11 de outubro de 2017

O trabalho das mulheres na Igreja

As mulheres contagiam a comunidade com sua feminilidade e maternidade

Vivendo meu sacerdócio, entendo cada vez melhor o papel que as "santas mulheres" tiveram na vida de Jesus. A começar por Maria de Nazaré, poderíamos lembrar também muitas outras "Marias" que seguiram o Senhor fielmente. Ao pé da cruz, elas estavam lá.


Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com 

A maioria dos homens que Jesus evangelizou, durante os três nos de vida pública, simplesmente sumiu na hora do desafio maior. Judas preferiu a morte a encarar a falência do seu sonho de um Messias guerrilheiro.

Pedro, vejam só, o velho Pedro, negou Jesus três vezes diante de uma funcionária do palácio. Ele não estava ao pé da cruz. Nem Tomé, Mateus, Tiago, Judas Tadeu… ninguém. Apenas o jovem João, certamente conduzido pela Mãe de Jesus, e as outras pessoas que estavam ali eram todas mulheres.

As mulheres na Igreja

Hoje, não é diferente em nossas paróquias. São batalhões de catequistas, ministras extraordinárias da comunhão eucarística, secretárias, cozinheiras da casa paroquial, religiosas, agentes da pastoral da saúde, coordenadoras de movimentos, participantes da liturgia entre outras.

O que realmente impressiona não é a quantidade de mulheres que ocupam espaço em nossas paróquias, mas a força, a perseverança e a qualidade do trabalho delas.

As mulheres têm uma força para gerar um novo mundo, que, simplesmente, não existe nesses pobres bípedes pensantes sem útero, aos quais chamamos homens.

Em 1995, o saudoso Papa João Paulo escreveu uma "Carta para as Mulheres" em que dizia:

"Gostaria de manifestar particular gratidão às mulheres empenhadas nos mais distintos setores da atividade educativa, para além da família: creches, escolas, universidades, instituições de assistência, paróquias, associações e movimentos. Onde quer que se revele necessário um trabalho de formação, pode-se constatar a imensa disponibilidade das mulheres a dedicarem-se às relações humanas, especialmente em prol dos mais fracos e indefesos. Nesse trabalho, elas realizam uma forma de maternidade afetiva, cultural e espiritual, de valor realmente inestimável, pela incidência que têm no desenvolvimento da pessoa e no futuro da sociedade".


Feminilidade e maternidade

De fato, a importância do trabalho das mulheres na Igreja não se resume ao funcional. Elas contagiam a comunidade com sua feminilidade e maternidade.

Sem a presença forte e atuante da mulher em uma paróquia, seria impossível a Igreja viver sua dimensão de mãe, mestra e esposa. Contudo, devemos evitar a tentação feminista de criar um clima de "guerra dos sexos' ou de disputa pelos lugares.  No Reino de Jesus, reinar é servir.

Homens e mulheres precisam aprender a belíssima lição de que se completam para formar a mais perfeita imagem e semelhança de Deus, capazes de continuar a obra da criação e também de colaborarem na obra da salvação.

As mulheres têm um potencial enorme para ajudar cada comunidade a ser uma grande família. Este é o maior desafio do terceiro milênio: fazer da Igreja uma família e da família uma Igreja.

Para que isso aconteça é fundamental que todos se sintam responsáveis por uma pastoral da acolhida que esteja presente em todas as pastorais e movimentos. Aqui, novamente, as mulheres são especialistas, pois têm a vocação natural de acolher outra vida no seu ventre. Aliás, a palavra "misericórdia", em hebraico, evoca as entranhas femininas, ou seja, o útero.

A fecundidade evangelizadora da paróquia passa pela natureza feminina. Poderíamos dizer que há certos serviços sacerdotais, na sacerdotalidade própria de todo batizado, que somente podem ser exercidos pelas mulheres.

Faço minha a belíssima prece de gratidão de João Paulo II às mulheres, registrada na mesma carta de 1995

"Obrigado a ti, mulher-mãe, que te fazes ventre do ser humano na alegria e no sofrimento de uma experiência única, que te torna o sorriso de Deus pela criatura que é dada à luz, que te faz guia dos seus primeiros passos, amparo do seu crescimento, ponto de referência por todo caminho da vida.

Obrigado a ti, mulher-esposa, que unes irrevogavelmente o teu destino ao de um homem, numa relação de recíproco dom, ao serviço da comunhão e da vida.

Obrigado a ti, mulher-filha e mulher-irmã, que levas ao núcleo familiar, e depois à inteira vida social, as riquezas da tua sensibilidade, da tua intuição, da tua generosidade e constância.

Obrigado a ti, mulher-trabalhadora, empenhada em todos os âmbitos da vida social, econômica, cultural, artística, política, pela contribuição indispensável que dás à elaboração de uma cultura capaz de conjugar razão e sentimento, a uma concepção da vida sempre aberta ao sentido do «mistério», à edificação de estruturas econômicas e políticas mais ricas de humanidade.

Obrigado a ti, mulher-consagrada, que, a exemplo da maior de todas as mulheres, a Mãe de Cristo, Verbo Encarnado, te abres com docilidade e fidelidade ao amor de Deus, ajudando a Igreja e a humanidade inteira a viver para com Deus uma resposta «esponsal», que exprime maravilhosamente a comunhão que Ele quer estabelecer com a sua criatura.

Obrigado a ti, mulher, pelo simples fato de seres mulher! Com a percepção que é própria da tua feminilidade, enriqueces a compreensão do mundo e contribuis para a verdade plena das relações humanas."

9 de outubro de 2017

Qual é o posicionamento da Igreja em relação à numerologia?

O cristão não pode acreditar na numerologia, pois o seu futuro está nas mãos de Deus

Numerologia é o estudo qualitativo dos números aplicados ao ser humano. Também são utilizadas as letras do alfabeto, convertendo-as em números por meio de uma tabela e assim determinando um valor numérico para nomes.

Uma das modas dos últimos anos é mudar alguma letra do nome para melhorar a sorte. Também aumenta o número de pessoas que consultam o melhor número para realizar suas atividades. Essas práticas demonstram a crença de que os números e as letras associadas a eles têm a força para revelar aquilo que queremos saber sobre nossas necessidades e também influenciar o futuro. Chama-se a isso de numerologia.

Qual-é-o-posicionamento-da-Igreja-em-relação-a-numerologiaFoto: Sashkinw by Getty Images

O que diz a numerologia?

Para a numerologia, os números ou letras nos dizem como somos, com o que viemos a este mundo e qual será o nosso destino. Trata-se de um método de predição do futuro. Existem diversos métodos de adivinhação que também usam a numerologia: Tarô, Cabala, I Ching entre outros.

A numerologia tem duas crenças básicas: a vida é cíclica e não linear, e o mundo é dinâmico, está vivo, e tudo que está nele também vibra com sua energia. Os números simbolizariam esse fluxo cíclico de energia e os padrões da vida. Desse modo, cada número teria sua própria vibração e representaria caráter, poder, potencial e oportunidades. Para a numerologia, o poder e o potencial de tudo na natureza, incluindo nós mesmos, é mais bem compreendido mediante o estudo detalhado dos números.

A numerologia tem suas raízes no ocultismo e está ligada a antigas artes adivinhatórias. A adivinhação é a pretensão de prever as coisas futuras e ocultas. Pretende descobrir aquilo que pertence somente a Deus. Em diversas ocasiões, Israel usou desse recurso, desobedecendo à Palavra de Deus: "fez passar pelo fogo seus próprios filhos no vale de Beninom; entregou-se à astrologia, à adivinhação e à magia, praticou a necromancia e a bruxaria, e multiplicou-se atos que desagradam ao Senhor, provocando-lhe assim a ira" (2 Cr 33,6).

"Não escuteis, portanto, vossos profetas e adivinhos, nem vossos vaticinadores, astrólogos, e feiticeiros que vos disseram que não sereis sujeitos ao rei da Babilônia" (Jr 27,9)


O que diz a Igreja sobre a numerologia?

Desde o início, o Cristianismo manteve a proibição da prática de adivinhação. Os Concílios de Vanes (461), de Adge (506) e de Orleans (511) excomungaram os adivinhos de qualquer tipo. O Catecismo da Igreja Católica, nº 2115, ensina que o verdadeiro católico professa a certeza de que seu futuro está seguro em Deus.

O Senhor pode revelar o futuro a seus profetas ou a outros santos. Todavia, a atitude cristã correta consiste em se entregar, com confiança, nas mãos da providência, no que tange ao futuro e em abandonar toda curiosidade doentia a esse respeito. A imprevidência pode ser uma falta de responsabilidade.

Artigo extraído do livro "Católico pode ou não pode? Por quê?", de padre Alberto Gambarini, Edições Loyola, 2005.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/qual-e-o-posicionamento-da-igreja-em-relacao-a-numerologia/

5 de outubro de 2017

A luta e a superação de quem venceu a batalha contra o câncer de mama

Célia Barros testemunhou como foi viver o processo de tratamento do câncer de mama

Por Alessandra Borges

O câncer de mama é umas das doenças cancerígenas mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, mas também pode surgir em homens, porém, as chances de incidência neles são bem menores do que nas mulheres.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa é que, no ano de 2016, foram registrados cerca de 57.960 novos casos. Por isso, é importante que as mulheres façam exames periódicos, pois a prevenção do câncer de mama está relacionada ao controle dos fatores de risco como idade, endócrinos, história reprodutiva e comportamentos ambientais, além dos fatores genéticos e hereditários.

A luta e a superação de quem venceu a batalha contra o câncer de mamaFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Diante de todos esses fatores, é preciso manter uma vida saudável, pois se estima que, por meio da alimentação, atividade física e uma gordura corporal adequada, é possível reduzir em 28% o risco de a mulher desenvolver um câncer de mama.

História de quem venceu o câncer de mama

Conheça a história de superação de Célia Regina Alves de Barros, de 47 anos, da cidade de Cruzeiro (SP). Ela foi diagnosticada com câncer de mama, em 27 de agosto de 2010, aos 40 anos.

cancaonova.com: Como foi descobrir que estava com câncer de mama?

Célia Barros: Foi um grande susto, pois, sempre me cuidei, sempre fiz os exames preventivos anualmente. Tal foi a surpresa, que passei por três médicos mastologistas ao perceber uma deformação na mama. Então, recebi o diagnóstico de câncer. Foi um pesadelo!

cancaonova.com: Quais foram os maiores desafios vividos durante todo o tratamento?

Célia Barros: Medo de morrer, afinal, associamos o câncer à morte; a reação dos efeitos colaterais, pois, ouvia dizer do sofrimento que era fazer esse tratamento; o medo de não aguentar e desistir de tudo. Mas estes foram desafios vencidos, graças a Deus!

cancaonova.com: Onde você buscou forças para vencer todas as etapas do tratamento?

Célia Barros: Primeiramente em Deus! A promessa de que Ele estaria comigo até os confins dos tempos, Ele cumpriu. Glória a Deus!

Também em minha mãe, que esteve comigo desde o início, os preciosos amigos, irmãos de minha Comunidade Canção Nova – da qual faço parte no núcleo segundo elo –, e também de muitas pessoas que eu nem conhecia e rezaram por minha cura.

cancaonova.com: Hoje, livre do câncer de mama, o que você poderia dizer para as pessoas que estão passando por essa doença?

Célia Barros: Eu creio que passar por esse processo doloroso sem Deus seria impossível! Sem Ele, eu não estaria aqui contando minha história.

A melhor forma que encontrei para vencer foi estar com minha família, estar com os amigos e viver com alegria, pois eu acreditava que tiraria desse mal um bem maior!

cancaonova.com: Como vê a importância dessas campanhas de câncer de mama?

Célia Barros: Acho importantíssimas! Estarmos informadas sobre a prevenção, os cuidados e a eficácia do tratamento, quando a doença é descoberta precocemente, torna tudo mais fácil.


Prevenção ao câncer de mama

A única forma de prever o câncer de mama é a detecção precoce da doença, por meio de um diagnóstico eficaz, a partir do momento em que forem detectados os primeiros sinais ou sintomas. A mulher também pode realizar o autoexame da mama, pois, de acordo com o Instituto Brasileiro de Controle do Câncer de São Paulo, cerca 80% dos nódulos mamários são benignos, e apenas uma pequena porcentagem de secreções está relacionada ao câncer.

Faça a prevenção e não deixe de realizar os exames periódicos. E quanto às mulheres que estão enfrentando essa batalha contra câncer de mama, lutem pela vida.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/luta-e-superacao-de-quem-venceu-batalha-contra-o-cancer-de-mama/

2 de outubro de 2017

O perigo de um desabafo

Fazer de qualquer pessoa um conselheiro para nossos desabafos ou reclamações apenas expõe nossa intimidade

Quando desabafamos com alguém sobre nossas intimidades, podemos ter consequências desastrosas se escolhermos um confidente sem maturidade para acolher o que temos a falar. Uma pessoa fragilizada pelos desentendimentos e crises no seu relacionamento poderá, facilmente, recorrer à ajuda de quem está mais próximo dela.

Foto: Daniel Mafra / cancaonova.com

Dessa forma, um simples colega pode se tornar um conselheiro quando a pessoa, que se encontra numa crise, vê-se favorecida pelas longas horas diárias de convívio no trabalho ou na faculdade. Sem reservas, ela expõe situações, as quais deveriam apenas ser discutidas com aquele que, realmente, faz parte do problema: seu cônjuge, por exemplo. Talvez, por falta de coragem ou por certa dificuldade no diálogo com aquele que é a causa da crise, a pessoa vê no colega uma oportunidade para relatar o que está vivendo.

A pessoa necessitada de amparo, sem perceber e pelo fato de se sentir compreendida em seus desabafos, vê no amigo o "Sr. Compreensão", ainda que este tenha conhecimento de apenas parte da verdade.

Por meio de conversas, sobre assuntos relacionados à intimidade pessoal, a simples amizade poderá se transformar num relacionamento muito estreito. E qualquer desatenção por parte dos colegas poderá fazer surgir entre eles uma atração diferente; favorecida por comportamentos que não deveriam ser vividos entre os amigos. Isso será muito nocivo para qualquer relacionamento, especialmente se o vínculo com o colega se intensificar por meio de telefonemas reservados, e-mails secretos, entre outras atitudes que podem gerar uma crise de ciúme.

Ajuda externa

Muitas vezes, as pessoas que se encontram fora do nosso problema conseguem entender melhor a situação que estamos vivendo. Em certas ocasiões, se faz, realmente, necessário recorrer à ajuda externa, seja por intermédio de um profissional ou com alguém que já tenha vivência e amadurecimento, para que possa ajudar o casal a encontrar as possíveis soluções para seus impasses.

Partilhar é bom, entretanto, mais importante é saber com quem estamos falando de nossa intimidade, que é o nosso "sagrado". Fazer de qualquer pessoa um conselheiro para nossos desabafos ou reclamações apenas expõe nossa intimidade e, ao mesmo tempo, pode adiar a restauração do convívio com aquele que deveria ser o primeiro a saber de nossas necessidades.


A melhor forma de se resolver uma crise é contar com a participação direta do outro naquilo que se refere ao desentendimento. Afinal, faz parte do convívio a dois o acolhimento para as mudanças de forma mútua e o eterno ato de se reconciliar.

Um abraço.

29 de setembro de 2017

As novas regras de tradução dos textos e ritos litúrgicos

Reflita sobre as alterações dos textos e ritos litúrgicos no Direito Canônico

O mês de setembro de 2017 começou com uma importante alteração nas normas de Direito Canônico. No primeiro domingo do mês, o Vaticano publicou a Carta Apostólica Magnum Principium em forma de Motu Proprio, que modifica o cânone 838 do Código de Direito Canônico. A norma alterada diz respeito às regras para tradução dos textos litúrgicos, que, atualmente, determinam que pertence à Sé Apostólica ordenar a liturgia sagrada da Igreja, editar os livros litúrgicos e rever as versões nas línguas vernáculas, e vigiar para que se observem, fielmente, as normas litúrgicas. A preocupação do Sumo Pontífice é de que os textos litúrgicos possam se afastar dos profundos significados quando traduzidos, porque traduzir um texto não é simplesmente a substituição de palavras, mas requer uma cuidadosa adaptação ao contexto social do idioma para o qual se faz a tradução.

Se você tem preferência por assistir a filmes no idioma original, acompanhando as legendas ou se preocupa em encontrar expressões populares dentre os textos traduzidos, já percebeu que, muitas vezes, as dublagens ou mesmo as legendas não refletem exatamente a ideia do idioma original. E isso não representa uma falha da tradução, mas, simplesmente, uma manifestação das diferenças culturais entre o idioma de origem e o para o qual se faz a tradução. Caso essas curiosidades sejam do seu interesse, então você, facilmente, pode entender a preocupação do Papa Francisco.

As novas regras de tradução dos textos e ritos litúrgicosFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Na versão italiana do Código de Direito Canônico, o verbo "recognoscere" é traduzido comumente como "autorizar", mas a nota explicativa do Pontifício Conselho para a Interpretação de Textos Legislativos explica que o termo não é uma mera "autorização", mas quer expressar uma análise cuidadosa e detalhada ou revisão. Com a nova redação do cânone 838, essa imprecisão foi solucionada, e fica claro que a responsabilidade da Sé Apostólica é de rever as adaptações, cabendo às Conferências Episcopais preparar, fielmente, as versões dos livros litúrgicos nas línguas vernáculas para as regiões de sua relevância, após a confirmação da Sé Apostólica.

O que diz o Papa?

As traduções dos textos litúrgicos e dos textos bíblicos, para a Liturgia da Palavra, tem o objetivo de anunciar ao fiel a Palavra da Salvação em obediência à fé e expressar o culto da Igreja ao Senhor. Para que isso possa acontecer, é preciso comunicar-se, fielmente, com o povo, por meio de sua própria linguagem. Considerando isso, disse o Santo Papa: "Embora a fidelidade nem sempre possa ser julgada por palavras similares, deve ser no contexto de todo o ato de comunicação e, de acordo com seu gênero literário, no entanto, alguns termos peculiares também devem ser considerados no contexto da fé católica, uma vez que cada tradução dos textos litúrgicos deve ser equivalente com a boa doutrina".

Como explica o jornal vaticano L'Osservatore Romano, "a oração litúrgica deve adaptar-se à compreensão do povo, para ser plenamente vivida, com um estilo expressivo, fiel aos textos originários, mas capaz de comunicar o anúncio de salvação em qualquer contexto linguístico e cultural". Para tornar a colaboração entre a Sé Apostólica e as Conferências Episcopais mais fáceis e mais frutuosas neste serviço para os fiéis, o Papa Francisco criou a Comissão dos Bispos e Fundadores, fazendo a alteração de acordo com o que consta na Constituição Sacrosanctum Concilium, na Carta Apostólica Sacram Liturgiam, todos sobre o tema de traduções dos textos bíblicos e litúrgicos.


Na divulgação do Motu Proprio, o Sumo Pontífice autorizou a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos a modificarem suas próprias regras de acordo com a nova disciplina do Código de Direito Canônico e ajudar as Conferências Episcopais a realizar sua tarefa e trabalhar para promover, cada vez mais, a vida litúrgica da Igreja. Comumente, o Papa Francisco pede a oração dos fiéis ao fim de suas palavras. Atentos a isso, oremos para que a nova diretriz da norma da Igreja leve os textos sagrados ao povo de Deus com maior clareza, para que a Palavra encontre todos os corações.

REFERÊNCIAS

CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO. Promulgado por João Paulo II, Papa. Conferência Episcopal Portuguesa. 4. ed. Editorial Apostolado da Oração – BRAGA, 2007.

PAPA FRANCISCO. Carta Apostólica em forma de motu próprio "Magnum Principium". Roma 3. set. 2017.

27 de setembro de 2017

Eficácia do Método de Ovulação Billings

Por falta de conhecimento, muitos acreditam que o Método de Ovulação Billings é ineficaz

Estou aqui de volta para falar um pouco mais sobre o Método de Ovulação Billings. Desta vez, pediram que eu falasse sobre sua eficácia.


Foto: SIphotography by Getty Images

Permiti-me pensar na palavra eficácia e no que ela significa. Algo eficaz nos remete àquilo que promete ou que se espera que cause o resultado inicialmente pretendido. Nesses quase 20 anos como conhecedora do Método de Ovulação Billings, ouvindo as pessoas que me procuram para um atendimento, a pergunta que faço, já na entrevista inicial, é essa: "Qual é a sua motivação para aprender e utilizar o Método de Ovulação Billings, ou seja, quais são as suas pretensões, o que você espera?

Como protocolo de atendimento, essas motivações são divididas da seguinte forma

CF (Conhecimento da Fertilidade), ou seja, adolescentes e jovens que decidem reconhecer e ler os sinais do seu corpo para conhecer a sua fertilidade;

EG (Espaçar a Gravidez), ou seja, casais que, por motivos pessoais, no momento, querem espaçar os nascimentos e, geralmente, estão em algumas dessas situações: amamentando, querem interromper o uso do anticoncepcional ou ainda as que estão se aproximando da menopausa;

PG (engravidar), ou seja, casais que buscam, a partir do reconhecimento de sua fertilidade, obter uma gravidez.

Em todos os casos, o uso do Método ajuda essas pessoas ainda a monitorarem sua saúde reprodutiva. Realizamos, no Centro de Formação Famílias Novas, especializado no ensino do Método de Ovulação Billings, um relatório anual dos atendimentos realizados.


Eficácia do Método

Além da minha experiência pessoal e profissional, em que constato a eficácia do Método, segundo a Organização Mundial da Saúde, ele apresenta 98% de eficácia na maioria dos casos.

Comumente, escuta-se que o Método é ineficaz, mas isso se deve à falta de conhecimento sobre ele. Poucos profissionais de saúde possuem conhecimento profundo, apreciação e compreensão, e, geralmente, não prescrevem para seus pacientes.

Um dos motivos é que, nas Escolas de Enfermagem ou Medicina, a informação é escassa ou nula. No entanto, a natureza holística informativa e integrativa do Método de Ovulação Billings se ajusta bem à prática profissional da enfermagem e da medicina.

A maioria dos usuários estão altamente satisfeitos com o uso, sendo as razões principais de satisfação comuns o autoconhecimento, o não uso de medicamentos, a naturalidade e a efetividade.

O Método de Ovulação Billings cumpre aquilo que se espera dele

O Método de Ovulação Billings se baseia no reconhecimento da fertilidade mediante a percepção da sensação de umidade ou secura vulvar.

Pode ser utilizado em caso de ciclos regulares e irregulares. Requer do casal um período de aprendizagem com instrutores capacitados.

O autorreconhecimento da fertilidade e da infertilidade possibilita à mulher conhecer seus próprios padrões, sendo capaz de detectar uma gama de desordens ginecológicas.

Concluo dizendo aquilo que comprometeria a eficácia do Método de Ovulação Billings: a primeira coisa é a ausência do registro diário no gráfico; costumo dizer que quem não faz o gráfico a cada ciclo não pode se denominar usuária do Método de Ovulação Billings.

A segunda é a ausência de um instrutor qualificado para o acompanhamento, pois o Método NÃO é o da tabelinha, mas o que acompanha o Continuum Ovárico de cada mulher, e cada ciclo conta uma história diferente.

25 de setembro de 2017

O que fazer quando os filhos começam a sair de casa?

Os filhos crescem, fazem suas escolhas e começam a sair de casa

As mães, que tanto reclamam da correria com fraldas, mamadeiras, brinquedos e noites sem dormir por causa de doenças, criam, dentro de si, um desejo de que os filhos cresçam, para que possam ter tempo para si.


Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Quando crescem, as preocupações aumentam

Eles crescem e crescem rápido! Vem, então, a adolescência, e os pais se deparam com os problemas de escola, amigos e festas. Logo, descobrem que, quanto mais os filhos crescem, mais as preocupações aumentam. Vem o sentimento de impotência diante dos conflitos de um mundo que ensina tantas coisas aos filhos, mas que muito pouco tem a ver com os valores familiares.

Com os filhos adultos, as preocupações passam a ser com a escolha da profissão, das festas, bebidas, formaturas e casamentos. Os sentimentos dos pais para com os filhos vão muito além do cansaço, vivem também muitos momentos de alegria. Chega o dia, porém, em que os filhos crescem, fazem as suas escolhas e começam a sair de casa. É um momento importante e, às vezes, crucial na vida familiar. Pode ser uma mudança positiva, desde que considerada como uma oportunidade para dedicar mais tempo ao cônjuge, cuidar de si e da relação.


Difícil e doloroso

Dependendo, no entanto, de como é sentida a saída dos filhos, este momento pode, realmente, tornar-se difícil e doloroso, principalmente se o casal descobrir que construiu toda uma relação em função da vida deles. Nesse caso, a saída destes para construir a própria família ou por outras razões, deixa um grande vazio, e os pais se deparam com uma imensa solidão.

É um momento de reflexão, e não vale olhar no retrovisor do passado e pensar no "se tivesse", pois pensar que poderia ter agido diferente não vai mudar a situação; sentir-se culpada, porque não estudou ou não trabalhou, não vai ajudar em nada. É momento de olhar para o futuro e decidir o que fazer, o que não fez até hoje e recriar-se.
Como toda mudança, as pessoas são afetadas de forma diferente, dependendo das expectativas, dos projetos e do modo de ver essa transformação na vida delas. O ideal é aproveitar para redescobrir seu relacionamento conjugal e social. É hora de melhorar a qualidade de vida.

Realização dos novos projetos

Independente de ser fácil ou difícil, é necessário que os pais continuem a sua vida e, dentro do possível, realizem novos projetos. Lembrem que os filhos não abandonaram os pais, apenas estão seguindo o curso da vida. Isso vai ajudá-los a iniciar essa nova etapa de vida profissional, matrimonial ou missionária longe deles, de forma independente.
A distância se torna menor à medida que os filhos sentem vontade de estar com os pais não mais pela sobrevivência, mas pela alegria de estarem juntos. De modo geral, querem estar perto de pessoas felizes e realizadas.


Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais.

Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.


Fonte: https://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/o-que-fazer-quando-os-filhos-comecam-a-sair-de-casa/