6 de setembro de 2019

A providência divina não dispensa a previdência humana

Deus proverá! Sim, Ele providencia, todos os dias, muito mais do que possamos imaginar. A luz do sol, nossa respiração, nossas famílias, empregos, renda, o alimento em nossa mesa. Por outro lado, Deus quer contar também com nosso esforço, Ele quer nos ver lutar. O bom pai não é aquele que dá tudo ao seu filho, mas coloca diante deste possibilidades e oportunidades, dá-lhe força, coragem, fé, motivação e incentivo. Deus nos quer lutando pelo nosso pão de cada dia, e, quando não pudermos lutar, Ele mesmo se encarregará de todas as coisas. Quando o dinheiro não der para uma necessidade, não duvidemos, pois Deus é quem mais se apressa em estender-nos a mão. Muitas vezes, pelas mãos de pessoas generosas.

A providência divina humana não dispensa a previdência humana

Foto ilustrativa: Zephyr18 by Getty Images

Mesmo acreditando na providência divina, precisamos trabalhar e pensar no nosso futuro

Acredite na providência divina e mãos à obra. O seu futuro, quem sabe num futuro breve, passa pelas suas mãos ao economizar com sabedoria cada possibilidade. O tempo passa rápido, e muitos brasileiros já estão na segunda metade da vida, hoje em torno de 45 anos. O agricultor não pode querer colher frutos que não plantou, comer alimentos que não cultivou. É preciso agir hoje, agora, montar uma planilha financeira de longo prazo e colocar as necessidades que ainda não vieram:

  • Reforma da casa ou construção da casa
  • Aposentadoria com provável diminuição da renda
  • Plano de saúde ou gastos crescentes com a saúde
  • Necessidades de filhos e netos
  • Reserva para lazer e viagens

Em suma, envelhecer é um dom, uma bênção, uma dádiva divina. Os que chegam aos 70, 80, 90 anos são privilegiados. Cabe, agora, planejar quanto tempo há pela frente (hipoteticamente, pois nossa vida está nas mãos do Criador), e enfrentar a situação, procurar ajuda e organizar sua vida financeira. Nunca é tarde para fazer o bem. Pense também que, muitas vezes, o que poupamos pode ser a fonte de ajuda para pessoas com maiores necessidades, afinal, "ha mais alegria em dar do que em receber". Os pobres são a riqueza da Igreja Católica. Se pudermos optar, hoje, por não comprar ou consumir, pensando no próximo, estamos nos enriquecendo para o Céu.

Como posso economizar para viver bem minha velhice?

A reforma da previdência está em trâmite em Brasília. Muito se fala, e talvez quase o ano inteiro, sobre aposentadoria. Não que, necessariamente, envelhecer signifique aposentar-se, mas se espera da maioria de nós chegar até lá e possuir algum conforto ou recurso. Como se pode economizar para viver a "boa idade", tecnicamente, após os 60 anos? Muitos não querem parar de trabalhar, mas, como disse o filosofo, ao menos viver uma vida mais serena.

"O homem sereno busca serenidade para si e para os outros" (Epicuro).


A grande questão da poupança de um salário suado, a cada mês, é poder, no futuro, contar com esse valor acumulado para alguma serenidade ou, talvez, a realização de sonhos. A economia de longo prazo é um exercício e tanto! É preciso disciplina, abrir mão do prazer momentâneo para contar com um futuro mais confortável.

A cultura do consumismo é, exatamente, contrária à cultura da poupança, do sacrifício. Um exercício financeiro de não levar o que está diante dos olhos na vitrine ou no site de e-commerce. Como resistir à tentação de viver um presente gastando mais do que se tem em vista de um futuro incerto?



Bruno Cunha

Economista, Professor e Missionário da Comunidade Canção Nova, Bruno Cunha possui 20 anos de experiência na área de Finanças, Macroeconomia, Mercado Financeiro, Economia, Educação Financeira, Finanças pessoais e Administração Financeira e Orçamentária. Mestre em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Taubaté (UNITAU), possui MBA pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atualmente, é professor e assistente de coordenação do curso de Administração na Faculdade Canção Nova (FCN).


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/economia/providencia-divina-nao-dispensa-previdencia-humana/

3 de setembro de 2019

Pare, pense e escolha realizar gestos de amor todos os dias

Quando fazemos planos para o futuro e desejamos, para nós e para aqueles que amamos, muitas coisas boas para vivermos nos próximos dias, nem passa pela nossa mente que, em um daqueles dias, nós ou alguém próximo a nós poderá morrer. Isso porque a morte é um tabu para a sociedade moderna, e sempre diz respeito aos outros, é algo distante, não queremos pensar nela, muito menos falar sobre ela.

Pensando nessa realidade da irmã morte, como dizia São Francisco de Assis, quero partilhar o ensino que tive com a morte, em 2016, de cinco pessoas que eu amava: minha alegre Tia Laura (julho); o humilde Zezinho da Canção Nova (agosto); uma das minhas mães espirituais, a Delizete (agosto); a Aline, uma mulher de valor, que faleceu com apenas 33 anos (outubro); e a minha caridosa prima Bete (dezembro). Como foi bom ter podido expressar o meu amor por eles!

Pare, pense e escolha realizar gestos de amor todos os dias

Foto ilustrativa: AlexD75/by Getty Images

Não deixe para depois os abraços, sorrisos e gestos de amor, porque pode ser tarde

Eram parentes e amigos antigos, exceto uma, a Aline, que conheci só há um ano e meio, mas foi o suficiente para sermos muito amigas, pois, como disse Santa Catarina de Sena, "a amizade, cuja fonte é Deus, nunca se esgota". A minha amizade com a Aline foi por pouco tempo, mas com muita manifestação de amor.

"Quem encontrou um amigo encontrou um tesouro. Amigo fiel é bálsamo de vida; os que temem o Senhor vão encontrá-lo. Quem teme o Senhor, orienta bem sua amizade: como ele é, tal será o seu amigo" (Ecl 6,14-17).

Agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade de escrever o livro 'Mulher de Valor', e à Editora Canção Nova por tê-lo publicado, pois ele foi o motivo do nosso primeiro encontro. A partir daquele dia, cada encontro nosso era um marco, nós nos despedíamos com o gosto de quero mais estar na sua presença. Falar de Deus, dos nossos sonhos e da nossa missão de resgatar os valores da "mulher de valor" era tão radiante e motivador, que nem víamos a hora passar.


Tesouros

"Uma mulher de valor, quem pode encontrá-la? Superior ao das pérolas é o seu valor. (Prov 31,10)" Obrigada, Senhor, por eu ter conhecido a Aline, uma mulher de valor! Encontrar uma amiga como ela é como encontrar um tesouro cheio de pérolas.

No nosso último Chá da Tarde, uma semana antes da sua morte, vivemos nossas últimas expressões de amor, última oração, último Terço da Misericórdia, e rezado juntas. No último abraço, mesmo sem saber, ficou mais uma vez a certeza de que o amor de Jesus Misericordioso havia unido duas apóstolas da Misericórdia para uma mesma missão: resgatar almas para Deus, sobretudo, as almas femininas.

Não permitamos que a falta de tempo, a distância, o ressentimento ou o dinheiro sejam impedimentos para a manifestação do amor. Não deixemos de manifestar o amor! Vamos escolher amar todos os dias?

Marina Adamo


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/testemunhos/pare-pense-e-escolha-realizar-gestos-de-amor-todos-os-dias/

28 de agosto de 2019

Quem insiste no preconceito tende a ficar na imaturidade

Preconceito é uma forma fácil de ter opinião. Não requer esforço, não requer pesquisa nem empenho, visto que se trata de uma primeira visão que temos acerca de uma determinada realidade. É óbvio, mas é bom dizer, que a visão preconceituosa é aquela que resolveu ficar parada no preconceito, isto é, no que vem antes da verdade. Um conceito é sempre o fruto de uma elaboração mais trabalhosa da vida, o preconceito não; ele é uma fase primária do conceito. É por isso que quem gosta de preconceitos tende a ficar na imaturidade a vida inteira.

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Foto ilustrativa: digitalskillet by Getty Images

O preconceito é também uma forma de aprisionamento

O mesmo aconteceu conosco quando entramos no pré-primário. Já imaginou se não tivéssemos aceitado o desafio de ir para o primário, com suas dificuldades e diferenças do pré-primário? Somente o passo em direção ao novo nos garante a felicidade das surpresas. A vida é sempre assim. O que agora é alimento, com o tempo, deixa de sustentar; isso porque estamos num constante processo de superação humana, e o que nos move é este desejo de irmos além.

É por isso que me entusiasmo com a dimensão antropológica do cristianismo. As palavras de Jesus nos encorajam para um constante aperfeiçoamento de nossa humanidade e para a constante superação dos nossos limites. Então, passamos a compreender que santificação é o mesmo que dizer humanização. Retirar os excessos, lapidar as arestas, superar as mesquinharias, os modelos superficiais de análises, os ciúmes e os apegos desordenados, são formas concretas de santificar a nossa vida.

Preconceito é também uma forma de aprisionamento. Olhamos o outro e o definimos a partir do que achamos sobre ele. Temos uma série de opiniões que resolvemos construir dentro de nós, e que são frutos de uma primeira visão. Olhamos e encaixotamos o outro no nosso preconceito. Decidimos que ele é assim, mesmo que nunca tenhamos nos aproximado dele para confirmar o que achamos.

Jesus gostava de ver além

Achamos e perdemos. Perdemos por desperdiçar a oportunidade de superar o conhecimento aparente, e assim, quem sabe, ganhar um grande amigo, um grande apoio existencial. Achamos muitas coisas sobre ele. E por achar tanto, resolvemos não buscar a verdade fundamental, e assim deixamos de ganhar. Talvez esse seja um dos grandes pecados do nosso tempo. O mundo é superficial nas suas análises. Basta flagrar uma única atitude, para que o mundo entregue o seu parecer preconceituoso e definitivo.

Jesus se opunha radicalmente a essa postura. Ele gostava de ver além, e alertava os discípulos para este constante cuidado. O cristianismo supera o judaísmo justamente neste ponto. Jesus não queria uma religião que parasse na exterioridade, que dispensasse facilmente as pessoas, só porque têm uma aparência ou um histórico que num primeiro momento não nos agrade.


A vida é igual garimpo

A beleza da vida consiste em olhar o mundo com "olhos de terceira margem", com os olhos de Jesus. Eu, nem sempre consigo, mas não quero perder este esforço de vista. Eu ainda vivo o desconcerto das escolhas de Jesus. Fico indignado quando o vejo escolher Zaqueu em meio a tanta gente santa e de boa índole. Ainda me incomoda quando ele diz que as prostitutas podem me preceder na entrada do Reino. Então, vejo-me com minha maneira rasa e infecunda de esbarrar nas pessoas, de condená-las àquilo que acho sobre elas e de impedi-las de me surpreenderem com sua beleza escondida.

A vida é igual garimpo. Não se percebe o diamante numa primeira olhada. Por ser muito parecido com o cascalho, corre o risco de ser jogado fora. Cascalhos e diamantes se parecem. A única diferença é que o diamante esconde o brilho sob as cascas que o revestem. É preciso lapidar. Pessoas são como diamantes. Corremos o risco de jogá-las fora só porque não tivemos a disposição de olhá-las para além de suas cascas. Então, desperdiçamos grandes riquezas no exercício de alimentar pobrezas. Quando o preconceito nos impede de ver o diamante, tornamo-nos cascalho no mundo. Espero que, hoje, você descubra diamantes por onde passar. Se descobrir, estará sendo semelhante a Jesus.



Padre Fábio de Melo

Padre Fábio de Melo, sacerdote da Diocese de Taubaté, mestre em teologia, cantor, compositor, escritor e apresentador do programa "Direção Espiritual" na TV Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/quem-insiste-no-preconceito-tende-ficar-na-imaturidade/

26 de agosto de 2019

Sofrimento: escada para o crescimento

"Deus é tão digno do nosso amor quando nos consola, como quando nos faz sofrer!" (São Francisco de Salles).

Que bom seria se essa frase fosse verdade em nós! Que bom seria se vivêssemos em plenitude o que nos ensina São Francisco de Salles! Nossa natureza humana se satisfaz, rejubila, quando é satisfeita em tudo pela vontade de Deus.

Como nos é fácil e prazeroso ser amado e consolado! Como nos é fácil amar a Deus de toda alma, de todo entendimento e de todo coração como nos ensina as Sagradas Escrituras. Quando somos visitados por Deus de forma amorosa ou quando Ele nos consola; quando as mais diversas situações em que vivemos nos são favoráveis e, envolvidos em tais situações, somos capazes de afirmar que amamos a Deus; capazes de erguer os braços ao Céu e louvarmos; capazes de estampar o mais belo sorriso e, dessa forma, devotarmos nosso amor a Deus.

Sofrimento: escada para o crescimento

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Como um bom Pai, Deus nos educa e, de tempos em tempos, visitados pelo sofrimento, seja esse qual for, somos capazes de perder o brilho do olhar e não mais estamparmos o belo sorriso, então, deixamos que a alegria fuja de nós e aquela linguagem do céu, de louvor, dá lugar aos murmúrios e lamentações. Infelizes de nós!

Amar a Deus quando está tudo bem e a vida mil maravilhas é fácil, difícil é usar o sofrimento como escada até o Senhor

Quando visitados pelo sofrimento, temos a oportunidade de nos unirmos de forma íntima e misteriosa ao Crucificado que, em meio ao sofrimento e a dor, amou-nos até o fim. Como nos é custoso, penoso, amar a Deus no sofrimento, na angústia e na dor!

É exatamente aí, que precisamos ser tomados da certeza de que Deus como um Pai amoroso está a nos educar e, também, assim como quando consolados, devemos amar o Senhor. Não podemos desperdiçar tais oportunidades!

Aprendi que ao ser visitada pelo sofrimento, o Céu me dá a oportunidade de reparar, de consolar o coração ferido do crucificado. Aprendi ainda que: só se cresce e só se passa bem pelo sofrimento, quando damos sentido ao sofrimento.

O Senhor usou do sofrimento como escada para a chegada da nossa Salvação

No Calvário e no Alto da Cruz, o Senhor deu sentido a todo aquele sofrimento: a minha e a sua salvação! Quando entendermos essa linda realidade, acolheremos o sofrimento com alegria, além de descobrir que, ao usar a pedagogia da dor, o Senhor está nos fazendo uma visita de amor para o nosso crescimento.


É preciso saber sofrer! O sofrimento é a escada para o crescimento!

E, ao aprendermos, assim como Santa Teresinha também diremos: "O próprio sofrimento passa a ser a maior das alegrias, quando é buscado como o mais precioso dos tesouros".

Ana Paula Meneses
Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/sofrimento-escada-para-o-crescimento/

21 de agosto de 2019

Responder a uma vocação é sempre um grande desafio

Caro internauta, quero iniciar este artigo com uma passagem bíblica muito conhecida por todos nós: "Caminhando à beira do mar da Galileia, Jesus viu Simão e o irmão deste, André, lançando as redes ao mar, pois eram pescadores. Então, disse-lhes: 'Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens'. Imediatamente, deixando as redes, eles o seguiram" (cf. Mc 1,16-18).

Estamos diante de uma das passagens bíblicas que melhor traduz a expressão latina "vocare", a qual, comumente, é traduzida para o português como "vocação". Expressão que, em latim, significa também "chamado". Essa narrativa que se passa à beira-mar, certamente, faz parte da vocação de muitos homens e mulheres que, ouvindo o chamado de Deus, ofertaram sua vida pela causa do Evangelho.

Responder a uma vocação é sempre um grande desafio

Foto ilustrativa: ALLVISIONN by Getty Images

Quero, mais uma vez, chamar à atenção para o local em que essa narrativa aconteceu: uma praia. É justamente nesse ambiente que acontece algo impressionante. Você já reparou que o traje de banho usado na praia por um rico diretor de uma multinacional é muito semelhante, se não o mesmo, usado por um morador de uma comunidade mais carente?

Na praia, a diferença entre ricos e pobres, pelo menos no aspecto visual, fica bastante reduzida. É um ambiente em que as roupas de gala, as joias caríssimas e o status social não são levados em consideração. Ricos e pobres disputam o mesmo espaço na areia e buscam mergulhar no mesmo mar. O mar não é mais quente ou mais frio para o rico ou para o pobre, não privilegia ninguém.

A vocação é um chamado gratuito de Deus que alcança a todos. Não podemos ter medo de dizer sim

Fiz essa breve reflexão para afirmar que o chamado de Deus não está baseado em condições prévias. Deus não chama uma pessoa porque é rica ou pobre, tem bens ou não. Ele não chama pessoas tendo em vista sua eloquência na fala ou em sua capacidade intelectual. Deus simplesmente chama. O chamado é gratuito, é pura graça.

Já ouvi, em atendimentos, pessoas afirmarem que Deus chama apenas os mais preparados, aqueles que são especiais. Trata-se de um grandíssimo equívoco! A título de exemplo, cito um fascinante personagem do Antigo Testamento, o profeta Amós.

Amós era um homem extremamente simples, de origem rural. Era um modesto pastor de ovelhas, um boiadeiro, alguém que colhia sicômoros, um tipo de figo de baixa qualidade. Esse homem sequer almejava ser profeta, aliás, sequer havia recebido qualquer formação para tal. No entanto, Deus o chamou. 

Por meio da profecia e da autoridade que Deus dava a ele, Amós censurou a condição social, moral e religiosa de sua época. Ele viveu num período em que os ricos procuravam enriquecer ainda mais, a imoralidade estava num nível abominável e a idolatria era considerada algo corriqueiro, enquanto que os verdadeiros fiéis a Deus eram ridicularizados por sua prática religiosa. Em suma, estava acontecendo, naquela época, o que ainda acontece hoje.

Da mesma forma que Deus suscitou o boiadeiro Amós, o jovem Davi, o gago Moisés, o medroso Elias, o desconfiado Tomé, o imaturo Jeremias (…), Ele também quer levantar no nosso meio verdadeiros e destemidos profetas, profetas de todos os tipos: jovens, estudantes, professores, advogados, industriais, padeiros, religiosos, você.

Aprendamos a ouvir Deus e a dizer sim a Ele

Pode acontecer de nós termos uma ideia errônea da missão de um profeta. Tendemos, talvez, a pensar que o profeta é alguém que adivinha o futuro, que usa roupas estranhas, mas isso não é uma verdade. Profeta é aquele que se coloca como um instrumento para que Deus, por meio dele, possa falar ao seu povo. Profeta, portanto, é aquele que intermedeia o que Deus quer dizer.


Portanto, caro internauta, se você sente que Deus o chama, não tenha medo de dizer 'sim'. Já imaginou se João Batista tivesse dito 'não' ao chamamento de Deus? Já imaginou se Ezequiel não tivesse denunciado, em sua época, a rebeldia e os graves pecados que o povo de Deus estava cometendo? O Senhor está dizendo para você no dia de hoje: "Não Temas, eu estou contigo" (cf. Jer 1,8).

Deus abençoe você e até a próxima!


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/vocacao/responder-uma-vocacao-e-sempre-um-grande-desafio/

19 de agosto de 2019

Amizade: manifestação infinita do amor de Deus

Durante toda a história da humanidade, vários personagens definiram a amizade como uma conquista: "Os amigos são aqueles que estão totalmente a vontade para colocar em comum as grandes dificuldades, as grandes experiências. A amizade é o desafio de chegar mais longe, com o apoio de alguém que sempre está no caminho." (Victor Feytor Pinto)

Segundo Aristóteles, a amizade é a expressão mais concreta da felicidade. Nela, o homem é convidado a conhecer o amor de maneira concreta: superando as dificuldades, e amando as diferenças.

Os filósofos e, principalmente, os grandes santos enxergam na amizade a grande manifestação do amor gratuito de Deus. Para Montaigne: na verdadeira amizade, dou-me ao meu amigo mais do que quero para mim.

Amizade: manifestação infinita do amor de Deus

Foto ilustrativa: Andréia Britta/cancaonova.com

A amizade de Jesus

O próprio Cristo nos revela a beleza da amizade, quando ele dá para Judas, na última ceia, o pão embebido, gesto esse que só era feito para um grande amigo. Mesmo sabendo quem o entregaria, Jesus nos provou que o amigo não vale por aquilo que nos dá ou por aquilo que faz para nós, e sim pelo que ele é.

A Revelação Cristã nos convida a purificarmos a nossa concepção sobre amizade e tomarmos como exemplo os santos: Paulo e Timóteo, Agostinho e Ambrósio, Francisco e Clara, João da Cruz e Teresa de Ávila, Dom Bosco e padre Miguel Rua. Além de amizades contemporâneas, como a do nosso querido São João Paulo II com o então Cardeal, Joseph Ratzinger. Também somos chamados a valorizarmos nossas amizades exatamente por aquilo que elas são: manifestação perene do amor de Deus.

Isso muda completamente a nossa concepção de amizade, concepção essa que está manchada pelo materialismo vigente em nossa sociedade, onde nós esperamos receber amor, carinho e afeto, e esquecemos que o outro é amado por ele próprio, e não por um cálculo mais ou menos egoísta.

Você tem amigos?

Nesse momento, recorde-se do seu grande amigo, e pense de que maneira você pode descobrir toda a riqueza que está escondida nessa pessoa. Porque da mesma maneira que precisamos da oração para nos santificar, se faz necessária a amizade, pois, como nos ensina a Igreja Oriental, se faz necessário um caminho místico, onde duas pessoas progridam para Deus, sem a conotação de um formar ou educar o outro, e sim a conotação de um crescer com o outro.


"O que torna belo o deserto é que ele esconde um poço em algum lugar." (Saint-Exupéry)

A frase de Saint-Exupéry nos provoca a enxergarmos a amizade como uma descoberta, que acontece com a reciprocidade dos amigos. Um eterno conhecer e dar-se a conhecer, porque, apesar de todos os exemplos citados, não podemos esquecer que a amizade é uma conquista, não por aquilo que fazemos, mas sim pelo quanto nos doamos ao outro: "Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos" (Jo 15,13). Deus nos chama a procurarmos amizades sadias e edificadoras, tendo a certeza de que Ele quer que, por meio delas, experimentemos o seu amor.

Luis Filipe Julio Rigaud, missionário da Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/amizade/amizade-manifestacao-infinita-amor-de-deus/

16 de agosto de 2019

Casar ou morar junto?

A escolha por viver juntos em vez de se casar, muitas vezes, surge da curiosidade de ver se o casal é compatível. O pensamento por detrás da decisão, uma vez que ambos dividirão o mesmo teto e as despesas, é que, se as coisas não derem certo, eles não precisarão de um divórcio nem passarão por todo aquele sofrimento. Por fim, a dúvida entre casar ou morar junto surge.

Entenda as diferenças entre casar ou morar junto

Foto ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com

O casamento é uma decisão de suma importância, que requer do casal um discernimento sério. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil registrou 341,1 mil divórcios em 2014, ante 130,5 mil registros em 2004, um aumento de 161,4% em uma década. Considerando a alta taxa de divórcio, que muitos namorados experimentam de seus próprios pais, é compreensível o medo que eles trazem de assumir um compromisso definitivo.

Em entrevista ao Portal Canção Nova, o norte-americano Mark Evan, especialista na Teologia do Corpo de São João Paulo II, afirma que a coabitação não é boa para os casais. "Eles perdem o significado do ato sexual, pensando que significa apenas 'eu te amo', mas significa 'eu sou seu para sempre', e essas palavras são verdadeiras apenas quando eles se casam". Quem vive junto, mas sem o sacramento do matrimônio, em cada relação sexual está dizendo: "Eu estou com você enquanto isso durar". A porta dos fundos está sempre aberta para eles se deixarem. Eles pensam que estão se amando, mas, na verdade, estão apenas usando um ao outro para benefício próprio por um período indeterminado de tempo.


Parece lógico que a convivência oferecerá uma boa visualização do casamento, porém, sociólogos descobriram que a expectativa de uma relação positiva entre coabitação e a estabilidade conjugal foi destruída nos últimos anos por estudos realizados em vários países ocidentais.

As seis desvantagens de morar juntos antes do casamento

Os estudos descobriram que se o casal quer um casamento bem-sucedido, é melhor morar juntos só depois do casamento. O norte-americano Jason Evert, mestre em teologia e aconselhamento matrimonial, aponta seis desvantagens em coabitar.

1. A maioria dos casais que vivem juntos nunca se casaram. Aqueles que moram juntos antes do casamento têm uma taxa de divórcio até 80 por cento mais elevado do que aqueles que esperaram até depois do casamento para viverem juntos.

2. Casais que coabitaram antes do casamento também têm maior conflito conjugal e comunicação mais pobre, eles fazem visitas mais frequentes a conselheiros matrimoniais.

3. As mulheres que coabitam antes do casamento tem três vezes mais probabilidade de trair seus "maridos" do que as mulheres que se casaram.

4. As mulheres que coabitam têm três vezes mais probabilidade de ter depressão do que as mulheres casadas.

5. Casais que coabitam são sexualmente menos satisfeitos do que aqueles que esperaram até o casamento.

6. Do ponto de vista de duração matrimonial, paz e a fidelidade conjugal, segurança física, bem-estar emocional e a satisfação sexual, é evidente que a coabitação não é uma receita para a felicidade.

Casais que coabitam têm maiores taxas de divórcio

Um dos motivos para o aumento da taxa de divórcio é que coabitar enfraquece o compromisso. "Se um parceiro encontra falhas suficientes no outro, eles estão livres para ir embora. O desejo de introduzir um test drive mostra falta de fé no amor de um pelo outro", esclarece Jason. Por um lado, o casal está dizendo que eles desejam uma intimidade plena, mas, por outro lado, querem deixar uma saída caso o parceiro não esteja à altura. Isso semeia dúvidas e desconfianças desde o início do relacionamento.

Casamentos bem-sucedidos não são o resultado de uma falta de características irritantes no cônjuge, mas o resultado de escolher amar e perdoar o outro no dia a dia, com todas as suas imperfeições.

O que devemos fazer se estamos vivendo juntos?

Mark Evan recomenda que os casais se mudem para apartamentos separados e parem de ter relações sexuais. "O casal deve começar a construir a relação em terreno mais sólido, fazer as perguntas fundamentais e ver se eles realmente se conhecem e se são realmente bons um para o outro, para unir suas vidas para sempre."

Esperar para compartilhar o dom do sexo não deve ser visto como um passivo atraso de paixão, mas como uma formação ativa de fidelidade. Afinal, você não quer saber, antes do casamento, se o seu cônjuge será capaz de resistir às tentações depois do casamento?

Como qualquer casal, você sonha com um amor duradouro. Portanto, se você quer fazer o relacionamento dar certo, salve o seu casamento antes que ele comece, e more com o seu cônjuge só após o casamento.



Fernanda Zapparoli

Fernanda Zapparoli é missionária da Canção Nova. Esposa de Guilherme Zapparoli. Jornalista. Autora dos livros "A mulher segundo o coração de Deus" e "A beleza da mulher a ser revelada". Atualmente, reside em Toulon, França, onde trabalha com as mídias sociais do cnmedia.fr. A missionária é também Youtuber no canal 'Fernanda Zapparoli'.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/namoro/casar-ou-morar-junto/