14 de fevereiro de 2020

O pecado nos leva para a lama

Imagine uma pessoa que caiu numa poça de lama. É assim que imagino que a minha alma fica toda vez que eu peco. Assim como a lama oculta a limpeza de uma vestimenta, o pecado esconde a beleza da alma de um(a) filho(a) de Deus, que foi criado(a) para o amor, para as coisas belas e puras.

O pecado faz isso conosco, nos descaracteriza, faz com que percamos a nossa essência e nos tornemos inimigos de Deus. Sim, isto é forte, porém, verdadeiro: quando pecamos mortalmente nos tornamos inimigos de Deus. O pecado é capaz de roubar nossa amizade com Deus, nós vamos nos afastando d'Ele, mesmo que continuemos a ir à Igreja, ao grupo de oração, o nosso coração já não se abre mais à graça d'Ele. Ficamos resistentes ao Seu amor.

O pecado nos leva para a lama

Foto ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com

Saia da poça de lama!

Por isso, necessitamos nos decidir e ser lavados pelo Seu amor e misericórdia. Ele não se afasta de nós e nos espera na confissão para nos lavar, amar, curar e dar uma vida nova. "Se, quando éramos ainda inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, com muito mais razão, estando já reconciliados, seremos salvos por sua vida" (Rom 5,10).

Procuremos a confissão confiantes, pois, se nos arrependemos de nossos pecados, o perdão é certo. Porque Deus nos ama e está sempre pronto a nos acolher.




Regiane Calixto

Regiane Calixto é natural de Caxambu (MG). Membro da Comunidade Canção Nova, desde o ano de 2009, a missionária é graduada em Ciência da Computação e pós-graduada em Gestão de Veículos de Comunicação. Encontrou na tecnologia e na comunicação um grande meio para levar às pessoas o Evangelho vivo e vivido.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/o-pecado-nos-leva-para-lama/

12 de fevereiro de 2020

Amizade, lugar de chegadas e partidas

O dom da amizade é dado por Deus ("Quem encontrou um amigo encontrou um tesouro" – Eclesiástico 6,14-17). Gosto de dizer que é um lugar de encontro, de descanso e conforto. O verdadeiro amigo dado por Deus nos permite chegar e alcançar lugares que jamais seríamos capazes, ele tem o dom de nos fazer mergulhar em nós mesmos e nos trazer de volta à superfície ("Lázaro, vem para fora" – Jo 11); na verdade, ele nos convida a irmos em frente, mas a voltar para a nossa essência, para o que somos.

Quantas vezes, nos momentos de dor e tristeza, tudo que queremos são palavras de consolo, a presença e um "tamo junto" de nossos amigos? A verdadeira sabedoria não está em adquirir para si a multidão, mas, entre a multidão, escolher aqueles que farão parte da nossa vida para sempre, assim como fez Jesus.

Amizade, lugar de chegadas e partidas

Foto ilustrativa: martin-dm by Getty Images

Na amizade não existe distância

A amizade é uma escolha de Deus, mas passa por nossos passos, nossa abertura, pelo cultivo, pela presença e cuidado com o outro. Padre Léo dizia que a presença física é a mais pobre das presenças, na certeza de que, na amizade, um coração que é convencido do amor sabe que, mesmo longe, o outro sempre estará por perto.

Na amizade, viajamos com os sonhos do outro, vibramos com as conquistas e sofremos com seus fracassos. Na amizade, lembramos o outro dos passos acertados, lembramos que as quedas fazem parte da vida. Na verdade, o amigo tem o poder de nos devolver esse coração de carne (Ez 36,26), que é capaz de amar, sentir, frustrar-se, cair, mas jamais permanecer prostrado.


Quanta gratidão devemos àqueles que, em meio à multidão, escolhem caminhar perto do nosso coração! Que dom tão grandioso e sublime é esse! Quanta gratidão devemos àqueles que escolhem permanecer do nosso lado, partilhar da nossa vida e nos indicar o caminho para o céu! Quanta gratidão devemos àqueles que nos devolvem o olhar de esperança sobre nós mesmos, que nos devolvem, com um sorriso, a alegria de continuar nessa estrada rumo à eternidade. Que bom é ter amigos, dos quais nem o tempo nem a distância são capazes de separar. Que bom é termos amigos!



Brigite Cortez

Brigite Cortez, natural de Portugal, é missionária na Comunidade Canção Nova onde atua no setor de Eventos.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/amizade/amizade-lugar-de-chegadas-e-partidas/

8 de fevereiro de 2020

A tecnologia proporciona novas oportunidades e formas de estudo

Novos começos e uma chance a mais para fazer valer as oportunidades que nos são dadas diariamente. Um novo semestre letivo se inicia e com ele o momento de tentar fazer diferente, isto é, melhorar aquilo que, na maioria das vezes, nos incomoda ou causa medo. A tecnologia e a dispersão dos alunos em sala têm sido queixas frequentes de educadores de diferentes níveis de ensino. Ah, o celular… Na mão do aluno pode ser motivo de guerra constante em sala, o que representa perda de tempo com longas discussões sem resultados concretos.

Não adianta querer fugir. Estamos numa era de revolução tecnológica vinda com a comunicação e acesso à internet. Essa transformação ajuda a nos tornarmos mais próximos das coisas e das pessoas. A vida digital está muito presente em nosso cotidiano. Por que ficaria longe da sala de aula?

Enganam-se os que acreditam ser a tecnologia inimiga do aprendizado, pode ser do tradicional e conservador, mas estimula em grande parte a participação dos estudantes, tornando-os mais ativos no processo ensino-aprendizado. Talvez, o maior problema esteja em saber usar esses recursos para trazer vantagens na assimilação dos conteúdos.

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Foto Ilustrativa: SolStock by Getty Images

Iniciativas simples como, em aulas de português, trabalhar a escrita de e-mails e o intercâmbio digital – regional entre os alunos ou, até mesmo, criar um blog ou canal de vídeo com dicas relacionadas à disciplina. Os vídeos e as imagens possuem infinitos recursos para as disciplinas com o celular.

Tecnologia a favor do aprendizado

Que tal uma aula de história externa, sobre a cidade onde mora? Sair fotografando os principais pontos históricos, descobrir a arquitetura, os patrimônios culturais escondidos sobre o concreto? E uma entrevista ao vivo, via celular, com aquele autor famoso entre a garotada, sem precisar sair do lugar? Basta correr atrás.

Escrevendo assim, parece fácil colocar em prática essas ações. Sabemos que a maioria dos docentes esbarra em normas rígidas do sistema de ensino, em que qualquer mudança à estrutura convencional pode representar impossibilidade de execução. Uma dica seria planejar essas novidades dentro de uma estrutura possível, saber vender sua ideia às lideranças das escolas. Ideia essa respaldada em argumentos, dados, mostrando onde se pretende chegar com essas atitudes inovadoras. Não apenas falar sem sustentação.

Inove! Os resultados serão positivos

Um dos vencedores do prêmio Educador Nota 10 de 2016, que premia professores de todo o país, foi um professor de matemática do Estado de Goiás, com um projeto de ensinar números por meio dos games, com alunos do 6º ano de uma escola pública. Aproveitou-se o interesse dos alunos nos jogos digitais para estimular o raciocínio, mostrando onde podem chegar utilizando os cálculos.


De tudo isso, podemos concluir que: basta o uso da criatividade e o querer fazer para ter sucesso em novas formas de utilizar a tecnologia em sala de aula. Em vez de ficar reclamando, inove! Os resultados serão surpreendentes!



Ioná Piva

Atualmente é professora da Faculdade Canção Nova (Jornalismo e Rádio e Televisão). Mestre  em Comunicação Social pela  linha de pesquisa  Inovações Tecnológicas na Comunicação Contemporânea


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/educacao/tecnologia-proporciona-novas-oportunidades-e-formas-de-estudo/

6 de fevereiro de 2020

Onde você busca sua força e vitória?

A fé católica é centrada na pessoa de Cristo. Ele é Deus e, sendo Deus, é onipotente, ou seja, tem poder sobre todas as coisas e vence qualquer exército, porque fortaleza e vitória estão nele. Como Filho de Deus, Cristo também é Senhor. Tudo a Ele está submetido como nos garante as Sagradas Escrituras: Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor" (Fl.2,11).

Em outra passagem bíblica, o Senhor também nos garante que "em todas as coisas somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou" (Rm. 8,37). Dessa forma, não há inimigo, criatura, situação ou coisa qualquer que o possa vencer.

Falando a respeito de Cristo Senhor, o Catecismo da Igreja Católica também nos lembra que "ao longo de toda a sua vida pública, seus gestos de domínio sobre a natureza, sobre as doenças, a morte e o pecado demonstravam sua soberania divina" ( Catecismo 447). É por tudo isso que, como cristãos, podemos dizer, com plena certeza, que "a nossa força e a nossa vitória estão em Jesus".

Força e vitória

Foto ilustrativa: CreativaImages by Getty Images

Para alcançar a força e a vitória

No entanto, muitas vezes, nos questionamos: "Por que não alcançamos certas graças ou não vencemos em determinadas lutas? Por que nos sentimos tão fracos? A questão que, certamente, deveríamos nos fazer é: Estamos, de fato, em Cristo? Este "estar em Cristo" traz dois sentidos que gostaria de destacar:

O primeiro sentido é o da condição, é o modo como devemos estar. Existe algo que precisa acontecer para que alcancemos êxito em nossas lutas: Estar em Jesus, isto é, unidos a Ele e ao Seu projeto a nosso respeito. Precisamos estar inseridos e empenhados em Seu plano de amor por nós. Devemos entender o que Ele deseja para a nossa vida e colaborarmos com isso. Nesta condição – inteiramente rendidos ao que o Senhor nos propõe e direcionados pela Sua Palavra –, teremos a força e a vontade de ver Sua obra chegando ao Seu objetivo e, certamente, o alcançaremos, porque é do agrado de Deus. Batalharemos por algo que o Senhor nos quer dar. Desse modo, a vitória é certa!

O segundo é o sentido de lugar. Nossa força e vitória estão em um lugar específico: Cristo, Deus e Senhor. Não é fora dele, não é numa instituição, numa outra pessoa ou coisa, mas somente em Jesus – forte e vitorioso – que está a fonte dos dons com que Ele mesmo quer nos presentear. Toda graça está n'Ele. Podemos, então, buscar, no Senhor, a capacidade de enfrentar com disposição de alma os desafios e alcançar a vitória que nos foi reservada, pois foi a Ele que tudo foi dado. Sua presença, agindo em nossa natureza humana, nos impele a lutar e a vencer.

Que força e que vitória o Senhor quer nos dar?

Outro ponto importante que precisamos levar em conta, nesta reflexão, é que a vitória e a força do cristão não são as mesmas impostas pela mentalidade deste mundo. Algumas vezes, a vitória para mim e para você será apenas a de poder lutar e não se deixar vencer pelo medo ou a frustração de não ter tentado. Poderá ser também a vitória de ter se tornado melhor durante a batalha, ainda que não se alcance o que se almejou no início da luta. Outros frutos vieram! Isso já nos faz vencedores. Muitas vezes, nossa força será não nos deixarmos enfraquecer pela turbulência e as contrariedades, ainda que sintamos as dores dos golpes.

Como alcançar a força e vitória em Jesus?

A fé é a porta aberta para isso, é a fé de entrega e confiança, a qual, muitas vezes, nos faz dar passos que não seguem a lógica da razão, mas sim a de quem acredita mesmo sem ver. A fé deve ser o modus operandi de cada um que acredita no Cristo. É a forma como atuamos no mundo, em cada situação desafiadora que nos é apresentada, caminhando sobre as águas, vendo vitórias onde só haveriam derrotas e sendo fortes diante daquilo que nos levaria à fraquejar.

Contudo, a fé se alimenta da oração, desses encontros diários e a sós com Jesus. Forte e vitoriosa é a alma que ora. Se essas características vêm de Jesus, não há como as alcançar se não formos íntimos de seu coração. Quando somos amigos de alguém, é fácil obtermos dele algo de que necessitamos. Sabemos que ele o tem e que, a qualquer momento que precisarmos, sendo nosso amigo, nos dará. Jesus já tem em Suas mãos a vitória e a força de que necessitamos hoje. Num ato de fé, coloquemo-nos em oração e Lhe apresentemos nossas lutas e fraquezas, usemos a Palavra, porque nela há uma série de versículos que nos levam a não desanimar. Creiamos que, por amor, o Senhor nos dará a vitória neste dia.


Comece com estes versículos:

"O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem temerei? O Senhor é o protetor de minha vida, de quem terei medo?" (Sl, 26,1)
"Porque o Senhor, vosso Deus, marcha convosco para combater contra os vossos inimigos e para vos dar a vitória." (Dt. 20,4)
"Nada temas, porque estou contigo, não lances olhares desesperados, pois eu sou teu Deus; eu te fortaleço e venho em teu socorro, eu te amparo com minha destra vitoriosa." (Is. 41,10)

Elane Gomes
Missionária da Comunidade Canção Nova desde o ano 2000. Professora de Língua Portuguesa, radialista e especialista em Comunicação e Cultura. Mestranda em Comunicação e Cultura. Atualmente, trabalha no Jornalismo da TV Canção Nova de São Paulo. Prega em encontros pelo Brasil e atua como formadora de membros da Comunidade. É esposa, mãe e trabalha também com aconselhamento de casais.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/onde-voce-busca-sua-forca-e-vitoria/

4 de fevereiro de 2020

Qual é o rosto mariano da Igreja?

É preciso compreender o que é Igreja. Com base no CIC 751-752, a palavra «Igreja» («ekklesía», do verbo grego «ek-kalein» = «chamar fora») significa «convocação». Designa as assembleias do povo em geral de carácter religioso. É o termo frequentemente utilizado no Antigo Testamento grego para a assembleia do povo eleito diante de Deus, sobretudo para a assembleia do Sinai, onde Israel recebeu a Lei e foi constituído por Deus como Seu povo santo. Ao chamar-se «Igreja», a primeira comunidade dos que acreditaram em Cristo reconhece-se herdeira dessa assembleia. Nela, Deus «convoca» o seu povo de todos os confins da terra.

Na linguagem cristã, a palavra «Igreja» designa a assembleia litúrgica, mas também a comunidade local ou toda a comunidade universal dos crentes. Esses três significados são, de fato, inseparáveis. «A Igreja» é o povo que Deus reúne no mundo inteiro. Ela existe nas comunidades locais e se realiza como assembleia litúrgica, sobretudo eucarística, vive da Palavra e do Corpo de Cristo, e é assim que ela própria se torna Corpo de Cristo.

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Foto Ilustrativa: Arquivo CN/cancaonova.com

Considerando os aspectos teológicos da Igreja, nos seus princípios constitutivos: Petrino – institucional e hierárquica; Paulino – missionárias, dos carismas e das revelações; Joanino – da vida consagrada, do amor e da contemplação; de Tiago (jacobino) – da tradição e da lei. Maria unifica os quatros princípios e a personaliza. Pela Anunciação, gerou o Verbo, de quem a Igreja nasce. Ela é a esposa que colabora com Cristo na redenção de todo gênero humano.

O convite para toda a Igreja

A vocação cristã, onde toda a Igreja é chamada à santidade, Maria é o modelo a seguir em relação a Jesus Cristo, para que Ele se forme em nós por meio do Espírito Santo. O centro da espiritualidade mariana está no seu Sim, livre e puro a Deus, um convite que se estende a todos da Igreja. O Concílio Vaticano II, confirmando o ensinamento de toda a tradição, recordou que, na hierarquia da santidade, precisamente a mulher, Maria de Nazaré, é figura da Igreja. Ela precede todos no caminho rumo à santidade; na sua pessoa, «a Igreja já atingiu a perfeição, pela qual existe sem mácula e sem ruga» (cf. Ef 5, 27). Nesse sentido, pode-se dizer que a Igreja é conjuntamente « mariana » e « apostólico-petrina ». (Mulieris dignitatem 27)


São João Paulo II, numa Alocução aos Cardeais e Prelados da Cúria Romana, diz: "Esse perfil mariano é tão —  senão mais — fundamental e caracterizante para a Igreja quanto o perfil apostólico e petrino, ao qual está profundamente unido (…) A dimensão mariana da Igreja antecede a petrina, embora lhe seja estreitamente unida e complementar. Maria Imaculada precede todos e, obviamente, o próprio Pedro e os apóstolos. "

Inspirar-se em Maria

O rosto mariano da Igreja é impresso ou se caracteriza no mundo quanto mais se inspirar nas atitudes de Maria. E quais são essas atitudes? Escutar, meditar e se alimentar da Palavra de Deus (Lc 2,19); oferecer Jesus às nações; ir ao encontro do outro; anunciar a Boa Nova; ser comunhão com os irmãos; cantar os louvores a Deus (Lc 1, 46-55); viver a prática do amor em particular com os mais necessitados; viver uma vida de oração; servir com prontidão e na doação da vida (Lc 1,39); viver e caminhar na fé; ter sensibilidade ao Espírito de Deus em todos os acontecimentos da vida até aos que parecem imperceptíveis (Lc 1,40-45); na crise, no cansaço, no escondimento, no coração apertado, nos avanços; na humildade, na simplicidade e criatividade; como Mãe de todos, ser sinal na alegria, na resistência e na esperança com os que sofrem; sempre na ternura e profecia. Maria nos faz acreditar na revolução da ternura e do afeto.

Vemos também o rosto mariano na Igreja diante da perseverança na cruz, ao suportar os sofrimentos que lhe são próprias (Jo 19,25). Porém, um sofrimento redentor que não termina na morte, mas que participa da Ressurreição, do Pentecostes, e culmina na glória dos céus.



Nilza e Gilberto Maia

Nilza e Gilberto Maia são casados, jornalistas e missionários de dedicação integral na Comunidade Canção Nova.

Nilza é membro da comunidade desde 1999; e Gilberto, desde 2000. Nilza é graduada em Comunicação Social pela UFMT e pós-graduada em counseling pelo IATES/Curitiba. Gilberto também é counselor pelo IATES/Curitiba e graduado em Gestão Comercial.

Ambos atuaram em suas próprias paróquias nas pastorais, movimentos e ações sociais. O casal viveu em Portugal por sete anos, onde realizaram a missão diretamente no Santuário de Fátima, através de transmissões diárias, para a TV, da Eucaristia e da Oração do Rosário da Capelinha das Aparições.

O casal é autor dos livros: 'Mística de Fátima e 'Rezar com Mãe'. Atua também no apostolado como anunciadores da Palavra de Deus, e na formação e acompanhamento de casais.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/qual-e-o-rosto-mariano-da-igreja/

27 de janeiro de 2020

Juventude, nunca deixe de lutar

A juventude é a fase em que mais sofremos as investidas do inimigo, enfrentamos as maiores batalhas e temos os sentimentos à flor da pele. É uma guerra em que nos machucamos e ficamos, muitas vezes, mutilados. É difícil, porém, não ir para a guerra, porque significaria não conhecer o sabor da vitória. Quem não luta não tem muitos problemas nem dificuldades, mas também não alcança a vitória.

É assim que acontece com alguém que está em pecado: como um porco, se lambuza todo e se mistura tanto à lama que não quer sair mais. Mesmo sendo lavado, o porco retorna à lama. Quem não luta contra o pecado torna-se semelhante a esse animal, acostumado à vida do chiqueiro. Muitas vezes, permanecemos no pecado e em suas consequências porque não quisemos lutar.

Juventude, nunca deixe de lutar - facebook

Foto Ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com

Juventude: se abra para Deus e não viva no pecado

Há uma história sobre um homem e seu baú cheio de tesouros que colecionava e comercializava. Além do baú, possuía tecidos, tapetes, terras, gado, cavalos, casas, enfim, era muito rico. Viajava bastante e sempre comprava algo que não possuía. Assim foi ajuntando tesouros, até que, um dia, numa das viagens, deparou-se com uma pérola negra e encantou-se. Era a única no mundo! Não havia visto aquele tesouro em nenhum dos lugares que já tinha passado. Então, ele quis possuí-la e foi até o dono da pérola.

Pelo fato de não haver nada parecido no mundo inteiro, o proprietário tinha todo o direito de pedir o valor que quisesse, e foi o que aconteceu. Ele pediu um preço tão alto que era quase impossível alguém possuir todo o dinheiro.

O comerciante achou o preço exorbitante, mas como um bom negociante, fez o cálculo de todos os seus bens, incluindo a roupa do corpo, e percebeu que teria o dinheiro suficiente para comprar a pérola. Voltou para casa; juntou tudo; vendeu; comprou a pérola e saiu vestido com o mínimo necessário para não estar nu.


Olhava a pérola sem ter para onde ir, pois tinha vendido a casa e tudo o que possuía. Achou, então, uma árvore e sentou-se à sombra, contemplando o seu tesouro. Ninguém era mais rico do que aquele homem, mas também ninguém era mais pobre do que ele. Nada custava mais do que a sua pérola e ele era feliz. Havia encontrado o que sempre buscara. Aquele homem acumulou riquezas por toda vida, achando que nelas seria feliz, até encontrar a pérola. E, quando a encontrou, teve de se desfazer de tudo para comprá-la.

Livre-se do pecado

Nossa situação é parecida: não temos carneiros, tesouros, contas bancárias gordas, cheque especial, muitos não têm carro nem cartão de crédito. Mas, ao longo de nossa vida, adquirimos falsos tesouros, como o pecado, por exemplo. Ele nos impossibilitou de buscar o tesouro da felicidade e da paz, que é o próprio Deus. A mesma paz que Ele fez acontecer, quando se levantou no barco e mandou o mar ficar calmo. Jesus é essa paz na agitação da vida. A alegria verdadeira e plena. Muita gente procura esse tesouro em lugares impróprios e não o encontra.

Sabemos que Jesus está em todas as pessoas, mas não em todas as situações. Existem situações em que somente o diabo está. E nessas situações é que, ao longo da vida, fomos buscar a felicidade: numa zona de prostituição, na boca de fumo, numa butique gastando além do que podíamos e ficando endividados. Buscamos a felicidade na violência, na loucura, na moda, na novela, na traição, em situações onde Deus não está, e acumulamos misérias dentro de nós.

Hoje, alegre-se! Sua busca acabou!

Até mesmo o que temos de material, adquirindo com muito custo e trabalho, passa a ter mais valor, mais sentido e mais gosto, porque encontramos o grande tesouro, que é o próprio Deus.

Trecho extraído do livro "Sementes de uma nova geração"


 

 


Mons. Jonas Abib

Fundador da Comunidade Canção Nova e Presidente da Fundação João Paulo II. É autor de diversos livros, milhares de palestras em audio e vídeo, viajando o Brasil e o mundo em encontros de evangelização. Acesse: http://www.padrejonas.com


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/juventude-nunca-deixe-de-lutar/

23 de janeiro de 2020

Na parábola do filho pródigo, quem é você?

Ao pesquisar a palavra "pródigo", nós encontramos a definição como aquele que esbanja dinheiro, que se desfaz de seus bens de forma irresponsável. A parábola do filho pródigo conta a história do filho mais novo que pede um adiantamento de sua herança e, após esbanjá-la, volta arrependido para a casa do pai e buscando pelo perdão.

Mas, na história, há outro filho, rígido e obediente, que não aceita a misericórdia do pai com o filho mais novo. Em outras palavras, nós temos alguém que errou e pede perdão e outro que não está disposto a perdoar. Apesar de serem posições opostas, não é raro que cada um de nós já tenha interpretado ambos os papéis nos acontecimentos da nossa vida. Você já parou para pensar quem é você?

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Foto Ilustrativa: Pompeo Botrim. / O retorno do filho pródigo – 1763

Embora seja muito conhecida a parábola do filho pródigo, o leitor pode reservar um tempinho para a leitura do texto bíblico, que é curto, porém, tem uma mensagem riquíssima, encontrada no Evangelho de São Lucas, capítulo 15, versículos do 11 ao 32. E como diz o Catecismo da Igreja Católica (nº 1439): "O dinamismo da conversão e da penitência foi maravilhosamente descrito por Jesus na parábola do 'filho pródigo', cujo centro é 'o pai misericordioso' […]".

A narrativa demonstra três perspectivas: do filho mais novo, do pai e do filho mais velho. A história do filho mais novo é a do pecador, que abandona a casa do pai, anda por terras desconhecidas e sem riquezas, onde não há quem seja piedoso com ele. O filho menor é o homem mundano, é o "católico não praticante". Apesar de conhecer o pai e toda sua justiça, prefere seguir uma vida solitária. Entende que não precisa de mais ninguém, vê os bens materiais (herança do pai) como tudo o que precisa para viver.

Reflita com a parábola

É muito comum que, quando deixamos de frequentar a Missa tenhamos o sentimento de desamparo. Também é comum que, quando uma sequência de coisas ruins nos acontece pensamos que é uma punição divina. A tristeza e a falta de esperança são sentimentos que atribuímos às situações externas a nós mesmos. Mas, na verdade, uma vida angustiada é consequência de nossas escolhas, principalmente daquela que nos faz retirar das mãos de Deus os nossos propósitos. Quando rejeitamos as bênçãos e o amor de Deus é como o filho mais novo, que se perde no
mundo porque abandonou a proteção e os cuidados da casa do pai. Esse desemparo que te aflige é o resultado da confiança na imperfeição humana. Põe tuas obras nas mãos de Deus e os frutos surgirão.

Portanto, se você se vê como o filho pródigo, saiba que a misericórdia do Pai para contigo sempre o conduzirá ao abraço e à recepção com amor e alegria.


Já o filho mais velho é o hipócrita, termo que o próprio Cristo usou para definir os escribas e os fariseus (Mt 23, 13). O filho maior representa aquele que cresceu em uma família católica ou que há muito tempo participa ativamente da Igreja. Esse deveria entender a misericórdia do pai e compartilhá-la. Deveria saber que a vida longe do pai é dura e injusta, que o irmão menor sofreu e precisa de perdão. O irmão mais velho deveria ser piedoso, misericordioso e amoroso, à imagem do pai. Mas, ao contrário, o filho maior endurece o coração, julga e condena, demonstrando que, apesar de uma vida toda na casa do pai, não aprendeu nada com ele. Muitos exercem atividades como ministros, leitores, membros de pastorais e, até mesmo, catequistas, mas, na verdade, "eles falam e não praticam" (Mt 23, 3).

Exame de consciência

É preciso muita atenção e cuidado. Se você exerce alguma função na sua paróquia, lembre-se de que seu papel é servir; e sua posição não deve, de forma alguma, colocar o outro em situação de inferioridade. Pense nisto: você "manda" em algo na sua paróquia? Você tem o "seu lugar" nos bancos da Igreja? Você tem algum objeto que chame de "meu" na paróquia? Todos que desejam participar precisam vir até você? Por exercer a função, você acredita ser "mais católico" que o outro? Você comenta os erros e os pecados dos outros? É importante para você ser visto no altar?

Se você respondeu "sim" para qualquer um desses questionamentos, você é o filho mais velho. Então, é importante buscar a parábola dos dois filhos (Mt 21, 28-32) e fazer um sincero exame de consciência. Manter uma atitude autoritária e intolerante, no ambiente da sua paróquia, representa o exato oposto da missão que o Cristo nos deixou, porque, agindo assim, você apenas afasta os que desejam a conversão.

Mas a figura do pai é comum a ambos os filhos e demonstra a misericórdia de Deus para conosco. Não há razão para se manter no pecado. Pouco importa com qual dos filhos você se identificou, se até então foi indiferente à Igreja, se está perdido na vida mundana ou você que, de cima do altar, tem afastado os que buscam amparo. Seja pelas falhas do filho mais velho ou mais novo, o arrependimento e a penitência sempre serão os primeiros passos para "vestir-vos do homem novo" (Ef 4, 24). Que assim seja!

Referências:

BÍBLIA SAGRADA. Tradução da CNBB, 18 ed. Editora Canção Nova.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Editora Loyola.


 


Luis Gustavo Conde

Advogado com atuação na área de Direito de Família e Direito Bancário. Tecnólogo em Gestão Empresarial. Professor de cursos técnicos-profissionalizantes. Catequista atuante na evangelização de jovens e adultos. Palestrante focado na doutrina cristã. Contato: lg.conde@icloud.com Twitter: @luisguconde


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/biblia/estudo-biblico/na-parabola-do-filho-prodigo-quem-e-voce/