24 de janeiro de 2019

Como escolher a melhor escola para os filhos

É importante que os pais discutam entre si e planejem o futuro do filho

Piscina de bolinha, fazendinha, árvores, massinha, cozinha experimental, parques, ateliê, biblioteca, sala de informática, auditório, viagens de estudo… Ufa! Que demora para chegar ao livro, ao caderno, ao lápis, à leitura, à tabuada, à cópia e ao rascunho, ao mapa e às contas; e se for preciso, à caligrafia… Mas chegou!

Está sendo muito comum observar, nos espaços escolares, um esforço muito grande por parte dos diretores e professores para suprir as exigências do mercado e oferecer um ambiente que satisfaça as necessidades dos alunos, os quais deveriam estar nas mãos do Estado, da família, e não somente do ambiente escolar.

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Foto Ilustrativa: Skynesher by Getty Images

Por não encontrar parques e praças adequadas, os alunos que vivem "apartamentados" motivam seus pais a procurarem escolas com ambientes mais lúdicos, cuja proposta de convivência esteja sustentada em relacionamentos sustentáveis. Os pais, em sua maioria, trabalham assumindo cargas horárias pesadas, enfrentam um trânsito difícil, que os impedem de estar em casa na hora das refeições; também os cuidados com as atividades domésticas deixam pouco tempo para brincar com as crianças ou até mesmo para fazer companhia aos adolescentes que moram em um mesmo ambiente.

O corpo que nasceu para o movimento está cada vez mais acomodado em um sofá para o ver o tempo passar. Isso quando não está sobrevivendo, falando e sentindo sozinhos as aventuras dos vídeo-games. Portanto, faz-se necessário que a escola e a família demarquem o seu espaço, a sua função e o compromisso que gostariam que seus alunos e filhos tivessem com a sociedade e com ele mesmo. A partir daí, a escola deverá definir o seu Projeto Político Pedagógico, e as famílias precisam escolher a escola mais adequada para seus filhos.

Como escolher a escola certa para o seu filho?

É importante que os pais discutam entre si e planejem o futuro do filho. Precisam determinar se gostariam de ter filhos sensíveis, politizados, críticos, criativos, espiritualizados, responsáveis e organizados. Sendo assim, precisarão pesquisar escolas em que a projeto pedagógico contemple essas aspirações. Geralmente, são escolas que trabalham pedagogicamente os princípios sócio-interacionistas. Trata-se de um sistema aberto de ensino, que apesar de ter foco nos resultados, trabalha com projetos, o que permite ao aluno um jeito novo de aprender, considerando suas ideias, formas de pensar e de resolver problemas sem se distanciar do currículo formal da série em estudo.

Ao aluno é permitido fazer uma leitura de mundo a partir das suas experiências e dos conhecimentos já adquiridos e ampliados por ele nas mais diversas situações da sua vida. Geralmente, os alunos que estudam em instituições de ensino que contemplam tais comportamentos são falantes, participam de apresentações, desenvolvem liderança e recebem uma educação sócio-moral no seu dia a dia. Uma outra forma de desenvolvimento educacional para o filho são as escolas que trabalham com métodos, dentro de um sistema de ensino fechado, e que supervalorizam o conteúdo e a disciplina. A chamada escola conteudista-tradicional.


Geralmente, são escolas que não devolvem o valor necessário para a convivência, os trabalhos em equipe nem realizam ações pedagógicas que contemplem a criatividade e o senso crítico. Mas quando o assunto é escolher uma escola para o filho ficar ou sair, essa decisão envolve outras análises além dessas. É preciso fazer uma análise sobre a linha de espiritualidade da escola e a formação do corpo docente.

Pós e contras

São orientações pertinentes para que não haja um choque de realidade por parte dos alunos, restando a eles escolher a quem seguir. O seu filho não precisaria escolher o lado A ou B, mas, juntamente com a família e a escola, sentir-se apoiado e conduzido da forma mais harmônica possível. O turno em que seu filho vai estudar é importantíssimo, pois nem a criança nem o adolescente podem ser privados do sono. Principalmente os adolescentes deveriam estudar no turno vespertino, já que, geralmente, dormem mais tarde, o que é típico da idade.

Além dessas especificidades, as famílias têm de colocar, na ponta do lápis, os valores da mensalidade, a lista de material, o uniforme, os projetos de festas comemorativas da escola, a distância geográfica da escola para casa, o transporte escolar e o lanche diário.

Os filhos são muito importantes e é dever da família promover a educação deles, mas sabemos que uma casa não tem como gasto apenas a escola deles.

Então, a escolha não está apenas no campo da pedagogia, na estrutura física ou algo do tipo, mas também no valor financeiro desse grande investimento e da disposição da família em realizar suas aspirações na paz familiar, na assistência, no acompanhamento em casa, nas exigências adequadas à idade da criança e no cumprimento das regras estabelecidas. O reforço positivo por parte dos pais, durante a vida escolar do filho, é tão fundamental quanto deixar claro o que a família espera de um estudante.



Judinara Braz

Administradora de Empresa com Habilitação em Marketing.
Psicóloga especializada em Análise do Comportamento.
Autora do Livro "Sala de Aula, a vida como ela é."
Diretora Pedagógica da Escola João Paulo I – Feira de Santana (BA).


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/como-escolher-a-melhor-escola-para-os-filhos/

21 de janeiro de 2019

Existe um caminho para a reconciliação?

O que significa a reconciliação?

Pregar a reconciliação num mundo como o nosso, onde o rancor e a vingança vão ganhando espaço nos corações, é uma grande e difícil tarefa. Na maioria das vezes, o gosto é amargo, mas não é impossível! Reconciliação significa realizar um acordo entre as partes numa comum unidade e entendimento. Porém, o verbo grego tem uma força de expressão maior: indica a passagem de um estado para outro.

Existe um caminho para a reconciliação?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Apresento aqui duas formas de reconciliação: com Deus e com os irmãos (pai, mãe, filhos, amigos, cônjuges, vizinhos). A reconciliação com Deus é sempre necessária e urgente. Reconciliar-se com o Senhor é deixar-se fazer novamente amigo d'Ele, experimentar Sua misericórdia e deixar que Ele a exercite em nós!

Na verdade, todos nós necessitamos de misericórdia por causa das nossas grandes responsabilidades, assim como por causa da nossa fraqueza e miséria moral. Mal podemos dar três passos sem errar algum. Aprendamos a usar o caminho privilegiado da reconciliação, que é o sacramento da confissão, como sinal sagrado instituído por Cristo para perdoar os pecados mortais e para incrementar a graça santificante.

Também podemos falar a Deus quando nosso coração está pesado e sem motivação, quando estamos tristes ou preocupados. São atos simples que podem ser feitos em qualquer lugar e mantêm a nossa alma orientada para o Senhor. Eles nos preparam para uma boa e sincera recepção do sacramento da penitência.

A reconciliação com nossos irmãos é essencial. É a oração do Pai-Nosso: "Perdoai-nos assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido". Com certeza, não haveria verdadeira reconciliação com Deus se não houvesse um perdão sincero pelas faltas dos nossos próximos. Olhando para a parábola do Filho Pródigo (cf. Lc 15, 1ss), a atitude do filho mais velho é altamente significativa. Ele também tinha necessidade de se reconciliar com o coração de seu pai. Apesar de estar fisicamente próximo, espiritualmente estava muito longe e precisava da misericórdia do Pai.

Podemos dizer que o filho mais velho descobre a misericórdia do Pai vendo a misericórdia deste para com seu irmão. Faz-se, por assim dizer, participante da misericórdia do Pai.


Se hoje você enfrenta esse grande desafio interior de perdoar, creia e dê o passo. Perdoar e reconciliar-se é experimentar um pouco de Deus, é sentir o gosto bom da presença d'Ele em nós! É a sensação de vitória, de bem-estar por ter vencido um obstáculo. É vivência de uma obra nova dentro de nós.

Tenha a disposição interior de perdoar e, depois disso, dê um passo, faça um gesto concreto.

Perdoar é libertação para o coração, para a alma. Não tenha medo!



Paulo Victor e Letícia Dias

Cirurgião-dentista de formação, Paulo Victor foi membro da Comunidade Canção Nova como apresentador, locutor e radialista. Atualmente, ele mora em Campo Grande (MS). É empresário e casado com Letícia Dias.

Letícia Dias é Gerente de Conteúdo e estudante de Letras/Libras com foco na Educação Especial. Foi membro da Comunidade Canção Nova como apresentadora de programas. Hoje, ela mantém uma agitada rotina familiar. Letícia tem um filho caçula que nasceu com Síndrome de Down, e isso a refaz todos os dias.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/existe-um-caminho-para-reconciliacao/

18 de janeiro de 2019

Como plantar palavras de conforto e vitória na vida dos outros?

"De vossa boca não saia nenhuma palavra maliciosa, mas somente palavras boas, capazes de edificar e de fazer bem aos ouvintes" (Ef 4,29)

Já sabemos que, revestidos do Cristo, nos tornamos "homens novos, criados à imagem de Deus, na verdadeira justiça e santidade" (cf. Ef 4,24). A primeira consequência da vida nova é a prática das virtudes, exercendo-as de forma a reunir todos os cristãos pelo sacrifício de Cristo. Esse trabalho de evangelização está ligado estritamente à felicidade, à caridade e, sobretudo, ao amor. Nesse passo, não nos é exigido sempre grandes obras, mas é importante estarmos atentos aos momentos de tristeza que envolvem aqueles que participam do nosso cotidiano, sempre nos apresentando dispostos a ajudá-los. São Paulo, na carta escrita aos Efésios, ensina: "De vossa boca não saia nenhuma palavra maliciosa, mas somente palavras boas, capazes de edificar e de fazer bem aos ouvintes" (Ef 4,29).

Como plantar palavras de conforto e vitória na vida dos outros?

Foto ilustrativa: Milkos by Getty Images

E assim podemos fazer pequenas obras de evangelização, apenas com palavras de vitórias, as quais, muitas vezes, faltam na vida dos nossos irmãos. Estando com o próximo, é necessário sermos presença verdadeira, principalmente em um momento social em que os smartphones roubam toda a nossa atenção. Estar, de fato, com o outro, é desligar-se dos próprios problemas, das interferências da internet e da televisão, e ouvir o que outro nos diz de coração. Com isso, as palavras certas virão até nós e seremos mensageiros da felicidade.

Por outro lado, é preciso atentar-se às palavras que entristecem e magoam. Por vezes, a correria do nosso dia a dia nos leva a escolher palavras erradas, principalmente quando, desatentos ao sentimento do outro, não interpretamos o momento com o devido respeito e fazemos piadas, brincadeiras ou pouco caso do assunto. Nessa situação, perdemos a oportunidade de fazer o bem. Portanto, que a lição de São Paulo possa estar sempre conosco, para que as palavras que saiam de nossas bocas sempre edifiquem.

Papa Francisco nos ensina: "A misericórdia possui também o rosto da consolação. 'Consolai, consolai o meu povo'(Is 40,1) são as palavras sinceras que o profeta faz ouvir ainda hoje, para que possa chegar uma palavra de esperança a quantos estão no sofrimento e na aflição". Plantar palavras de vitória em sua vida e na dos outros é fácil apenas na teoria. Na prática, são diversas as situações que dificultam ouvirmos e dizermos essas palavras de consolação.

Que Deus nos ilumine e nos guie, para que sejamos capazes de ser uma presença verdadeira que nos afaste das distrações. Para que as palavras de conforto e vitória nos sejam claras, tornando-nos mensageiros da vitória para confortar o próximo em momentos de dificuldades. Logo, você irá adquirir a serenidade necessária para ouvir nos momentos de dificuldade dos outros, além de encontrar amigos verdadeiros, que lhe ouçam e aconselhem, ao seu próprio exemplo. Que assim seja!

Referências:

BÍBLIA SAGRADA. Tradução da CNBB, 18 ed. Editora Canção Nova.

FRANCISCO. Carta Apostólica Misericordia et misera. Dado em Roma em 20 de novembro de 2016.



Luis Gustavo Conde

Advogado com atuação na área de Direito de Família e Direito Bancário. Professor de cursos técnicos. Catequista no Santuário de Nossa Senhora Aparecida em Ribeirão Preto/SP. Palestrante focado na doutrina cristã. Contato: lg.conde@icloud.com Twitter: @luisguconde


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/como-plantar-palavras-de-conforto-e-vitoria-na-vida-dos-outros/

16 de janeiro de 2019

Como ser cristão no terceiro milênio?

Temos o dever de partilhar os valores do Evangelho neste terceiro milênio

Impacta sempre, e muito, a fugacidade do tempo. Nada tem força para deter a voracidade do tempo, que passa inexoravelmente. Só o horizonte da eternidade, para aqueles que têm a fé no Filho de Deus – Salvador e Redentor da humanidade – consola e é certeza da vitória definitiva sobre a fugacidade do tempo. As abordagens filosóficas e antropológicas sobre o tempo carregam riquezas preciosas, lições que, aprendidas, qualificam o existencial humano e dá ao tempo que passa sentido consistente. Desenham o horizonte de uma vida marcada para o desabrochamento que a eterniza.

Como ser cristão no terceiro milênio

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Buscar uma qualificada razão para viver é dinâmica intrínseca da condição humana, com incidência não apenas no cotidiano de indivíduos, mas em toda a sociedade. Neste momento em que se completam duas décadas deste terceiro milênio, exercício indispensável é uma avaliação pessoal capaz de identificar quais mudanças são necessárias à própria vida. Com os instantes que transcorrem, marcados por incontáveis e impactantes avanços tecnológicos, torna-se urgente conceber equivalentes progressos humanísticos e espirituais, tão necessários a este tempo.

A realidade se sobrepõe a qualquer argumento ao demonstrar que os importantes avanços tecnológicos e cibernéticos são insuficientes para garantir qualidade de vida a todos. A base para a evolução da humanidade alicerça-se em pilares humanísticos e espirituais, que devem fazer frente a diferentes ideologias – linhas de pensamento que deterioram valores éticos e morais, resultando em graves prejuízos para todos. A perda desses valores gera intolerância, permissividade, desrespeito e desfiguração de identidades – de indivíduos e instituições – produzindo diferentes formas de violência.

É preciso buscar o que está faltando para reverter as dinâmicas que deterioram a vida humana, pois as duas primeiras décadas deste terceiro milênio ainda não ofereceram sinais de melhoras dos males que marcaram o século XX. Os processos educativos formais, até mesmo nos grandes centros acadêmicos e científicos, não estão dando conta de promover ampla qualificação humanística, com incidências transformadoras na realidade. Há, pois, nesse campo, insubstituível meta, que deve ser assumida por todos: promover e reconhecer a preciosidade da vida humana, razão pela qual o Verbo de Deus se fez carne e veio morar entre nós, para salvar a humanidade.


Todos têm responsabilidade nessa missão de promover os princípios éticos e morais. De modo especial, é tarefa dos cristãos superar disputas entre si, com ou sem razões confessionais, no sentido de oferecer ao mundo uma fonte inesgotável de valores humanísticos: a Palavra de Deus, que tem força para combater o relativismo defendido por ideologias, com a troca de certos princípios por uma liberdade ilusória. Ouvir e acolher o Evangelho produz frutos e qualifica a interioridade humana. Buscá-lo é atitude essencial para fazer da terceira década deste milênio bem mais do que simplesmente um tempo promissor.

Na escuta do Evangelho, vale dedicar-se de modo especial ao Sermão da Montanha, com a sua força transformadora. Quem busca essa Palavra coloca-se diante de Deus, em atitude de escuta que faz reverberar o sentido de fraternidade solidária, a partir da consciência de que todos são filhos de Deus. Ouvir a Palavra causa impacto, é uma experiência que permite aprender misticamente a imprescindível lição que vem do coração de Deus. "Ouvistes o que foi dito: amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem". O cristão tem, pois, uma grande contribuição a oferecer nesta corrida contra o tempo: partilhar os valores do Evangelho neste terceiro milênio.



Dom Walmor Oliveira de Azevedo

O Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana. Atual membro da Congregação para a Doutrina da Fé e da Congregação para as Igrejas Orientais. No Brasil, é bispo referencial para os fiéis católicos de Rito Oriental. http://www.arquidiocesebh.org.br


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/como-ser-cristao-no-terceiro-milenio/

14 de janeiro de 2019

Quando oramos, o Espírito Santo nos é derramado

O Espírito Santo foi derramado, porque Jesus orou

"Quando todo o povo ia sendo batizado, também Jesus o foi. E estando Ele a orar, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corpórea, como uma pomba; e veio do céu uma voz: "Tu és o meu filho bem-amado; em ti ponho minha afeição" (Lc 3,21-22).

Eu já tinha lido esses versículos inúmeras vezes, mas, até então, não havia despertado para esta verdade: "…estando Ele a orar, o céu se abriu". É a oração de Jesus que rasga o céu. Dessa vez, o raio parte da terra, fulgurante, atravessa o céu rompendo-o; e uma vez aberto, o céu derrama o que tem de mais precioso: o Espírito de Deus. O Espírito Santo foi derramado, porque Jesus orou. Quando oramos em nome do Senhor, Ele mesmo apresenta nossa oração ao Pai.

Quando oramos, o Espírito Santo nos é derramado

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

O Espírito Santo se derramou, em Pentecostes, porque também a comunidade orou e sua oração atingiu em cheio o céu. Dia e noite, o Reino dos Céus é arrebatado pelos violentos. Nossa oração violenta os céus! Santo Afonso de Ligório dizia que quem reza faz violência a Deus, mas é uma violência que Lhe agrada. Se quisermos ser cheios do Espírito Santo, precisamos ser violentos na oração, o que também quer dizer: rezar mais.

Oração pessoal

A vida de Jesus foi marcada pela oração. A multidão O cercava, mas Ele se retirava para rezar. Quando o tempo era escasso, Ele se levantava na madrugada para fazer Sua oração. Não tomou as grandes decisões de Sua vida sem antes ter dobrado os joelhos ante Aquele que O amava. Se a oração foi necessária a Jesus, ela é muito mais a nós. Reclamamos que a vida é dura conosco e que nos fere, mas isso acontece com todas as pessoas; também foi assim com o Senhor, e foi na oração do Horto que o Pai O consolou e curou. Toda a nossa salvação está na oração.

Um dia, quando São Boaventura terminava a pregação, um homem o tomou pelo braço – era São Tomás de Aquino – e foi lhe dizendo: "Não te deixarei até que me digas de que fonte bebes, qual a tua biblioteca, onde buscas tanta sabedoria, pois até hoje tudo o que falaste, falaste muito bem. Não te largo até que me contes".

Então, Boaventura o conduziu à sua cela e, correndo uma cortina, pôs-se a dizer: "Aqui está a fonte em que bebo e minha sabedoria. Eis a minha biblioteca". Tomás replicou: "Mas é tão parecida com a minha!". Atrás da cortina havia apenas um crucifixo e um genuflexório. Quem deixa a oração por causa do estudo não busca a Deus, mas a si mesmo. Deus ensina muitas verdades a quem se deixa instruir por Ele na oração. Se quisermos ser cheios de Deus, precisamos estar a Seus pés.

Lembro-me de Maria sentada aos pés de Jesus enquanto Marta, sua irmã, ocupava-se dos afazeres da casa. Marta queria que Jesus estivesse numa casa agradável, com cheirinho de limpeza, e comesse uma bela refeição, mas não tardou muito a se indignar com sua irmã esparramada aos pés do Senhor, enquanto ela se matava de trabalhar. Foi tanta a sua irritação, que pôs de lado Maria e virou-se para Jesus: "Não te importas que eu esteja aqui a tentar te agradar e minha irmã fique sentada a falar contigo?".

Ao que Jesus responde sorrindo: "Marta, Marta, tu te preocupas com tantas coisas e não te preocupas com o necessário. Maria escolheu a melhor parte e isso não lhe será tirado". Penso que Jesus, muitas vezes, nos vê perdidos entre tantos pedidos, uns mais, outros menos necessários, e sorri a dizer o nosso nome: "Se tu soubesses… Ocupas-te com tantas coisas e te perdes em tantos pedidos que te esqueces de pedir o essencial: o Espírito".

Quem está cheio do Espírito Santo tem tudo, mas o que dele está vazio, ainda que tenha muito, nada tem. Tempo é uma questão de prioridade. Vemos quanta importância damos a Deus pelo tempo que Lhe dedicamos. As desculpas acabam por ser sempre as mesmas: cansaço, pouco tempo, trabalho, marido, filhos etc. É estranho! Temos tempo para tudo, exceto para Aquele que nos deu todo o tempo. Na verdade, não é falta de tempo, mas de amor.

Este é e será o maior desespero no inferno: o poder ter alcançado a salvação com facilidade, pedindo as graças necessárias. E agora os que foram condenados não têm mais tempo de rezar. Seja fiel! Nunca negligencie o seu tempo de oração e verá, em pouco tempo, os resultados. O Senhor nos ama, quer nos consolar e derramar generosamente Suas bênçãos sobre nós. Se nos aproximarmos Dele pela oração, mais ainda Ele se aproximará de nós. Santa Teresa d'Ávila ensina: "Quem pede recebe, mas quem não pede não recebe…". Há momentos em que Deus está apenas esperando que, pela oração, venhamos a aderir à Sua vontade para nos socorrer.

A oração comunitária

O objetivo da vida cristã é a aquisição do Espírito, dizia Serafim de Sarov, mas o "Espírito Santo gosta de se derramar no meio da comunidade" (Santo Afonso). Rezar em casa não é a mesma coisa que rezar na Igreja. A oração pessoal é importante, mas não basta. Há graças que Deus nos concede mediante nossa oração pessoal, mas há outras que Ele nos quer dar quando estamos rezando em comunhão com outras pessoas, no seio da comunidade.

Basta observar que, quando o Espírito foi derramado em Pentecostes, os discípulos se encontravam reunidos e perseveravam unanimemente em oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os parentes d'Ele. Jesus ensina que o que pedirmos em comum acordo ao Pai do Céu, em Seu nome, Deus no-lo dará.

Precisamos estar de acordo, unidos de coração e com o mesmo ânimo, saber o que quer nossa comunidade e o que queremos também nós. "Se alguém de vós quer sabedoria, peça-a a Deus – que a todos dá liberalmente, com simplicidade e sem recriminação – e ser-lhe-á dada. Mas peça-a com fé, sem nenhuma vacilação, porque o homem que vacila assemelha-se à onda do mar, levantada pelo vento e agitada de um lado para o outro. Não pense, portanto, tal homem que alcançará alguma coisa do Senhor, pois é um homem irresoluto, inconstante em todo o seu proceder" (Tg 1,5-8).

Não ponha em dúvida se é ou não verdade, aceite com fé as Palavras do Senhor, porque Ele, que é a verdade, não mente. Outra necessidade é perseverar em comunidade, na oração, pedir, procurar, bater à porta de Deus. Ele quer que sejamos insistentes.


Você tem um poder sobre Deus, sobre o Espírito Santo: o poder de pedir. Num primeiro momento, pode parecer pouca coisa, mas não é. A oração é uma arma poderosa. O homem que reza é um homem poderoso, pois faz seu o poder que é de Deus. O Senhor se apressa em ouvir a oração do justo, e vale a pena dizer que, aqui, o justo se identifica com o homem e a mulher de fé, com aqueles que aceitaram Jesus como o Senhor de sua vida e foram por Ele justificados.



Márcio Mendes

Nascido em Brasília, em 1974, Márcio Mendes é casado e pai de dois filhos. Ex-cadete da Academia da Força Área Brasileira, Mendes é missionário da Comunidade Canção Nova, desde 1994, onde atua em áreas ligadas à comunicação. Teólogo, é autor de vários livros, dentre eles '30 minutos para mudar o seu dia', um poderoso instrumento de Deus na vida de centenas de milhares de pessoas.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/quando-oramos-o-espirito-santo-nos-e-derramado/

11 de janeiro de 2019

Busque sua libertação pela Palavra de Deus

Pela graça da Palavra de Deus você pode encontrar a libertação que tanto necessita

A libertação da nossa vida acontece por meio da Palavra de Deus. Foi assim desde o início da missão de Jesus. Ele veio para curar todas as doenças que trazemos dentro da nossa genealogia, dos nossos antepassados, da nossa árvore genealógica e, até mesmo, do ventre materno. Jesus vem curar todas as doenças que entraram na nossa vida por conta do nosso pecado.

Busque sua libertação pela Palavra de Deus

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Vejamos, como exemplo, a cura da hemorroíssa: essa mulher sofria há doze anos de uma doença para a qual ela tinha procurado a cura e gastado todo seu dinheiro com os médicos e, esses, não a tinham curado. Agora, ela encontra a Jesus. E ela vai ver Jesus. E, ao ver Jesus, ela é curada. Jesus sente que sai uma força d'Ele. E essa força é o que cura essa mulher. Ela, pela fé, tomou posse; e a maldição que pesava sobre ela foi quebrada. Essa é a pior doença relatada na Sagrada Escritura, porque o livro do Levítico (cf. Lv 15, 25-27) diz que quando uma mulher estava com sangramento, ela tornava-se maldita, e tudo o que ela viesse a tocar tornaria-se, também, maldito.

Muito maior do que o sangramento, do que a doença dessa mulher, era exatamente a humilhação de viver isolada, longe dos seus filhos, longe do seu marido, longe da sociedade e sem poder tocar em nada, porque, tudo o que ela tocasse, se tornaria maldito.

No caminho, Jesus estava indo à casa de Jairo, onde a filha de Jairo estava morta. Ela tinha doze anos, e Jesus chega e diz: "Talitá, cum!" (Menina, levanta-te!); e a menina levanta imediatamente. A doença leva à morte. Jesus leva à vida!

Jesus é a cura. O nome de Jesus já diz: "Ele é o Salvador". E a palavra "salvador", no grego, significa "aquele que vem trazer a cura". Cura do corpo e da alma. Jesus é Aquele que vem para quebrar toda a maldição de doença que se encontra no ser humano.

Essa hemorroíssa representa todas as gerações antes de Jesus Cristo, ou seja, as doze tribos de Israel. A filha de Jairo, por sua vez, representa todas as gerações até a última vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, ou seja, a geração apostólica. Então, a cura em Jesus é para todos aqueles da nossa família que nos antecederam. É, também, para todos aqueles que virão depois de nós até à última vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Bíblia deixa isso muito claro!


Oração

Eu estendo as minhas mãos sobre você agora e, em nome de Jesus, pelo poder de todas as chagas do Senhor, pelo poder do Sangue de Jesus aspergido em cada uma dessas chagas, eu ordeno que toda doença física, toda célula cancerígena, toda bactéria de infecção, todo tumor, toda doença degenerativa, toda e qualquer doença que esteja no seu corpo, nos ossos, nos músculos, na pele, na carne, na corrente sanguínea, toda doença diagnosticada, em tratamento ou desconhecida, que ela se retire agora da sua vida e vá aos pés da Cruz de Cristo, e que você receba o milagre. Nesse ato de fé eu ordeno, a toda central de distribuição de células cancerígenas, que ela seja agora cancelada em nome de Jesus. Que você receba o milagre em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Deus o abençoe. E que por essa graça da Palavra de Deus, você encontre a cura e a libertação que tanto necessita.



Ironi Spuldaro

Ironi Spuldaro é Membro do CAE (Comissão de Ação Evangelizadora) da diocese de Guarapuava. Membro do conselho diocesano, estadual e nacional da RCC (Renovação Carismática Católica) movimento do qual participa desde 1987. Ironi exerce o ministério de pregação em todo o Brasil e em outros países, como Argentina, Paraguai, Bolívia, Estados Unidos, Itália, Coréia do Sul, Inglaterra e Suiça. Fundador da Missão Há Poder de Deus, escritor e apresentador do Programa Há Poder de Deus.

Site: www.ironispuldaro.com.br


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-e-libertacao/busque-sua-libertacao-pela-palavra-de-deus/

9 de janeiro de 2019

E quando só Deus é a resposta para os questionamentos da vida?

Quando só Deus é a resposta?

"Digo-vos ainda isto: se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, consegui-lo-ão de meu Pai que está nos céus. Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles" (Mt 18,19-20).

Por que eu perco todas as pessoas que amo?
Por que as coisas nunca dão certo para mim?
Por que eu estou passando necessidades?
Por que eu estou sofrendo?
Por que me sinto tão infeliz?
Por que eu fui traído?
Por que tive de passar por todas aquelas coisas quando era criança?

E quando só Deus é a resposta para os questionamentos da vida?

Foto ilustrativa: Paula Dizaró/cancaonova.com

Essas e outras perguntas levaram muitas pessoas ao desespero. Há momentos da nossa vida em que a dor é tão aguda que nada parece responder às necessidades que temos. Onde encontrar a resposta que faz calar o coração? Nem sempre as perguntas podem ser respondidas com palavras. Há casos cuja solução é humanamente impossível, como, por exemplo, a morte de alguém ou uma doença incurável. Essa é a hora em que só Deus é a resposta. A resposta pode ser um milagre. Ela existe! Mas cada pessoa precisa buscá-la pessoalmente, e o lugar do encontro é a oração.

Deus pode e quer nos dar tudo o que necessitamos para sermos felizes. Se, muitas vezes, não recebemos, é porque não pedimos – temos dificuldade de acreditar que Ele nos atenderá. Deus não nos quer atender se não tivermos a certeza de sermos atendidos por Ele: "Tudo é possível ao que crê". Não há limites! Para Deus, tudo é possível. Se os nossos problemas nos superaram, eles não superam Deus. Se perdemos o domínio da situação, Deus não o perdeu. Ele é o Senhor de tudo e de todos.

A oração é uma chave que abre as portas do Céu. Deus se comprometeu conosco e empenhou a Sua Palavra, já não pode voltar atrás. Ainda que os montes se abalem e as colinas mudem de lugar, Ele permanecerá fiel. Mesmo que passem o Céu e a Terra, Ele não nos abandonará! Deus o ama e por isso lhe é fiel. Ele sabe do que você precisa e vem em seu socorro neste exato momento.


Não são poucas as pessoas que custam a crer que Deus vai ajudá-las. Até acreditam que Ele é bom, acreditam também que é poderoso para fazer o que quiser. Pensam e aceitam que Deus fará bem a toda gente, mas não conseguem acreditar que fará a elas. Na verdade, não se sentem amadas por Ele.

Se lhes perguntarmos o porquê, a resposta não demorará a vir: "Depois de tudo o que já fiz na vida… Eu não mereço… Os meus pecados são muitos." A Palavra nos garante: "Se formos infiéis, Ele continua fiel, e não poderá desdizer-se" (2Tm 2,13b). Ainda que tenhamos pecado e caído na infidelidade, Deus continua ao nosso lado e nos convida a voltar para Ele a fim de recebermos Seu amor. Ele veio para os pecadores e para os doentes, veio para quem precisa d'Ele.

E você? Precisa de Deus? O Senhor o ama e quer demonstrar o quanto. Permita que isso aconteça! Aproxime-se do Senhor, confiantemente, pela oração, e verá o que realmente é verdade. Vive bem quem reza bem! Abra seu coração para ser amado e amar por meio da oração. Agora é um bom momento para começar esta nossa caminhada de oração, e se você já a começou, será ainda melhor. Poderá lançar mais profundamente suas raízes no terreno fértil, úmido e quente de uma conversa amorosa com Deus.

Trecho do livro "Quando só Deus é a resposta", de Márcio Mendes.




Márcio Mendes

Nascido em Brasília, em 1974, Márcio Mendes é casado e pai de dois filhos. Ex-cadete da Academia da Força Área Brasileira, Mendes é missionário da Comunidade Canção Nova, desde 1994, onde atua em áreas ligadas à comunicação. Teólogo, é autor de vários livros, dentre eles '30 minutos para mudar o seu dia', um poderoso instrumento de Deus na vida de centenas de milhares de pessoas.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/e-quando-deus-e-resposta-para-os-questionamentos-da-vida/