16 de outubro de 2017

Aprenda a esperar em Deus

Reinflama nosso interior, Senhor Jesus, e ensina-nos a esperar em Ti

Sabe aqueles momentos, na vida da gente, que parece estarmos com água até o pescoço? Sufocados, sobrecarregados, cansados? Parece que andamos quilômetros sem sair do lugar? Fazemos tanto, mas não vemos os frutos. Talvez você tenha sido criticado, julgado injustamente, caído na má língua do povo, olhado ao seu redor, e só conseguiu ver olhares de reprovação. Você já se sentiu assim algum dia? Ou será que está se sentindo assim agora?

Fazemos parte de uma geração que desaprendeu a esperar! Não sabemos esperar mais nada! Detestamos fila de banco, ponto de ônibus, remédio que demora a fazer efeito. Comemos qualquer coisa, desde que seja rápido, para não atrapalhar o nosso atarefado dia. Transformamo-nos em pessoas imediatistas. Tudo é para ontem. Tudo é urgente. Inclusive a solução dos nossos problemas. Temos de ter uma solução! E bem rapidinho.

Foto: Wesley Almeida / cancaonova.com

Queremos respostas para nossos dilemas, paz, segurança, saúde, dinheiro, felicidade em casa, filhos obedientes e educados entre outros… E bem rapidinho!

Da mesma forma, somos rápidos no relacionamento com Deus, com os outros e com nós mesmos. E numa sociedade na qual a informação é cada vez mais veloz e a tecnologia muda a cada segundo, o tempo para descansar tornou-se artigo de luxo. Diante das situações em que gostaríamos de intervir no tempo, seria bom nos recordarmos da atitude de Noé naqueles dias de dilúvio.

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A lição de Noé

"(…) E eis que pela tarde a pomba voltou, trazendo no bico uma folha verde de oliveira. Assim Noé compreendeu que as águas tinham baixado sobre a terra. Esperou ainda sete dias, e soltou a pomba que desta vez não mais voltou" (Gênesis 8,10-12).

Esse servo de Deus traz essa lição de vida para você e para mim: esperemos as "águas baixarem"! É tudo uma questão de escolha. Ele optou por esperar e, enquanto ficava ali dentro da arca, aguardando, Deus agia. Ele não via, mas Deus agia! Ele [Noé] esperava e Deus baixava, milímetro por milímetro, as águas que cercavam a arca.

Penso que, do jeito que somos afobados, se estivéssemos no lugar dele, talvez pulássemos da arca com um balde na mão, tentando baixar, na marra, o mar ameaçador. E o Senhor iria dar boas risadas de nossa insensatez de imediatistas!


Peçamos a Cristo uma nova mentalidade, um novo jeito de pensar e querer que as coisas se realizem. Deixemos o querer "para ontem"; passemos para o "esperar hoje em Deus". Queira isso! Deseje-o de todo o coração. E você verá o sinal de Deus como resposta à sua obediente espera.

Para Noé, o sinal foi uma pomba com um ramo no bico. E as águas finalmente baixaram. E para você? Qual será o sinal? Espere e verá!

Vamos rezar?

Reinflama nosso interior, Senhor Jesus, ensina-nos a esperar em Ti! Que as águas ameaçadoras que nos cercam baixem ao som de Tua voz! Faça com que sejamos Noés no meio dessa humanidade que não sabe mais esperar por nada nem por ninguém. Faça de nós um sinal de contradição aos olhos deste mundo tão imediatista e necessitado do exemplo de homens e mulheres que sabem esperar em Deus. Amém.

E que essas águas baixem!

Um forte abraço. Na intercessão por você.

Alexandre Oliveira
Missionário da Comunidade Canção Nova


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/vida-de-oracao/aprenda-a-esperar-em-deus/

13 de outubro de 2017

Minha mulher tem um novo amor

O nascimento do primeiro filho traz mudanças importantes na vida da mulher e do casal

Um primeiro olhar, as primeiras conversas, o interesse mútuo crescente que desemboca num compromisso: o namoro. Depois disso, com a bênção de Deus e a aplicação de ambos, o homem e a mulher se tornam cada vez mais unidos, até terem a certeza de que querem viver um com o outro "até que a morte os separe".

Celebra-se o matrimônio, um sacramento poderoso que ainda aguarda reflexões teologais à altura do que realmente significa e opera.


Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com 

Nova fase na vida do casal

Se as histórias de amor entre príncipes e princesas acabam aí, no matrimônio cristão este é o ponto de início de uma nova fase e desejo: gerar filhos.

O amor tem por característica unir, derramar-se e multiplicar-se. O fruto no ventre da esposa é um novo momento de intensa alegria para o casal, o amor está tomando a forma de um novo ser, uma perfeita síntese dos dois.

No entanto, quando a criança nasce, o marido parece ser o mesmo, ganhou um novo título de "pai" e uma cara de bobo que reflete uma alegria que não consegue colocar em palavras, mas, a mulher se torna mãe. Não exagero. Se o homem está tentando vestir a roupa de "pai", a mulher (sabendo ou não como lidar com a criança) tornou-se uma mãe.

Depois de passar por isso três vezes, posso dizer que o impacto do primeiro filho é sempre maior.

Para o homem, que pode acompanhar tudo como espectador, a realidade à sua volta começa a mudar: existe um único e poderoso centro das atenções, que é o filho que chegou.

Tudo gira em torno dele, e parece até que o homem passa a ser o terceiro na hierarquia da casa, pois, depois do reizinho, os cuidados com a mãe (para que esta possa servir ao filho) passam a ser preponderantes.


O novo e exigente amor

Aí percebemos que, embora não tenhamos sido trocados por ninguém, nossa mulher tem um novo e exigente amor.

Do ponto de vista do relacionamento familiar e do casal, é importante que o homem respeite esse momento extraordinário que a nova mãe está vivendo.

Não existe como o ser masculino entender esses nove meses que a mulher passa gestando o filho, além de todas as reações e emoções que ela tem antes, durante e após o nascimento.

Pesa também, mesmo que inconscientemente, essa responsabilidade dela de nutrir, proteger e ajudar a desenvolver esse novo ser que nasceu, de modo que ela gasta todas suas energias e atenções nesse processo. Algo que, antes, realizava sem quase nenhuma dificuldade durante a gestação.

A mulher, ao se tornar mãe, precisa do apoio, presença e firmeza do marido ao seu lado. Não dá para serem "dois bebês" querendo atenção (um muito mais velho e temporão!) ou ficar suportando um ser bicudo, que está se sentindo um pouco de lado e, por isso, passa a ser grosseiro e resistente.

A missão fundamental do esposo

Por outro lado, faz parte da missão própria do marido, no matrimônio cristão, ajudar a mulher a encontrar um equilíbrio na vida e na família.

Cabe ao homem servir de baliza, fornecendo base e bordas seguras para que a mulher possa se movimentar sem cair em exageros.

Assim, a atenção ao filho é primordial, mas é o marido quem ajuda a esposa a não cair em extremos de não comer, não dormir ou ficar emocionalmente instável por preocupar-se demais com a criança.

A primeira febre do bebê é tão apavorante, que faz a Segunda Guerra Mundial parecer um desentendimento bobo para algumas mães de primeira viagem.

Com o passar dos anos, o equilíbrio entre uma educação materna, que se esforça a proteger a qualquer custo, e uma educação paterna, que exige a formação de independência, é extremamente salutar para a criança, o adolescente, o jovem e o ser humano.

Cabe também ao marido continuar esse papel delicado e constante de ajudar a mulher a entender que o filho é criado para o mundo, e não para os pais; e que ela precisa, para o bem de ambos, ir se desvencilhando desse – já não tão novo – amor, mas sempre e cada vez mais exigente.

Esse novo ser continua a ser amado pela mamãe, mas passará a amar e a querer unir-se com outro ser e criar uma nova família.

Ao papai de primeira viagem, fica a dica: você receberá não só uma nova e linda criaturinha no lar, o filho, mas também irá se deparar com uma pessoa que, embora você tenha se casado com ela, é completamente diferente de tudo o que você conhecia antes, é uma nova mamãe.

Ela continua sendo tão amável quanto era sua esposa, mas trará, agora, necessidades e desejos especiais. Bem-vindo à fase dois!

11 de outubro de 2017

O trabalho das mulheres na Igreja

As mulheres contagiam a comunidade com sua feminilidade e maternidade

Vivendo meu sacerdócio, entendo cada vez melhor o papel que as "santas mulheres" tiveram na vida de Jesus. A começar por Maria de Nazaré, poderíamos lembrar também muitas outras "Marias" que seguiram o Senhor fielmente. Ao pé da cruz, elas estavam lá.


Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com 

A maioria dos homens que Jesus evangelizou, durante os três nos de vida pública, simplesmente sumiu na hora do desafio maior. Judas preferiu a morte a encarar a falência do seu sonho de um Messias guerrilheiro.

Pedro, vejam só, o velho Pedro, negou Jesus três vezes diante de uma funcionária do palácio. Ele não estava ao pé da cruz. Nem Tomé, Mateus, Tiago, Judas Tadeu… ninguém. Apenas o jovem João, certamente conduzido pela Mãe de Jesus, e as outras pessoas que estavam ali eram todas mulheres.

As mulheres na Igreja

Hoje, não é diferente em nossas paróquias. São batalhões de catequistas, ministras extraordinárias da comunhão eucarística, secretárias, cozinheiras da casa paroquial, religiosas, agentes da pastoral da saúde, coordenadoras de movimentos, participantes da liturgia entre outras.

O que realmente impressiona não é a quantidade de mulheres que ocupam espaço em nossas paróquias, mas a força, a perseverança e a qualidade do trabalho delas.

As mulheres têm uma força para gerar um novo mundo, que, simplesmente, não existe nesses pobres bípedes pensantes sem útero, aos quais chamamos homens.

Em 1995, o saudoso Papa João Paulo escreveu uma "Carta para as Mulheres" em que dizia:

"Gostaria de manifestar particular gratidão às mulheres empenhadas nos mais distintos setores da atividade educativa, para além da família: creches, escolas, universidades, instituições de assistência, paróquias, associações e movimentos. Onde quer que se revele necessário um trabalho de formação, pode-se constatar a imensa disponibilidade das mulheres a dedicarem-se às relações humanas, especialmente em prol dos mais fracos e indefesos. Nesse trabalho, elas realizam uma forma de maternidade afetiva, cultural e espiritual, de valor realmente inestimável, pela incidência que têm no desenvolvimento da pessoa e no futuro da sociedade".


Feminilidade e maternidade

De fato, a importância do trabalho das mulheres na Igreja não se resume ao funcional. Elas contagiam a comunidade com sua feminilidade e maternidade.

Sem a presença forte e atuante da mulher em uma paróquia, seria impossível a Igreja viver sua dimensão de mãe, mestra e esposa. Contudo, devemos evitar a tentação feminista de criar um clima de "guerra dos sexos' ou de disputa pelos lugares.  No Reino de Jesus, reinar é servir.

Homens e mulheres precisam aprender a belíssima lição de que se completam para formar a mais perfeita imagem e semelhança de Deus, capazes de continuar a obra da criação e também de colaborarem na obra da salvação.

As mulheres têm um potencial enorme para ajudar cada comunidade a ser uma grande família. Este é o maior desafio do terceiro milênio: fazer da Igreja uma família e da família uma Igreja.

Para que isso aconteça é fundamental que todos se sintam responsáveis por uma pastoral da acolhida que esteja presente em todas as pastorais e movimentos. Aqui, novamente, as mulheres são especialistas, pois têm a vocação natural de acolher outra vida no seu ventre. Aliás, a palavra "misericórdia", em hebraico, evoca as entranhas femininas, ou seja, o útero.

A fecundidade evangelizadora da paróquia passa pela natureza feminina. Poderíamos dizer que há certos serviços sacerdotais, na sacerdotalidade própria de todo batizado, que somente podem ser exercidos pelas mulheres.

Faço minha a belíssima prece de gratidão de João Paulo II às mulheres, registrada na mesma carta de 1995

"Obrigado a ti, mulher-mãe, que te fazes ventre do ser humano na alegria e no sofrimento de uma experiência única, que te torna o sorriso de Deus pela criatura que é dada à luz, que te faz guia dos seus primeiros passos, amparo do seu crescimento, ponto de referência por todo caminho da vida.

Obrigado a ti, mulher-esposa, que unes irrevogavelmente o teu destino ao de um homem, numa relação de recíproco dom, ao serviço da comunhão e da vida.

Obrigado a ti, mulher-filha e mulher-irmã, que levas ao núcleo familiar, e depois à inteira vida social, as riquezas da tua sensibilidade, da tua intuição, da tua generosidade e constância.

Obrigado a ti, mulher-trabalhadora, empenhada em todos os âmbitos da vida social, econômica, cultural, artística, política, pela contribuição indispensável que dás à elaboração de uma cultura capaz de conjugar razão e sentimento, a uma concepção da vida sempre aberta ao sentido do «mistério», à edificação de estruturas econômicas e políticas mais ricas de humanidade.

Obrigado a ti, mulher-consagrada, que, a exemplo da maior de todas as mulheres, a Mãe de Cristo, Verbo Encarnado, te abres com docilidade e fidelidade ao amor de Deus, ajudando a Igreja e a humanidade inteira a viver para com Deus uma resposta «esponsal», que exprime maravilhosamente a comunhão que Ele quer estabelecer com a sua criatura.

Obrigado a ti, mulher, pelo simples fato de seres mulher! Com a percepção que é própria da tua feminilidade, enriqueces a compreensão do mundo e contribuis para a verdade plena das relações humanas."

9 de outubro de 2017

Qual é o posicionamento da Igreja em relação à numerologia?

O cristão não pode acreditar na numerologia, pois o seu futuro está nas mãos de Deus

Numerologia é o estudo qualitativo dos números aplicados ao ser humano. Também são utilizadas as letras do alfabeto, convertendo-as em números por meio de uma tabela e assim determinando um valor numérico para nomes.

Uma das modas dos últimos anos é mudar alguma letra do nome para melhorar a sorte. Também aumenta o número de pessoas que consultam o melhor número para realizar suas atividades. Essas práticas demonstram a crença de que os números e as letras associadas a eles têm a força para revelar aquilo que queremos saber sobre nossas necessidades e também influenciar o futuro. Chama-se a isso de numerologia.

Qual-é-o-posicionamento-da-Igreja-em-relação-a-numerologiaFoto: Sashkinw by Getty Images

O que diz a numerologia?

Para a numerologia, os números ou letras nos dizem como somos, com o que viemos a este mundo e qual será o nosso destino. Trata-se de um método de predição do futuro. Existem diversos métodos de adivinhação que também usam a numerologia: Tarô, Cabala, I Ching entre outros.

A numerologia tem duas crenças básicas: a vida é cíclica e não linear, e o mundo é dinâmico, está vivo, e tudo que está nele também vibra com sua energia. Os números simbolizariam esse fluxo cíclico de energia e os padrões da vida. Desse modo, cada número teria sua própria vibração e representaria caráter, poder, potencial e oportunidades. Para a numerologia, o poder e o potencial de tudo na natureza, incluindo nós mesmos, é mais bem compreendido mediante o estudo detalhado dos números.

A numerologia tem suas raízes no ocultismo e está ligada a antigas artes adivinhatórias. A adivinhação é a pretensão de prever as coisas futuras e ocultas. Pretende descobrir aquilo que pertence somente a Deus. Em diversas ocasiões, Israel usou desse recurso, desobedecendo à Palavra de Deus: "fez passar pelo fogo seus próprios filhos no vale de Beninom; entregou-se à astrologia, à adivinhação e à magia, praticou a necromancia e a bruxaria, e multiplicou-se atos que desagradam ao Senhor, provocando-lhe assim a ira" (2 Cr 33,6).

"Não escuteis, portanto, vossos profetas e adivinhos, nem vossos vaticinadores, astrólogos, e feiticeiros que vos disseram que não sereis sujeitos ao rei da Babilônia" (Jr 27,9)


O que diz a Igreja sobre a numerologia?

Desde o início, o Cristianismo manteve a proibição da prática de adivinhação. Os Concílios de Vanes (461), de Adge (506) e de Orleans (511) excomungaram os adivinhos de qualquer tipo. O Catecismo da Igreja Católica, nº 2115, ensina que o verdadeiro católico professa a certeza de que seu futuro está seguro em Deus.

O Senhor pode revelar o futuro a seus profetas ou a outros santos. Todavia, a atitude cristã correta consiste em se entregar, com confiança, nas mãos da providência, no que tange ao futuro e em abandonar toda curiosidade doentia a esse respeito. A imprevidência pode ser uma falta de responsabilidade.

Artigo extraído do livro "Católico pode ou não pode? Por quê?", de padre Alberto Gambarini, Edições Loyola, 2005.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/qual-e-o-posicionamento-da-igreja-em-relacao-a-numerologia/

5 de outubro de 2017

A luta e a superação de quem venceu a batalha contra o câncer de mama

Célia Barros testemunhou como foi viver o processo de tratamento do câncer de mama

Por Alessandra Borges

O câncer de mama é umas das doenças cancerígenas mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, mas também pode surgir em homens, porém, as chances de incidência neles são bem menores do que nas mulheres.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa é que, no ano de 2016, foram registrados cerca de 57.960 novos casos. Por isso, é importante que as mulheres façam exames periódicos, pois a prevenção do câncer de mama está relacionada ao controle dos fatores de risco como idade, endócrinos, história reprodutiva e comportamentos ambientais, além dos fatores genéticos e hereditários.

A luta e a superação de quem venceu a batalha contra o câncer de mamaFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Diante de todos esses fatores, é preciso manter uma vida saudável, pois se estima que, por meio da alimentação, atividade física e uma gordura corporal adequada, é possível reduzir em 28% o risco de a mulher desenvolver um câncer de mama.

História de quem venceu o câncer de mama

Conheça a história de superação de Célia Regina Alves de Barros, de 47 anos, da cidade de Cruzeiro (SP). Ela foi diagnosticada com câncer de mama, em 27 de agosto de 2010, aos 40 anos.

cancaonova.com: Como foi descobrir que estava com câncer de mama?

Célia Barros: Foi um grande susto, pois, sempre me cuidei, sempre fiz os exames preventivos anualmente. Tal foi a surpresa, que passei por três médicos mastologistas ao perceber uma deformação na mama. Então, recebi o diagnóstico de câncer. Foi um pesadelo!

cancaonova.com: Quais foram os maiores desafios vividos durante todo o tratamento?

Célia Barros: Medo de morrer, afinal, associamos o câncer à morte; a reação dos efeitos colaterais, pois, ouvia dizer do sofrimento que era fazer esse tratamento; o medo de não aguentar e desistir de tudo. Mas estes foram desafios vencidos, graças a Deus!

cancaonova.com: Onde você buscou forças para vencer todas as etapas do tratamento?

Célia Barros: Primeiramente em Deus! A promessa de que Ele estaria comigo até os confins dos tempos, Ele cumpriu. Glória a Deus!

Também em minha mãe, que esteve comigo desde o início, os preciosos amigos, irmãos de minha Comunidade Canção Nova – da qual faço parte no núcleo segundo elo –, e também de muitas pessoas que eu nem conhecia e rezaram por minha cura.

cancaonova.com: Hoje, livre do câncer de mama, o que você poderia dizer para as pessoas que estão passando por essa doença?

Célia Barros: Eu creio que passar por esse processo doloroso sem Deus seria impossível! Sem Ele, eu não estaria aqui contando minha história.

A melhor forma que encontrei para vencer foi estar com minha família, estar com os amigos e viver com alegria, pois eu acreditava que tiraria desse mal um bem maior!

cancaonova.com: Como vê a importância dessas campanhas de câncer de mama?

Célia Barros: Acho importantíssimas! Estarmos informadas sobre a prevenção, os cuidados e a eficácia do tratamento, quando a doença é descoberta precocemente, torna tudo mais fácil.


Prevenção ao câncer de mama

A única forma de prever o câncer de mama é a detecção precoce da doença, por meio de um diagnóstico eficaz, a partir do momento em que forem detectados os primeiros sinais ou sintomas. A mulher também pode realizar o autoexame da mama, pois, de acordo com o Instituto Brasileiro de Controle do Câncer de São Paulo, cerca 80% dos nódulos mamários são benignos, e apenas uma pequena porcentagem de secreções está relacionada ao câncer.

Faça a prevenção e não deixe de realizar os exames periódicos. E quanto às mulheres que estão enfrentando essa batalha contra câncer de mama, lutem pela vida.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/luta-e-superacao-de-quem-venceu-batalha-contra-o-cancer-de-mama/

2 de outubro de 2017

O perigo de um desabafo

Fazer de qualquer pessoa um conselheiro para nossos desabafos ou reclamações apenas expõe nossa intimidade

Quando desabafamos com alguém sobre nossas intimidades, podemos ter consequências desastrosas se escolhermos um confidente sem maturidade para acolher o que temos a falar. Uma pessoa fragilizada pelos desentendimentos e crises no seu relacionamento poderá, facilmente, recorrer à ajuda de quem está mais próximo dela.

Foto: Daniel Mafra / cancaonova.com

Dessa forma, um simples colega pode se tornar um conselheiro quando a pessoa, que se encontra numa crise, vê-se favorecida pelas longas horas diárias de convívio no trabalho ou na faculdade. Sem reservas, ela expõe situações, as quais deveriam apenas ser discutidas com aquele que, realmente, faz parte do problema: seu cônjuge, por exemplo. Talvez, por falta de coragem ou por certa dificuldade no diálogo com aquele que é a causa da crise, a pessoa vê no colega uma oportunidade para relatar o que está vivendo.

A pessoa necessitada de amparo, sem perceber e pelo fato de se sentir compreendida em seus desabafos, vê no amigo o "Sr. Compreensão", ainda que este tenha conhecimento de apenas parte da verdade.

Por meio de conversas, sobre assuntos relacionados à intimidade pessoal, a simples amizade poderá se transformar num relacionamento muito estreito. E qualquer desatenção por parte dos colegas poderá fazer surgir entre eles uma atração diferente; favorecida por comportamentos que não deveriam ser vividos entre os amigos. Isso será muito nocivo para qualquer relacionamento, especialmente se o vínculo com o colega se intensificar por meio de telefonemas reservados, e-mails secretos, entre outras atitudes que podem gerar uma crise de ciúme.

Ajuda externa

Muitas vezes, as pessoas que se encontram fora do nosso problema conseguem entender melhor a situação que estamos vivendo. Em certas ocasiões, se faz, realmente, necessário recorrer à ajuda externa, seja por intermédio de um profissional ou com alguém que já tenha vivência e amadurecimento, para que possa ajudar o casal a encontrar as possíveis soluções para seus impasses.

Partilhar é bom, entretanto, mais importante é saber com quem estamos falando de nossa intimidade, que é o nosso "sagrado". Fazer de qualquer pessoa um conselheiro para nossos desabafos ou reclamações apenas expõe nossa intimidade e, ao mesmo tempo, pode adiar a restauração do convívio com aquele que deveria ser o primeiro a saber de nossas necessidades.


A melhor forma de se resolver uma crise é contar com a participação direta do outro naquilo que se refere ao desentendimento. Afinal, faz parte do convívio a dois o acolhimento para as mudanças de forma mútua e o eterno ato de se reconciliar.

Um abraço.

29 de setembro de 2017

As novas regras de tradução dos textos e ritos litúrgicos

Reflita sobre as alterações dos textos e ritos litúrgicos no Direito Canônico

O mês de setembro de 2017 começou com uma importante alteração nas normas de Direito Canônico. No primeiro domingo do mês, o Vaticano publicou a Carta Apostólica Magnum Principium em forma de Motu Proprio, que modifica o cânone 838 do Código de Direito Canônico. A norma alterada diz respeito às regras para tradução dos textos litúrgicos, que, atualmente, determinam que pertence à Sé Apostólica ordenar a liturgia sagrada da Igreja, editar os livros litúrgicos e rever as versões nas línguas vernáculas, e vigiar para que se observem, fielmente, as normas litúrgicas. A preocupação do Sumo Pontífice é de que os textos litúrgicos possam se afastar dos profundos significados quando traduzidos, porque traduzir um texto não é simplesmente a substituição de palavras, mas requer uma cuidadosa adaptação ao contexto social do idioma para o qual se faz a tradução.

Se você tem preferência por assistir a filmes no idioma original, acompanhando as legendas ou se preocupa em encontrar expressões populares dentre os textos traduzidos, já percebeu que, muitas vezes, as dublagens ou mesmo as legendas não refletem exatamente a ideia do idioma original. E isso não representa uma falha da tradução, mas, simplesmente, uma manifestação das diferenças culturais entre o idioma de origem e o para o qual se faz a tradução. Caso essas curiosidades sejam do seu interesse, então você, facilmente, pode entender a preocupação do Papa Francisco.

As novas regras de tradução dos textos e ritos litúrgicosFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Na versão italiana do Código de Direito Canônico, o verbo "recognoscere" é traduzido comumente como "autorizar", mas a nota explicativa do Pontifício Conselho para a Interpretação de Textos Legislativos explica que o termo não é uma mera "autorização", mas quer expressar uma análise cuidadosa e detalhada ou revisão. Com a nova redação do cânone 838, essa imprecisão foi solucionada, e fica claro que a responsabilidade da Sé Apostólica é de rever as adaptações, cabendo às Conferências Episcopais preparar, fielmente, as versões dos livros litúrgicos nas línguas vernáculas para as regiões de sua relevância, após a confirmação da Sé Apostólica.

O que diz o Papa?

As traduções dos textos litúrgicos e dos textos bíblicos, para a Liturgia da Palavra, tem o objetivo de anunciar ao fiel a Palavra da Salvação em obediência à fé e expressar o culto da Igreja ao Senhor. Para que isso possa acontecer, é preciso comunicar-se, fielmente, com o povo, por meio de sua própria linguagem. Considerando isso, disse o Santo Papa: "Embora a fidelidade nem sempre possa ser julgada por palavras similares, deve ser no contexto de todo o ato de comunicação e, de acordo com seu gênero literário, no entanto, alguns termos peculiares também devem ser considerados no contexto da fé católica, uma vez que cada tradução dos textos litúrgicos deve ser equivalente com a boa doutrina".

Como explica o jornal vaticano L'Osservatore Romano, "a oração litúrgica deve adaptar-se à compreensão do povo, para ser plenamente vivida, com um estilo expressivo, fiel aos textos originários, mas capaz de comunicar o anúncio de salvação em qualquer contexto linguístico e cultural". Para tornar a colaboração entre a Sé Apostólica e as Conferências Episcopais mais fáceis e mais frutuosas neste serviço para os fiéis, o Papa Francisco criou a Comissão dos Bispos e Fundadores, fazendo a alteração de acordo com o que consta na Constituição Sacrosanctum Concilium, na Carta Apostólica Sacram Liturgiam, todos sobre o tema de traduções dos textos bíblicos e litúrgicos.


Na divulgação do Motu Proprio, o Sumo Pontífice autorizou a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos a modificarem suas próprias regras de acordo com a nova disciplina do Código de Direito Canônico e ajudar as Conferências Episcopais a realizar sua tarefa e trabalhar para promover, cada vez mais, a vida litúrgica da Igreja. Comumente, o Papa Francisco pede a oração dos fiéis ao fim de suas palavras. Atentos a isso, oremos para que a nova diretriz da norma da Igreja leve os textos sagrados ao povo de Deus com maior clareza, para que a Palavra encontre todos os corações.

REFERÊNCIAS

CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO. Promulgado por João Paulo II, Papa. Conferência Episcopal Portuguesa. 4. ed. Editorial Apostolado da Oração – BRAGA, 2007.

PAPA FRANCISCO. Carta Apostólica em forma de motu próprio "Magnum Principium". Roma 3. set. 2017.