14 de abril de 2017

Sinais que os filhos manifestam de que há algo errado

Precisamos amar os filhos só 100%, o excesso de amor faz tão mal quanto a falta dele

Há filhos que são tão amados, que de príncipes viram os reis da família, definindo tudo: passeios, viagens, cardápio, canal da tv… Crianças assim, perdem a empatia, capacidade de sentir o que o outro sente, capacidade de perceber as necessidades do outro, as carências. Não sabem perder nos jogos, ditam as regras nas brincadeiras, e na medida em que crescem são rejeitadas pelos colegas. Na carreira terão dificuldade de seguir ordens. Tornam-se egoístas, não sabem ser gentis, não sabem mais amar ao próximo.

Se formos para o outro oposto, ou seja, crianças sem direito de escolha, com pais muito autoritários que repreendem duramente quando os filhos erram, tornam-se submissas demais.

Sinais-que-os-filhos-manifestam-de-que-há-algo-errado-Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

O perigo do filho "bonzinho"

Podem parecer filhos "bonzinhos", mas no fundo são fracos. Não sabem se defender das situações adversas com os colegas, fecham-se, engolem os sentimentos, preferem ficar isolados nos jogos individuais. Ouço mães dizendo: "Meu filho não dá trabalho nenhum, fica o dia inteiro no quarto!". Como consequência disso, quando crescem, vão permanecer fechados em si mesmos, com medo de dar passos na vida, com medo de errar. Pensam que precisam ser perfeitas para serem amadas. Como só conseguem "vencer" no mundo virtual dos jogos, podem se tornar dependentes deles. Ou ainda se rebelarão na adolescência, querendo viver a liberdade que acaba se tornando libertinagem.

Crianças muito racionais, que se dedicam só aos estudos ("nerd" ou "cdf"), podem estar escondendo dificuldades nos relacionamentos interpessoais. Elas se desenvolvem cognitivamente, tiram notas boas, no entanto são absolutamente analfabetas no desenvolvimento das emoções.

Essas crianças, geralmente vêm de famílias onde o trabalho e a carreira são os fatores mais importantes. Os pais esquecem de ensinar sobre a vida.

Ensinar sobre a vida

Neste caso, precisamos ajudá-las a desenvolver outras áreas do cérebro. Música e teatro ajudam no desenvolvimento da criatividade, sensibilidade, intuição e nos relacionamentos. Precisamos ajudá-las a sentir. Por exemplo, posso passear com eles em um parque, pedir para fecharem os olhos, sentir os aromas da natureza, o vento, os pés no chão, os sons da vida. Posso ensiná-las a prestarem atenção aos detalhes da vida: ver o amor entre as pessoas, a troca de carinho, o olhar de quem sofre.

Para ensinar sobre a vida, é preciso tempo. Questiono a frase: "O que importa não é o tempo, mas a qualidade do tempo", penso que esta frase é para tentar diminuir a culpa dos pais. As perguntas de nossos filhos, sobre o sentido da vida, o amor, a morte… surgem em momentos inesperados do dia. E espero que quem esteja ao lado para dar as respostas sejam os pais.


Sinal vermelho

Crianças tristes, ou agressivas, sinal vermelho. A tristeza e a agressividade em crianças pode significar depressão. Esses sintomas podem ser originários de traumas agudos, como abuso sexual, abuso verbal, abuso físico. Não só traumas agudos fazem as crianças sofrerem! Os problemas conjugais, traição, frieza, desamor entre o casal, geram dores profundas, levando inclusive crianças a adoecerem fisicamente e, no extremo, desejarem morrer. Em meu livro "Cura dos Sentimentos em Mim e no Mundo"(da Editora Paulinas), isto é explicado em detalhes.

Como saber se está tudo bem com meu filho

Criança é alegre, criança sorri, tem brilho no olhar. Perdoa, logo esquece. Tem empatia desde muito pequena, e chora ao ver outra criança chorando. Crianças são inteligentes, questionam, perguntam. Caem, choram, mas se levantam. Crianças confiam, creem mesmo sem ver. São intuitivas, capazes de sentir o que acontece na família, nascem sábias. Crianças não têm medo de viver, de abraçar, de beijar, de amar. Enfim, crianças são espirituais.

Adriana Potexki
Psicóloga, terapeuta certificada pelo EMDR Institute


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/educacao-de-filhos/sinais-que-os-filhos-manifestam-de-que-ha-algo-errado/

12 de abril de 2017

Baleia Azul: o jogo que tem levado adolescentes ao suicídio

O perigoso jogo chamado Baleia Azul

O jogo "Blue Whale", muito conhecido como o jogo suicida, tem causado polêmica nos últimos dias. Tudo se deu depois que a Polícia da Europa descobriu ligações entre os casos de suicídio de adolescentes e o tal jogo. O Blue Whale, que traduzido significa Baleia Azul é um termo tão inocente mas de consequências trágicas; um jogo viral que tem por detrás um mentor que manipula e dá ordens a serem cumpridas pelos jogadores. Só é possível jogar se receber convite.

Sem entrar nos por menores porque aqui não é o objetivo, quero mais uma vez alertar para o problema que está por detrás do jogo: a vulnerabilidade do mundo adolescente.

Baleia-Azul-entenda-os-perigos-desse-jogo-mortal-

Se olharmos os perfis de quem entra neste caminho encontraremos pessoas humanas desejosas de serem olhadas, ouvidas e percebidas. O simples fato de receber um convite para entrar no "tão seletivo" jogo sacia de forma ou outra este vazio.

O público mais vulnerável é o adolescente, aquele mesmo que há alguns meses praticava o Jogo do desmaio. Vulnerabilidade latente nesta fase e que pode ser percebida na limitação do sono, busca por aventuras (algumas de risco), tédio (característico de uma mudança no sistema de recompensa), necessidade de firmar a identidade, etc.

A limitação e a má qualidade do sono podem ser percebidas nas poucas horas dormidas. Horas a fio em jogos online, ou filmes podem gerar um desgaste emocional e até mesmo um processo psicótico (fuga da realidade) e despersonalização. Nesta hora a fragilidade psíquica instaurada pode ser oportuna para entrar neste perigoso e trágico caminho como o jogo da Baleia Azul.

A busca por aventuras é marca na vida dos adolescentes, é sinal de uma ruptura com o mundo infantil e tentativa de se colocarem no mundo adulto. Infelizmente muitos vivem tal marca de maneira desorientada e até mesmo de risco. Receber um convite personalizado para cumprir várias metas é tocar em cheio na busca por aventura, sem capacidade reflexiva para perceber os riscos em que se encontram, podendo trilhar um caminho sem volta.


No início da adolescência, o sistema de recompensa (área do cérebro responsável pela sensação de prazer) perde mais de um terço da sua capacidade de ativação, como consequência temos o tédio. Apesar de ser ruim a curto prazo, o tédio tem um papel importantíssimo: ele nos faz abandonar os brinquedos da infância e começar a procurar novas atividades. Infelizmente, nesta busca podemos tropeçar e cair num buraco sem fim.

E por último, a necessidade de firmar identidade que existe em qualquer adolescente, encontra na combinação "mestre" x "discípulo" um jeito de se concretizar. Podemos pensar o que leva uma pessoa (adolescente/discípulo) a seguir ordens de alguém (mentor/mestre) que ela não conhece mas que ali funciona como um "desafiador" que precisa ser confrontado e assim a identidade será "firmada", mesmo que deixe de existir, tendo o suicídio como resolução final.

E ai você me pergunta: o que estes jogos têm de novidade? Talvez na essência, nada. Mas em sua construção utiliza o de sempre: a vulnerabilidade de nossos tempos, porém com novas roupagens.

Pais, estejam atentos aos seus filhos! Por mais que eles se achem maduros e crescidos, não entendem que boas (tanto na qualidade, quanto na quantidade) horas de sono são necessárias para o desenvolvimento saudável de sua personalidade, nem mesmo que as aventuras da vida tem consequências e algumas delas são irremediáveis. Que o tédio se supera com tolerância à frustração e que a identidade se firma com boas escolhas. Talvez aqui mais que um mentor detrás da tela que dá ordens a serem cumpridas, necessite de uma orientação para integrar tão paradoxais sentimentos adolescentes.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/baleia-azul-o-jogo-que-tem-levado-adolescentes-ao-suicidio/

10 de abril de 2017

Ser feliz: mais do que um direito, uma vocação

A felicidade, por tantos almejada, não se encontra no instante da realização, mas no processo da busca

A natureza da ação humana desde sempre – e mais intensamente agora – é norteada por um objetivo em comum: a busca da felicidade. Em todas as empreitadas que se propõem, os homens têm como "pano de fundo" a premissa do direito intrínseco e inalienável de serem felizes. E no afã de tal objetivo, lançam mão de todos os recursos, expedientes e vias que julgarem necessárias, pois, como afirmou Nicolau Maquiavel, "os fins justificam os meios". No entanto, até que ponto a busca pela felicidade é parâmetro inconteste para a ação humana? Qual a felicidade que o homem moderno está buscando? Ao lançar-se em busca de ser feliz a todo e qualquer custo, não estaria ele, na verdade, trilhando o caminho inexorável da infelicidade?

A ilusão da felicidade gratuita, descompromissada e perene, tem seduzido a muitos como o canto das sereias na mitologia grega. E tal como no mito, jogando o barco das vidas dos seduzidos nas rochas das frustrações, decepções e tristezas. No âmbito filosófico, a felicidade pode ser descrita como "estado de satisfação devido à situação no mundo", e como tal, é um conceito humano e mundano.

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

A felicidade, dentro desse parâmetro, está alicerçada naquilo que o mundo, dentro de sua materialidade, pode oferecer. As experiências sensoriais são descritas como o ápice da sensação de felicidade. As coisas, o lugar e o alimento constituem-se como as grandes vias de alcance da meta universal que é ser feliz. Não esquecendo que tudo isso deve ser alcançado com o gasto mínimo de energia, dentro da lei do menor esforço.

"O que é bom não pode ser fácil, e o que é fácil não pode ser bom."

A felicidade por tantos almejada não se encontra no instante da realização, mas no processo da busca. Exatamente por isso, mais importante que enrijecer os olhos na meta, é fundamental contemplar o cenário, olhar em volta e apreciar a paisagem, notar as pessoas que dividem conosco a jornada. Tudo isso possibilita a aquisição do cerne, da essência da felicidade: o sentido.


"Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração" (Mt 6,21).

O que tem feito você levantar, a cada dia, e seguir em frente? O que o impulsiona a enfrentar os desafios de cada dia, as dificuldades multiformes do deslocamento, do trabalho, saúde e finanças? O que o faz voltar a acreditar e dizer para si mesmo "não vou desistir" quando os que estão ao seu redor começam a entregar os pontos? O que para você continua fundamental, essencial, basilar, ainda que as pessoas, o mundo, não o percebam assim? Aí está o sentido para você.

Onde depositamos o sentido de nossa vida?

A percepção do sentido é epifânica, reveladora, pois favorece um profundo desnudar de si para si e possibilita contemplar a natureza do próprio sentido assumido. Ou seja, aquilo que nos é mais caro, é onde depositaremos nosso coração, e também o sentido de nossa vida, que é breve e extraordinária. Trágico é equivocar-se nessa ação e eleger como central o que é periférico, como eterno o que é efêmero, como essencial o que é dispensável.

Jesus nunca se impôs, por meio de sua condição divina, a nenhum homem, enquanto aqui esteve em seu apostolado, para que alguém o seguisse. Em sua pedagogia, sempre primou por nossa liberdade, por compreender que apenas nela é possível surgir o verdadeiro amor, capaz de gerar o seguimento, por meio do encontro do sentido, do bem maior, do tesouro.

Santidade, única via para a real felicidade

O encontro com Jesus é capaz de gerar no homem o despertar de sua vocação primeira e original: a santidade. A partir desse encontro de amor, tudo que é vivenciado ganha novas cores, nova conotação. Surge no interior de quem adere a esse caminho uma felicidade que não está no ponto futuro, mas nas opções que faço no hoje. Não se encontra no que ainda verei, mas é assegurada pela convicção ímpar que brota da fé. Para além das transitoriedades do mundo material, onde a felicidade é circunstancial e reativa ao meio e ao tempo, com Jesus ela é perene e contínua, pois é originada no Eterno.

Ser santo é obra de uma vida.

A busca pela santidade é a via única para a real felicidade, que em centelha aqui experimentamos. A certeza de que nos caminhos do Senhor seremos tudo aquilo que podemos e devemos ser. Para além das ilusões, das imperfeições, dos limites, o eterno que está em nós busca o Eterno que é Deus. Nele somos e seremos felizes em plenitude. Para tal basta apenas que renovemos diariamente o nosso sim, a nossa adesão livre e amorosa ao seu convite. Você já deu o seu 'sim' de hoje à felicidade?

"Fé é assim: primeiro você coloca o pé, depois Deus coloca o chão."

7 de abril de 2017

O segredo de Maria nos aprofunda no amor de Deus

O segredo de Maria de nada nos serviria se não o conseguíssemos transpor para nossa vida

Para que uma pessoa exponha seus segredos, é necessário haver certo grau de intimidade com outra. Mesmo que haja laços de parentesco entre elas, é necessário haver intimidade. Assim também acontece entre mãe e filho. Ao pedirmos que Nossa Senhora nos revele, exponha os seus segredos, faz-se necessário que nos coloquemos de pés descalços ou, porque não, de joelhos, como quem pede: "Revela-nos, mostra-nos teu coração!" Só assim estaremos aptos a receber, ou melhor, compartilhar do seu segredo.


Foto: Arquivo/cancaonova.com

Segredo de Maria

Esvaziemo-nos. Façamos silêncio. Aquele silêncio que pairava no mundo em suas origens e que pairou no ventre de Maria. Façamos silêncio. Falemos com nossa alma: Silencia alma minha! Cala ruído de minhas vontades! Silêncio, mundo que me atrai! Alguém que amo vai me contar um precioso segredo. Este, se não mudar o mundo, com certeza mudará o meu mundo, se eu permitir. Mãe, conta-me teu segredo.

É no abismo do bem querer de Deus que começa o segredo de Maria. O que isso significa? Nosso ponto de partida encontra-se no relato do anúncio do Anjo Gabriel (Lc 1,26-38). Nessa passagem, percebemos que a iniciativa da oração sempre parte de Deus. Ele é, de certo modo, o mendigo de Amor, pois se encontra a bater à porta de nosso coração. Em uma constante atitude de espera, de súplica, está sempre pronto a ir ao nosso encontro e convidar-nos para o banquete. Não importa o estado em que nossa alma se encontra nem por quais caminhos tortuosos tenhamos andado. Ele está sempre a nos esperar, disposto a nos enlaçar em seu abraço de Pai.


Ternura do amor de Deus

O segredo de Maria consiste em deixar-se constantemente abraçar e em ser alcançada por esse amor. Consiste, ainda, em permitir que as torrentes da infinita ternura de Deus a surpreenda, como em inúmeras vezes na sua história. Por isso, as gerações a conhecem como a Bem-amada, Bem-aventurada, a Imaculada Maria.

Precisamos redescobrir em nós, em nossa vida, que somos bem amados. A verdadeira oração consiste em, antes mesmo de amar, sentirmo-nos amados. Mais que sentir, sabermos-nos amados, reconhecermo-nos amados. Na Primeira Carta de São João (I Jo 4, 10) está escrito: "Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele quem nos amou e enviou-nos o seu Filho". A experiência inicial e incondicional para qualquer chamado autêntico e essencial é a de ser amado. Sou amado e por isso respondo com amor.

Ao mergulharmos ainda mais no segredo de Maria, a profundidade a que chegaremos somente o Espírito Santo poderá medir. Pensemos que outra característica da iniciativa divina é a liberdade. Deus escolhe quem quer. Ele é livre, ama sendo livre e liberta, porque ama. Nesse âmbito, olhemos para a Imaculada Conceição.

Deus quis fazer Maria sem mancha de pecado, porque Ele é livre. Esse amor a libertou uma vez e para sempre, tornou-a sem mancha, purificou-a e a fez participante por primeiro dos méritos de Seu Filho. Eis que Seu amor profundo cria a Arca da Nova Aliança. Quis deixar-nos marcados não mais pela lembrança daquela humanidade que desejou ser como Deus, e sim, pela mulher que soube encantá-Lo ao se fazer escrava para fazer a vontade do Pai e se tornar a mãe de Salvador. Esse mesmo Deus, em sua liberdade, escolheu você para ser filho de Maria, para ser seu bem amado!

Transpor as dificuldades

O segredo de Maria de nada nos serviria se não o conseguíssemos transpor para nossa vida. Podemos encontrar a presença do amor de Deus nos acontecimentos simples do dia a dia, seja ao receber uma palavra de conforto de um irmão ou a sua oração por nós. São pequenos mimos de um Deus que ama. Muitas vezes, isso acontece não só naquilo que nós desejamos, mas em coisas que nós nem sabíamos que precisávamos. Acontece em dificuldades por vezes nem conhecidas ou em realidades que já conhecemos, mas diante das quais não teríamos coragem de seguir em frente devido às renúncias que nos seriam exigidas. É preciso amar muito para renunciar, para aceitar a correção e para ter a coragem de corrigir, de educar a alma. Deus nos envia provações, porque nos ama.

Às vezes, estamos esperando espetáculos do Senhor. Maria sabia o segredo: Deus é maravilhoso, não mágico. É poderoso, não é fantasia. Ele se revela em gestos constantes de amor, presentes e inesperados. A vontade de recomeçar que temos é Deus amando! É como o amanhecer que renasce todos os dias! Não importa o tamanho da dificuldade que temos em rezar, Deus está nos amando de novo. Eu sou seu bem-amado, sua bem-amada. Ele está tomando a iniciativa. É o silencio da luz que ressurge rompendo as trevas, não importando o quanto dure a noite.


Érika Vilela

Mineira de Montes Claros (MG), Érika Vilela é fundadora e moderadora geral da comunidade 'Filhos de Maria'. Cursou Medicina pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas e, atualmente, faz especialização em Psiquiatria pelo Centro Brasileiro de Pós-graduações.

Érika atua como pregadora, articulista, missionária pela Casa Mãe de Misericórdia e médica na Estratégia Saúde da Família e na Clínica Home-Med. Evangelizadora com fé e ciência, duas asas que nos elevam para o céu, ela tem a bela missão de encontrar, na união mística com a dor salvífica de Cristo, a força para seguir em frente, sabendo que Deus opera sempre as Suas maravilhas!


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/nossa-senhora/o-segredo-de-maria-nos-aprofunda-no-amor-de-deus/

5 de abril de 2017

Conheça Jeanne, uma mulher que enfrenta o câncer de mama

"Não é um tratamento fácil nem rápido, mas é possível e cheio de momentos de vitórias em Deus", disse Jeanne

O canal de formação traz o testemunho de Jeanne Gomes Pereira, de 42 anos, professora da cidade de Brasília (DF), que foi diagnosticada com câncer de mama, em 2015, mas que buscou forças na oração e na sua família para vencer cada fase do tratamento.

Conheça, Jeanne, uma mulher que enfrenta o cancer de mamaFoto: Arquivo pessoal/cancaonova.com

O diagnóstico em mãos e a força para lutar contra o câncer de mama

Sempre fiz exames de rotina e, por causa do trabalho, estava uns meses em atraso. A primeira coisa que preciso falar é que meu coração (Espírito Santo) me avisou que algo não estava certo.

O médico já ia me liberar para o retorno dos próximos seis meses, dizendo que meus nódulos eram benignos, como os que já acompanho há mais de 20 anos. Eu, no entanto, insisti no incômodo recorrente na minha axila. Então, ele decidiu pedir mais um exame, coletou um material no consultório e enviou para biópsia para desencargo de consciência. No dia da consulta, peguei o resultado, sentei na sala de espera e suportei o máximo que minha ansiedade permitiu para não abrir o exame antes de entrar no consultório médico, o que não foi possível, claro. Li: "carcinoma ductal infiltrante com comprometimento axilar".

Minha mente, e acho que todos os meus sentidos e tudo ao meu redor, silenciou. O médico me chamou, sentei à sua frente, entreguei o exame, ele leu, olhou para mim e perguntou se eu havia lido. Diante da minha afirmativa, perguntou se eu havia entendido, e eu disse que sim também. Ele me perguntou se eu estava só e falei que estava, mas que meu marido trabalhava perto e eu poderia chamá-lo; e assim fiz. Em alguns minutos, Anderson estava lá. Eu já estava trêmula e pensei na primeira coisa difícil: contar para minha mãe – ela não merecia essa dor. Pensei nos meus filhos, no meu trabalho, nos primeiros cinco quilômetros que eu havia corrido (devagar) há uma semana. Quando meu marido sentou, segurou forte minha mão e me deu forças para irmos direto ao que interessava.

Queríamos saber qual era o tratamento, quando começava, qual era o prognóstico de cura. Pego de surpresa pelo resultado, até o médico, começou a nos falar que precisava de exames complementares, mas as chances eram boas e que o caso era cirúrgico, envolveria quimioterapia e radioterapia.

Pegamos os pedidos de exames e saímos meio desnorteados. Já era começo da noite e, neste momento, eu já não controlava mais o choro, por mais que o Anderson tentasse me acalmar e dizer que o tratamento daria certo. Estávamos no meio da rua, e eu liguei para uma amiga, que havia passado por um caso recente de câncer na família. E aí veio a mão de Deus, pela segunda vez, sobre mim. Há muitos anos, eu escutei a seguinte frase: "Tudo acontece igual para os que creem em Deus, as respostas é que são diferentes". Vendo meu desespero, ela pediu que eu aguardasse onde estava. Em alguns minutos, retornou a ligação e me disse que o oncologista que ela conhecia estava me esperando imediatamente no consultório dele. Fomos, eu chorando, Anderson tentando me acalmar. Quando entramos na sala daquele homem, ele sorriu e me abraçou. Era o abraço que eu precisava naquela hora. Como se me conhecesse há anos, ele disse: "Minha querida, você está curada. Eu, você, seu marido e Deus estamos nesta guerra para vencer". E assim, em abril de 2015, começou a nossa batalha.

Desafios psicológicos e físicos ao longo do tratamento

Receber o diagnóstico de um câncer é como sofrer um acidente: você está indo muito bem, trabalhando, cuidando dos seus filhos, na correria do dia a dia, mas, de repente, dá de cara com um "muro de concreto", que o para bruscamente. A primeira coisa que você pensa é que vai morrer; depois, entende que existe muita chance de cura, pela medicina e pela fé, a qual, num primeiro momento, nos falta sim. Eu, que amo meu trabalho – 24 anos como professora –, tive muita dificuldade de me afastar da escola. Mas como comecei o tratamento com quimioterapia, que é muito debilitante, não tinha condições de trabalhar. A imunidade fica baixa, o corpo dói, os cabelos caem, temos enjoos, fraqueza, até a visão fica prejudicada.

Foram seis meses de quimioterapia. Foram seis meses tentando manter a estabilidade emocional dos meus filhos e do meu esposo. Eu "passava mal" quando eles não estavam em casa, era quando eu fazia repouso. Quando chegavam da escola, na medida do possível, eu almoçava junto e ajudava com as tarefas; quando estava bem, levava para os esportes ou apenas ficava assistindo desenho ali do ladinho. Não é fácil ser uma mãe em um tratamento de câncer, administrando a chegada da adolescência de um filho, com todos os seus hormônios, angústias, descobertas, alegrias, tristezas e um caçula cheio de energia e peraltice. Estar debilitada em meio a deveres de casa, advertências, paixonites, pesquisas, futebol, desenhos, skates, bicicletas, lanches, basquete, decepções, alegrias, frustrações, video-games, aniversários, amiguinhos, primos, resfriados, machucados, cáries, furos de orelha, tênis, chuteiras e uniformes. Uma médica da perícia disse que, a partir do diagnóstico, meu mundo deveria ser cor-de-rosa, que eu não deveria me preocupar com mais nada, mas sinto muito, ele continuou azul com bolinhas brancas. E nós continuamos seguindo em frente.

No dia 17 de dezembro de 2015, submeti-me a uma mastectomia radical. Mais um passo para a cura do câncer. Depois da quimioterapia e do repouso para a recuperação e cicatrização, fiquei tentando me reencontrar dentro de um corpo redefinido por uma doença. Não sabia que ia doer tanto! Não consegui me reconhecer no espelho, mas, com a graça de Deus, encontrei-me no olhar das pessoas que me amam.

Apoio da família e dos amigos

Se existe um lado bom na doença, eu já descobri alguns. Eu nunca tive tempo livre para estar com meus filhos e acompanhar a vida escolar deles. Sempre cuidando dos filhos dos outros, sempre uma correria, um estresse. Agora, no entanto, tenho passado muito mais tempo com eles. Segundo: eu sabia que era amada, mas eu não imaginava o quanto!

Desde o momento que contamos para os nossos irmãos de Igreja, eles não rezaram por mim somente, eles me pegaram no colo. Como cantávamos nas Missas e participávamos, há muito tempo, da Renovação Carismática Católica (RCC), da Catequese e do Encontro de Casais com Cristo (ECC), pessoas que nem conheço diziam que rezavam por mim.

Um dia, cheguei para cantar no Encontro de Casais com Cristo e todas – TODAS – as mulheres estavam de lenço (nunca vou me esquecer desse gesto de amor!). Minha família é meu suporte. Meu esposo é quem me ajuda a não fraquejar. E minha mãe? Lembra que eu achava que ela não ia aguentar? Ela e meu pai tomaram para si a obrigação de me levar para a maioria das sessões de quimioterapia e radioterapia. Minha mãe cuidou do meu pós-operatório, dando-me banho e comida. Ficou forte ao meu lado. Minha sogra, meus irmãos, cunhados e amigos se revezaram no cuidado com as crianças, nas atividades que eles precisavam ir, nas minhas rotinas médicas, na minha cozinha. Foi um exercício de amor, humildade e compaixão, que nunca imaginei viver.

A presença de Deus

Não deixei de cantar nas Missas; só faltei quando fiz a cirurgia. Creio na força dos sacramentos: Eucaristia, confissão, unção dos enfermos. Confio muito no poder da oração: na minha e na de todos que estão rezando por mim. Acompanho o 'Sorrindo pra Vida' todas as manhãs, pela TV Canção Nova, e sinto a presença de Maria sempre ao meu lado. Cresci numa comunidade Mariana. Muitas vezes, quando rezam por mim, confirmam a presença dela. Sei que ela intercede pela minha cura e sei que ela me ajuda no dia a dia, nas minhas tarefas, nas minhas dores. Rezo o terço e o ofício. Eu amo Nossa Senhora demais!

Fazer ou não tratamento psicológico?

Faço acompanhamento psicológico, pois, depois de alguma resistência, meu oncologista me convenceu. Estava com dificuldades para dormir e muito fragilizada com todo o tratamento, as mudanças do corpo. Ela me explicou que vivo um pós-trauma, e que é normal precisar de ajuda. Eu acredito que é preciso ser humilde para aceitar que não damos conta só, e que toda ajuda é bem-vinda.

A autoestima da mulher diante do câncer de mama

Quando o cabelo começou a cair, pedi ao meu marido que passasse a máquina. A princípio, usei lenços ou toucas, mas estava muito calor e, muitas vezes, eu andava carequinha mesmo. Chamava a atenção das pessoas, mas eu me acostumei. Algumas pessoas olhavam com estranheza, mas muita gente olha como se dissesse: "Força!". Há dias em que visto um monte de roupas, choro, acho que tudo está feio e não quero sair; mas eu me permito um pouquinho de luto pelo cabelo e a mama. Mas amanhã eu reajo e me acho linda de cabelo curto!

Diante do câncer de mama, não desanime

Não somos apenas uma mama. Somos mulheres inteiras e vai continuar a ser, mesmo depois do câncer. Ele não tem o poder de diminuir nada que somos: mulher, mãe, filha, esposa, amiga e irmã. Não é um tratamento fácil nem rápido, mas é possível e cheio de momentos de vitórias em Deus. Fé, foco e força.



Formação Canção Nova


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/conheca-jeanne-uma-mulher-que-enfrenta-o-cancer-de-mama/

3 de abril de 2017

A falta do desejo sexual entre o casal

Diversos fatores causam falta de desejo sexual entre o casal

Ninguém nos conhece melhor do que o nosso cônjuge, pois, diariamente, por meio da vida partilhada, acompanha o desenvolver de nossas capacidades e conhece as nossas limitações. Contudo, desapontamentos hão de acontecer dentro do convívio entre marido e mulher, e para evitar que pequenas brigas gerem grandes "icebergs" nos relacionamentos, os casais precisam entender que, além de suas diferenças, eles estão também em constante formação.

Foto:  gpointstudio by Getty Images

Por natureza, homens e mulheres são diferentes na maneira de pensar e reagir. Não obstante, também o são naquilo que diz respeito ao comportamento sexual.

Desarmonia sexual como causa de desentendimento

Face a uma decepção, a convivência poderá se tornar mais ácida e o ressentimento poderá encontrar nesse terreno as condições ideais para corroer também os afetos e a atração mútua, provocando, consequentemente, a falta de interesse pela vida sexual. Não é difícil encontrar casais cujo motivo do desentendimento seja a desarmonia no que diz respeito ao apetite sexual.

A relação sexual entre marido e mulher traz um significado muito maior, que supera o prazer genital. De maneira divina, o sexo expressa para o outro tudo aquilo que as palavras não mais traduzem; robustecendo, ao mesmo tempo, o vínculo e o comprometimento, os quais fecundam a relação entre ambos. Nisso compreende o casamento, cujo vínculo une corpo, alma e espírito, fazendo com que casais perseverem em seus votos.

Essa sensação de realização do prazer sexual não se prende apenas a alguns momentos que sustentam o ato em si, mas se estende por dias a fio, nos quais o casal ainda alimenta, com gestos de carinho, aquele que muito ama, resgatando sempre as expressões de indivíduos apaixonados.

Dica para os esposos

Alguns maridos esperam que as esposas estejam sempre prontas para seu deleite e, mesmo mal-humorados ou pouco asseados, pensam que a esposa tem a "obrigação" de servi-los no momento em que bem entendem. Para esses homens, infelizmente, o desejo pelo sexo se limita a ocasiões em que estão somente na cama com a esposa, mas distantes do mínimo de romantismo.

Ninguém pode forçar alguém a desejá-lo de maneira mais íntima, pois a relação sexual não se limita apenas ao ato mecânico de movimentos, mas exige uma atenciosa preparação por parte dos cônjuges.

A esposa precisa sentir-se importante para o marido

Para que a intimidade sexual não esfrie, a esposa precisa se sentir próxima do marido; no entanto, na vida conjugal, ser próximo não significa estar perto. Estimular o desejo sexual não se faz com presentes caros, idas a motéis, filmes pornográficos entre outras coisas, mas sim permitindo que a esposa se sinta importante para o marido. Para isso, há a necessidade de fazê-la se sentir cuidada, merecedora da atenção de quem a ama. Se necessário for, expresse o contentamento com elogios, flores, torpedos, bilhetes apaixonados, prestando ajuda nos seus afazeres etc. Sem exercer pressão, a esposa, naturalmente, dará delicados sinais ao marido, de modo que este perceba quando ela estiver pronta para viver esse tipo de intimidade.

Ninguém poderá adivinhar o que se passa com o outro se este não reivindicar as mudanças naquilo que parece ser incômodo. Somente por meio do diálogo os casais podem aprender com as diferenças do sexo oposto, de forma a crescerem juntos no conhecimento almejado.


Assumir as responsabilidades com o cônjuge sobre a situação a que chegou o relacionamento será o primeiro passo para resolver os problemas. Muitas vezes, haverá necessidade simplesmente de quebrar o silêncio nocivo da intolerância e da inflexibilidade para dar chance ao entendimento. Omitir-se ou negar a oportunidade para o diálogo nunca será a melhor opção para evitar que o fogo do desejo se extinga entre os casais.

Deus os abençoe!

31 de março de 2017

Sete dicas para trilhar um caminho de cura interior

A história pessoal de cada um traz experiências dolorosas que necessitam de cura interior

Se por algum motivo você se interessou em ler este artigo, convido você a parar por uns instantes e iniciar um outro artigo: A cura interior gera um ambiente familiar saudável. Para trilhar um itinerário de cura, é necessário tomar consciência de sua necessidade, entrar nos processos interiores, os quais, muitas vezes, são exigentes e até podem doer um pouco. Para sarar, em algumas situações, tem de abrir a ferida, mexer nela e identificar o tratamento certo. Acredite: tomar consciência da necessidade da cura interior já é iniciar a cura. E quando você a conhece, compromete-se com ela.


Foto: Arquivo/cancaonova.com

Após essa reflexão, vamos a algumas dicas de como trilhar uma caminho de cura interior. Claro que existem muitas outras orientações a esse respeito, mas eu lhe apresento algumas.

Dicas para trilhar o caminho de cura interior

1) Recorrer aos sacramentos como fonte de cura e libertação (sacramento do batismo, se acaso você não foi batizado; sacramento da reconciliação, de reconciliar-se com si mesmo, com Deus e com o próximo; sacramento da Eucaristia, alimento solido espiritual.

2) Autoconhecimento: Deus trabalha com o seu real para alcançar o ideal. Quando você se conhece, compromete-se e não permite que todos deem palpite sobre como você deve ser. Seja quem você é, sem trair sua consciência, pois é nela que Deus habita.

3) Buscar ajuda adequada: diretor espiritual, psicoterapia, pessoas com ministério de cura interior. Se ainda você não encontrou essa ajuda, reze e peça a Deus que possa lhe conceder Sua providência, pois Ele é o maior interessado em sua cura.

4) Saborear e admirar a vida: enxergar a beleza oculta em si mesmo, nas pessoas, nas coisas mais simples e complexas. Dizer, muitas vezes, "eu sou belo", porque essa é uma frase tão natural como emocionante.

5) Possuir atitudes de louvor: ter o coração grato pelos pequenos e grandes milagres diários, louvar pelo dom da vida, louvar pelo sol, pela lua, pelo vento, louvar pelo passado, pelo presente e futuro.


6) Dar novo sentido ao sofrimento: não sofrer em vão, aprender com sabedoria o que o sofrimento pode lhe ensinar e assim fazer novas escolhas.

7) Amar como fonte de cura para si mesmo: sair da condição acomodada e egoísta. Uma espiritualidade saudável, com os pés na terra, contribui para que as pessoas sejam capazes de amar verdadeiramente, e em suas relações e encontros possam passar pela experiência de serem amadas.

É preciso compreender que o caminho de cura vai até contemplarmos a Deus na eternidade. E quanto mais curados, mais santos e prontos para seguirmos a Deus com generosidade.

Um coração curado é capaz de agradecer a Deus pelo o que se é e o que se tem. Não possui inveja nem comparação. Um coração curado reconhece que é capaz de compartilhar e aceitar o que não possui. Um coração curado é feliz e alargado para o amor.

Deus abençoe seu caminho de cura interior. Estamos juntos nessa!

Leticia Cavalli Gonçalves
Missionária Comunidade Canção Nova


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/cura-interior-2/sete-dicas-para-trilhar-um-caminho-de-cura-interior/