8 de novembro de 2019

Como Deus age através dos sinais sagrados?

Muitos são os significados para a palavra sinal. Se procurarmos em um dicionário o que significa o verbete sinal, tem-se como definição "coisa que chama outra à memória, que recorda, que faz lembrar", obtém-se também o sentido de "indício"; "vestígio"; "rastro"; "traço"; além disso, pode significar uma "marca distintiva". Então, partindo desses conceitos de cunho secular, veremos que sinal sagrado vai além de uma representação.

No ambiente religioso, o sinal sagrado também pode ser utilizado de várias formas e em diversas situações, como, por exemplo, os sinais no Antigo Testamento, os símbolos litúrgicos, os Sacramentos e os sinais que expressam as realidades espirituais.

Como Deus age através dos sinais sagrados?

Foto Ilustrativa: Pexel: Pixabay

A Igreja faz uso dos sacramentais que, também, são sinais. E, na Constituição Dogmática Sacrosanctum Concilium, fica claro a sua finalidade: "[…] São sinais sagrados, pelos quais, à imitação dos Sacramentos, são significados efeitos principalmente espirituais obtidos pela impetração da Igreja. Pelos sacramentais os homens os homens se dispõem a receber o efeito principal dos sacramentos e são santificados as diversas circunstâncias da vida" (n. 60).

A seguir, veremos um pouco do que cada realidade quer expressar, mas notar-se-á que em nenhuma deixará de ter um sentido comum, que é levar o homem a Deus.

O homem necessita de sinais e de símbolos

O homem é, ao mesmo tempo, um ser espiritual e um ser corporal, por isso, as necessidades são tanto corporais como espirituais. Da mesma forma que precisamos alimentar o corpo, cuidar da saúde, precisamos cuidar da alma, por meio  da oração e da busca de Deus. Os sinais são meios para que possamos manter a comunicação com o corpo e, ao termos o conhecimento do significado espiritual desses sinais, comunicamos também com a nossa alma.

Na vida humana, sinais e símbolos ocupam um lugar importante. O Catecismo da Igreja Católica vai nos falar o que os sinais sensíveis podem realizar na vida do homem: "Enquanto criaturas, essas realidades sensíveis podem tornar-se o lugar de expressão da ação de Deus que santifica os homens, e da ação dos homens que prestam seu culto a Deus" (CIC, 1148). Para o fiel crente, os sinais sagrados são os exercícios da sua fé e auxílio no culto divino.

Símbolos do Antigo Testamento

O povo de Israel era constantemente orientado por sinais que representavam a presença de Deus e a Sua manifestação. O livro do Êxodo narra que "Quando Moisés subiu ao monte, a nuvem cobriu o monte. A glória do Senhor pousou sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu durante seis dias (cf. Ex 24,15-16). A nuvem era o sinal pelo qual o povo de Israel tinha a certeza de que Deus estava atuando naquele momento, era a presença de Deus no meio deles.

A nuvem ora escura, ora luminosa revela o Deus vivo e salvador. A nuvem, por muitas vezes citada nos textos do Antigo Testamento, representa a presença de Deus, como podemos ver na passagem em que Moisés está sobre o Sinai e a glória de Iahweh pousa sobre o monte, cobrindo toda a montanha (cf. Ex 24,15-18). Também, quando Moisés entrava na Tenda do Encontro e a coluna de nuvem parava na entrada da Tenda, e ali Deus falava com o seu servo faca a face (cf. Ex 33,9-11). Como podemos perceber, muitas são as manifestações de Deus por meio dos sinais para falar com o seu povo.


Símbolos e Sinais litúrgicos

A celebração na qual o cristão participa é repleta de sinais e símbolos que, segundo a pedagogia de Deus, são meios de Deus chegar aos homens, sendo, os homens, seres corporais e espirituais como foi dito anteriormente. Em toda a Liturgia sacramental, os símbolos fazem referência à criação, como a luz, o fogo e a água; referem-se também à vida humana, como lavar, ungir, partir o pão; por fim, representam ao mesmo tempo a história da salvação no rito da Páscoa (CIC 1189).

Estão também, na mesma esfera, as imagens sacras que, assim como os itens da celebração liturgia, são relativos a Cristo. As imagens de Nossa Senhora e dos santos servem de sinais para comunicar ao povo de Deus a ação de Cristo na vida de tantos homens e mulheres, que a Igreja reconheceu como verdadeiros cristãos. Todas essas formas são manifestações de Deus que a Igreja usa para comunicar algo; normalmente, são a graça e a presença do próprio Deus agindo no povo.

Sacramentos como sinais

Os sacramentos são verdadeiramente sinais sagrados, por meio deles o Espírito Santo realiza a santificação. A Igreja, em sua sabedoria, dá todo um sentido espiritual e enriquecem os sinais naturais: "Os sacramentos da Igreja não abolem, antes purificam e integram toda a riqueza dos sinais e dos símbolos do cosmos e da vida social (CIC 1152).

A Igreja realiza, por meio dos sacramentos, a santificação dos homens e a edificação da própria Igreja, que é corpo místico de Cristo. Deus age por meio dos sacramentos que são sinais eficazes da graça de Deus, instituídos por Cristo e confiados à Sua Igreja, pela qual é dispensada a vida divina (CIC 1131).

Os sinais servem para entender e expressar as realidades espirituais. É Deus quem fala aos homens por meio de sinais visíveis da criação. Deus comunica, por meio da cosmo, para que cada homem veja os vestígios do Seu criador. Esses sinais sensíveis tornam-se o lugar da ação de Deus (CIC 1148).

Por fim, após essa explanação de maneiras, situações, meios e "artifícios" que Deus, muitas vezes, usa para comunicar, a nós, a sua graça, fica claro que: o nosso Deus (conhecendo o coração humano e a necessidade do homem) usa dos vários sinais para salvar. Deus conhece a nossa pouca fé, como expressaram os apóstolos: "Senhor, aumenta em nós a fé" (Lc 17,5). Os sinais se fazem necessários para que, com a pouca fé, possamos dar passos em direção a Deus. O homem carece de sensibilidade e, portanto, Deus age pelos muitos sinais para ganhar a todos.


 


Fábio Nunes

Francisco Fábio Nunes
Natural de Fortaleza (CE), é missionário da Comunidade Canção Nova e candidato às Ordens Sacras. Licenciado em Filosofia pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP), Fábio Nunes é também Bacharelando em Teologia pela Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP) . Atua no Departamento de Internet da Canção Nova, no Santuário do Pai das Misericórdias e nos Confessionários.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/como-deus-age-atraves-dos-sinais-sagrados/

6 de novembro de 2019

Como identificar se tenho descontrole emocional?

Vivemos um tempo da supervalorização da emoção. Tudo passa pelo sentimento, inclusive decisões importantes. A grande maioria das pessoas não sabe mais distinguir razão de emoção, seja ela criança, adolescente, adulto ou até idoso. É impressionante o quanto um comportamento infantil se estendeu para outras etapas da vida e tem cegado quem vive dessa forma. Quando pergunto a uma pessoa o que passou pela sua cabeça quando viveu esta ou aquela situação, a resposta vem imediata: Fiquei com uma raiva! Senti-me abandonada! E tantas outras respostas baseadas na emoção e não na razão.

Onde está o problema? O problema é que a emoção é totalmente vulnerável, ela não tem fundamento sólido. E uma pessoa que vive a partir de suas emoções, vive como em um campo minado, estourando uma bomba aqui, outra ali e conseguindo se salvar de outras. Então, como identificar se tenho descontrole emocional?

Comece por avaliar seu comportamento. Como você tem reagido a situações do dia a dia? De forma normal, esperada? Ou surpreendendo as pessoas a sua volta, causando-lhes espanto? A questão é que, normalmente, quem vive esse descontrole emocional não percebe que o faz. E quando alguém fala para ele, acaba dando uma resposta agressiva, por não reconhecer esse comportamento.

Como identificar se tenho descontrole emocional?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Como controlar a emoção?

A grosso modo, podemos dizer que uma pessoa com descontrole emocional é aquela que apresenta uma reação emocional superior ao que deveria, seja por choro, agressividade física ou verbal, gargalhadas… Explico: em uma conversa, uma pessoa fala assim para você: "Você é igualzinho ao seu pai", e a pessoa que ouviu isso tem uma ferida com o pai; logo, responde com gritos e grosseiras. Essa reação impulsiva e explosiva está diretamente ligada à suas memórias afetivas, que, desajustadas, são ativadas por uma fala ou situação.

Um outro exemplo que pode ajudar seria: uma mãe que vê seus filhos brigando, começa a gritar com eles e a bater de forma agressiva. O que leva essa mãe a ter esse comportamento quando ele não é um comportamento padrão dela? Possivelmente, a cena ativou algo nela, em seu temperamento ou personalidade, pois foi uma reação de total descontrole emocional.


Para ter controle de suas emoções, o segredo é separar sua razão da emoção e passar a ter domínio de tudo aquilo que sua mente produz e que ativa suas emoções de forma descontrolada.



Aline Rodrigues

Aline Rodrigues é missionária da Comunidade Canção Nova, no modo segundo elo. É psicóloga desde 2005, com especializações na área clínica e empresarial e pós-graduada em Terapia Cognitiva Comportamental. Possui experiência profissional tanto em atendimento clínico, quanto empresarial e docência.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/como-identificar-se-tenho-descontrole-emocional/

4 de novembro de 2019

Deus que aparece e desaparece

Quem nunca viveu a experiência de ter épocas da vida em que sente a presença de Deus claramente, percebe Seu Amor por cada um, e tudo brilha e reflete Sua face, tudo parece dar certo, e a vida flui com naturalidade, mas, aos poucos, dias depois ou até horas, o tempo parece virar como uma chuva forte depois de um dia de sol? De uma hora para outra, tudo parece perder o sentido: o belo fica feio, o que nos agradava passa a pesar, as tensões parecem crescer e tudo vai mal aos nossos olhos.

Essa é a experiência que muitos de nós fazemos, senão todos. É a experiência da nossa humanidade, que se encontra com Deus. E porque nossa humanidade é frágil, não conseguimos ser tão dóceis para perceber a ação d'Ele e Sua providência, não só na bonança, mas também na tempestade. Uma vez, ouvi de Márcia Corrêa, consagrada da Comunidade Canção Nova, uma frase que anotei em minha Bíblia: "Precisamos ter a serenidade para perceber Deus nos momentos de alegria, mas também nos momentos de tristeza". Meu Deus, como isso é real!

No livro do Cântico dos Cânticos, também é narrada essa experiência do Deus que "aparece e desaparece". A amada do Cântico dos Cânticos é a nossa alma, e o amado é Deus. Primeiro, a amada diz: "É a voz do meu amado! Ei-lo que vem, saltando pelos montes, pulando por sobre as colinas. Ei-lo de pé atrás do muro, espiando pelas janelas, observando através das grades" (Ct 2,8-9).

Deus que aparece e desaparece

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Vê com que alegria ela percebe a presença do amado que se aproxima? Pois bem, dá para acreditar que, alguns versículos depois, essa mesma amada, que percebe o amado tão claramente, de repente, deixa de vê-lo e se angustia à sua procura? Pois é o que acontece: "…procurei o amado de minha alma, procurei-o e não o encontrei. Vou levantar-me e percorrer a cidade, procurando o amado de minha alma… procurei-o e não o encontrei" (cf. Ct 3,1-3).

Como Deus age?

Acho que Deus age assim conosco para despertar em nós o desejo de buscá-Lo. Assim, não ficamos parados em nossos problemas (ou em nossa comodidade) e O buscamos em toda situação. Então, quando O encontramos, que alegria! É o consolo da nossa alma.


O Senhor nos quer fortes, maduros, crescidos na fé, por isso age assim conosco. Se você também já viveu essa experiência do Deus que "aparece e desaparece", ou se a vive hoje, não se desespere, você é normal! Deus é assim mesmo. Isso é sinal de que Ele é presença na sua vida. Pense nisso! Nos momentos de alegria, colhamos os frutos da bondade de Deus; nos momentos de provação, procuremos perceber onde Ele quer que O busquemos.

Um abraço para você. Que bom que podemos partilhar experiências! Assim fazem os irmãos.

Deus o abençoe.

Francis Résio Torres, missionário da Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/deus-que-aparece-e-desaparece/

31 de outubro de 2019

Você conhece a origem da festa de Halloween?

A Festa de Halloween, de origem celta, tem sua inspiração no druidismo ou na religião dos sacerdotes celtas, que muito marcaram o pensamento dos povos da Irlanda, Escócia e regiões da Inglaterra. Supunha-se que os mortos vinham à Terra visitar seus familiares na noite de 31 e outubro para 1º de novembro. Em consequência disso, homens e mulheres se vestiam com trajes fantasiosos, a fim de não serem reconhecidos e arrebatados pelos visitantes do além.

A essas concepções, associava-se o festival de fim do ano celta, celebrado no dia 31 de outubro, com presentes e orgias. Esse fundo de ideias e práticas pagãs foi, tanto quanto possível, cristianizado pela Igreja, que instituiu a Festa de Todos os Santos a 1º de novembro, e a comemoração de Finados em 2 de novembro. Ainda hoje, o Halloween é festejado nos Estados Unidos, levado para lá pelos imigrantes irlandeses. Todavia, muitos abusos são registrados em tais celebrações.

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Foto Ilustrativa: fotostorm by Getty Images

No Brasil, a Festa de Halloween toma o caráter de um pequeno carnaval, em que as crianças trajam suas fantasias e recebem presentes. O apreço dessa celebração, em alguns lugares, decorre da onda neopagã, que tem invadido a civilização ocidental. Na tarde do dia 31 de outubro, celebra-se, em alguns lugares, a vigília da Festa de Halloween (Allhallowseven). Muitas pessoas, um tanto estupefatas, perguntam-se: "Que festa é essa?".

Halloween: o apreço dessa celebração, em alguns lugares, decorre da onda neopagã

À primeira vista, quem considera a Festa de Halloween, como é celebrada no Brasil, dirá que é uma comemoração folclórica, popular e inofensiva: as crianças se vestem de fantasias (quase carnavalescas) e põem seus sapatos à porta da residência dos vizinhos, para que estes lhes deem presentes. Há, porém, quem levante suspeitas sobre o significado de tais celebrações; suspeitas, aliás, justificadas, dada a origem do Halloween.

Com efeito, a Festa de Halloween tem seu berço entre os povos celtas. Esses vieram da Ásia para o Continente Europeu nos séculos anteriores a Cristo e se fixaram, principalmente, na Gália, na Irlanda, com os druidas como guardiões das tradições religiosas de sua gente, que tinham conhecimentos de astronomia, medicina e direito. Os druidas exerciam as funções de juízes e líderes, dotados de "dons proféticos" ou da capacidade de prever o futuro. Acreditavam na imortalidade da alma e de metempsicose ou na migração das almas dos falecidos. Eles foram um fator de unidade do mundo celta, por isso foram combatidos pelos romanos, que conquistaram a Gália e as Ilhas Britânicas.

Como surgiu o Halloween?

De modo especial, os celtas valorizavam a noite de 31 de outubro para 1º de novembro. Isso por dois motivos:

1) O ano celta terminava em 31/10, dia do olho de Samhain. Tal dia era celebrado com ritos religiosos e agrários. Nessa ocasião, comiam-se alimentos especiais como nozes e maçãs, e preparavam-se os alimentos para o inverno.

2) Na noite de 31 de outubro para 1º de novembro, julgava-se que os mortos desciam do além para a terra, a fim de visitar seus familiares à procura de calor e bom ânimo frente ao frio do inverno que se aproximava.

Dessa maneira, Samhain assinalava o fim de um ano e o começo de outro, juntamente com o festival dos mortos. A celebração respectiva implicava todo um folclore típico. Os homens e as mulheres vestiam trajes fantasiosos, a fim de se dissimilarem e não serem arrebatados pelos espíritos dos falecidos para o além. Por estarem começando novo ano, desejavam uns aos outros plena felicidade.


Havia magos que procuravam saber "profeticamente" quem haveria de se casar e quem haveria de morrer no próximo ano; tentavam adivinhar também quais as melhores oportunidades de êxito em seus empreendimentos. Ao lado desse aspecto festivo, havia o apavorante: julgava-se que as bruxas, as fadas e os gnomos lançavam o terror no povo; eram tidos como seres de um mundo superior, que roubavam crianças, destruíam colheitas e matavam o gado.

Dentro desse quadro de festa e pavor, os homens acendiam lanternas no topo das colinas sob o olhar de Samhain; o fogo luminoso podia servir para guiar os espíritos até a casa dos familiares, como também para matar ou afugentar as bruxas.

Tais são os elementos dos quais dependem a festa moderna de Halloween. Além desses dados de origem céltica, julga-se que o Halloween traz também resquício da festa romana da colheita dita "Pomona"; resquícios, porém, muito mais pálidos do que os de origem celta.

Por que a Igreja instituiu a Festa de Todos os Santos

O Cristianismo, ao penetrar nas regiões da Gália e das Ilhas Britânicas, encontrou aí a celebração pagã mencionada. A Igreja procurou eliminar os elementos mitológicos do festival. Assim, o dia 1º de novembro foi "cristianizado". Com efeito, o Papa Gregório III (731-741) escolheu a data de 1º de novembro para celebrar a festa da consagração de uma capela na basílica de São Pedro em honra de Todos os Santos. Em 834, o Papa Gregório IV estendeu a festa à Igreja inteira; dessa maneira, procurava-se dar um sentido cristão à celebração, da vinda dos espíritos dos falecidos praticada pelo druidismo.

A cristianização foi corroborada pelo fato de que, em 908, Santo Odilon, abade de Cluny (França), começou a celebrar a memória de todos os fiéis defuntos aos 2 de novembro. Os cristãos tentaram assim neutralizar os efeitos dos antigos ritos pagãos.

Todavia, não foi possível aos cristãos retirar todo o resquício mitológico. Na Idade Média, dava-se grande importância às bruxas, que eram tidas como agentes do demônio; como se dizia, esses desciam sobre as bruxas em "sabbaths", quando havia banquetes e orgias. Um dos mais importantes "sabbaths" era, precisamente, o dia da noite de 31 de outubro; supunha-se que as bruxas iam a esses bacanais voando em cabo de vassoura, acompanhadas de gatos pretos.

Nos Estados Unidos, a Festa de Halloween foi introduzida pelos imigrantes irlandeses a partir de 1840; e tem sido celebrada com vandalismo e danos para muitas famílias. No Brasil, também há redutos de Halloween, com fantasias e presentes para as crianças. Tal festividade tem caráter ambíguo, fomentado pela onda de paganismo renascente.

Fonte: Revista "PERGUNTE E RESPONDEREMOS"


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/voce-conhece-origem-da-festa-de-halloween/

28 de outubro de 2019

Como posso fazer para tirar força de minha fraqueza

"Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte" (2 Cor 12,10). Esse versículo parece uma grande contradição paulina.

Como posso tirar força de minha fraqueza? Como posso, diante de minha impotência, ser potente? Isso só é possível dentro da perspectiva de alguém que se reconhece necessitado de Deus. Alguém que, como Paulo, sabe que sem a ação do Espírito Santo não é possível fazer nada.

Como posso fazer para tirar força de minha fraqueza

Foto Ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com

Quem era Paulo de Tarso? Onde buscou forças para vencer suas fraquezas?

Paulo era um cara muito estudado, de inteligência ímpar, mas sabia que sua humanidade possuía fraquezas. E como lidava com isso? Somente submetendo tudo a Deus.

Fraco não é aquele que possui fraquezas, mas sim aquele que se rende a elas. Tocar em minhas fraquezas, em meu vazio, é perceber que, quando não tenho mais nada, posso contar com o Tudo de Deus.

Somos humanos, somos gente. Sentimos dor, sentimos sede, sentimo-nos impotentes. Até Jesus, em Sua humanidade, também sentiu dor. E Ele não teve medo de apresentar as fraquezas d'Ele aos amigos e a Deus. No Getsêmani, foi isso que nos foi apresentado de forma clara.

Uma história para ilustrar

Lembro aqui uma história antiga:

Um garoto, de dez anos de idade, decidiu praticar judô, apesar de ter perdido o braço em um terrível acidente de carro. O menino ia muito bem, mas sem entender o porquê, após três meses de treinamento, o mestre havia lhe ensinado somente um movimento. O garoto, então, disse a ele:

– Mestre, não devo aprender mais movimentos?
O mestre respondeu ao menino calmamente e com convicção:
– Esse é, realmente, o único movimento que você sabe, mas também é o único movimento que você precisará saber.


Meses mais tarde, o mestre inscreveu o menino em seu primeiro torneio. O menino ganhou facilmente seus primeiros dois combates e foi para a luta final do torneio. Seu oponente era bem maior, mais forte e mais experiente. O garoto, usando os ensinamentos do mestre, entrou para a luta e, quando teve oportunidade, usou seu movimento para prender o adversário. Foi assim que o garoto ganhou a luta e o torneio. Era campeão.

Mais tarde, em casa, o menino e o mestre reviram cada luta. Então, o menino criou coragem para perguntar o que estava, realmente, em sua mente:

– Mestre, como eu consegui ganhar o torneio somente com um movimento?
– Você ganhou por duas razões – respondeu o mestre. Em primeiro lugar, você dominou um dos golpes mais difíceis do judô. E, em segundo lugar, a única defesa conhecida para esse movimento é o seu oponente agarrar seu braço esquerdo.

Conclusão

A maior fraqueza do menino tinha se transformado em sua maior força. Assim, também nós podemos usar nossa fraqueza para que ela se transforme em nossa força. Não podemos ter medo de deixar o Mestre Jesus trabalhar nossa fraqueza. Ele sabe lidar com nosso "húmus", com aquilo que, aparentemente, é nossa fraqueza, e a transformar em nossa maior riqueza e fortaleza.


 

 


Adriano Gonçalves

Mineiro de Contagem (MG), Adriano Gonçalves dos Santos é membro da Comunidade Canção Nova. Formado em filosofia e Psicologia. Atuou na TV Canção Nova como apresentador do programa Revolução Jesus. Hoje atua no Núcleo de Psicologia que faz parte da Formação Geral da Canção Nova. É autor dos seguintes livros: "Santos de Calça Jeans", "Nasci pra Dar Certo!", "Quero um Amor Maior" e " Agora e Para Sempre: como viver o amor verdadeiro".


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/como-posso-fazer-para-tirar-forca-de-minha-fraqueza/

23 de outubro de 2019

Orçamento familiar: um papo para todos

Quando falamos de orçamento familiar, a melhor situação, nesse caso, é tratar do assunto em família. Em muitas casas, apenas o marido é o responsável por trazer a renda para casa. Em outras, marido e mulher. Mas e os filhos? Onde entram nessa história? Entram exatamente na necessidade de participarem da vida financeira da família, ou seja, desde pequenos, eles podem aprender a poupar, especialmente saberem usar bem o dinheiro.

Alguns passos são importantes para falarmos sobre orçamento familiar

Vamos a eles:

1) A família precisa estar envolvida: saber o que gastar, como gastar, quais as prioridades (quitar o carro, a casa, pagar dívidas pendentes, economizar nos gastos dos passeios, optar por passeios mais baratos e/ou gratuitos ou mesmo privar-se de algumas coisas fazem parte do que chamamos de educação financeira). Ao colocar a família participando, o assunto se torna mais coletivo e compromete a todos em busca de um objetivo comum.

Orçamento familiar: um papo para todos

Foto ilustrativa: andresr by Getty Images

2) O que tenho para pagar? Muitas vezes, as famílias estão com dívidas que são três, quatro ou mais vezes o valor do salário mensal. Logo, há muito mais gastos do que dinheiro para receber. Equilibrar essas despesas é muito importante. Você sabe o que tem para pagar? Tem ideia de quanto gasta no mês? Acha que as suas dívidas estão um pouco exageradas? Coloque tudo no papel. Na internet, você pode encontrar muitos modelos de planilhas ou aplicativos para seu celular, que ajudam você, de forma simples, a controlar tudo isso.

3) Procure eliminar as dívidas: avalie o que tem juros mais altos, se existem contas que podem ser negociadas, procure comprar à vista e pedir desconto (as lojas têm concedido descontos de até 10 ou 12 % quando se opta pelo pagamento à vista, em dinheiro ou cartão de débito). Tem pago apenas o mínimo da fatura do cartão de crédito? Procure fazer um esforço, pois os juros são altíssimos e, quando acumulados, aumentam muito seu débito.

4) Faça uma reserva financeira: faça o propósito de guardar parte do seu salário por mês. Assim, você se previne para situações de risco ou mesmo emergências em saúde ou desemprego.


5) Cuidado com o dinheiro que "escorre pelo ralo": pequenas despesas, presentes, aquele jantar extra, aquela compra que você caracteriza como "eu mereço, porque…" podem desequilibrar seu orçamento. É claro que, podemos ter tais atitudes, mas se já existe um desequilíbrio nas suas contas, vale a pena pensar num presente alternativo, em algo que você sabe fazer ou evitar tais despesas para uma tranquilidade posterior.

6) Não encare isso como um sofrimento: estudos revelam que 15% dos trabalhadores sofrem estresse por problemas na forma de usar seu dinheiro. Logo, se há estresse nessa área, é porque as finanças não foram bem trabalhadas e os problemas tendem a aumentar. Se houver um sacrifício hoje, haverá paz amanhã, e, isso, valerá muito a pena.

Que essas dicas possam ajudar você e sua família. Tenha tranquilidade para falar sobre esse assunto com a sua família. Vamos conversar mais sobre isso?



Elaine Ribeiro dos Santos

Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica pela USP – Universidade de São Paulo, atuando nas cidade de São Paulo  e Cachoeira Paulista. Neuropsicóloga e Psicóloga Organizacional, é colaboradora da Comunidade Canção Nova.


21 de outubro de 2019

Fiquemos atentos aos gestos de amor

Santo Agostinho usa amor e memória praticamente como sinônimos. O amor é memória, porque, antes de tudo, sabe lembrar-se do bem (e do amor) recebido. É a descoberta cheia de gratidão (de reconhecimento), de sentirmos que já somos amados pelo fato de simplesmente existirmos. Memória é amor, vontade de ser nós mesmos com uma história própria. É esforço para encontrar e manter a coerência do existir, aquele fio que liga todos os eventos da vida, reconduzindo-os a um começo que lhes dá sentido e finalidade. Todavia, para fazer esse reconhecimento grato e comovido, é necessário um olhar de amor e benevolência, porque somente esse tipo de atenção pode vislumbrar o bem com gratidão e amor.

Fiquemos atentos aos gestos de amor

Foto ilustrativa: Andréia Britta/cancaonova.com

Busquemos sempre ter o olhar de quem quer ver o bem e o amor nos gestos dos outros

Olhando para a vida de Jesus, enxergamos que Deus não se descuidou em nenhum momento daquela história. Ele, que é Pai, cuida do Filho único d'Ele assim como cuida da sua vida e está presente em cada um dos seus momentos de alegria, tristeza, de medo, carência, de estudo, de vitória. Ele cuida tanto de você que quis a sua salvação. É por isso que Deus deu a você Seu único Filho para te salvar. Foi por você que,na Cruz, Jesus morreu, e morreu para te salvar. Por amor Jesus veio para ser remédio, Jesus veio para você que está fraco, doente e triste.

E quando você vive perto de Deus, ao lado de Jesus e repleto do Espirito Santo, você torna-se remédio para os outros, assim como os amigos que Jesus deixou para serem a presença visível e sensível perto de você.
» Quais são os momentos de sua vida que parecem com os de Jesus, homem pobre?
» Quais são os amigos de Jesus que convivem com você?
» Em que momento você esteve em apuros na sua vida? Identifique como Deus interveio no seu impossível.
» Qual a solução inesperada na sua vida? Identifique como Deus interveio no seu impossível.
» Qual a solução inesperada na sua vida? Ali você tocou nas surpresas, nas delicadezas de Deus com você.


"É o olhar característico do amor que torna a pessoa sensível e atenta para perceber os sinais e demonstrações de afeto, por mais pequenos que sejam ou que aparentemente assim o sejam, que fazem nascer no coração um fundamental sentido de reconhecimento em relação a vida, aos outros, a Deus" (Santo Agostinho).

Cláudia May Philippi – Comunidade Aliança Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/fiquemos-atentos-aos-gestos-de-amor/