19 de abril de 2017

Como posso fazer para tirar força de minha fraqueza

Na onde posso encontrar  e tirar força para vencer minhas fraquezas

"Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte." (2 Cor 12,10).Esse versículo parece uma grande contradição paulina.

Como posso tirar força de minha fraqueza? Como posso diante de minha impotência ser potente? Isso só é possível dentro da perspectiva de alguém que se reconhece necessitado de Deus. Alguém que, como Paulo, sabe que sem a ação do Espírito Santo não se pode fazer nada.

Como posso fazer para tirar força de minha fraqueza-Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Quem era Paulo de Tarso?

Paulo era um cara muito estudado, de inteligência ímpar. Mas sabia que sua humanidade possuía fraquezas. E como lidava com isso?Somente submetendo tudo a Deus.

Fraco não é aquele que possui fraquezas, mas sim, aquele que se rende a elas.  Tocar em minhas fraquezas, em meu vazio, é perceber que quando não tenho mais nada posso contar com o Tudo de Deus.

Somos humanos, somos gente. Sentimos dor, sentimos sede, nos sentimos impotentes. Até Jesus em Sua humanidade também sentiu dor. E Ele não teve medo de apresentar as fraquezas d'Ele aos amigos e a Deus. No Getsêmani foi isso que nos foi apresentado de forma clara.

Uma história para ilustrar

Lembro aqui uma história antiga:

Um garoto de dez anos de idade decidiu praticar judô, apesar de ter perdido o braço em um terrível acidente de carro. O menino ia muito bem. Mas sem entender o porquê, após três meses de treinamento, o mestre havia lhe ensinado somente um movimento. O garoto então disse a ele:

– Mestre, não devo aprender mais movimentos?
O mestre respondeu ao menino, calmamente e com convicção:
– Este é realmente o único movimento que você sabe, mas também é o único movimento que você precisará saber.


Meses mais tarde, o mestre inscreveu o menino em seu primeiro torneio. O menino ganhou facilmente seus primeiros dois combates e foi para a luta final do torneio. Seu oponente era bem maior, mais forte e mais experiente. O garoto usando os ensinamentos do mestre entrou para a luta e, quando teve oportunidade, usou seu movimento para prender o adversário. Foi assim que o garoto ganhou a luta e o torneio. Era campeão.

Mais tarde, em casa, o menino e o mestre reviram cada luta. Então, o menino criou coragem para perguntar o que estava realmente em sua mente:

– Mestre, como eu consegui ganhar o torneio somente com um movimento?
– Você ganhou por duas razões – respondeu o mestre. – Em primeiro lugar, você dominou um dos golpes mais difíceis do judô. E, em segundo lugar, a única defesa conhecida para esse movimento é o seu oponente agarrar seu braço esquerdo.

Conclusão

A maior fraqueza do menino tinha se transformado em sua maior força. Assim, também nós podemos usar nossa fraqueza para que ela se transforme em nossa força. Não podemos ter medo de deixar o Mestre Jesus trabalhar nossa fraqueza. Ele sabe lidar com nosso "húmus", com aquilo que aparentemente é nossa fraqueza e dela tirar a maior riqueza e fortaleza.

 

 

17 de abril de 2017

O silêncio é o porteiro da vida interior

O silêncio não é somente a ausência de barulho

Muito me incomoda, em nossos tempos modernos, o barulho generalizado, ou seja, a falta de silêncio interior e exterior para podermos rezar, tomar decisões, escutar Deus, escutar a si mesmo e os outros. Outro dia, fui ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida e li, numa das colunas internas do local, o apelo: "Silêncio é também oração!". Parece que, diante de tudo o que vivemos, é necessário falar o tempo todo. Pouco se faz silêncio, e um dos motivos, penso eu, é que, na verdade, nós temos medo do que vamos ouvir, por isso, o silêncio nos incomoda tanto. Também porque, nos tempos de hoje, não educamos as pessoas para ouvir, vivemos em meio a muita informação e pouca comunicação.

O silêncio é o porteiro da vida interiorFoto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Antes mesmo de entrar no tema da oração, nos exercícios espirituais de conversão, percebo o quão necessário é silenciar.

Se a oração é diálogo, é fundamental que ela seja intercalada por profundos momentos de silêncio. Esse tem a função de abrir espaço para a Palavra do Senhor, Sua direção e Suas moções, mas também abre espaço para que ouçamos nós mesmos e os irmãos.

É preciso escutar, calar e ouvir

É verdade que o silêncio é imprescindível para rezar, mas não só para isso. Para qualquer diálogo, é preciso escutar, calar e ouvir o outro. Nós aprendemos a falar, porque escutamos nossos pais e irmãos falando, e começamos a dizer as primeiras palavras. É necessário escutar bem para falar bem e na hora certa. É necessário ouvir para aprender; silenciar para ter coragem de reconhecer o homem interior. É uma viagem tão pequena, que é feita da mente ao coração, mas temos um medo muito grande de realizá-la, porque não sabemos o que vamos encontrar lá. Outras vezes, até sabemos, mas não temos coragem de nos recolher no coração e nos deparar com alguns monstros bem conhecidos.

Há alguns níveis de silêncio que fogem, muitas vezes, do padrão, pois não é somente ausência de barulho.

É verdade que o primeiro nível do silêncio é o exterior, que pode incomodar muito e interferir em nossa vida e em nossa saúde. "Sem recolhimento não há profundidade"; vivemos na superficialidade, fazendo muito barulho para não escutar os gritos do nosso interior. O barulho das grandes cidades, hoje, é um problema até de saúde pública. Vemos muitas famílias procurando residências afastadas dos grandes centros, em sítios e cidades menores. Há necessidade de sossego para descansar o corpo e a alma.

O que é o silêncio interior?

O silêncio interior é, antes de tudo, o mais necessário e imprescindível para o ser humano, para o seu equilíbrio, para discernir e tomar decisões, para ouvir a sua consciência. Mesmo porque, haverá momentos em que, em meio a muitas pessoas conversando, trabalhando ou até se divertindo, isso não vai nos incomodar pelo nível do barulho feito pelo silêncio interior existente em nosso interior.  Por isso, a ausência de barulho interior, a agitação, o nervosismo e a distração são essenciais para a vida de todo ser humano.

Esse estado de espírito se desenvolve em nós quando temos paz.

Essa paz não é somente ausência de guerra, de confusão e brigas, mas provém de um caminho de maturidade e equilíbrio, que vamos fazendo em nossa vida, de escolhas, de pessoas que caminham conosco, pois o grupo ao qual nos associamos pode nos tirar ou nos dar a paz. E isso influência diretamente no nosso interior, no silêncio ou no barulho e confusão que transmitimos.  Daí nós nos tornamos promotores da paz ou da confusão, do silêncio ou do barulho.

"Shalom" é o nome da paz do Ressuscitado, uma paz completa que atinge o corpo e a alma de cada homem e mulher, que ultrapassa as condições externas e nasce de uma experiência interior, de uma coragem de encarar a vida e escutar as vozes de dentro e de fora. Jesus disse aos discípulos, com medo e escondidos no cenáculo, depois da experiência traumatizante da cruz: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração" (Cf. João 14, 27). Quando Deus visita o interior de nosso coração, nasce a paz, o silêncio e a coragem.

Paz interior

Silêncio não é somente uma questão de "psiu"! E como é chato ter a necessidade de fazer ou ver e ouvir alguém colocando o dedo indicador na boca e fazendo esse barulho [psiu], que mais irrita do que resolve. O que resolve, na verdade, é a paz, o "Shalom", que é a mãe do silêncio interior, que transborda para nossa vida exterior.

Desejo para você a paz, para que possa ter o silêncio e as condições de decidir e viver melhor a sua vida!

Se o silêncio é o porteiro da vida interior, façamos com coragem essa viagem preciosa da mente ao coração. Ao mundo desconhecido de nossa alma, de nossa consciência sem medo do que vamos encontrar: dos monstros e das situações do passado e do presente, sentimento de inferioridade e tantas outras coisas que guardamos dentro de nosso interior e que o barulho sufoca essas situações de se manifestar e ser resolvidas.

Sem recolhimento não há profundidade; sem silêncio não se ultrapassa a porta desse mundo interior, que está em nosso coração e precisa vir para fora. E você verá que o conhecendo, encontrará mais surpresas agradáveis.


Convido-o a rezar comigo a oração:

Virgem do Silêncio, tu que ouves nossas vozes, ainda que não falemos, pois compreende no movimento de nossas mãos a linguagem de nossos corações. Não te pedimos, Senhora, que nos dê a voz e o ouvido para nossos corpos, mas sim que nos conceda entender a Palavra do teu Filho e o discernimento dos espíritos e das situações. Chegar a Ele com amor para salvação de nossas almas.

Queremos amar nosso silêncio para evitar a calúnia, o ódio e o pecado, as decisões sem pensar, e calando dar testemunho de nossa fé.

Queremos oferecer-te o silêncio no qual vivemos, para que todos te chamemos de Mãe e sejamos verdadeiros irmãos, sem ódios nem rancores, como filhos teus. Pedimos que traduza nosso arrependimento, nossas palavras quando não conseguimos expressar, diante do teu Filho, na hora das decisões, das escolhas e na hora de nossa morte, para que na outra vida, possamos ouvir e falar cantando tua louvação por toda a eternidade. Amém.

"Sua mãe guardava todas estas coisas no coração" (Lucas 2,51).

Minha bênção fraterna,


    Padre Luizinho

Padre Luizinho, natural de Feira de Santana (BA), é sacerdote na Comunidade Canção Nova. Ordenado em 22 de dezembro de 2000, cujo lema sacerdotal é "Tudo posso naquele que me dá força". Twitter: http://@peluizinho


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/o-silencio-e-o-porteiro-da-vida-interior/

14 de abril de 2017

Sinais que os filhos manifestam de que há algo errado

Precisamos amar os filhos só 100%, o excesso de amor faz tão mal quanto a falta dele

Há filhos que são tão amados, que de príncipes viram os reis da família, definindo tudo: passeios, viagens, cardápio, canal da tv… Crianças assim, perdem a empatia, capacidade de sentir o que o outro sente, capacidade de perceber as necessidades do outro, as carências. Não sabem perder nos jogos, ditam as regras nas brincadeiras, e na medida em que crescem são rejeitadas pelos colegas. Na carreira terão dificuldade de seguir ordens. Tornam-se egoístas, não sabem ser gentis, não sabem mais amar ao próximo.

Se formos para o outro oposto, ou seja, crianças sem direito de escolha, com pais muito autoritários que repreendem duramente quando os filhos erram, tornam-se submissas demais.

Sinais-que-os-filhos-manifestam-de-que-há-algo-errado-Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

O perigo do filho "bonzinho"

Podem parecer filhos "bonzinhos", mas no fundo são fracos. Não sabem se defender das situações adversas com os colegas, fecham-se, engolem os sentimentos, preferem ficar isolados nos jogos individuais. Ouço mães dizendo: "Meu filho não dá trabalho nenhum, fica o dia inteiro no quarto!". Como consequência disso, quando crescem, vão permanecer fechados em si mesmos, com medo de dar passos na vida, com medo de errar. Pensam que precisam ser perfeitas para serem amadas. Como só conseguem "vencer" no mundo virtual dos jogos, podem se tornar dependentes deles. Ou ainda se rebelarão na adolescência, querendo viver a liberdade que acaba se tornando libertinagem.

Crianças muito racionais, que se dedicam só aos estudos ("nerd" ou "cdf"), podem estar escondendo dificuldades nos relacionamentos interpessoais. Elas se desenvolvem cognitivamente, tiram notas boas, no entanto são absolutamente analfabetas no desenvolvimento das emoções.

Essas crianças, geralmente vêm de famílias onde o trabalho e a carreira são os fatores mais importantes. Os pais esquecem de ensinar sobre a vida.

Ensinar sobre a vida

Neste caso, precisamos ajudá-las a desenvolver outras áreas do cérebro. Música e teatro ajudam no desenvolvimento da criatividade, sensibilidade, intuição e nos relacionamentos. Precisamos ajudá-las a sentir. Por exemplo, posso passear com eles em um parque, pedir para fecharem os olhos, sentir os aromas da natureza, o vento, os pés no chão, os sons da vida. Posso ensiná-las a prestarem atenção aos detalhes da vida: ver o amor entre as pessoas, a troca de carinho, o olhar de quem sofre.

Para ensinar sobre a vida, é preciso tempo. Questiono a frase: "O que importa não é o tempo, mas a qualidade do tempo", penso que esta frase é para tentar diminuir a culpa dos pais. As perguntas de nossos filhos, sobre o sentido da vida, o amor, a morte… surgem em momentos inesperados do dia. E espero que quem esteja ao lado para dar as respostas sejam os pais.


Sinal vermelho

Crianças tristes, ou agressivas, sinal vermelho. A tristeza e a agressividade em crianças pode significar depressão. Esses sintomas podem ser originários de traumas agudos, como abuso sexual, abuso verbal, abuso físico. Não só traumas agudos fazem as crianças sofrerem! Os problemas conjugais, traição, frieza, desamor entre o casal, geram dores profundas, levando inclusive crianças a adoecerem fisicamente e, no extremo, desejarem morrer. Em meu livro "Cura dos Sentimentos em Mim e no Mundo"(da Editora Paulinas), isto é explicado em detalhes.

Como saber se está tudo bem com meu filho

Criança é alegre, criança sorri, tem brilho no olhar. Perdoa, logo esquece. Tem empatia desde muito pequena, e chora ao ver outra criança chorando. Crianças são inteligentes, questionam, perguntam. Caem, choram, mas se levantam. Crianças confiam, creem mesmo sem ver. São intuitivas, capazes de sentir o que acontece na família, nascem sábias. Crianças não têm medo de viver, de abraçar, de beijar, de amar. Enfim, crianças são espirituais.

Adriana Potexki
Psicóloga, terapeuta certificada pelo EMDR Institute


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/sinais-que-os-filhos-manifestam-de-que-ha-algo-errado/

12 de abril de 2017

Baleia Azul: o jogo que tem levado adolescentes ao suicídio

O perigoso jogo chamado Baleia Azul

O jogo "Blue Whale", muito conhecido como o jogo suicida, tem causado polêmica nos últimos dias. Tudo se deu depois que a Polícia da Europa descobriu ligações entre os casos de suicídio de adolescentes e o tal jogo. O Blue Whale, que traduzido significa Baleia Azul é um termo tão inocente mas de consequências trágicas; um jogo viral que tem por detrás um mentor que manipula e dá ordens a serem cumpridas pelos jogadores. Só é possível jogar se receber convite.

Sem entrar nos por menores porque aqui não é o objetivo, quero mais uma vez alertar para o problema que está por detrás do jogo: a vulnerabilidade do mundo adolescente.

Baleia-Azul-entenda-os-perigos-desse-jogo-mortal-

Se olharmos os perfis de quem entra neste caminho encontraremos pessoas humanas desejosas de serem olhadas, ouvidas e percebidas. O simples fato de receber um convite para entrar no "tão seletivo" jogo sacia de forma ou outra este vazio.

O público mais vulnerável é o adolescente, aquele mesmo que há alguns meses praticava o Jogo do desmaio. Vulnerabilidade latente nesta fase e que pode ser percebida na limitação do sono, busca por aventuras (algumas de risco), tédio (característico de uma mudança no sistema de recompensa), necessidade de firmar a identidade, etc.

A limitação e a má qualidade do sono podem ser percebidas nas poucas horas dormidas. Horas a fio em jogos online, ou filmes podem gerar um desgaste emocional e até mesmo um processo psicótico (fuga da realidade) e despersonalização. Nesta hora a fragilidade psíquica instaurada pode ser oportuna para entrar neste perigoso e trágico caminho como o jogo da Baleia Azul.

A busca por aventuras é marca na vida dos adolescentes, é sinal de uma ruptura com o mundo infantil e tentativa de se colocarem no mundo adulto. Infelizmente muitos vivem tal marca de maneira desorientada e até mesmo de risco. Receber um convite personalizado para cumprir várias metas é tocar em cheio na busca por aventura, sem capacidade reflexiva para perceber os riscos em que se encontram, podendo trilhar um caminho sem volta.


No início da adolescência, o sistema de recompensa (área do cérebro responsável pela sensação de prazer) perde mais de um terço da sua capacidade de ativação, como consequência temos o tédio. Apesar de ser ruim a curto prazo, o tédio tem um papel importantíssimo: ele nos faz abandonar os brinquedos da infância e começar a procurar novas atividades. Infelizmente, nesta busca podemos tropeçar e cair num buraco sem fim.

E por último, a necessidade de firmar identidade que existe em qualquer adolescente, encontra na combinação "mestre" x "discípulo" um jeito de se concretizar. Podemos pensar o que leva uma pessoa (adolescente/discípulo) a seguir ordens de alguém (mentor/mestre) que ela não conhece mas que ali funciona como um "desafiador" que precisa ser confrontado e assim a identidade será "firmada", mesmo que deixe de existir, tendo o suicídio como resolução final.

E ai você me pergunta: o que estes jogos têm de novidade? Talvez na essência, nada. Mas em sua construção utiliza o de sempre: a vulnerabilidade de nossos tempos, porém com novas roupagens.

Pais, estejam atentos aos seus filhos! Por mais que eles se achem maduros e crescidos, não entendem que boas (tanto na qualidade, quanto na quantidade) horas de sono são necessárias para o desenvolvimento saudável de sua personalidade, nem mesmo que as aventuras da vida tem consequências e algumas delas são irremediáveis. Que o tédio se supera com tolerância à frustração e que a identidade se firma com boas escolhas. Talvez aqui mais que um mentor detrás da tela que dá ordens a serem cumpridas, necessite de uma orientação para integrar tão paradoxais sentimentos adolescentes.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/baleia-azul-o-jogo-que-tem-levado-adolescentes-ao-suicidio/

10 de abril de 2017

Ser feliz: mais do que um direito, uma vocação

A felicidade, por tantos almejada, não se encontra no instante da realização, mas no processo da busca

A natureza da ação humana desde sempre – e mais intensamente agora – é norteada por um objetivo em comum: a busca da felicidade. Em todas as empreitadas que se propõem, os homens têm como "pano de fundo" a premissa do direito intrínseco e inalienável de serem felizes. E no afã de tal objetivo, lançam mão de todos os recursos, expedientes e vias que julgarem necessárias, pois, como afirmou Nicolau Maquiavel, "os fins justificam os meios". No entanto, até que ponto a busca pela felicidade é parâmetro inconteste para a ação humana? Qual a felicidade que o homem moderno está buscando? Ao lançar-se em busca de ser feliz a todo e qualquer custo, não estaria ele, na verdade, trilhando o caminho inexorável da infelicidade?

A ilusão da felicidade gratuita, descompromissada e perene, tem seduzido a muitos como o canto das sereias na mitologia grega. E tal como no mito, jogando o barco das vidas dos seduzidos nas rochas das frustrações, decepções e tristezas. No âmbito filosófico, a felicidade pode ser descrita como "estado de satisfação devido à situação no mundo", e como tal, é um conceito humano e mundano.

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

A felicidade, dentro desse parâmetro, está alicerçada naquilo que o mundo, dentro de sua materialidade, pode oferecer. As experiências sensoriais são descritas como o ápice da sensação de felicidade. As coisas, o lugar e o alimento constituem-se como as grandes vias de alcance da meta universal que é ser feliz. Não esquecendo que tudo isso deve ser alcançado com o gasto mínimo de energia, dentro da lei do menor esforço.

"O que é bom não pode ser fácil, e o que é fácil não pode ser bom."

A felicidade por tantos almejada não se encontra no instante da realização, mas no processo da busca. Exatamente por isso, mais importante que enrijecer os olhos na meta, é fundamental contemplar o cenário, olhar em volta e apreciar a paisagem, notar as pessoas que dividem conosco a jornada. Tudo isso possibilita a aquisição do cerne, da essência da felicidade: o sentido.


"Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração" (Mt 6,21).

O que tem feito você levantar, a cada dia, e seguir em frente? O que o impulsiona a enfrentar os desafios de cada dia, as dificuldades multiformes do deslocamento, do trabalho, saúde e finanças? O que o faz voltar a acreditar e dizer para si mesmo "não vou desistir" quando os que estão ao seu redor começam a entregar os pontos? O que para você continua fundamental, essencial, basilar, ainda que as pessoas, o mundo, não o percebam assim? Aí está o sentido para você.

Onde depositamos o sentido de nossa vida?

A percepção do sentido é epifânica, reveladora, pois favorece um profundo desnudar de si para si e possibilita contemplar a natureza do próprio sentido assumido. Ou seja, aquilo que nos é mais caro, é onde depositaremos nosso coração, e também o sentido de nossa vida, que é breve e extraordinária. Trágico é equivocar-se nessa ação e eleger como central o que é periférico, como eterno o que é efêmero, como essencial o que é dispensável.

Jesus nunca se impôs, por meio de sua condição divina, a nenhum homem, enquanto aqui esteve em seu apostolado, para que alguém o seguisse. Em sua pedagogia, sempre primou por nossa liberdade, por compreender que apenas nela é possível surgir o verdadeiro amor, capaz de gerar o seguimento, por meio do encontro do sentido, do bem maior, do tesouro.

Santidade, única via para a real felicidade

O encontro com Jesus é capaz de gerar no homem o despertar de sua vocação primeira e original: a santidade. A partir desse encontro de amor, tudo que é vivenciado ganha novas cores, nova conotação. Surge no interior de quem adere a esse caminho uma felicidade que não está no ponto futuro, mas nas opções que faço no hoje. Não se encontra no que ainda verei, mas é assegurada pela convicção ímpar que brota da fé. Para além das transitoriedades do mundo material, onde a felicidade é circunstancial e reativa ao meio e ao tempo, com Jesus ela é perene e contínua, pois é originada no Eterno.

Ser santo é obra de uma vida.

A busca pela santidade é a via única para a real felicidade, que em centelha aqui experimentamos. A certeza de que nos caminhos do Senhor seremos tudo aquilo que podemos e devemos ser. Para além das ilusões, das imperfeições, dos limites, o eterno que está em nós busca o Eterno que é Deus. Nele somos e seremos felizes em plenitude. Para tal basta apenas que renovemos diariamente o nosso sim, a nossa adesão livre e amorosa ao seu convite. Você já deu o seu 'sim' de hoje à felicidade?

"Fé é assim: primeiro você coloca o pé, depois Deus coloca o chão."

7 de abril de 2017

O segredo de Maria nos aprofunda no amor de Deus

O segredo de Maria de nada nos serviria se não o conseguíssemos transpor para nossa vida

Para que uma pessoa exponha seus segredos, é necessário haver certo grau de intimidade com outra. Mesmo que haja laços de parentesco entre elas, é necessário haver intimidade. Assim também acontece entre mãe e filho. Ao pedirmos que Nossa Senhora nos revele, exponha os seus segredos, faz-se necessário que nos coloquemos de pés descalços ou, porque não, de joelhos, como quem pede: "Revela-nos, mostra-nos teu coração!" Só assim estaremos aptos a receber, ou melhor, compartilhar do seu segredo.


Foto: Arquivo/cancaonova.com

Segredo de Maria

Esvaziemo-nos. Façamos silêncio. Aquele silêncio que pairava no mundo em suas origens e que pairou no ventre de Maria. Façamos silêncio. Falemos com nossa alma: Silencia alma minha! Cala ruído de minhas vontades! Silêncio, mundo que me atrai! Alguém que amo vai me contar um precioso segredo. Este, se não mudar o mundo, com certeza mudará o meu mundo, se eu permitir. Mãe, conta-me teu segredo.

É no abismo do bem querer de Deus que começa o segredo de Maria. O que isso significa? Nosso ponto de partida encontra-se no relato do anúncio do Anjo Gabriel (Lc 1,26-38). Nessa passagem, percebemos que a iniciativa da oração sempre parte de Deus. Ele é, de certo modo, o mendigo de Amor, pois se encontra a bater à porta de nosso coração. Em uma constante atitude de espera, de súplica, está sempre pronto a ir ao nosso encontro e convidar-nos para o banquete. Não importa o estado em que nossa alma se encontra nem por quais caminhos tortuosos tenhamos andado. Ele está sempre a nos esperar, disposto a nos enlaçar em seu abraço de Pai.


Ternura do amor de Deus

O segredo de Maria consiste em deixar-se constantemente abraçar e em ser alcançada por esse amor. Consiste, ainda, em permitir que as torrentes da infinita ternura de Deus a surpreenda, como em inúmeras vezes na sua história. Por isso, as gerações a conhecem como a Bem-amada, Bem-aventurada, a Imaculada Maria.

Precisamos redescobrir em nós, em nossa vida, que somos bem amados. A verdadeira oração consiste em, antes mesmo de amar, sentirmo-nos amados. Mais que sentir, sabermos-nos amados, reconhecermo-nos amados. Na Primeira Carta de São João (I Jo 4, 10) está escrito: "Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele quem nos amou e enviou-nos o seu Filho". A experiência inicial e incondicional para qualquer chamado autêntico e essencial é a de ser amado. Sou amado e por isso respondo com amor.

Ao mergulharmos ainda mais no segredo de Maria, a profundidade a que chegaremos somente o Espírito Santo poderá medir. Pensemos que outra característica da iniciativa divina é a liberdade. Deus escolhe quem quer. Ele é livre, ama sendo livre e liberta, porque ama. Nesse âmbito, olhemos para a Imaculada Conceição.

Deus quis fazer Maria sem mancha de pecado, porque Ele é livre. Esse amor a libertou uma vez e para sempre, tornou-a sem mancha, purificou-a e a fez participante por primeiro dos méritos de Seu Filho. Eis que Seu amor profundo cria a Arca da Nova Aliança. Quis deixar-nos marcados não mais pela lembrança daquela humanidade que desejou ser como Deus, e sim, pela mulher que soube encantá-Lo ao se fazer escrava para fazer a vontade do Pai e se tornar a mãe de Salvador. Esse mesmo Deus, em sua liberdade, escolheu você para ser filho de Maria, para ser seu bem amado!

Transpor as dificuldades

O segredo de Maria de nada nos serviria se não o conseguíssemos transpor para nossa vida. Podemos encontrar a presença do amor de Deus nos acontecimentos simples do dia a dia, seja ao receber uma palavra de conforto de um irmão ou a sua oração por nós. São pequenos mimos de um Deus que ama. Muitas vezes, isso acontece não só naquilo que nós desejamos, mas em coisas que nós nem sabíamos que precisávamos. Acontece em dificuldades por vezes nem conhecidas ou em realidades que já conhecemos, mas diante das quais não teríamos coragem de seguir em frente devido às renúncias que nos seriam exigidas. É preciso amar muito para renunciar, para aceitar a correção e para ter a coragem de corrigir, de educar a alma. Deus nos envia provações, porque nos ama.

Às vezes, estamos esperando espetáculos do Senhor. Maria sabia o segredo: Deus é maravilhoso, não mágico. É poderoso, não é fantasia. Ele se revela em gestos constantes de amor, presentes e inesperados. A vontade de recomeçar que temos é Deus amando! É como o amanhecer que renasce todos os dias! Não importa o tamanho da dificuldade que temos em rezar, Deus está nos amando de novo. Eu sou seu bem-amado, sua bem-amada. Ele está tomando a iniciativa. É o silencio da luz que ressurge rompendo as trevas, não importando o quanto dure a noite.


Érika Vilela

Mineira de Montes Claros (MG), Érika Vilela é fundadora e moderadora geral da comunidade 'Filhos de Maria'. Cursou Medicina pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas e, atualmente, faz especialização em Psiquiatria pelo Centro Brasileiro de Pós-graduações.

Érika atua como pregadora, articulista, missionária pela Casa Mãe de Misericórdia e médica na Estratégia Saúde da Família e na Clínica Home-Med. Evangelizadora com fé e ciência, duas asas que nos elevam para o céu, ela tem a bela missão de encontrar, na união mística com a dor salvífica de Cristo, a força para seguir em frente, sabendo que Deus opera sempre as Suas maravilhas!


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/o-segredo-de-maria-nos-aprofunda-no-amor-de-deus/

5 de abril de 2017

Conheça Jeanne, uma mulher que enfrenta o câncer de mama

"Não é um tratamento fácil nem rápido, mas é possível e cheio de momentos de vitórias em Deus", disse Jeanne

O canal de formação traz o testemunho de Jeanne Gomes Pereira, de 42 anos, professora da cidade de Brasília (DF), que foi diagnosticada com câncer de mama, em 2015, mas que buscou forças na oração e na sua família para vencer cada fase do tratamento.

Conheça, Jeanne, uma mulher que enfrenta o cancer de mamaFoto: Arquivo pessoal/cancaonova.com

O diagnóstico em mãos e a força para lutar contra o câncer de mama

Sempre fiz exames de rotina e, por causa do trabalho, estava uns meses em atraso. A primeira coisa que preciso falar é que meu coração (Espírito Santo) me avisou que algo não estava certo.

O médico já ia me liberar para o retorno dos próximos seis meses, dizendo que meus nódulos eram benignos, como os que já acompanho há mais de 20 anos. Eu, no entanto, insisti no incômodo recorrente na minha axila. Então, ele decidiu pedir mais um exame, coletou um material no consultório e enviou para biópsia para desencargo de consciência. No dia da consulta, peguei o resultado, sentei na sala de espera e suportei o máximo que minha ansiedade permitiu para não abrir o exame antes de entrar no consultório médico, o que não foi possível, claro. Li: "carcinoma ductal infiltrante com comprometimento axilar".

Minha mente, e acho que todos os meus sentidos e tudo ao meu redor, silenciou. O médico me chamou, sentei à sua frente, entreguei o exame, ele leu, olhou para mim e perguntou se eu havia lido. Diante da minha afirmativa, perguntou se eu havia entendido, e eu disse que sim também. Ele me perguntou se eu estava só e falei que estava, mas que meu marido trabalhava perto e eu poderia chamá-lo; e assim fiz. Em alguns minutos, Anderson estava lá. Eu já estava trêmula e pensei na primeira coisa difícil: contar para minha mãe – ela não merecia essa dor. Pensei nos meus filhos, no meu trabalho, nos primeiros cinco quilômetros que eu havia corrido (devagar) há uma semana. Quando meu marido sentou, segurou forte minha mão e me deu forças para irmos direto ao que interessava.

Queríamos saber qual era o tratamento, quando começava, qual era o prognóstico de cura. Pego de surpresa pelo resultado, até o médico, começou a nos falar que precisava de exames complementares, mas as chances eram boas e que o caso era cirúrgico, envolveria quimioterapia e radioterapia.

Pegamos os pedidos de exames e saímos meio desnorteados. Já era começo da noite e, neste momento, eu já não controlava mais o choro, por mais que o Anderson tentasse me acalmar e dizer que o tratamento daria certo. Estávamos no meio da rua, e eu liguei para uma amiga, que havia passado por um caso recente de câncer na família. E aí veio a mão de Deus, pela segunda vez, sobre mim. Há muitos anos, eu escutei a seguinte frase: "Tudo acontece igual para os que creem em Deus, as respostas é que são diferentes". Vendo meu desespero, ela pediu que eu aguardasse onde estava. Em alguns minutos, retornou a ligação e me disse que o oncologista que ela conhecia estava me esperando imediatamente no consultório dele. Fomos, eu chorando, Anderson tentando me acalmar. Quando entramos na sala daquele homem, ele sorriu e me abraçou. Era o abraço que eu precisava naquela hora. Como se me conhecesse há anos, ele disse: "Minha querida, você está curada. Eu, você, seu marido e Deus estamos nesta guerra para vencer". E assim, em abril de 2015, começou a nossa batalha.

Desafios psicológicos e físicos ao longo do tratamento

Receber o diagnóstico de um câncer é como sofrer um acidente: você está indo muito bem, trabalhando, cuidando dos seus filhos, na correria do dia a dia, mas, de repente, dá de cara com um "muro de concreto", que o para bruscamente. A primeira coisa que você pensa é que vai morrer; depois, entende que existe muita chance de cura, pela medicina e pela fé, a qual, num primeiro momento, nos falta sim. Eu, que amo meu trabalho – 24 anos como professora –, tive muita dificuldade de me afastar da escola. Mas como comecei o tratamento com quimioterapia, que é muito debilitante, não tinha condições de trabalhar. A imunidade fica baixa, o corpo dói, os cabelos caem, temos enjoos, fraqueza, até a visão fica prejudicada.

Foram seis meses de quimioterapia. Foram seis meses tentando manter a estabilidade emocional dos meus filhos e do meu esposo. Eu "passava mal" quando eles não estavam em casa, era quando eu fazia repouso. Quando chegavam da escola, na medida do possível, eu almoçava junto e ajudava com as tarefas; quando estava bem, levava para os esportes ou apenas ficava assistindo desenho ali do ladinho. Não é fácil ser uma mãe em um tratamento de câncer, administrando a chegada da adolescência de um filho, com todos os seus hormônios, angústias, descobertas, alegrias, tristezas e um caçula cheio de energia e peraltice. Estar debilitada em meio a deveres de casa, advertências, paixonites, pesquisas, futebol, desenhos, skates, bicicletas, lanches, basquete, decepções, alegrias, frustrações, video-games, aniversários, amiguinhos, primos, resfriados, machucados, cáries, furos de orelha, tênis, chuteiras e uniformes. Uma médica da perícia disse que, a partir do diagnóstico, meu mundo deveria ser cor-de-rosa, que eu não deveria me preocupar com mais nada, mas sinto muito, ele continuou azul com bolinhas brancas. E nós continuamos seguindo em frente.

No dia 17 de dezembro de 2015, submeti-me a uma mastectomia radical. Mais um passo para a cura do câncer. Depois da quimioterapia e do repouso para a recuperação e cicatrização, fiquei tentando me reencontrar dentro de um corpo redefinido por uma doença. Não sabia que ia doer tanto! Não consegui me reconhecer no espelho, mas, com a graça de Deus, encontrei-me no olhar das pessoas que me amam.

Apoio da família e dos amigos

Se existe um lado bom na doença, eu já descobri alguns. Eu nunca tive tempo livre para estar com meus filhos e acompanhar a vida escolar deles. Sempre cuidando dos filhos dos outros, sempre uma correria, um estresse. Agora, no entanto, tenho passado muito mais tempo com eles. Segundo: eu sabia que era amada, mas eu não imaginava o quanto!

Desde o momento que contamos para os nossos irmãos de Igreja, eles não rezaram por mim somente, eles me pegaram no colo. Como cantávamos nas Missas e participávamos, há muito tempo, da Renovação Carismática Católica (RCC), da Catequese e do Encontro de Casais com Cristo (ECC), pessoas que nem conheço diziam que rezavam por mim.

Um dia, cheguei para cantar no Encontro de Casais com Cristo e todas – TODAS – as mulheres estavam de lenço (nunca vou me esquecer desse gesto de amor!). Minha família é meu suporte. Meu esposo é quem me ajuda a não fraquejar. E minha mãe? Lembra que eu achava que ela não ia aguentar? Ela e meu pai tomaram para si a obrigação de me levar para a maioria das sessões de quimioterapia e radioterapia. Minha mãe cuidou do meu pós-operatório, dando-me banho e comida. Ficou forte ao meu lado. Minha sogra, meus irmãos, cunhados e amigos se revezaram no cuidado com as crianças, nas atividades que eles precisavam ir, nas minhas rotinas médicas, na minha cozinha. Foi um exercício de amor, humildade e compaixão, que nunca imaginei viver.

A presença de Deus

Não deixei de cantar nas Missas; só faltei quando fiz a cirurgia. Creio na força dos sacramentos: Eucaristia, confissão, unção dos enfermos. Confio muito no poder da oração: na minha e na de todos que estão rezando por mim. Acompanho o 'Sorrindo pra Vida' todas as manhãs, pela TV Canção Nova, e sinto a presença de Maria sempre ao meu lado. Cresci numa comunidade Mariana. Muitas vezes, quando rezam por mim, confirmam a presença dela. Sei que ela intercede pela minha cura e sei que ela me ajuda no dia a dia, nas minhas tarefas, nas minhas dores. Rezo o terço e o ofício. Eu amo Nossa Senhora demais!

Fazer ou não tratamento psicológico?

Faço acompanhamento psicológico, pois, depois de alguma resistência, meu oncologista me convenceu. Estava com dificuldades para dormir e muito fragilizada com todo o tratamento, as mudanças do corpo. Ela me explicou que vivo um pós-trauma, e que é normal precisar de ajuda. Eu acredito que é preciso ser humilde para aceitar que não damos conta só, e que toda ajuda é bem-vinda.

A autoestima da mulher diante do câncer de mama

Quando o cabelo começou a cair, pedi ao meu marido que passasse a máquina. A princípio, usei lenços ou toucas, mas estava muito calor e, muitas vezes, eu andava carequinha mesmo. Chamava a atenção das pessoas, mas eu me acostumei. Algumas pessoas olhavam com estranheza, mas muita gente olha como se dissesse: "Força!". Há dias em que visto um monte de roupas, choro, acho que tudo está feio e não quero sair; mas eu me permito um pouquinho de luto pelo cabelo e a mama. Mas amanhã eu reajo e me acho linda de cabelo curto!

Diante do câncer de mama, não desanime

Não somos apenas uma mama. Somos mulheres inteiras e vai continuar a ser, mesmo depois do câncer. Ele não tem o poder de diminuir nada que somos: mulher, mãe, filha, esposa, amiga e irmã. Não é um tratamento fácil nem rápido, mas é possível e cheio de momentos de vitórias em Deus. Fé, foco e força.



Formação Canção Nova


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/conheca-jeanne-uma-mulher-que-enfrenta-o-cancer-de-mama/