26 de março de 2018

Todo pecado confessado na Missa é perdoado?

O pecado confessado na Missa nos ajuda a celebrar melhor a Eucaristia

A Eucaristia é o ápice da vida cristã, pois é o memorial do sacrifício de amor de Jesus. Logo, o homem, que só encontra a sua realização em Deus, deve celebrar com todo amor e zelo esse memorial. Para isso, o ato penitencial colabora e faz com que ele reconheça quem realmente é: um filho que tem pecado e necessita do amor.

Foto ilustrativa: Wesley Almeida / cancaonova.com

Missa: união com Cristo e perdão do pecado

O cristão, ao participar da Missa, comunga de duas mesas: da mesa da Palavra e da Eucarística. Mas, assim como antes de fazermos qualquer refeição lavamos as nossas mãos por motivos de higiene, o cristão também é chamado a "lavar as mãos" antes de participar desse banquete, e esse "lavar as mãos" é no sentido de pedir perdão pelos seus pecados no ato penitencial.

Há uma motivação do sacerdote que diz: "Preparemo-nos, pois, para celebrar dignamente esses santos mistérios, reconhecendo que somos pecadores". Assim, quando o cristão reconhece que é pecador e pede perdão, ele lava a alma, celebrando com mais dignidade os mistérios do Senhor.

Na Missa, o cristão é convidado a se unir mais a Cristo e progredir na amizade com Ele. Ela não é destinada a perdoar os pecados, tampouco se deve confundi-la com o sacramento da reconciliação (Cf. CIC 1396). Na Missa, Deus perdoa os nossos pecados veniais. Não que Ele não seja capaz de perdoar os mortais, mas, como um pai que não dá tudo fácil para o filho, a fim de educá-lo para os verdadeiros valores, é preciso dirigirmo-nos ao Sacramento da Reconciliação. Pois a Igreja ensina que "quem está consciente de um pecado grave deve receber o Sacramento da Reconciliação antes de receber a comunhão (CIC 1386).

O pecado: venial e mortal

O pecado é uma falha contra o verdadeiro amor para com Deus e para com o próximo, por causa dum apego perverso a certos bens (Cf. CIC 1850). O pecado venial é aquele ato que não priva o homem da amizade total com Deus. Já o pecado mortal é o ato pelo qual o homem, com liberdade e advertência, rejeita Deus. Mas "Cristo instituiu o sacramento da Penitência para todos os membros pecadores de sua Igreja, antes de tudo para aqueles que, depois do batismo, cometeram pecado grave e, com isso, perderam a graça batismal e feriram a comunhão eclesial. É a eles que o sacramento da Penitência oferece uma nova possibilidade de converter-se e de recobrar a graça da justificação. Os padres da Igreja apresentam esse sacramento como a segunda tábua (de salvação) depois do naufrágio que é a perda da graça" (CIC 1446).

Sobre o pecado mortal, na Encíclica "O Esplendor da Verdade" do Santo João Paulo II é mencionado o seguinte: "Separar a opção fundamental dos comportamentos concretos, significa contradizer a integridade substancial ou a unidade pessoal do agente moral no seu corpo e a alma" (67). A partir disso, João Paulo II acrescenta que alguns teólogos dizem que "o pecado mortal, que separa o homem de Deus, verificar-se-ia somente na rejeição de Deus, feita a um nível da liberdade que não é identificável com um ato de escolha, nem alcançável com consciência reflexa. Neste sentido — acrescentam —, é difícil, pelos menos psicologicamente, aceitar o fato de que um cristão, que quer permanecer unido a Jesus Cristo e à Sua Igreja, possa cometer pecados mortais tão fácil e repetidamente, como indicaria, às vezes, a mesma matéria dos seus atos" (69).


O sentido do ato penitencial

O cristão é convidado a reconhecer sua pequenez, sua limitação, sua condição de pecador no ato penitencial da Missa. Assim, Deus pode vir ao seu encontro com Sua graça, pois o homem é chamado a ser filho da luz. Santo Agostinho afirma que "a confissão das más obras é o começo das boas obras, contribui para a verdade e consegues chegar à luz".

Na Eucaristia, o homem é elevado a Deus e a comunhão com Ele e com os irmãos. A unidade do Corpo Místico vence todas as divisões humanas: "Todos vós, com efeito, que fostes batizados em Cristo, vos vestistes de Cristo. Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher, pois todos vós sois um só em Cristo Jesus" (Gl 3, 27-28).

O homem participa da comunhão dos santos, ou seja, cada alma que se eleva a Deus dignifica o mundo, porque existe uma solidariedade humana misteriosa. Assim, também há a solidariedade do pecado. Por isso, escreve São João Paulo II: "A esta lei da elevação corresponde, infelizmente, a lei da descida, de tal modo que se pode falar de uma comunhão no pecado, em razão da qual uma alma que se rebaixa pelo pecado arrasta consigo a Igreja, e, de certa maneira, o mundo inteiro" (Reconciliação e Penitência, 16). Desta forma, todo ato pecaminoso repercute na sociedade, assim como todo ato caridoso edifica a Igreja e o mundo. Reconhecer-se pecador, no ato penitencial, já é um início para edificar um mundo melhor.

Não tenhamos medo

Existe ainda o rito da aspersão da água que substitui o rito penitencial, pois lembra a aliança batismal que se renova em cada Missa e recorda o nosso compromisso de batizados, acentuando nossa identidade de povo sacerdotal.

Enfim, sempre sujamos as mãos no decorrer da história com o pecado, mas que não tenhamos medo de lavar as nossas mãos, ou seja, nossa alma. Recorramos à Misericórdia de Deus, porque na Missa somos perdoados dos nossos pecados veniais e, especialmente no Sacramento da Reconciliação, somos perdoados de todos os pecados. Assim, participamos dignamente do Banquete que Ele preparou, desde sempre, para nós.


Ricardo Cordeiro

Ricardo é membro da Comunidade Canção Nova. Licenciado em Filosofia pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP).  Bacharelando em Teologia pela Faculdade Dehoniana, Taubaté (SP) e pós-graduando em Bioética pela Faculdade Canção Nova.

23 de março de 2018

Luz da Fé: Deus está perto de você

Você que, hoje, está passando por tantas dificuldades, tome posse desta verdade: Deus está perto de você

Neste programa "Luz da Fé", quero refletir com você sobre o primeiro parágrafo do Catecismo da Igreja Católica, que ensina o seguinte:

Foto ilustrativa: Wesley Almeida / cancaonova.com

A vida do homem – conhecer e amar a Deus

"Deus, infinitamente Perfeito e Bem-aventurado em si mesmo, em um desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para fazê-lo participar de sua vida bem-aventurada. Eis por que, desde sempre e em todo lugar, está perto do homem. Chama-o e ajuda-o a procurá-lo, a conhecê-lo e a amá-lo com todas as suas forças. Convoca todos os homens, dispersos pelo pecado, para a unidade de sua família, a Igreja. Faz isto por meio do Filho, que enviou como Redentor e Salvador quando os tempos se cumpriram. Nele e por Ele, chama os homens a se tornarem, no Espírito Santo, seus filhos adotivos, e portanto os herdeiros de sua vida bem-aventurada".

Nossa vocação é algo maravilhoso! Somos chamados a viver uma vida de plenitude com Deus, uma vida bem-aventurada. O Catecismo da Igreja Católica nos traz esta importante afirmação: "Eis por que, desde sempre e em todo lugar, [Deus] está perto do homem". Que ótima notícia: Deus está perto de nós!

Você que, hoje, está passando por tantas dificuldades, tome posse desta verdade: Deus está perto de você. Diante das adversidades, podemos pensar que Deus nos abandonou, mas, o Catecismo da Igreja Católica afirma exatamente o contrário: Deus nunca nos abandona. Ele sempre está perto de nós.


Além de estar perto de nós, aprendemos nesse primeiro parágrafo que, o próprio Deus também chama o ser humano e o ajuda a procurá-Lo [Deus].

Deus se deixa encontrar

Recordo-me de uma brincadeira em família, que fazíamos durante o tempo de missão, o qual vivemos na cidade de Gravatá (Pernambuco). Lá, brincávamos de esconde-esconde dentro de casa. Só que era uma brincadeira um tanto diferente, pois, eu gostava de esconder-me em algum cômodo da casa como, por exemplo, na cozinha. Então, me "escondia" deitado sobre a mesa segurando um vaso de flor ou então me "escondia" ficando em pé no corredor da casa, com uma toalha cobrindo minha cabeça. Eram só risadas! Meus filhos diziam: "Mas o papai não se esconde coisa nenhuma!". E era aquela alegria dentro de casa, porque a ideia – durante a brincadeira – era a de que, deixasse-me ser encontrado pelos meus filhos.

É exatamente isso que, o Catecismo da Igreja Católica, nos transmite ao afirmar que Deus chama o homem e o ajuda a procurá-Lo, a conhecê-Lo e a amá-Lo com todas as suas forças. Estamos diante deste Deus que deixa-se encontrar. Portanto, para você que, hoje, está sofrendo, creia que Deus não está "brincando de esconde-esconde" com você, mas Ele se deixa ser encontrado. Acredite que na sua dor e angústia, Deus está mais perto de você, mais do que você imagina.

Um forte abraço!

Alexandre Oliveira
Missionário da Comunidade Canção Nova

21 de março de 2018

Você quer se casar?

Vale a pena se casar!

Eu sempre nutri o sonho de me formar e de casar; sempre quis que o meu casamento fosse um testemunho positivo para o mundo, diante de tantas realidades negativas que vemos hoje relacionadas a isso.

Foto ilustrativa: aldomurillo by Getty Images

Eu posso lhe afirmar que vale a pena se casar! Sou plenamente realizada hoje. O matrimônio é a doação de um para o outro. É o morrer para si próprio para que o outro esteja bem, para que o outro seja feliz. O "destaque" precisa ser sempre o outro.

Namoro é tempo de conhecer e deixar-se conhecer nas qualidades e também nos defeitos. Por isso, o diálogo é muito importante nessa época. Procure partilhar e conhecer o outro.

Precisamos buscar acolher o outro como ele é realmente, e não ter medo de buscar a cura na história do outro. Nós trazemos muitas marcas de relacionamentos anteriores, e quando queremos viver um novo relacionamento em Deus, tudo isso vem à tona. Mas, não podemos ter medo de que o outro toque em nossas feridas.

Jovem, não tenha medo de falar de si mesmo; de falar dos seus sonhos e projetos para que o outro possa conhecê-lo profundamente. Só podemos fazer feliz a quem, de fato, conhecemos.

Meu testemunho sobre o casamento

Posso dizer sem medo que fui curada por meio do relacionamento com o meu esposo. Aprendi o significado real da palavra AMOR. Diante de minha história, eu não acreditava que seria possível amar de forma pura, respeitando a liberdade do outro, colocando limites. Pois, passei por relacionamentos nos quais o dito "amor" era egoísta. Hoje, em meu relacionamento com meu esposo, conheço o amor-doação, que é um amor também de amigos; fui curada disso porque nunca consegui ser amiga daquelas pessoas com quem me relacionava. Hoje, a maior conquista do nosso relacionamento é a amizade e a confiança que temos um no outro.


Dicas para as noivas

A noiva se preocupa muito com a roupa, com a festa, com os convidados. etc.; mas, eu vivi uma experiência de ficar muito linda, neste tempo de preparação, ao ficar perto da família, dos amigos, das pessoas que fizeram parte da nossa história. Este é um tempo de doação, não de preocupação.

Pode ter a certeza de que o seu casamento será o mais lindo do mundo, porque é o seu casamento, não tenha medo!

É um tempo também de se buscar a partilha com outros casais, com os quais converse muito e pergunte a eles como é a experiência de viver junto com o outro, principalmente nos primeiros meses.

Não é um tempo de se entregar à preocupação, mas de viver a alegria intensa da escolha de Deus para você e vivê-la sem medo.

Em meio a tudo isso, a oração é um ponto fundamental para sustentar quem está namorando e quem já está noivo. Se quisermos ter um bom casamento, precisamos ser pessoas de oração. Confiando em Deus experimentamos a Providência Divina em todas as coisas, no tempo adequado, seja nas coisas materiais, seja nas espirituais. A única coisa que não pode faltar nunca é a oração, a intimidade com Deus.

Eu consagrei meu matrimônio à Sagrada Família, essa é uma dica para você também: consagre-o à Sagrada Família para que seu matrimônio siga o exemplo da Família de Nazaré.

Testemunho: Cristiane Rocha

19 de março de 2018

Anjos maus existem e não podemos negar a existência deles

A Igreja ensina que os anjos foram criados bons, porque Deus não pode criar nada intrinsecamente mau

"Com efeito, o diabo e outros demônios foram por Deus criados bons em sua natureza, mas se tornaram maus por sua própria iniciativa" (IV Concílio de Latrão, em 1215; DS 800).

São Pedro fala do pecado desses anjos: "Pois, se Deus não poupou os anjos que pecaram, mas os precipitou nos abismos tenebrosos do inferno onde os reserva para o julgamento (…)"(2 Pe2, 4).

Foto ilustrativa: Wesley Almeida / cancaonova.com

O pecado dos anjos não pode ser perdoado. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) nos ensina que: "É o caráter irrevogável da sua opção, e não uma deficiência da infinita misericórdia divina, que faz com que o pecado dos anjos não possa ser perdoado" (§ 393).

São João Damasceno (650-749), doutor da Igreja, afirma que: "Não existe arrependimento para eles depois da queda, como não existe arrependimento para os homens após a morte" (Patrologia Grega, 94, 877C).

Dois erros devem ser evitados

Os últimos papas têm chamado à atenção dos católicos para a importância de estarem conscientes da existência, natureza e ação dos demônios. É lamentável que algum teólogo ainda afirme que o demônio não existe ou não age. Na verdade, esta atitude é tudo o que o maligno quer. Dois erros devem ser evitados: negar a existência dos demônios ou pensar que todo o mal é obra deles.


O Papa Paulo VI disse na Alocução "Livrai-nos do Mal":

"Quais são hoje as maiores necessidades da Igreja? Não deixem que a minha resposta os surpreenda como sendo simplista e, ao mesmo tempo, supersticiosa e fora da realidade. Uma das maiores necessidades da Igreja é a defesa contra este mal chamado Satanás. O diabo é uma força atuante, um ser espiritual vivo, perverso e pervertedor; uma realidade misteriosa e amedrontadora" (L'Osservatore Romano, 24/11/1972).

Duro Combate

O Catecismo nos lembra que devido à ação do demônio, a vida espiritual se tornou um duro combate:
"Pelo pecado original o Diabo adquiriu certa dominação sobre o homem, embora este continue livre. O pecado original causa a "servidão debaixo do poder daquele que tinha o império da morte, isto é, do diabo'" (Concílio de Trento, DS1511; Hb 2, 4) (§407). "Esta situação dramática do mundo, que o 'o mundo inteiro está sob o poder do Maligno' (cf. 1Jo 5,19; 1 Pe 5, 8), faz da vida do homem um combate".

"Uma luta árdua contra o poder das trevas perpassa a história universal da humanidade. Iniciada desde a origem do mundo, vai durar até o último dia, segundo as palavras do Senhor. Inserido nesta batalha, o homem deve lutar sempre para aderir ao bem; não consegue alcançar a unidade interior senão com grandes labutas e o auxílio da graça de Deus" (GS 37, §2) (§ 409).

Mas Deus não nos abandonou ao poder da morte e de Satanás; ao contrário, chamou o homem (cf. Gen 3,9) e lhe anunciou de modo misterioso a vitória sobre o mal. "Então o Senhor disse à serpente: "Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gen 3, 15).

Por que o Filho de Deus se manifestou

Jesus veio para tirar a humanidade das garras do demônio; e este teme o nome do Senhor. "Aquele que peca é do demônio, porque o demônio peca desde o princípio. Eis por que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do demônio" (1Jo 3, 8).

"A Ressurreição de Jesus glorifica o nome do Deus Salvador, pois a partir de agora é o nome de Jesus que manifesta totalmente o poder supremo do nome acima de todo nome. Os espíritos maus temem seu nome" (At 16, 16-18; 19,13-16) / (Catecismo §434). O Catecismo ensina que pela Sua Paixão, Cristo livrou-nos de Satanás e do pecado. (§1708). Não há o que temer.

Cristo, hoje, vence o poder dos anjos maus sobre os homens, especialmente por meio dos Sacramentos, a começar do Batismo. O Catecismo nos ensina que: "Visto que o Batismo significa a libertação do pecado e do seu instigador, o Diabo pronuncia um (ou vários) exorcismo(s) sobre o candidato. Este é ungido com o óleo dos catecúmenos ou então o celebrante impõe-lhe a mão, e o candidato renuncia explicitamente a Satanás" (§1237).


Quando o Catecismo ensina sobre o conteúdo da oração do Pai-Nosso com relação ao último pedido que fazemos a Deus: "(…) mas, livrai-nos do Mal", afirma: "Neste pedido da oração do Pai-Nosso, o mal não é uma abstração (uma ideia, uma força, uma atitude), mas designa uma pessoa: Satanás, o maligno, o anjo que se opõe a Deus. O diabo é aquele que "se atravessa no meio" do plano de Deus e de sua "obra de salvação" realizada em Cristo" (§2851).

O que a Bíblia fala do "pai da mentira"?

"Homicida desde o princípio, mentiroso e pai da mentira" (Jo 8, 44), "Satanás, sedutor de toda a terra habitada" (Ap 12, 9), pois, foi por ele que o pecado e a morte entraram no mundo e é pela derrota dele definitiva que, a criação inteira será "liberta da corrupção do pecado e da morte" (Oração Eucarística, IV). "Nós sabemos que todo aquele que nasceu de Deus não peca; o gerado por Deus se preserva e o Maligno não o pode atingir. Nós sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro está sob o poder do Maligno" (1 Jo 5,18-19) e (CIC §2852).

"Ao pedir que nos livre do maligno, pedimos igualmente que nos liberte de todos os males, presentes, passados e futuros, dos quais ele é autor ou instigador" (CIC §2854).

O livro da Sabedoria mostra toda a maldade do diabo: "Ora, Deus criou o homem para a imortalidade, e o fez imagem da sua própria natureza. É por inveja do demônio que a morte entrou no mundo, e os que pertencem ao demônio prová-la-ão" (Sb 2, 23-24).

Jesus se referiu ao maligno como homicida e mentiroso: "Ele era homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira" (Jo 8,44).

Importante ensinamento do Catecismo sobre o poder do demônio

Contudo, o poder de Satanás não é infinito. Ele não passa de uma criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas sempre criatura: não é capaz de impedir a edificação do Reino de Deus. Embora Satanás atue no mundo por ódio contra Deus e o seu Reino em Jesus Cristo, e embora a sua ação cause graves danos de natureza espiritual e, indiretamente, até de natureza física para cada homem e para a sociedade, esta ação é permitida pela Divina Providência, que com vigor e doçura dirige a história do homem e do mundo. A permissão divina da atividade diabólica é um grande mistério, mas nós sabemos que Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam (Rom 8, 28) e (CIC § 395).



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino

16 de março de 2018

Quais são as características de uma mulher de valor?

Como alcançar a mulher de valor?

"A mulher de valor proporciona sempre o bem, a alegria, nunca desgosto. Trabalha prazerosamente e cinge-se com firmeza. Redobra a força de seus braços. Fortaleza e dignidade são seus adornos, ela sorri para o futuro. Abre a boca para a sabedoria e uma instrução bondosa está na sua língua" (confira Provérbios 31, 10-31).

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Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Onde está a mulher de valor? Como se pode alcançá-la? Ela é fruto da conquista de cada momento. É preciso fazer bem todas as coisas e dar sentido a tudo que se realiza. As decisões da vida cotidiana a constroem. Ela vai escolhendo bem a cada momento. Ela sabe viver bem o hoje, para assim, dar oportunidade a Deus de reconciliá-la com seu passado. Ela vive a simplicidade de cada momento e só assim sabe proporcionar alegria, sem nunca dar desgosto a ninguém. Sua beleza vem desta sabedoria de viver bem o tempo que se chama hoje. Ela é bondosa, porque sabe ser agradecida, fez a experiência de receber mais do que mereceu.


Ah! A mulher virtuosa! Onde encontrá-la? Ela está longe de mim? Ela parece um ideal, porque, na verdade, encontro outra pessoa dentro de mim. Eu a busco com todas as minhas forças.

"Senhor, transforma a mulher velha (em mim) em nova, dou-Lhe livre acesso. Eu quero ser a Sua alegria. Eu quero ser uma mulher de valor". Alegria, louvor, gratidão, acolhimento, disponibilidade, simplicidade, eis as características de uma mulher de valor.

Vera Lúcia Reis, missionária da Comunidade Canção Nova

14 de março de 2018

Compreenda o amor entre os homens e os animais

Entenda a ligação dos homens com os animais

O homem descobriu a afeição pelos animais, e o cão foi, posteriormente, eleito "o melhor amigo do homem". Enquanto algumas espécies de animais correm o risco de se extinguirem em nossas matas e florestas, outros se multiplicam dentro de nossas cidades e casas. É comum andar nas cidades e assistir a donos passeando nas ruas com seus animaizinhos.

A relação do homem com os animais é muito antiga. Parece que a mais remota é com os auroques (espécie de bovinos já extintos), que serviam para a sobrevivência do homem. Essa relação foi aprofundando-se e surgiu o "habitar o mesmo ambiente", com a domesticação de algumas espécies como ovelhas, aves e gatos. A domesticação dos cavalos trouxe grande progresso para a humanidade. Mais recentemente, projetos científicos mostraram e elaboraram formas de relacionamento que trazem benefícios psicológicos e até físicos para o homem, como é o caso da equitação.

Foto ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com

Humanos X animais

Os animais, então, serviam para o alimento,  para os serviços gerais, e certa amizade figurada na imagem do cão. Na ideia do domínio natural do homem sobre os animais, o termo usado para se referir aos bichos que alguém cuida, em sua propriedade, é "criação". Sempre, por mais que se amasse um animal, ele nunca seria mais do que uma "criação". Porém, no êxtase do individualismo da pós-modernidade, os animais estão ganhando um novo significado e status na relação com seus donos. É o status amoroso.

Em um mundo no qual o homem desiste dos homens, sobram os animais. Qualquer tipo de relação afetiva com uma pessoa humana é exigente, porque a perseverança no afeto pede o amor, e este é exigente. Para evitar esse risco, muitos decidiram ficar sozinhos e manter relacionamentos distantes, pouco comprometidos. Nessa lógica, muitos casais resolveram não ter filhos, ou, quando muito 1 ou 2, que para eles já é demais. Optaram pelo individualismo institucionalizado. Mas a solidão é o fruto indesejável desse individualismo, e o homem não foi feito para viver só. Então, como equacionar a crise da solidão individualista?

Os animais e a solidão do homem

O "amor" aos animais é a solução! É simples: compro um bichinho e passo a ter um relacionamento amoroso com ele. Ele passa a ser o amigo, o filho, o confidente. Ele satisfaz minhas carências, é uma companhia, mas anda segundo minhas determinações e obedece a meu estilo de vida, porque eu sou o dono dele. Ainda melhor, ele nunca vai exigir meu amor, simplesmente porque, não sendo livre, tem poucas vontades e, assim, o nosso amor nunca passará de um grande afeto. É uma boa solução, mas, na verdade, não resolve o problema da solidão, pois esta só é vencida na grandeza do amor entre duas pessoas.

A pessoa humana só é plenamente humana, só é feliz, quando persegue o verdadeiro amor. Claro, é muito mais fácil o afeto que o amor. Ainda mais com animais, que, não possuindo liberdade, subjugam-se aos sabores de seu dono. A questão é que o relacionamento de amor entre seres humanos – seja de amizade, esponsal, entre pais e filhos, ou outros (irmãos de uma mesma fé, profissional, coleguismos etc.) – tem a grandeza de nos fazer livres a partir da liberdade do outro.


Saber diferenciar afeto e amor

Esse costume generalizado na sociedade, de substituir o amor que nos torna livres por algum afeto, traz o perigo de uma cultura pseudo-humana. Não é necessário mais perseguir a grandeza da sexualidade e do amor humano, as virtudes, a capacidade de dar a vida por alguém, a liberdade de ser bom quando o outro é mau. Os relacionamentos se limitam a uniões afetivas, e o modelo de amor dentro de uma família se torna apenas mais uma opção, mas indesejável, porque é muito exigente e difícil e, é uma mera opção.

Os animais são criaturas de Deus, portanto, tem uma dignidade própria. Devem ser respeitados e podem receber dos homens uma grande afeição que, vulgarmente, chamamos "amor". O Catecismo da Igreja Católica 2418 diz: "Pode-se amar os animais, porém não se deve orientar para eles o afeto devido exclusivamente às pessoas". As belas histórias de amizade entre pessoas, crianças e animais, se tornarão falácias no dia em que esses amores forem, à medida do amor humano, o máximo de amor que um ser humano pode dar a alguém. Se for assim, nos reduziremos à dignidade dos animais.

Amemos muito mais os homens, para que sejamos plenamente humanos!


12 de março de 2018

A influência da televisão na vida das crianças

A TV tem uma influência muito negativa, principalmente, na vida das crianças

Muitos problemas que vivemos são decorrentes de imagens televisivas que ficaram gravadas em nosso subconsciente e inconsciente. É claro que, a televisão amplia nossa visão de mundo, mas também sabemos o quanto desperta nossa curiosidade.

Foto ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com

Pesquisas realizadas, inclusive pelo Ministério da Justiça, concluem que, de fato, a TV tem uma influência muito negativa na vida das pessoas, especialmente na das crianças e adolescentes. Uma criança que fica vendo programas que mostram cadáveres, assaltos e outras formas de violência acaba perdendo a capacidade de ficar perplexa. A criança passa a achar que o mundo é assim mesmo. Não adianta afirmar que a TV mostra aquilo que o povo quer assistir. Sabemos que, os meios de comunicação, especialmente a televisão, são grandes formadores de opinião. Do contrário, não se investiria tanto em propaganda e marketing.

Quando às cenas de sexo, homossexualismo, troca de casais, etc., alguns poderiam dizer que é normal já que, a grande maioria das pessoas praticam sexo. Ora, esse é um argumento bem inconsequente, afinal de contas, todos nós precisamos ir ao banheiro algumas vezes por dia, mas nem por isso gostaríamos de nos ver filmados ou fotografados quando fazemos nossas necessidades naturais. Não é o fato de se fazer que autoriza a publicação.

Todas as coisas são boas e bonitas feitas na hora certa, do jeito certo e no lugar certo. Sexo tem a ver com intimidade, é um momento de profunda oração na vida de um casal. A sexualidade está ligada ao mistério do amor, tem relação com Deus e com a coparticipação na obra da criação. Mas do modo como é apresentada, passa a ser vulgar, pecaminosa, imoral e profundamente destruidora das consciências. A criança acostuma-se e começa a achar tudo isso normal. É até mesmo um crime despertar a criança para o genitalismo quando nem mesmo a sexualidade foi despertada. É crime maior ainda despertar e incentivar o genitalismo barato, pecaminoso e imoral.


Esse tipo de programação acaba reduzindo a infância, antecipando para a criança problemas que, só conheceria mais tarde como drogas, prostituição, traição e aborto.

Por que será que quando a televisão quer aumentar a audiência só pensa em violência, sexo e baixaria? Porque o povo gosta de ver essas coisas, poderiam responder alguns, no entanto, sabemos que isso não é verdade. Antes de apresentar esses fatos, a própria TV se encarrega de fazer chamadas sensacionalistas e dar grande ênfase às matérias que serão apresentadas. Primeiro, a TV desperta a curiosidade, depois vem com as imagens terríveis, que vão sendo gravadas no coração de todos nós, especialmente no das crianças. Por isso, além do uso racional da televisão, precisamos orar a partir dessas imagens distorcidas que ela provocou em nós.

Livro: "Seja feliz todos os dias"
Pe Léo