3 de outubro de 2018

Como eu posso fazer para ter uma vida unida a Deus?

Reflita, passo a passo, como unir-se a Deus pelo sacramento da confissão

"Eu quero ter uma vida unida a Deus, mas  como faço isso?" É exatamente isso que vínhamos tratando, há duas semanas, nessa série de textos voltados para a meditação sobre o sacramento da confissão. Inclusive, nós não concluímos o assunto dos elementos da confissão. Escrevemos que há um modo de se libertar, de uma vez por todas, do pecado grave. Tem jeito! Só que existem alguns pontos cruciais que devem ser vividos com intensidade e sinceridade para dar certo. No texto anterior, nós já demos algumas chaves para isso, os "pulos do gato". Precisamos terminar esse assunto para seguir adiante.

Nós já tratamos, rapidamente, do exame de consciência, do arrependimento e do propósito para fazer uma boa confissão. Vale a pena dar uma olhada lá, porque colocamos alguns detalhes sobre essas ações cruciais para libertar-se do pecado grave gradativamente e em definitivo. São esclarecedores!!

Como eu posso fazer para ter uma vida unida a Deus

Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Acusação

Agora vamos ao quarto passo: a acusação.

Contar os pecados ao sacerdote. É preciso ser específico na acusação das faltas e colocar, ao máximo, a quantidade de vezes que as cometeu. Não precisa contar a história nem os detalhes, basta dizer qual foi a falta e a quantidade de vezes. Se você não se confessa há muito tempo, precisa dar, pelo menos, uma ideia da quantidade de vezes que foi cometido o pecado. Por exemplo: "Passei tantos anos sem ir à missa dominical". Com relação à gravidade do pecado, isso sim é importante especificar ao máximo. Por exemplo: "Cometi adultério uma vez com uma mulher casada". Nesse caso, foram dois adultérios, o próprio e o que foi induzido à mulher casada. Outro exemplo: "Cometi um roubo, e nele houve assassinato ou violência".

Lembrando que você se encontra em um tribunal, onde o réu confessa os pecados; no entanto, será perdoado pelo juiz, na pessoa do sacerdote. Falamos disso no primeiro texto.

"Ah, mais vou me sentir envergonhado, constrangido…" Quando erramos com alguém, e pedimos perdão, o fazemos por quê? Justamente por ser uma pessoa cara a nós, e não quereríamos a ter ofendido. Essa humilhação é já parte do remédio contra o mal, pois é uma pedagogia de autocorreção nossa frente Àquele que deve ser o mais importante em nossa vida, e do qual não queremos nos afastar.

"Deus é misericórdia. Ele não precisa de nos humilhar assim". De fato, ele não precisa mesmo, somos nós que precisamos reconhecer que não somos iguais a Ele, mas sim criaturas limitadas e dependentes da Sua ajuda. Isso só se faz assumindo a humildade como virtude.


Penitência

O quinto passo trata-se da penitência: "A penitência que o confessor impõe deve ter em conta a situação pessoal do penitente e procurar o seu bem espiritual. Deve corresponder, quando possível, à gravidade e natureza dos pecados cometidos. Pode consistir na oração, num donativo, nas obras de misericórdia, no serviço do próximo, em privações voluntárias, sacrifícios e, sobretudo, na aceitação paciente da cruz que temos de levar. Tais penitências ajudam-nos a configurar-nos com Cristo, que, por Si só, expiou os nossos pecados uma vez por todas. Tais penitências fazem com que nos tornemos co-herdeiros de Cristo Ressuscitado, «uma vez que também sofremos com Ele» (Rm 8, 17)" (CIC 1460).

Por obrigação moral, é bom reparar o que for possível da falta cometida: devolver o que foi roubado, desfazer a calúnia proferida, indenizar por ferimentos etc.

A penitência, às vezes, pode parecer leve demais. Ela existe para nos fazer meditar no mal cometido, e nas suas consequências morais. No entanto, quem pagou o preço foi Cristo, com Sua Paixão, Morte e Ressurreição. Não somos capazes de expiar nenhum pecado, nem mesmo o mais leve.

Absolvição

Por fim, a absolvição: Trata-se da oração, feita pelo sacerdote, de absolvição dos pecados confessados e dos esquecidos; não dos omitidos. Lembrando: se houver omissão de pecados, a confissão torna-se inválida. O nível da graça dada por Deus, no ato da absolvição, varia de pessoa para pessoa, pois depende do grau de devoção do penitente. A devoção não produz a graça, mas é como que o caminho para ela. Logo, a pessoa perceberá o seu efeito suavemente: firmeza de propósito, aumento da fé, força gradativa contra o pecado, aumento do horror pelo mal cometido. Vamos ficando mais fortes na luta contra o pecado.

Permanecendo em estado de graça, é possível, por meio da oração, e principalmente da Eucaristia, receber de Deus as virtudes infusas que nos ajudam a permanecer firmes na luta contra o pecado. Também vamos nos tornando pessoas melhores, realizadas, voltadas para as realidades mais essenciais que nos levam a uma união com Deus.

Temos de Deus a ajuda necessária para permanecer perto d'Ele.

Semana que vem, vamos tratar, brevemente, sobre o pecado, justamente para nos ajudar no exame de consciência.



Roger de Carvalho

Roger de Carvalho, natural de Brasília – DF, é membro da Comunidade Canção Nova desde o ano 2000. Casado com Elisangela Brene e pai de dois filhos. É estudante de Teologia e Filosofia.
Autor do blog "Ad Veritaten".


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/series/confissao/como-eu-posso-fazer-para-ter-uma-vida-unida-deus/

1 de outubro de 2018

Relacionamento saudável: 10 dicas para um bom namoro

Aprenda 10 dicas para um bom namoro

1 – Só comece a namorar quando tiver a convicção de que quer, um dia, se casar. Sem um objetivo na vida, tudo o que fazemos fica vazio; o namoro também, se não tem uma meta, não tem sentido.

2 – Antes de começar a namorar alguém, conheça-o bem por meio de uma boa amizade. É na amizade que surge o namoro, e ela serve também como um pré-namoro. Não seja afoito, não comece a namorar só porque o outro tocou seu coração. Conheça-o primeiro.

3 – Faça do seu namoro um tempo de conhecimento do outro e um meio de ele conhecer você. Sem isso, não será possível saber se o namoro deve continuar ou não. Não se ama quem não se conhece. Então, cada um se revele ao outro com sinceridade.

Relacionamento saudável: 10 dicas para um bom namoro

Foto ilustrativa: skynesher by Getty Images

4 – Não tenha medo de mostrar ao outro a sua realidade e a de sua família. Se ele não o aceitar como você é, e também sua família, com todas as qualidades e defeitos, é porque não o ama de verdade.

5 – Faça o outro crescer. Namoro é tempo de crescer a dois, pelo fermento do amor, da renúncia e do sacrifício pelo outro. Um relacionamento, no qual ambos não crescem humana e espiritualmente, por estarem juntos, é vazio e deve acabar.

6 – Não deixe o egoísmo tomar conta do relacionamento, pois um casal egoísta é como duas bolas de bilhar, que só se encontram para se chocarem e se separarem. O egoísmo mata o amor e destrói o relacionamento.

7 –
Não faça do seu namoro uma vida de casado, com vida sexual e intimidades conjugais. Amanhã, o namoro pode terminar e a marca ficará em você, sobretudo, na mulher. Só tem sentido entregar-se a alguém que, antes, colocou uma aliança em sua mão esquerda e lhe jurou amor e fidelidade até o último dia de sua vida. Não desvalorize suas decisões, seu corpo e sua vida.


8 – Não prenda seu namorado pelo sexo, não faça dele uma "arma", porque a "vítima" pode ser você. Quantas ganharam uma barriga antes da hora, sem ter um berço e um teto para seu filho! Ele merece mais do que isso.

9 –
Não tenha medo de terminar um namoro, no qual só existe briga e reclamação; não empurre o problema com a barriga. Namoro é tempo de conhecer e escolher sem pressa e sem paixão que cega a razão. É melhor chorar uma separação, hoje, do que depois de casados.

10 – Não deixe Deus fora do seu namoro, pois foi Ele quem nos criou, foi Ele quem instituiu o casamento entre um homem e uma mulher, e será Ele quem os unirá para sempre. Deixe que a mão forte de Cristo esteja entre as suas mãos fracas.



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/relacionamento/namoro/relacionamento-saudavel-10-dicas-para-um-bom-namoro/

27 de setembro de 2018

Como fazer para que Deus seja presença no meu casamento?

Deus precisa ser o centro do seu casamento

O Senhor nos chamou para sermos o povo d'Ele, o Seu rebanho. Nós somos de Deus, temos uma marca. Temos uma aliança com o Senhor e, hoje, precisamos tomar posse dessa verdade: somos povo de Deus! E, o Senhor, nos selou com o Seu sangue para afirmar que somos rebanho de Deus. O seu casamento pertence ao Senhor. E Cristo morreu por você, por isso, essa realidade precisa se realizar hoje. O mundo precisa com urgência de casais cheios do Espírito Santo para evangelizar e salvar.

Como fazer para que Deus seja presença no meu casamento?

Foto ilustrativa: BraunS by Getty Images

Não podemos seguir a voz do inimigo. E a primeira coisa a que ele quer nos tentar é para que não reproduzamos mais Deus! É Deus quem coloca a mão na sua barriga e vai tecendo a criança. Ele, o encardido, tem raiva quando vê uma mulher grávida; por isso, o pecado preferido do encardido é o aborto!

Deus nos ama

Não existe solução fácil para problema difícil! Tenha amor em você e dê amor para os da sua casa. Reze pela sua esposa, pelo seu esposo, pelos seus filhos. A minha casa sempre teve Deus como dono e, também, na sua casa também Deus precisa ser o dono.

Onde você estiver, você tem que levar o Céu. Você é cristão na medida em que, por onde você passa, semeia o Reino de Deus. Dê aos seus filhos o Reino de Deus por herança. Semeie no coração dos seus filhos, no dia a dia, o Reino de Deus. Dê Deus aos seus filhos, leve-os para o Céu. Gaste a sua vida de amor, pelo filho que você tem.


Não tenha amizades com casais que não queiram ser santos. Tenha a coragem de cortar as más amizades. Saiba que o inferno tem raiva dos casais que desejam a santidade. Por isso, jogue fora de sua casa tudo que seja do demônio: revistas pornográficas, filmes pornográficos e objetos consagrados ao demônio. Experimente o prazer de uma relação sexual em Deus!

Você é chamado a reproduzir Deus. Não deixe que nada e nem ninguém o impeça de viver aquilo que você tem por direito: ter Deus no seu casamento, na sua família.

Deus te deu um presente de casamento: o Espírito Santo! Abra e use esse presente na sua casa!

(Texto retirado do livro "Sede fecundos", de Padre Léo, scj)

25 de setembro de 2018

A ingenuidade nas redes sociais e suas consequências

O mau uso das redes sociais nos transforma em semeadores de "lixos virtuais"

Muito cuidado com as pessoas que lhe enviam conteúdos pelas redes sociais. Na verdade, o problema não são elas, mas aquilo que elas enviam. Eu acredito que uma boa parte dessas pessoas sejam até bem intencionadas, muitas são nossas amigas e, por isso, estão em nossas redes. No entanto, rede social é igual rede de pescador, você a lança ao mar e depois puxa para separar os peixes bons dos ruins. Nas redes sociais, poucas coisas se salvam, porque, diferente dos pescadores que são peritos na arte de pescar, no mundo virtual somos quase todos ingênuos e insensatos.

A ingenuidade é a falta de um senso crítico apurado e amadurecido. Iludimo-nos com cores e frases bonitas, digerimos qualquer coisa e acreditamos em tudo e em todos, sem nem mesmo saber se o que está escrito procede ou não.

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Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

A insensatez é a facilidade de como somos envolvidos e instrumentalizados com os semeadores de "lixos virtuais". Não se verificam as fontes, as informações nem a finalidade daquele conteúdo. O resultado é que nossas redes sociais viraram canais de boatos, fofocas, intrigas, maledicências, conteúdos impróprios, notícias falsas, falácias, guerras ideológicas e falsos conteúdos com cara de coisa boa.

Nós cristãos somos tão ou mais ingênuos e insensatos como os demais. Estou cansado de receber coisas falsas e inverídicas de irmãos na . O que colocam de palavras e afirmações na boca do Papa, bispos e padres não é brincadeira! Sem contar quando não invertem o que foi dito. Fabricam textos e afirmações falsas e espalham em todos os lugares. Geralmente, nós recebemos, falamos amém ou batemos palmas e passamos adiante.


Seguidores de Cristo não podem compactuar do fermento deste mundo. Há na sociedade uma rede de intrigas fomentada com a finalidade de colocar as pessoas umas contra as outras e desviar o foco de coisas essenciais. O mesmo modelo foi transposto para o nosso meio de vivência da fé. Incomoda-me receber de pessoas de Igreja conteúdos inadequados, falsos ou provocadores de discórdia. Não é que precisamos mandar somente flores e passagens da Bíblia. O que não podemos é espalhar o joio, a mentira, a ilusão e a fofoca, e achar isso normal e até bonito.

As redes sociais podem e fazem um bem enorme para a comunicação entre as pessoas, inclusive para a evangelização. Os estragos promovidos pelos ingênuos e insensatos se tornam, muitas vezes, incalculáveis e irreparáveis. Afirmo que o problema, na maioria dos casos, não são as pessoas, mas o conteúdo, porém eles não se espalham sem a nossa ajuda; então, repensemos nossa conduta diante das redes sociais que fazemos uso.


 


Padre Roger Araújo

[:pb]Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. Contato: padrerogercn@gmail.comFacebook

[:es]Sacerdote de la Comunidad Canción Nueva, periodista y colaborador de la Página Canción Nueva. Contacto: padrerogercn@gmail.com – Facebook

21 de setembro de 2018

Com Deus tem jeito: um testemunho de fé e esperança

É preciso tomar cuidado para não perder os valores da alegria e da esperança

Quero lhe falar de uma história real. Trata-se da vida de um jovem que, aos 25 anos de idade, não tinha mais nenhuma perspectiva, não conseguia ver esperança em sua vida, era só um vazio existencial.

Os dias foram passando e o desespero aumentava no coração dele, por não avistar uma saída. A entrada para o mercado de trabalho lhe parecia muito difícil sem faculdade e sem currículo. Quem o contrataria e quanto ganharia? Pois quem ganha bem é quem tem um excelente currículo e uma boa formação acadêmica, pensava este jovem. Casar-se e formar família também era complexo, já que não conseguia dirigir sua própria vida. Então, não conseguia mirar uma vida de fidelidade a partir de uma única mulher. Outro ponto se tornava mais distante ainda: ter filhos e dar a eles uma educação moral e cristã.

Com Deus tem jeito: um testemunho de fé e esperança

Foto ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com

Situações que resultavam numa conclusão: sem perspectiva profissional e sem perspectiva de ser bom esposo e bom pai. Além desses fatos, tinha jogado fora todas as oportunidades que estiveram em suas mãos, uma delas a carreira profissional de jogador de futebol de salão. O mais complicado para este jovem era achar que não tinha mais jeito de dar a volta por cima, não existia esperança em sair do caos.


Alegria e esperança

Não sei a sua idade nem quais são as suas perdas, mas sei de uma coisa: em meio a uma situação de desesperança, é hora de tomar cuidado para não perder os valores da alegria e da esperança.

Há uma música que diz: "Reconhece a queda e não desanima; levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima". Jovem, é preciso reconhecer a queda, reconhecer a perda, reconhecer-se pequeno, mas não desanimar. É preciso ter consciência de que para levantar e dar a volta por cima é preciso o auxílio do Alto, do Céu. Levante a cabeça, acredite, é possível começar um tempo novo! Levantar-se sem Deus é arriscado e levantar-se com Ele é humildade.

"A alegria do coração é a vida da pessoa, tesouro inesgotável de santidade, a alegria da pessoa prolonga-lhe a vida. Tem compreensão contigo mesmo e consola teu coração; afugenta para longe de ti a tristeza. A tristeza matou a muitos e não traz proveito algum." (Eclo 30,23-25).

Essa passagem bíblica nos apresenta um valor que deve ser cultivado: a alegria. Jovem, não deixe que nenhuma perda lhe roube a alegria. Somente a perda de Jesus é que deve nos questionar, pois Ele diz: "sem mim, nada podeis fazer". Viver a vida sem Cristo é perder a esperança de dias melhores.

Jesus é o seu amigo e está junto de você nestes momentos tão difíceis. Ele é o único que não pode se fazer presente na sua lista de perdas. "Eu vos chamo amigos" (Jo 15,15). O lindo desafio para este dia é virar a folha e começar a escrever um tempo novo. Coloque, no início dessa folha, "Jesus é meu amigo" e isso me basta para dar a volta por cima.

Este jovem, hoje, tem 49 anos de idade, é casado há 20 anos e tem três filhos. Este jovem sou eu, Cleto Coelho. Hoje, sou "semeador de alegria e esperança" e aprendiz em descobrir valor em meio às perdas. Não me canso de repetir: "Com Deus tem jeito!"


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/testemunhos/com-deus-tem-jeito-um-testemunho-de-fe-e-esperanca/

19 de setembro de 2018

Quais são as prioridades para uma família ser santa?

A família precisa ter momentos juntos de oração

Diariamente, vivemos, na nossa casa, situações em família, e precisamos tomar decisões: "Os filhos vão à festa de aniversário do amigo da escola?", "Vão sair?", "Como serão as próximas férias?".

Há também situações que são preciosas para o fortalecimento da família, como ir à Missa, ter momentos de orações individuais e também em família. Guardo, em meu coração, uma frase de São João Paulo II sobre a importância da oração dentro de casa: "Não esqueçais que a oração em família é garantia de unidade num estilo de vida coerente com a vontade de Deus".

Quais-as-prioridades-para-uma-família-ser-santa

Foto: Arquivo Pessoal (Paula Freitas)

Oração em família

Responda para você mesmo: "Você consegue rezar junto com sua família?".

A maioria das famílias, hoje, não reza. Há também muitos que rezam. Os que já aderiram a essa prática, continuem, não desistam! Mas os que ainda não conseguiram, deixo aqui o convite: comecem agora!

Você pode estar pensando: "Paula, eu sou uma pessoa boa, minha família é do bem, está tudo certo na minha casa, mas eu não rezo!". Se você já é uma boa mãe, imagina com a oração, ficará melhor ainda! Se você é um bom pai, será um superpai, muito melhor para seus filhos!

Se sua família já vai à Missa aos domingos, está aí uma grande vitória. Podemos, no entanto, receber mais graças se fizermos da nossa vida uma oração. Além de participarmos das Missas aos domingos e dias santos, como nos orienta a Igreja, podemos receber mais graças ainda se fizermos da nossa vida uma oração.

Não é ficar o dia inteiro de joelhos na igreja. Isso nem Deus quer! O Evangelho é oração e ação. O fundador da Canção Nova, monsenhor Jonas Abib, sempre nos ensinou que podemos orar ao ritmo da vida. Em casa, no serviço doméstico, no trabalho, sempre oferecendo ao Senhor o que estamos fazendo. Oração ao ritmo da vida. Cuidando das crianças, educando-as com o coração voltado para Deus, e assim você já está orando. Você pode não estar percebendo, mas você está orando.


Sem a caminhada fica mais difícil. Por isso, deixo a você uma dica: "Não sei o que você está passando em seu lar, se é a doença que visitou sua vida, se é uma traição. Mas acredite: o que vai sustentá-lo e mantê-lo firme para vencer todas as dificuldades do cotidiano é a oração".

Em 2015, estive na abertura de um Grupo de Oração para Famílias, em Belém (PA). Foram dois dias de orações e palestras para as famílias. Quanta riqueza nas partilhas! Famílias inteiras participando, rezando por sua casa e escolhendo colocar Deus dentro de seu lar.

Fica a dica

Eu dizia a eles e repito a vocês:

– A oração precisa ser prioridade para a nossa casa;

– Todos nós precisamos rezar mais;

– Homens, vocês precisam ser homens de oração;

– Mulheres, vocês precisam ser mulheres de oração;

– A nossa família precisa ser uma família de oração;

– Família que crê tem sabor diferente.

Temos tempo para tudo, até para o que não é construtivo. Sabemos que tempo é questão de preferência; então, decida-se pela oração!

 


Paula Guimarães

Paula Guimarães é missionária da Comunidade Canção Nova, administradora, jornalista, apresentadora da TV Canção Nova e mestre em Comunicação
e Semiótica pela PUC-SP. Ela é autora dos livros "Como ser feliz em família – 15 passos para encontrar felicidade em seu lar", "Esperança, cadê você? O que fazer para não entrar em desespero" e "TV Canção Nova – A vida por trás das câmeras" pela Editora Canção Nova.

17 de setembro de 2018

Vício em eletrônicos pode desenvolver patologias

As pessoas estão se tornando dependentes das tecnologias, o que pode ocasionar vícios eletrônicos

O que antes era uma preocupação apenas com os adolescentes, por ficarem horas e horas em jogos virtuais, estende-se à classe dos adultos; e o pior, até mesmo das crianças. Muitos pais, na ânsia de ter um tempo "livre" para eles, sem choro nem necessidade de dedicação aos filhos, usam como moeda de troca o tablet e o celular, oferecendo precocemente aquele que pode ser o grande vilão da vida adulta do seu filho. Por isso, gostaria de questionar: será que estamos sabendo utilizar os eletrônicos, em especial os meios de comunicação?

Essa tem sido a pergunta de muitos estudiosos, saber quais são as influências e, para bem dizer, os malefícios que esse vício pode causar, assim como sua forma de tratamento.

Vício em eletrônicos pode desenvolver patologias

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Muito já se falou dos jogos, mas agora gostaria de levantar os questionamentos acerca dos meios de comunicação virtual. Pode se dizer que nunca foi tão fácil acessar a internet como atualmente, são poucos os lugares em que não é possível se conectar. E quando isso não acontece, o caos está instalado. Quem nunca ouviu uma pessoa dizer: "Aqui não tem nada para fazer, não tem nem internet!" ou "Aqui tem Wi-Fi? Qual a senha?".

Atendimento psicológico

Partindo do princípio de que tudo o que está em exagero pode se tornar uma doença, podemos, então, dizer que o excesso de tempo envolvido com tais eletrônicos é uma patologia, e que, para isso, já existem clínicas de recuperação nos grandes centros. Já se imaginou internado em uma clínica de recuperação por não conseguir se controlar com uso desses meios? Ainda não se trata de uma realidade comum tais internações, no entanto, o número de pessoas atendidas em consultórios psicológicos sim.

As pessoas não chegam nos consultórios dizendo que possuem dependência de internet, jogo patológico ou nomofobia ("no mobile fobia", ou "fobia de ficar sem celular"), eles chegam se queixando das consequências de tais patologias, que são a baixa autoestima, distúrbios de humor, depressão, fobias e irritabilidade.

Normalmente, esses comportamentos dificultam as relações sociais feitas na vida real, sendo então um "refúgio" para aqueles que são retraídos, tímidos, inseguros, complexados, pois, nesse mundo imaginário, posso me refugiar, distrair, ser quem eu desejo ser, porque hoje é muito comum criar um fake (pessoa imaginária) e fazer tudo aquilo que gostaria de fazer e não "consigo".

Distúrbios atencionais

No entanto, não são apenas alterações emocionais que podem gerar essas dependências. Estudiosos da mente humana têm buscado estudar quais implicações neurológicas tais dependências têm causado. A princípio, o que se pode dizer é que esses tais excessos, podem causar distúrbios atencionais.

Uma vez que, durante as atividades virtuais – sejam elas jogos, trabalho, estudo, lazer, dentre outros – estimula-se mais o campo da atenção alternada (alternância do foco entre mais de um estímulo para captar cada uma das atividades em separado, eficazmente), geramos no cérebro uma necessidade de receber constantemente esse estímulo. Em contrapartida, o campo da atenção concentrada (capacidade de desconectar-se de um campo mais amplo de atração, seja visual ou auditivo, a fim de isolar-se ou focar-se em um número reduzido de estímulos), um outro tipo de atenção humana, não menos inferior que a atenção alternada, fica "atrofiada", pois não tem recebido estímulo suficiente. Esse desequilíbrio prejudica diretamente o processo de aprendizagem e memória do ser humano, uma vez que auxilia a transição de informações novas da área da memória de trabalho para a memória de longo prazo.

Se, contudo, você acha que não depende tanto da internet para relacionar-se, distrair-se e manter-se informado (jornais impressos e televisionados também oferecem informações), lanço um desafio: desligue sua internet por um período do dia, observe suas reações e veja até onde você depende emocionalmente dessa ferramenta.



Aline Rodrigues

Aline Rodrigues é missionária da Comunidade Canção Nova, no modo segundo elo. É psicóloga desde 2005, com especializações na área clínica e empresarial e pós-graduada em Terapia Cognitiva Comportamental. Possui experiência profissional tanto em atendimento clínico, quanto empresarial e docência.