1 de março de 2021

Quaresma é tempo de oração, jejum e esmola


Eis o tempo de conversão. Eis o dia da salvação. Ao Pai voltemos, juntos andemos, eis o tempo de conversão. Mais um ano o Senhor nos concede a graça de vivermos este tempo forte de conversão, que é a Quaresma. Tempo favorável ao arrependimento e ao retorno à casa paterna. Tempo de fazermos a experiência do amor de Deus manifestado em Jesus Cristo. Alguns passos somos chamados a dar neste tempo de reflexão e de mudança de vida, e a Igreja nos indica três: a oração, o jejum e a esmola.

Quaresma é tempo de oração, jejum e esmola

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Quaresma, tempo de voltar-se para Deus e existem 3 vias que podem nos auxiliar

A Oração

De Deus nós viemos e para Ele voltaremos. Necessitamos, cada vez mais, de nos colocarmos na presença d'Ele e mantermos nosso contato de intimidade. Deus nos convida a uma vida de entrega, e em Jesus Ele se revela como um Pai amoroso que quer, cada vez mais, a presença de Seus filhos e filhas. A Quaresma é o tempo favorável à oração, pois só vivendo uma vida de oração vamos compreende a vontade de Deus para nossa vida, e assim, amar a vontade d'Ele.

O Jejum

O jejum nos lembra a nossa fragilidade humana. Somos pó, e pelo pecado, a semente da rebeldia entrou no coração da humanidade. O jejum nos ajudará a trazermos cativos nas mãos de Deus nossas más inclinações. Pelo jejum, Jesus, repleto do Espírito Santo, venceu as tentações do diabo e, assim, realizou a vontade do Pai.


A Esmola

Estamos acostumados a dar para os outros aquilo que nos sobra. Esmola no Brasil se tornou algo a ser dado nas feiras livres. A esmola quaresmal é totalmente diferente, ela é o fruto do nosso jejum, da nossa abstinência quaresmal.

Seguindo esses passos, abrindo-nos à ação do Espírito Santo, estaremos vivendo uma verdadeira Quaresma, voltando, assim, para a casa do Pai e experimentado o Seu abraço amoroso.

A paz de Jesus!

Equipe de Colunistas do Formação


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/quaresma/quaresma-e-tempo-de-oracao-jejum-e-esmola/

26 de fevereiro de 2021

Quaresma, tempo de vencer as tentações e o diabo


Antigamente, a Quaresma era o período durante o qual – por meio da penitência e da provação – os catecúmenos*  preparavam-se para receber o batismo na noite de Páscoa. A Liturgia sempre coloca Jesus no Evangelho do Primeiro Domingo da Quaresma vencendo as tentações do demônio (cf. Mt 4,1-11). O Nosso Senhor e Mestre não só vence como também nos dá as dicas para vencermos o nosso inimigo e as tentações pequenas e grandes que enfrentamos todos os dias.

O objetivo desta reflexão de hoje será avaliar a nossa defesa e aumentar as nossas resistências diante das tentações e celebrar a vitória com o Senhor Jesus.

Quaresma, tempo de vencer as tentações e o diabo

Foto ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com

A Quaresma é um tempo privilegiado para voltarmos ao Senhor

O Senhor derrotou o maligno, por meio da docilidade ao Espírito Santo, pois, "no deserto, Ele era guiado pelo Espírito". Da Palavra: "A Escritura diz: 'Não só de pão vive o homem'". Da Oração: "Terminada toda a tentação, o diabo afastou-se de Jesus". Do Jejum: "Não comeu nada naqueles dias e, depois disso, sentiu fome". Pela Adoração: "Adorarás o Senhor teu Deus, e só a Ele servirás". Exercendo Sua autoridade, que vinha de uma vida coerente e santa. Isso fica bem claro na leitura deste Evangelho.

De maneira semelhante, como o antigo povo de Israel partiu durante 40 anos pelo deserto para ingressar na Terra Prometida, a Igreja, o novo povo de Deus, prepara-se durante 40 dias para celebrar a Páscoa do Senhor. Embora seja um tempo penitencial, não é um tempo triste nem depressivo. Trata-se de um período especial de purificação e renovação da vida cristã, para que possamos participar com maior plenitude e gozo do mistério pascal do Senhor.

Jesus Cristo, ao dar início à caminhada do novo povo de Deus, dirige-se ao deserto como lugar de encontro com o Pai, lugar de recolhimento, onde Ele se revela, onde escuta Sua Palavra. Diferente do antigo povo da Aliança, que sucumbe à tentação, revolta-se, tem saudade "das cebolas do Egito", onde eles tinham o que comer, mas eram escravos, o Senhor vence a tentação, vence o demônio pela oração, pelo jejum, pela Palavra e obediência ao Pai.

Tempo de intensificar seu caminho de conversão

A Quaresma é um tempo privilegiado para intensificar o caminho da própria conversão. Esse caminho supõe cooperar com a graça, para dar morte ao "homem velho" que atua em nós. Trata-se de romper com o pecado que habita em nosso coração, afastar-nos de tudo aquilo que nos separa do plano de Deus, e, por conseguinte, de nossa felicidade e realização pessoal.

No pórtico da Quaresma, encontramos Jesus tentado pelo diabo. A Bíblia tem vários nomes para esse personagem, mas em todos subjaz a mesma incumbência da sua missão: o que separa, o que arranca; diabo, dia-bolus: o que divide. O demônio – no meio do mundo que o ignora e o torna frívolo – está mais presente do que nunca: nos medos, nos dramas, nas mentiras e nos vazios do homem pós-moderno, aparentemente descontraído, brincalhão e divertido.

Com Jesus, como com todos nós, o diabo procurará fazer uma única tentação, ainda que com diversos matizes: romper a comunhão com Deus Pai. Para este fim, todos os meios serão aptos, desde citar a própria Bíblia até fantasiar-se de anjo da luz. As três tentações de Jesus são um exemplo muito atual: da sua fome, converta as pedras em pão; das suas aspirações, torne-se dono de tudo; da sua condição de filho de Deus, coloque a sua proteção à prova. Em outras palavras: o dia-bolus buscará conduzir o Senhor por um caminho no qual Deus ou é tido como banal e supérfluo ou como inútil e nocivo.


Prescindir de Deus, porque reduzimos nossas necessidades a um pão que nós mesmos podemos fabricar, como se fosse nossa própria mágica (1ª tentação). Prescindir de Deus modificando Seu plano sobre nós, incluindo aspirações de domínio que não têm a ver com a missão que Ele confiou a nós (2ª tentação). Prescindir de Deus banalizando Sua providência, fazendo dela um capricho ou uma diversão (3ª tentação).

Isso torna-se atual, se formos traduzindo com nomes e cores quais são as tentações reais (!) que nos separam – cada um de nós e todos juntos – de Deus e, portanto, dos outros também. A tentação do "deus-ter" (em todas as suas manifestações de preocupação pelo dinheiro, pela acumulação de bens, pelas "devoções" a loterias e jogos, pelo consumismo). A tentação do "deus-poder" (com todo o leque de pretensões de ascensão, que confundem o serviço aos demais com o servir-se dos demais, para os próprios interesses e controles). A tentação do "deus-prazer" (com tantas, tão infelizes e, sobretudo, tão desumanizadoras formas de praticar o hedonismo, tentando censurar inutilmente nossa limitação e finitude).

Quem duvida de que existem mil diabos, que nos encantam e seduzem a partir da chantagem das suas condições e, apresentando-nos tudo como fácil e atrativo, e que nos separam de Deus, dos demais e de nós mesmos?

Jesus venceu o diabo! A Quaresma é um tempo privilegiado para voltarmos ao Senhor, unindo novamente tudo o que o tentador separou. Jejuando 40 dias no deserto, Cristo consagrou a abstinência quaresmal. Desarmando as ciladas do antigo inimigo, ensinou-nos a vencer o fermento da maldade. Celebrando agora o mistério pascal, nós nos preparamos para a Páscoa definitiva (Prefácio do 1° Domingo da Quaresma).

Oremos: "Ó Deus, que nos alimentastes com este pão que nutre a fé, incentiva a esperança e fortalece a caridade, dai-nos desejar o Cristo, pão vivo e verdadeiro, e viver de toda Palavra que sai de vossa boca para vencer ao pecado, a nós mesmos e ao diabo. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém."

Minha bênção fraterna.



Padre Luizinho

Padre Luizinho, natural de Feira de Santana (BA), é sacerdote na Comunidade Canção Nova. Ordenado em 22 de dezembro de 2000, cujo lema sacerdotal é "Tudo posso naquele que me dá força". Twitter: http://@peluizinho


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/quaresma/quaresma-tempo-de-vencer-as-tentacoes-e-o-diabo/

24 de fevereiro de 2021

O conceito de ser uma família em Deus


Deus demonstra a importância da família quando Ele cria o homem e, logo em seguida, a mulher, pois não era bom que ficasse só. A família é uma instituição sagrada criada por Deus, com a missão de povoar a terra e com um significado de unidade social selada pelo seu poder criador divino, fazendo da família a instituição humana mais antiga. Em Genesis 1, 28, Deus abençoa o casal dizendo "sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submete-a". Entretanto, a sagrada escritura deixa claro que a base dessa instituição é o matrimônio, que frutifica com o nascimento dos filhos.

O significado de família aparece na Palavra com termos hebraicos e gregos, traduzidos com diferentes palavras família, parentes, clã, lar, entre outras, por vezes voltadas para os grupos familiares ou para grupos maiores com
membros de uma mesma etnia ou de uma mesma fé. Quando um indivíduo pertence a uma paróquia, movimento ou pastoral, ele pode criar vínculos de uma família espiritual. Deus também reconhece Israel como uma família, não unida por laços de sangue, mas por valores, princípios e a crença num mesmo Deus.

Após a criação da primeira família, a bíblia nos diz que, quando adulto o homem deve deixar seus pais e, com a sua esposa, formar uma família. "Enfim, cada um de vós também ame a sua esposa como a si mesmo, e que a esposa tenha respeito pelo marido".

O conceito de ser uma família em Deus

Foto ilustrativa: Andréia Britta/cancaonova.com

A base familiar na época de Abraão

A bíblia nos fala também da família de Abraão, que recebe a bênção que é transmitida a todas as famílias do mundo. O núcleo essencial das famílias bíblicas era constituído por pais e filhos, entretanto, na maioria das vezes, era
estendida aos parentes de diferentes graus, assim como pessoas próximas sem laços de sangue, tais como concubina e amigos. Em famílias com alto poder aquisitivo, os servos também eram considerados parte da família.

A história do patriarca Jacó nos mostra que as famílias bíblicas eram numerosas, porque filhos eram considerados presentes de Deus. E quem não gosta de ganhar muitos presentes? Possuíam uma estrutura bem definida, os
homens tinham um papel de líder social e espiritual, que deveria ser exercida com amor; a mulher obedecia ao marido e cuidava do lar e dos filhos; os primogênitos tinham um lugar especial nas famílias, pois eram preparados para sucessão do pai e a responsabilidade de conduzir toda a família. Nessa condução, o livro dos Provérbios 22, 6 noz diz: "Ensina o adolescente quanto ao caminho a seguir; e ele não se desviará, mesmo quando envelhecer".

A Bíblia nos ensina que os cônjuges no matrimônio devem obedecer aos princípios divinos, que a união em uma só carne é indissolúvel e a missão de gerarem e educarem os filhos para Deus. O Salmo 112 nos diz: "Feliz aquele que teme o Senhor e que muito se compraz em seus mandamentos". Entretanto, desde o início da criação, observamos que o pecado entrou no mundo, quebrando esses princípios divinos e deformando as famílias com poligamia, traições, autoridade tirânica e abandono das responsabilidades com a família.


Servir ao Senhor

Hoje não deveria ser diferente, o casal não deveria assumir o matrimônio como se fosse algo passageiro e sem consequências; o homem precisa assumir a liderança de seu lar e não abandonar as esposas e os filhos, aumentando o número de mulheres que são arrimo de famílias. As mulheres precisam devolver a autoridade aos maridos e descobrir a beleza de ser amada e cuidada. O livro de Josué, no capítulo 24, 15, nos mostra a sua decisão diante de Deus, compromete-se pessoalmente e por sua família, quando diz: "Contudo, se vos desagrada servir ao Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir, se aos deuses a quem vossos pais serviram do outro lado do rio aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor". Os pais precisam orientar nos preceitos do Senhor e não serem fonte de ira para os seus filhos, esses precisam obedecer, honrar e
respeitar os pais.

A Bíblia contém instruções práticas para a vida familiar cotidiana, para quem quer seguir o Senhor e guiar as famílias no caminho percorrido por Ele. Começando pela família de Nazaré, Deus escolheu nascer numa família e
mostrar com o Seu exemplo como deve ser a nossa família. José se submetia à vontade de Deus Pai, Maria dizia "sim" para o plano divino e seguia as orientações de seu marido e guardava tudo no coração, e Jesus respeitava e honrava os seus pais. Exemplo claro vimos no templo, quando foi encontrado cuidando das coisas do Deus Pai, em Lucas 2, 51: "Jesus, desceu, então com seus pais para Nazaré e era-lhes submissos", portanto, Ele volta na obediência com seus pais terrestre.

Jesus, na sua vida terrestre, fez o primeiro milagre num casamento, em que, segundo João 1,11: "(…) manifestou a sua gloria e seus discípulos creram nele". Ele sempre nos convida à santidade no matrimônio, mostra a importância de cuidar e valorizar a família e viver os princípios divinos como casal e com os filhos. Toda vez que o ser humano teima em desobedecer e pecar, ele gera sofrimento para si e para o núcleo familiar. É preciso assumir a bênção de Deus transmitida por Abraão; o conceito de filhos como presente do Senhor assim como foi para Jacó; e beber o "vinho novo "como busca de santidade, que restaura as famílias tão sofridas e cansadas porque perderam o conceito do que é ser uma família em Deus.



Ângela Abdo

Mestre em Ciências Contábeis pela Fucape, pós-graduada em Gestão de Pessoas pela FGV, Gestão de Pessoas pela Faesa, graduada em Serviço Social pela Ufes e psicanalista. Consultora e Executiva na área de RH e empresa hospitalar. Foi coordenadora do grupo fundador do Movimento Mães que Oram pelos Filhos da Paróquia São Camilo de Lellis, em Vitória (ES) e do grupo de Amigos da Canção Nova de Vitória. Atualmente, é coordenadora nacional e internacional do Movimento Mães que Oram pelos Filhos. Escritora dos livros "La Salette, o grito de uma Mãe!" (2018), "Superação x Rejeição: Aprendendo a ser livre" (2017), "Ser Mulher À Luz da Bíblia: Porque Deus Pode Tudo!" (2016) e "Mães que Oram pelos Filhos" (2016). Participa do programa "Papo de Mãe que Ora", no canal Mães que Oram pelos Filhos Oficial, e do "Mães que Oram pelos Filhos", na Rádio América.  Autora de livros publicados pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/o-que-biblia-nos-ensina-sobre-familia-qual-e-o-seu-significado-2/

22 de fevereiro de 2021

Conheça os exercícios quaresmais de conversão


A liturgia que abre o tempo da Quaresma manda proclamar o Evangelho em que o Nosso Senhor Jesus fala da esmola, da oração e do jejum, os quais nos conduzem a um caminho de conversão.

Toda nossa vida torna-se um sacrifício espiritual que apresentamos continuamente ao Pai, em união com o sacrifício de Jesus sofredor e pobre; a fim de que, por Ele, com Ele e n'Ele, seja o Pai em tudo louvado e glorificado. Por isso, a Quaresma é um caminho bíblico, pastoral, litúrgico e existencial para cada cristão pessoalmente e para a comunidade cristã em geral, que começa com as cinzas e conclui com a noite da luz, a noite do fogo, a noite santa da Páscoa da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Refletiremos sobre os rumos de nossa espiritualidade até a Páscoa de Nosso Senhor Jesus, ou seja, a vida nova que Ele tem para nós, os exercícios quaresmais de conversão. A liturgia da Quarta-feira de Cinzas, que abre o Tempo da Quaresma, manda proclamar o Evangelho em que Nosso Senhor fala da esmola, da oração e do jejum, conforme Mateus 6,1-8.16-18.

Solidariedade

Foto: Motortion by GettyImages

Exercícios Quaresmais de conversão

Oração: A oração é a expressão máxima de nossa fé. Não podemos pensar nela como algo que parte somente de nós, pois, quando o homem se põe em oração, a iniciativa é de Deus que atingiu, com a Sua graça, o coração desse homem. Toda a nossa vida deveria ser uma oração, ou seja, uma comunicação com o divino em nós.

Jejum: Jejuar é abster-se de um pouco de comida ou bebida, é estabelecer o correto relacionamento do homem com a natureza criada. A atitude de liberdade e respeito diante do alimento torna-se símbolo de sua liberdade e respeito para com tudo quanto o envolve e o possa escravizar: bens materiais, qualidades, opiniões, ideias, pessoas, apegos e assim por diante. Jejuar significa fazer espaço em si.

Esmola ou caridade: O que significa esmola? Dar esmola significa dar de graça, dar sem interesse de receber de volta, sem egoísmo, sem pedir recompensa, mas em atitude de compaixão. Nisso, o homem imita o próprio Deus, no mistério da criação, e imita a Jesus Cristo, no mistério da redenção.

Celebrar a Eucaristia no tempo da Quaresma significa percorrer com Cristo o itinerário da provação que cabe à Igreja e a todos os homens; é assumir mais decididamente a obediência filial ao Pai, e o dom de si aos irmãos que constituem o sacrifício espiritual. Assim, renovando os compromissos do nosso batismo, na noite pascal, poderemos "passar" para a vida nova de Jesus, Senhor ressuscitado para a glória do Pai na unidade do Espírito.


Para celebrar bem este tempo

1. O Tempo da Quaresma, que é esse tempo de conversão, se estende da Quarta-feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor, inclusive, essa Missa vespertina dá início, nos livros litúrgicos, ao Tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, o qual tem seu cume na Vigília Pascal e termina com as vésperas do Domingo da Ressurreição. A semana que precede a Páscoa toma o nome de Semana Santa. Ela começa com o Domingo de Ramos.

2. Os domingos desse tempo de conversão chamam-se de 1°, 2°, 3°, 4° e 5° Domingo da Quaresma. O 6° domingo toma o nome de "Domingo de Ramos e da Paixão". Esse dia tem a precedência sobre as festas do Senhor e sobre qualquer solenidade.

3. As solenidades de São José, esposo de Nossa Senhora (19 de março) e da Anunciação do Senhor (25 de março), como outras possíveis solenidades dos calendários particulares, antecipam sua celebração para o sábado, caso coincidam com esses domingos.

4. A liturgia da Quarta-feira de Cinzas abre o tempo da Quaresma. Não se cantam o "Glória" nem o "Credo" nessa Missa.

5. Aos domingos da Quaresma, não se canta o hino Glória; faz-se, porém, sempre a Profissão de Fé e o Creio. Depois da segunda leitura, não se canta o Aleluia; o versículo, antes do Evangelho, é acompanhado de uma aclamação a Cristo Senhor. Omite-se o  Aleluia  também nos outros cantos da Missa.

6. A cor litúrgica do Tempo da Quaresma é a roxa; para o 4° domingo (Laetare – Alegria) é permitido o uso da cor rosa. No Domingo de Ramos e na Sexta-feira Santa, a cor das vestes litúrgicas e do celebrante é a vermelha, por tratar-se da Paixão do Senhor.

7. Sugestão: em oração, colha de Deus uma penitência ou mortificação pessoal que você possa viver neste tempo de retiro. Por exemplo: deixar algo de que gosta muito de fazer ou de comer, falar menos, diminuir o barulho ao seu redor, assistir menos à televisão, reconciliar-se com as pessoas e situações, fazer um bom exame de consciência e confessar-se. Nos dias de jejum: oferecer a quem não tem o que você iria comer e beber.



Padre Luizinho

Padre Luizinho, natural de Feira de Santana (BA), é sacerdote na Comunidade Canção Nova. Ordenado em 22 de dezembro de 2000, cujo lema sacerdotal é "Tudo posso naquele que me dá força". Twitter: @peluizinho



18 de fevereiro de 2021

O que fere e destrói os relacionamentos na família?


A família tem sido alvo de perniciosas ideologias. Os valores não estão sendo vividos e a Palavra de Deus não está sendo observada e praticada, ou seja, a Verdade está sendo relativizada. O relativismo resultou no descrédito dos valores morais, enfraquecimento da família e aumento da infidelidade conjugal. Em nome do "eu tenho o direito de ser feliz", muitos divórcios aconteceram como solução para as uniões em crise.

A infidelidade tem destruído muitos relacionamentos familiares. Quando o adultério é a causa de separação, não são somente os cônjuges os afetados. Os filhos saem profundamente marcados e a traição adquire a força de uma espada que atravessa a alma e fere de modo bem profundo. Tenho visto o grande percentual de crianças e jovens feridos, inseguros, com sentimento de culpa e depressivos que presenciaram a dor da infidelidade dos pais e a separação. Muitos filhos, por não superarem esse trauma, não desejam constituir famílias, não acreditam mais na beleza do casamento e nas pessoas. E o que percebo como uma das causas principais para a infidelidade e algo bem comum entre os casais é a indiferença, propiciada pela rotina diária. O casal vai se afastando um do outro e, pior, vão se afastando das coisas de Deus e não há mais interesse pelas coisas do céu.

O que fere e destrói os relacionamentos na família?

Foto ilustrativa: Prostock-Studio by Getty Images

Deus tem que ser presente na família

Quando não alimentamos a intimidade com Deus pela vida de oração, a busca do conhecimento da Palavra, o forte comprometimento com a Igreja e devoção à Virgem Maria, a pessoa humana começa a ser ferida pelo pecado. E a razão humana ferida em sua capacidade de conhecer a verdade, fica sujeita às trevas do erro, deixando a pessoa centrada em si mesma e escrava das suas paixões desordenadas e sem forças para vencer a tentação da infidelidade. Quantos casais infiéis que se deixaram levar pelo mundo! E quando falo "mundo" é tudo aquilo que compete ao "mundanismo", ou seja, quando se vive num sistema contrário à vontade de Deus. Contudo, Deus em sua Palavra nos orientou: "Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai" (1 Jo,2,15).

E até chegar a concretizar a infidelidade, o casal percebe que não foi capaz de encarar os fatos e os problemas não resolvidos, além de não buscar a solução e aproveitar os momentos de crise para crescimento e amadurecimento. Claro que esposo e esposa nunca deverão culpar o outro, mas se não forem capazes de reconhecerem que precisam de ajuda, a infidelidade logo baterá em suas portas. Quantos casais são infiéis por falta de maturidade emocional e porque não sabem lidar com as emoções. O imaturo só sabe querer receber do outro a satisfação de suas carências e o amor, para ele, pode ter o significado de saciar o desejo sexual e pronto.

Pecado da mentira no relacionamento familiar

Outro pecado que fere e destrói os relacionamentos é a mentira. "Por isso, renunciai à mentira. Fale cada um a seu próximo a verdade, pois somos membros uns dos outros" (Ef 4,25). Os relacionamentos familiares que são construídos na verdade são duradouros. Ao contrário, quando existe a mentira também existe a briga. O casal já não é capaz de confiar no outro causando profunda mágoa. Sendo assim, os casais precisam ter a coragem de romper com o pecado da mentira, falar somente a verdade, viver na luz de Deus e ter como princípio de vida partilhar a verdade de modo muito transparente.

Brevemente, tocaremos numa palavrinha bem chata, que se chama "orgulho". O orgulho é a causa de muitas feridas nos relacionamentos familiares, pois a pessoa orgulhosa é de difícil convivência, sempre a última palavra é dela e veste a camisa do ̈eu estou sempre com a razão ̈. Ela também é bastante limitada para aceitar qualquer tipo de correção, por menor que seja, e não é capaz de assumir os seus erros e, de maneira alguma, pede perdão.

O orgulho  e o egoísmo não podem dominar

O orgulhoso não aceita o fato de que precisa mudar e, no ambiente familiar, se um membro não está disposto a sempre melhorar, acontecerão sempre conflitos que ferirão os corações, principalmente, devido a discussões que nunca serão resolvidas. Assim, para que aconteça a harmonia familiar é preciso a graça da humildade. Meditemos, portanto, nesse versículo da Palavra de Deus: "Nada façais por espírito de partido e vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos" (Fl 2,3). E se não nos dispusermos a vivenciar essa Palavra, seremos dominados pelo espírito do orgulho, não saberemos nunca "perder" para o outro e sempre desejaremos nos impor sobre todas as coisas, precisando, a todo momento, de ser o centro das atenções.

Outra causa das ruínas familiares é o egoísmo. Uma pessoa egoísta é aquela que só pensa em si e dificilmente experimentará a alegria da partilha e de ter relações profundas e edificantes. Aquele que pensa somente em seus interesses, aos poucos, afastará as pessoas do seu convívio. Para nos relacionarmos bem no ambiente familiar será necessária certa dose de altruísmo e disposição para acolher os interesses dos outros, "morrendo", de certo modo, para nós mesmos. Do contrário, nenhuma família subsistirá.


O diálogo é o caminho de todo relacionamento

A falta de diálogo é motivo também para ruir os relacionamentos. Ele acaba por desenvolver o afastamento uns dos outros. Mas lembre-se sempre que dialogar não é somente falar, mas também aprender a escutar de modo afetivo e acolhedor. Através do diálogo abrimos a possibilidade de melhorarmos os relacionamentos. Assim, nós conhecemos e nos damos a conhecer, participando da vida do outro, sempre com a intenção de melhorar o convívio e para o bem comum.

Outra erva daninha nos relacionamentos familiares é a inveja. Quantos casais acabam, por não valorizar aquilo que têm, começam a olhar para a vida de outros casais e acham por bem que deveriam ter aquilo que outros possuem. Que tristeza quando isso acontece! Quantos casais brigam em razão até mesmo a profissão do outro, invejando sua vida e status conquistado. E é pela inveja que as pessoas se acham no direito de matar outras em seus corações, sendo este sentimento a pior causa de todo o tipo de morte. Foi por causa dela que ocorreu o primeiro fratricídio na história da salvação. Foi por inveja que Caim matou Abel, por este ter agradado a Deus com a sua oferta. Foi também por causa da inveja que José foi vendido aos mercadores pelos irmãos. A inveja é o pecado diabólico por excelência, dizia Santo Agostinho.

O ditado popular ̈a inveja mata ̈ é uma frase verdadeira. Não matamos as pessoas com armas, mas as matamos em nossos corações. Eliminamos com a nossa língua, com comentários maldosos sobre os outros ou com o nosso olhar de desprezo e descaso. Fiquemos atentos às nossas atitudes e saibamos discernir quando a inveja chega aos nossos lares. A inveja é como as duas faces de uma moeda: tem o poder de matar os outros e também a nós mesmos. E, assim, precisamos exterminá-la de modo concreto.

Oração

"Senhor, pelo poder do teu sangue precioso, cura e liberta os nossos relacionamentos e toca o nosso coração ferido pela divisão, pela infidelidade, pelo amor próprio e apego às coisas do mundo.

Cura as nossas emoções e as dores causadas pelas ofensas, libertando-nos do vício da mentira, do orgulho, do egoísmo e da inveja.

Dai-nos a graça de não sermos indiferentes à nossa família. Que as nossas famílias sejam repletas do poder do teu Espírito Santo.

Banha-nos, Senhor, com a força do alto para que as nossas famílias sejam santas, restauradas e renovadas no amor."

Trecho extraído do livro "A cura dos relacionamentos familiares" dos missionários da Comunidade Canção Nova, Ricardo Luciana Ida


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/o-que-fere-e-destroi-os-relacionamentos-na-familia/

16 de fevereiro de 2021

O que é a suprema caridade maternal de Maria?


É sempre importante recordarmos do percurso da nossa história de salvação. Maria, uma jovem hebreia de Nazaré, assim como toda mulher judia, praticava a religião hebraica, frequentava a pequena sinagoga onde vivia. Professava a Sua fé no Deus único e a alimentava aprofundando-se no conhecimento das sagradas escrituras, de modo particular na escuta da leitura do livro do profeta Isaías e ao memorizar as orações dos Salmos.

Com a Sua família, Maria aprendeu a viver a fé e o amor a Deus com todo o Seu ser: "Escuta, Israel: 'O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças'" (Cf. Dt 6,5).

Toda a Sua vida cotidiana nutria-se do amor de Deus e, simultaneamente, respondia também a Ele com todo o Seu amor verdadeiro, puro e fiel.

O que é a suprema caridade maternal de Maria?

Foto ilustrativa: sedmak by Getty Images

O amor pleno e supremo de Maria

Foi nesse amor total de Maria a Deus que, n'Ela, o Amor veio habitar entre nós para nos salvar: Jesus Cristo!

Só quem ama verdadeiramente pode oferecer-se com total confiança e abandono. Foi o que Maria fez, ofereceu-se a Si mesma a Deus, para que n'Ela se realizasse a Sua vontade. Cristo, que é O verdadeiro e único amor, foi gerado no ventre de Maria. O amor exclusivo de Maria a Deus a fez gerar O Amor, na sua essência e potência: Jesus Cristo. Foi esse amor que conduziu a vida de Maria com suprema e plena caridade.

Caridade maternal

Uma caridade maternal cuja experiência foi adquirida ao formar e educar o Filho de Deus, o próprio Amor encarnado.

A virtude de Maria da Suprema Caridade Maternal não se trata de sentimentos, e sim de atitudes concretas em favor de alguém. Pois, quem, de fato, ama não se acomoda, mas sai de si para ir ao encontro do outro para se doar. Foi isso que Maria fez ao visitar a Sua prima Isabel para servir: "Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.(cf. Lc 1,39)". O amor é movimento, o amor é doação de vida!

Assim é Maria: entregou-se total e primeiramente a Deus e, consequentemente, essa entrega se estende por toda a humanidade: "Ao ver Sua Mãe e junto d'Ela o discípulo que Ele amava, Jesus disse à Sua mãe: 'Mulher, eis aí o teu filho'. Depois disse ao discípulo: 'Eis aí a tua Mãe'" (cf. Jo.19, 26-27).


Humanidade

Na cruz, Ela recebeu do Seu Filho o legado de ser a Mãe da humanidade e também acolheu a todos com amor, se oferecendo com suprema caridade maternal a todos os filhos, de modo discreto, atenta, orante e paciente, porém, age concretamente. Muitas vezes, embora não vejamos e não percebamos, Ela está a cuidar de nós!

Como Maria que, por amor a Deus e a humanidade, oferece Seu filho na cruz, imitemo-La, conscientes de que amar é exigente oferecer-se a Deus pelo outro, pela via do sofrimento, da dor, da cruz: "A Cruz é a escola do amor" (São Maximiliano Kolbe).

Bondade mariana

Viver essa virtude passa pelas atitudes de bondade; escuta ativa; servir sem esperar recompensa; atenção a começar na família; partilhar do que temos materialmente ou espiritualmente: "Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; era peregrino e não me acolhes­tes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes"( Cf. Mt 2, 42-43).

Porém, o verdadeiro sentido da Suprema Caridade Maternal de Maria é o sentido que se dá a tudo o que se vive e  somos impelidos a fazer: o amor a Deus que, por Ele, se oferece pelo outro.



Nilza e Gilberto Maia

Nilza e Gilberto Maia são casados, jornalistas e missionários de dedicação integral na Comunidade Canção Nova.

Nilza é membro da comunidade desde 1999; e Gilberto, desde 2000. Nilza é graduada em Comunicação Social pela UFMT e pós-graduada em counseling pelo IATES/Curitiba. Gilberto também é counselor pelo IATES/Curitiba e graduado em Gestão Comercial.

Ambos atuaram em suas próprias paróquias nas pastorais, movimentos e ações sociais. O casal viveu em Portugal por sete anos, onde realizaram a missão diretamente no Santuário de Fátima, através de transmissões diárias, para a TV, da Eucaristia e da Oração do Rosário da Capelinha das Aparições.

O casal é autor dos livros publicados pela Editora Canção Nova. Atua também no apostolado como anunciadores da Palavra de Deus, e na formação e acompanhamento de casais.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/devocao-nossa-senhora/o-que-e-a-suprema-caridade-maternal-de-maria/

12 de fevereiro de 2021

Como se dividem as festas e os tempos litúrgicos especiais?


Com este artigo, chegamos ao fim de uma série de artigos em que tratamos da Santa Missa, seus vários atributos e significados. Eles nos ajudaram a entendê-la um pouco mais, para que assim possamos viver melhor tão grande mistério. Neste último artigo, vamos tratar das festas e dos tempos especiais durante o Ano Litúrgico.

Os tempos litúrgicos são divididos em Tempo do Advento, Tempo do Natal, Tempo da Quaresma e Tempo Pascal. Para que servem esses tempos e suas divisões? A Igreja divide o ano em tempos litúrgicos, a fim de deixá-los o mais claro possível, para que o povo entre na dinâmica salvífica do mistério pascal, que é celebrado em cada Santa Missa.

Como se dividem as festas e os tempos litúrgicos especiais

Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Se você não sabia, o ano litúrgico começa no Tempo do Advento, que é a preparação para o Natal do Senhor, um dos momentos mais importantes para nós católicos. O documento do Concílio Vaticano II Sacrosanctum Concilium, no número 102, expõe o seguinte sobre o Ano Litúrgico: "A santa mãe Igreja considera seu dever celebrar, em determinados dias do ano, a memória sagrada da obra de salvação do seu divino Esposo. Em cada semana, no dia a que chamou domingo, celebra a da Ressurreição do Senhor, como a celebra também uma vez no ano na Páscoa, a maior das solenidades, unida à memória da sua Paixão".

Reflita sobre os tempos litúrgicos vivenciados pela Igreja

Cada tempo também traz uma graça própria, sendo assim, o Advento é o tempo das alegrias moderadas e preparação para a chegada de Jesus no Natal. Sua espiritualidade é de esperança e purificação da vida. Por esse motivo, o Advento se torna tão importante e distinto dos demais, pois prepara o católico para viver bem o nascimento do Senhor. O Tempo do Natal é comemorado com muita alegria, porque é a natividade do Senhor, sua espiritualidade é de fé, alegria e acolhimento. O Tempo Comum é acompanhado de um espírito de esperança, de escuta da Palavra e vivência do Reino de Deus. A Quaresma é tempo forte de conversão, penitência, jejum, esmola e oração. A Páscoa não se refere apenas ao domingo da Ressurreição, mas vai até Pentecostes , é carregado de uma espiritualidade de alegria, porque Cristo Ressuscitou.

A Semana Santa

É durante a Semana Santa ou como também é conhecida de Semana Maior que a Igreja celebra a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Ela tem início no Domingo de Ramos e se estende até o Domingo de Páscoa. Durante essa semana, celebra-se a Missa do Crisma, onde o Bispo, reunido com os padres que formam o seu presbitério, abençoa os Santos Óleos. Na mesma quinta-feira, acontece a instituição da Eucaristia e a cerimônia do Lava-pés. Na sexta-feira, celebra-se a Paixão e Morte de Jesus, quando a Igreja se dedica ao silêncio, jejum e oração, vivendo com respeito a morte do Senhor. No Sábado Santo, acontece a Vigília Pascal, com a bênção do fogo novo e do Círio Pascal, a proclamação da Páscoa. Nessa celebração, é lida uma série de leituras, passando por toda a história da salvação; e acontece a renovação das promessas do batismo. Por fim, no Domingo de Páscoa, quando se comemora a Ressurreição de Jesus, esse é o ponto central da fé cristã.

O Corpus Christi

A Solenidade de Corpus Christi é a celebração que a Igreja festeja o Sacramento da Eucaristia. É o momento em que o Santíssimo Sacramento sai em procissão pelas ruas. Neste momento, todo o povo de Deus é convidado a adorar o Senhor na Santa Eucaristia e agradecer por tão grande dom. A festa é celebrada desde o século XIII, quando o próprio Jesus aparece em visões, pedindo uma festa litúrgica em honra à Sagrada Eucaristia.

É importante que todo fiel católico participe da procissão de Corpus Christi, pois ela é a mais significativa das procissões, porque é a única que o próprio Senhor sai às ruas. Criou-se o hábito de confeccionar tapetes ornamentados para homenagear o Senhor, assim como enfeites nas casas e oratórios.


A festa do Santíssimo Nome de Jesus

A festa do Santíssimo Nome de Jesus é celebrada oito dias depois do Natal, em 2 de janeiro, pois foi oito dias depois do nascimento de Jesus que São José realizou a circuncisão no Menino, dando-Lhe o nome de Jesus. Nome escolhido pelo próprio Deus e anunciado por anjo Gabriel em sonho a São José.

Conforme o próprio significado do Nome de Jesus, ele exprime toda a sua missão. Em hebraico Yeshua quer dizer "Deus salva", assim, entende-se, desde o momento que foi dado esse nome, que o Senhor seria, de alguma forma, aquele que salvaria o mundo. Dessa forma, o Apóstolo Paulo escreve em Fl 2,9-11: "Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo o nome, para que, em Nome de Jesus, todo o joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda a língua confesse: 'Jesus Cristo é o Senhor', para a glória de Deus Pai".

A festa da Divina Misericórdia

O Domingo da Divina Misericórdia corresponde ao Segundo Domingo de Páscoa. Acordo aprovado por São João Paulo II com um decreto assinado em 2000 pela Congregação do Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos. Nessa data, é celebrada a instituição do Sacramento da Penitência, ou confissão, encontrado no trecho o Evangelho de Jo 20,22-23: "Então, soprou sobre eles e falou: 'recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, lhes serão retidos'".

Mediante a experiência mística de Santa Faustina Kowalska, a Igreja entende que foi desejo do próprio Jesus que acontecesse esta festa. Jesus diz o seguinte a Santa: "Na Minha festa, na Festa da Misericórdia, percorrerás o mundo inteiro e trarás as almas que desfalecem à fonte da Minha misericórdia. Eu as curarei e fortalecerei" (D. 206); "Pede ao Meu servo fiel que, nesse dia, fale ao mundo inteiro desta Minha grande misericórdia, que aquele que, nesse dia, se aproximar da Fonte da Vida, alcançará perdão total das culpas e penas" (D. 300a;). Dessa forma, todo cristão pode e deve celebrar essa festa com a confiança de alcançar as graças específicas que Deus deseja derramar sobre Seu povo.

Que todos os dias possamos tomar cada vez mais consciência da dinâmica litúrgica da nossa Igreja, para que possamos tirar os proveitos que o Senhor tem para nós.



Fábio Nunes

Francisco Fábio Nunes
Natural de Fortaleza (CE), é missionário da Comunidade Canção Nova e candidato às Ordens Sacras. Licenciado em Filosofia pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP), Fábio Nunes é também Bacharelando em Teologia pela Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP) . Atua no Departamento de Internet da Canção Nova, no Santuário do Pai das Misericórdias e nos Confessionários.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/como-se-dividem-festas-e-os-tempos-liturgicos-especiais/