23 de novembro de 2018

Luz da Fé: Anjos, mensageiros da Salvação de Deus

Como temos nos relacionado com nosso anjo da guarda?

O Catecismo da Igreja Católica, do número 328 ao número 336, traz-nos o seguinte ensinamento de Santo Agostinho: "Anjo (mensageiro) é designação de encargo, não de natureza. Se perguntares pela designação da natureza, é um espírito; se perguntares pelo encargo, é um anjo: é espírito por aquilo que é, é anjo por aquilo que faz". Por todo o seu ser, os anjos são servidores e mensageiros de Deus. Porque contemplam "constantemente a face de meu Pai que está nos céus" (Mt 18,10), são "poderosos executores de sua palavra, obedientes ao som de sua palavra" (Sl 103,20).

Como criaturas puramente espirituais, eles são dotados de inteligência e de vontade: são criaturas pessoais e imortais. Superam em perfeição todas as criaturas visíveis. Disto dá testemunho o fulgor de sua glória […]. A vida da Igreja se beneficia da ajuda misteriosa e poderosa dos anjos. Desde o início até a morte, a vida humana é cercada por sua proteção e por sua intercessão. "Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida" (São Basílio).

Foto ilustrativa: Andréia Britta / cancaonova.com

A partir desse ensinamento fica claro que: todos nós temos um anjo, o chamado anjo da guarda.

Padre Pio e seu anjo da guarda

Monsenhor Jonas Abib escreveu um livro a respeito dos anjos intitulado "Anjos, companheiros no dia a dia". Nessa obra, ele escreve, também, a respeito de alguns santos da nossa Igreja que viveram uma profunda intimidade com os anjos. Um exemplo disso é o Padre Pio que viveu um relacionamento com o seu anjo da guarda, mesmo trazendo consigo um temperamento muito forte. Durante sua vida, Padre Pio foi, por diversas vezes, atacado pelo demônio, chegando ao ponto de ser até mesmo agredido fisicamente pelo inimigo.

Monsenhor Jonas escreve o que aconteceu numa dessas ocasiões: Quando o anjo demorava a intervir, Padre Pio, confidencialmente, sabia dirigir-lhe uma reprovação áspera e fraterna: Nem imaginam como aqueles infelizes têm me machucado. Algumas vezes tenho a impressão de que vou morrer. Sábado, pareceu que queriam acabar comigo. Não sabia nem qual santo invocar. Volto-me para meu anjo. Depois de esperar algum tempo, ei-lo enfim a voar ao meu redor e, com sua voz angelical, cantar hinos à divina Majestade. Então, eu o repreendi duramente por ter demorado tanto, enquanto eu não me esquecera de chamá-lo em meu socorro. Para castigá-lo, recusei-me a olhar seu rosto, queria afastar-me dele, queria evitá-lo, mas ele, coitadinho, alcançou-me quase chorando, até que, elevando o olhar, vi seu rosto e o encontrei todo desgostoso. "Estou sempre perto de você" ele disse, "nunca o abandono, esta minha afeição por você não terminará nem mesmo com a vida".

Como temos nos relacionado com nosso anjo da guarda?

Quero dizer a você, meu irmão, que o nosso anjo da guarda age conosco do mesmo jeito que o anjo da guarda do Padre Pio agia com ele, ou seja, o nosso anjo da guarda está sempre ao nosso lado. Diante disso, vamos refletir: Como temos nos relacionado com nosso anjo da guarda? Será que apenas nos lembramos de que ele existe quando "nosso calo aperta", na hora da dificuldade ou nos momentos de combate espiritual?

O Catecismo da Igreja e, também, monsenhor Jonas, no seu livro, nos convidam a um relacionamento com o nosso anjo da guarda, gerando, assim, uma intimidade com ele. E "intimidade" não é algo que surge da noite para o dia… Requer que seja trabalhada diariamente. Então, comece agora!


Se, até hoje, você não cultivou um relacionamento com o seu anjo da guarda, não se desespere. Comece a partir desse momento! E, cultive esse relacionamento com seu anjo, dia após dia.

Convido você a rezar comigo essa simples oração, suplicando o poderoso auxílio e proteção desse nosso bom amigo que vem do Céu, oração essa que, muitos de nós, aprendemos com os nossos pais e avós: Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, me guarde, me governe e me ilumine. Amém.

Um forte abraço!

Assista ao programa:


Alexandre Oliveira

Membro da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Alexandre é natural da cidade de Santos (SP). Casado, ele é pai de dois filhos. O missionário também é pregador, apresentador e produtor de conteúdo no canal 'Formação' do Portal Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/series/luz-da-fe/luz-da-fe-anjos-mensageiros-da-salvacao-de-deus/

20 de novembro de 2018

A Eucaristia é o início de uma vida de comunhão com Deus

Deus nos ensina que comungar bem é a primeira chave para a castidade

Em nossa série de textos sobre a confissão, apontamos alguns erros que estão velados, mas que são latentes em nosso dia a dia. Logo em seguida, procuramos trazer alguns remédios para superar esses erros e nos colocar no início de uma vida de comunhão com Deus.

Espero que, mais do que aprendendo alguma coisa, você já esteja colocando em prática o que sugerimos. É experiência vivida e testemunhada dos ensinamentos da Santa Igreja de Deus que, como mãe, nos quer ensinar a estarmos próximos do nosso Senhor.

A Eucaristia é o início de uma vida de comunhão com Deus

Foto Ilustrativa: Arquivo CN/cancaonova.com

O caminho espiritual

Com o texto de hoje, daremos mais uma dica, um norte, uma luz para que seu caminho espiritual torne-se mais concreto e fecundo.

Nós não somos acostumados a pensar que, quando Deus criou todas as coisas, Ele não as criou do nada e as deixou sozinhas. Não era possível tirar alguma coisa do nada absoluto e deixá-la existindo sem uma força que a mantivesse existindo. Deus era o único que estava na existência e, Ele, não tinha matéria.

Portanto, para a primeira coisa permanecer na existência, Ele precisou e precisa mantê-la na existência. Assim se fez desde a primeira, até a última coisa criada. E essa obra de criação está acontecendo até hoje. Cada vez que existe a fecundação de um óvulo, por um espermatozoide, Deus cria do nada uma nova alma. A nossa alma é mantida na existência por Deus, exatamente como ocorre com as coisas. Somente que, em nossa alma, Ele a mantém de um modo todo especial: habitando nela. Toda a Santíssima Trindade habita em nós!

O primeiro ente, na escala natural, que é capaz de ouvir a Deus e ter um relacionamento com Ele, somos nós. Ele nos chama todos os dias para participarmos da Vida d'Ele. Nós não conseguimos O ouvir, por conta do pecado original e dos nossos pecados e paixões. Esses tantos pecados nos torna cegos e surdos à presença e à voz de Deus em nossa vida.

Em Gênesis está claro como Deus se comunicava conosco antes do pecado original. Era um relacionamento direto e claro.

Uma vida plena de oração

Como fomos nos afastando d'Ele, Ele passou a se revelar a nós para nos ajudar. Revela-se a nós tanto pelas Escrituras, como no coração do homem. Fez mais, o Verbo se fez carne e habitou entre nós! (Jo 1, 14). Ele mesmo, como pessoa, resolveu transmitir- Se pessoalmente! Ao se revelar, Jesus deu-Se de modo que fosse possível fazer uma experiência com Ele. É mais do que entender o que Ele está querendo dizer, permanecer em Sua Palavra é o mesmo que permanecer Nele!

Ele comunica-Se conosco falando em nosso interior, que é onde Ele habita. E essa experiência só é possível com uma vida de oração: como Maria que estava aos pés de Jesus, ao contrário de Marta que trabalhava bastante pelos outros, mas não se colocava aos pés do Mestre (cf.: Lc 10, 38-42).

Tudo o que Jesus ouviu do Pai, Ele nos deu a conhecer no Novo Testamento. E para entender o que o Senhor nos revelou, precisamos abandonar o pecado, praticar as virtudes, pedir a graça da fé e meditar na Palavra de Deus. Esse foi o caminho que viemos comentando até aqui.

Devido a nossa natureza decaída, Jesus redistribuiu as graças de Deus, pelos méritos de Sua morte. E, por meio de Sua natureza humana, voltamos a merecer Suas Graças.

Ele ressuscitou e está fisicamente presente, em algum lugar do universo, distribuindo Suas graças para toda a humanidade. Toda e qualquer graça nós recebemos pela humanidade de Cristo.

Isso tudo para nos facilitar o acesso as coisas espirituais. A encarnação foi para nos dar mais facilmente essas coisas e Sua morte e ressurreição para que O amássemos mais.

Com uma só palavra, Jesus poderia liberta- Se imediatamente de todos os flagelos pelo qual passou. Mas Ele fez o contrário, aguentou uma flagelação maior do que as outras sem dizer nenhuma palavra. Era tudo para nos provar o tanto que nos ama. Na história humana, não teve nenhum outro relato de alguém que tenha sofrido tanto por outra pessoa, especialmente por alguém que, por muitas vezes, nem lhe queria bem.


Instituição da Eucaristia

Porém, Ele fez algo a mais e tão espetacular quanto a Sua morte e ressurreição. Ele fez-Se ainda mais próximo! Ele, na última ceia, instituiu e nos deu a Eucaristia, pois até ali, éramos servos. Na instituição da Eucaristia, nos tornamos seus amigos, porque não tem maior amor do que dar a própria vida pelos seus amigos (cf.: Jo 15, 13).

Quando o pão é tornado o Corpo de Cristo, ali não está uma cópia do Corpo de Cristo, e sim o Seu próprio Corpo ressuscitado. Assim acontece, também, com o vinho, que é o próprio Sangue de Cristo. É um toque que fazemos no Corpo ressuscitado de Cristo. Exatamente no mesmo Corpo ressuscitado que está num ponto específico do universo, e que está, também, ali no pão consagrado. Ali estão o Corpo, a Alma e a Divindade de Cristo.

Essa presença Eucarística de Cristo está na hóstia enquanto durarem as aparências do pão. Ou seja, se diluímos a hóstia, ali não estará mais a presença real de Cristo Eucarístico. O mesmo se dá quando nosso estômago corrompe as espécies consagradas do pão e do vinho em Corpo e Sangue de Cristo. Por aproximadamente dez minutos (tempo que leva para nosso estômago corromper a hóstia consagrada), o Senhor está unido fisicamente a nós! Isso é para que, nesses dez minutos, possamos amar, de todo o coração e com todas as forças, o Senhor Jesus Cristo que está ali, dentro de nós, esse 10 minutos nos leva a fazer uma experiência de fé.

O efeito próprio da Eucaristia é o de levar o amor ao ato, o amor de união. E, esse amor nos dá uma castidade infusa imbatível em pouquíssimos dias! Recebemos todas as virtudes infusas de uma só vez!

Ele quer que creiamos nisso tudo, o que já terá sido um efeito da Sua graça e, com isso, O amemos com fé.

Eucaristia: a ligação entre nós e Deus

Se nos aproximamos com fé e devoção da Eucaristia, assim como aquela mulher que padecia de um fluxo de sangue, e uma força vinda de Jesus a curou, também, uma força sairá da Eucaristia e nos dará uma força de amor. Uma força para levar o nosso amor ao ato. Não é somente um amor para a cura física, mas antes, uma força para nos fazer amar mais e melhor e a ter uma proximidade ainda maior do Senhor.

Cada vez que fazemos isso, nós nos aproximamos ainda mais do Senhor. Muito melhor que somente por meio da oração, com a repetição da Eucaristia, será cada vez mais claro que ali tem algo de sobrenatural.

Porém, há algo muito importante: é preciso estar em estado de graça! Caso contrário, não funciona como estamos descrevendo. Leia os textos anteriores dessa série para que você entenda o que é o pecado, perceba quando o cometeu, o deteste, se confesse do jeito certo e só então essa experiência será real.

Eucaristia é um momento de fé

A experiência de fé que fazemos com a Eucaristia, precisamos repetir em oração pessoal. Escolha um momento durante o dia para se unir a Cristo pela fé, em oração, procurando sentir a mesma presença de Cristo, ainda que mais suave. Estando em estado de graça, pela fé, é possível sentir a presença de Cristo que habita em nós e nos sustenta na existência. A Eucaristia é o meio de aprendermos a fazer isso.

Peça o dom da fé todos os dias! Para pedir já é preciso crer e,  para crer é preciso pedir. É passar de uma fé menor, para uma maior.

Na mesma proporção que o coração for percebendo e sentindo cada vez mais esse crescer da fé, é necessário reservar mais e mais tempo para a oração. Crescer cada vez mais nessa experiência e intimidade com Nosso Senhor Jesus Cristo.

Semana que vem, começaremos a tratar mandamento por mandamento da lei de Deus.  E, você poderá ver, ao termino da série, como eles englobam absolutamente toda a nossa vida moral e espiritual.



Roger de Carvalho

Roger de Carvalho, natural de Brasília – DF, é membro da Comunidade Canção Nova desde o ano 2000. Casado com Elisangela Brene e pai de dois filhos. É estudante de Teologia e Filosofia.
Autor do blog "Ad Veritaten".


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/series/confissao/a-eucaristia-e-o-inicio-de-uma-vida-de-comunhao-com-deus/

14 de novembro de 2018

Qual a importância das Virtudes Teologais?

As virtudes precisam ser exercitadas

Comumente o ser humano tem a necessidade de formar e praticar hábitos. Afinal, aquilo que o homem se habitua a realizar, não mais compromete completamente a sua capacidade intelectual e sua vontade durante a realização. Permitindo-se, assim, que o foco da atenção esteja voltado a coisas mais importantes ou mais urgentes. Por exemplo, aquele que, após duro esforço, aprende a andar de bicicleta com desenvoltura, habituando-se a isso, consequentemente, realiza o ato de andar de bicicleta sem se preocupar com isso. O hábito facilita as ações humanas. Além de hábitos físicos ou voltados para o fazer coisas, podemos, também, falar de hábitos morais, ou seja, as atitudes que repetimos frente à vida ou às pessoas. Ao tratar dessa espécie de hábitos, os filósofos gregos notaram que existem hábitos que aperfeiçoam o ser humano, levando-o a ser melhor. A esses hábitos dá-se o nome de virtudes.

Qual a importância das Virtudes Teologais?

Foto ilustrativa: baona by Getty Images

Virtude x Vício

A virtude, portanto, é aquele hábito que permite que se tome a atitude certa perante as mais diferentes ou difíceis situações. Por outro lado, os hábitos que nos prejudicam fisicamente ou moralmente são chamados de vícios. Os vícios são, portanto, também hábitos, mas longe de aperfeiçoar o ser humano, o deformam ou o afastam de sua plena realização.Assim, precisa ficar claro que, os vícios não são somente escolhas por coisas ruins, mas também escolhas que a princípio poderiam ser boas, porém, acabam exageradas e distorcidas.

Aristóteles reforça que a virtude é sempre a escolha do meio, o ponto ideal dentro de uma série de possibilidades erradas. A virtude no comer, por exemplo, está em realizar esse hábito na medida certa. Todos sabem que quem come muito abaixo do necessário para se viver, prejudica sua saúde, mas também, sabemos que comer muito é danoso. Desse modo, o comer em si é bom e necessário, no entanto, pode tornar-se um vício se não é exercitado da maneira correta.

Exercitar-se nas virtudes é, desse modo, exercitar-se em realizar o melhor em cada situação concreta. Então, percebe-se a necessidade de aprofundar-se na prática das virtudes morais e cardeais para ter-se uma correta vivência na sociedade e consigo mesmo.

Afinal, qual a virtude certa para cada ocasião? Somente o hábito de cada uma delas poderá nos dizer.

Os hábitos que nos levam para Deus

Dentre todos os hábitos bons ou virtudes que se tem o dever de exercitar, três são fundamentais: as virtudes da fé, da esperança e da caridade. Essas três virtudes são chamadas de teologais, porque referem-se a Deus, não somente como assunto, mas e isso as definem, como fim último ou objetivo. Ou seja, pode-se dizer que são virtudes que encaminham o ser humano para Deus.

Se as virtudes que nos fazem vivermos melhor conosco mesmos e com os outros são importantes, aquelas que nos preparam para viver com Deus, aqui nesta vida e por toda a eternidade, são ainda mais fundamentais.

Elas possuem outra característica importante: o próprio Deus precisa fornecê-las. Como se tratam de virtudes espirituais, não existe modo de adquiri-las por meios naturais, isto é, a partir de uma educação ou esforço próprios. As virtudes teologais são infundidas (de infusão) no momento do Batismo, onde se recebe todos os dons espirituais por participar do Espírito de Cristo.

É neste momento que a alma se torna novamente "capaz" de Deus. Essa capacidade de comunicar-se e unir com Deus é, também, restabelecida pela confissão dos pecados mortais, para aqueles que caíram após haverem sido batizados. Assim, como os dons do Espírito Santo e as virtudes morais infusas, somente Deus pode infundi-las na alma.

Veremos, nos próximos artigos, como essa "semente" de virtude pode e deve ser desenvolvida. Veremos, também, como, embora as três virtudes teologais sejam infundidas por Deus ao mesmo tempo, elas só se desenvolvem sequencialmente: primeiro a fé, que provocará a esperança, que possibilitará o desenvolvimento da caridade.

"Kit básico" para a salvação

Por ora, é fundamental perceber que as três virtudes teologais são aquelas que possibilitam o desenvolvimento de nossa vida espiritual e nos preparam, adequadamente, para a vida eterna. Sem elas, não há intimidade com Deus. Sem elas, a chance de se manter de pé frente ao julgamento do cordeiro (Ap 20,12) é mínima. Sem essas virtudes, até a salvação de nossa alma corre risco. Afinal, se Deus providencia a todos o estritamente necessário para a salvação, as virtudes teologais estão entre este "kit básico" que incluem os dons e os sacramentos.

Também, precisa ficar claro que, são as virtudes teologais que possibilitam o uso pleno e correto das virtudes morais e cardeais (CIC 1813). Sem as virtudes teologais, as outras virtudes deixam de ser virtudes autênticas. Afinal, qual a diferença entre um treinamento eficaz, doutrinação ou lavagem cerebral para se ser paciente e a virtude da paciência? Se, "por fora", as atitudes são as mesmas, é a decisão livre tomada pela inteligência e pela vontade "do lado de dentro" que caracterizam uma verdadeira virtude. E são as virtudes teologais quem reeducam e formatam a inteligência e a vontade segundo o projeto de Deus.

No próximo artigo, iniciaremos pela primeira virtude teologal a se manifestar plenamente no homem: a virtude da fé.



Flávio Crepaldi

Flavio Crepaldi é casado e pai de 3 filhas. Especialista em Gestão Estratégica de Negócios, graduado em Produção Publicitária e com formação em Artes Cênicas. É colaborador na TV Canção Nova desde 2006 e atualmente cursa uma nova graduação em Teologia com ênfase em Doutrina Católica.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/qual-importancia-das-virtudes-teologais/

5 de novembro de 2018

Por que muitos homens não gostam de ir ao médico?

Homens × saúde

Com o fim do mês de outubro, vimos várias campanhas em torno da cor rosa, afinal, foi Outubro Rosa, mês de falar da saúde da mulher. Não só do câncer de mama, mas da relação da mulher com sua saúde. Logo depois,  somos lançados no azul, com a campanha Novembro Azul. Agora, já é hora de falar da relação dos homens com sua saúde. No entanto, essa campanha parece ser mais tímida (é mais recente que o Outubro Rosa), ainda está engatinhando em relação às ações concretas.

Reflitamos: por que, para o homem, é tão "tensa" essa realidade de relacionar-se com sua saúde? Por que, para o homem, é algo demorado a ida ao médico? (Isso quando ele vai!). Poderíamos pensar em várias respostas ou tentativas de respondê-las,  mas vamos refletir alguns pontos que podem nos ajudar a chegarmos a um possível consenso.

Por-que-será-que-os-homens-não-gostam-de-ir-ao-médico

Foto Ilustrativa: Martin Barraud by Getty Images

1º) Fomos criados para ser fortes

Desde pequenos, quando caíamos no chão, esfolávamos os joelhos ou arrebentávamos o dedão do pé, escutávamos: "Seja forte! Não chore. Não foi nada! Levante-se logo daí". Não podíamos mostrar fraqueza, afinal, "homem não chora". Isso, de certa forma, deixou marcas em nós e um desconforto ao assumirmos fragilidades. Logo, ir ao médico é, no mínimo, assumir que "não somos imortais", que podemos estar "falhos" (doentes). Isso seria assumir as fraquezas. Então, deixe o médico para lá, pois "isso é para os fracos!".

2º) Homem não sente dor

Nossa relação com a dor, na linha do 1º ponto, seguiu o mesmo caminho. Às vezes, sentíamos uma baita dor, mas, diante dos amigos e até dos pais, tínhamos de fazer aquela cara de "estou aguentando". Dessa forma, assumir que o corpo padece é também tocar na fraqueza e questionar nossa masculinidade.

3º) Nosso tempo é precioso

Nosso tempo é precioso. Precisamos fazer, produzir e realizar algo a todo momento. O masculino traz em si o papel do "fazer" como um dos elementos estruturantes de si mesmo. Logo, ir ao médico é deixar de "fazer" (produzir, realizar), e não dá para perder horas na fila de espera, no consultório do médico ou naquele exame demorado, pois isso seria perda de tempo.


4º) Não somos de muita conversa

Marcar horário para conversar com alguém que mal conheço? Nem pensar! Se nem com minha esposa curto essa história de DR (discutir relação), imagine com um médico! Nós homens, na maioria dos casos, temos dificuldades para falar de nós mesmos. Qual a primeira pergunta que o médico faz: " Como você está?".

5º) Temos medo do desconhecido

Nós homens gostamos de ter controle sobre as variáveis da vida. Logo, não saber o que é essa ardência ao urinar ou a mancha aqui ou aquela dor ali é também ter de enfrentar o desconhecido. Queremos, ao máximo, deixar para depois. Fazer aquele exame e esperar o resultado pode ser angustiante. E se der um… (três pontinhos que angustiam qualquer homem)

Poderíamos ainda falar de várias outras hipóteses de resposta, como o medo que o homem traz de se mostrar, de ser invadido (colonoscopia, endoscopia, toque etc.) ou tocar em sua finitude. São questões que questionam a masculinidade de muitos homens.

Masculinidade

Precisamos nos apropriar de nossa masculinidade, não ter medo de a libertar desses clichês que aniquilam nossa essência masculina. Precisamos assumir que nossa fortaleza não está no fato de sempre sermos fortes e poderosos, mas na capacidade de reconhecer nossas fraquezas e limites, buscando enfrentá-los. Temos de assumir que nossa dor pode ser diminuída quando assimilada como nossa e como verdade de nós mesmos; quando fazemos muito, mas nossa eficiência está no transbordamento do nosso ser. Precisamos integrar nosso eu interior quando nos colocarmos em relação com o outro, buscando ali novas respostas. O desconhecido só amedronta, porque eu o desconheço. Quando o reconheço, encontro nele novas oportunidades de superá-lo.

Nesses novos tempos que estamos vivendo, é preciso que nós homens nos assumamos naquilo que somos, não tendo medo de nossas fraquezas, mas nos permitindo enfrentar, com coragem, nossos fantasmas mais escondidos. Nossa relação com a saúde não deve ser a de "intervenção" (quando já estamos doentes), mas sim de prevenção. Marcar consultas preventivas, exames que podem nos antecipar de grandes patologias tornam-se grandes ferramentas para o exercício de nossa masculinidade. Afinal, um grande homem sempre tem uma boa estratégia! E por que não uma estratégia de saúde?

Vamos marcar sua consulta médica!


Adriano Gonçalves

Mineiro de Contagem (MG), Adriano Gonçalves dos Santos é membro da Comunidade Canção Nova. Formado em filosofia e Psicologia. Atuou na TV Canção Nova como apresentador do programa Revolução Jesus. Hoje atua no Núcleo de Psicologia que faz parte da Formação Geral da Canção Nova. É autor dos seguintes livros: "Santos de Calça Jeans", "Nasci pra Dar Certo!", "Quero um Amor Maior" e " Agora e Para Sempre: como viver o amor verdadeiro".


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/afetividade-masculina/por-que-muitos-homens-nao-gostam-de-ir-ao-medico/

31 de outubro de 2018

Como lidar com o sentimento de luto?

O luto é um processo relacionado a todas as perdas significativas que sofremos

Perdi meu padrinho no ano retrasado, vítima de um assaltado em minha cidade natal. Ele foi sequestrado, teve seu carro roubado, foi enforcado e morto pelos assaltantes que queriam apenas seu carro. Ele saiu de sua casa, como fazia quase todos os dias, e foi para o ponto de táxi onde trabalhava há muitos anos, em frente à Catedral de Santo Antônio, em Guaratinguetá (SP), terra de Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro, onde grande parte da minha família ainda reside.

Como lidar com o sentimento de luto?

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

O telefone do ponto de táxi tocou, e era uma chamada para uma corrida em um bairro afastado do centro da cidade. Foi a vez do meu padrinho Zé atender. Esse era o seu trabalho, o sustento de sua casa; e com o suor de seu trabalho, ele pode formar suas duas filhas. Dessa viagem, meu padrinho voltou sem vida. Por poucos trocados, por um carro, ele foi enforcado, jogado em um buraco, em lugar de difícil acesso. Foram dias procurando por ele! Que triste ver morrer assim alguém que amamos!

Como superar essa ausência? Como suportar uma perda assim?

O luto, em situações como essas, é muito importante. O luto, ao contrário do que se imagina, não faz referência apenas à reação que se tem diante da morte de alguém querido; ele é um processo relacionado a todas as perdas significativas que sofremos. De fato, cada pessoa pode reagir de uma maneira a uma perda, que para ela tenha um valor importante. Na década de 1960, no entanto, uma psicóloga suíça chamada Elisabeth Kübler-Ross (1926-2004) descreveu cinco fases que, de maneira geral, compõem o processo do luto:

Negação: a pessoa tenta negar a existência do problema ou situação; e, às vezes, evita até falar sobre o assunto. "Isso não pode ser verdade!", pensa.

Raiva: é comum aparecer revolta e ressentimento quando a pessoa se dá conta da perda. "Por que eu?" é o pensamento recorrente.

Negociação: quando a hipótese da perda começa a se concretizar, é comum que a pessoa tente reverter a situação, fazendo um acordo consigo, com outra pessoa ou com a divindade.

Depressão: ocorre quando a pessoa toma consciência de que a perda é inevitável. Tristeza, desolação, apatia e medo são sentimentos comuns nessa fase. Não deve ser confundida com a doença diagnosticada como depressão, que envolve um desequilíbrio químico e tratamento específico.

Aceitação: é a fase em que a pessoa aprende a viver sem aquilo que perdeu. Não significa esquecer ou não sentir mais tristeza ao se lembrar do fato. Por exemplo, um pai nunca vai aceitar a morte de um filho.


Intimidade com Deus

Essas fases não devem ser vistas como obrigatórias e também não seguem, necessariamente, uma sequência. Podem, inclusive, sobrepor-se umas às outras. O mais importante é enfrentar, viver esse momento, permitir-se chorar e sentir o que for preciso, mas jamais estacionar, desistir ou entrar em desespero.

Baseando-me na minha experiência com Deus, digo mais: a intimidade e a confiança em Deus, nessas horas, é a única capaz de nos tirar completamente desse buraco.

Existe um Salmo lindo, e acredito que ele lhe fará bem. É o Salmo 18, que, em algumas traduções, pode ser o Salmo 19: "Em minha angústia, chamei o Senhor, bradei o meu Deus. De Seu templo, Ele ouviu a minha voz; o brado a Ele lançado chegou a Seus ouvidos".


Paula Guimarães

Paula Guimarães é missionária da Comunidade Canção Nova, administradora, jornalista, apresentadora da TV Canção Nova e mestre em Comunicação
e Semiótica pela PUC-SP. Ela é autora dos livros "Como ser feliz em família – 15 passos para encontrar felicidade em seu lar", "Esperança, cadê você? O que fazer para não entrar em desespero" e "TV Canção Nova – A vida por trás das câmeras" pela Editora Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/como-lidar-com-o-sentimento-de-luto/

29 de outubro de 2018

Rotina é coisa de criança?

Os pais precisam educar a criança com atividades que exijam rotina

"Segunda-feira, terça-feira, quarta-feira… e não tem hora para parar!" Mas é preciso parar. Como estariam nossas crianças se elas não tivessem uma rotina? Como seria uma família sem hábitos cotidianos ou um local de trabalho sem regras? Mas a que rotina estamos nos referindo? Àquela que norteia, gera vida e saúde!

A rotina é muito importante na vida de todos, é graças a ela que podemos planejar os nossos afazeres, enfrentar as demandas diárias com organização, precisão e autonomia. Ela é importante na vida de todos, em especial para as crianças. Para tanto, é necessário que todos os adultos que fazem parte do ambiente em que uma criança está inserida também vivam uma vida equilibrada, possível de promover a convivência, o lazer, o estudo, o trabalho e o descanso para os pequenos. Os filhos, quando têm uma rotina organizada em sua casa, são beneficiados em sua estrutura psíquica e física.

Rotina é coisa de criança?

Foto ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com

Organização e segurança

A elaboração do tempo para uma criança entre a primeira e segunda infância (3 a 7 anos) é uma aprendizagem um tanto quanto complexa. A criança se encontra em um período do desenvolvimento no qual as experiências físicas, que envolvem as percepções, se tornam muito mais reais e interessantes. Assim, compreender o tempo em que tudo acontece se torna, para elas, um grande desafio, mas com a colaboração e a mediação dos pais e dos cuidadores, esse instrumento terá uma função importantíssima no dia a dia das crianças.

Por intermédio de seus hábitos, as crianças antecipam o que vai acontecer e ajustam o seu comportamento à tarefa que vem pela frente. Elas, que já estão habituadas a seguir uma rotina, conseguem viver em paz, com segurança e organização. Consequentemente, também estão preparadas para atividades que exijam concentração e atenção.

Desse modo, às crianças são oferecidas oportunidades para que saibam sobre seus afazeres, deixando de se sentirem ansiosas e sempre à espera do outro para dirigir os seus passos. É comum, quando as crianças têm muito clara a sua rotina, que elas saibam, por exemplo, que, ao fim do seu turno da escola, o responsável irá buscá-las ou que, depois do jantar, deverão escovar os dentes para dormir, pedir a bênção aos pais e arrumar a mochila para o dia seguinte.

Atividades e responsabilidades

Existem algumas rotinas que todas as crianças deveriam ter a oportunidade de aprender e praticar: hora da refeição, hora de deitar, de estudar, hora de brincar e períodos em família. Uma rotina desorganizada acaba por afetar o ambiente do qual elas fazem parte; consequentemente, a vida escolar delas poderá ser atingida também.

Outro aspecto que precisará receber mais atenção é quanto ao número de atividades complementares à escola, pois, muitas vezes, as crianças são submetidas ao ballet, às aulas de inglês, à pratica de Jiu Jitsu, ao futsal, ao apoio pedagógico e a outras tarefas que ocupam dois ou três turnos da semana delas, além da escola. Tudo isso acaba perdendo a graça, pois tira delas o descanso e o tempo de brincar livremente, como criar e recriar suas brincadeiras, jogar bola com os amigos, andar de bicicleta, brincar de panelinha, bater papo, assistir à TV e conviver com os demais.

São momentos que se tornam inesquecíveis na vida dos pequeninos. Portanto, não podemos transformar uma criança em um adulto infantil, com tantas responsabilidades! Da mesma forma, será em vão deixá-las em casa, sem nenhuma atividade extra, com a tarde ou a manhã diante dos desenhos animados, sem se relacionar com irmãozinhos e cuidadores.

Flexibilidade e paz interior

Ufa! Quanta responsabilidade quando o assunto é a rotina infantil! Sugiro que os pequenos ouçam explicações sobre a importância das atividades diárias, que os pais planejem o dia a dia dos filhos, permitindo que, em algumas atividades, eles possam opinar quando e como; e reservem, em meio a tanto corre-corre, tempo para falar de sua vida, contar casos e gargalhar.


Pelo fato de ser importante a criança ter acesso à sua rotina e opinar sobre os horários, os pais e os cuidadores devem escrevê-la para os filhos e colocá-la em um lugar que o olhar da criança o alcance ou que, diariamente, os pais conversem sobre esse assunto. Lembrando que toda rotina deverá ser flexível. Portanto, fiquem atentos aos horários para alimentação, estudo, descanso, convivência, para ir à igreja e tantas outras necessárias. Mas que nenhuma dessas tarefas tire a paz interior das crianças.


Judinara Braz

Administradora de Empresa com Habilitação em Marketing.
Psicóloga especializada em Análise do Comportamento.
Autora do Livro "Sala de Aula, a vida como ela é."
Diretora Pedagógica da Escola João Paulo I – Feira de Santana (BA).


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/rotina-e-coisa-de-crianca/

24 de outubro de 2018

Luz da Fé: O mundo foi criado para a glória de Deus

Todos nós, sem exceção, fomos criados para a glória de Deus

O Catecismo da Igreja Católica, no número 293, traz-nos o seguinte ensinamento: Eis uma verdade fundamental que a Escritura e a Tradição não cessam de ensinar e de celebrar: "O mundo foi criado para a glória de Deus".

Em nossa página na Internet, conhecida como cancaonova.com, temos o Canal Formação, com um conteúdo formativo muito vasto e enriquecedor para a alma. Nesse canal, temos vários colunistas que escrevem seus artigos formativos para esse meio de evangelização. Dentre esses colunistas, temos Paulo Victor e Letícia Dias, um casal pelo qual tenho um carinho e enorme admiração.

Foto ilustrativa: Arquivo CN

Certa vez, tive a oportunidade de ler um artigo escrito por eles, cujo título era: "Deus está atento as nossas palavras e atitudes". Nesse artigo, há um subtítulo que me chamou muito a atenção: "Vislumbres de um Deus sábio e amoroso". Peço licença a você para compartilhar um trecho desse artigo, pois ele tem tudo a ver com o que nos ensina, hoje, o Catecismo da Igreja:

Vislumbres de um Deus sábio e amoroso

"O elefante é o único animal cujas pernas dianteiras se dobram à frente. Por quê? Porque, de outra forma, seria difícil para ele levantar-se, por causa do seu peso. Por que os cavalos, para se erguerem, usam as patas dianteiras; e as vacas, as traseiras? Quem orienta esses animais para que ajam dessa maneira? Deus.

Esse mesmo Deus que coloca certa quantidade de carvão nas entranhas do solo e, mediante a combinação do fogo e a pressão dos montes e das rochas, transforma esse carvão em resplandecente diamante, que vai fulgurar na coroa dos reis ou no diadema dos poderosos!

Por que o canário nasce aos 14 dias, a galinha aos 21, os patos e gansos aos 28, o ganso silvestre aos 35 e os papagaios e avestruzes aos 42 dias? Por que a diferença entre um período e outro é sempre de sete dias? Porque o Criador sabe como deve regular a natureza e jamais comete engano.

Ele determinou que as ondas do mar se quebrem na praia à razão de 26 por minuto, tanto na calma como na tormenta. A sabedoria divina revela-se, ainda, nas coisas que poucos notam: a laranja possui número par de gomos; a espiga de milho tem número par de fileiras de grãos; a cacho de bananas tem, na última fila, número par de bananas, e cada fila de bananas tem uma a menos que a anterior. Desse modo, se uma fileira tem número par, a seguinte terá número ímpar. A ciência moderna descobriu que todos os grãos das espigas são em número par.

Outro mistério que a ciência ainda não descobriu: enormes árvores, pesando milhares de quilos, apoiadas em apenas poucos centímetros de raízes. Ninguém até agora conseguiu descobrir esse princípio de sustentação, a fim de aplicá-lo em edifícios e pontes. Não é maravilhoso?


Mas há uma maravilha ainda maior! O Criador toma o oxigênio e o hidrogênio, ambos sem cheiro, sem sabor e sem cor, e os combina com o carvão, que é insolúvel, negro e sem gosto. O resultado, porém, é o alvo e doce açúcar."

Fiz questão de compartilhar com você um bom trecho desse artigo, para que possamos compreender que essas curiosidades da natureza, esses detalhes da obra da criação existem com um objetivo fundamental: para a glória de Deus. Todas essas coisas revelam o quanto Deus é glorioso, amoroso e perfeito em tudo aquilo que faz. Em tudo isso, podemos experimentar a beleza da sabedoria divina.

O convite do Espírito Santo para cada um de nós é que, ao longo desta semana, possamos louvar e bendizer a Deus por essas maravilhas da Sua criação, maravilhas essas que manifestam a Sua glória.

O bambu e o carvalho

Diante disso, aproveito para contar a você essa historinha do bambu e do carvalho:

Próximo de um córrego, havia um grande carvalho. Era uma árvore forte, com o tronco grosso e maciço. Do outro lado do riacho, crescia um bambu delicado e frágil. Um dia, o carvalho começou a se exibir para o bambu:

– Morro de pena de você, coitadinho! É tão fraco que não aguenta nem o peso de um passarinho. Qualquer brisa o faz abaixar até o chão! Comigo é o contrário: Nos meus galhos, há ninhos em quantidade e ouço o canto dos pássaros o dia todo, a mais forte tempestade nunca me tirou do lugar.

O bambu só escutava, quietinho, sem nada responder. E o carvalho continuava se gabando, todo exibido:

– Se ao menos tivesse nascido ao meu lado, eu o abrigaria e protegeria com minha copa. Mas está aí na outra margem. Tão desprotegido, pobrezinho!

– Suas palavras são ditas pelo seu bom coração e eu agradeço, mas a natureza não foi tão cruel comigo – rebateu, finalmente, o bambu. O vento me maltrata, mas não me quebra, quando passa, levanto-me de novo.

– Você é que pensa! – debochou o carvalho arrogante, sacudindo sua folhagem verde como se fosse um manto. Nessa hora, o céu escureceu e começou um forte temporal. Os relâmpagos e as rajadas de vento eram violentíssimos. Atingido em cheio por um raio, o carvalho se estatelou no chão. Suas raízes foram arrancadas e sua copa voou longe. O humilde bambu se curvou às forças da natureza e resistiu. Quando tudo se acalmou, ele se ergueu uma vez mais para o céu azul.

Nessa simples historinha, aprendemos sobre a importância da humildade, de reconhecer que o mundo e todos nós, sem exceção, fomos criados para a glória de Deus. Não há razão para nos gabarmos! Tudo na nossa vida deve ser somente para a honra e a glória do Senhor.

Concluo essa reflexão com a seguinte frase do sábio da antiguidade chamado Sêneca: "Aquele que vê o amanhecer orgulhoso verá o anoitecer prostrado". Pensemos nisso!

Um forte abraço!

Assista ao programa:


Alexandre Oliveira

Membro da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Alexandre é natural da cidade de Santos (SP). Casado, ele é pai de dois filhos. O missionário também é pregador, apresentador e produtor de conteúdo no canal 'Formação' do Portal Canção Nova.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/series/luz-da-fe/luz-da-fe-o-mundo-foi-criado-para-gloria-de-deus/