13 de janeiro de 2021

A Palavra de Deus assusta você?


Conta-nos São Lucas, no capítulo 24 dos Atos dos Apóstolos, que Paulo estava sendo acusado pelos judeus diante do governador Félix. Enquanto aguardava o julgamento, Paulo foi chamado pelo governador e por sua esposa, que pediram que lhes falasse da fé em Jesus Cristo. Paulo começou a fazer a exposição, mas como em sua pregação falou sobre a justiça, a castidade e o juízo futuro, Félix, todo atemorizado, disse-lhe: "Por ora podes retirar-te; eu te chamarei em outra ocasião". De fato, ele o chamou em outras ocasiões, mas, conforme diz a Palavra de Deus, ele assim o fazia porque se entretinha com Paulo e porque esperava que o apóstolo lhe desse algum dinheiro.

Félix parece em grande medida um cidadão do nosso tempo. Ele buscava o Evangelho interessado nos bens materiais que poderia obter, mas quando ouvia que era necessário se converter, ser santo, casto e que haveria um julgamento futuro, isso o assustava e ele preferia parar de ouvir. Esse episódio é bem significativo para refletirmos sobre uma realidade evidente, mas que muitas vezes parecemos querer esquecer: nem todos se converterão ao ouvir o anúncio do Evangelho, mas não é por isso que devemos suavizar a Boa Nova para atrair mais pessoas. Muitos de nós poderemos até passar anos ouvindo a Palavra, participando da Santa Missa, ouvindo pregações, rezando, indo a grupos de oração, mas com o coração voltado para as realidades terrenas – bens, saúde, vitória aqui nesse mundo – e não para a conversão que precisamos viver para passarmos pelo julgamento futuro. É como aquela pessoa que diz: "Eu gosto muito do padre fulano, só não gosto mesmo quando ele começa a falar desse negócio de ir para o inferno", ou "o padre beltrano é muito bom, mas ele exagera quando fala que o casal não pode usar anticoncepcional".

A Palavra de Deus assusta você

Foto Ilustrativa: by Getty Images / worradirek

A Palavra de Deus atinge a alma e o corpo

Félix foi até Paulo talvez esperando ouvir coisas bonitas, românticas, que fizessem carinho no seu ego. Quem sabe ele quisesse ouvir palavras de esperança, promessas de vitória, anúncio de maravilhas e milagres, mas nada que "incomodasse" o seu modo de viver. Nada muito diferente da nossa geração, frise-se. A Palavra de Deus, contudo, não é uma escova massageadora, feita para nos sentirmos bem. Pelo contrário, ela é "mais penetrante que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas". Paulo sabia muito bem que não existe "versão light" do Evangelho. Ele não poderia aliviar o seu discurso para não ofender ou assustar o governador, ou mesmo para que o governador, naquele momento, aderisse à Fé em Cristo, sem necessariamente saber de toda a verdade. O Evangelho é a Verdade. Se você oculta partes incômodas ou que pareçam radicais demais para ouvidos sensíveis, não pode haver verdadeira conversão.

Se Paulo enfatizou a vivência da castidade na sua primeira pregação para Félix é porque muito provavelmente ali se vivia uma devassidão moral muito grande. O que Jesus ensinava às multidões era "convertei-vos e crede no Evangelho". Tudo começa com a conversão. O Evangelho, portanto, é essa espada que penetra o coração e nos leva a perceber que é necessário um rompimento do homem velho com o homem novo, guiado pelo Espírito Santo. A Palavra de Deus precisa me incomodar, tocar nas minhas feridas, precisa me atemorizar como atemorizou Félix. A diferença é a maneira como eu respondo à Palavra. Posso decidir fugir ou me esquivar do que me incomoda ou crer na Misericórdia Divina e decidir mudar de vida. E aqui é fundamental que fique bem claro que não existe meio do caminho. Uma pessoa que se esquiva de um pedaço do Evangelho não está vivendo "quase tudo". Ela continua sem seguir Cristo. O Evangelho pede adesão total: "Sede santos, assim como o vosso Pai Celeste é santo".


Você é o Felix quando o assunto é o Evangelho?

Examine a sua vida, meu caro irmão, e veja se você não tem se comportado como Félix, que fica chocado com algumas partes do Evangelho e diz que ouvirá aquilo em outra ocasião. Pode não haver outra ocasião. O tempo para se converter não é amanhã ou depois, porque só temos o hoje. Assim como Félix visitava Paulo na esperança de que ele lhe desse algum dinheiro, nós rezamos a Deus pedindo que nossos negócios prosperem, que tenhamos saúde, que consigamos um marido ou uma esposa. Tudo isso é coisa boa e lícita, mas "o mundo está pegando fogo", nos adverte Santa Teresa d'Ávila. As almas estão se perdendo por viverem no pecado e nós perdemos tempo pedindo coisas que não contribuem para a nossa salvação nem para a salvação das almas.

Não é tempo de tratar com Deus de assuntos de pouca importância, nos admoesta Santa Teresa. É urgente a salvação das almas, a começar pela nossa própria. Gastemos nosso tempo diante de Deus pedindo a graça da conversão, da mudança de vida. Vivamos em vista do Reino de Deus, do dia do juízo. Obedeçamos ao que nos foi ordenado por Nosso Senhor Jesus Cristo: "Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo mais vos será dado em acréscimo". Todo o resto é acréscimo. Félix passou cerca de dois anos ouvindo Paulo. Não sabemos se em algum momento após o primeiro encontro ele se converteu ou não, pois Lucas guarda silêncio a respeito disso. Eu sei da minha necessidade de conversão. Você, caro leitor, deve saber da sua. Não fuja de Cristo. Pelo contrário, deixe-se alcançar por Ele e peça ao Espírito Santo a graça da prontidão quando ouvir o convite sempre urgente do Senhor para abandonar a vida velha e sonolenta e segui-lo até a cruz: "Levantai-vos, vamos!"



José Leonardo Nascimento

José Leonardo Ribeiro Nascimento é casado, pai de quatro filhos e membro do segundo elo da Comunidade Canção Nova desde 2007. Natural de Paripiranga (BA), cursou Ciências Contábeis na Universidade Federal de Sergipe e fez pós-graduação em economia por meio do Minerva Program, na George Washington University, nos Estados Unidos. Trabalha, há 18 anos, como Auditor Federal na Controladoria-Geral da União em Aracaju (SE). Ele e sua esposa trabalham, há muitos anos, com a evangelização de casais e de famílias, coordenando grupos e pregando em retiros e encontros.
Instagram: @leonardonascimentocn | Facebook: @leonardonascimentocn


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/biblia/estudo-biblico/palavra-de-deus-assusta-voce/

11 de janeiro de 2021

A amizade é o estágio mais aperfeiçoado do amor


Quantas vezes nossa alma precisa ser saciada por presença? Quantas vezes, em meio à pressa, queremos alguém que nos olhe com calma? Quantas vezes, em meio às tribulações e desilusões, desejamos alguém que nos levante, alguém que nos impulsione a ser mais? Quantas vezes, nesta vida passageira, queremos alguém que escolha ficar? Quantas vezes desejamos que alguém seja cura em meio a um deserto árido de feridas? Inúmeras vezes, nossa alma deseja a presença daquele que é um dos maiores dons dado por Deus: o amigo! Em cada alma existe o desejo de saber que seu coração é conhecido e que ele não precisa de máscaras.

Jesus escolheu amigos, trouxe-os para perto, ensinou-os a viver na alegria e na dor, mostrou-lhes com a Sua vida que o olhar capaz de nos devolver é o olhar de quem nos olha por dentro. Ensinou que a amizade é uma forma de amar, que ela é um caminho construído por duas mãos, um caminho de rosas e espinhos. A amizade é aperfeiçoada no caminho do calvário, no caminho do verdadeiro amor. Por isso, ela é assim, um misto de dores e alegrias, de lutas e conquistas, de distância e presença, ela é junção de todas as estações, do inverno à primavera.

Foto Ilustrativa: Arquivo CN/cancaonova.com

A amizade nos ensina e nos devolve a nós mesmos

Amigo é aquele que deseja e escolhe permanecer sabendo que haverá momentos em que, na escuridão da alma, ele será a luz capaz de mostrar uma saída. Por isso "um amigo fiel é bálsamo de vida" (Eclo 6,16), porque nele moram remédios, curas, confrontos e luzes capazes de iluminar o coração que, tantas vezes, se esquece de quem é. A amizade tem o poder de nos devolver a nós mesmos, e assim nos devolver ao próprio amor que é Deus.

Eu experimentei que ser amigo é escolher ficar, é permanecer tendo todos os motivos para ir. A amizade é um caminho certo que nos ensina a sair de nós, ensina-nos a demonstrar afeto, a cuidar e zelar pelo sagrado que o outro é. Com a amizade, eu aprendi a me doar por inteiro e a reconstruir os meus lugares feridos. Ela tem o poder de nos curar e nos abrir para o amor!


Por isso, a importância de alimentarmos as amizades que nos conduzem para o lugar de encontro que é o amor: Deus! A importância de valorizarmos, cuidarmos do dom que é o amigo! A importância de demonstrarmos amor, cuidado e, mais do que isso, viver, continuamente, na verdade. Isso sim trará para perto os verdadeiros amigos.

Não desperdice tempo

Jesus quis precisar de amigos, confiar neles, abrir Seu coração e lhes mostrar a Sua missão. Assim devemos ser nós: ter amigos capazes de nos mostrar aquilo que a visão não enxerga, mostrar o caminho de felicidade que Deus tem para nós.

Não desperdicemos nosso tempo, cuidemos de nossos amigos, procuremos todo eles e os amemos. Não tenhamos medo do inverno nem da primavera. Na amizade, todas as estações são importantes. Não descarte nada que acontece! Viva o inverno, viva a primavera e o outono da alma! Seja amigo e permaneça!



Brigite Cortez

Brigite Cortez, natural de Portugal, é missionária na Comunidade Canção Nova onde atua na Casa de Missão da França.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/amizade/a-amizade-e-o-estagio-mais-aperfeicoado-do-amor/

6 de janeiro de 2021

No seu momento de descanso você também dá férias pra Deus?


Mesmo não querendo desenvolver uma teologia de férias ou de descanso, nos propomos a olhar à Palavra de Deus, com esse tema em mente. Ao fazer isso, nos deparamos com alguns fatos que deveriam nos conduzir a uma reflexão pessoal de como encaramos esse período de descanso e de como esse tempo é vivido para a glória do Criador.

Para quem pensa nesse assuntos, nas primeiras páginas da Bíblia, vemos um fato que não pode passar despercebido. Vemos ali como Deus nos apresenta, pelo exemplo, o que deveria ser nossa atitude para com o trabalho e para com o descanso: "No sétimo dia, Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou. Abençoou Deus o sétimo dia e o santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na criação" (Gn 2,2-3).

 

Foto Ilustrativa: by Getty Image / Solovyova

O primeiro exemplo de férias após a criação

O primeiro ensinamento a respeito de descanso e de férias é dado pelo exemplo de Deus, logo após a criação. Mas, em seguida, nas próximas páginas da Bíblia, encontramos uma palavra de Deus a esse respeito, em forma de ordenação: "Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo. Trabalharás seis dias e neles farás todos os teus trabalhos, mas o sétimo dia é o sábado dedicado ao Senhor, o teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teus filhos ou filhas, nem teus servos ou servas, nem teus animais, nem os estrangeiros que morarem em tuas cidades" (Ex 20,8-10).

Certamente, Deus não faz nada sem propósito. Se Ele ordena que descansemos no sétimo dia, então, além de usarmos esse dia para a glória do Criador, o Senhor está consciente do fato de precisarmos regularmente do descanso. O Novo Testamento nos diz que, o nosso corpo é o templo de Espírito Santo. Diante disso, é difícil imaginar que Deus Pai queira para si um templo que esteja cansado e exausto. Isso não seria um lugar agradável para morar.

Virando várias páginas da Sagrada Escritura, chegamos ao Novo Testamento. Ali, nos deparamos com um fato bem interessante em relação ao descanso e, porque não dizer, com relação às férias: "Os apóstolos reuniram-se a Jesus e lhe relataram tudo o que tinham feito e ensinado. Havia muita gente indo e vindo, a ponto de eles não terem tempo para comer. Jesus lhes disse: 'Venham comigo para um lugar deserto e descansem um pouco'" (Mc 6,30-31). Os apóstolos acabam de retornar de um esforço missionário evangelístico. Além disso, recebem a notícia de que João Batista fora decapitado. O movimento em torno de Nosso Senhor Jesus Cristo estava tão intenso que nem mesmo havia condições para alimentação adequada. Naquele momento, Cristo entra em ação com esta proposta brilhante: Ele afirma que devem procurar um lugar deserto, isto é, um lugar em que não haja tantas pessoas, um lugar que proporcione tempo e oportunidade de estarem a sós com Ele. Apesar do sucesso do Seu ministério, o Senhor está consciente de que precisa prevenir o estresse, como resultado de atividades tão intensas.

A Bíblia é esclarecedora

Temos ainda outro assunto discutido na Bíblia e bem destacado. Lemos, em Êxodo 20, que todos da unidade doméstica estariam incluídos no descanso regular semanal. Interessante notar ali que, inclusive, os animais não deveriam fazer tarefa alguma no dia do descanso. Isso fez com que, me desse conta de que, o Criador, prevê o descanso para a natureza. Veja, por exemplo, o que lemos em Levítico 25,2-5: " Diga o seguinte aos israelitas: 'Quando vocês entrarem na terra que lhes dou, a própria terra guardará um sábado para o Senhor. Durante seis anos semeiem as suas lavouras, aparem as suas vinhas e façam a colheita de suas plantações. Mas no sétimo ano a terra terá um sábado de descanso, um sábado dedicado ao Senhor. Não semeiem as suas lavouras nem aparem as suas vinhas'". Assim como os homens e os animais precisam de descanso, a natureza também precisa dessa pausa e, Deus já estabeleceu isso junto ao Seu povo.


Há mais um momento na vida de Jesus Cristo que merece a nossa atenção nesse contexto. Mesmo que, anteriormente, tenha estimulado o descanso ao levar os discípulos a uma viagem de recreação, o Senhor aponta agora que o repouso também pode ocorrer em hora errada. Ele diz aos Seus seguidores, ali no Getsêmani, o seguinte: "Vocês ainda dormem e descansam? Basta! Chegou a hora! Eis que o Filho do homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores" (Mc 14,41). Há momentos em que não comportam descanso e ócio; é preciso adotar uma atitude bem diferente. Na realidade, não se pode indicar os momentos não apropriados para o descanso, mas, certamente, teremos a devida orientação por parte de Deus a respeito dessa questão.

Dar férias também para Deus?

Ciente de não ter esgotado esse pano de fundo para as férias e descanso, nós nos propomos, agora, a fazer algumas indagações e reflexões. Deus quer que tenhamos tempo para restaurar as forças físicas, mentais e espirituais. No entanto, nossa inquietação é: o que nós chamamos de descanso, o que nós praticamos como descanso e que nós encaramos como as "bem merecidas férias"? Estaria, o Senhor, contente com o repouso que praticamos? Ele convidou os discípulos para uma viagem de férias, para estarem com Ele e terem tempo para estarem em sintonia com o Filho de Deus. Será que planejamos as nossas férias para alcançar esse propósito?

Podemos nos perguntar também: – Será que Deus aprovaria os locais que escolhemos para descansar? Os lugares mais badalados e, também, procurados são as praias e os balneários das termas. Será que esses lugares nos proporcionam descanso e restauração física, mental e espiritual? Uma vez que ali há um aglomerado tão grande de pessoas, sempre há alguma coisa acontecendo e nos convidando para o envolvimento. Por outro lado, corre solta a sensualidade em todas as formas, ela parece ser o fator principal nesses "locais de férias". Se formos honestos e atenciosos, descobriremos que, em vez de descanso, alcançaremos algo bem mais forte em emoções e adrenalina e em estímulos sexuais? Como se isso ainda não bastasse, muitos ali ficarão com a autoestima tão abalada ao verem que o corpo não está dentro dos padrões de beleza estabelecidos por aqueles que procuram e desenvolvem os padrões de beleza em nossos dias. Toda a mídia se esforça em desenvolver um modelo de repouso ideal, esse prevê e precisa que as férias sejam regadas de muita bebida alcoólica.

O cansaço afeta o corpo e a mente

É evidente que, em nossos dias, realmente precisamos de férias, precisamos de descanso, precisamos "recarregar as nossas baterias". O nosso esgotamento ocorre nas três áreas que já indicamos anteriormente: física, mental e espiritual. Muitas vezes, somos exigidos de forma tão vigorosa fisicamente que o corpo fica arrasado. Isso tem consequências sobre a mente e, certamente, também sobre a parte espiritual.

Outras vezes, e isso depende da nossa atividade, é exigido tanto da mente que afeta até o corpo e, em consequência disso, o nosso espírito. Já outras atividades exigem tanto do "coração e do espírito" que nos deixam arrasados nessa área. E, se estamos exaustos, esse cansaço também afeta o corpo e a mente. Mesmo que teoricamente funcionemos em áreas, formamos um todo, e esse todo sofre com dificuldades em uma ou outra área. Dentro desse raciocínio, deve-se ter uma inquietação: nossas férias facilmente se tornam o momento ou o período em que nós também damos férias a Deus? As coisas parecem estar tão perfeitas e gostosas que não precisamos do Senhor? Ou então dormimos tanto pela manhã, para já não haver mais tempo para um período devocional antes de irmos aos passeios. Por outro lado, esses passeios nos cansam tanto que, à tarde, temos de ter aquela soneca gostosa? À noite, muitas vezes, acontece alguma festa com amigos ou parentes, que estão no mesmo lugar, e a hora fica avançada demais para ainda termos tempo para Deus? Dentro dessa linha, uma outra pergunta: "Será que Deus aprovaria o fato de darmos, em nossas férias, férias também para Ele?".



Padre Anderson Marçal

Anderson Marçal Moreira é padre da Igreja Católica Apostólica Romana. Natural da cidade de São Paulo (SP), padre Anderson é membro da comunidade Canção Nova desde o ano 2000. No dia 16 de dezembro de 2007, foi ordenado sacerdote. Estudou Teologia Pastoral Bíblica-Litúrgica na Universidade Salesiana de Roma. Autor de livros publicados pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/no-seu-momento-de-descanso-voce-tambem-da-ferias-pra-deus/

4 de janeiro de 2021

Ano novo, vida nova: o clichê que traz revisão de vida


A primeira parte do título acima é uma daquelas frases prontas. Um clichê falado e escrito por muita gente em toda virada de ano. Contudo, expressa um desejo de que essa vida nova aconteça, de fato, a partir da mudança de calendário.

Diante da pandemia que o mundo ainda enfrenta, muitos dizem que 2020 foi um ano para ser esquecido. Mas não seria melhor, neste início de ano, ver o ano passado como uma grande oportunidade de revisão de vida e, a partir de agora, estabelecer novas metas e planos para 2021?

Ano novo, vida nova: o clichê que traz revisão de vida

Foto ilustrativa: RomoloTavani by Getty Images

Vejamos agora um passo a passo prático para a nossa retrospectiva pessoal:

  • Como enfrentei, interiormente, um ano de 2020 tão inesperado? Dei lugar ao medo ou à esperança?
  • Tive os devidos cuidados de saúde física comigo, com o outro, minha família e sociedade?
  • Fui responsável e empenhado(a) com minhas responsabilidades de trabalho, com os filhos, casa, atividades na Igreja, apesar de todas as adaptações?
  • Como organizei meu tempo? Priorizei o que era essencial? Vida de oração, família, leitura, menos tempo no celular etc.
  • Mantive minha relação com Deus, na confiança de que Sua Providência rege todos os acontecimentos da história mundial e pessoal?

Que tal um retiro para iniciar o ano?

Pronto! Já temos aí um pequeno roteiro de revisão de vida. Que tal pegarmos estes questionamentos (e outros mais que desejar) para realizar um retiro neste começo de 2021? Sempre é fundamental pararmos, silenciarmos e rezarmos a fim de ouvir de Deus o que ele tem para nós e qual deve ser a nossa parte.

Um pensamento que pode nos encher de ânimo, esperança e disposição vem de Santo Inácio de Loyola: "Ore como se tudo dependesse de Deus e trabalhe se como tudo dependesse de si". Ou seja, vamos arregaçar as mangas para realizar o que a nós compete, contando com a graça e o dom de Deus que nos precedem.

Analisamos o que ficou para trás e nos projetamos para o que há de vir. A partir dessa sugestão de realizar um retiro no início de 2021, podemos estabelecer ainda as nossas metas e planos pessoais. Eis algumas dicas:

  • Ainda há incertezas diante do contexto atual. Porém, como posso me planejar e me lançar ao novo?
  • Estabelecer metas factíveis e irrealizáveis. Ficar só nos planos das ideias não vai adiantar.
  • Lerei mais livros? (Re)começarei atividade física ou algum outro empreendimento?
  • Preciso investir e cuidar mais da minha saúde, lado profissional e familiar?
  • O que Deus me pede? Necessito perdoar alguém e buscar mais a conversão? Que pontos concretos podem ser transformados em mim?
  • O que desejo consagrar a Virgem Maria e, em especial, ao seu esposo, neste Ano de São José?
  • Quero cultivar mais a minha relação com Deus? Alimentar a fé e a esperança pode transformar e contribuir consideravelmente em todas as áreas da vida.


Renovação!

Uma inspiração que me acompanhou, desde o início da pandemia, quando as atividades foram encerradas, igrejas fechadas e o mundo se viu no "novo normal", foi de que a humanidade estava toda dentro do sepulcro de Cristo. Ele morreu na Cruz, desceu à mansão dos mortos e, na liturgia do Tríduo Pascal, da Sexta-feira Santa até a Vigília Pascal, no Sábado Santo, não há Missa, adoração ao Santíssimo e os sacrários ficam sem a hóstia consagrada. Um dia de silêncio profundo pela morte de Jesus. Céus e terra aguardam o terceiro dia, quando o Cristo Ressuscitado vence a morte e traz a vida nova!

Portanto, não é só um jargão: "ano novo, vida nova". Estamos todos também, na atualidade, no silêncio, no "confinamento", na interiorização, esperando que morram as atitudes velhas e o medo para, na verdade, tudo isso dar lugar à Ressurreição, à vida nova trazida pelo Cristo Jesus!

Ele não permaneceu na Cruz. Todo sofrimento passou. Tudo passa também em nossas vidas, momentos tristes e alegres. O que não passa e não podemos deixar passar é Deus como o Senhor de nossas vidas, como centro de tudo!

Se não nos afastamos dessa essência, o "ano novo, vida nova" não será mais um clichê, mas a grande certeza de nossa existência e a confiança do Senhor que intervém em nossa história, não importa o tempo, o lugar nem as circunstâncias. Ele é mestre do novo, da novidade, da renovação!



Gracielle Reis

Missionária da Comunidade Canção Nova, carioca, jornalista pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e bacharel em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Gracielle já atuou em coberturas jornalísticas nacionais e internacionais, especialmente na Terra Santa. A jornalista tem experiência em rádio, TV e plataformas digitais, além de projetos de evangelização nacionais para a juventude. Atualmente, é jornalista da TV Canção Nova de Portugal. No país luso, lançou-se em novas atividades, como instrutora do Billings Portugal e consultora de coloração pessoal.

Contatos: graciellereis@gmail.com

Instagram: @graciellereiscn


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/ano-novo/ano-novo-vida-nova-o-cliche-que-traz-revisao-de-vida/

30 de dezembro de 2020

Faça uma carta de ano novo repleta de novas expectativas


Ao final de cada ano, um ciclo termina e um ano novo apresenta-se cheio de oportunidades. No último dia do ano, o sol se põe e nasce no dia seguinte, como em todos os demais dias, mas é o dia no qual escolhemos ter a esperança de que o próximo ano será melhor, que nossos sonhos se realizarão ou estaremos mais próximos disso. As forças são renovadas, são feitas novas promessas e a vida se enche de propósito. E, ao fazer planos para este novo ano que está por vir, lembre-se das coisas mais simples, não se imponha apenas obras grandiosas. Dedique-se a quem está por perto, por um momento esqueça a ambição de salvar o mundo todo e conceda momentos de alegria à família e amigos próximos. Silencie teu coração, guarde um pouco da compaixão para teus próprios fracassos, aprende a perdoar-se.

E, para viver um ano novo, firme na fé, acolha de coração aberto os conselhos de São Paulo que, por meio de cartas, ensinou "esperança" ao mundo todo, mas não uma esperança mundana, e sim "esperançar" em Cristo. Aos Hebreus, pediu que "o amor fraterno permaneça. Não vos esqueçais da hospitalidade, porque graças a ela, alguns, sem saber, acolheram anjos" (Hb 13, 1-2). Lembremo-nos dessa lição com carinho, para que estejamos prontos a ajudar o próximo, não desperdice a oportunidade de uma boa obra para com o irmão necessitado. Se assim o fizer, será exemplo do bem e a bondade se multiplicará, assim também Paulo nos aconselhou que "velemos uns pelos outros para nos estimularmos à caridade e às boas obras" (Hb 10, 24).

Foto Ilustrativa: by Getty Image / dusanpetkovic

Neste ano novo, renove suas esperanças

Vivam o sentimento de esperança, espalhem a fé e a alegria, persistam diante da penúria; assim como Paulo pediu aos Romanos: "Alegrando-vos na esperança, perseverando na tribulação, assíduos na oração" (Rm 12, 12). Por certo, a água benta evapora com o calor e o Círio Pascal se apaga com o vento; nessa perspectiva, tenha consciência de que as angústias da vida também atingem o povo de Deus. Contudo, nós temos fé em um Pai que não abandona seu filho, em uma Mãe que roga por nós . É por essa fé que persistimos e, ainda que por algum momento fraquejamos, Deus não abandona um coração arrependido, então, persista e ore. Desse modo, não haverá um só dia neste novo ano em que você será abalado.

Perdoa! Ponha em tuas orações os injustos, os ingratos, os mesquinhos e todos aqueles que fazem mal a nós e aos outros. São esses que precisam de nossas orações, que precisam perceber nas boas obras a vontade de Deus. Todos nós seremos lembrados. Paulo ensinou aos Gálatas que "não desanimemos na prática do bem, pois, se não desfalecermos, a seu tempo colheremos (Gl 6, 9)". Se tua boa obra lhe fez sentir-se traído, se a ingratidão do outro lhe magoa, não desanime, insista na caridade! Chegará a hora que verás na felicidade do outro um pouco de tuas ações, e será tamanha a recompensa que faz desaparecer toda a ingratidão.


E que isso não seja tudo, mas "tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor e não para os homens" (Cl 3, 23), foi o que Paulo aconselhou aos Colossenses. Não existem pequenas obras de caridade, às vezes, só é preciso sorrir para alguém que se sente sozinho. E quão bom é o sentimento de receber um bolo feito com carinho. Dê um presente especial, não entregue "só uma lembrancinha", entregue algo que diga "lembrei-me de você"; e lembrar de alguém com ternura não custa caro. E, se apenas esse último conselho de Paulo lhe tocar o coração, toda obra terá um significado para o próximo, só dará bons frutos e, com certeza, o próximo ano será repleto de felicidades. Então, feliz Ano Novo!



Luis Gustavo Conde

Catequista atuante na evangelização de jovens e adultos. Palestrante focado na doutrina cristã. Advogado com atuação na área de Direito de Família e Direito Bancário. Tecnólogo em Gestão Empresarial. Professor de cursos técnicos-profissionalizantes.
Instagram: @luisguconde Contato: luisguconde@gmail.com


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/ano-novo/faca-uma-carta-de-ano-novo-repleta-de-novas-expectativas/

28 de dezembro de 2020

A face mais bela do amor no namoro é o perdão e a fidelidade


Uma vez que o egoísmo é o oposto do amor, um casal egoísta pode ser comparado a duas bolas de bilhar: só se encontram para se chocarem e se afastarem em sentidos opostos.

Será que você é daquelas que vivem mal-humoradas ou que "derruba o beiço" por qualquer contrariedade? Será que você é daqueles que se irrita por qualquer coisinha dela que não esteja do seu gosto? Você perdeu a linha porque ele se atrasou quinze minutos? Você deixou o seu namoro azedar porque ele olhou, apenas um instante, para outra moça que passou ao lado?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Desde o namoro é preciso pedir perdão

"O amor não guarda rancor", diz o apóstolo, mas é claro que haverá no namoro momentos de desencontros. São normais os pequenos desentendimentos, são frutos das diferenças individuais e das circunstâncias da vida. O feio não é brigar, mas sim não se reconciliar, não saber perdoar, não quebrar o silêncio mortal e não dialogar.

Para evitar as brigas e os desentendimentos, é preciso saber combinar as coisas. O povo diz que "aquilo que é combinado não é caro". Aprendam a combinar o passeio, as atividades que cada um gosta de fazer.

É preciso dizer que a face mais bela do amor no namoro é o perdão.

Você tem o direito de ser perdoada, porque errar é humano, mas tem também o dever de perdoar quando ele errar e pedir perdão. O gesto mais nobre de Jesus foi o de perdoar os algozes que O crucificavam. E não há futuro para um casal que não se perdoa mutuamente, essa é a maior reserva de estabilidade para o casal: o perdão.


Fidelidade

Outra face bela do amor é a fidelidade. Ser fiel ao outro não quer dizer apenas não ter outro parceiro, é muito mais do que isso, é ser verdadeiro em tudo e não enganar o outro em nada; é não ser fingido, mascarado nem dissimulador.

Se você mente para a sua namorada, saiba que está destruindo o amor entre vocês. Nada é mais fatal para o amor do que a mentira. A mentira gera a desconfiança; a desconfiança gera o ciúme; o ciúme gera a briga e a separação. A verdade logo aparece, e, quando isso ocorre, deixa o mentiroso desqualificado e não mais digno de confiança. Portanto, quebre toda falsidade, dissimulação e fingimento, porque essas coisas destroem o amor.

Se você fizer do seu namoro uma brincadeira de esconde-esconde, você estará brincando de amar, e isso é muito mau, e ser fiel ao outro é saber respeitá-lo, defendê-lo, e não o trair de nenhuma forma, seja pelos pensamentos, pelas atitudes ou palavras.

Não há o que o amor não possa fazer

Desde o namoro, é preciso ter em mente que a beleza do amor está exatamente na construção da pessoa amada, e isso é uma missão para gente madura, com grandeza de alma. Construir uma pessoa é educá-la em todos os aspectos, é uma obra do coração.

Não há o que o amor não possa fazer. Quando não ajudamos o outro a crescer, é sinal de que o nosso amor por ele ainda é pequeno.

Se o namoro não for exercício constante de amor, ele fica vazio, monótono, sem sabor. E como a natureza tem horror ao vácuo, esse vazio será preenchido por desentendimentos e brigas.

Namorando aprende-se a amar, mas amando aprende-se a namorar.



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/namoro/a-face-mais-bela-do-amor-no-namoro-e-o-perdao-e-a-fidelidade/

23 de dezembro de 2020

Como devo me preparar para o Natal?


Charles Dickens, um famoso romancista inglês, escreveu certa vez: "Honrarei o Natal em meu coração e tentarei conservá-lo durante todo o ano". Penso que ele estava certo, pois o Natal precisa novamente ser honrado com urgência, porque, há muito tempo, as pessoas têm simplesmente ignorado o real sentido dessa data.

Papa Francisco, em uma de suas homilias sobre o Natal, não hesitou em afirmar à humanidade seu verdadeiro significado: "O Natal é mais! Nós vamos por esse caminho para encontrar o Senhor, porque o Natal é um encontro e nós caminhamos para encontrá-Lo com o coração, com a vida, encontrá-Lo vivo, como Ele é, encontrá-Lo com fé". O Natal é um encontro. Que bela definição o Santo Padre nos deu! Trata-se, portanto, de um encontro com Jesus, o Menino Deus que traz consigo o segredo da verdadeira paz à alma humana ainda tão agitada. Nesse encontro com Cristo, o Sumo Pontífice nos indica a oração, a caridade e o louvor como caminhos para uma boa preparação para bem celebrarmos o nascimento de Jesus.

Foto Ilustrativa: olesiabilkei by Getty Images

Conheça mais sobre o dia do Natal

Gostaria de deter-me, neste primeiro caminho que é da oração, para vivenciarmos o Natal como aquilo que ele verdadeiramente é.

O mundo, nesta época, ensina-nos que tudo consiste em caprichar na compra de presentes, fazer aquela ceia maravilhosa com ricas iguarias, ter o maior número possível de enfeites natalinos dentro de casa, chamar todos os parentes para uma confraternização social – mesmo que, durante os outros 364 dias do ano, vocês nem se falem mais! – e dar, além de tudo isso, umas generosas contribuições para as tais "caixinhas de Natal".

Tudo na vida tem real significado e valor. O Natal é, sobretudo, o aniversário do nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo, o Verbo de Deus que se fez carne e habitou entre nós para nos salvar. Mas grande parte da nossa sociedade, tão consumista e alienada, simplesmente celebra o aniversário ignorando o aniversariante.

Seguir o conselho da Virgem Maria

Nós cristãos não estamos isentos de tal risco. Podemos cair no mesmo equívoco de celebrar esta grande festa ignorando o aniversariante, que é Cristo. Para que isso não aconteça, segue o conselho constante que a Mãe de Jesus nos dá em Medjugorje: "Queridos filhos, rezem, rezem e rezem".

Preparemos o aniversário de Jesus com as nossas orações. Quando nos decidirmos viver o Natal em oração, já estaremos começando a experimentar esse encontro com o Menino Deus. É por meio da oração, dessa busca de uma maior intimidade com Deus, que adentramos no castelo do Rei dos reis e nos livramos daquelas amarras de ressentimentos e lembranças amargas que nos oprimem e estragam o nosso Natal. Porém, não se iluda, meu irmão, pois esse "castelo" nos é revelado na pobreza da gruta de Belém, na qual o Trono de Graça se fez simples manjedoura, e Aquele que detém todo poder e autoridade nas mãos manifesta-se na fragilidade de uma criança nos braços de Sua Mãe.


Somente aquele que reza consegue contemplar esses sinais escondidos, os quais o mundo ainda não foi capaz de enxergar. Aquele que se decidir a viver o Natal em oração, com certeza o viverá de maneira mais santa, renovada e feliz, pois o homem que reza jamais se encontra sozinho. Ele é semelhante àqueles Reis Magos que caminhavam por terras desconhecidas sob a guia de uma estrela. A luz que vinha do Alto os direcionava. O mesmo acontece com a alma orante: ela é sempre conduzida pelo Céu e para o Céu.

Não deixe para rezar somente no Dia de Natal

Que tal fazermos essa maravilhosa experiência nesse tempo? Prepare-se bem para o Natal por meio da oração e não deixe para rezar somente no grande dia. Comece antes, comece agora! Reze o Santo Terço em família, leia na Bíblia as verdadeiras histórias do Natal para seus filhos, participe bem das Santas Missas durante este tempo, faça uma boa confissão e, nos últimos dias do Advento, reze a Novena de Natal com os seus.

Enfim, deixe que a força da oração o guie em direção à gruta de Belém. Ali, você contemplará o Filho de Deus que se fez um de nós e aprenderá que o Natal é a oportunidade que a humanidade tem de recordar que o verdadeiro amor consiste em doar-se até o fim com humildade e simplicidade. Ali, naquela manjedoura construída pela paz em seu coração, você poderá admirar o sorriso do Menino Jesus. Diante desse singelo sorriso, é impossível que a alma humana permaneça sofrendo na dor e na solidão!

Desejo a você e a sua família um Natal diferente dos anos anteriores, um Natal preparado em oração, que marque definitivamente esse tempo novo de recomeços e retomadas na sua vida.

Um abraço fraterno!


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/liturgia/tempo-liturgico/advento/como-devo-me-preparar-para-o-natal/