5 de abril de 2017

Conheça Jeanne, uma mulher que enfrenta o câncer de mama

"Não é um tratamento fácil nem rápido, mas é possível e cheio de momentos de vitórias em Deus", disse Jeanne

O canal de formação traz o testemunho de Jeanne Gomes Pereira, de 42 anos, professora da cidade de Brasília (DF), que foi diagnosticada com câncer de mama, em 2015, mas que buscou forças na oração e na sua família para vencer cada fase do tratamento.

Conheça, Jeanne, uma mulher que enfrenta o cancer de mamaFoto: Arquivo pessoal/cancaonova.com

O diagnóstico em mãos e a força para lutar contra o câncer de mama

Sempre fiz exames de rotina e, por causa do trabalho, estava uns meses em atraso. A primeira coisa que preciso falar é que meu coração (Espírito Santo) me avisou que algo não estava certo.

O médico já ia me liberar para o retorno dos próximos seis meses, dizendo que meus nódulos eram benignos, como os que já acompanho há mais de 20 anos. Eu, no entanto, insisti no incômodo recorrente na minha axila. Então, ele decidiu pedir mais um exame, coletou um material no consultório e enviou para biópsia para desencargo de consciência. No dia da consulta, peguei o resultado, sentei na sala de espera e suportei o máximo que minha ansiedade permitiu para não abrir o exame antes de entrar no consultório médico, o que não foi possível, claro. Li: "carcinoma ductal infiltrante com comprometimento axilar".

Minha mente, e acho que todos os meus sentidos e tudo ao meu redor, silenciou. O médico me chamou, sentei à sua frente, entreguei o exame, ele leu, olhou para mim e perguntou se eu havia lido. Diante da minha afirmativa, perguntou se eu havia entendido, e eu disse que sim também. Ele me perguntou se eu estava só e falei que estava, mas que meu marido trabalhava perto e eu poderia chamá-lo; e assim fiz. Em alguns minutos, Anderson estava lá. Eu já estava trêmula e pensei na primeira coisa difícil: contar para minha mãe – ela não merecia essa dor. Pensei nos meus filhos, no meu trabalho, nos primeiros cinco quilômetros que eu havia corrido (devagar) há uma semana. Quando meu marido sentou, segurou forte minha mão e me deu forças para irmos direto ao que interessava.

Queríamos saber qual era o tratamento, quando começava, qual era o prognóstico de cura. Pego de surpresa pelo resultado, até o médico, começou a nos falar que precisava de exames complementares, mas as chances eram boas e que o caso era cirúrgico, envolveria quimioterapia e radioterapia.

Pegamos os pedidos de exames e saímos meio desnorteados. Já era começo da noite e, neste momento, eu já não controlava mais o choro, por mais que o Anderson tentasse me acalmar e dizer que o tratamento daria certo. Estávamos no meio da rua, e eu liguei para uma amiga, que havia passado por um caso recente de câncer na família. E aí veio a mão de Deus, pela segunda vez, sobre mim. Há muitos anos, eu escutei a seguinte frase: "Tudo acontece igual para os que creem em Deus, as respostas é que são diferentes". Vendo meu desespero, ela pediu que eu aguardasse onde estava. Em alguns minutos, retornou a ligação e me disse que o oncologista que ela conhecia estava me esperando imediatamente no consultório dele. Fomos, eu chorando, Anderson tentando me acalmar. Quando entramos na sala daquele homem, ele sorriu e me abraçou. Era o abraço que eu precisava naquela hora. Como se me conhecesse há anos, ele disse: "Minha querida, você está curada. Eu, você, seu marido e Deus estamos nesta guerra para vencer". E assim, em abril de 2015, começou a nossa batalha.

Desafios psicológicos e físicos ao longo do tratamento

Receber o diagnóstico de um câncer é como sofrer um acidente: você está indo muito bem, trabalhando, cuidando dos seus filhos, na correria do dia a dia, mas, de repente, dá de cara com um "muro de concreto", que o para bruscamente. A primeira coisa que você pensa é que vai morrer; depois, entende que existe muita chance de cura, pela medicina e pela fé, a qual, num primeiro momento, nos falta sim. Eu, que amo meu trabalho – 24 anos como professora –, tive muita dificuldade de me afastar da escola. Mas como comecei o tratamento com quimioterapia, que é muito debilitante, não tinha condições de trabalhar. A imunidade fica baixa, o corpo dói, os cabelos caem, temos enjoos, fraqueza, até a visão fica prejudicada.

Foram seis meses de quimioterapia. Foram seis meses tentando manter a estabilidade emocional dos meus filhos e do meu esposo. Eu "passava mal" quando eles não estavam em casa, era quando eu fazia repouso. Quando chegavam da escola, na medida do possível, eu almoçava junto e ajudava com as tarefas; quando estava bem, levava para os esportes ou apenas ficava assistindo desenho ali do ladinho. Não é fácil ser uma mãe em um tratamento de câncer, administrando a chegada da adolescência de um filho, com todos os seus hormônios, angústias, descobertas, alegrias, tristezas e um caçula cheio de energia e peraltice. Estar debilitada em meio a deveres de casa, advertências, paixonites, pesquisas, futebol, desenhos, skates, bicicletas, lanches, basquete, decepções, alegrias, frustrações, video-games, aniversários, amiguinhos, primos, resfriados, machucados, cáries, furos de orelha, tênis, chuteiras e uniformes. Uma médica da perícia disse que, a partir do diagnóstico, meu mundo deveria ser cor-de-rosa, que eu não deveria me preocupar com mais nada, mas sinto muito, ele continuou azul com bolinhas brancas. E nós continuamos seguindo em frente.

No dia 17 de dezembro de 2015, submeti-me a uma mastectomia radical. Mais um passo para a cura do câncer. Depois da quimioterapia e do repouso para a recuperação e cicatrização, fiquei tentando me reencontrar dentro de um corpo redefinido por uma doença. Não sabia que ia doer tanto! Não consegui me reconhecer no espelho, mas, com a graça de Deus, encontrei-me no olhar das pessoas que me amam.

Apoio da família e dos amigos

Se existe um lado bom na doença, eu já descobri alguns. Eu nunca tive tempo livre para estar com meus filhos e acompanhar a vida escolar deles. Sempre cuidando dos filhos dos outros, sempre uma correria, um estresse. Agora, no entanto, tenho passado muito mais tempo com eles. Segundo: eu sabia que era amada, mas eu não imaginava o quanto!

Desde o momento que contamos para os nossos irmãos de Igreja, eles não rezaram por mim somente, eles me pegaram no colo. Como cantávamos nas Missas e participávamos, há muito tempo, da Renovação Carismática Católica (RCC), da Catequese e do Encontro de Casais com Cristo (ECC), pessoas que nem conheço diziam que rezavam por mim.

Um dia, cheguei para cantar no Encontro de Casais com Cristo e todas – TODAS – as mulheres estavam de lenço (nunca vou me esquecer desse gesto de amor!). Minha família é meu suporte. Meu esposo é quem me ajuda a não fraquejar. E minha mãe? Lembra que eu achava que ela não ia aguentar? Ela e meu pai tomaram para si a obrigação de me levar para a maioria das sessões de quimioterapia e radioterapia. Minha mãe cuidou do meu pós-operatório, dando-me banho e comida. Ficou forte ao meu lado. Minha sogra, meus irmãos, cunhados e amigos se revezaram no cuidado com as crianças, nas atividades que eles precisavam ir, nas minhas rotinas médicas, na minha cozinha. Foi um exercício de amor, humildade e compaixão, que nunca imaginei viver.

A presença de Deus

Não deixei de cantar nas Missas; só faltei quando fiz a cirurgia. Creio na força dos sacramentos: Eucaristia, confissão, unção dos enfermos. Confio muito no poder da oração: na minha e na de todos que estão rezando por mim. Acompanho o 'Sorrindo pra Vida' todas as manhãs, pela TV Canção Nova, e sinto a presença de Maria sempre ao meu lado. Cresci numa comunidade Mariana. Muitas vezes, quando rezam por mim, confirmam a presença dela. Sei que ela intercede pela minha cura e sei que ela me ajuda no dia a dia, nas minhas tarefas, nas minhas dores. Rezo o terço e o ofício. Eu amo Nossa Senhora demais!

Fazer ou não tratamento psicológico?

Faço acompanhamento psicológico, pois, depois de alguma resistência, meu oncologista me convenceu. Estava com dificuldades para dormir e muito fragilizada com todo o tratamento, as mudanças do corpo. Ela me explicou que vivo um pós-trauma, e que é normal precisar de ajuda. Eu acredito que é preciso ser humilde para aceitar que não damos conta só, e que toda ajuda é bem-vinda.

A autoestima da mulher diante do câncer de mama

Quando o cabelo começou a cair, pedi ao meu marido que passasse a máquina. A princípio, usei lenços ou toucas, mas estava muito calor e, muitas vezes, eu andava carequinha mesmo. Chamava a atenção das pessoas, mas eu me acostumei. Algumas pessoas olhavam com estranheza, mas muita gente olha como se dissesse: "Força!". Há dias em que visto um monte de roupas, choro, acho que tudo está feio e não quero sair; mas eu me permito um pouquinho de luto pelo cabelo e a mama. Mas amanhã eu reajo e me acho linda de cabelo curto!

Diante do câncer de mama, não desanime

Não somos apenas uma mama. Somos mulheres inteiras e vai continuar a ser, mesmo depois do câncer. Ele não tem o poder de diminuir nada que somos: mulher, mãe, filha, esposa, amiga e irmã. Não é um tratamento fácil nem rápido, mas é possível e cheio de momentos de vitórias em Deus. Fé, foco e força.



Formação Canção Nova


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/conheca-jeanne-uma-mulher-que-enfrenta-o-cancer-de-mama/

3 de abril de 2017

A falta do desejo sexual entre o casal

Diversos fatores causam falta de desejo sexual entre o casal

Ninguém nos conhece melhor do que o nosso cônjuge, pois, diariamente, por meio da vida partilhada, acompanha o desenvolver de nossas capacidades e conhece as nossas limitações. Contudo, desapontamentos hão de acontecer dentro do convívio entre marido e mulher, e para evitar que pequenas brigas gerem grandes "icebergs" nos relacionamentos, os casais precisam entender que, além de suas diferenças, eles estão também em constante formação.

Foto:  gpointstudio by Getty Images

Por natureza, homens e mulheres são diferentes na maneira de pensar e reagir. Não obstante, também o são naquilo que diz respeito ao comportamento sexual.

Desarmonia sexual como causa de desentendimento

Face a uma decepção, a convivência poderá se tornar mais ácida e o ressentimento poderá encontrar nesse terreno as condições ideais para corroer também os afetos e a atração mútua, provocando, consequentemente, a falta de interesse pela vida sexual. Não é difícil encontrar casais cujo motivo do desentendimento seja a desarmonia no que diz respeito ao apetite sexual.

A relação sexual entre marido e mulher traz um significado muito maior, que supera o prazer genital. De maneira divina, o sexo expressa para o outro tudo aquilo que as palavras não mais traduzem; robustecendo, ao mesmo tempo, o vínculo e o comprometimento, os quais fecundam a relação entre ambos. Nisso compreende o casamento, cujo vínculo une corpo, alma e espírito, fazendo com que casais perseverem em seus votos.

Essa sensação de realização do prazer sexual não se prende apenas a alguns momentos que sustentam o ato em si, mas se estende por dias a fio, nos quais o casal ainda alimenta, com gestos de carinho, aquele que muito ama, resgatando sempre as expressões de indivíduos apaixonados.

Dica para os esposos

Alguns maridos esperam que as esposas estejam sempre prontas para seu deleite e, mesmo mal-humorados ou pouco asseados, pensam que a esposa tem a "obrigação" de servi-los no momento em que bem entendem. Para esses homens, infelizmente, o desejo pelo sexo se limita a ocasiões em que estão somente na cama com a esposa, mas distantes do mínimo de romantismo.

Ninguém pode forçar alguém a desejá-lo de maneira mais íntima, pois a relação sexual não se limita apenas ao ato mecânico de movimentos, mas exige uma atenciosa preparação por parte dos cônjuges.

A esposa precisa sentir-se importante para o marido

Para que a intimidade sexual não esfrie, a esposa precisa se sentir próxima do marido; no entanto, na vida conjugal, ser próximo não significa estar perto. Estimular o desejo sexual não se faz com presentes caros, idas a motéis, filmes pornográficos entre outras coisas, mas sim permitindo que a esposa se sinta importante para o marido. Para isso, há a necessidade de fazê-la se sentir cuidada, merecedora da atenção de quem a ama. Se necessário for, expresse o contentamento com elogios, flores, torpedos, bilhetes apaixonados, prestando ajuda nos seus afazeres etc. Sem exercer pressão, a esposa, naturalmente, dará delicados sinais ao marido, de modo que este perceba quando ela estiver pronta para viver esse tipo de intimidade.

Ninguém poderá adivinhar o que se passa com o outro se este não reivindicar as mudanças naquilo que parece ser incômodo. Somente por meio do diálogo os casais podem aprender com as diferenças do sexo oposto, de forma a crescerem juntos no conhecimento almejado.


Assumir as responsabilidades com o cônjuge sobre a situação a que chegou o relacionamento será o primeiro passo para resolver os problemas. Muitas vezes, haverá necessidade simplesmente de quebrar o silêncio nocivo da intolerância e da inflexibilidade para dar chance ao entendimento. Omitir-se ou negar a oportunidade para o diálogo nunca será a melhor opção para evitar que o fogo do desejo se extinga entre os casais.

Deus os abençoe!

31 de março de 2017

Sete dicas para trilhar um caminho de cura interior

A história pessoal de cada um traz experiências dolorosas que necessitam de cura interior

Se por algum motivo você se interessou em ler este artigo, convido você a parar por uns instantes e iniciar um outro artigo: A cura interior gera um ambiente familiar saudável. Para trilhar um itinerário de cura, é necessário tomar consciência de sua necessidade, entrar nos processos interiores, os quais, muitas vezes, são exigentes e até podem doer um pouco. Para sarar, em algumas situações, tem de abrir a ferida, mexer nela e identificar o tratamento certo. Acredite: tomar consciência da necessidade da cura interior já é iniciar a cura. E quando você a conhece, compromete-se com ela.


Foto: Arquivo/cancaonova.com

Após essa reflexão, vamos a algumas dicas de como trilhar uma caminho de cura interior. Claro que existem muitas outras orientações a esse respeito, mas eu lhe apresento algumas.

Dicas para trilhar o caminho de cura interior

1) Recorrer aos sacramentos como fonte de cura e libertação (sacramento do batismo, se acaso você não foi batizado; sacramento da reconciliação, de reconciliar-se com si mesmo, com Deus e com o próximo; sacramento da Eucaristia, alimento solido espiritual.

2) Autoconhecimento: Deus trabalha com o seu real para alcançar o ideal. Quando você se conhece, compromete-se e não permite que todos deem palpite sobre como você deve ser. Seja quem você é, sem trair sua consciência, pois é nela que Deus habita.

3) Buscar ajuda adequada: diretor espiritual, psicoterapia, pessoas com ministério de cura interior. Se ainda você não encontrou essa ajuda, reze e peça a Deus que possa lhe conceder Sua providência, pois Ele é o maior interessado em sua cura.

4) Saborear e admirar a vida: enxergar a beleza oculta em si mesmo, nas pessoas, nas coisas mais simples e complexas. Dizer, muitas vezes, "eu sou belo", porque essa é uma frase tão natural como emocionante.

5) Possuir atitudes de louvor: ter o coração grato pelos pequenos e grandes milagres diários, louvar pelo dom da vida, louvar pelo sol, pela lua, pelo vento, louvar pelo passado, pelo presente e futuro.


6) Dar novo sentido ao sofrimento: não sofrer em vão, aprender com sabedoria o que o sofrimento pode lhe ensinar e assim fazer novas escolhas.

7) Amar como fonte de cura para si mesmo: sair da condição acomodada e egoísta. Uma espiritualidade saudável, com os pés na terra, contribui para que as pessoas sejam capazes de amar verdadeiramente, e em suas relações e encontros possam passar pela experiência de serem amadas.

É preciso compreender que o caminho de cura vai até contemplarmos a Deus na eternidade. E quanto mais curados, mais santos e prontos para seguirmos a Deus com generosidade.

Um coração curado é capaz de agradecer a Deus pelo o que se é e o que se tem. Não possui inveja nem comparação. Um coração curado reconhece que é capaz de compartilhar e aceitar o que não possui. Um coração curado é feliz e alargado para o amor.

Deus abençoe seu caminho de cura interior. Estamos juntos nessa!

Leticia Cavalli Gonçalves
Missionária Comunidade Canção Nova


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/cura-interior-2/sete-dicas-para-trilhar-um-caminho-de-cura-interior/

29 de março de 2017

Administrar perdas afetivas

Saiba como administrar as perdas afetivas

A palavra "perda", por si só, já causa certo mal-estar. Trabalhamos, batalhamos, aplicamo-nos tanto nessa vida que, quando ocorre algum tipo de perda, certamente, ela nos causa dor. Ainda que o futuro revele que aquele fato contribuiu para o nosso bem, no momento em que ele acontece, sofremos e nos lamentamos.

Algumas perdas nos causam apenas incômodo. Perder o horário, o jogo de futebol, a vaga na garagem, o cartão de crédito ou algum outro objeto são privações momentâneas que, de alguma forma, estamos condicionados a quase, instantaneamente, buscar uma solução ao prejuízo causado. Há uma reação que dá curso ao seguimento da vida.

Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Já quando nos deparamos com uma perda na área afetiva, como o namoro que terminou, o cônjuge que se foi, um familiar que morreu ou até mesmo quando o afeto envolve algo material – casa, móvel de estimação, automóvel –, essa tomada de atitude nunca é de pronto, pois fica mais difícil administrar. Os sentidos ficam atordoados e pensar com coerência nem sempre é o que acontece. Há quem aja até esquecendo-se do amor próprio e da liberdade que o outro tem; procedendo, às vezes, de forma infantil. A razão não admite o desfalque nem busca um modo irreal de alimentar a crença de que tudo voltará a ser como era antes.

O que fazer nessa hora?

Devemos admitir que a perda é real. Isso quer dizer que não adianta ficarmos contando com algo que possa acontecer para reverter a situação.

A vida prossegue do ponto e nas condições em que você está. É preciso agir com a razão, não segundo a voz do coração em desespero. A pergunta a se fazer é: "O que posso fazer agora?" E não: "Como será minha vida?". A forma diferente de se questionar inspira atitudes determinantes. Enquanto a primeira provoca uma reação, a última demonstra a prostração perante o fato. Agir com a inteligência também é respeitar a escolha de quem já não quer um compromisso com você. Não prometa que você vai mudar radicalmente (diferente de admitir um erro), não se anule enquanto pessoa para ser como o outro quer, porque você não será feliz nem conseguirá fazer o outro feliz.

Saudosismo também não resolve

Enquanto houver sentimento, procure não se encontrar ou, pelo menos, não se prolongar muito tempo na presença do ex. Qualquer progresso alcançado em levar sua vida adiante pode ir por água abaixo por causa de um comentário ou de um olhar da outra parte que seja mal interpretado por você. Não se esqueça de que seu coração ainda quer acreditar.

Busque com o que se distrair. Uma boa conversa com os amigos e um ambiente diferente lhe fará bem. Não fique só pensando o que estaria fazendo na companhia dele ou nos lugares em que costumavam frequentar juntos.


Reaja, decida-se por prosseguir seu caminho. Pessoas que passaram por nossa vida, deixaram-nos cicatrizes boas ou ruins e não há como apagá-las. Fique com o que foi bom. Uma pequena manifestação de querer se livrar do pesar que lhe causa dor trará para você mais alegria, e outras pessoas vão se aproximar de você, pois a alegria as atrai.

Enfim, a esperança não pode ser uma expectativa fechada. As coisas se resolverão em Deus e não segundo seu desejo no momento. Dê tempo ao tempo! Até mesmo em casos em que, realmente, há uma volta, uma reconciliação ou que você volte a ter o que perdeu, atitudes como essas ajudam no processo e no tempo em que você se desprendeu.

Tenha em mente que "Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus". (Rm 8,28). O Senhor tem o poder de tirar algum benefício de tudo o que é ruim.

Se algo lhe foi arrancado, ainda que violentamente, não quer dizer que você nunca mais será feliz. Ainda há, no seu interior, a capacidade de amar. certamente, aparecerá alguém que se identifique melhor com sua forma de expressar todo esplendor dos sentimentos que habitam seu ser.

Deus o abençoe.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/administrar-perdas-afetivas/

27 de março de 2017

Exercite o domínio sobre si mesmo

É preciso deixar marcas de eterno por onde passamos e com quem convivemos

O futuro é o tempo que será construído por nós. O passado não volta e o presente, muitas vezes, é imutável. Mas se não tivemos a oportunidade de escolher nosso passado, podemos escolher e planejar nosso futuro. Com isso, vamos nos afeiçoando às coisas lá de cima.

Buscar as coisas do alto é caminhar para uma meta que sabemos que podemos atingir.

Foto: Wesley Almeida / cancaonova.com

Deus está do nosso lado. O ser humano foi criado para dominar o mundo e as coisas do mundo. Deus o criou como parceiro. Temos o Espírito Santo que nos inspira e impulsiona para as coisas de Deus. Ele, que conhece as coisas do alto, nos ensina a amá-las e a gestá-las no coração.

Não adianta nada dominarmos as máquinas se as pessoas não conseguem se dominar. O primeiro domínio que devemos exercitar é o domínio sobre nós mesmos, sobre nossos desejos, acolhendo aquilo que está de acordo com as coisas do alto e rejeitando tudo aquilo que nos atrapalha na caminhada.

O que tornarei eterno com minha vida?

A certeza da morte e da vida eterna nos ajuda nesse processo. O medo da morte ou a tentação de se achar imortal, vivendo como se a morte não existisse, é uma das grandes causas da infelicidade humana. Não adianta amenizar a morte. Ela é a nossa única certeza. Sabendo disso, devemos canalizar nossa vida para valores que vencem a morte, que ultrapassam a morte, como Jesus fez e nos ensinou.

Essa certeza deve tornar-se também um parâmetro para que possamos julgar nossas ações, palavras e pensamentos. Se não sou eterno, o que tornarei eterno com minha vida? É preciso deixar marcas de eterno por onde passamos e com quem convivemos.


Buscar as coisas do alto é saber que essa meta é possível de ser alcançada. Não é fácil. Fácil é ir para o inferno, já que não exige esforço nenhum. As coisas de Deus são sempre difíceis, porque nos apegamos demais às coisas aqui da terra. Aliás, a dor maior que sentimos em nossas perdas é exatamente a dor do apego. Achamos que tudo é nosso e vivemos a ilusão de que tudo depende da gente.

Quando temos muita coisa para olhar e para cuidar, não olhamos para o essencial, aquilo que está além do óbvio.

Padre Léo, SCJ

(Artigo extraído do livro ""Buscai as coisas do alto")


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/cura-interior/exercite-o-dominio-sobre-si-mesmo/

22 de março de 2017

Adoção: amor que supera os laços físicos

Ao adotar, os pais têm a oportunidade de alargar seu amor para além dos vínculos da carne e do sangue

O dicionário nos dá uma definição clara e quase que definitiva da palavra "mãe": mulher ou qualquer fêmea que dá à luz um ou mais filhos, segundo o dicionário Aurélio. Porém, essa regra nem sempre é assim. Muitos casais, por motivos diversos, não conseguem ter filhos, e a mãe não pode cumprir essa etapa da gestação e do parto de seus filhos. Optam, então, por um gesto de amor incondicional, que é a adoção – palavra que significa ação ou efeito de adotar; aceitação involuntária e legal de uma criança como filho. Dessa forma, muitas mães e pais realizam seu sonho de maternidade e paternidade em todo o mundo.

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Foto: Daniel Mafra / cancaonova.com

Mais do que o desejo de ser pai e mãe, de formar uma família completa, o casal deve ter um bom preparo emocional para lidar com as questões advindas da adoção: como contar para o filho que ele é adotado, aceitar as diferenças físicas e emocionais da criança ou ainda relacionar-se com a sociedade ou com as dificuldades que possam encontrar no caminho.

Como qualquer ato jurídico, e muito mais ainda por se tratar de uma adoção, por acolher uma vida em sua família, o preparo emocional do casal é imprescindível; homem e mulher devem ter conversado bastante sobre a decisão, que não deve ser fruto apenas da vontade de uma das partes, para que não se torne um jogo de responsabilidades quando a criança vai crescendo e dá trabalho para os pais; ou seja, adotar é assumir, de forma humana, emocional, familiar e conjunta, um novo participante ativo desta família. É característica da adoção ser um ato irrevogável; uma vez realizada, é definitiva. Nem mesmo o eventual falecimento dos adotantes restabelece o pátrio poder dos genitores naturais.

O amor que gera é um dom de si

João Paulo II faz uma citação especial durante um encontro sobre famílias adotivas: adotar crianças, sentindo-as e tratando-as como verdadeiros filhos, significa reconhecer que as relações entre pais e filhos não se medem somente pelos parâmetros genéticos. O amor que gera é, antes de mais nada, um dom de si.

Há uma geração que vem do acolhimento, da atenção e da dedicação. A relação que daí brota é tão íntima e duradoura, que, de maneira nenhuma, é inferior à que se funda na pertença biológica. E traz ainda outras contribuições: (…) Os cônjuges que vivem a experiência da esterilidade física saberão inspirar-se nesta perspectiva, para todos rica de valor e empenho. (…) Os pais cristãos terão assim oportunidade de alargar o seu amor para além dos vínculos da carne e do sangue, alimentando os laços que têm o seu fundamento no espírito e que se desenvolvem no serviço concreto aos filhos de outras famílias, muitas vezes necessitadas até das coisas mais elementares.


É importante que os pais esclareçam para a criança, para que ela não se sinta desprezada nem menosprezada, principalmente quando existem outros irmãos na família, que as relações entre todos são iguais.

Adotar uma criança é um ato de amor incondicional, ou seja, um ato de aceitação do outro, independente de ter em sua origem o sangue e a natureza geracional dos pais que optaram por criar essa criança. O ventre amoroso mora, então, no coração dessa mãe e desse pai, desse casal que, juntos, assumem esse filho do coração e são capazes de supri-lo, dentre tantas necessidades, de amor e carinho familiar, que serão capazes de lhes dar valores que, por vezes, nunca teriam oportunidade de vivenciar em uma instituição de menores.

"Adotar uma criança é uma grande obra de amor" (Madre Teresa de Calcutá).

20 de março de 2017

Formar bons cristãos e honestos cidadãos

Como pais e educadores cristãos, nossa missão é fazer de nossos filhos discípulos do Senhor, que amem o Mestre e estejam prontos para segui-Lo

Como pais e educadores cristãos, devemos preparar a próxima geração para cumprir o propósito de Deus na história, com entendimento e determinação, "pois como poderei ver o mal que sobrevirá ao meu povo? E como poderei ver a destruição da minha parentela? (Ester 8,6). Porque, na verdade, tendo Davi servido à sua própria geração, conforme o desígnio de Deus, adormeceu, foi para junto de seus pais e viu corrupção" (Atos dos Apóstolos 13,36). Se nos descuidarmos da herança do Senhor, nossa luta será em vão.

Formar bons cristãos e honestos cidadãos
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Há, na Bíblia, três instituições reconhecidas com autoridade e outorgadas por Deus: a família, a Igreja e o governo civil. Porém, só aos dois primeiros cabe prover educação. "E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor" (Efésios 6,4); "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mateus 28,19), uma vez que o governo civil jamais poderia atuar em nome da família, representando seus valores e objetivos próprios. O Estado traduz o pensamento da coletividade, partindo do princípio de que a maioria está certa.

A sociedade deformando os cristãos

O que vemos nas escolas de hoje, em geral, é o desrespeito às autoridades, a falta de disciplina, o desinteresse pelo aprendizado, a irresponsabilidade, a influência de novas filosofias nos temas e nos livros, a baixa qualidade do ensino, a imoralidade, a corrupção entre outros. Portanto, biblicamente, escola só tem sentido como uma extensão da família, para com ela cooperar em aliança de princípios e propósitos e sob a cobertura espiritual da Igreja. A visão é de famílias unidas com a bênção da Igreja, trabalhando na formação de uma geração consciente de seus valores e responsabilidades, capacitadas para exercer seu ministério na sociedade e cumprir o propósito de Deus. Trata-se de uma aliança estratégica, para garantir a expansão do Reino, mesmo em meio a uma geração perversa e corrupta.


Como pais, como educadores, Igreja e cidadãos responsáveis, temos o dever de preparar a próxima geração, dando-lhe uma visão e treinando-a para alcançá-la.

Temos de resgatar o valor da criança e a união de gerações: avós, pais e jovens, todos trabalhando juntos no projeto da vida infantil. A criança e o adolescente que encontram um sentido nobre para sua vida não vão desperdiçá-la de maneira desordenada. A separação das gerações tem sido uma poderosa arma de destruição dos valores familiares, expondo os pequenos aos predadores sociais.

Formação do caráter

Além do mais, é preciso valorizar o caráter na formação do aluno para realidades que são fundamentais: o exemplo e trabalho árduo. Caráter pressupõe uma marca, uma gravação feita a partir de um molde, daí a necessidade de exemplo consistente.

Quanto ao trabalho árduo, a própria história nos ensina que a indolência, a comodidade e a ociosidade levam o homem ao declínio moral e à improdutividade. Quando fugimos da dificuldade ou privamos nossos filhos da dureza, estamos impactando o desenvolvimento do caráter deles.

A Igreja teria nisso um fator decisivo para apoiar o cumprimento da grande missão: "formar bons cristãos e honestos cidadãos", fortalecendo as famílias. Trata-se de uma aliança estratégica, na qual cada parceiro (Igreja, Escola e Família) contribui com aquilo que faz melhor, para realizar o propósito de Deus sob a mesma visão do Seu Reino.