27 de maio de 2019

Inveja, a mediocridade do ser humano

"Quando um homem está envolvido em si mesmo, ele se torna um pacote muito pequeno" (John Ruskin).

A inveja é um sentimento tão medíocre, que se torna difícil de ser digerido. Esse sentimento, que é desencadeado pela desigualdade, é capaz de corroer a alma do invejoso. E o pior é que este ser humano fica tão envolvido com tal sentimento, que se sente incapaz de perceber tamanha destruição em sua própria vida.

Percebe-se, de forma bem nítida, que a inveja advém do apego às coisas materiais, do desejo de obter o que o outro possui, tanto em se tratando de posses quanto de virtudes.

Inveja, a mediocridade do ser humano

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

A inveja é algo que não só faz mal ao outro, mas, principalmente, àquele que a sente

Observa-se que a inveja é um sentimento tão perverso, que é como se fosse uma sede insaciável, o que faz obscurecer por completo a vida do invejoso, impedindo-o de se desenvolver e/ou crescer. E isso se deve ao fato de que, simplesmente, o invejoso vive em prol da vida alheia, esquecendo-se de cuidar de sua própria vida, vivendo em função da vida do outro.

De fato, é triste perceber que há pessoas que funcionam como verdadeiros "guardas", de olho vivo na vida alheia. Mais triste ainda é lembrar que enquanto este ser humano pernicioso se preocupar com a vida do outro, sua própria vida fica estagnada, com tendência, a curto prazo, a ser conduzida a um verdadeiro caos.

Já é sabido por todos que o invejoso passa mal, chegando até a adoecer, quando alguém de seu convívio começa a brilhar; assim, utiliza de estratégias mesquinhas, tecendo fofocas, tentando minar, derrubar e até destruir o outro. Mas o que se observa é que quem é derrubado e destruído é o próprio invejoso, uma vez que a inveja tem a tendência de corroer e de autodestruir, levando o indivíduo ao extermínio de si mesmo.

A inveja deveria ser repugnante, pois carrega consigo a tristeza, a melancolia, o egoísmo, a dor e o ódio

Mesmo ciente desses fatos, é triste e lamentável saber que convivemos com o invejoso, que ele está bem pertinho da gente, mas nós não o percebemos. Desconhecemos tal pessoa, talvez por não comungarmos desse mesmo sentimento destruidor ou por não querer acreditar que este ou aquele ser humano seja tão pernicioso a ponto de se tornar "jagunço" de nossas próprias vidas. Um dia, a máscara cai nitidamente e, de forma inesperada, tal sentimento aflora com mais força, deixando-se transparecer de modo claro através do sentimento de ira, mágoa e de outros que nem precisamos citar.

Somado a isso, interessante notar que, antes desse fato ser consumado, convivemos e comungamos muito de nossa vida com o invejoso, confidenciando fatos, dialogando sobre nossa vida pessoal e profissional, partilhando de tudo um pouco. Mas eis que, em um dado momento, vem a decepção, quando a máscara cai e tudo vem à tona. Assim, dói mais o fato de conceber tal pessoa como invejosa do que a própria reação de inveja, uma vez que aquela pessoa era estimada e querida.

O invejoso quer que o outro não tenha o que ele deseja. Ridículo, não?

Vê-se, portanto, que o invejoso não luta para melhorar, para se desenvolver, pois a ele interessa ficar de plantão no que o outro possui; seu objetivo é a destruição, uma vez que ele deseja e não os tem. A atitude do invejoso exige que ele assista a própria vida de camarote, sendo um mero expectador. Dessa forma, não faz acontecer nem age em prol de sua própria vida, mas em função da vida alheia.

É de se observar que o invejoso é tão ganancioso no que o outro tem e/ou é que fica cego diante dos valores, virtudes e princípios que deveria ter, preocupando-se em demasia em assumir seu papel de perversidade diante do outro, esquivando-se a todo custo da amizade e consideração para com ele.

É importante ressaltar que o invejoso parece carregado de desgostos, altamente descontente com a própria vida, cheio de angústias e totalmente revoltado, inalando egoísmo. Deixa de viver, tornando-se intragável em meio ao seu convívio, uma vez que não conspira o bem para ninguém. Não sabe compartilhar nem se alegrar com os demais, além das reações monstruosas que o fazem até mudar de cor quando age.


Uma autorreflexão sobre si

Finalmente, o invejoso, essa triste figura digna até mesmo de dó, necessita se enxergar antes de tudo, reconhecendo a mediocridade que é ou foi sua vida com atos e sentimentos estéreis , como se fosse a um palco onde tivesse representado uma peça vazia de conteúdo, sem qualquer brilho.

É imperativo tal autocrítica, pois só a partir de então, se assim o quiser, deverá arregaçar as mangas e lutar em prol de uma vida melhor, conscientizando-se de que se continuar tendo inveja do outro, ficará estagnado, correndo o risco de não crescer, morrendo com o próprio veneno.

sobre o autor:
Marizete Furbino, com formação em Pedagogia e Administração pela UNILESTE-MG, especialização em Empreendedorismo, Marketing e Finanças pela UNILESTE-MG.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/inveja-mediocridade-ser-humano/

20 de maio de 2019

Não perca o encanto pela vida

Viver é uma aventura, e, diga-se de passagem, uma aventura muito bela! Descobrem a beleza da vida as almas que nunca perdem o encanto e a ternura diante de cada novo dia e de cada nova experiência.

Enche-se de leveza e alegria o coração que nunca perde a novidade e que enfrenta as realidades, a cada dia, como se tudo fosse novo, encantando-se diante da criação e diante da beleza presente nos detalhes do existir. Ao contrário, quem perdeu o encanto com a vida e a enxerga com ares de "hora extra", acreditando já ter contemplado tudo o que ela tem a oferecer, acaba por conceber a existência como um peso, como realidade opaca e destituída de significado.

Não perca o encanto pela vida

Foto ilustrativa: Andréia Britta/cancaonova.com

Não deixemos as dores tirarem o nosso encanto pela vida

Uma das piores coisas do mundo, pior até que "dor de dente", é conviver com alguém que se cansou de viver, que vê a vida de maneira distorcida e negativa em virtude das marcas que o passado lhe acrescentou. Quem fica com os olhos fixados no passado torna-se incapaz de ver o presente. E quem não o vê está morto. Não existe maior expressão de morte para alguém do que deixar de enxergar o mundo e o presente como se fosse a primeira vez.

Que as dores que vivemos não nos roubem o olhar de esperança diante de cada situação.

Nosso presente é o presente que Deus nos entrega, e cabe a nós, com o auxílio e a graça d'Ele, reconstruir, no hoje, as belas e originais ilustrações e formas de nossa história.

Fomos criados para a felicidade, independentemente do nosso passado e das dores que vivenciamos. Ser feliz não é viver sem sofrimentos, mas é saber crescer com eles, não permitindo que eles nos aprisionem.

Não existe realização sem luta e desafio. Quem luta por sua felicidade já a alcançou, é apenas uma questão de tempo. É possível ser feliz no hoje. A felicidade é sempre uma real possibilidade, depende apenas da forma como enxergamos a vida.


Nunca desista de lutar pela vida e por seus sonhos, saiba que você é muito mais do que seu passado e suas escolhas erradas. Creia que hoje, agora, é o momento ideal para ser feliz!

Equipe de colunistas do Formação


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/nao-perca-o-encanto-pela-vida/

17 de maio de 2019

Casais, buscai o socorro de Jesus para o vosso matrimônio

Partindo Jesus dali, dois cegos o seguiram, gritando: "Tem compaixão de nós, filho de Davi!" Quando entrou em casa, os cegos se aproximaram dele e Jesus lhes perguntou: "Acreditais que eu posso fazer isso?" Eles responderam: "Sim, Senhor". Então, tocou nos olhos deles, dizendo: "Faça-se conforme a vossa fé". E os olhos deles se abriram. Jesus os advertiu: "Tomai cuidado para que ninguém fique sabendo". Mas eles saíram e espalharam sua fama por toda aquela região. (Mt 9,27-31)

Aqui está a pergunta que Jesus quer fazer a cada marido e a cada esposa que, descobrindo a própria cegueira, foram buscar em Deus o socorro para o seu matrimônio: "Acreditais que eu posso fazer isso?". Veja que interessante! O Evangelho não diz se esses cegos eram dois homens ou um homem e uma mulher. Aliás, nada impede que se tratasse de marido e mulher.

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Foto Ilustrativa: Andréia Britta/cancaonova.com

O que a Palavra de Deus faz questão de enfatizar é que os dois reconheceram a própria cegueira, viram-se necessitados de ajuda e, de comum acordo, unidos num só coração, ambos apresentaram diante de Deus sua causa humanamente impossível de ser resolvida.

A coisa, no entanto, não foi tão simples quanto parece. São Mateus dá a entender que eles não foram imediatamente atendidos. Já vinham insistindo por um bom tempo. Tanto que começaram a gritar. Rezavam. Choravam. Pediam. Independentemente do quanto clamavam, a resposta não vinha. Eles eram cegos, e Jesus parecia surdo, mas nem isso fez com que eles desistissem da graça que precisavam alcançar.

Casais, sejam perseverantes

O segredo desses dois consiste precisamente em não desistirem quando nada parecia favorecê-los. Quando tudo o que resta a um casal é esperar contra toda esperança, e prosseguir mesmo sem nenhuma certeza de sucesso, essa perseverança torna-se um raio que sobe da terra e atinge em cheio o coração de Deus.

Não foi fácil. Correndo as páginas dos Evangelhos, poucos milagres parecem ter sido tão difíceis de alcançar como este. Jesus, além de não lhes dar nenhuma resposta, apressa o passo como se quisesse fugir deles. E quanto mais parece escapar, mais os dois cegos o perseguem com gritos e súplicas. Essa insistência deve ter durado vários dias, o que mostra o quanto os dois estavam convictos do que precisavam. Nada foi capaz de os deter. Ninguém pôde fazê-los mudar de ideia, nem mesmo seus pensamentos e sentimentos negativos os desanimaram. Eles sabiam que só Jesus – e mais ninguém – poderia tirá-los daquele túnel escuro e lhes dar a chance de começar uma vida nova. Então, jogaram-se de cabeça.

Dispostos a perseguir o Senhor até o fim do mundo, cercaram-no, quando Ele entrou em casa para descansar. Depois que eles se acalmaram, Jesus lhes perguntou se eles tinham certeza daquilo que vinham gritando na frente de todo mundo. Queria saber se eles acreditavam, de coração, no que já haviam confessado com a boca: "Acreditais que eu posso fazer isso?".

Duas palavras bastaram para responder: "Sim, Senhor". Curtos e diretos, afirmaram sem hesitar, sem desconfianças. Em menos de meio segundo, disseram tudo o que podia ser dito. E Jesus se rendeu.

O poder da oração

A oração é a força dos homens e a fraqueza de Deus. A oração pode salvar uma vida, pode resgatar um lar, reconstruir um casamento arruinado. E para que ninguém ponha isso em dúvida, Jesus respondeu: "Faça-se conforme a vossa fé". No mesmo instante, os dois receberam algo grandioso, impossível de se obter por vias naturais, eles conseguiram o que somente a grande fé poderia alcançar: um milagre.

O que aconteceria se Jesus pronunciasse sobre mim essa mesma determinação: "Faça-se conforme a tua fé". Eu confio ao ponto de obter essa graça? Podemos notar que a fé alcançou a graça quando a pessoa já tiver a certeza de que foi atendida. Isso mesmo. Em seu coração, forma-se a certeza de que Deus já concedeu a resposta ao seu pedido.

Jamais deveríamos esquecer que nenhuma circunstância terrena pode impedir o cumprimento da Palavra de Deus. Isso se nos firmarmos no fato de que Deus não volta atrás em suas promessas. Ele mesmo é a garantia de tudo o que nos assegurou. O problema é que fomos educados para duvidar, desacreditar, desconfiar. Fomos educados para a incerteza por causa deste mundo que está sempre mudando. Deus quer que confiemos na sua Palavra sem buscar outras garantias. E então Ele está pronto para nos dar conforme a nossa fé.


É preciso seguir o exemplo desses cegos: Seguir Jesus, clamando sem jamais desanimar. Manifestar-lhe nossas necessidades. Proclamar nossa fé em seu poder. E, com confiança, acolher a graça. Confie em Deus e sua família será salva.

É pela graça de Deus, e somente por ela, que você manterá seguro o seu lar. Confie! Quando confiamos não nos deixamos desanimar. A fé nos leva a esperar e insistir na bondade de Deus que não nos abandonará. Toda vez que invocamos o socorro de Deus Ele aumenta a nossa força. Mas essa força só cresce à medida que rezamos.

Não desista diante da dificuldade de rezar

Meu amigo, minha amiga, não enfrentemos este mundo perigoso sem a oração. Mesmo que tenha dificuldades de rezar, insista, persevere! Se não rezamos, nos tornamos refratários às bênçãos de Deus, e deixamos de receber a força de que precisamos para enfrentar um dia após outro.

Quando deixamos de lado a oração, logo sentimos as consequências. A tentação vem, e não estamos preparados para enfrentá-la. Caímos. Sentimo-nos culpados. E, por isso, passamos a fugir de Deus.

Se Jesus, o poderoso Filho de Deus, sentia necessidade de se levantar antes do amanhecer para derramar todas as suas necessidades diante do Pai, o que dizer de nós? Nós devemos orar a Jesus, que é o doador de toda boa dádiva e que nos prometeu tudo o que é necessário para o nosso bem e o de nossa família.

Não há limites para as maravilhas que se manifestam na vida de uma pessoa que reza. Mas de uma coisa temos certeza: a vida sem oração é uma vida sem força e desprotegida.

Então, coragem! Lute pelo seu lar ao lado de Deus. Recorra a Ele muitas vezes. Ele não decepcionará você. Faça como esses cegos: insista até conseguir sua resposta.

Diante dos problemas que você enfrenta pessoalmente – em seu matrimônio, em sua família; em vista dessa situação que levou você a suplicar a ajuda do Senhor, Jesus lhe pergunta: "Acreditais mesmo? Acreditais que eu realmente posso fazer isso?"

Dê-lhe sua resposta. Diga-lhe: Sim, Senhor, eu confio totalmente que o Senhor pode isso e muito mais. Não desista, que tudo vai dar certo!


Márcio Mendes

Nascido em Brasília, em 1974, Márcio Mendes é casado e pai de dois filhos. Ex-cadete da Academia da Força Área Brasileira, Mendes é missionário da Comunidade Canção Nova, desde 1994, onde atua em áreas ligadas à comunicação. Teólogo, é autor de vários livros, dentre eles '30 minutos para mudar o seu dia', um poderoso instrumento de Deus na vida de centenas de milhares de pessoas.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/casamento/casais-buscai-o-socorro-de-jesus-para-o-vosso-matrimonio/

15 de maio de 2019

A família foi criada por Deus para ser a base da sociedade

O Dia Internacional da Família, 15 de maio, é uma boa oportunidade para lembrarmos da importância fundamental da família para a vida de cada pessoa e da sociedade. A família é sagrada, porque foi criada por Deus para ser a base de toda a sociedade. Ninguém jamais destruirá sua força, por ser ela uma instituição divina.

O Concílio Vaticano II chamou a família de "Igreja doméstica" (LG, 11), onde Deus reside e é reconhecido, amado, adorado e servido; e ensinou que "a salvação da pessoa e da sociedade humana estão intimamente ligadas à condição feliz da comunidade conjugal e familiar" (GS,47).

A família foi criada por Deus para ser a base da sociedade

Foto ilustrativa: Andréia Britta/cancaonova.com

A família é o projeto base de Deus para uma sociedade completa

São João Paulo II chamou a família de "Santuário da vida" (Carta às Famílias,11) e "patrimônio da humanidade" (LG,11). Ele disse: "A família é uma comunidade insubstituível por qualquer outra". Jesus habita com a família cristã, nascida no Sacramento do Matrimônio; Sua presença, nas Bodas de Caná da Galileia, significa que o Senhor quer estar no meio da família, ajudando-a a vencer todos os seus desafios.

Imagem e semelhança

Desde que Deus desejou criar o homem e a mulher à Sua imagem e semelhança (Gen 1,26), Ele os quis em família. Tal qual o próprio Deus, que é uma família em três Pessoas Divinas, assim também, o homem, criado à imagem do seu Criador, deveria viver em uma família,  em uma comunidade de amor, já que 'Deus é amor' (1 Jo 4,8) e o homem lhe é semelhante.

A família é o eixo da humanidade, a sua célula mater é a sua pedra angular. O futuro da sociedade e da Igreja passam inexoravelmente por ela. É ali que os filhos e os pais devem ser felizes. Quem não experimentou o amor no seio do lar terá dificuldade para conhecê-lo fora dele.

A família é a comunidade na qual, desde a infância, os filhos podem assimilar os valores morais, em que pode começar a honrar a Deus e usar corretamente da liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade (cf. CIC 2207). Depois de ter criado a mulher da costela do homem (Gen 1, 21), Deus a levou para ele. Este, ao vê-la, suspirou de alegria: "Eis agora aqui, disse o homem, o osso dos meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher" (Gen 1,23). Após essa declaração de amor tão profunda – a primeira na história da humanidade –, Deus mostra-lhes, então, toda a profundidade da vida conjugal: "Por isso, o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir a sua mulher; e já não são mais que uma só carne" (Gen 1,24).

A família é sagrada

Deus lhes disse: "Crescei e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a" (Gen 1,28). Por isso, a única e verdadeira família, segundo a vontade de Deus, é aquela fruto da união matrimonial de um homem com uma mulher. Não existe outro tipo de família no plano de Deus.

Esse é o desígnio de Deus para o homem e para a mulher, juntos, em família: crescer, multiplicar, encher a terra, submetê-la. E, para isso, Deus deu ao homem a inteligência para projetar e as mãos para construir o seu projeto. O Senhor vive no lar nascido de um matrimônio. Nessas palavras de Deus – "crescei e multiplicai-vos" – encerra-se todo o sentido da vida conjugal e familiar. Dessa forma, Deus constituiu a família humana a partir do casal, para durar para sempre, por isso, A FAMÍLIA É SAGRADA!

Vemos aí, também, a dignidade baseada no amor mútuo, que leva o homem e a mulher a deixarem a própria casa paterna, para se dedicarem um ao outro totalmente. Esse amor é tão profundo, que dos dois se faz uma só carne, para que possam juntos realizar um grande projeto comum: a família.

União

Daí, podemos ver que sem o matrimônio, forte e santo, indissolúvel e fiel, não é possível termos uma família forte e santa, segundo o desejo do coração de Deus. Tudo isso mostra como o Senhor está implicado nesta união absoluta do homem com a mulher, de onde surgirá, então, a família. Por isso, não há poder humano que possa eliminar a presença de Deus no matrimônio e na família. Deus vive no lar nascido de um matrimônio, e a Virgem Maria também.

Isso nos faz entender que, a celebração do sacramento do matrimônio, é a garantia da presença de Jesus no lar ali nascente. Como é doloroso perceber, hoje, que muitos jovens, nascidos em famílias católicas, já não valorizam mais esse sacramento e acham, por ignorância religiosa, que já não é importante subir ao altar para começar uma família!

Toda essa reflexão nos leva a concluir que, cada homem e cada mulher, que deixam o pai e a mãe para se unirem em matrimônio e constituir uma nova família não o podem fazer levianamente, mas devem o fazer somente por um autêntico amor, que não é uma entrega passageira, mas uma doação definitiva, absoluta, total, até a morte.


Marcada pelo sinete divino, a família, em todos os povos, atravessou todos os tempos e chegou inteira até nós, no século XXI. Só uma instituição de Deus tem essa força. Cristo entrou na nossa história pela família; fez o primeiro milagre numa festa de casamento e viveu 30 anos numa família. O Concilio Vaticano II disse: "Se é certo que Cristo 'revela plenamente o homem a si mesmo', faz através da família onde escolheu nascer e crescer" (GS,2). "Desta maneira, a família constitui o fundamento da sociedade" (GS,52). "A salvação da pessoa e da sociedade humana está intimamente ligada à condição feliz da comunidade conjugal e familiar" (GS,47).

Papa João Paulo II

O Papa São João Paulo II dizia: "A família é o âmbito privilegiado para fazer crescer todas as potencialidades pessoais e sociais que o homem leva inscritas no seu ser".

São João Paulo II disse: "Em torno da família se trava, hoje, o combate fundamental da dignidade do homem" (FC,18). Há uma ameaça tremenda contra a família: aborto, ideologia de gênero, divórcios, casamentos de pessoas do mesmo sexo, drogas, adultérios, inseminação artificial, e toda uma campanha internacional contra a família, o casamento e a maternidade.

Quando a família é destruída, os filhos sofrem, e muitos deles se encaminham para a criminalidade. Por isso, se a família – segundo a vontade de Deus – for destruída, então, a sociedade sofrerá suas consequências. Todos os cristãos são obrigados a lutar pela preservação da família segundo o coração de Deus.


Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/familia-foi-criada-por-deus-para-ser-base-da-sociedade/

13 de maio de 2019

Existe sabedoria no silêncio?

Sócrates, o sábio filósofo grego, dizia que a eloquência é, muitas vezes, uma maneira de exaltar falsamente o que é pequeno e diminuir o que é, de fato, grande. A palavra pode ser mal-usada, mascarada e empregada para a dissimulação. É por isso que os sábios sempre ensinaram que só devemos falar alguma coisa "quando as nossas palavras forem mais valiosas que o nosso silêncio". A razão é simples: nossas palavras têm poder para construir ou para destruir. Elas podem gerar a paz, a concórdia, o conforto, o consolo, mas podem também gerar ódio, ressentimento, angústia, tristeza e muito mais. "Mesmo o estulto, quando se cala, passa por sábio, por inteligente, aquele que fecha os lábios" (Pr 17,28). O silêncio é valioso, sobretudo quando estamos em uma situação difícil, quando é preciso mais ouvir do que falar, mais pensar do que agir, mais meditar do que correr.

Existe sabedoria no silêncio?

Foto ilustrativa: Andréia Britta/cancaonova.com

Tanto a palavra quanto o silêncio revelam o nosso ser, a nossa alma, aquilo que vai dentro de nós. Jesus disse que "a boca fala daquilo que está cheio o coração" (cf. Lc 6,45). Basta conversar por alguns minutos com uma pessoa que podemos conhecer o seu interior revelado em suas palavras; daí a importância de saber ouvir o outro com paciência para poder conhecer de verdade a sua alma. Sem isso, corremos o risco de rotular rapidamente a pessoa com adjetivos negativos.

A palavra tem poder, mas, às vezes, o silêncio é a melhor opção!

Sabemos que as palavras são mais poderosas que os canhões, pois provocam revoluções, conversões e muitas outras mudanças. A Bíblia, muitas vezes, chama a nossa atenção para a força das nossas palavras. "Quem é atento à palavra encontra a felicidade" (Eclo 16,20). "O coração do sábio faz sua boca sensata e seus lábios ricos em experiência" (Eclo 16,23). "O homem pervertido semeia discórdias, e o difamador divide os amigos" (Eclo 16,28). "A alegria de um homem está na resposta de sua boca, e que bom é uma resposta oportuna!" (Pr 15,23).

Quanta discórdia existe nas famílias e nas comunidades por causa da fofoca, das calúnias, injúrias e maledicências! É preciso aprender que quando errarmos por nossas palavras, quando elas ferirem, injustamente, o irmão, teremos de ter a coragem sagrada de ir até ele pedir perdão. Jesus ensina que seremos julgados por nossas palavras: "Eu vos digo: no dia do juízo, os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás justificado ou condenado" (Mt 12,36).

Nossas palavras devem sempre ser "boas", isto é, sempre gerar o bem-estar, a edificação da alma, o consolo do coração; a correção necessária com caridade. Se não for assim, é melhor se calar. São Paulo tem um ensinamento preciso sobre quando e como usar a preciosidade desse dom que Deus nos deu, que é a palavra: "Nenhuma palavra má saia da vossa boca, mas só a que for útil para a edificação, sempre que for possível, e benfazeja aos que ouvem" (Ef 4,29).

Erramos muito com nossas palavras, mas por quê?

Em primeiro lugar, porque somos orgulhosos, queremos logo "ter a palavra" na frente dos outros. Mal entendemos o problema ou o assunto e já queremos dar a nossa opinião, a qual, muitas vezes, é vazia, insensata, porque imatura e irrefletida. Outras vezes, erramos, porque as pronunciamos com o sangue quente, quando a alma está agitada. Nessa hora, a grandeza da alma está em se calar, em conter a fúria, em dominar o ego ferido e buscar a fortaleza no silêncio.


Fale com sinceridade, reaja com bom senso e sem exaltação e sem raiva, expresse sua opinião com cautela, depois que entender bem o que está em discussão. Muitas vezes, nos debates, estamos cansados de ver tanta gente falando e poucos dispostos a ouvir. Os grandes homens são aqueles que abrem a boca quando os outros já não têm mais o que dizer. Mas, para isso, é preciso muito exercício de vontade; é preciso da graça de Deus porque a nossa natureza sozinha não se contém.

Deus nos fala no silêncio, quando a agitação da alma cessou; quando a brisa suave substitui a tempestade; quando a Sua palavra cala fundo na nossa alma; porque ela é "eficaz e capaz de discernir os pensamentos de nosso coração" (cf Hb 4,12).



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/existe-sabedoria-no-silencio/

10 de maio de 2019

Por que servir mais?

O compromisso de partilhar o dom da vida, dádiva sagrada de Deus, é o horizonte para responder a esta questão: "por que servir mais?". A medida dessa oferta se alarga, sem limites, para o cristão na incansável missão de contribuir para a edificação de uma sociedade fraterna e solidária. Temos, assim, um longo caminho a percorrer, de diálogos e reflexões, no interno da Igreja e da Igreja com a sociedade, juntamente  com os irmãos bispos, que me confiaram a missão de presidir a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e com o apoio do povo de Deus. O exemplo é sempre Jesus Cristo, que entrega Sua vida para que todos tenham vida, e não dispensa Seus discípulos de se dedicarem a fazer o bem. O grande desafio: o Seu seguimento.

O porquê dessa pergunta – "por que servir mais?" – se desdobra, ainda, em outro questionamento: "Para que servir mais?". As urgências da vida, que é dom, exigem providências, respostas, e as comodidades não podem adiá-las. Indicam que o bem, a verdade, a justiça e o amor não podem esperar o amanhã. É preciso logo encontrar as respostas, se comprometer. Ter a necessária disposição para enfrentar sacrifícios, o que exige abrir mão das vaidades, e coragem para além de todo medo, por saber a dimensão do desafio que se apresenta.

Por que servir mais?

Dom Walmor. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

É preciso trabalhar para a recomposição dos tecidos esgarçados dos relacionamentos e dos funcionamentos da sociedade, em razão das grandes mudanças e das polarizações, para encontrarmos o caminho do respeito, sobretudo, da fidelidade aos valores do Evangelho. E sem as generosidades, sem a presença incondicional e plena, os projetos e as instituições não se sustentam e nem se impulsionam.

A missão de servir

Sobretudo, quando a busca é qualificar as condições de servir e de promover a existência de todos, com especial e urgente atenção aos mais pobres, às vítimas das indiferenças e das violências – tudo o que a vida, dom sagrado, exige para "ontem".

No horizonte dessas urgências, a cultura contemporânea submerge numa avalanche de complexas mudanças, com essa preocupante configuração de polarizações e extremismos. Realidade que mostra a falta de clarividência, gerando até exigências de tratamento criminal para as incivilidades e desrespeitos à sacralidade da vida. Assim, conjugando-se mediocridade e comodidade, arrisca-se a desistir da missão de servir.

Por razão de fé e cidadania, a comodidade e a indiferença não devem prevalecer sobre as necessidades da vida, que não pode perder a sua inteireza. Torna-se urgente servir mais, oferecer o que se pode a mais, incluir sacrifícios, elevando a altos níveis o altruísmo, que não pode faltar no coração de cada pessoa. A vida só alcança a qualidade de dom, na medida em que esse dom é vivido como oportunidade de servir e ser operário de uma construção social, política, cultural e religiosa, sobre os alicerces da verdade, justiça e do amor.

Põe-se, aqui, relevante questão ética no sentido de balizar ações, conceitos e suas consequências: a responsabilidade de cada indivíduo ante a seriedade de suas posições, escolhas e pronunciamentos, pois a complexidade do momento pode gerar medos e acovardar posturas. Quando se decide por "servir mais" é imprescindível pensar, corajosamente, sobre a oportunidade de se trabalhar por um novo momento civilizatório, considerando a importância de uma ampla reconstrução sócio-cultural-antropológica.

Urge, pois, a configuração de um novo momento. Esse é possível! Requer coerência e destemor, ancorados na fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo, numa vida com força testemunhal e irretocável credibilidade, avançando na direção do bem e da verdade. Presidir a CNBB é uma missão especial, pois somos bispos, chamados por Jesus Cristo, para ajudar a humanidade a se abrir ao amor de Deus. Nosso compromisso é servir sempre mais. Vale relembrar das palavras de São Martinho de Tours: "Se precisam de mim, não recuso trabalho".



Dom Walmor Oliveira de Azevedo

O Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana. Atual membro da Congregação para a Doutrina da Fé e da Congregação para as Igrejas Orientais. No Brasil, é bispo referencial para os fiéis católicos de Rito Oriental. http://www.arquidiocesebh.org.br


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/por-que-servir-mais/

8 de maio de 2019

O que a Igreja Católica afirma sobre o inferno?

Um estado de autoexclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados. Essa é a definição de inferno que o Catecismo da Igreja Católica apresenta no número 1033. Tratar sobre alguns assuntos pode gerar as mais variadas reações no interior de cada pessoa, assim é o tema sobre o inferno.

Algumas pessoas não gostam de falar de inferno por medo, por desacreditar, por desconhecer ou até mesmo por pensar na possibilidade de ir para lá. Porém, a Igreja nunca deixou de ter frente aos olhos e de exortar os seus fiéis sobre a doutrina do inferno.

O que a Igreja Católica afirma sobre o Inferno?

Foto ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com

Na própria Bíblia, nas palavras de Jesus, encontram-se várias passagens em que o Senhor faz alusão ao inferno, e múltiplos adjetivos são dados para essa realidade, tais como: "Geena", "Fogo que não se apaga", "Fogo eterno" e "fornalha ardente". No Evangelho de Mateus 13,41, quando Jesus vai falar sobre a parábola do Joio, Ele afirma: "Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniquidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes". O Senhor Jesus deixou bem claro, em muitos momentos, que essa é uma condição de afastamento, distanciamento, cheio de sofrimentos reservado para aqueles que realizaram escândalos e viveram na iniquidade.

O ensino da Igreja sobre o inferno

Quando a Igreja trata sobre o inferno, ela, como Mãe, quer chamar os seus filhos à responsabilidade que devem ter em relação a sua liberdade, dom dado por Deus. Cada pessoa deve cuidar para não transformar tal dom em motivo de perdição, mas o usar em função do seu destino eterno na bem-aventurança.

Realiza-se também um apelo à conversão, adesão à vida nova encontrada não no afastamento, mas na proximidade de Cristo. O Catecismo ainda nos alerta que, como não sabemos nem o dia nem a hora, vigiemos para não sermos pegos de surpresa, equiparados a servos maus e preguiçosos para os quais estão destinados ao fogo eterno (cf. CIC 1036).

A soma de uma aversão livre e voluntária a Deus, fruto da adesão ao pecado grave e nesta escolha permanecer até o fim da vida resulta na pena eterna do inferno. É o pecado grave que é a causa do afastamento definitivo de Deus. Com essa afirmação, a Igreja deixa claro que Deus não destina ninguém para o castigo eterno, mas pelo contrário, ela dá ao seu povo os meios capazes de leva-los aos céu, a Igreja dispõe dos Sacramentos, principalmente do sacramento da reconciliação.

Cristo e o Inferno

Encontra-se no Credo que é professado solenemente que Cristo foi crucificado, morto e sepultado, desceu aos infernos e ressuscitou ao terceiro dia. A tradição da Igreja reza que, naquele dia, um grande silêncio reinou sobre a terra devido à ausência de Cristo. A firmação "Jesus desceu à mansão dos mortos" quer expressar que Jesus, realmente, morreu, e por sua morte venceu a morte e o Diabo, o dominador da morte. A tradição da Igreja reza ainda que, na descida à mansão dos mortos, Cristo primeiro procurou Adão, o nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Deus vai em busca de Adão e Eva que estavam mortos, perdidos pelo pecado. Esse é o primeiro sinal de que o desejo de Deus é que ninguém fique preso a morte, mas seja resgatado do pecado por Cristo.


É quase que impossível pensar em inferno e não imaginar o mistério do juízo final. O teólogo Hans Urs von Balthasar, apresenta, em seu tratado sobre o inferno, que a responsabilidade é individual de cada pessoa, frente ao tribunal de Deus. Porém, ele ainda traz a novidade do Novo Testamento que está apresentado nos evangelhos: "Quem não está comigo, está contra mim" (cf. Lc 11,23); "Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras nesta geração adúltera e pecadora, o Filho do homem se envergonhará dele quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos" (cf. Mc 8,38).

Ainda no Evangelho de São João, a divisão entre Cristo, que é luz, e a sua separação, que é trevas, ou seja, a negação de Cristo. Contudo, a solução para esse cisma está no amor, sim no mandamento do amor: amar a Deus obre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. Somente o amor é digno de fé, já dizia von Balthasar, ele nos livra da condenação ao inferno e, ao mesmo tempo, de fazermos de Deus um mentiroso.

O que esperar?

Finalizo este artigo com o desejo de expor ainda inúmeras coisas, mas deixo a reflexão: "O que podemos esperar?". No tratado de von Balthasar, encontra-se uma afirmação que "a virtude da esperança leva consigo a própria certeza". É por isso que cada cristão deve ter a certeza de que vem com a esperança, pois a esperança cristã não está em coisas ou situações, mas na pessoa de Cristo, que foi até a mansão dos mortos para dar-nos a vida.

São Boaventura nos deixa um valioso ensinamento, não algo vago ou jogado ao vento, mas baseado em uma vida reta, e anos de luta pela santidade: "Ainda não sei ao certo se terei amor até o final, mas uma coisa eu sei: que o amor e os méritos que presumo ter me conduzirão com toda segurança a vida eterna".



Fábio Nunes

Francisco Fábio Nunes
Natural de Fortaleza (CE), é missionário da Comunidade Canção Nova e candidato às Ordens Sacras. Licenciado em Filosofia pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP), Fábio Nunes é também Bacharelando em Teologia pela Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP) . Atua no Departamento de Internet da Canção Nova, no Santuário do Pai das Misericórdias e nos Confessionários.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/o-que-igreja-catolica-afirma-sobre-o-inferno/