5 de junho de 2019

Como falar da doutrina católica com os filhos adolescentes?

Alguns princípios precisam existir para que as pessoas cumpram sua vocação paterna e materna de educarem seus filhos na fé crista. O primeiro princípio (para aqueles que querem ser catequistas dos seus filhos) é ter um encontro pessoal com Deus, porque só se pode falar daquilo que se ama; e, para amar, é preciso conhecer. O mundo atual é permeado de muitas igrejas e ideologias diferentes, sendo assim, como podem ensinar se não estudam a doutrina católica? É preciso ter coração e mente abertos para fundamentar a fé individual, sanar as dúvidas dos filhos e iniciá-los no caminho da salvação.

O segundo princípio é fazer aquilo que prega, porque, em especial, os adolescentes se espelham em atos, e não em palavras. Muitos falam de virtudes a serem adquiridas, mas no fundo possuem uma falsa modéstia, um rigor excessivo nas leis divinas e aderem às falsas profecias. Como os filhos podem aderir a essa doutrina, se não enxergam coerência entre o falar e agir dos pais? É imprescindível preocupar-se com o que estão repassando para as futuras gerações.

Como falar da doutrina católica com os filhos adolescentes?

Foto ilustrativa: Larissa Carvalho/cancaonova.com

Filhos não vivem em uma bolha

Uma das características da adolescência é questionar o "status", por isso, são indispensáveis aos pais a busca de diferentes pontos de vista para entender e refutar os questionamentos, baseando sua argumentação sempre nas Sagradas Escrituras. É bom lembrar de que os filhos não vivem em uma bolha, eles estão expostos aos conceitos e costumes diferentes da doutrina católica. Portanto, precisam conhecer sobre diversos assuntos e ter confiança naquilo que foi ensinado. A credibilidade vem da certeza na fala e aderência na ação; não adianta mandar os filhos para a Missa e ficar vendo TV em casa. É preciso ser um cristão que cumpra os preceitos não por obrigação, mas por gratidão a Deus.

Os pais devem ter respostas para as perguntas difíceis que os filhos são obrigados a responder diante de um mundo tão secularizado. Professores ateus, geralmente são bem preparados para refundar as verdades da fé; se os adolescentes também estiverem preparados na doutrina católica, eles terão argumentos para enfrentar esses mestres e seus discípulos.

Os adolescentes podem criticar quando os pais dizem que estão rezando por eles na Missa ou na oração do terço e, ainda, quando oram diante de uma dificuldade ou para alcançarem uma graça que necessitam. Entretanto, é necessário rezar com eles para que aprendam e criem o hábito de entregarem suas vidas a Deus. Um exemplo bonito é da família que reza antes das refeições, quando o adulto esquece, normalmente a criança o lembra. Essa criança será um adulto que não terá vergonha de professar a sua fé.

Não menospreze práticas simples, porque aprendemos que "o hábito faz o monge". É preciso que o ambiente dentro de casa seja visto como um altar, como um espaço de honra, não só como lugar físico, e sim cheio de diálogos que propiciem aprofundamentos espirituais. Invista seu tempo lendo a Palavra com ele, porque são histórias que cativam e que podem ser oportunidades de evangelizar e introjetar verdades que farão diferença diante das seduções do mundo.

A primeira Igreja é a família

Incentive seu filho a praticar os ensinamentos de amar o próximo, de doar aos mais necessitados e de perdoar. O Papa nos ensina a sermos uma Igreja em saída, porém, a primeira Igreja é a família. Para sairmos precisamos, primeiro, praticar. O lar é um lugar por excelência para aprendermos. O Evangelho deve ser exercitado, primeiramente, entre os seus como uma semente plantada desde a infância que florescerá na adolescência diante de tantas incertezas.

Adolescentes gostam de assumir e defender causas, então, quando veem os pais comprometidos com ações na Igreja, acabam engajando-se para ajudar e, depois, tomam para si essas questões. Filhos catequizados podem até se afastarem da Igreja, entretanto, diante das dificuldades saberão buscar ajuda no lugar certo, porque sempre voltarão às raízes diante das incertezas.



Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais.

Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/como-falar-da-doutrina-catolica-com-os-filhos-adolescentes/

3 de junho de 2019

O problema social da autossuficiência

No mundo da ciência e da tecnologia, a palavra de ordem que comanda é "perfeição", a alta definição. Acontece que isso não satisfaz as exigências dos seus destinatários, isto é, a realização da felicidade da realidade social, e as pessoas não têm sido mais felizes por isso. É sinal de que algo não está totalmente certo e perfeito. De outro lado, temos os indicativos precisos da Palavra de Deus. Jesus convida as pessoas para que deixem a arrogância, a autossuficiência, o querer ocupar os primeiros lugares e o ser melhores do que os outros. A forma de ser feliz passa por outros caminhos, pela prática da sabedoria e da gratuidade.

O problema social da autossuficiência

Foto ilustrativa: Andréia Britta/cancaonova.com

Não podemos nos conformar com uma cultura de "qualidade total" no seu instrumental de ação deixando na marginalidade os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos e desvalidos de hoje. Um tempo de prosperidade e de desenvolvimento não pode ser excludente a ponto de privilegiar alguns e não levar em conta a maioria da população.

Um mundo de igualdade, apesar dos direitos individuais adquiridos honestamente, leva a superar as desigualdades e a competição social existente. Não é fácil entender e praticar a proposta do Evangelho quando diz que "o primeiro é aquele que serve, o maior é o último". Nestas atitudes estão os autênticos valores para o cristão.

A sociedade capitalista vive num intercâmbio de favores. Ela negocia com quem é capaz de competir, deixando de lado o valor da gratuidade, do perdão a quem não pode pagar e da realidade do pobre. Esses últimos não têm lugar à mesa da classe abastada e privilegiada na posse de bens materiais.


O importante é viver com sabedoria, confiante em Deus e na humildade de coração. O afeto das pessoas e de Deus se conquista com os gestos simples de humildade, muito mais do que com presentes valiosos, mas sem a força do amor e da espiritualidade. Isso significa que os mistérios de Deus são revelados aos simples e não aos orgulhosos e autossuficientes.

Dom Paulo Mendes Peixoto


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/o-problema-social-da-autossuficiencia/

31 de maio de 2019

A exposição dos filhos na internet

Definitivamente, a internet e as redes sociais se transformaram numa realidade habitual para nós. Costumeiro também se tornou o fenômeno da superexposição da intimidade no ambiente digital, onde tudo é motivo para uma selfie, um post ou um compartilhamento na rede. Tal comportamento, no entanto, começa a extrapolar os limites do bom senso, sobretudo entre as mamães e os papais conectados que adoram publicar, quase que de hora em hora, uma foto da intimidade dos filhos e da família nas redes sociais.

Recentemente, uma pesquisa no Reino Unido revelou que a superexposição dos filhos na internet, atualmente, já começa nas primeiras horas de vida. Neste país, cerca de 57% dos recém-nascidos tiveram fotos publicadas uma hora após o seu nascimento.

A exposição dos filhos na internet

Foto Ilustrativa: Zurijeta / by Getty Images

Entenda por que a superexposição dos filhos, na internet, pode revelar uma desordem psíquica nos pais

Os pequeninos, no entanto, são indefesos diante da lente de seus genitores, da mesma forma que se tornam reféns da necessidade de exposição dos pais, os quais transformaram os filhos numa espécie de extensão de si mesmos na internet.

Cabe a nós analisarmos dois pontos desse fenômeno da superexposição dos filhos na internet. O primeiro é: o que esse comportamento revela do mundo interior dos pais? E um segundo ponto: quais as consequências e os perigos para a formação da personalidade da criança?

Superexposição e personalidade dos pais

Não é difícil perceber que uma pessoa que tem o costume de se expor excessivamente no mundo digital, quando se torna pai ou mãe, transforma o filho no objeto da exposição. Trata-se de pais narcisistas*, que se preocupam exageradamente com a própria imagem e a estende para a imagem do filho.

O narcisista gosta de ser visto, aprecia o prestígio e a fama, quer feedback sobre tudo o que posta na internet. Quando falamos de pais com essa personalidade, não precisamos ir longe para constatar que qualquer comentário na foto dos filhos do tipo "fofinho", "tá lindo", "ai, que belezinha!", serve, na verdade, como uma massagem no ego narcísico dos pais. Entenda bem que não estamos falando de uma foto ou outra, mas sim do excesso de exposição dos "babys", o que, no fundo, denuncia uma desordem psíquica dos pais.

Consequências para a personalidade dos filhos

Françoise Dolto, pediatra e psicanalista francesa, disse que "a criança pequena e o adolescente são porta-vozes de seus pais". Assim, uma criança que cresce num ambiente em que tudo merece um clique pode desenvolver uma personalidade narcísica semelhante a dos pais. E isso por dois motivos: 1) a superexposição a coloca como o "centro das atenções" a todo momento; 2) porque a linguagem da criança, sobretudo as menores, baseia-se muito mais no que os pais fazem do que no que falam.

Respeitar o momento e o espaço sagrado da criança

Existem momentos na vida que são únicos e merecem recordações, e também são sagrados e merecem proteção. A hora do sono, da amamentação, do banho, do cocô etc., são momentos íntimos da criança. Isso não significa que não possam ser eternizados numa foto, para compor o álbum da família, mas vamos entender que "sagrado" diz respeito àquilo que o mundo não tem acesso. Ao postar uma foto atrás da outra, da intimidade dos filhos, os pais passam de protetores a invasores desse mundo sagrado. E quando falamos em proteção, podemos também dizer dos perigos que rondam o mundo virtual, sobretudo quando o assunto é criança.

É importante que os pais mais conectados façam essa reflexão sobre a superexposição dos filhos nas mídias sociais e se perguntem: "O que quero com essa postagem do meu filho?". "Por que vou postar outra foto dele agora?".


É importante que os pais tracem filtros e limites do que e quando postar algo das crianças na internet; afinal, estamos falando do patrimônio mais importante que temos: os nossos filhos.

*O termo "narcisista" foi introduzido no século XIX pela psiquiatria e, posteriormente, por Sigmund Freud na psicanálise, para designar o amor exagerado de uma pessoa por si mesma, em referência ao personagem da mitologia grega Narciso, um jovem de bela aparência que, ao ver sua imagem projetada na água, apaixonou-se por si mesmo.



Daniel Machado

Daniel Machado de Assis, natural de São Bernardo do Campo-SP, é membro da Canção Nova desde 2002. Psicólogo formado pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo, também estudou filosofia pelo Instituto Canção Nova. Atualmente é coordenador do Núcleo de Psicologia Canção Nova que tem por objetivo assessorar e auxiliar a formação dos membros desta instituição.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/a-exposicao-dos-filhos-na-internet/

29 de maio de 2019

A nossa confiança precisa estar centralizada em Deus

É necessário sempre retomar este ensinamento de Jesus na vida pessoal, na vida conjugal e na vida familiar:

"Não ajunteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e os ladrões assaltam e roubam. Ao contrário, ajuntai para vós tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, nem os ladrões assaltam e roubam. Pois onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.

A lâmpada do corpo é o olho: se teu olho for simples, ficarás todo cheio de luz. Mas se teu olho for ruim, ficarás todo em trevas. Se, pois, a luz em ti é trevas, quão grandes serão as trevas! Ninguém pode servir a dois senhores: ou vai odiar o primeiro e amar o outro, ou aderir ao primeiro e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro! Por isso, eu vos digo: não vivais preocupados com o que comer ou beber, quanto à vossa vida; nem com o que vestir, quanto ao vosso corpo. Afinal, a vida não é mais que o alimento, e o corpo, mais que a roupa? Olhai os pássaros do céu: não semeiam, não colhem, nem guardam em celeiros. No entanto, o vosso Pai celeste os alimenta.

A nossa confiança precisa estar centralizada em Deus

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Será que vós não valeis mais do que eles? Quem de vós pode, com sua preocupação, acrescentar um só dia à duração de sua vida? E por que ficar tão preocupados com a roupa? Olhai como crescem  os lírios do campo. Não trabalham, nem fiam. No entanto, eu vos digo, nem Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um só dentre eles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje está aí e amanhã é lançada ao forno, não fará ele muito mais por vós, gente fraca de fé?

Portanto, não vivais preocupados, dizendo: Que vamos comer? Que vamos beber? Como nos vamos vestir? Os pagãos é que vivem procurando todas essas coisas. Vosso Pai que está nos céus sabe que precisais de tudo isso. Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo. Portanto, não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá sua própria preocupação! A cada dia basta o seu mal (Mateus 6,19-34)".

Ao longo dos dias e diante das situações, outras coisas podem se tornarem o centro da nossa vida. É engano pensarmos que Jesus ensina a despreocupar-se. Ele nos orienta a mudar o foco: a nossa confiança precisa estar centralizada em Deus. Pensar que as riquezas são o ponto de apoio para a existência, nos faz acreditar que não somos necessitados do maior valor que é Deus. É prudente e sensato fazer uma previsão econômica sem excesso, mas empreender a vida acumulando coisas, pensando somente na vida terrena, sem pensar nos valores do Céu, mostra onde está centralizado o nosso coração; portanto, cada valor precisa estar no seu devido lugar.

Precisamos cuidar sempre do nosso olhar, porque a inveja entra pelo olho. Ora o nosso olhar é bom, ora é mau; ora é um olhar generoso, ora é um olhar mesquinho. O olhar bom ilumina toda a pessoa, o olhar mau deixa a pessoa às cegas. O olhar simples enxerga brilhantemente e faz a pessoa ter um  olhar generoso.


Quando o nosso coração vai se harmonizando com o Pai do Céu, que ensina a dar, cresce em nós a generosidade. O
dinheiro, em muitos momentos, levanta-se como o deus da nossa vida. Ele pode gerar em nós o desejo excessivo pelo poder e bens materiais. Não podemos nos deixar encantar pelo deus dinheiro, ao contrário, precisamos aderir Àquele que está acima de tudo. É preciso ter cuidado para não ser possuído pelos bens e desejos, o melhor jeito para não se confundir é olhar para o Deus verdadeiro, que é o doador generoso. Diante dos propósitos que fazemos, um ideal de vida é essencial: a confiança em Deus!

Texto extraído do livro "Casamento Fortalecido", de Carla Astuti e Cleto Coelho.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/a-nossa-confianca-precisa-estar-centralizada-em-deus/

27 de maio de 2019

Inveja, a mediocridade do ser humano

"Quando um homem está envolvido em si mesmo, ele se torna um pacote muito pequeno" (John Ruskin).

A inveja é um sentimento tão medíocre, que se torna difícil de ser digerido. Esse sentimento, que é desencadeado pela desigualdade, é capaz de corroer a alma do invejoso. E o pior é que este ser humano fica tão envolvido com tal sentimento, que se sente incapaz de perceber tamanha destruição em sua própria vida.

Percebe-se, de forma bem nítida, que a inveja advém do apego às coisas materiais, do desejo de obter o que o outro possui, tanto em se tratando de posses quanto de virtudes.

Inveja, a mediocridade do ser humano

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

A inveja é algo que não só faz mal ao outro, mas, principalmente, àquele que a sente

Observa-se que a inveja é um sentimento tão perverso, que é como se fosse uma sede insaciável, o que faz obscurecer por completo a vida do invejoso, impedindo-o de se desenvolver e/ou crescer. E isso se deve ao fato de que, simplesmente, o invejoso vive em prol da vida alheia, esquecendo-se de cuidar de sua própria vida, vivendo em função da vida do outro.

De fato, é triste perceber que há pessoas que funcionam como verdadeiros "guardas", de olho vivo na vida alheia. Mais triste ainda é lembrar que enquanto este ser humano pernicioso se preocupar com a vida do outro, sua própria vida fica estagnada, com tendência, a curto prazo, a ser conduzida a um verdadeiro caos.

Já é sabido por todos que o invejoso passa mal, chegando até a adoecer, quando alguém de seu convívio começa a brilhar; assim, utiliza de estratégias mesquinhas, tecendo fofocas, tentando minar, derrubar e até destruir o outro. Mas o que se observa é que quem é derrubado e destruído é o próprio invejoso, uma vez que a inveja tem a tendência de corroer e de autodestruir, levando o indivíduo ao extermínio de si mesmo.

A inveja deveria ser repugnante, pois carrega consigo a tristeza, a melancolia, o egoísmo, a dor e o ódio

Mesmo ciente desses fatos, é triste e lamentável saber que convivemos com o invejoso, que ele está bem pertinho da gente, mas nós não o percebemos. Desconhecemos tal pessoa, talvez por não comungarmos desse mesmo sentimento destruidor ou por não querer acreditar que este ou aquele ser humano seja tão pernicioso a ponto de se tornar "jagunço" de nossas próprias vidas. Um dia, a máscara cai nitidamente e, de forma inesperada, tal sentimento aflora com mais força, deixando-se transparecer de modo claro através do sentimento de ira, mágoa e de outros que nem precisamos citar.

Somado a isso, interessante notar que, antes desse fato ser consumado, convivemos e comungamos muito de nossa vida com o invejoso, confidenciando fatos, dialogando sobre nossa vida pessoal e profissional, partilhando de tudo um pouco. Mas eis que, em um dado momento, vem a decepção, quando a máscara cai e tudo vem à tona. Assim, dói mais o fato de conceber tal pessoa como invejosa do que a própria reação de inveja, uma vez que aquela pessoa era estimada e querida.

O invejoso quer que o outro não tenha o que ele deseja. Ridículo, não?

Vê-se, portanto, que o invejoso não luta para melhorar, para se desenvolver, pois a ele interessa ficar de plantão no que o outro possui; seu objetivo é a destruição, uma vez que ele deseja e não os tem. A atitude do invejoso exige que ele assista a própria vida de camarote, sendo um mero expectador. Dessa forma, não faz acontecer nem age em prol de sua própria vida, mas em função da vida alheia.

É de se observar que o invejoso é tão ganancioso no que o outro tem e/ou é que fica cego diante dos valores, virtudes e princípios que deveria ter, preocupando-se em demasia em assumir seu papel de perversidade diante do outro, esquivando-se a todo custo da amizade e consideração para com ele.

É importante ressaltar que o invejoso parece carregado de desgostos, altamente descontente com a própria vida, cheio de angústias e totalmente revoltado, inalando egoísmo. Deixa de viver, tornando-se intragável em meio ao seu convívio, uma vez que não conspira o bem para ninguém. Não sabe compartilhar nem se alegrar com os demais, além das reações monstruosas que o fazem até mudar de cor quando age.


Uma autorreflexão sobre si

Finalmente, o invejoso, essa triste figura digna até mesmo de dó, necessita se enxergar antes de tudo, reconhecendo a mediocridade que é ou foi sua vida com atos e sentimentos estéreis , como se fosse a um palco onde tivesse representado uma peça vazia de conteúdo, sem qualquer brilho.

É imperativo tal autocrítica, pois só a partir de então, se assim o quiser, deverá arregaçar as mangas e lutar em prol de uma vida melhor, conscientizando-se de que se continuar tendo inveja do outro, ficará estagnado, correndo o risco de não crescer, morrendo com o próprio veneno.

sobre o autor:
Marizete Furbino, com formação em Pedagogia e Administração pela UNILESTE-MG, especialização em Empreendedorismo, Marketing e Finanças pela UNILESTE-MG.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/inveja-mediocridade-ser-humano/

20 de maio de 2019

Não perca o encanto pela vida

Viver é uma aventura, e, diga-se de passagem, uma aventura muito bela! Descobrem a beleza da vida as almas que nunca perdem o encanto e a ternura diante de cada novo dia e de cada nova experiência.

Enche-se de leveza e alegria o coração que nunca perde a novidade e que enfrenta as realidades, a cada dia, como se tudo fosse novo, encantando-se diante da criação e diante da beleza presente nos detalhes do existir. Ao contrário, quem perdeu o encanto com a vida e a enxerga com ares de "hora extra", acreditando já ter contemplado tudo o que ela tem a oferecer, acaba por conceber a existência como um peso, como realidade opaca e destituída de significado.

Não perca o encanto pela vida

Foto ilustrativa: Andréia Britta/cancaonova.com

Não deixemos as dores tirarem o nosso encanto pela vida

Uma das piores coisas do mundo, pior até que "dor de dente", é conviver com alguém que se cansou de viver, que vê a vida de maneira distorcida e negativa em virtude das marcas que o passado lhe acrescentou. Quem fica com os olhos fixados no passado torna-se incapaz de ver o presente. E quem não o vê está morto. Não existe maior expressão de morte para alguém do que deixar de enxergar o mundo e o presente como se fosse a primeira vez.

Que as dores que vivemos não nos roubem o olhar de esperança diante de cada situação.

Nosso presente é o presente que Deus nos entrega, e cabe a nós, com o auxílio e a graça d'Ele, reconstruir, no hoje, as belas e originais ilustrações e formas de nossa história.

Fomos criados para a felicidade, independentemente do nosso passado e das dores que vivenciamos. Ser feliz não é viver sem sofrimentos, mas é saber crescer com eles, não permitindo que eles nos aprisionem.

Não existe realização sem luta e desafio. Quem luta por sua felicidade já a alcançou, é apenas uma questão de tempo. É possível ser feliz no hoje. A felicidade é sempre uma real possibilidade, depende apenas da forma como enxergamos a vida.


Nunca desista de lutar pela vida e por seus sonhos, saiba que você é muito mais do que seu passado e suas escolhas erradas. Creia que hoje, agora, é o momento ideal para ser feliz!

Equipe de colunistas do Formação


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/nao-perca-o-encanto-pela-vida/

17 de maio de 2019

Casais, buscai o socorro de Jesus para o vosso matrimônio

Partindo Jesus dali, dois cegos o seguiram, gritando: "Tem compaixão de nós, filho de Davi!" Quando entrou em casa, os cegos se aproximaram dele e Jesus lhes perguntou: "Acreditais que eu posso fazer isso?" Eles responderam: "Sim, Senhor". Então, tocou nos olhos deles, dizendo: "Faça-se conforme a vossa fé". E os olhos deles se abriram. Jesus os advertiu: "Tomai cuidado para que ninguém fique sabendo". Mas eles saíram e espalharam sua fama por toda aquela região. (Mt 9,27-31)

Aqui está a pergunta que Jesus quer fazer a cada marido e a cada esposa que, descobrindo a própria cegueira, foram buscar em Deus o socorro para o seu matrimônio: "Acreditais que eu posso fazer isso?". Veja que interessante! O Evangelho não diz se esses cegos eram dois homens ou um homem e uma mulher. Aliás, nada impede que se tratasse de marido e mulher.

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Foto Ilustrativa: Andréia Britta/cancaonova.com

O que a Palavra de Deus faz questão de enfatizar é que os dois reconheceram a própria cegueira, viram-se necessitados de ajuda e, de comum acordo, unidos num só coração, ambos apresentaram diante de Deus sua causa humanamente impossível de ser resolvida.

A coisa, no entanto, não foi tão simples quanto parece. São Mateus dá a entender que eles não foram imediatamente atendidos. Já vinham insistindo por um bom tempo. Tanto que começaram a gritar. Rezavam. Choravam. Pediam. Independentemente do quanto clamavam, a resposta não vinha. Eles eram cegos, e Jesus parecia surdo, mas nem isso fez com que eles desistissem da graça que precisavam alcançar.

Casais, sejam perseverantes

O segredo desses dois consiste precisamente em não desistirem quando nada parecia favorecê-los. Quando tudo o que resta a um casal é esperar contra toda esperança, e prosseguir mesmo sem nenhuma certeza de sucesso, essa perseverança torna-se um raio que sobe da terra e atinge em cheio o coração de Deus.

Não foi fácil. Correndo as páginas dos Evangelhos, poucos milagres parecem ter sido tão difíceis de alcançar como este. Jesus, além de não lhes dar nenhuma resposta, apressa o passo como se quisesse fugir deles. E quanto mais parece escapar, mais os dois cegos o perseguem com gritos e súplicas. Essa insistência deve ter durado vários dias, o que mostra o quanto os dois estavam convictos do que precisavam. Nada foi capaz de os deter. Ninguém pôde fazê-los mudar de ideia, nem mesmo seus pensamentos e sentimentos negativos os desanimaram. Eles sabiam que só Jesus – e mais ninguém – poderia tirá-los daquele túnel escuro e lhes dar a chance de começar uma vida nova. Então, jogaram-se de cabeça.

Dispostos a perseguir o Senhor até o fim do mundo, cercaram-no, quando Ele entrou em casa para descansar. Depois que eles se acalmaram, Jesus lhes perguntou se eles tinham certeza daquilo que vinham gritando na frente de todo mundo. Queria saber se eles acreditavam, de coração, no que já haviam confessado com a boca: "Acreditais que eu posso fazer isso?".

Duas palavras bastaram para responder: "Sim, Senhor". Curtos e diretos, afirmaram sem hesitar, sem desconfianças. Em menos de meio segundo, disseram tudo o que podia ser dito. E Jesus se rendeu.

O poder da oração

A oração é a força dos homens e a fraqueza de Deus. A oração pode salvar uma vida, pode resgatar um lar, reconstruir um casamento arruinado. E para que ninguém ponha isso em dúvida, Jesus respondeu: "Faça-se conforme a vossa fé". No mesmo instante, os dois receberam algo grandioso, impossível de se obter por vias naturais, eles conseguiram o que somente a grande fé poderia alcançar: um milagre.

O que aconteceria se Jesus pronunciasse sobre mim essa mesma determinação: "Faça-se conforme a tua fé". Eu confio ao ponto de obter essa graça? Podemos notar que a fé alcançou a graça quando a pessoa já tiver a certeza de que foi atendida. Isso mesmo. Em seu coração, forma-se a certeza de que Deus já concedeu a resposta ao seu pedido.

Jamais deveríamos esquecer que nenhuma circunstância terrena pode impedir o cumprimento da Palavra de Deus. Isso se nos firmarmos no fato de que Deus não volta atrás em suas promessas. Ele mesmo é a garantia de tudo o que nos assegurou. O problema é que fomos educados para duvidar, desacreditar, desconfiar. Fomos educados para a incerteza por causa deste mundo que está sempre mudando. Deus quer que confiemos na sua Palavra sem buscar outras garantias. E então Ele está pronto para nos dar conforme a nossa fé.


É preciso seguir o exemplo desses cegos: Seguir Jesus, clamando sem jamais desanimar. Manifestar-lhe nossas necessidades. Proclamar nossa fé em seu poder. E, com confiança, acolher a graça. Confie em Deus e sua família será salva.

É pela graça de Deus, e somente por ela, que você manterá seguro o seu lar. Confie! Quando confiamos não nos deixamos desanimar. A fé nos leva a esperar e insistir na bondade de Deus que não nos abandonará. Toda vez que invocamos o socorro de Deus Ele aumenta a nossa força. Mas essa força só cresce à medida que rezamos.

Não desista diante da dificuldade de rezar

Meu amigo, minha amiga, não enfrentemos este mundo perigoso sem a oração. Mesmo que tenha dificuldades de rezar, insista, persevere! Se não rezamos, nos tornamos refratários às bênçãos de Deus, e deixamos de receber a força de que precisamos para enfrentar um dia após outro.

Quando deixamos de lado a oração, logo sentimos as consequências. A tentação vem, e não estamos preparados para enfrentá-la. Caímos. Sentimo-nos culpados. E, por isso, passamos a fugir de Deus.

Se Jesus, o poderoso Filho de Deus, sentia necessidade de se levantar antes do amanhecer para derramar todas as suas necessidades diante do Pai, o que dizer de nós? Nós devemos orar a Jesus, que é o doador de toda boa dádiva e que nos prometeu tudo o que é necessário para o nosso bem e o de nossa família.

Não há limites para as maravilhas que se manifestam na vida de uma pessoa que reza. Mas de uma coisa temos certeza: a vida sem oração é uma vida sem força e desprotegida.

Então, coragem! Lute pelo seu lar ao lado de Deus. Recorra a Ele muitas vezes. Ele não decepcionará você. Faça como esses cegos: insista até conseguir sua resposta.

Diante dos problemas que você enfrenta pessoalmente – em seu matrimônio, em sua família; em vista dessa situação que levou você a suplicar a ajuda do Senhor, Jesus lhe pergunta: "Acreditais mesmo? Acreditais que eu realmente posso fazer isso?"

Dê-lhe sua resposta. Diga-lhe: Sim, Senhor, eu confio totalmente que o Senhor pode isso e muito mais. Não desista, que tudo vai dar certo!


Márcio Mendes

Nascido em Brasília, em 1974, Márcio Mendes é casado e pai de dois filhos. Ex-cadete da Academia da Força Área Brasileira, Mendes é missionário da Comunidade Canção Nova, desde 1994, onde atua em áreas ligadas à comunicação. Teólogo, é autor de vários livros, dentre eles '30 minutos para mudar o seu dia', um poderoso instrumento de Deus na vida de centenas de milhares de pessoas.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/casamento/casais-buscai-o-socorro-de-jesus-para-o-vosso-matrimonio/