16 de outubro de 2019

Por que existem bons e maus cristãos na Igreja?

O título deste artigo, que é uma interrogação, um questionamento, convida-nos a uma reflexão sobre a existência de bons e maus cristãos na Igreja, mas também que tipo de cristão eu sou! Em Isaías (55,10-11) lemos:

"Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não voltem sem ter regado a terra, sem a ter fecundado e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à palavra que minha boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado minha vontade e cumprido sua missão", portanto, como entender que os cristãos ouvem a Palavra de Deus, são batizados, participam do mistério de Cristo, mas ainda existem bons e maus? O que caracteriza ser um bom cristão? Quem se intitula bom cristão? Quem nos responde esses questionamentos é o próprio Cristo por meio de parábolas.

São Mateus, em seus escritos (13,36-43), conta-nos várias parábolas para nos ensinar como é que Deus faz chegar a sua Palavra aos homens e mulheres. A parábola do trigo e do joio, semeados no mesmo campo, alerta-nos para a existência de outro semeador, o maligno, o semeador do mal. Onde Deus semeia o trigo, a semente boa, também satanás semeia o joio, a semente do mal. A parábola retrata uma atitude interessante, ou seja, a ação do semeador do mal se caracteriza por acontecer durante a noite, enquanto os empregados dormem. Semear o mal na presença da Luz, durante o dia, não seria possível; semear a noite retrata uma ação contrária àquela que acontece com a semente boa.

Ainda no Evangelho de Mateus (15,18-19), Jesus afirma: "Ao contrário, aquilo que sai da boca provém do coração, e é isso o que mancha o homem. Porque é do coração que provêm os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as impurezas, os furtos, os falsos testemunhos, as calúnias", ou seja, a maldade provém do coração do homem.

Por que existem bons e maus cristãos na Igreja?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Qual a resposta para existirem bons e maus cristãos na Igreja?

No mundo, cada cristão terá muitas oportunidades de fazer o mal, mas também terá muitas oportunidades de fazer o bem. Deus nos dá a graça para sermos sempre bons e vencermos o mal. O mal é vencido pela multiplicação de gestos de bondade semeados no mundo. É com bondade, caridade e generosidade que vencemos o mal. A separação entre o que é bom e o que é mau só acontecerá no momento da colheita, isto é, no dia do juízo final (cf. Mc 4,29; Jo 4,35).

Quando chegar o tempo da colheita, o que não poderá acontecer antes, para não arrancar também o trigo, o dono dirá aos ceifeiros que cortem o trigo e o joio, e que os separem: o joio será queimado e o trigo será guardado no celeiro. Essa parábola parece querer responder a uma questão já presente nas primeiras comunidades cristãs: por que existem bons e maus cristãos na Igreja? A resposta é: tanto Deus como satanás semeiam a sua semente.

Deus tolera essa semeadura e o crescimento e a maturação de ambas as sementes para dar aos maus a oportunidade de se converterem. O que irá vencer? Com certeza, aquele que praticarmos. O mal expulsa o "ser humano" do coração e fecha a pessoa, torna-a desumana. Mesmo que o coração seja bom, o mal pode ser nele semeado. Jesus confirma que o mal não vem de Deus, mas do inimigo, que é o diabo, aquele que separa e destrói o humano, na vida pessoal.

Na parábola do semeador (Mt 13,1-23), Jesus insiste no convite e pede aos ouvintes da Palavra que agucem os ouvidos do coração para acolher a "Palavra-semente", semeada por Cristo, por meio do Seu Evangelho para produzir frutos na vida pessoal e no mundo. São Mateus mostra como a dureza de coração é obra do maligno, que peca desde o princípio (cf. 1Jo 2,22; 3,8).

O coração do cristão

O homem favorece a obra do maligno quando não permite à Palavra de Jesus lançar raízes na sua existência, em seu "coração-caminho", "coração-pedra", "coração-espinho". Ao contrário, quem se abre à Palavra de Jesus, faz-se "coração-terra", terra boa, produz abundantes frutos e começa a fazer parte daqueles "bem-aventurados" e "pequeninos" aos quais são revelados os mistérios do Reino (cf. Mt 13,16).

O "coração-terra" que se deixa cultivar, que se abre para acolher a semente, modelo ideal para entender como a Palavra de Deus penetra no coração, é o local que se abre para acolher a chuva que cai de modo fecundante (Is 55,10-11), é onde o Deus-semeador age, regando e deixando marcas fecundas de vida e de graça. O "coração-terra" acolhe a chuva, a Palavra que vem do alto (Is 55,10-11), e oferece condições para a semente crescer e produzir frutos (Mt 13,1-23). É o coração semeado pela Palavra que produz vida e permite à Palavra transformar desertos existenciais em pastagens verdejantes (Sl 64). É o coração do cristão, terreno ideal para o cultivo da semente-Palavra, para o germinar e o deitar raízes, que atinge centros de decisão da vida pessoal e de onde vão sair os frutos bons.

Deus não se cansa de semear, de chamar, de prometer. Se Ele fala de terrenos áridos, pedregosos, é porque sabe que, também eles, podem se tornar "coração-terra", "terra-boa", capaz de magnífica fecundidade. É preciso "voltar": "Voltai!" (Jeremias 3,14), convertei-vos! Estamos cercados pelo amor misericordioso de Deus, que põe todo o interesse em nós, que está sempre pronto a renovar-nos o dom da vida, que não nos retira a possibilidade de sermos seus amigos. Ninguém está incapacitado de se abrir a Sua Palavra.


Qual a condição para ouvir a Palavra de Deus?

Deus criou o ser humano livremente, e entre tantas criaturas que O louvam (as ervas, as flores, os pássaros, as estrelas), colocou em cada pessoa a capacidade para amá-Lo, para corresponder ao Seu amor. Por que muitos não O amam? Por que não fazem o bem? A resposta já foi apresentada na parábola do semeador: há quem esteja disponível, "coração-terra"; e há quem resista à palavra de Jesus, quem se torna "coração-caminho", "coração-pedra", "coração-espinho". Essa atitude interior faz toda a diferença. Há quem se converta e atinja a bem-aventurança, e há quem não se converta, ouvindo sem compreender e vendo sem perceber.

A condição para ouvir a Palavra de Deus é ser "coração-terra". A Palavra é uma realidade viva, eficaz, enviada do céu para produzir frutos em nós e realizar a salvação. A Palavra é capaz de realizar o seu objetivo, tal como a chuva e a neve, que fecundam a terra e lhe dão capacidade de produzir frutos, ou seja, de sermos bons cristãos. A Palavra, realmente eficaz sobre o nosso coração, é aquela que, como a chuva e como a neve, vem do céu, é aquela que sai da boca do próprio Deus e fecunda homens e mulheres. A palavra está plantada dentro de nós, mas ela só irá se manifestar em nossa vida, só irá criar raízes, se formos capazes de escutá-la e deixar que produza frutos em nós e para o mundo.



Padre Mário Marcelo, scj

Mestre em zootecnia pela Universidade Federal de Lavras (MG), padre Mário é também licenciado em Filosofia pela Fundação Educacional de Brusque (SC) e bacharel em Teologia pela PUC-RJ. Mestre em Teologia Prática pelo Centro Universitário Assunção (SP). Doutor em Teologia Moral pela Academia Alfonsiana de Roma/Itália. O sacerdote é autor e assessor na área de Bioética e Teologia Moral; além de professor da Faculdade Dehoniana em Taubaté (SP). Membro da Sociedade Brasileira de Teologia Moral e da Sociedade Brasileira de Bioética.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/por-que-existem-bons-e-maus-cristaos-na-igreja/

14 de outubro de 2019

Como lidar com os apegos?

Não é fácil enfrentar um tempo marcado por propostas estimulantes de consumismo e com requinte de esbanjamento. A questão é tão grave que chega até a provocar desequilíbrio social, complicando a vida de muitas pessoas em condições financeiras desconfortáveis. Há uma insaciável febre de compras induzidas pela força e pertinência da mídia.

Seria saudável se todas as pessoas tivessem o necessário para o próprio consumo, mas com capacidade também para certas renúncias, concretizando uma vida de desapego e capacidade de partilha fraterna. O apego exagerado à determinadas riquezas pode denotar sintoma de injustiça, de incapacidade para viver em comunidade e de enxergar o vazio na vida de muitos outros.

Não encarar o desapego de forma concreta pode levar o rico a ficar cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre. Com isso, aumenta o fosso existente entre uma classe social e outra, ocasionando uma sociedade que experimenta "na pele" o mundo da violência, do inconformismo e da insegurança. Com isso, sofrem os ricos, os pobres e toda a sociedade com eles.

Como lidar com os apegos?

Foto ilustrativa: malerapaso by Getty Images

Os apegos nos tornam pobres diante de Deus

Existem administradores desonestos e inescrupulosos, agindo de forma escandalosa e injusta com todos. É uma esperteza que clama aos céus, provocando a ameaça e o confronto da justiça. Sabemos que quem pratica o mal, mais cedo ou mais tarde, poderá sofrer as consequências. A injustiça, em muitos casos, é percebida por quem que, às vezes, toma providências.

É importante agir com inteligência diante dos bens que o mundo coloca à nossa disposição. São repugnantes as fraudes que se cometem na administração pública e nos atos privados, deixando transparecer apego à realidades que pertencem a outros. Diz o Mestre Jesus que os filhos das trevas são muito espertos.


O desapego faz as pessoas serem ricas diante de Deus, porque a vida do mundo passa e tudo fica por aí. A grande riqueza é a vida em todas as suas dimensões, na integridade e gratuidade diante da natureza e do Criador. A riqueza pode criar vazio porque ela é passageira.

Dom Paulo Mendes Peixoto, Arcebispo de Uberaba (MG)


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/como-lidar-com-os-apegos/

9 de outubro de 2019

Vivendo a escola de humanidade do cotidiano

Durante o Ano Litúrgico, percorremos as diversas etapas da vida de Cristo e as atualizamos em unidade com a Igreja. Uma boa parte do ano dedica-se ao chamado "Tempo Comum". Denomina-se, assim, para distinguir dos demais momentos do calendário litúrgico.

No ano litúrgico, os tempos fortes de festa, de maior meditação, e os tempos ordinários ou comuns. Nestes últimos, a centralidade continua sendo Cristo Jesus, e somos convidados a valorizar os pequenos acontecimentos do dia a dia.

O Tempo Comum nos leva a valorizar, portanto, o tempo que Deus nos concede, o tempo presente na simplicidade do cotidiano. Podemos contemplar a riqueza dos detalhes, dos momentos mais simples. Como, por exemplo, o raiar de cada novo dia, a beleza da natureza ou o sorriso e espontaneidade de uma criança.

As leituras do Tempo Comum se concentram, em boa parte, na vida pública de Jesus. Uma etapa de sua trajetória terrena em que os homens puderam conhecer o Filho do Homem. O Deus que se encarnou e viveu como eles todas as realidades humanas, exceto o pecado.

Uma escola de humanidade

Antes de conviver com os discípulos, Jesus viveu na maior escola do ordinário da vida humana: a escola de Nazaré, ou seja, a Sagrada Família. Foi ali que aprendeu as tradições do seu povo, a responsabilidade do trabalho, como lidar com o próximo, como rezar e, assim, ia tomando consciência de sua missão.

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Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Arquivo Pessoal
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Jesus, Maria e José não tinham anjos realizando o trabalho deles ou os afazeres domésticos. Eram eles mesmos a desempenharem essas funções e, nesse ambiente tão comum e tão íntimo, cresciam nos laços humanos e divinos.

Podemos imaginar Maria fazendo comida e servindo o alimento a José e a Jesus enquanto trabalhavam. Podemos "viajar no tempo" e imaginar quando se preparavam para ir às festas (lembrando que o povo judeu é muito festivo. Diversas são as celebrações durante o ano), quando recebiam visitas em casa, quando cumpriam os preceitos de sua cultura. Podemos imaginar a oração em família, a ternura e o amor entre eles!

Como devia ser acolhedora, apaixonante e feliz aquela atmosfera de humanidade!


Deus chama onde você está

Quando iniciou a sua vida pública, todos puderam tocar, ver, sentir, ouvir e ver o Deus que chamava os discípulos a participarem de sua divindade e de sua missão.

Grande parte de seu ministério público aconteceu na região da Galileia. Neste contexto, enviou os apóstolos dois a dois. Era o movimento de saída, de irem além, em direção àqueles a serem atingidos pelo amor de Deus.

Jesus, partindo da multidão, formou o colégio dos discípulos, os 72, e destes escolheu doze para a sua companhia, doze para enviá-los dois a dois. O número doze faz referência às doze tribos de Israel, que estão na base da constituição do antigo povo de Deus, com o qual fez a aliança no Sinai. Como as doze tribos constituíram o antigo povo de Deus, assim os doze apóstolos foram constituídos por Cristo como base do novo povo de Deus, a Igreja. Os doze foram escolhidos e preparados pelo próprio Cristo para que, unidos a Ele, fossem também pedras de fundação da Igreja, a nova Jerusalém.

E aí está um ponto importante: O Senhor lhes fez um chamado tão especial, de serem fundamentos da Igreja, na cotidianidade. Aconteceram, sim, momentos extraordinários, quando os discípulos viram os milagres e prodígios de Cristo, contudo, o chamado se deu no ordinário e intimidade com o Mestre, quando cada um se encontrou com o Senhor de forma pessoal.

Assim também acontece com você todos os dias. Qual é a sua rotina diária? O que você desempenha? Onde você mora? Com quem convive?

É neste lugar, com essas pessoas e do modo em que você se encontra que Ele lhe chama a cada dia. Ele vai ao seu encontro com as características, personalidade e talentos que você possui. Jesus vai até você no seu ser feminino ou masculino para tocar, agir e falar.

Não se distraia. Preste atenção aos detalhes da sua "escola de humanidade particular". Aprenda com a Sagrada Família a como conciliar a vida de trabalho, familiar, pastoral, social e de oração. Aprenda, assim, com a Sagrada Família, a ser plenamente humano, pois é dessa maneira que tocará na imagem e semelhança de Deus.



Gracielle Reis

Missionária da Comunidade Canção Nova, carioca, jornalista pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e bacharel em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Gracielle já atuou em coberturas jornalísticas nacionais e internacionais, especialmente na Terra Santa. A jornalista tem experiência em rádio, TV e plataformas digitais, além de projetos de evangelização nacionais para a juventude. A missionária também é membro do Grupo de Estudos na Teologia do Corpo da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Contatos:
Instagram: @graciellereiscn


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/vivendo-a-escola-de-humanidade-do-cotidiano/

7 de outubro de 2019

Deus não diminui por causa do nosso pecado

Hoje, na oração comunitária, fui levada pelo próprio Deus a meditar sobre esta simples verdade: "Deus não diminui por causa das minhas limitações e pecados", Ele continua sendo Deus e o amor  d'Ele continua a se manifestar na minha vida.

Então, o que acontece? Sou eu quem se esconde e foge; sou eu quem desiste e corre do amor de Deus; sou eu quem busca outros meios para não estar na presença d'Ele. Lembra de Adão e Eva? "Quando ouviram o ruído do Senhor Deus, que passeava pelo jardim à brisa da tarde, o homem e a mulher esconderam-se do Senhor Deus no meio das árvores do jardim" (Gn 3, 8).

Hoje, neste mundo, o que não falta são "árvores" para nos esconder de Deus. O medo, o álcool, o fumo, as drogas, o sexo desregrado e fora da benção, as decepções, o roubo, a ganância, a prostituição etc., isso tudo nos faz fugir da nossa verdade, nos aprisiona e nos escraviza.

Deus não diminui por causa do nosso pecado

Foto ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com

O amor de Deus não diminui por causa das nossas limitações

Mesmo diante de tantas "árvores" que este mundo nos apresenta, eu quero dizer que tudo isso só depende de uma resposta nossa diante das verdades da vida. Só nós podemos responder diferente aos tantos apelos que esse mundo oferece; só nós temos a capacidade de fazer a opção de permanecermos na presença do Senhor e continuarmos ao lado d'Ele, pois o Seu amor não diminui por causa das nossas limitações. Ele continua a amar e esperar por nós!

É isto que Jesus vem nos afirmar: "Permanecei em Mim, e Eu permanecerei em vós. Como um ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto se não permanecerdes em Mim" (Jo 15,4).


A opção sempre será nossa, pois a promessa de Jesus se cumpre a partir da nossa decisão de permanecer, ainda que, muitas vezes, nos custem algumas renúncias. Mas vale muito a pena, porque, a presença de Jesus em nossa vida é sempre cheia de fidelidade.

Deus abençoe você e sua decisão de optar em permanecer, para poder dar frutos.

Cícera Gonçalves


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/deus-nao-diminui-por-causa-nosso-pecado/

3 de outubro de 2019

A cura pela Palavra de Deus

"Jesus reuniu seus doze discípulos. Conferiu-lhes o poder de expulsar os espíritos imundos e curar todo mal e toda enfermidade" (Mt 10,1). Quando Jesus envia Seus discípulos em missão, Ele já lhes confere o poder, porque sabe da importância de um homem curado do corpo e da alma.

A primeira cura que Jesus faz na Bíblia é a libertação de um homem possesso de um demônio. O Senhor ordena que esse demônio se retire daquele homem. Então, o inimigo, imediatamente, obedece a Jesus e vai embora.

A cura pela Palavra de Deus

Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

É pela fé na Palavra do Senhor que a cura chega até nós

Na Bíblia, a segunda cura que Jesus faz – e Ele atribui isso a um milagre – é a cura da sogra de Pedro, que estava com febre. Ao ser curada por Jesus, ela, imediatamente, começa a servir ao Senhor.

Se nós fizermos todo um acompanhamento da vida de Jesus, a última cura que Ele faz é curar o cego que estava no caminho de Jericó, quando o Senhor ia para Jerusalém passar pelo suplício do madeiro da Cruz, onde Ele libertou toda a humanidade escrava do pecado e de satanás.

Cura

Aqui, é importante lembrarmos por que a cura tem de acontecer: Jesus faz questão de associar toda doença, todo mal físico a um demônio. E Ele dirá que, ao ser liberta do demônio, a pessoa também é curada de todo mal físico e de toda a opressão espiritual. É impressionante como Jesus gostava de mostrar, na Bíblia, que a cura é natural quando invocamos o Seu nome. Ela é natural quando temos fé, e é pela fé que somos curados.


A Palavra de Deus também vai nos advertir para que não se pense que alcançaremos alguma coisa sem ter fé (cf. Tg 1,6-7). Então, se você está doente, precisa de um sinal, de um milagre de Deus, é pela fé que isso acontece.

É necessário deixar a vida velha para trás

Quando Bartimeu, no meio do caminho, começa a gritar: "Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim!", o Senhor manda chamar o cego. No meio daquela multidão, o único que enxergou Jesus foi o cego, e isso é um grande sinal de fé. A fé daquele cego foi o que fez com que Jesus o chamasse. O homem deu um salto e deixou a capa. O que significa, aqui, "deixar a capa"? É deixar a vida velha, é deixar a vida de pecado. Bartimeu deixou toda aquela vida de maldições que herdou, já desde o ventre materno, para seguir Jesus. E quando ele chegou diante do Senhor, seus olhos estavam abertos e ele estava curado.

Quando Jesus chega diante daquele paralítico, à beira da piscina de Siloé, pergunta a ele: "O que você precisa?". O paralítico responde: "Estou aqui esperando ser curado, esperando o anjo passar e a onda na água acontecer, para que eu possa mergulhar e ficar curado da minha paralisia". Mas como ele iria pular na piscina se os outros sempre antes que ele entravam naquela água? Então, Jesus diz: "Vai, toma a tua maca. Tu estás curado". Jesus faz questão de curá-lo, porque sabe que, uma pessoa que caminha tem de entender que ela precisa caminhar livre de todo mal físico e espiritual.

 



Ironi Spuldaro

Ironi Spuldaro é Membro do CAE (Comissão de Ação Evangelizadora) da diocese de Guarapuava. Membro do conselho diocesano, estadual e nacional da RCC (Renovação Carismática Católica) movimento do qual participa desde 1987. Ironi exerce o ministério de pregação em todo o Brasil e em outros países, como Argentina, Paraguai, Bolívia, Estados Unidos, Itália, Coréia do Sul, Inglaterra e Suiça. Fundador da Missão Há Poder de Deus, escritor e apresentador do Programa Há Poder de Deus.

Site: www.ironispuldaro.com.br


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-e-libertacao/cura-pela-palavra-de-deus/

1 de outubro de 2019

Você deseja alcançar a felicidade?

Dia após dia eu a vejo nos jornais, nas revistas, na TV, nas ruas. Mas o que tem sido interessante é percebê-la nos rostos, nos olhares, nas atitudes. Em busca da felicidade ou do que acreditamos ser felicidade, nos deparamos com muitas situações difíceis, e vivemos distantes daquilo que seríamos se fôssemos realmente felizes.

E, muitas vezes, até é possível enganar-se e afirmar com veemência, mas sem muita certeza: 'Sou feliz desta forma', ou 'Isso é o que me faz feliz'. E, aqui, eu entro no ponto em que quero chegar. Descobri que não é possível ser feliz sem lutar pela felicidade. E lutar significa que temos de sofrer as pancadas e tropeços do caminho de busca, que temos de, às vezes, parar para avaliar o porquê caímos; o porquê estamos longe do caminho certo; e levantar ainda com mais garra para reiniciar a busca que é constante, mas não infinita! Não, não é infinita! Temos uma garantia de que, um dia, poderemos ser eternamente felizes.

E, agora, chegamos a um ponto de decisão. Eu afirmo para você (antes e mais ainda para mim): felicidade está bem perto de nós o tempo todo, e a linha que nos separa dela é tênue. E o mais importante é que ela está no lugar em que mais temos dificuldade de ir. É dentro de nós que devemos buscá-la. É Deus quem nos concede, mas somos nós quem a retemos.

Você deseja alcançar a felicidade?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

A verdadeira felicidade

A verdadeira felicidade está escondida atrás dos nossos medos os quais cobrimos com nossas máscaras. Eles nos impedem de enxergarmos as causas da nossa infelicidade, e ficamos na superficialidade das nossas vontades, preferindo pequenos agrados ao invés da felicidade plena. Assim, nos deixamos levar pelos prazeres da vida e nos tornamos egoístas numa busca insaciável por uma felicidade individualista, que só se importa com a felicidade do outro muito tempo depois da nossa satisfação pessoal. E um segundo é muito tempo quando deixamos de amar, quando deixamos de ser bons, quando não pensamos no mal que podemos ter feito com nossas palavras e atitudes para satisfazer ao nosso ego, para nos mostrarmos fortes e superiores.

Paradoxalmente, a verdadeira felicidade está intimamente ligada aos nossos sofrimentos, não pela sua existência, e sim pela forma como lidamos com eles. Se você me perguntar a receita para ser feliz eu vou te dizer: "só em Deus se é feliz"; mas é uma receita difícil. Porém, para ser infeliz é só começar a negar o sofrimento e não tentar tirar dele o bem maior. Entenda: o sofrimento por si não traz a felicidade. Mas é inegável que, quando se aprende e se cresce com o sofrimento, chegamos muito mais perto da felicidade plena. É por isso que admiro os Santos Mártires.


Muitos podem pensar que dar a vida por uma causa, por um ideal é masoquismo; é um querer sofrer. Eu penso que é a verdadeira busca pela felicidade. Desde que esse ideal não custe a vida de mais ninguém e vise somente o bem, sem fundamentalismo! E, se é assim por um ideal, que grande felicidade é dar a vida por alguém e por amor a Deus! Talvez, seja muito difícil para você entender tudo isso, pode ser que você não aceite. O que importa é que você comece a buscar a felicidade onde ela está. Você já sabe como!

Termino citando minha querida amiga Luzia Santiago: "É preciso sofrer sem nunca deixar de amar". E ser feliz, sempre! Amém.

Alexandre Firmino


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/voce-deseja-alcancar-felicidade/

27 de setembro de 2019

Controlar a ansiedade por meio do autocuidado

Por um tempo, a depressão foi conhecida como a doença do século. No entanto, percebo que ela tem cedido lugar para a ansiedade. E uns dos fatores que contribuem para esse processo são o aumento de informações e o acelerar de todas as coisas. Esses fatores externos potencializam algo que é interno e natural: a ansiedade. Sim! A ansiedade faz parte do ser humano. Porém, acontece que: aquilo que é natural está tornando-se patológico.

Antigamente, as pessoas se correspondiam por cartas e dava tudo certo! Hoje, o WhatsApp pisca e o dedo fica incontrolável para abrir e responder aquela mensagem. Sem falar no tanto de grupo de WhatsApp que se cria os quais vomitam informações a cada minuto e embolam a cabeça da gente com tantas mensagens.

Descobria-se o sexo do bebê quando nascia, e estava tudo certo! Hoje, tem gente que faz exame de sangue (exame de sexagem fetal) para saber o sexo do bebê, porque não consegue esperar 12 semanas para fazer o ultrassom que o mostraria.

Controlar a ansiedade por meio do autocuidado

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Assistir a um filme era um momento único, pois era só no cinema e nem todo mundo conseguia assistir. Era um evento! Agora, assistir a um filme é pouco, tem de ser uma série, tem de assistir a todos os episódios num único dia, para logo iniciar outra série.

Percebemos que os tempos mudaram, mas é preciso compreendermos que a estrutura cerebral pouco mudou, se é que mudou! Todos esses estímulos desenfreados causam danos severos. O transtorno do pensamento acelerado é fruto disso. Uma mente que não consegue descansar porque vive sempre pensando, pensando, pensando… e, poucas vezes, vivendo, vivendo, vivendo.

O que podemos fazer para melhorar essa ansiedade que nos cerca?

– Ter uma atividade física regular, principalmente em um ambiente que não seja estressor.

– Educar-se no uso do celular, principalmente no WhatsApp e nas redes sociais: tente colocar limites, como "não entrarei nas minhas redes sociais no período da manhã". "Ficarei com a internet desligada durante a noite para não correr o risco de acordar de madrugada com o celular na mão, navegando na internet".

– Cultivar estar perto de pessoas que possuem valor para você. Quanto tempo você tem investido na sua família? Indo a lugares legais, brincando, conversando, promovendo um jantar ou um lanche? Faça a experiência de estar com as pessoas!


– Não assista à programas que cultivam o medo, o pânico e o horror. É comprovado, estatisticamente, que pessoas as quais assistem a esse tipo de programa têm mais facilidade de desenvolver o transtorno de pânico.

– Crie rotina. Não precisa ser uma tabela cronometrada. Organize sua semana de forma que você tenha uma noção dela. Isso vai produzir menos ansiedade, pois você já terá uma noção da sua semana/dia.

Esvazie e silencie sua mente. Vá percebendo o que precisa ser ajustado em sua vida e aplique-se à mudança, assim, a necessidade do uso da medicação, ansiolítico, não chegará em sua vida. A prevenção ainda é o meio mais eficaz e barato para qualquer doença!



Aline Rodrigues

Aline Rodrigues é missionária da Comunidade Canção Nova, no modo segundo elo. É psicóloga desde 2005, com especializações na área clínica e empresarial e pós-graduada em Terapia Cognitiva Comportamental. Possui experiência profissional tanto em atendimento clínico, quanto empresarial e docência.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/controlar-a-ansiedade-atraves-do-autocuidado/