e dos próximos, vamos procurar dar o "pulo do gato", a chave para acessar essa graça.

Após confessar-se com as santas e devidas disposições, depois da absolvição, na vida comum vai ser possível perceber uma força além do que teria conseguido por meios naturais, como se fosse uma vacina, uma proteção sobrenatural contra a fraqueza do pecado. O seu propósito fica suavemente mais firme. Teremos entrado em estado de graça.

Como podemos religar nosso relacionamento com Deus?

Foto Ilustrativa:Wesley Almeida/cancaonova.com

Os elementos da confissão

Exame de consciência

Trata-se do ato de lembrar-se de todos os pecados que cometeu desde a última confissão. Se foi há muito tempo, pode levar alguns dias. Com o hábito cotidiano da confissão, esse momento se torna mais simples. O que se tem que procurar não é o que está afligindo a consciência, mas aquilo que vai contra a lei de Deus e à lei natural objetivamente. (Primeiro pulo do gato!).

Não analisar a vida moral de acordo com o sentimento de culpa apenas. Esse sentimento é enganoso, pois, às vezes, culpamo-nos de coisas das quais não temos culpa, e deixamos de nos culpar pelo que há de fato. O exame de consciência nos ajuda no autoconhecimento. Aprendemos a não ser subjetivos.

Precisamos julgar os erros de acordo com a regra externa que não está sujeita a alterações. Por isso, o exame de consciência tem de ser feito de acordo com a moral cristã. Vale a pena, no ato do exame de consciência, escrever o pecado em um papel para não se esquecer na hora da confissão.

Arrependimento

Reconhecer que realmente estava errado e detestar os atos que fez pelo menos do ponto de vista racional. (Segundo pulo do gato!). No exame de consciência, nós nos lembramos do pecado cometido; no arrependimento, reconhecemos o erro cometido, e que rompemos nosso relacionamento com Deus.

No arrependimento, para ser sincero e mais nobre, é preciso meditar sobre o mal que o pecado nos fez. Perceber que nos afastou de Deus e nos pôs no caminho da condenação eterna. Se não houver o arrependimento sincero e a confissão sacramental, ao morrer podemos ir para o inferno.

Propósito

Aqui está a chave para uma boa confissão. O propósito deve ser definitivo e universal, de não tornar a cometer nenhum dos pecados graves cometidos. Universal no sentido de serem todos os pecados graves. Não pode faltar nenhum. E não pode ser um propósito de ir largando aos poucos o pecado. É preciso ser radical e de uma vez por todas. Caso contrário, a confissão não será válida e não recebemos a graça da cura e a ajuda contra o pecado.

Novo homem após a confissão

Parece ser um despropósito, mas não é. À medida em que se nutrem essas decisões, ao sair da confissão, no intuito de sermos fiéis ao propósito feito diante de Deus, passamos a estar atentos à nossa vida para, de fato, não mais cometermos o pecado mortal. Munidos com a ajuda sobrenatural sacramental, será evidente que, em poucas semanas, os pecados graves vão desaparecendo da nossa vida!

Caso torne a cometer um pecado mortal, bem pouco tempo depois da confissão, volte a confessar-se com a mesma disposição, pois essa repetição em curto tempo será só no início, pois logo eles vão desaparecer de nossa vida!

Essa firme decisão deve ser sobre todos os pecados graves. Os leves, é bom que se tenha a mesma disposição, porém, obrigatoriamente, no primeiro momento, deve ser sobre os mortais.

Não cometa os mesmos pecados

Caso não se tenha ainda a coragem de se ter um propósito desses, o caminho é meditar ainda mais sobre as consequências do pecado grave em nossa vida.

A confissão possui mais três elementos, mas, nessa semana, vamos até aqui. Pense no que você leu e seja sincero: era assim mesmo que você se preparava para a confissão? Tinha um exame de consciência voltado para os conceitos da moral natural ou eram somente de acordo com o peso de consciência, sem saber muito bem do que se trata a moral? Havia em você um arrependimento e um horror pelos pecados cometidos? E, ao se confessar, havia um propósito firme e sincero de nunca mais cometer, pelo menos os pecados graves?



 


Roger de Carvalho

Roger de Carvalho, natural de Brasília – DF, é membro da Comunidade Canção Nova desde o ano 2000. Casado com Elisangela Brene e pai de dois filhos. É estudante de Teologia e Filosofia.
Autor do blog "Ad Veritaten".


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/series/confissao/como-podemos-religar-nosso-relacionamento-com-deus/