9 de fevereiro de 2018

Sejamos fiéis na tribulação e confiantes na esperança de Jesus

"Alegres na esperança, fortes na tribulação, perseverantes na oração" (Rm 12,12)

É a virtude da esperança que nos leva a buscar a Deus sem cessar e sem trocá-lo por nada nesta vida. "É no silêncio e na esperança, que reside a vossa força" (Is 30,15).

O profeta Jeremias exalta esta virtude dizendo: "Bendito o homem que confia no Senhor, cuja esperança é o Senhor; é como a árvore plantada junto às águas, que estende as raízes em busca da umidade, por isso não teme a chegada do calor: sua folhagem mantém-se verde, não sofre míngua em tempo de seca e nunca deixa de dar frutos" (Jer 17,7-8).

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Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Crer na esperança

É a esperança em Deus que faz a diferença dos que creem: "Ó Senhor, Deus poderoso do universo, feliz quem põe em vós sua esperança!" (Sl 83,13); por isso, São Paulo diz que: "A esperança não decepciona" (Rm 5,5).

A esperança não nos deixa desanimar, mesmo no meio das aflições e tribulações da vida. Santo Agostinho recomendava: "De nada desesperes enquanto estás vivo. Nada estará perdido enquanto estivermos em busca". Quanto maior a esperança, tanto maior a união com Deus. Nossa esperança não pode ser incerta, pois, ela se apoia nas promessas divinas, São Paulo disse: "Na esperança é que fomos salvos" (Rom 8,24). Nessa certeza, São Pedro pedia a seus filhos: "estai preparados para dizer aos outros a razão da nossa esperança" (1 Pe 3,15).

A tribulação vencida na fé e na esperança

Mas, a nossa grande esperança é a vida eterna em Deus. São Tomás de Aquino dizia que: "A esperança cristã é a espera certa da felicidade eterna". São Paulo disse aos filipenses: "Nós somos cidadãos do Céu! É de lá que, também, esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará nosso corpo miserável, para que seja conforme o Seu corpo glorioso, em virtude do poder que tem de submeter a si toda a criatura" (Fil 3, 20-21).

São Paulo mostra que é vazia toda esperança colocada apenas nas realizações terrenas: "Se é para esta vida que pusemos a nossa esperança em Cristo, nós somos – de todos os homens – os mais dignos de compaixão" (1 Cor 15,19). A esperança do Céu e da sua glória fazia o apóstolo dizer: "Os olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou, o que Deus tem preparado para aqueles que o amam" (1 Cor 2,9).

O paciente Jó recomendava: "Crescer na confiança enfrentando as tribulações" (Jó 1,20). Com esperança, as tribulações da vida, nos ajudam a crescer na confiança em Deus e nos fortalecem espiritualmente.

São Paulo mostra os frutos da tribulação vencida na fé e na esperança: "Nos gloriamos até das tribulações. Pois sabemos que a tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade, comprovada, produz a esperança. E a esperança não engana" (Rom 5,3-5).

O Apóstolo diz que Deus nos conforta em nossas aflições para que nós, também, possamos consolar os que sofrem ao nosso lado: "Bendito seja Deus de toda a consolação, que nos conforta em todas as nossas tribulações, para que, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus, possamos consolar os que estão em qualquer angústia!" (1 Cor 1,3-4)

São Pedro recomenda: "Lançai sobre Deus todas as vossas preocupações, porque Ele tem cuidado de vós. Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé" (1 Pe 5,7s). Mas, São Paulo nos conforta: "O Deus da paz em breve não tardará a esmagar Satanás debaixo dos vossos pés" (Rom 16,20).

E São Pedro diz que com perseverança venceremos as tribulações na paciência: "O Deus de toda graça, que vos chamou em Cristo à sua eterna glória, depois que tiverdes padecido um pouco, vos aperfeiçoará, vos tornará inabaláveis, vos fortificará" (1 Pe 5,7-10).

Não podemos desanimar. A Carta aos hebreus nos diz: "Meu justo viverá da fé. Porém, se ele desfalecer, meu coração já não se agradará dele (Hab 2,3s). Não somos, absolutamente, de perder o ânimo para nossa ruína; somos de manter a fé, para nossa salvação!" (Heb 10,39).


São Paulo mostra que jamais Deus nos abandona no meio das tribulações: "Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada?. Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou" (Rom 8,35-39).

A Providência divina tudo controla; nada escapa de Seus olhos: "Até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois!" (Mt 10,30-31. Sabemos que "o salário do pecado é a morte" (Rom 6,23), o sofrimento e as tribulações não são castigos de Deus. Mas Deus transformou o sofrimento em matéria prima de salvação com a Paixão de Cristo. "A morte foi tragada pela vitória (Is 25,8). Onde está, ó morte, a tua vitória?" (1 Cor 15,55-56).

A oração nos faz vencer

O que nos dá forças para vencer as tribulações é a oração. Na verdade ela é a mais potente das ações. Ela é a nossa força e a fraqueza de Deus, dizem os santos. É preciso rezar sempre: "orai sem cessar!" (1 Ts 5,17), e rezar com o coração; uma oração que seja humilde, fervorosa e perseverante, sem desanimar. A oração nos dá a consciência da nossa fraqueza. Gandhi, que não era cristão disse: "a oração salvou-me a vida".

A oração é a força da alma e da vontade; ela faz os santos. Alguém disse que "o homem só é grande de joelhos".

É próprio do homem rezar, não dos animais. Tudo pode ser mudado pela oração. Ela é a respiração do espírito e a condição para entender as coisas sobrenaturais. O grande microbiologista da Sorbone, Dr. Louis de Pasteur, dizia: "saio mais humano da oração".

É com a força da oração que conseguimos arrancar os vícios do jardim de nossa alma e plantar as virtudes. Com ela vencemos a tristeza e aliviamos o sofrimento. Sem oração é impossível caminhar na e fazer a vontade de Deus.

O Senhor Jesus nos manda "orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo". A oração é para a alma, o que o ar é para o corpo. Uma alma que não reza é uma alma que não respira; não tem vida. Ninguém pode servir a Deus sem muita oração, pela simples razão de que é Ele, e somente Ele, que realiza todas as coisas; nós somos apenas seus instrumentos. "Sem Mim nada podeis" (Jo 15,5). "Tudo o que pedirdes na oração, crede que o tendes recebido, e ser-vos-á dado" (Mc 11,24).

São Paulo recomenda com insistência: "Orai em todo o tempo" (Ef 6,18), "perseverai na oração" (Col 4,2), "orai sempre e em todo o lugar" (1 Tim 2,8). "Antes de tudo recomendo que se façam súplicas, orações, petições, ações de graças por todos os homens (…)" (1 Tim 2,1).

O Papa Paulo VI disse certa vez: "A Igreja é a sociedade dos homens que oram. Seu principal objetivo é ensinar a rezar".


Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino



6 de fevereiro de 2018

Confira 6 dicas para participar bem da Santa Missa

A Missa e a nossa participação

A Missa tem valor inestimável. É nesse mistério de que o povo de Deus se alimenta do Corpo e Sangue de Jesus, pois, a "Eucaristia é o memorial da Páscoa de Cristo, a atualização e a oferta sacramental de seu único sacrifício na liturgia da Igreja, que é o corpo dele" (Catecismo da Igreja Católica, n.1362). O Papa João Paulo II, no início da sua Encíclica "Ecclesia de Eucharistia" afirmou que "a Igreja vive da Eucaristia", assim, toda nossa atenção e interioridade a tudo que compõem o antes, o durante e o depois da Missa são essenciais para uma plena participação. Vejamos pontos importantes para participar bem da Celebração Eucarística:

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Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

1 – A fé

Cremos que "o nosso Salvador, na última Ceia, instituiu o sacrifício eucarístico do seu Corpo e Sangue, com o fim de perpetuar através dos séculos, até à sua vinda, o sacrifício da cruz e, deste modo, confiar à Igreja, sua amada Esposa, o memorial da sua Morte e Ressurreição" (Instrução Geral do Missal Romano, n.2).

Ter fé no que se celebra é fundamental, pois acreditamos com toda a Igreja no único e eterno sacrifício de amor de Jesus Cristo celebrado na Missa, com a certeza de que "a Eucaristia é o resumo e a suma de nossa fé" (CIC. 1327). Nisto, não basta somente ser batizado e estar inserido na Igreja, mas, também, é preciso que creiamos no que celebramos em cada Liturgia.

2 – A preparação

É necessária uma preparação em todos os sentidos, para participar bem do momento ápice que é a Missa. Lucas 22,7-13 narra que Jesus mandou preparar uma grande sala quando ia celebrar com Seus discípulos a ceia pascal, em que instituiu o sacrifício do seu Corpo e Sangue. Sobre essa passagem bíblica que mostra toda uma preparação, "a Igreja sempre julgou dirigida a si esta ordem, estabelecendo como preparar as pessoas, os lugares, os ritos e os textos, para a celebração da Santíssima Eucaristia" (IGMR, n.1).

Dessa forma, diante do grande mistério de amor que se apresenta a nós na Missa, devemos com antecedência preparar o nosso coração, para bem vivê-lo. Já, bem antes da celebração, é importante tentar administrar as possíveis agitações interiores, as preocupações vãs, ansiedades, confusões e tudo o que é secundário, em relação ao essencial que será a Celebração Eucarística.

3 – A disposição

A Missa é central para o católico e todos devem direcionar-se com disposição e liberdade a este momento. Ir por simples obrigação à Missa é privar-se dos vários benefícios que ela proporciona, porque, Deus espera de nós atos de amor e fé, e não só uma presença preceitual, que também deve se observar. Na Celebração da Missa, centro de toda vida cristã, encontra-se o ápice da ação pela qual Deus santifica o mundo em Cristo, e o culto que os homens oferecem ao Pai por adorar o Filho Jesus. (Cf. IGMR, n.16). Portanto, é preciso que alimentemos nossa disposição, para estarmos e participarmos bem da Missa, com tudo que somos e prestarmos o culto ao Pai no Filho, com alegria e gratidão.

4 – Os gestos e postura do corpo

A Igreja ensina que "os gestos e posições do corpo tanto do sacerdote, do diácono e dos ministros, como do 'povo' devem contribuir para que toda a celebração resplandeça pelo decoro e nobre simplicidade, se compreenda a verdadeira e plena significação de suas diversas partes, e se favoreça a participação de todos" (IGMR, n. 42).

É imprescindível que o nosso corpo, mente e coração estejam em conformidade com o que se está celebrando. Que a visão esteja focada no altar e no sacerdote; que a audição absorva os sons que ajudam a vivenciar o mistério celebrado; e que até o tato não desvie nossa atenção, ao utilizar objetos que não estão relacionados ao momento Eucarístico. Que todo o nosso ser esteja voltado para a Liturgia celebrada. Que toda nossa postura seja adequada à sacralidade da Missa.

Tudo isso, para que, todos formem um só corpo, quer ouvindo a palavra de Deus, quer participando nas orações e no canto. Pois, essa é uma unidade, que manifesta-se em beleza nos gestos e atitudes corporais que os fiéis observam todos juntamente. (Cf. IGMR, n.96).

5 – Guardar o silêncio

Antes do início da celebração é louvável observar o silêncio na Igreja, sacristia e lugares mais próximos, para que assim, haja uma devida preparação para celebrar, devota e dignamente, os ritos sagrados. Na Missa, deve-se guardar nos momentos próprios, o silêncio sagrado como parte da celebração, em que no ato penitencial e ao convite à oração, o silêncio destina-se ao recolhimento interior; nas leituras e homilia, o silêncio é para uma breve meditação sobre o que se ouviu; e depois da comunhão, o silêncio favorece a oração interior de louvor e ação de graças. (Cf. IGMR, n. 45).

6 – Atenção à liturgia

É importante que toda a assembleia, povo de Deus, participe integralmente da Missa, observando cada parte que são: os ritos iniciais; a liturgia da palavra; a liturgia Eucarística; e o rito de conclusão. Outro ponto é ter a clareza do Tempo Litúrgico o qual a Igreja está celebrando, que são os ciclos do Tempo Comum, Advento, Natal, Quaresma e Páscoa.

Com isso, a realização litúrgica da Missa, por meio de sinais sensíveis, que alimenta, fortalece e exprime a , deve suscitar em cada pessoa o desejo intenso de participar ativamente e plenamente. Pois, "pela Celebração Eucarística já nos unimos à liturgia do céu e antecipamos a vida eterna, quando Deus será tudo em todos" (CIC. 1326).

O Papa Francisco na sua catequese do dia 8 de novembro de 2017 disse: "Não vos esqueçais: participar na Missa é viver, mais uma vez, a paixão e morte redentora do Senhor". Portanto, a vivência deste sublime mistério de amor, sempre nos conduzirá ao próprio Cristo, que se entregou e se entrega a cada um nós no hoje da sua Páscoa celebrada na Missa.


Márcio Leandro Fernandes

Natural de Sete Lagoas (MG), é missionário da Comunidade Canção Nova e candidato às Ordens Sacras. Licenciado em Filosofia pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP), Márcio Leandro é também Bacharelando em Teologia pela Faculdade Dehoniana, em Taubaté (SP). Atua no Departamento de Internet da Canção Nova, no Santuário do Pai das Misericórdias e nos Confessionários.



4 de fevereiro de 2018

Não deixe-se abater e deter-se pelos problemas e dificuldades

Como a planície que se alaga, nossa vida também acaba sendo alagada pelos problemas, quando damos a eles importância maior do que realmente têm

"Não te detenhas"! Essa ordem que Deus deu a Lot é também uma ordem que Ele, continuamente, dá a cada um de nós. Não se deter na planície significa não agarrar as coisas pequenas, não perder tempo com coisas insignificantes, não se deixar abater pelos problemas e pela dificuldade.

Infelizmente, muitas e muitas vezes, fazemos uma tempestade em copo d'água, e, às vezes, o copo está só pela metade.

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Não ficar parado na planície da vida

Por causa do pecado, tendemos a ficar parados nas planícies da vida. Na hora da enchente, porém, a planície é o primeiro lugar que se alaga! Com isso, não caminhamos em direção aos grandes objetivos da vida. Quando ficamos presos aos pequenos problemas do cotidiano e não progredimos na vida.

Deter-se na planície é permanecer cultivando pequenas mágoas e ressentimentos. O próprio texto bíblico nos ensina um grande segredo para a felicidade: não olhar para trás. O passado, por melhor ou pior que tenha sido, não volta. Como a planície que se alaga, nossa vida, também, acaba sendo alagada pelos problemas, quando damos a eles importância maior do que realmente têm.

Todo rio nasce com uma meta única: chegar ao mar. Mas, quando o rio para de correr em direção ao mar e começa a voltar atrás, ele causa alagamentos e enchentes. Rio parado é sinal de estragos nos campos e nas cidades. O mesmo acontece conosco. Por isso, além de não olhar para trás, é preciso não se deter, não parar, não estacionar. A vida é dinâmica. O Espírito Santo é movimento. O ser humano é inacabado. O mundo não está completo e pronto. Deus nos confiou seu aperfeiçoamento, triste de quem acha que já atingiu sua meta.

A moderna ciência de administração de empresas, hoje, sabe que uma das causas que pode provocar a falência de uma organização é o êxito. A empresa começa a falir quando se acha a melhor, quando acredita já ter atingido seus objetivos. A ideia do êxito causa acomodação. E a acomodação acaba com empresas, casamentos e comunidades.

A preguiça gera falta de garra

Outro grande perigo é a preguiça, que gera a falta de garra. No mundo das coisas fáceis criamos pessoas enfraquecidas, sem determinação, sem coragem para lutar, sem garra e sem uma meta na vida. As pessoas procuram empregos, mas não querem trabalho. Quando mais fácil, melhor. Só que isso acaba transformando o ser humano num fantoche, sem vontade, sem espírito de luta. Em pouco tempo, quem se deixar levar pela lei do menos esforço, acabará se decepcionando, pois a vida é dura, principalmente, com quem é mole. Daí surgem as pessoas que só sabem reclamar da vida: são amargas, sempre pessimistas, saudosas de um passado que não poderá voltar.

A vida é como andar de bicicleta: se parar, cai, pois o equilíbrio vem do pedalar. O mesmo ocorre com os aviões. Se pararem, caem. O que sustenta seu equilíbrio é o movimento dos motores.

É bom observar que a bicicleta tem duas rodas e um guidão, ou seja, o equilíbrio depende, também, de uma direção bem determinada. Quem não tem uma meta, facilmente se cansa. É preciso saber para onde ir e ser persistente nessa direção.


Lutar para conquistar o reino de Deus

Quem estaciona na planície, além de ver apenas o lado negativo de tudo, enxerga com lente de aumento. Já que não tem outros horizontes, só vê o obstáculo e, como se aproxima muito dele, acaba se sentindo pequeno demais para vencê-lo.

Essa atitude é alimentada pela acomodação que, muitas vezes, é vista como um valor. Pessoa acomodada é considerada uma pessoa boa, que tudo aceita. É uma coitada, ou seja, não tem boca para nada. Isso não é qualidade! Jesus disse que o reino dos céus e dos "violentos".

Creio que seja este o grande sentido dessa revolucionária palavra de Jesus: é preciso lutar, com garra, para conquistar o Reino.

Pe Léo
Trecho do livro: Buscai as coisas do alto

26 de janeiro de 2018

Sua sexualidade é um dom

O ser humano é chamado ao amor e ao dom de si

Deus, ao criar o homem, o fez na sua totalidade, individualidade e definido sexualmente. A sexualidade, sendo dom de Deus, não pode ser vista como algo separado do homem, e sim, essencial para a salvação. Por isso, preciso assumir a minha sexualidade como identidade de mim mesmo. Se Deus me fez homem, não posso ser outra coisa e, se você é mulher não pode ser outra coisa a não ser mulher. O dom de Deus não pode ser estragado pelo homem, pelo contrário, deve ser assumido.

Você é imagem e semelhança de Deus. Deus caprichou ao fazê-lo! Não podemos deixar o mundo estragar a nossa identidade e sexualidade, dizendo que, para sermos felizes, precisaremos assumir outra identidade e acharmos isso normal. Você só será inteiramente feliz, sendo o que é desde o nascimento, homem ou mulher; fora disso não é dom de Deus.

Foto ilustrativa: Paula Dizaró / cancaonova.com

"O ser humano é chamado ao amor e ao dom de si, na sua unidade corpórea-espiritual. Feminilidade e masculinidade são dons complementares, (…) a sexualidade humana é parte integrante da capacidade concreta de amor que, Deus inscreveu no homem e na mulher. «A sexualidade é um componente fundamental da personalidade, um modo de ser, de se manifestar, de comunicar com os outros, de sentir, de expressar e de viver o amor humano». Essa capacidade de amor, como dom de si, tem uma «encarnação» no caráter esponsal do corpo, no qual se inscreve a masculinidade e a feminilidade da pessoa. «O corpo humano, com o seu sexo, e a sua masculinidade e feminilidade, visto no próprio mistério da criação, não é somente fonte de fecundidade e de procriação, como em toda a ordem natural, mas encerra desde 'o princípio' o atributo 'esponsal', isto é, a capacidade de exprimir o amor precisamente, pelo qual o 'homem/pessoa' se torna dom e – mediante este dom – atua o próprio sentido do seu ser e existir». Qualquer forma de amor será sempre marcada por essa caracterização masculina e feminina" (Conselho Pontifício para a Família, Sexualidade Humana, n.10).

Hoje, os homens estão perdendo a sua individualidade e assumindo uma identidade falsa, contrária àquela que Deus fez, um grande fator que tem contribuído para tal é a mídia. Ela tem ditado "regras", falando o que nós devemos "ser" para sermos felizes. As novelas e tantas outras coisas, têm falado contra o plano de Deus às nossas vidas e, dessa forma, nos leva a "esquecer" de que somos imagem e semelhança d'Ele.

Você é lindo(a), não seja aquilo que o mundo tem dito para ser! Mas, assuma a sua sexualidade e genitalidade como Deus fez. O mundo tem falado para você não se reprimir e assumir uma sexualidade que vai contra a natureza, contra o plano de Deus para sua vida.

Sei que, em muitos casos, pessoas foram feridas em sua sexualidade e genitalidade, por parentes, abusos, por violências; e isso, de um certo modo, levam muitos a assumirem uma identidade sexual que não é a sua. As pessoas, por vezes, não têm culpa, porque foram feridas desde crianças, carregam seus traumas durante toda a vida, e não buscam ajuda ou cura de suas marcas e feridas.

Qual o remédio para tudo isso?

O remédio é assumir que está ferido e buscar ajuda.

Certa vez, um jovem veio conversar comigo, aparentemente estava muito bem, porém, quando falou da sua sexualidade, contou que: ainda criança, foi abusado sexualmente por um primo dele. E essa situação, o fazia sentir atração sexual por outros rapazes, mas isso, não o tinha levado ao ato sexual. Em oração, fui pedindo a Deus que o curasse de todo trauma na sexualidade. Fizemos dias de oração de cura interior, e Deus o curou e libertou, porque ele assumiu sua fraqueza e buscou ajuda.


"A sexualidade humana é, portanto, um bem: parte daquele dom criado que Deus viu ser «muito bom» quando criou a pessoa humana à sua imagem e semelhança e «homem e mulher os criou» (Gen 1,27). Enquanto modalidade de: se relacionar e se abrir aos outros; a sexualidade tem como fim intrínseco o amor, mais precisamente o amor como doação e acolhimento, como dar e receber. «A sexualidade deve ser orientada, elevada e integrada pelo amor, que é o único a torná-la verdadeiramente humana»" (Conselho Pontifício para a Família, Sexualidade Humana, n.11).

O que falta para você buscar ajuda e assumir que foi ferido (a) na sua sexualidade? Deus quer curá-lo (a) e libertá-lo (a). Para que, assim, você seja inteiramente d'Ele e possa viver a liberdade na sua sexualidade.

19 de janeiro de 2018

Como cristãos por que e como devemos fazer o sinal da Cruz?

A importância do sinal da Cruz para os fiéis

O que significa, para o cristão, fazer o sinal da Cruz?  O apóstolo Paulo, quando termina a sua segunda carta aos Coríntios (13,13), escreve: "Que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vocês".

Temos aqui expressa a fé na Santíssima Trindade. Nela proclamamos que "Deus Pai nos amou a tal ponto que entregou seu Filho Único, para que todo  aquele que n'Ele acredita não morra, mas tenha a vida eterna" (João 3,16). E essa vida eterna, que Cristo conquistou para nós com sua morte e ressurreição, a nós é comunicada por meio do Dom do Espírito Santo.

Como cristãos por que e como devemos fazer o sinal da cruz?

Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Qual é o significado da Santa Cruz?

No sinal da Cruz, com um gesto muito simples, e com poucas palavras, expressamos tudo isto: as palavras "em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo" (Mateus 28,19), lembram a fórmula do Batismo que recebemos; e o sinal da Cruz aponta para aquele "maior ato de amor de toda a história da humanidade", que foi a morte de Jesus. São Paulo, escrevendo aos Filipenses, disse que, devido a esse supremo ato de amor, "Deus exaltou grandemente o Seu Filho, Jesus Cristo, e lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome para que, ao nome de Jesus, se dobre todo joelho, no céu, na terra e sob a terra; e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai" (2,9-11).

Mas, a proclamação dessa fé só é possível, graças do dom do Espírito Santo, porque "ninguém poderá dizer 'Jesus é o Senhor!', a não ser sob a ação do Espírito Santo" (1 Coríntios 12,3).

Gesto de fé

Limitei-me a citar poucos versículos do Novo Testamento que apontam para essa nossa fé. Porém, todas as mensagens de Jesus e dos apóstolos, expressam essa fé. E, a Igreja, confessa continuamente essa fé. No simples gesto do sinal da Cruz, acompanhado pelas palavras "Em nome do Pai, etc.", nós manifestamos e reforçamos essa mesma fé. Trata-se da fé específica dos cristãos.

Há pessoas de outras religiões que, também, acreditam em Deus: por exemplo os Judeus, os Islâmicos, ou os Espíritas. O que nos diferencia deles, é o fato de, não simplesmente acreditar em Deus, mas especificamente que Deus enviou Seu Filho, para nos salvar através do mistério da Sua morte e ressurreição; e essa salvação nos é comunicada por meio do Espírito Santo. Por isso, o Catecismo da Igreja Católica, escreve que "o sinal da Cruz, assinala a marca de Cristo, naquele que vai pertencer-lhe e significa a graça da redenção que Cristo nos proporcionou por sua Cruz" (nº 1235).

A primeira pessoa a fazer o sinal da Cruz foi o próprio Jesus, que estendeu Seus braços na cruz. E Seus braços estendidos entre o céu e a terra, traçaram o sinal indelével da Aliança.


Nos primeiros séculos, era costume fazer o sinal da Cruz sobre a testa. Pouco a pouco, o costume se transformou no que conhecemos hoje: fazer uma grande cruz sobre nós mesmos, da testa ao peito e do ombro esquerdo ao direito.  À direita nos recorda a alegria dos que foram salvos, dos que fazem a vontade de Deus, já que o Filho colocará as ovelhas fiéis à Sua direita (Mateus 25, 33).

O que a teologia explica do sinal da Cruz?

Essa forma de fazer o sinal da Cruz, também, tem um significado teológico profundo. O sinal da Cruz começa com a mão direita da cabeça até o peito, aceitando que nosso Senhor Jesus Cristo desceu do alto (isto é, do Pai) à terra, pela sua santa Encarnação.

O sinal da Cruz continua partindo do lado esquerdo, onde está o coração; lugar no qual se guarda com amor o mistério pascal de Jesus (sua dolorosa Paixão e Morte), depois, dirigindo-se ao lado direito, recordando que Jesus está sentado à direita do Pai, pela sua gloriosa Ascensão. Ou seja, a Cruz termina na glória celestial.

Quando recordamos que na Cruz Jesus nos amou até o extremo, se nosso pequeno gesto do sinal da Cruz é consciente, estaremos continuamente reorientando a nossa vida na boa direção, pois, carregar a Cruz é o que Jesus pede para segui-lo.

Todo gesto simbólico, pode nos ajudar a entrar em comunhão com aquilo que o gesto significa, e isso é o mais importante.

16 de janeiro de 2018

Dificuldade financeira: que gastos devemos cortar em tempos de crise?

Como sobreviver à crise econômica?

Vivemos um momento de instabilidade política em nosso país; como efeito, a crise econômica talvez seja um dos primeiros reflexos que a população sente das fragilidades da nação nesse momento.

Devido às incertezas governamentais, ocorre então, a retração de investidores e a alta de índices econômicos, consequentemente, menos empregos e a elevação de preços ao consumidor. Impostos são aumentados, empresas são afetadas e repassam tudo isso nos custos de seus produtos e serviços. Sendo assim, não tem jeito! Nós, que estamos na linha final de todo esse processo, pagamos a conta de tudo isso.

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Foto Ilustrativa: lolostock by Getty Images

Para muitos de nós, crise significa cortes, readaptação dos planos e das despesas pessoais. Então, o que devemos cortar em tempos de crise? E o que mais podemos fazer? Vamos começar pelos cortes:

Revisão no planejamento financeiro

É interessante colocar todo orçamento e gastos no papel, numa planilha, para visualizar melhor. Se havia planejamento para esse ano, quem sabe seja hora de deixarmos mais para frente, como aquela viagem nas férias ou a troca de carro.

Repensemos os custos e renegociemos. Um exemplo é recontratarmos os planos de telefonia, de TV a cabo e internet, pedindo condições mais baratas. Depois, é só adequar o consumo à nova realidade. Diminuamos demandas como a da energia elétrica. Estabeleçamos o horário de funcionamento de eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos. Liguemos o ar-condicionado e as lâmpadas só quando realmente for necessário. Reaproveitemos roupas e materiais (que possam estar em desuso) em vez de comprar novos. Se possível, uma boa tingida naquele jeans surrado, já traz uma aparência nova para ele.

Cortar o supérfluo

Os tantos doces e biscoitos que trazemos na compra mensal do supermercado, as idas a bares e restaurantes, as revistas que, por ventura, assinamos, nada disso é essencial. Portanto, dá para viver sem, ao menos neste tempo.

Ter atitudes como: sair de carro só mesmo quando necessário; viabilizar seu trajeto, sequenciar sua rota segundo suas obrigações – uma única saída para cumprir muitas tarefas, nos ajudam a reduzir gastos com o veículo. Quando formos fazer as compras, façamos antes uma lista (se for ao supermercado, alimentemo-nos antes de ir) e sigamos à risca o que está na lista.

Enfim, tudo aquilo que não é gênero de primeira necessidade, tem como ser excluído ou, pelo menos, alternado nos meses seguintes.

Preferência por marcas

Será que não existem produtos similares aos de sua preferência, que podem ser substituídos por opções mais baratas? No caso de marcas mais famosas, nós pagamos também pelo status do produto e seu projeto de marketing, ou seja, pagamos mais do que a utilidade do produto, mas outros artigos cumprem muito bem a função.

Agora, além dos cortes, o que mais podemos fazer em prol do orçamento mensal?

Alternativas de passeio e lazer

Já que vamos sair menos para barzinhos e restaurantes, podemos reunir os amigos em casa ou na casa deles. Um filminho com pipoca vai muito bem! Em vez da viagem, podemos ir a lugares mais próximos, que estão em nossa cidade mesmo. Provavelmente, há locais bem perto de nós, que não conhecemos ainda.


Faça você mesmo

A crise é uma ótima oportunidade para colocarmos a "mão na massa" e aprendermos a fazer algo novo. Aprendermos receitas novas ou, se for o caso, tentarmos aprender a cozinhar. Muitos têm descoberto uma versão caseira daquele produto, antes achavam que só era possível produzi-lo numa fábrica. Faça mais em casa e compre menos produtos prontos.

Podemos consertar coisas, desde que tenhamos conhecimento para tal. Construamos itens e objetos que vamos precisar. Quando mudei-em para meu endereço atual, eu mesmo fiz as telas de mosquiteiro lá para casa.

Renda extra

Busquemos um dinheirinho a mais. Se tivermos a oportunidade de fazer hora extra no trabalho ou prestar um serviço fora do horário de expediente em outro lugar, como aceitar encomenda de algo que saibamos cozinhar ou até mesmo ter um outro emprego, com certeza vai ajudar no orçamento.

Enfim, o que realmente é essencial para tudo isso, na hora do "aperto", é a disciplina para criar o novo hábito. O grande desafio está em mudar a nossa mentalidade. Às vezes, o que parece ser simples para a maioria das pessoas, como cortar algo bem supérfluo, para alguém é quase impossível. Como já vi pessoas que não querem se desfazer de uma compra de roupas ou da assinatura de uma revista.

Tudo depende da força de vontade em mudar hábitos. E não se esqueça: nos momentos de crises, a humanidade descobriu grandes soluções e inventos que temos hoje.

Deus abençoe!

11 de janeiro de 2018

Amar é voltar a sentir-se especial para o outro

Amar uma pessoa é querer que ela seja feliz

Amar alguém e dizer que a amamos é muito mais do que expressar o que sentimos; é deixar  bem claro à outra pessoa que, estamos dispostos a realizar todas as coisas para fazê-la feliz ao nosso lado. Embora, o amor seja definido como um sentimento, a manifestação dessa emoção é traduzida em gestos e atitudes. Isso aplica-se, também, ao amor entre irmãos, pais, filhos, colegas. E, em nada esse "bem-querer", difere-se em intensidade da manifestação vivida entre homens e mulheres, decididos a viver o desafio da vida comum compartilhada.

Quanto mais convivemos com as pessoas, tanto maior é o nosso conhecimento a respeito delas. Assim, apesar de manifestarmos e dizermos por várias vezes que amamos alguém, também estamos sujeitos a outros sentimentos, como raiva, medo, inclusive, certa insatisfação, mesmo que seja por alguns momentos. Da mesma maneira que, a febre no organismo pode indicar infecção, as possíveis insatisfações no relacionamento são indicadoras de uma situação que merece atenção especial.

Amar é voltar a se sentir especial para um outra pessoa

Foto Ilustrativa: Cecilie_Arcurs / by Getty Images

Relacionamento

Ninguém reclama da falta de alguma coisa, sem antes ter experimentado suas vantagens. Sabemos o quanto é bom ter voltado a nós, a atenção e o carinho de alguém; todavia, muitas vezes, no convívio do dia a dia ou tomados por outros afazeres, deixamos de lado coisas simples, mas, de grande importância para a manutenção do casamento. Hábitos que anteriormente eram comuns no tempo de namoro ou no início da vida conjugal, infelizmente, ao longo dos anos, tornaram-se raros por parte de um dos cônjuges, como por exemplo, passear de mãos dadas, trocar beijos e carinhos, assim como outras afabilidades no tratamento.

Ao deparar com a rarefação dos carinhos e das delicadezas, anteriormente presentes na vida dos casais, pode-se achar que o relacionamento conjugal está fadado à mesma rotina de outros – muitos dos quais não podem nos servir de modelo. No entanto, não podemos permitir que os problemas e as insatisfações manifestadas, roubem de nós a pessoa amada. O descaso às queixas do cônjuge, acabará por extinguir da vida do casal, aquilo que os uniu – o amor.


Aprendendo a conviver

Tentar acostumar-se com a situação, ridicularizá-la ou responder com sarcasmo ao que foi relatado, apenas provoca feridas e pode provocar consequências desastrosas para aqueles que, até pouco tempo, eram cúmplices em seus propósitos. Portanto, uma vez conhecidos os entraves da convivência, não podemos nos comprometer somente com as promessas de mudança, pois essas precisam ser assumidas com atitudes.

Assim, revigorados pela disposição em voltarmos a ser especiais ao outro, evitaremos que os muros das superficialidades e do individualismo surjam no campo dos sentimentos, nos quais paredes jamais podem existir.