13 de junho de 2020

Esperar em Deus como crianças

Quando Jesus disse que para entrarmos no Reino dos Céus teríamos que ser como crianças, tenho quase certeza de que Ele estava se referindo à confiança irrestrita que elas têm nos pais, mas de modo algum falava da virtude da paciência. Sim, as crianças confiam nos pais, e, até certa idade, de maneira absoluta, mas ao mesmo tempo elas são tão impacientes quanto é possível ser.

Todas as vezes que vou ao supermercado, trago para os meus filhos algo que não é comum consumirmos no dia a dia. Pode ser um chocolate, um doce, um salgadinho de milho, sucrilhos. Eles sabem disso e aguardam ansiosos o meu retorno, pois se lhes digo que vou trazer algo, nem entra na cabeça deles a ideia de que eu poderia frustrar essa expectativa. É a confiança própria das crianças.

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Foto ilustrativa: FG Trade by Getty Images

Assim que passo pela porta de casa, eles correm e começam a revirar as sacolas que eu trouxe, procurando o prêmio. "Calma aí", eu lhes digo. "Podem voltar para o seu lugar. Deixem-me arrumar tudo". Elas ficam pulando de tanta empolgação, sem conseguir se conter. Querem porque querem saber o que eu trouxe. É a impaciência também própria das crianças. Esse é apenas um pequeno exemplo, mas no cotidiano não faltam situações que se apliquem à minha filha de nove meses, ao de cinco anos, à de nove anos e mesmo ao de dezesseis. Cada um, de acordo com a sua idade, traz em si as marcas da confiança e da impaciência, mesmo quando já estão mais crescidos. Contudo, o movimento natural da vida e da aquisição da maturidade é que os filhos vão crescendo e percam, com o passar do tempo, aquela confiança inabalável nos pais, ao tempo em que cultivem em si mais paciência para lidar com as dificuldades que vão encontrando em seu caminho.

Seremos sempre como crianças diante de Deus

Podemos olhar para nós mesmos e percebermos que, diante de Deus, seremos sempre como crianças, tendo que lidar com a confiança que temos nele, que é um Pai amoroso, e com a nossa impaciência de filhos amados. É possível que tenhamos trilhado o percurso de primeiro perder, para depois recuperar a confiança em Deus. Nas mais diversas áreas da nossa vida, fomos exercitando a fé, a esperança e o amor, experimentando em situações concretas as palavras de Jesus: "O vosso Pai do céu sabe que tendes necessidade de tudo isso".

Se confiar em Deus como crianças é um exercício difícil e no qual talvez já tenhamos avançado bastante, não podemos desprezar o desafio que é a espera confiante. Sim, "pedi e recebereis", disse Jesus, e cremos nisso, mas o Mestre não deixou claro quando  receberíamos. Aqui entra um componente que nos faz voltar a ser criancinhas ansiosas pelo doce que o papai trouxe do supermercado. O Pai do Céu nos deu a certeza de que receberíamos, mas só conseguimos pensar com o nosso tempo, que é o do "aqui e agora". O relógio de Deus, entretanto, não é assim. Ele não atrasa nem adianta, não demora nem se apressa, porque seus planos são perfeitos e a sua hora é sempre precisa. Fazer essa sintonia entre o nosso relógio, cujo alarme já disparou há tempos, e o de Deus, que sequer tem ponteiros, é doloroso e muitas vezes angustiante, porque paramos na nossa humanidade ferida, limitada.

Esperar é doloroso

"Mas papai, eu quero comer o chocolate agora". "Só depois do almoço, filho". Às vezes, o desejo é tão grande que as lágrimas escapam dos olhos diante da frustração da espera, mas com o tempo a criança vai aprendendo que naquela casa existe uma regra, um relógio, um tempo que é diferente do seu e que ele tem somente duas opções: ficar na graça e esperar o tempo dos pais ou desobedecer no oculto e enfrentar as consequências deste ato quando for descoberto (porque os pais sempre descobrem, a criança sabe bem disso). Esperar é doloroso, mas o bem almejado vai chegar na hora que os pais julgarem adequada. É assim numa casa equilibrada e é assim no Reino de Deus. Que desafio tremendo, contudo, crer que a hora adequada é a do Pai e não a minha!

É inevitável que, nessa espera por Deus, passemos por situações que nos deem aquela impressão de que nadamos, nadamos e morremos na praia. Isso pode ocorrer nas mais diversas situações, como aquele casal que tem dificuldade para ter filhos e passa por um longo tratamento, com muitas visitas ao médico, muitos sonhos alimentados e que consegue finalmente engravidar, mas sofre a perda do bebê ainda no início da gestação. Uma família que sonhava em construir a sua casa e sair do aluguel e que esperou anos por isso, até que surgiu uma oportunidade que envolvia uma mudança no trabalho, um aumento na renda que parecia certo. Essa família sonhou, imaginou os filhos correndo pela casa, mas quando tudo parecia resolvido, o aumento não veio, novas despesas surgiram e o projeto da casa ficou para Deus sabe quando.

Uma moça que sonha em se casar, constituir família, ter filhos, um lar para cuidar, mas que vê que o tempo passar, sem que seu José chegue. Um dia, ela encontra um rapaz e começa a cultivar um sentimento por ele e parece haver reciprocidade. Mesmo depois de muito relutar interiormente, ela investe sua vida, sua esperança, seu tempo cada vez mais escasso num namoro, num noivado, apenas para descobrir que o outro tem planos diferentes, talvez outra moça, e ele termina o relacionamento.

Faça o pedido certo!

Nos três casos, parecia que depois de tanto tempo a espera iria finalmente acabar, mas ficou apenas a tristeza, a dor lancinante e, às vezes, uma revolta, que nos leva a pensar que Deus brinca com nossos sentimentos, como se fosse um sádico. É nessa hora que devemos recorrer ao que nos ensina São Tiago: se não obtemos o que pedimos, é porque talvez estejamos pedindo mal. Não que querer um filho, uma casa para morar ou sonhar com o casamento sejam coisas ruins. Longe disso! São pedidos justos e bons, mas o grande ponto é ter a clareza de qual é o grande pedido que devemos fazer incessantemente a Deus: a salvação da nossa alma.

Diante da imperativa necessidade de que nos salvemos, Deus, em sua bondade infinita, tem seus desígnios, e não é sempre que os compreenderemos. Meu filho de cinco anos pode ser incapaz de entender que antes do almoço não é bom que ele coma o chocolate que eu trouxe, mas quando ele tiver dezesseis, a idade do mais velho, talvez ele compreenda. Se confio em Deus, devo confiar inclusive e principalmente na espera, sabendo que nada que me acontece é aleatório, mas tudo faz parte de um plano que tem por objetivo último a salvação da minha alma.

A confiança precisa ser maior que a impaciência

Dessa maneira, se aquele casal não engravidou agora, não é porque Deus não ouviu as suas preces, mas porque no plano divino eles precisam viver algum processo, quem sabe de conversão ou cura, que envolve a dor de não ter um filho. Talvez o filho venha depois, mas talvez não. Está tudo nas mãos de Deus. "Humilhai-vos diante do Senhor e ele vos exaltará", complementa São Tiago. Que humilhação e que exaltação são essas? Humilhar-se nada mais é que dizer a Deus incessantemente que tenho sonhos e projetos, mas que eles só são bons, que eu só quero que eles permaneçam se me auxiliam na salvação da minha alma. Disponho-me, portanto, a abrir mão de tudo para receber a exaltação de Deus, que para um cristão não pode ser outra coisa senão habitar o céu, ser salvo.

Não há plano melhor, nem projeto mais aprazível diante do Senhor, mas a batalha é árdua. É imitar Cristo e fazer não a nossa vontade, mas a vontade do Pai, o que implica arrancar, com lágrimas de dor, aquelas lascas de sonhos e vontades que estão incrustadas no nosso coração, vivendo uma agonia similar à que Jesus viveu no Horto das Oliveiras, quando disse que preferiria não beber aquele cálice, mas que antes de tudo, fosse feita a vontade do Pai.

Essa resposta custou a Jesus lágrimas e sangue! Não pode ser diferente conosco, se queremos segui-lo. Há um abismo de distância entre a angústia de uma criança que só vai poder comer o doce depois do almoço e a de uma mãe que sonha em ter um filho ou de uma mulher que sonha com o casamento, isso é bem claro. Mas há também uma distância incomparável entre a recompensa que essa criança receberá se for obediente e a recompensa que receberão os que esperam no Senhor. Perseveremos, pois, na espera, para que mesmo que não entendamos os porquês de Deus, nossa confiança seja maior que a nossa impaciência.



José Leonardo Nascimento

José Leonardo Ribeiro Nascimento é casado, pai de cinco filhos e membro do segundo elo da Comunidade Canção Nova desde 2007. Natural de Paripiranga (BA), cursou Ciências Contábeis na Universidade Federal de Sergipe e fez pós-graduação em economia por meio do Minerva Program, na George Washington University, nos Estados Unidos. Trabalha, há 18 anos, como Auditor Federal na Controladoria-Geral da União em Aracaju (SE). Ele e sua esposa trabalham, há muitos anos, com a evangelização de casais e de famílias, coordenando grupos e pregando em retiros e encontros.
Instagram: @leonardonascimentocn | Facebook: @leonardonascimentocn


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/esperar-em-deus-como-criancas/

10 de junho de 2020

A riqueza do convívio dos mais íntimos

Nós somos seres relacionais e, por assim dizer, precisamos aprender a viver com todos, nos relacionar com outras pessoas, isso é inerente para a vida. Imagine Jesus Cristo quando escolheu seus apóstolos: João, Pedro, Mateus, Judas, André etc., todos tinham diferenças, mas isso era uma riqueza.

Cada um que passa na nossa vida contribui para que sejamos pessoas melhores. Mesmo que tenha sido uma má experiência, aquele fato ou situação move a nossa existência rumo à melhoria, isto é, se soubermos aproveitar as
situações. Um bom exemplo que podemos aplicar para a vida é o simples fato de olhar um objeto qualquer. Quando você o enxerga, o observa de um ângulo privilegiado; quando outra pessoa o vê, acontece a mesma coisa. E quando se conversam, apresentam as diferentes visões de uma mesma coisa, ambos se enriquecem. Viver em comunidade, viver na sua pequena comunidade, desde a sua casa até o seu grupo de trabalho, todas as situações nos revelam a nós mesmos e revelam quem são os outros.

A riqueza do convívio dos mais íntimos

Foto Ilustrativa:by Getty Images / FG Trade

A boa vivência é uma riqueza

A boa vivência com os mais íntimos é, de fato, um vínculo de paz, entretanto, isso acontece quando se tem conhecimento de si mesmo e do outro com mais profundidade, a ponto de se conservar a paz e a tranquilidade nos
relacionamentos, uma vez que você sabe dos limites, das fragilidades e do jeito do outro. Enquanto observamos o outro, também nos alegramos com suas qualidades, e percebemos pelos nossos e pelo erro do outro o quanto somos
criaturas frágeis e que o vínculo da paz é perfeito quando enlaçado pelo amor.

O compêndio de Doutrina Social da Igreja menciona por vários parágrafos sobre a pessoa humana e, em especial, vemos no nº 145 algo que alarga nossa visão sobre este assunto: "Somente o reconhecimento da dignidade humana pode tornar possível o crescimento comum e pessoal de todos (cf. Tiago 2, 1-9)." Logo, a pessoa que mora com você é outro "eu". Amar o próximo é conservar a paz com todos. Até São Paulo diz em uma de suas cartas que se fosse possível que se conserva-se a paz com todos (Romanos 12, 18).


Os vínculos nos fazem crescer

Progredindo ainda mais no assunto e fazendo uma breve síntese do que vimos até aqui, é certo que precisamos reconhecer que o outro é uma riqueza para nós, mas que isso só se pode entender quando se convive, e é assim que se aprofundam as relações e se pode tocar nas fragilidades e qualidades. O dar-se a conhecer e o conhecer o outro gera em nós o amor fraterno e sincero. E quando temos a possibilidade de fazer esse itinerário com os que estão mais
próximos de nós, os íntimos, ainda mais precisamos primar pela paz por vínculos que nos fazem crescer e geram uma vida ainda mais sadia.

Concluímos com uma prática simples: vá ao encontro de todos aqueles que estão próximos a você e, se necessário, recomece de onde você parou. Queira viver de modo mais cristão, esteja aberto ao convívio e ao amor.


 


Guilherme Razuk

Guilherme Henrique de Lima Razuk é candidato às ordens sacras na Comunidade Canção Nova. Graduando do curso de Filosofia (licenciatura) pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP), ele atua na liturgia durantes os eventos realizados pela comunidade católica. Razuk é produtor de conteúdo de algumas categorias deste canal formativo.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/a-riqueza-do-convivio-dos-mais-intimos/

8 de junho de 2020

Os efeitos do amor

"Amor tem o seu preço", já dizia o poeta. Porém, o amor também tem seus efeitos, e é sobre eles que partilho. Esses dias, ao  ler os escritos do padre Kentenich, encontrei sua definição sobre os efeitos do amor, e também faço meu o pensamento dele.

"O verdadeiro amor é como o sol ardente, ele desperta e faz germinar todas as sementes ocultas no homem. Muitos não se desenvolvem nem moral nem espiritualmente, porque em vão esperam saudosos, um simples gesto de amor. Outros trazem em si a inclinação ao heroísmo e poderiam elevar-se como águia, até o sol, porém permanecem em planos inferiores, porque recebem e dão pouco amor". Levando em consideração que, o amor que nos cura e nos faz crescer é o amor que damos e não o que recebemos, é justo que comecemos agora mesmo a dar mais atenção ao assunto.

Foto Ilustrativa: by Getty Images / FG Trade

Os efeitos do amor que dou

Santo Agostinho nos diz: "O amor é a força de atração da alma"; e São Francisco de Sales nos lembra: "Como o corpo foi criado para a alma, assim a alma foi feita para o amor". E Deus, que criou o homem, portanto: o corpo e a alma por amor e com amor, também espera do homem, no mínimo, a disposição para amar.

Mas como amar meu próximo na medida certa? Cristo nos ensinou quando disse ao escriba: "Amarás teu próximo como a ti mesmo", portanto, está aí a medida certíssima! Porém, como não posso dar aquilo que não possuo, então, para amar o meu próximo, devo ter também um sadio amor próprio, concorda? Agora, mãos à obra!


Começando por uma autoanálise: me amo e me aceito como sou ou tenho me desprezado, fugindo de mim tentando amar os outros? Que tipo de amor tenho oferecido às pessoas que se relacionam comigo? Feita sua conclusão, lembre-se de que: o amor que cura é o amor que você dá e não o que você recebe, além do mais, não se pode dar aquilo que não se tem.

Peço a Deus que lhe conceda, hoje, a graça de amar, na medida certa, o próximo como a ti mesmo, e que você leve os efeitos do amor em sua vida.



Dijanira Silva

Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN. Às sextas-feiras, está à frente do programa "Florescer", que apresenta às 18h30 na TV Canção Nova. É colunista desde 2000 do portal cancaonova.com. Também é autora de livros publicados pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/os-efeitos-do-amor/

5 de junho de 2020

Como manter os olhos fixos em Jesus?

Neste mundo, todos nós estamos sujeitos ao sofrimento. Tanto os pagãos como os cristãos são, em todos os momentos, visitados pelas intempéries da vida, ninguém está isento. A grande diferença é como cada um responde a esses desafios cotidianos. Entretanto, manter-se em Jesus é algo que nos desafia.

Nenhum de nós pode dizer como vai reagir a cada tragédia ou acidente, as respostas vêm no momento, até porque não adivinhamos quando a dificuldade baterá à nossa porta. Como será que você vai reagir se descobrir que está com uma doença terminal? Ou como será sua resposta diante da morte de seus pais? Ninguém pode dizer sobre isso, porém, ora ou outra as fatalidades acontecem.

Como manter os olhos fixos em Jesus

Foto Ilustrativa: by Getty Images / LordRunar

Agarre-se em Jesus!

Nessas horas, é preciso agarrar-se firmemente em Jesus e clamar pelo Seu socorro e Sua força para continuar. Agarrar-se em Jesus não quer dizer que pediremos e Ele irá resolver todos os nossos problemas, e sim que Ele nos dará forças para superá-los. Essa superação acontece por meio da fé que, primeiramente, é dom de Deus e, por isso, é graça, assim, nós pedimos e recebemos.

O ato de crer, além de dom divino, está vinculado à memória. É como fazer um esforço para recordar das coisas boas que Deus fez, das vitórias que Ele nos deu e, desse modo, acreditar que Ele continuará nos dando. É ter boas lembranças para ser impulsionado a esperar um bom futuro. "Se Deus me ajudou naquilo, Ele me ajudará nisso".


A exemplo disso, o próprio São Paulo pregou na sinagoga fazendo memória das obras de Deus, a fim de suscitar a naquele povo (veja em Atos 13,14-43). Além dele, tantos outros profetas, a todo tempo, diziam do passado para que o povo fosse fiel no presente em que vivia.

Portanto, fazer memória e pedir a graça de Deus é o que nos dará fé para continuar. Em comparação com o jargão popular que diz "recordar é viver", nós, cristãos, podemos dizer que "recordar é permanecer". Recorde das coisas boas que Deus fez em você, daquilo que Ele fez na vida do povo de Israel, nas promessas que Ele nos deixou: "Eis que estou convosco todos os dias" (Mt 28,20).



Rafael Vitto

Rafael Vitto, natural da cidade de Cuiabá (MT), é membro da Comunidade Canção Nova desde 2015. Hoje, ele é seminarista e estudante da curso de Filosofia na Faculdade Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/como-manter-os-olhos-fixos-em-jesus/

2 de junho de 2020

Busque sua libertação pela Palavra de Deus

Pela graça da Palavra de Deus você pode encontrar a libertação de que tanto necessita.

A libertação da nossa vida acontece por meio da Palavra de Deus. Foi assim desde o início da missão de Jesus. Ele veio para curar todas as doenças que trazemos dentro da nossa genealogia, dos nossos antepassados, da nossa árvore genealógica e até mesmo do ventre materno. Jesus vem curar todas as doenças que entraram na nossa vida por conta do nosso pecado.



Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Vejamos como exemplo a cura da hemorroíssa: essa mulher sofria há doze anos de uma doença para a qual ela tinha procurado a cura e gastado todo seu dinheiro com os médicos, mas estes não a tinham curado. Agora, ela encontra Jesus. E ela vai ver Jesus. Ao vê-Lo, ela é curada. Jesus sente que sai uma força d'Ele. E essa força é o que cura essa mulher. Ela, pela fé, tomou posse; e a maldição que pesava sobre ela foi quebrada. Essa é a pior doença relatada na Sagrada Escritura, porque o livro do Levítico (cf. Lv 15, 25-27) diz que quando uma mulher estava com sangramento, ela tornava-se maldita, e tudo o que ela viesse a tocar tornaria-se também maldito.

Muito maior do que o sangramento, do que a doença dessa mulher, era exatamente a humilhação de viver isolada, longe dos seus filhos, longe do seu marido, longe da sociedade e sem poder tocar em nada, porque tudo o que ela tocasse se tornaria maldito.

A libertação vem de Jesus

No caminho, Jesus estava indo à casa de Jairo, onde a filha deste estava morta. Ela tinha doze anos, e Jesus lhe disse: "Talitá, cum!" (Menina, levanta-te!); e a menina levantou-se imediatamente. A doença leva à morte. Jesus leva à vida!

Jesus é a cura. O nome de Jesus já diz: "Ele é o Salvador". E a palavra "salvador", no grego, significa "aquele que vem trazer a cura". Cura do corpo e da alma. Jesus é Aquele que vem para quebrar toda a maldição de doença que se encontra no ser humano.

Essa hemorroíssa representa todas as gerações antes de Jesus Cristo, ou seja, as doze tribos de Israel. A filha de Jairo, por sua vez, representa todas as gerações até a última vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, ou seja, a geração apostólica. Então, a cura em Jesus é para todos aqueles da nossa família que nos antecederam. É também para todos aqueles que virão depois de nós até a última vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Bíblia deixa isso muito claro!


Oração

Eu estendo as minhas mãos sobre você agora e, em nome de Jesus, pelo poder de todas as chagas do Senhor, pelo poder do Sangue de Jesus aspergido em cada uma dessas chagas, eu ordeno que toda doença física, toda célula cancerígena, toda bactéria de infecção, todo tumor, toda doença degenerativa, toda e qualquer doença que esteja no seu corpo, nos ossos, nos músculos, na pele, na carne, na corrente sanguínea, toda doença diagnosticada, em tratamento ou desconhecida, que ela se retire agora da sua vida e vá aos pés da Cruz de Cristo, e que você receba o milagre. Nesse ato de fé, eu ordeno a toda central de distribuição de células cancerígenas, que ela seja, agora, cancelada em nome de Jesus. Que você receba o milagre em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Deus o abençoe. E que por essa graça da Palavra de Deus você encontre a cura e a libertação de que tanto necessita.

 




Ironi Spuldaro

Ironi Spuldaro é Membro do CAE (Comissão de Ação Evangelizadora) da diocese de Guarapuava. Membro do conselho diocesano, estadual e nacional da RCC (Renovação Carismática Católica) movimento do qual participa desde 1987. Ironi exerce o ministério de pregação em todo o Brasil e em outros países, como Argentina, Paraguai, Bolívia, Estados Unidos, Itália, Coréia do Sul, Inglaterra e Suiça. Fundador da Missão Há Poder de Deus, escritor e apresentador do Programa Há Poder de Deus.

Site: www.ironispuldaro.com.br


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-e-libertacao/busque-sua-libertacao-pela-palavra-de-deus/

25 de maio de 2020

Onde está meu coração?

Diz a Palavra de Deus: "Onde está o teu tesouro, lá também está teu coração" (Mt 6, 21). É que o nosso coração está sempre onde está quem ou o que amamos. Basta pensar na pessoa querida e um sentimento já conhecido, mas sempre novo, nos invade. Seria amor, paixão, sentimentalismo. Seja o que for, o certo é que nos transporta de um lugar ao outro em fração de segundos.

O Padre kentenich diz, em um de seus escritos, que o amor não é novo, porém, nova é a maneira como Cristo nos amou e nos ensina a amar: "Deveis amar-vos uns aos outros assim como eu vos amei". E como foi mesmo que Cristo nos amou? Doando-se inteiramente por nós sem poupar nada, nem mesmo a própria vida. É assim que Cristo nos ensina a amar: doando-nos sem reservas!

Foto Ilustrativa: by Getty Images / a_lis

Onde estiver o nosso coração também estará o nosso tesouro

Ao falarmos de amor, pensamos naquela inclinação espontânea, na atração por um objeto ou uma pessoa que move o coração quando descobrimos algo de belo, bom ou agradável que, de alguma forma, nos completa. Neste caso, constatamos que, muitos têm se deixado completar por "quase nada" e, portanto, estão sempre vazios. Vemos, hoje, a palavra amor sendo utilizada de maneira tão errada e até mesmo agressiva, que ficamos inibidos na hora de usá-la da maneira correta. Porém, na essência ela não perdeu o seu significado e valor, nós, cristãos, não podemos abrir mão disso.




Dijanira Silva

Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN. Às sextas-feiras, está à frente do programa "Florescer", que apresenta às 18h30 na TV Canção Nova. É colunista desde 2000 do portal cancaonova.com. Também é autora de livros publicados pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/onde-esta-meu-coracao/

21 de maio de 2020

A caridade ardente de Maria

Maria é a serva do Senhor, um humilde instrumento nas mãos de Deus. E tudo aquilo que Ela é, ela é por causa dos méritos do seu Filho e Senhor Nosso. No coração da Virgem Maria ardia, de forma tão extraordinária, a caridade, que era fruto da sua fé e da sua esperança. O coração de Maria era tomado pela Palavra de Deus, nele não existia espaço para nada que não fosse Deus, era um coração indiviso, puro, cheio de amor. Maria era vazia de si, mas cheia de Deus e do Seu amor.

O amor é essencialmente a vida de Deus, por isso Maria, como qualquer outra criatura, participa da vida d'Ele, mas ela o fez de forma mais excelente e mais perfeita. Essa vida de Deus ardia no coração da jovem de Nazaré, que, em tudo, amou o seu Deus. Por amá-Lo acima de tudo, seu coração era transbordante de amor; e, diante do anúncio do Anjo, partiu às pressas para a pequena cidade da Judeia, chamada Ein-Karen, para servir, para ajudar sua prima.

Ambrósio de Milão nos diz que "ela foi guiada pelo júbilo de ver cumprida a promessa, levada pela vontade de prestar um serviço, movida pelo impulso interior da sua alegria. A graça do Espírito Santo ignora a lentidão". O amor de Deus nos leva a sairmos de nós mesmos e irmos em direção ao outro, principalmente daqueles que mais precisam de nossa ajuda. Maria, por amar, parte, não se importa com os incômodos da viagem nem consigo mesma, o amor a interpela.

A caridade ardente de Maria

Foto ilustrativa: PongMoji by Getty Images

O amor é a essência de Deus, e por ser a essência d'Ele, arde no coração daqueles que O amam acima de tudo e que buscam, diante de todas as coisas, fazer Sua santa vontade.

Maria, ajude-nos a ser caridade!

O coração de Maria é um eterno exaltar a grandeza de Deus! Ela está na paz perfeita, nada nem ninguém pode impedir que ela entoe o seu Magnificat. Só quem ama, verdadeiramente, a Deus oferece sua vida como dom, como oferta; e ao perceber o quanto Ele realizou em sua vida, reconhece: nada é meu, tudo foi Ele quem realizou em mim.

Senhora Nossa, abrasada de Amor Vivo, faz arder, em nosso coração, aquela caridade que incendiava seu coração. Fazei, Mãe, que também nós nos doemos com tudo o que temos e somos ao verdadeiro Amor, aquele Amor que não conhece orgulho nem mediocridade. Que sejamos caridade!

O amor não é sentimento. Para nós cristãos, o amor é uma pessoa viva, o Amor se encarnou, fez-se pessoa e veio habitar no nosso meio. O Amor armou Sua tenda em meio a nós: O amor é Cristo, Ele é o verdadeiro e o único amor. Maria é a tenda deste amor, ela é a casa, é a morada do Mistério! No coração dela, não existiam só sentimentos de amor, mas existia o próprio Amor. Não era, simplesmente, alguém que tinha atitudes amorosas, mas que tinha o Amor como seu tudo, o Amor era seu Filho. Só quem amava tanto Deus poderia colaborar com Ele gerando o Amor. Maria amou Deus como Deus mesmo nos tinha ordenado, com todo o coração, com toda a sua alma, com todas as suas forças. Ela viveu tão fielmente em tudo o "Shema Israel", tão importante para seu povo e para si.


Vazia de Si e cheia de amor

A vida de Maria foi toda ela um eterno fazer a vontade de Deus e em ser amor, nunca se queixou dos seus sofrimentos, nunca lhe pareceu demasiado grande qualquer sacrifício que a providência lhe permitia, e nunca deixou de fazer, com amor e prontidão, nada do que a vontade de Deus lhe pedia. Era vazia de Si e cheia de amor. Ela prefere, antes de tudo, o amor d'Ele, um amor de predileção. E o Pai, ao olhar para a Filha de Sião, encanta-se, encanta-se com a obra que Ele tinha feito. Deus viu que, em Maria, era tudo bom, belo e humilde. Deus, por causa dos méritos de Cristo, preservou Maria de todo pecado. No coração dela, ardia amor, e tudo o que realizava era amor em atitudes concretas. Nas bodas de Caná, é atenta quando o vinho falta. Ela não tem nada a ver com aquilo, mas ela se preocupa, é atenta.

Vemos, na Virgem Maria, uma caridade pronta, ou seja, uma caridade que não espera nem se intimida, mas é pronta na execução, por isso vai até seu Filho e intercede. E o milagre acontece. O amor ardia de forma tão intensa em Maria, que ela não pede nada para si, preocupa-se com seus filhos, pois ela é: "Vida, doçura e esperança nossa…"

Devemos ser a presença de Maria no mundo

Ao olharmos para as virtudes de Nossa Senhora, deve arder, em nosso coração, o desejo de as imitar. Mais do que sermos apenas meros devotos dela, devemos imitar sua vida, sua humildade, seu amor perfeito, sua caridade pronta, pois, às vezes, percebemos muita gente querendo ver Nossa Senhora, querendo conversar com ela, mas não vemos essas pessoas querendo imitar as suas virtudes, o seu amor, a sua caridade e o seu silêncio. Quem ama Nossa Senhora busca ser virtuoso, busca parecer-se com ela. Como nos ensina a Igreja, ela é nosso modelo!

Recordo-me da serva de Deus Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares. Uma vez, Chiara, em oração, conversando com Jesus, diz e, ao mesmo tempo, pergunta: "Senhor, Tu fostes para o Pai, mas permaneceste conosco na Eucaristia. Por que Tu também não fizeste um meio de deixar também Tua Mãe conosco?". Lá, no fundo do coração de Chiara, Jesus responde: "Eu quero que você seja a continuação da minha Mãe na Terra. Viva a vida dela, seja minha Mãe".

Com isso, Jesus nos diz que cada um de nós deve ser a presença de Maria no mundo, imitar sua vida, suas virtudes. Portanto, vivendo assim, agradaremos a Deus, pois Maria foi agradável a Deus em tudo. Nela, está tudo que somos chamados a ser, ela é modelo escatológico de quem um dia seremos, pois ela é o modelo perfeito de alguém que viveu o Amor. Ela é ícone do Belo Amor!



José Dimas

José Dimas da Silva é seminarista e candidato às Ordens Sacras da Comunidade Canção Nova. Natural de Gravatá (PE) e graduando do curso de Filosofia (licenciatura) pela Faculdade Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP). Atua na liturgia durante os eventos e é produtor de conteúdo para este canal formativo.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/devocao-nossa-senhora/a-caridade-ardente-de-maria/