3 de agosto de 2018

A beleza da moral católica

Viver a moral católica é ser fiel a Jesus Cristo e a tudo o que Ele ensina por meio da Sua Igreja

A moral católica tem como objetivo levar o cristão à realização da sua vocação suprema, que é a santidade. Ela tem como objetivo dirigir o comportamento do homem para o seu fim supremo, que é Deus, o qual se revelou ao homem de modo especial em Jesus Cristo e Sua Igreja.

A moral vai além do Direito, que se baseia em leis humanas; mas nem sempre perscruta a consciência. Pode acontecer de alguém estar agindo de acordo com o Direito, mas não de acordo com a consciência. Nem tudo que é legal é moral. A moral cristã leva em conta que o pecado enfraqueceu a natureza humana e que ela precisa da graça de Deus para se libertar de suas tendências desregradas e viver de acordo com a vontade de Deus.

Foto ilustrativa: Wesley Almeida / cancaonova.com

A moral cristã, portanto, e a religião estão intimamente ligadas, tendo como referência Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Ser cristão é viver em comunhão com Cristo, vivendo n'Ele, por Ele e para Ele. É de dentro do coração do cristão que nasce a vontade de viver a "Lei de Cristo", a moral cristã, e isso é obra do Espírito Santo. Não é um peso, mas uma libertação.

A moral cristã é uma resposta de amor

O comportamento do cristão é uma resposta ao amor de Deus. Dizia São João da Cruz que "amor só se paga com amor".

"Deus é amor" (1 Jo 4,16) e Ele "nos amou primeiro" (1 Jo 4,19).

Ninguém deve viver a Lei de Cristo por medo, mas por amor ao Senhor, que desceu do céu e imolou-se por cada um de nós. Nosso amor a Deus não deve ser o amor do escravo que lhe obedece por medo do castigo, nem do mercenário; que o obedece por amor ao dinheiro, mas sim o amor do filho que obedece ao pai simplesmente porque é amado por ele.

São Paulo dizia: "O amor de Cristo me constrange" (2 Cor 5,14).

Ninguém será verdadeiramente espiritual enquanto não viver a lei de Deus simplesmente por amor a Deus e não por medo de castigos.

Moral católica, caminho para a verdadeira felicidade

Por outro lado, devemos viver a lei de Deus porque ela é, de fato, o caminho para a nossa verdadeira felicidade. Ele nos ama e é Deus; não erra e não pode nos enganar; logo, sua Lei, é o melhor para nós.

Quem não obedece ao catálogo do projetista de uma máquina, acaba estragando-a; assim, quem não obedece a Lei de Deus acaba destruindo a sua maior obra, que é a pessoa humana.

A Lei de Cristo se resume em "amar a Deus e amar ao próximo como a si mesmo" (cf. Mt 22,37-40). Mas esse amor ao próximo não é apenas por uma questão de simpatia ou afinidade com ele, mas pelo exemplo de Cristo, que "nos amou quando ainda éramos pecadores", como disse São Paulo. Por isso, o cristão odeia o pecado, mas sempre ama o pecador. A Igreja ensina que não se deve impor a verdade sem caridade, mas também não se deve sacrificar a verdade em nome da caridade.

Deus sempre exigiu do povo escolhido, consagrado a Iahweh (cf. Dt 7,6; 14,2.21), a observância das Suas Leis, para que este povo fosse sempre feliz e abençoado.

"Observareis os mandamentos de Iahweh vosso Deus tais como vo-los prescrevo" (Dt 4,2).

"Iahweh é o único Deus. Observa os seus estatutos e seus mandamentos que eu hoje te ordeno, para que tudo corra bem a ti e aos teus filhos depois de ti, para que prolongues teus dias sobre a terra que Iahweh teu Deus te dará, para todo o sempre" (Dt 14,40).

Colocar Deus em primeiro lugar

Deus tem um grande ciúme do Seu povo, e não aceita que este deixe de cumprir Suas Leis para adorar os deuses pagãos.

"Eu, Iahweh teu Deus, sou um Deus ciumento…" (Dt 5,9).

O Apóstolo São Tiago, lembra-nos esse ciúme de Deus por cada um de nós ao dizer que: "Sois amados até ao ciúme pelo Espírito que habita em vós" (Tg 4,5).


Deus não aceita ser o segundo na nossa vida, Ele exige ser o primeiro, porque para Ele cada um de nós é o primeiro. Esse amor a Deus se manifesta exatamente na obediência aos mandamentos: "Andareis em todo o caminho que Iahweh vosso Deus vos ordenou, para que vivais, sendo felizes e prolongando os vossos dias na terra que ides conquistar" (Dt 5,33).

As bênçãos que Deus nos promete são abundantes: "Se de fato obedecerdes aos mandamentos que hoje vos ordeno, amando a Iahweh vosso Deus e servindo-o com todo o vosso coração e com toda a vossa alma, darei chuva para a vossa terra no tempo certo: chuvas de outono e de primavera. Poderás assim recolher teu trigo, teu vinho novo e teu óleo; darei erva no campo para o teu rebanho, de modo que poderás comer e ficar saciado" (Dt 11.13-15; Lv 26; Dt 28).

Jesus disse aos apóstolos: "Se me amais guardareis os meus mandamentos" (Jo 14,23). "Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai" (Mt 7,21) .

O perigo da Ditadura do Relativismo

Papa emérito Bento XVI falou do perigo da "ditadura do relativismo". Na homilia que proferiu, na Missa que precedeu o início do Conclave que o elegeu, ele deixou claro as suas maiores preocupações:

"…que nos tornemos adultos em nossa fé. Não devemos permanecer crianças na fé, em estado de menoridade. Em que consiste sermos crianças na fé? Responde São Paulo: 'Significa sermos arrastados para lá e para cá por qualquer vento doutrinário'. Uma descrição muito atual! Quantos ventos doutrinários experimentamos nesses últimos decênios, quantas correntes ideológicas, quantos modos de pensamentos… O pequeno barco do pensamento de muitos cristãos se viu frequentemente agitado por essas ondas, arremessado de um extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, e até mesmo à libertinagem; do coletivismo ao individualismo radical; do agnosticismo ao sincretismo, e muito mais. A cada dia nascem novas seitas, e as palavras de São Paulo sobre a possibilidade de que a astúcia nos homens, seja causa de erros são confirmadas. Ter uma fé clara, de acordo com o Credo da Igreja, muitas vezes, foi rotulado como fundamentalista. Enquanto que o relativismo, ou seja, o "deixar-se levar" «guiados por qualquer vento de doutrina», parece ser a única atitude que está na moda. Vai-se construindo uma ditadura do relativismo que não reconhece nada como definitivo e que só deixa como última medida o próprio eu e suas vontades. Nós temos outra medida: o Filho de Deus, o verdadeiro homem. Ele é a medida do verdadeiro humanismo. «Adulta» não é uma fé que segue as ondas da moda e da última novidade; adulta e madura é uma fé profundamente arraigada na amizade com Cristo."

O relativismo religioso é aquele em que cada um faz a sua própria doutrina moral, e não mais segue os mandamentos dados por Deus. E quem não age segundo esta perversa óptica, é então menosprezado e chamado de retrógrado, obscurantista etc.

A Igreja nunca trairá o seu Senhor. Viver a moral católica é ser fiel a Jesus Cristo e a tudo o que Ele ensina por meio da sua Igreja.



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/a-beleza-da-moral-catolica/

1 de agosto de 2018

Luz da Fé: Perseverar na fé

Peça a Deus a graça de perseverar numa fé que deve ser carregada pela esperança

Neste programa 'Luz da Fé', quero refletir com você sobre o número 162 do Catecismo da Igreja Católica, que nos ensina o seguinte:

A perseverança na fé

162. A fé é um dom gratuito que Deus concede ao homem. Podemos perder este dom inestimável. São Paulo alerta Timóteo sobre isso: "Combate… o bom combate, com fé e boa consciência; pois alguns, rejeitando a boa consciência, vieram a naufragar na fé" (1Tm 1,18-19). Para viver, crescer e perseverar até o fim na fé, devemos alimentá-la com a Palavra de Deus; devemos implorar ao Senhor que a aumente; ela deve "agir pela caridade" (Gl 5,6), ser carregada pela esperança e estar enraizada na fé da Igreja.

Foto ilustrativa: Luciano Camargo / cancaonova.com

A Igreja vem nos alertar para esse grande risco de perdermos esse presente que Deus nos concede, que é a fé. Ao longo da nossa caminhada, podemos nos recordar daqueles que, infelizmente, já não estão mais conosco no serviço ao Reino: irmãos e irmãs que, atualmente, não participam da Igreja, não vão mais à Santa Missa, ao Grupo de Oração, que já não servem mais naquela determinada pastoral. Muitas vezes, isso acontece por causa de um esfriamento na própria fé. Por meio disso, a pessoa acaba por largar tudo, abandonar a caminhada com Cristo e voltar à vida velha.

Esse é um risco terrível que corremos? É evidente que sim! Por isso a necessidade de perseverarmos na fé.

Eu tive a oportunidade de pregar um encontro na minha cidade natal, Santos (SP), exatamente na paróquia da qual eu fazia parte antes de ingressar na Comunidade Canção Nova. Ali, o meu coração se encheu de alegria, pois reencontrei irmãos e irmãs na fé, os quais, há 21 anos, eu deixei por causa do meu chamado. Eles estavam ali, perseverantes na fé, servindo a Deus na comunidade paroquial. Que belo testemunho!

Diante disso, eu quero me dirigir a você, meu irmão, e lhe pedir: Persevere! As pessoas precisam desse seu testemunho de perseverança. O mundo, a Igreja, a sociedade contam com o testemunho de alguém que persevera na fé. Então, nada de "jogar a toalha"! Não é hora de você desistir da Igreja e das coisas de Deus.


Mesmo que as pessoas não reconheçam sua dedicação e empenho, mesmo que você não receba elogios nem "tapinhas nas costas" por causa daquilo que realiza, isso não importa. O que importa é que Deus vê tudo. E Ele sabe como você O tem servido dia após dia; portanto, combata o bom combate até o fim!

A Última Ceia

Conta-se que Leonardo da Vinci, antes de pintar "A Última Ceia", foi procurar pessoas que servissem de modelos para ele começar a execução de sua obra. Ao procurar alguém que servisse de modelo para representar Jesus, ele encontrou um jovem de belas feições rezando no interior de uma igreja. O rapaz aceitou o convite de Leonardo da Vinci e, a partir desse jovem, Leonardo foi convidando outros para representar cada um dos apóstolos.

Chegou a vez de pintar Judas, o traidor. Leonardo da Vinci foi procurar o tal modelo no lugar mais promíscuo e degenerado da cidade. Ali, encontrou um rapaz com as feições totalmente estragadas pelo vício e por uma vida desregrada no pecado. Convidou esse rapaz para fazer parte da sua obra de arte. Porém, ao começar a pintá-lo no afresco, Leonardo notou que os traços desse modelo para Judas eram os mesmos daquele que servira de modelo para Jesus. Afinal, o que havia acontecido?

Aquele rapaz chamava-se Pedro Bandinelli. E ele contou a Leonardo da Vinci sua triste história de como havia se afastado da caminhada com Deus por causa do prazer e do vício e, assim, passou "de Jesus a Judas".

Peçamos a Deus a graça de perseverar numa fé que, como nos ensina o Catecismo da Igreja, deve ser "carregada pela esperança e estar enraizada na fé da Igreja". Que o Senhor nos faça perseverar e, assim, as pessoas possam ver o rosto de Jesus (e não de Judas) em cada um de nós.

Um forte abraço!



Alexandre Oliveira

Membro da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Alexandre é natural da cidade de Santos (SP). Casado, ele é pai de dois filhos. O missionário também é pregador, apresentador e produtor de conteúdo no canal 'Formação' do Portal Canção Nova.

30 de julho de 2018

O ressentimento começa através de pequenas coisas

O ressentimento começa nas pequenas coisas, nas decepções insignificantes

"Vós purificastes vossas almas obedecendo à verdade para praticardes um amor fraterno, sem hipocrisia. Amai-vos uns aos outros de coração puro, com constância, vós que fostes novamente gerados por uma semente não corruptível, mas incorruptível, pela palavra de Deus viva e permanente" (1Pd 1,22).

A conclusão dessa passagem vemos em 1Pd 2,1: "Rejeitai, portanto, toda a maldade e toda a astúcia, toda a forma de hipocrisia, inveja e maledicência".

Foto ilustrativa: Jorge Ribeiro / cancaonova.com

São Paulo disse à comunidade de Efésios: "Estais encolerizados? Não pequeis, não se ponha o sol sobre o vosso ressentimento. Não deis oportunidade alguma ao diabo" (Ef 4,26-27).

Isso significa que não existe nenhuma pessoa viva, aqui na Terra, que não passe pela experiência de ter um momento de ressentimento e irritação; e o encardido se aproveita disso para tentar nos mandar para o inferno. O que nós temos de fazer é não darmos entrada a ele.

O ressentimento começa nas pequenas coisas, de decepções insignificantes; então, fazemos "tempestade em copo d'água" e transformamos aquilo que era um ressentimento bobo em ira ou ódio. O passo para isso acontecer é remoermos, ressentirmos tudo, ou seja, sentimos tudo novamente, relembrarmos os fatos. Cada vez que fazemos isso, o ódio aumenta. Mas como poderemos lutar contra isso?

Passos contra o ressentimento

O primeiro passo é compreender sempre a atitude daquele que nos ofende, pois nunca sabemos o que ele passou durante o dia. O segundo passo é não ficarmos comentando com as outras pessoas o que passou durante o mal entendido, pois isso ajuda a aumentar nosso ressentimento, criando um círculo vicioso. Você já viu aquelas pessoas que, onde vão, contam a mesma história para todos, sempre se fazendo de vítima, de coitado? Isso acontece  quando tocamos no assunto com a pessoa errada. Sentiu vontade de falar, procure um padre e confesse-se com ele.

Quando você não ama uma pessoa, é o passo para não amar duas, três, quatro e assim por diante. Você briga com a vizinha, já é um passo para ficar de mal com o marido dela, com a avó. Até mesmo o cantor que essa pessoa gosta você passa a detestar.


Tudo isso ocorre pelo desamor que existe entre nós, e as pessoas que mais sofrem são as que não amam. O desamor não é somente não gostar da pessoa, ter ressentimento por ela, pois amar é dar-se sem esperar nada em troca. Quando, no entanto, não amamos, apenas investimos para que possa receber também; e quando não somos correspondidos, começamos a gerar antipatias.

A pessoa que não ama não consegue chegar à cura interior, e quem não passou pela experiência da cura interior não ama, isso vira um círculo vicioso de pecado, de ressentimento e decepção, e tudo isso vai se transformar em ódio.

Necessário é nos purificarmos para praticar um amor verdadeiro, um amor gratuito, somente assim conseguiremos ficar longe do ressentimento.

Formação Canção Nova

27 de julho de 2018

Quando o casamento acaba, quais são as consequências para os filhos?

Após a separação, como fica o relacionamento pais e filhos?

Bom seria se, por todos os nossos dias, acontecessem somente coisas que tínhamos projetado viver. No entanto, toda opção contrária a nossa vontade traz para a nossa realidade o compromisso de assimilar o novo. É sabido que muitos casamentos correm riscos de um desfecho nada parecido com as alegrias que pensavam viver.

Infelizmente, alguns casais chegam a considerar a separação conjugal como a solução de seus problemas, embora tenham feito o voto de viver juntos por toda a vida. Diante das exigências do relacionamento, podem querer abandonar o compromisso assumido, desejando, assim, recuperar o tempo que acreditam ter perdido, saindo em busca da felicidade que consideram ter deixado para trás.

O casamento acabou e quais as consequências para os filhos

Foto Ilustrativa: grinvalds by Getty Images

Aqueles que, anteriormente, apresentavam-se abraçados em fotografias, talvez, tenham se comportado, ao longo da vida conjugal, indiferentes ou displicentes aos cuidados e carinhos necessários para a renovação do amor, sentimento que os fez investir no casamento eterno. Por mais plausíveis que sejam as razões da separação, haverá outros traumas secundários, que implicarão na vida familiar, especialmente, quando dessa relação vieram os filhos. Pois como sabemos: "Na disputa entre o mar e o rochedo, quem sofre são os mariscos". Para os filhos, encarar a realidade de ter seus pais vivendo em casas separadas poderá ser um problema, tendo em vista que a referência de família e o sinônimo de proteção, que todos temos, são compostos de pai, mãe e filhos.

E os filhos na separação?

Muitos são os relatos de filhos que experimentaram os dissabores da ruptura do casamento de seus pais. Dúvidas surgem na cabeça deles diante dessa desagradável surpresa, pois a quem irão recorrer? Quem vai os ajudar a solucionar os impasses e inseguranças que vão aparecer ao longo da vida? Ou com quem deverão morar? (Isso, quando essa escolha lhes é permitida). Além de não poderem contar com o esteio familiar como antes, deverão fazer a difícil opção entre aqueles que por eles são igualmente amados. Tudo isso significaria colocar sobre seus ombros uma responsabilidade muito além de suas próprias forças.


Em meio a tantas situações complicadas para gerir, não será difícil perceber, no comportamento deles [filhos], a presença do medo, do sentimentos de revolta, raiva, incompreensão, desconforto, além da sensação de abandono entre outros.

Como buscar ajuda?

Antes que as consequências dos atos dos pais repercutam na vida daqueles que se sentem impotentes diante das dificuldades dos adultos, certamente, será importante que os cônjuges falem um ao outro o que realmente desejam e esperam como contribuição para o reaquecimento da relação. Muitas vezes, nessas ocasiões, a ajuda de um profissional na área da psicologia será também de grande valia. É bom lembrar que, para todo e qualquer outro relacionamento que possam pretender viver, serão exigidos o mesmo carinho, atenção, romantismo, empenho, dedicação e a leal cumplicidade para sua perpetuação.

"Em mar revolto, marinheiros não içam velas." Estabelecer a disposição comum em reviver as simples coisas que foram deixadas para trás será a chave para alcançar o sucesso no casamento.



Dado Moura

Dado Moura trabalha atualmente na  Editora Canção Nova, autor de 4 livros, todos direcionados a boa vivência em nossos relacionamentos. Outros temas do autor estão disponíveis em www.meurelacionamento.net twitter: @dadomoura facebook:

www.facebook.com/reflexoes


25 de julho de 2018

O que nos motiva a sermos melhores?

Entenda o que nos motiva a sermos pessoas melhores

Se quiser ser de Deus, terá de viver as duas vias do Senhor: "Amarás ao Senhor teu Deus e ao próximo como a ti mesmo". O que você entende por esta palavra: "amor"?

É impressionante o quanto o amor de Deus nos toca! Os poetas sempre tentaram decifrar esse sentimento, mas nunca o conseguiram, assim como Luiz de Camões em seu célebre poema: "O amor é um fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer".

-O-que-nos-motiva-a-sermos-melhores

Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Como é amar?

O amor não se poetiza. Quantas vezes o sentimos, mas não sabemos onde realmente dói? O amor é revelação, inauguração, tem o poder de ser novo com aquilo que estava velho.

Jesus sabe da capacidade de olhar as coisas miúdas da vida, às quais não damos valor e aquelas que ninguém havia visto antes. Colocando os pés no seguimento de Cristo, ouvimos a Palavra para olhar a vida diferente: 'Amar a Deus sobre todas as coisas'. E o que significa amar o meu próximo? O que significa olhar para o meu irmão e saber que nele tem uma sacralidade que não posso violar? Como posso descobrir esse convite de Deus de abrir os olhos às pessoas? No dia de hoje, eu lhe proponho que acabe com os "achismos" do amor. A primeira coisa que Deus precisa curar é o que nós achamos do amor. Pois, muitas vezes, em nome dele [amor], nós fazemos absurdos: sequestramos, matamos, fazemos guerra, criamos divisões.


O amor nos dá uma força que nem nós mesmos sabíamos que tínhamos. É a capacidade que ele tem de nos costurar. Quantas vezes olhamos para a objetividade do outro, que nos motiva a sermos melhores! É o amor com suas clarezas e confusões. Muitas vezes, em nome do amor, tratamos as pessoas como "coisas". Quando Deus entra em nossa vida e entramos na vida de outras pessoas, temos de entrar como Ele, agregando valores. Caso contrário, é melhor que fiquemos de fora, porque somos um território que merece respeito.

Na passagem da sarça ardente (cf. Ex 3,2ss ), Deus se manifesta em uma árvore que pega fogo, mas não é consumida. Esse é o amor de Deus: Quanto mais nós amamos, mais somos consumimos; e se estamos esgotados, é porque amamos de menos. Vamos ficando sem vigor, mas a sarça queima sem se consumir. O fogo do amor não queima, pois faz outro fogo, e a experiência do amor de Deus é feita pelo amor de um para o outro.

É possível medir o amor?

Quantas vezes você passou noites inteiras acordado pelo seu filho? Quanto sono perdido? Isso é por amor. Amar o outro é levar prejuízo. Você vai saber o que é o verdadeiro amor quando você se consumir, mas não se esgotar. Você nunca vai dizer que está cansado de amar o seu filho. Você está cansada dos problemas causados por ele, mas não de o amar. Quantas pessoas que procuram e estão necessitadas do amor, mas, em sua busca, correm atrás das micaretas e baladas? A busca do amor está aguçada. Todos estão querendo saber o que é o amor e todos estão precisando de cura. Quantas pessoas foram amadas erroneamente, trazendo as marcas de um amor estragado!

Tenha a coragem de tirar as histórias do passado que doem e que você carrega até o dia de hoje. Nenhuma pessoa pode amar a Deus se não se ama. Nenhuma pessoa pode ter uma experiência com Deus se não for pelo amor a si própria, pelo respeito por si mesma. O amor a Deus passa o tempo todo pelo cuidado que eu tenho com a minha vida, com a minha história. Como sou capaz de amar o próximo como a mim mesmo, se ainda não me amo? Faça caridade a você primeiro. Os seus amigos vão agradecer por você se amar.

Quando o amor nos atinge, somos mais felizes. Um povo que se ama sabe aonde vai. Eu ainda acredito no que Deus pode em mim. Volte a gostar de você!



Padre Fábio de Melo

Padre Fábio de Melo, sacerdote da Diocese de Taubaté, mestre em teologia, cantor, compositor, escritor e apresentador do programa "Direção Espiritual" na TV Canção Nova.

21 de julho de 2018

Uma alimentação saudável previne a hipertensão arterial

Uma boa alimentação reduz os riscos de doenças crônicas como câncer, diabetes e hipertensão arterial

Já ouvimos muito as pessoas falarem assim: "Tal alimento faz bem para isso ou é bom para aquilo", mas, afinal, o que queremos saber com essas informações?

Isso é o que chamamos de "alimento funcional", ou seja, são aqueles alimentos/nutrientes que produzem efeitos benéficos específicos à saúde, além do seu valor nutritivo básico. Trazem benefícios como a prevenção e a redução do risco de doenças crônicas como câncer, diabetes e a hipertensão.

Créditos: marilyna by Istock Photo

Hoje, vamos falar sobre os alimentos que ajudam a prevenir a hipertensão, ou como a conhecemos popularmente, "pressão alta". Essa é uma doença caracterizada pelo aumento na tensão dos vasos sanguíneos. A pressão se eleva por vários motivos, mas, principalmente, porque os vasos nos quais o sangue circula se contraem. Isso pode ser provocado pela modificação no volume de sangue que circula nas veias, pela variação na frequência cardíaca (batimentos por minuto) e também pela variação na elasticidade dos vasos.

Muitos de nós podem ter essa doença, já que ela pode surgir devido à nossa herança genética ou por aquilo que ingerimos em excesso, principalmente o sal. Também podemos desenvolver a hipertensão por causa da idade, pela falta de prática de atividade física ou mesmo pelo excesso de peso.

Que tipo de alimentos, então, podemos consumir para prevenir o aparecimento da hipertensão ou até mesmo para que ela apareça mais tardiamente, se já tivermos predisposição genética para desenvolvê-la?

Prevenção em dois pontos

Podemos partir de dois pontos, para que essa prevenção aconteça de forma eficaz:

– Primeiro ponto: o que precisamos EVITAR na nossa alimentação.

* Alimentos ricos em sal e aqueles que, embora não saibamos, possuem uma grande quantidade de sal na sua composição: catchup, biscoitos recheados, refrigerantes, congelados (lasanhas, tortas, pizzas etc.);

* Alimentos embutidos: salsicha, presunto, hambúrguer, mortadela, mussarela etc.
Obs.: Os alimentos industrializados, de forma geral, contêm muito sal na composição, já que todos os conservantes são à base de sal (sódio).

– Segundo ponto: o que precisamos INCLUIR nas refeições.

* Alimentos ricos em fibras: grãos e cereais integrais, folhosos e vegetais consumidos na forma crua, pois a fibra ajuda a eliminar o excesso de sal ingerido nos alimentos;

* Alimentos fontes de ômega 3 (linhaça, chia, atum, sardinha, espinafre, couve e rúcula) considerados grandes aliados do coração. Ajuda a evitar arritmias cardíacas, além de reduzir os níveis de triglicérides no sangue, o que diminui o risco de problemas cardíacos; dessa forma, favorece o controle da pressão arterial.

* Alimentos fontes de potássio (feijão, batata-baroa, banana prata, melão, maracujá, abacate e couve). Este nutriente ajuda a regular a pressão arterial, controlando a quantidade de sódio (sal) no sangue.

* Alimentos fontes de magnésio (soja, amêndoa, espinafre, grão-de-bico, abacate, nozes, farelo de aveia, leite, uva passa, ervilha e arroz integral). Estudos recentes comprovaram que a ingestão desse nutriente reduz e previne os problemas com a pressão arterial.


Com essas dicas, podemos cuidar daquilo que já trazemos como tendência e prevenir o aparecimento da hipertensão arterial, que é muito prejudicial à saúde.

Nunca se esqueça de que as trocas de alimentos industrializados por naturais sempre valem a pena na nossa alimentação, tanto para o tratamento como para a prevenção de qualquer doença.

Deus os abençoe!

REFERÊNCIAS: Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde



Cristiane Zandim

Cristiane Pereira Zandim nasceu em Brasília / DF. É missionária na comunidade Canção Nova desde 2011. Cursou Nutrição na Universidade Universidade Federal Dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).

18 de julho de 2018

Cristo era um revolucionário?

A adoção da análise marxista é um veneno para a fé católica. Como, então, seria Cristo um marxista, um revolucionário?

O ex-Presidente Hugo Chávez, da Venezuela, para justificar o seu governo socialista de linha marxista e a implantação do totalitarismo no país, disse: "O Cristo verdadeiro é o da propriedade comum, era comunista mais que socialista; era um comunista autêntico, um anti-imperialista, inimigo da oligarquia, inimigo das elites e do poder" (Rádio Vaticano, 10 de janeiro de 2007).

Cristo, de fato, foi um comunista e revolucionário? Não.

Arte: Wesley Almeida / cancaonova.com

Quando o Papa João Paulo II abriu a III Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, em Puebla, no México, em 1979, ele deixou claro:

"Essa visão de Jesus como o Revolucionário de Nazaré não se coaduna com a fé católica." Com essas palavras, o Papa cortava na raiz as pretensões da Teologia da Libertação, de linha marxista-leninista, que se fortalecia na América Latina na década de 1970. A partir daí, foi visível que o grande Papa iniciou um grandioso trabalho na Igreja, especialmente junto aos Bispos, para sanar os erros da Teologia da Libertação; o que foi eficaz, graças a Deus (A Teologia da Libertação, Ed. Cléofas, 2000).

Cristianismo e Comunismo são antagônicos

Onde está o antagonismo entre Cristianismo e Comunismo? O Comunismo prega o materialismo histórico (ou dialético), isto é, todos os acontecimentos da história são determinados pelo fator econômico; a ordem política, a cultural e religiosa reduzem-se a fenômenos econômicos. Isso é contrário aos princípios cristãos, que reconhecem no homem uma alma espiritual, aberta para os valores transcendentais.

Esses valores levaram os homens a desprezar, muitas vezes, o valor econômico em função dos bens espirituais. Lembre-se, por exemplo, dos grandes santos que abalaram o mundo (Santo Agostinho, Santo Tomás, Santa Teresa D'Ávila, Santo Inácio de Loyola, São João Bosco etc.); nenhum deles atuou tendo o fator econômico como determinante.

O Comunismo é materialista e é adverso à fé e ao Cristianismo, sendo que a produtividade econômica é considerada o único valor reconhecido, de modo que a fé em Deus Criador e em Jesus Cristo Salvador são vistas como inútil e alienante. A religião é considerada "o ópio (droga) do povo" e odiavam a Igreja de Cristo. Para ver isso, basta ler a obra de Karl Marx: "O Capital", de 1867.

A análise marxista é estruturada sobre a teoria violenta da "luta de classes", jogando uma classe contra outra; é o motor da história. Considera que toda a história é movida pelo conflito entre patrões e operários, o que está errado e injusto, pois muitos outros fatores movem a história: as relações de amor, paz, aliança, tanto entre indivíduos como entre sociedades. A mentalidade da luta de classes é anticristã, porque incita ao ódio e joga irmão contra irmão. O Cristianismo não aceita a luta como meio ordinário de transformar a sociedade, ao contrário, ensina a reconciliação, o diálogo entre as partes, o acordo, o perdão.

Para o "práxis" marxista, "os fins justificam os meios". Pode-se lançar mão da violência, da corrupção, do roubo, da falsidade e da morte para implantar o Comunismo. Tudo é válido! "Por isso, o Comunismo matou cerca de 100 milhões de pessoas no século XX, e foi o maior fracasso do mesmo século" (O Livro Negro do Comunismo).

Marxismo, veneno para a fé católica

Por isso tudo, os bispos latino-americanos reunidos em Puebla, no ano de 1979, fizeram essa grave advertência sobre o perigo do uso do Marxismo na Teologia:

"Cumpre salientar aqui o risco de ideologização a que se expõe a reflexão teológica, quando se realiza partindo de uma "práxis" que recorre à análise marxista. Suas consequências são a total politização da existência cristã, a dissolução da linguagem da fé na das ciências sociais e o esvaziamento da dimensão transcendental da salvação cristã." (n.º 545).

Em outras palavras, a adoção da análise marxista é um veneno para a fé católica. Como, então, seria Cristo um marxista, um revolucionário?

O Marxismo e o Cristianismo são mutuamente incompatíveis. As tentativas de aliança entre ambos redundam em desvirtuação de um ou de outro.

O Comunismo nega o direito da propriedade particular e defende que todos os meios de produção devem estar nas mãos do Estado. A Igreja não concorda com isso, embora a injusta distribuição acarrete graves males, e é preciso ser corrigida, mas nem por isso se deve negar o direito à propriedade particular.


A análise marxista atrai os intelectuais e as massas, hoje em dia, porque propõe "acabar com a injustiça social". De que modo? Com que meios? É preciso que a busca desse ideal desejado por todos não seja feita por meios imorais, como são os meios marxistas, que desrespeitam a pessoa humana, usa a violência, a luta de classes e o incitamento ao ódio entre irmãos. Todos queremos justiça social, mas pela pureza e caridade, não pela violência.

O Santo Padre João Paulo II, em discurso aos Bispos do CELAM, rejeitou a hipótese de utilizar-se a análise marxista como premissa para a elaboração de um sistema de pensamento católico: "(…) A libertação cristã usa 'meios evangélicos, com a sua eficácia peculiar, e não recorre a algum tipo de violência nem à dialética da luta de classes (…)' (Puebla, 486) ou à praxis ou análise marxista" (n.º 8).

É nessa linha que se deve promover os pobres e a justiça. Essa é a diferença fundamental entre o socialismo marxista de Hugo Chavez e Fidel Castro e o Cristianismo.

O meu Reino não é desse mundo

A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), em 20 de dezembro de 2007, manifestou-se, ao então Presidente da Venezuela Hugo Chávez, congratulando-se com ele por sua reeleição, e pedindo-lhe que mantivesse a educação religiosa e não implementasse no país, "um socialismo inspirado na filosofia marxista". "Esperamos que este socialismo, que ainda não está definido, (…) não siga a linha de um totalitarismo, de uma visão estatizada de ocupar todos os espaços, e não se inspire na filosofia marxista" – disse o Cardeal-arcebispo de Caracas, Jorge Liberato Urosa Savino, na época, Presidente da Conferência Episcopal Venezuelana, numa coletiva de imprensa.

Infelizmente, esse apelo não foi ouvido, e o ditador caminhou a passos largos para implantar o socialismo marxista e totalitário na Venezuela, segundo o modelo de Cuba.

Para a análise marxista, a felicidade está apenas neste mundo, e o que existe é apenas o "Reino do homem", e não o "Reino de Deus". Mas Cristo, no momento crucial do seu julgamento diante de Pilatos, foi enfático: "O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse desse mundo, certamente os meus súditos teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus; mas o meu Reino não é deste mundo" (Jo 18,36).



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino