12 de maio de 2020

Quarentena: oportunidade para um reajuste interior

A vida é uma escola em que só com humildade, docilidade e mansidão se chega onde se deve. Muitos estacionam em períodos em que se sentem mais confortáveis e acabam por não ver o que está diante dos olhos, outros ainda passam a vida toda em cima de uma disciplina da vida e não consegue ver a grade curricular completa. Claro que é uma metáfora, não vamos conseguir olhar o todo, é impossível sermos oniscientes, isso cabe a Deus. O fato é que conseguimos olhar ao nosso redor e, por vezes, precisaremos reajustar o nosso olhar e mudarmos as nossas estruturas para nos adaptarmos ao mundo.

Por exemplo, nesta quarentena que iniciou-se quase que no mesmo tempo do período quaresmal, quantas vezes eu olhei para minha rotina e consegui enxergar novidades? Estou lhe dizendo para olhar sua vida e reajustar o foco. A novidade que está diante de nós é tão bonita e porta tanta beleza na simplicidade que acabamos nos acostumamos. Como é belo olhar a vida de alguém que não vê as situações difíceis como apenas uma dificuldade ou um obstáculo intransponível. A nossa adaptação, nosso reajuste nos faz crescer. E quando transformamos tudo em oração, aí sim podemos amadurecer ainda mais.

Quarentena: oportunidade para um reajuste interior

Foto ilustrativa: lovelyday12 by Getty Images

O reajuste proporciona sabedoria

Lembra daquela frase: aproveite os limões que a vida te dá. Pois bem, é isso mesmo. Se não fosse pela necessidade, não teríamos inventado a luz, o telefone etc. O que, de fato, nos inquieta também suscita criatividade e flexibilidade. A idade da pedra passou; impérios imensos ruíram; passamos por diversas pestes, guerras, tudo passa… O que permanece dentro de você quando "tudo passa" é a sabedoria adquirida pelos "reajustes" que você fez.


Vamos a algo ainda mais profundo: autotranscedência. A palavra é um pouco complicada para explicar, mas podemos discorrer que é a capacidade que o homem tem de estar voltado para algo que está além de si mesmo. É preciso reajustar para que você veja o que não está vendo. Mais uma vez e isso é – de certa forma inevitável – precisamos olhar para nós mesmos e fazer aquela revisão. Olhar como quem olha as peças de um relógio, pois, se uma peça precisa de mais óleo ou de uma troca, significa que o relógio não está funcionando bem ou, ainda, não está em pleno funcionamento. Observe o seu e coloque no papel seu ritmo semanal, seu itinerário; amplie sua visão e queira enxergar em você o que está fora do lugar.

É hora de encerrar o que se começou, de dar mais um passo rumo aos sonhos, de enxergar o que não se vê ou o que não se quer ver. Olhar além do horizonte e para si mesmo, porque temos a oportunidade de inaugurar novos tempos, de viver tendo a ciência de que reajustes são possíveis graças à capacidade humana de se reinventar e de querer viver bem. A sabedoria está no ar.



Guilherme Razuk

Guilherme Henrique de Lima Razuk é candidato às ordens sacras na Comunidade Canção Nova. Graduando do curso de Filosofia (licenciatura) pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP), ele atua na liturgia durantes os eventos realizados pela comunidade católica. Razuk é produtor de conteúdo de algumas categorias deste canal formativo.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/quarentena-oportunidade-para-um-reajuste-interior/

8 de maio de 2020

A influência da mãe na vida dos filhos é eterna

Os filhos são o dom mais magnífico do matrimônio e contribuem grandemente para o bem dos próprios pais. A maternidade é a vocação original da mulher, um chamado de Deus que algumas escutam, outras não.

A maternidade traz obrigações, pois a influência de uma mãe na mente e no coração dos filhos é muito grande, seja para o bem ou para o mal, e repercutirá nos relacionamentos  desses pelo resto da vida. Autoridade emocional bem trabalhada gera crianças seguras e amadas. Já crianças que não têm laços afetivos bem trabalhados têm tendência a comportamentos destrutivos e infratores na tentativa de reorganizar o caos interior.

A influência da mãe na formação da autoimagem positiva

Junto com o cuidado físico ocorre a transmissão de hábitos e valores e, também, das formas de ver o mundo, incluindo conceitos e preconceitos. O relacionamento íntimo entre mãe e filho ajuda na formação da autoimagem positiva que o acompanhará na vida conjugal, profissional e social. A falta desse relacionamento também impacta a vida de seus rebentos, gerando uma autoestima baixa, com comportamentos de prepotência ou submissão diante de outras pessoas.

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Foto Ilustrativa: evgenyatamanenko by Getty Imagens

Normalmente, as crianças são mais impactadas pelas atitudes maternas do que paternas, devido ao tempo que ficam com a mãe, também porque elas são responsáveis pela disciplina e pela função de moldar comportamentos determinantes na vida adulta dos filhos. A influência de uma mãe é como o fermento na massa, estende-se para toda a sua posteridade, pois esses filhos acabam repassando para os filhos deles o que aprenderam no seu lar.

Conflitos e os traumas não trabalhados têm gerado legados ruins

Hoje em dia, com a inserção da mulher no mercado de trabalho, temos visto mães sobrecarregadas com jornadas cansativas, famílias destruídas, problemas com filhos sofridos e desajustados. Eles anseiam dedicação exclusiva. Por um lado, as mulheres têm sentimento de culpa; por outro, os filhos se sentem negligenciados ou cuidados de uma forma inadequada. Por falta de tempo ou cansaço, as mães abusam de práticas negativas (excesso de presentes, gritos etc.) no lugar de práticas construtivas (elogios, acompanhamento escolar , amizades etc.). Os conflitos e os traumas não trabalhados têm gerado legados ruins na educação dos filhos, e essa herança acompanhará as gerações, porque os laços afetivos entre mães e filhos são fundamentais para a construção de um caráter saudável e comportamentos emocionais e sociais adequados.


Autoridade emocional e espiritual

A mãe não pode se esquecer de que, além da sua autoridade emocional, existe a espiritual, uma "arma" que deve ser usada a favor dos filhos, pois Deus, que ordenou todas as coisas, concedeu aos pais influência sobre sua prole, portanto, pai e mãe podem, conscientes ou inconscientemente, abençoar ou amaldiçoar a vida atual e futura de seus filhos, pois a fonte da autoridade não está na pessoa, mas na função parental.

Crianças sem limite tem consequências desastrosas

Nesta reflexão, podemos constatar que as pessoas possuem várias diferenças entre si, seja na condição social, escolar, profissional e outras, mas têm em comum o fato de que o amor ou a rejeição na infância impactam a personalidade delas. Portanto, devemos amar na medida certa, pois criança que não têm limite também sofre consequências desastrosas.

Pais, é possível amar e corrigir sem culpa. Inevitavelmente, os filhos passarão por frustrações que a vida lhes proporcionará. Entender e trabalhar as limitações e as impossibilidades é um grande passo para prepará-los para situações de difícil aceitação; isso faz parte do ciclo de amadurecimento emocional tanto da mãe quanto do filho.



Ângela Abdo

Mestre em Ciências Contábeis pela Fucape, pós-graduada em Gestão de Pessoas pela FGV, Gestão de Pessoas pela Faesa, graduada em Serviço Social pela Ufes e psicanalista. Consultora e Executiva na área de RH e empresa hospitalar. Foi coordenadora do grupo fundador do Movimento Mães que Oram pelos Filhos da Paróquia São Camilo de Lellis, em Vitória (ES) e do grupo de Amigos da Canção Nova de Vitória. Atualmente, é coordenadora nacional e internacional do Movimento Mães que Oram pelos Filhos. Escritora dos livros "La Salette, o grito de uma Mãe!" (2018), "Superação x Rejeição: Aprendendo a ser livre" (2017), "Ser Mulher À Luz da Bíblia: Porque Deus Pode Tudo!" (2016) e "Mães que Oram pelos Filhos" (2016). Participa do programa "Papo de Mãe que Ora", no canal Mães que Oram pelos Filhos Oficial, e do "Mães que Oram pelos Filhos", na Rádio América.  Autora de livros publicados pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/a-influencia-da-mae-na-vida-dos-filhos-e-eterna/

6 de maio de 2020

As consequências da preguiça no ambiente de trabalho

Amanhã é o dia em que os preguiçosos trabalham, os perversos reformam suas vidas e os pecadores se arrependem." (Edward Young)

Um mau trabalhador é um mau cristão; um mau trabalhador é também um marido e pai que deixa a desejar. Por causa da preguiça a necessidade pode bater à porta dos casais.

As consequências da preguiça no ambiente de trabalho

Creditos: by Getty Images / LumiNola

Após o pecado ter entrado na nossa história, Deus impôs ao homem "a lei severa e redentora do trabalho", como disse o Papa Paulo VI.

"Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado" (Gn 3,19).

Isso faz parte da vida do casal e da família. Se o casal não levar a sério o trabalho, dentro e fora de casa, a vida conjugal não irá bem. Além de faltar o necessário para a família, ainda o mau hábito poderá se instalar em casa, pois, como sabemos, "mente vazia é oficina do diabo".


O mal da preguiça

Muitas discussões acontecem no lar, porque algo que deveria ser feito é deixado para depois, por preguiça, e acaba não sendo feito. Alguém disse que "as tarefas adiadas com alegria são depois feitas com lágrimas".

Todo trabalho é uma continuação da atividade criadora que Deus incumbiu o casal humano a cumprir. A glória do homem consiste em concluir o que o Senhor propositadamente apenas começou. Ele entregou este mundo nas mãos do primeiro casal, para que eles o construíssem com o trabalho.

Deus derrama Sua graça sobre aquele que trabalha com diligência, e o trabalho é a sentinela da virtude. Já o preguiçoso trabalha dobrado. Se com humildade oferecemos ao Altíssimo o nosso trabalho, este adquire um valor eterno. Assim, o temporal se transforma em eterno.

Viver sem trabalhar

A preguiça joga por terra toda essa riqueza. Querer viver sem trabalhar é como desejar a própria maldição nesta vida. São Paulo disse aos tessalonicenses: "Procurai viver com serenidade, trabalhando com vossas mãos, como vô-lo temos recomendado. É assim que vivereis honrosamente em presença dos de fora e não sereis pesados a ninguém" (1 Ts 4,11-12).

O Talmud dos judeus diz: "Não ensinar o filho a trabalhar é como ensiná-lo a roubar". Trabalhando, como homem, Jesus tornou sagrado o trabalho humano e fez dele fonte de santificação.

Por isso, o lema de vida de São Bento de Nurcia, nos mosteiros, era: "Ora et Labora!" (Reza e Trabalha!). Um operário displicente é um mau cristão. Da mesma forma, um professor cristão e relapso é um contratestemunho cristão.

O pecado da omissão é fruto da preguiça

É por preguiça que os pais, muitas vezes, não educam bem os filhos. É por preguiça de algumas mulheres que o trabalho doméstico é, às vezes, malfeito, prejudicando seus filhos, seu esposo e a alegria do lar. É por preguiça de muitos maridos que a casa fica com as lâmpadas queimadas, o chuveiro estragado, a torneira vazando e a esposa reclamando. É por preguiça que o trabalhador faz o seu serviço de maneira desleixada, prejudicando os outros que dependem dele.

Há um provérbio chinês que afirma: "Não é a erva daninha que mata a planta, mas a preguiça do agricultor".

Como é triste ver a mulher se queixar do marido, que não arruma o que está estragado em casa! Como é triste ver o marido reclamar da esposa, que não cuida direito do lar, das crianças, da roupa.

O trabalho é uma grande terapia que Deus nos deu depois de o pecado entrar no mundo. O Senhor determinou que o homem ganhasse o pão de cada dia "com o suor do seu rosto"; não como castigo, mas como correção.

Qualquer que seja o trabalho, sendo honesto, ele é belo aos olhos de Deus, porque com ele você está cooperando com o Senhor na obra da criação.



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/vocacao/profissao/as-consequencias-da-preguica-no-ambiente-de-trabalho/

4 de maio de 2020

Como devemos lidar com o sentimento de saudade

"Só se tem saudades do que é bom, se chorei de saudades não foi por fraqueza, foi porque amei."

Canções como essa, de diácono Nelsinho Corrêa, e tantas outras que conhecemos, além de poemas e versos que foram inspirados em corações saudosos ao longo dos anos, tentam exprimir esse sentimento tão nobre que mereceu até mesmo uma data em nosso calendário.

De origem latina, "saudade" é fruto da transformação da palavra solidão, que, no latim, seria solitatem. Com o passar dos anos, a mudança dos tempos e a variação da pronúncia sofrida pela influência das diversas raças, o resultado é a nossa saudade, sentimento tão familiar que até dispensa tradução.

Foto Ilustrativa: by Getty Images / fizkes

Quem já abriu o coração ao amor sabe bem o seu significado. Talvez, uma mistura de alegria e dor. Alegria por ter vivido algo bom e dor por estar privado dessa alegria no momento presente. Mas será que é só isso?

A saudade marca nossa história

Na verdade, é muito mais. Pesquisadores afirmam que saudade é uma das palavras mais difíceis de traduzir em praticamente todas as línguas. E quando se fala da nossa saudade, em termos brasileiros, é ainda mais complicado, porque ela está ligada a muitos fatores, inclusive à cultura, que tem por si só uma explosão de sentidos. O fato é que a saudade não está ligada somente às pessoas, mas também a lugares, tempos, situações, cheiros, sabores e tantas outras coisas que marcam nossa história.

A saudade traz boas recordações

Quem não se recorda, por exemplo, dos amigos da infância, das brincadeiras, dos passeios da escola, dos primeiros acenos do amor? São recordações que nos transportam de um tempo a outro em segundos, e isso é fruto da saudade. Esse sentimento, que tem sentido próprio para cada um, é traduzido no dicionário como "uma sensação de incompletude, ligada à privação de pessoas, lugares, experiências, prazeres já vividos e vistos, que ainda são um bem desejável". Digamos que é algo ligado ao amor, ao afeto ou coisa assim, que é bom, mas, às vezes, "amarga que nem jiló", como afirma o grande compositor nordestino Luiz Gonzaga em uma de suas famosas canções.

O interessante é que, na mesma música, ele relata também que aprendeu a lidar com a saudade de um jeito diferente: "…mas ninguém pode dizer que me viu triste a chorar, saudade o meu remédio é cantar". Aí está uma via que muitos artistas seguiram, deixando, ao longo dos anos, um arsenal de poesias e versos como herança: transformar o sentimento em arte, conduzi-lo à gratidão. E gratidão é a palavra que vem a minha mente quando penso em saudade.


A gratidão na saudade

Como "só sentimos saudades do que é bom", em vez de pararmos na dor, por que não agradecer?

Sim, agradecer por aquilo que nos fez bem. Por exemplo: eu tenho saudades do meu pai, que já partiu para a eternidade, mas sempre que me recordo dele, e a gratidão por ter tido um pai tão bom é maior que o sentimento de vazio que sua morte deixou. Então, sinto saudades sim, e muita! Mas sou grata, e isso me faz seguir em frente de coração aberto ao amor e à vida.

Penso que reconhecer as coisas boas que já recebemos, e mais ainda, relembrar com gratidão as pessoas que Deus nos permitiu conhecer, cativar e amar, seja uma boa dica para celebrar a saudade. E como "relembrar é, de certa forma, reviver", relembremos momentos bons da nossa história, pessoas queridas que fazem parte dela e expressemos nosso amor deixando o coração falar pelos meios que estão ao nosso alcance. E porque só se tem saudades do que é bom – e de coisas boas só faz sentido lembrar com gratidão –, sejamos gratos também pela saudade!



Dijanira Silva

Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN. Às sextas-feiras, está à frente do programa "Florescer", que apresenta às 18h30 na TV Canção Nova. É colunista desde 2000 do portal cancaonova.com. Também é autora do livro "Por onde andam seus sonhos? Descubra e volte a sonhar" pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/como-devemos-lidar-com-o-sentimento-de-saudade/

1 de maio de 2020

3 passos para saber se você precisa de cura interior

A cura interior não é só importante, ela é também necessária. Precisamos ser curados! Deus quer nos curar plenamente e, por meio dessa cura, somos restaurados na nossa personalidade. A cura interior é a chave para a cura plena da pessoa. Cada dia é um dia de surpresas que o Senhor nos reserva. Podemos confiar e nos abrir sem medo à ação do Espírito Santo.

Foto Ilustrativa: by Getty Images /ozgurdonmaz

A cura interior é a cura da mente e do coração

Como saber se eu preciso de cura interior? Onde eu preciso de cura interior? Questionamentos fundamentais que, nós, sob luz do Espírito Santo, precisamos fazer e buscar o discernimento, o diagnóstico. Se um médico é cuidadoso em fazer um diagnóstico ao seu paciente, quanto mais nós precisaremos ter cuidado com o diagnóstico das nossas emoções e as das pessoas. Precisamos nos abrir ao Espírito Santo, agir em nome de Jesus, agir para o bem, porque Deus trabalha para o bem e para todos aqueles que O amam. Para seguir o exemplo de Jesus, que passou pela Terra fazendo o bem e libertando as pessoas do poder de satanás, é preciso concluir esse trabalho, é preciso ter fé e compaixão.

Passos práticos para responder aos questionamentos: eu preciso de cura interior? Onde eu preciso de cura interior?

1º passo:

Saber o que está acontecendo com você. Isso se chama observação. Olhar os sintomas e anotar. Observar tudo: sintomas físicos, doenças físicas que você traz e que se passam com você. Tomar nota de tudo o que acontece no seu corpo. Fazer muitas perguntas a si mesmo, anotar cada detalhe, enfim, tomar nota dos sintomas físicos. É preciso fazer bem feito. Depois de anotar todos os sintomas emocionais, lembre-se de que eles são espelho do que você vive interiormente (Exemplo: quando você está sozinho, o que você sente?). Ficar atento aos sentimentos.

Além disso, tome nota das atitudes de vida, porque elas refletem o que você vive interiormente. Como você se comporta? (Exemplo: dizer uma mentira é sintoma de um problema muito mais profundo). Não podemos rezar somente pelos sintomas, porque assim a cura não acontece.


2º passo:

Descobrir a doença, dar nome ao seu diagnóstico. Orar por cura profunda. Quais são os problemas emocionais profundos?

Rejeição: Como ela vem? Vem quando eu sinto que não sou amado e querido pelas pessoas que me são importantes e próximas. Não é que elas não me amem, eu que me sinto assim. Sentimentos que podem existir: raiva, amargura, tristeza, ódio, inveja dos amigos, suspeita, falta de confiança nas pessoas. Rejeição é a mais importante ferida emocional, a grande dor que Jesus sentiu foi a da rejeição.

Sentimento de Culpa: Ele entrou quando eu fui criado em uma família muito religiosa, onde alguns conceitos são passados de maneira errada. Exemplo: "Papai do Céu vai castigá-lo"; "Papai do Céu está vendo tudo que você está fazendo de errado". A culpa saudável nos leva à conversão, mas a culpa errada nos leva a ter medo de Deus, medo do castigo eterno.

Sentimento de Inferioridade: Quando a criança nasce, ela está cheia de sentimentos de superioridade, porque todos olham para ela, tornando-a centro de tudo; porém, conforme a criança cresce, as pessoas se cansam e ela deixa de ser o centro. Talvez, ainda, ela escute dos pais expressões do tipo: "Como você é ruim, você é mal!". Forma-se nela uma imagem pobre de si mesma, vinda de palavras negativas que chegam a ela. Nasce, com isso, um sentimento de autopiedade, de ódio de si mesma, depois vem a autodestruição, chegando, muitas vezes, ao suicídio.

Medos: Não são os medos pequenos, são os medos grandes que paralisam a pessoa, que a fazem fechar-se nelas mesmas, como o medo da morte, de ficar sozinho, do diabo, do escuro etc.

3º passo:

É o mais importante: encontrar as causas profundas pelas quais você tem esses problemas emocionais, as fontes dos problemas profundos das pessoas. Como está escrito no início: não basta rezar pelos sintomas, é preciso rezar pelas causas.

Deus abençoe você!


 


Vera Lúcia Reis

Missionária na Canção Nova, Vera Lúcia Reis é atualmente a Formadora Geral da Comunidade. Formada em Teologia, a missionária também possui pós-graduação em Gestão Eclesial.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/3-passos-para-saber-se-voce-precisa-de-cura-interior/

29 de abril de 2020

A desumanização é o que permite o discurso de ódio

Infelizmente, é muito fácil julgar e condenar as pessoas. Sem dúvida, as redes sociais têm potencializado essa falha incompassível. Isso ocorre porque o julgamento e a condenação pressupõem a desumanização da pessoa julgada, quer dizer, ignorasse que falamos de alguém como nós, com sentimentos, família e suas próprias qualidades. É mais cômodo para o agressor atacar a "@ana_julia_123" do que a menina Ana Júlia, filha do Marcelo e da Renata, irmã do Felipe, que adora livros de aventura e musicais da Disney. O ensinamento de Jesus Cristo não poderia ser mais claro e objetivo: "Não julgueis, e não sereis julgados" (Mt 7,1), mas é a desumanização que tem possibilitado os corriqueiros e cruéis discursos de ódio.

Quando o alvo do julgamento é observado como uma pessoa, como eu e você, com seus próprios problemas, sentimentos e sua dignidade, a ofensa se torna penosa para o próprio agressor. Se, do contrário, esquecermos dessa humanidade e, no calor no momento, condenarmos sem ponderar a situação do outro, cometemos o erro da "desumanização que nos apresenta sob a forma da indiferença, da hipocrisia e da intolerância" (Papa Francisco).

A desumanização é o que permite o discurso de ódio

Foto ilustrativa: leremy by Getty Images

Na internet, a desumanização é ainda mais comum. Com lamentável frequência, temos nos deparado com discursos de ódio e narrativas de agressão nas redes sociais. Sempre me intrigou o fato de haver pessoas que se dispõem a "seguir" outras, única e exclusivamente, para ofender e criticar cada foto, cada comentário, cada postagem. É uma vida muito vazia. Claro que não são críticas construtivas, são ataques injustos, fundamentados na frustração e no desespero do próprio agressor. E para tentar amenizar esse cenário tão comum na internet, o papel do cristão é ser um agente do amor e da caridade.

Busque não alimentar o discurso de ódio!

Eis o verdadeiro desafio: "Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os publicanos não fazem a mesma coisa?" (Mt 5, 46). Assim, a proposta é tratar os agressores com caridade. Se o método de agressão é a desumanização, a resposta deve ser humanitária. Ouvir, refletir e ponderar. É uma tarefa difícil. Tentar ajudar quem está disposto apenas a agredir é oferecer a outra face (Mt 5, 39). Precisamos buscar compreender o que levou o agressor à prática dos julgamentos e não alimentar esse ódio.


"O perigo consiste em negar o próximo e assim, sem se dar conta, negar a sua humanidade, a nossa humanidade, negar-nos a nós mesmos e negar o mandamento mais importante de Jesus. Esta é a desumanização" (Papa Francisco). O exercício de empatia não é fácil. É preciso respirar fundo, ponderar, refletir e, só então, transmitir uma mensagem de caridade. Nas redes sociais, esse desafio deveria ser mais fácil, porque não há necessidade de uma resposta imediata. É possível ler, reler, pensar, beber água e rezar para, só então, escrever a resposta.

Que Deus nos dê firmeza e serenidade para sempre enxergarmos o outro como igual, como humano, como irmão. É importante sempre considerar que mesmo o agressor tem sua parcela de sofrimento e, se ele está disposto a apenas propagar o ódio, ele precisa mais de ajuda do que de condenação. É uma missão árdua, não há dúvidas. Que Deus nos ajude. Que assim seja.

Referências:

BÍBLIA SAGRADA. Tradução da CNBB, 18 ed. Editora Canção Nova.
PAPA FRANCISCO. Mensagem aos participantes no encontro dos movimentos populares realizado em Modesto, Califórnia. 10 fev. 2017.



Luis Gustavo Conde

Catequista atuante na evangelização de jovens e adultos. Palestrante focado na doutrina cristã. Advogado com atuação na área de Direito de Família e Direito Bancário. Tecnólogo em Gestão Empresarial. Professor de cursos técnicos-profissionalizantes.
Instagram: @luisguconde Contato: luisguconde@gmail.com


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/a-desumanizacao-e-o-que-permite-o-discurso-de-odio/

27 de abril de 2020

Na quarentena, convide Jesus para o seu lar

Diante deste cenário de pandemia em que vivemos, é quase impossível afastar-se das notícias que parecem apontar para uma situação cada dia mais preocupante. Embora seja necessário estar ciente da gravidade da situação e bem informado quanto às medidas de combate ao contágio, a insistência desmedida no assunto causa tristeza e exaustão emocional. Era também com tristeza que os discípulos caminhavam para Emaús. Eles "conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido" (Lc 24, 14), mas quando perguntados sobre tal assunto só puderam responder "com o rosto triste" (Lc 24, 17). Para superar essa tristeza, foi necessário lembrar-se das Escrituras e partilhar o pão.

A crucificação de Jesus foi um acontecimento triste para os cristãos da época que ainda não compreendiam todo o seu significado. Apesar das profecias já terem anunciado o Messias e a Ressurreição, a fé daquelas pessoas não estava estabelecida em seus corações. Ao encontrar os discípulos que caminhavam para Emaús, Jesus os lembrou das profecias e com eles partilhou o pão, a fim de que eles se alegrassem e percebessem que aquele momento de aparente derrota era, na verdade, o anúncio da Boa Nova. Hoje, em momento de isolamento social e tantas incertezas, é necessário fazer o mesmo, lembrar-se das Sagradas Escrituras e da presença de Deus conosco.

Na quarentena, convide Jesus para o seu lar

Foto ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com

Nesta quarentena, permita-se aproximar de Jesus

São Pedro dirigiu sua primeira carta aos povos que viviam a hostilidade do mundo dizendo-lhes: "Graças à fé e pelo poder de Deus, estais guardados para a salvação que deve revelar-se nos últimos tempo. Isso é motivo de alegria para vós, embora seja necessário que no momento estejais por algum tempo aflitos, por causa de várias provações. Deste modo, o quilate de vossa fé, que tem mais valor que o ouro testado no fogo, alcançará louvor, honra e glória, no dia da revelação de Jesus Cristo" (1Pd 1, 5-7). Não há dúvidas que as tribulações da vida são mais facilmente superadas por aqueles que aceitam a companhia de Jesus Cristo, que O convidam para entrar em suas casas e têm junto deles o Deus Vivo e Verdadeiro, que não abandona nem desampara.


"Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!" (Lc 24, 29): foi o convite que os discípulos de Emaús fizeram a Jesus. Façamos o mesmo, ao abrir o nosso lar para a presença de Jesus Cristo. Todos os dias e em vários horários a TV Canção Nova transmite a Santa Missa e, atualmente, muitas paróquias também estão transmitindo as suas missas via internet. Vamos tirar as bíblias das gavetas, montar um altar ou aprimorar o que já temos. É o momento de vivenciar com maior fervor a presença de Deus junto de nossa família.

Faça-se e cumpra-se a vontade de Deus sobre todas as coisas, que una nossas famílias em oração, para que possamos enfrentar esse momento de provação com o coração alegre, na certeza da presença do Cristo em nossos lares. Que assim seja.

Referências:

BÍBLIA SAGRADA. Tradução da CNBB, 18 ed. Editora Canção Nova.
Horários de Missas transmitidas pela TV Canção Nova: https://tv.cancaonova.com/programa/santa-missa/



Luis Gustavo Conde

Catequista atuante na evangelização de jovens e adultos. Palestrante focado na doutrina cristã. Advogado com atuação na área de Direito de Família e Direito Bancário. Tecnólogo em Gestão Empresarial. Professor de cursos técnicos-profissionalizantes.
Instagram: @luisguconde Contato: luisguconde@gmail.com


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/na-quarentena-convide-jesus-para-o-seu-lar/