Agora que fui para fora do país e deixei o conforto do lar, o que fazer?
Você já teve vontade de pegar uma mala e conhecer outras culturas, pessoas e ter novas oportunidades? Esse sonho pode se tornar realidade, desde que você tenha a coragem de enfrentar os desafios próprios de uma vida fora do seu país.
O cancaonova.com traz para você a série 'Do Brasil para o Mundo', que apresenta a história de cinco jovens brasileiros que se aventuraram para realizar o sonho de morar no exterior.
Existem vários tipo de intercâmbio que proporcionam às pessoas oportunidades de sair do Brasil e fazer experiências no exterior. Seja a trabalho, estudo ou até mesmo lazer, é possível conhecer outras partes do mundo. O intercambista precisa ter flexibilidade para vivenciar essa realidade, porque, ao sair da sua comodidade para enfrentar uma outra realidade fora do país, ele sai do domínio do seu espaço, horários e planos. Em um outro local, com uma nova cultura, é preciso adaptar as suas necessidades externas e viver um amadurecimento.
A psicóloga Karina Luz afirma: "A pessoa passa a compreender que nem tudo é na sua hora, no seu exato momento, não é da forma que deseja, mas pode ser como o outro planejou. Então, é preciso ter flexibilidade de lidar com as diferenças de pensamentos e cultura".
São diversos os benefícios de uma pessoa que sai da zona de conforto da família e do país para enfrentar o desconhecido. Entretanto, é preciso tomar cuidado para que o sonho não se torne um pesadelo no qual a pessoa perde os seus valores e sua fé. O autoconhecimento é essencial, como explica Karina Luz: "Se a pessoa não sabe de si mesma, existe a grande abertura para a influência negativa. Existem pessoas que, ao se encontrarem em um outro cenário, num outro grupo, vão realmente se moldando nesse outro grupo, distorcendo os seus valores, e isso é extremamente prejudicial, porque simplesmente afasta o ser humano de si mesmo".
Aprenda com Rute como o amor aos idosos faz a diferença
Conta-se que, em Israel, houve uma grande fome, por isso Elimeleque (que residia em Belém, cidade da região de Judá), sua esposa Noemi e seus dois filhos Malon e Quiliom mudaram-se para um país chamado Moabe. Passado algum tempo, o esposo de Noemi morreu e ela ficou somente com seus dois filhos. Estes, depois de algum tempo, casaram-se, e o nome de suas esposas era Orfa e Rute. Após dez anos, Malon e Quilion também morreram. Noemi ficou só, sem os filhos e sem o marido. Com o tempo, Noemi soube que Deus tinha ajudado o seu povo, dando-lhes boas colheitas e decidiu voltar para Judá. Então, disse às suas noras que as mesmas deveriam voltar para suas casas e ficarem com suas mães. Orfa e Rute disseram que não, mas, ao final, Orfa voltou e Rute decidiu continuar ao lado de Noemi.
Essa história se encontra no pequeno livro bíblico de Rute. Noemi fica sob os cuidados de Rute, que não a abandonou em momento nenhum. Rute se casou novamente e Noemi continuou junto de sua amada nora Rute.
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O que ensina o livro de Rute?
O livro de Rute nos ensina o cuidado que falta, hoje em dia, com muitas pessoas idosas. Vivemos em uma sociedade que busca descartar aqueles que nada mais podem produzir. É a sociedade de consumo, que exclui a dignidade e o respeito da vida de muitos irmãos e irmãs nossos. Essa realidade é frequente, principalmente em muitos lares, onde pessoas idosas têm de conviver com a falta de respeito, o carinho e a atenção de seus familiares.
A síndrome da eterna juventude tem se infiltrado em muitos corações. O tempo passa para todos, e a juventude só será eterna no coração. As plásticas podem esconder as rugas do tempo impressas no rosto, mas não podem impedir os anos de passarem.
Muitos idosos sofrem em silêncio o descaso de seus familiares. Vivem isolados, porque não mais encontram um espaço para partilhar a vida. Falta a paciência e a compreensão dos mais novos, os quais, no futuro, também serão idosos. Como é triste encontrarmos pais e mães que perambulam pela vida com o sentimento de terem sido descartados e estarem atrapalhando a vida dos mais novos! É preciso, urgentemente, uma mudança de consciência das gerações mais novas. É preciso reavaliarmos o valor daqueles que já contribuíram com a criação dos filhos e netos; e hoje merecem nosso cuidado, carinho e atenção.
Dê valor aos idosos
É inadmissível que os idosos sejam tratados como objetos descartáveis por filhos, netos e demais familiares. O que somos hoje se deve ao trabalho e carinho desses nossos irmãos que desejam apenas cultivar o sentimento de serem amados por seus familiares e entes queridos. Não há desculpa para quem maltrata uma pessoa idosa. Os vizinhos podem não saber como os idosos de uma determinada família são, muitas vezes, maltratados, mas a vida é uma escola, e quem não aprende por bem terá de, um dia, deparar-se com as consequências das escolhas que um dia fez na vida.
O sentimento de culpa é pessoal, e quem um dia maltratou seu pai ou sua mãe, seu avô ou sua avô, terá de conviver com o peso desse sentimento até o último dia de sua vida.
Queridos irmãos e irmãs que convivem com o desprezo de seus familiares, continuem firmes na fé, não percam a esperança em meio aos sofrimentos. Deus vê suas dores e recolhe suas lágrimas. Eu rezo por vocês.
Rute é modelo para todos nós. Ao cuidar de Noemi e não a abandonar, ela nos ensina que o bem que fazemos ao próximo a nós é devolvido cem vezes mais. Que, no exemplo de Rute, acolhamos as Noemis de nosso tempo.
Deus nos ensina que podemos tocar no milagre, mas precisamos acreditar e confiar n'Ele
Amados irmão e irmã, a Palavra do Senhor é bem clara, não tenho nenhuma dúvida: podemos tocar no milagre e ver a graça de Deus acontecer na nossa vida a partir dessa Palavra que está em Ezequiel 34,15-16: "Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas, e eu as farei repousar, diz o Senhor Deus. A perdida buscarei, e a desgarrada tornarei a trazer, e a quebrada ligarei, e a enferma fortalecerei; mas a gorda e a forte destruirei; apascentá-las-ei com juízo".
Nós encontramos aqui verdades que nos fazem entender, compreender e tocar no milagre do Senhor, para nos tornarmos homens e mulheres novos, capazes de tocar no sobrenatural e ver a graça realizada.
Deus fala para cada um de nós: "Vou procurar a ovelha que estava perdida". Deixemo-nos encontrar pelo Senhor, não fujamos nem nos escondamos, porque Deus quer encontrar cada um dos Seus filhos.
Se estávamos desgarrados em uma falsa doutrina, deixemo-nos conduzir pelo Espírito Santo e voltemos para perto de Deus. O Senhor deseja curar nossas feridas. Ele está disposto a curar cada um de nós, mas é preciso que acreditemos n'Ele. O Senhor não impõe limites, Ele determina uma graça para nós.
A Bíblia traz os milagres
Nós vemos muitos relatos na Bíblia. Um exemplo é quando Jesus vai falar para Marta e Maria: "Se creres, verás a glória de Deus". O livro de Hebreus, por várias vezes, vai dizer para nós que é pela fé que os homens e as mulheres acreditaram no Senhor. Também foi acreditando n'Ele que a sogra de Pedro foi curada. Foi acreditando no Senhor que a filha de Jairo, Talita cum, voltou à vida.
Em Marcos 9,23, lemos: "E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê". O pai pede a Jesus: "Se tu podes, cure meu filho". O Senhor lhe diz que "tudo é possível para aquele que crê". Imediatamente, o pai do menino diz: "Senhor, eu creio!"; e o seu filho foi curado imediatamente de toda aquela opressão dos demônios que o atormentavam.
Acredite no milagre
Para que os milagres aconteçam, é preciso que acreditemos em Deus. É preciso crer que Ele procura a ovelha perdida. Caso se encontre perdido, tenha fé, porque o Senhor procura por você e o reconduz.
Se, por um motivo ou outro, você foi para uma doutrina falsa ou algum caminho distante de Jesus, deixe que Ele o conduza. Volte a acreditar n'Ele. Invoque o nome de Jesus e peça a cura sobre sua vida. Se você está ferido, saiba que o Senhor pode curá-lo.
Para tocar no impossível e ter um milagre realizado, viva uma vida de oração, de intimidade com Jesus, confesse-se frequentemente, não falte à Missa, reze o Santo Terço e faça a sua lexie divina.
Peço as bênçãos de Deus, a fim de que Ele o cure. Ordeno que toda doença física, toda opressão espiritual que estava sobre você e a sua vida saia agora, em nome de Jesus, e que você seja curado e libertado.
Retome a sua fé, porque o Senhor vai curá-lo. Lembre também o que fala o profeta Jeremias: "Tu és uma mansão de salvação. Tu és uma montanha santa". O Espírito de Deus habita em você e lhe concede a cura e o milagre.
Ironi Spuldaro Exerce o ministério de pregação em todo o Brasil e em outros países
O ciúme ter o poder de estragar os relacionamentos
Algumas vezes, sem que possamos perceber, cresce no nosso interior, a partir de um ressentimento ou de uma suposta rivalidade, o sentimento de ciúme. Isto oprime a harmonia e a saúde de nossos relacionamentos.
O ciúme é um sentimento que nos faz sentir incomodados com certas situações que anteriormente eram insignificantes, como, por exemplo, a atenção de um namorado para com a namorada, a beleza de uma amizade, o cuidado de um pai para com um filho, o sucesso profissional de um colega ou o reconhecimento de suas habilidades em determinada função, etc.
Uma insatisfação, aparentemente sem motivos, toma conta da pessoa que acredita, ainda que não seja verdade, estar perdendo a atenção e o carinho. Supõe não ter as mesmas chances que seu irmão, parente ou colega.
O ciúme
Quando o ciúme toca os relacionamentos, qualquer coisa poderá ser motivo para alimentar um espírito de competição e de disputa. Com isso, a pessoa que era dócil, compreensiva e companheira, torna-se áspera, agressiva nas respostas e pouco solícita. Isto, certamente poderá destruir uma convivência que anteriormente era saudável. Entretanto, se questionada, essa pessoa prontamente justificará seu comportamento com outras respostas. Dificilmente admitirá sentimento de ciúme.
Ao alcance dos tentáculos do sentimento de ciúme poderá estar nossas famílias. Este "micróbio" tentará se instalar, contaminar e matar a amizade que deveria ser eterna entre os parentes. Não é difícil se notar a disputa discreta ou as provocações sem sentido entre os irmãos por coisas sem importância.
Penso que tal sentimento poderá surgir quando a pessoa envolvida por um medo equivocado, acredita ser menos amada, não ter a mesma preferência de antes ou suspeita da possibilidade de ser privada daquilo que valoriza profundamente.
A desconfiança
Algumas situações poderão se tornar mais crônicas quando, em meio a todas as supostas verdades, se encontra a desconfiança da honestidade de quem amamos. Trabalhando em nossa imaginação, o ciúme nos faz criar situações que não existem; deduzimos coisas que vemos apenas nos filmes da nossa mente.
Infelizmente, por essas atitudes, estará instalada em nossos relacionamentos a grande sombra da inquietação, potencializada pela insegurança que insistirá em assombrar a nossa paz de espírito.
Outras pessoas, mergulhadas em suas equivocadas convicções ou tomadas pelo pavor de experimentar o suposto abandono, chegam ao limite de privar a quem se ama do direito da vida.
Viva o amor
O amor verdadeiro traz a cumplicidade e o compromisso pela felicidade mútua. Ainda que possamos sentir, em alguns momentos, uma pequena dose de ciúmes, é necessário aprender a lidar com as nossas inseguranças. À medida que vamos conquistando a autoconfiança, o respeito pelo espaço do outro, estaremos também cultivando a saúde dos nossos relacionamentos.
Todo aquele que se dispõe a amar e a viver um bom relacionamento, zela pelos cuidados necessários para a sadia convivência com a pessoa amada. E isso não faz do outro objeto de sua pertença. Por mais que amemos a pessoa ao nosso lado, não temos o direito de posse da sua liberdade.
A falta de conhecimento gera a crise do significado existencial
Na era da informação, a falta de conhecimento tem criado, no ser humano, a crise do significado existencial. No dia 28 de julho do ano em curso, como faço costumeiramente, após minha oração pessoal, acessei os sites jornalísticos a fim de atualizar-me dos assuntos hodiernos. Tinha uma motivação em particular: o início da JMJ na Polônia, e todos os relevantes assuntos à fé católica que o Papa Francisco oportunamente abordaria.
No entanto, para minha surpresa, o que estampava as páginas iniciais de praticamente todos os veículos de comunicação era a "queda" do Papa Francisco. Enquanto se encaminhava para o altar, o Sumo Pontífice escorregou, sofreu um pequeno tombo, graças a Deus sem maiores consequências.
Ver apenas o que atrai o nosso olhar
Muito pouco ou quase nada das temáticas abordadas pelo Sumo Pontífice naquela oportunidade mereceram uma atenção devida, séria e responsável por parte significante da mídia. As palavras de Francisco não ecoaram quando abordaram o atual flagelo das drogas e da violência que mundialmente vitimam milhares de jovens, ou em sua reflexão sobre a atenção humanitária que milhões de irmãos e irmãs necessitam na condição de refugiados, ou seu apelo pela paz entre as pessoas, países e nações. Mas bastou um escorregão, um tropeço, uma queda, e o Papa tornou-se manchete.
Esse comportamento da mídia diz muito do que a nossa sociedade se tornou e do tipo de pessoas que corremos o risco de nos transformar, tendo por indicativo o que nos chama à atenção e atrai o nosso olhar, pois como afirmou Leonardo da Vinci, "os olhos são a janela da alma".
A quantidade, sem precedentes na história da humanidade, de acesso à informação tem nos afastado do conhecimento efetivo e profundo das coisas. Pode parecer paradoxal, mas é isso mesmo: vivenciamos uma era de muita informação e pouco conhecimento. Vamos de manchete em manchete, de títulos em títulos sem conseguirmos chegar ao termo, ao final das notícias.
E assim, nosso olhar para na superfície, no óbvio, no rótulo da realidade. De maneira metafórica, é como engordar segurando o pote de sorvete. Você vê o sabor, sente o gelado em suas mãos, até conta as calorias, mas não saboreia o conteúdo. E o mais grave: esse comportamento também torna-se extensivo à nossa relação com Deus.
Viver bem cada momento
Corremos o risco de vermos nascer uma geração que não vive nem mais o momento, mas o instante. Aquilo que, antes de ser, já não existe mais. Perde-se, assim, a oportunidade de maturação das experiências, da leitura das realidades, da acomodação das vitórias e fracassos inerentes à condição humana.
O filósofo Mário Sergio Cortella tem uma frase que é emblemática: "A vida é muito curta para ser pequena". A percepção limitada gera vivências limites. Um apequenamento do existir, que se expressa pela falta de sentido nas coisas, nas escolhas, nas relações e tragicamente na vida.
São Paulo escreveu: "Por que para mim, o viver é Cristo, o morrer é lucro" (Fp 1,21) Tudo que o apóstolo viveu, as lutas, as dificuldades, as perseguições, encontravam sentido em sua vida em Cristo. Qual tem sido a razão para o seu viver? Esse pode ser um tempo oportuno para reencontrar o significado que está para além da transitoriedade desta vida e assim, lançar um novo olhar sobre si mesmo e sobre o mundo.
Quando sobrevierem as dificuldades e incertezas, até mesmo as enfermidades, porque elas chegarão, quando aos olhos do mundo virarmos manchete, porque parecemos cair, assim como no episódio do Papa Francisco na JMJ da Polônia, poderemos dizer: " Sei em quem pus a minha confiança" (II Tm 1,12b).
"A vida é um instante entre duas eternidades." Santa Terezinha do Menino Jesus
A primavera traz o momento de celebrar a vida que venceu a morte
De repente, os dias ficam mais claros, o sol brilha mais forte e as flores despontam trazendo uma explosão de cores e aromas que contagiam a terra. Então, percebemos que já é primavera! Um bom momento para descobrirmos que a vida também é um constante renovar, entre perdas e ganhos que vão do semear ao florescer.
Aliás, a natureza é sábia, e conhecendo bem a importância de suas estações, procura vivenciá-las sem antecipar nem retardar nenhuma etapa. Como é belo compreender isso! Acredito que, por intermédio da contemplação da natureza, podemos também nos encontrar com o Criador e ser formados por Ele nos detalhes dos acontecimentos cotidianos.
Se observarmos as estações do ano, por exemplo, é fácil compará-las com a vida humana e com as transformações que esta nos proporciona, na qual perdas e ganhos, frio e calor, vida e morte, escuridão e brilho se entrelaçam dando sentido ao ciclo necessário da existência, que não nos permite parar em nenhuma etapa.
Quando o verão chega, é fácil perceber que o forte brilho do sol dá vida aos nossos sonhos, fazendo-nos ir mais longe do que imaginávamos. Até que, em certo momento, as cores se cansam e as folhas amareladas dão sinais de que as podas são necessárias. É o outono que nos visita, chamando-nos ao desapego. Nessa hora, pode ser que nos sintamos pobres e desprotegidos, então o inverno acena e convida-nos ao recolhimento, à reflexão, ao silêncio e à espera. Assim, o tempo passa e, quando tudo parece imóvel, a semente, que descansava na terra fria, vem para fora com um misto de fragilidade e força e, aos poucos, contagia a terra.
Quando isso acontece, é hora de celebrar, pois a primavera chegou e "a vida venceu a morte!" (cf. I Cor 15,55), e segue seu rumo numa constante passagem. Já que é assim, e sabendo que o momento presente é a única coisa que realmente temos, devemos aproveitá-lo bem, amando e levando alegria e cor à vida das pessoas. A boa notícia é que agir assim custa pouco. Então, que tal aproveitar o clima e partir para gestos concretos? Quem sabe, oferecer uma flor à pessoa que trabalha ou convive com você, até mesmo enviar um sinal de vida àqueles que estão distantes, desejando-lhes uma feliz primavera e falando o quanto eles lhe são caros.
Tenho a certeza de que gestos simples como esses podem transformar o dia de muita gente, e você encontrará felicidade ao fazer os outros felizes. Por isso, não perca tempo à espera de que alguém se lembre de você. Dê o primeiro passo. Desperte sua bondade e deixe-se envolver pelo amor divino, que já imprimiu em seu ser qualidades maravilhosas, talentos únicos e, principalmente, a grande capacidade de amar e promover o bem.
Contudo, se seu coração ainda está agarrado ao inverno, e o frio da solidão o faz sofrer, não desanime. Busque no alto a força de que precisa para ir além! A natureza ensina que, no processo de transformação pelo qual todos passamos, nunca estamos sozinhos. Aquele que nos fez e nos enviou ao mundo está conosco, contempla-nos passo a passo e nos dá a graça necessária para vencermos. É por isso que podemos florescer depois do inverno e deixarmos o outono levar o que já não nos pertence sem pararmos na dor.
Na natureza, a vida renasce enquanto ela se doa, conosco não é diferente. Coragem! A primavera está batendo à sua porta, deixe-a entrar e viva-a concretamente, doando o que você tem de melhor. Perdoe, acolha, sorria, abrace, vá ao encontro e ame! É tempo de exalar o perfume e a beleza que o Criador lhe deu.
"Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, para a casa de Simão e André. A sogra de Simão estava de cama, com febre, e eles logo contaram a Jesus. E ele se aproximou, segurou sua mão e ajudou-a a levantar-se. Então, a febre desapareceu; e ela começou a servi-los" ((Mc 1,29-31).
"Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai" (Misericordiae Vultus, 1). Muitos se aproximam d'Ele em busca de vida. Com palavras e gestos, Cristo devolvia o coração atribulado à vida em plenitude. Nenhum mal persistia diante da autoridade da Palavra que emanava de seus lábios. A misericórdia do Senhor revela em gestos concretos o amor do Pai. Um olhar, uma palavra, um gesto, um sorriso, um toque restabelecia a dignidade que outrora havia sido furtada pelas mazelas da vida.
Cristo tem, diante de si, a sogra de Simão, que estava acamada e com febre. O sofrimento da doença havia alcançado a vida daquela senhora. O coração de Jesus não se fez surdo ao ouvir o que lhe fora contado. Jesus revela, neste acontecimento, a misericórdia em três gestos de amor: aproximar, tocar e levantar. Tais gestos são terapêuticos e revelam a misericórdia de Deus no Filho pela ação do Espírito Santo.
Aproximar, tocar e levantar
Aproximar: Jesus se aproxima da sogra de Simão. Não tem medo do ser humano, mas quer estar junto, caminhar com todos, ser presença. O aproximar-se de Jesus indica que deseja estabelecer relação e fazer do encontro uma oportunidade única para exercer a misericórdia de modo pleno e transformador. Sempre se aproxima de quem sofre, dos enfermos do corpo e da alma, para adentar nos recônditos da alma para recuperar a saúde integral de toda pessoa. Muitos também desejam que nos aproximemos deles. No exemplo de Jesus Cristo, encontramos uma proposta espiritual para vivermos bem o Ano Santo da Misericórdia. Quem precisa de nossa proximidade? Onde se encontram as pessoas das quais precisamos nos aproximar? Como podemos superar as barreiras que nos impedem de dar o primeiro passo para que o encontro aconteça?
Tocar: O aproximar gera o toque. Jesus não se contenta somente em estar próximo, é preciso colocar o dedo nas feridas da alma, é necessário tocar as chagas dos sofredores e curar as dores da alma e do corpo. Todo encontro gera vida. Com Jesus, a vida é gerada na plenitude do Espírito. Jesus não tem medo da impureza que as leis decretavam. Na pauta do Seu amor, está como prioridade os gestos de misericórdia que inauguram na vida dos sofredores e desamparados o alvorecer de um novo tempo. Seu toque está impregnado da misericórdia do Pai. Ao tocar a alma e as chagas do corpo, o próprio Pai está ali no Filho e na unidade do Espírito Santo. A Trindade cura no amor as feridas do mal. Quando olhamos para nossa realidade, quais são os destinatários de nosso toque amoroso? Quando nos aproximamos de alguém, como tocamos a história de cada pessoa? Nosso aproximar-se das pessoas gera toques de vida, carinho e misericórdia ou aumenta ainda mais o fluxo de dor e sofrimento daqueles que já carregam na vida o fardo pesado das feridas ainda não cicatrizadas?
Levantar: Aproximando-se do sofrimento humano, Jesus toca as feridas do corpo e da alma, e levanta os que se encontram caídos ao longo do caminho da vida. A misericórdia do Senhor coloca em pé os caídos e restabelece a dignidade furtada. O toque restaurador do Senhor anima os de coração sofrido a estarem novamente de prontidão como sentinelas de um novo tempo inaugurado no amor divino. Muitos se encontram caídos à margem do caminho. Suplicam por gestos de misericórdia que lhes devolva a vida em plenitude. Somos nós os continuadores das obras do Senhor. O Reino de Deus continua a ser construído em cada gesto de amor que nos aproxima daqueles que sofrem. O aproximar-se das mazelas humanas leva-nos a tocar as feridas da vida com a delicadeza da misericórdia do Pai. Uma vez tocados pelo amor, todos se sentem animados a levantar-se e continuar sua caminhada de fé. A misericórdia produz vida e levanta os de coração caído.
Aproximar, tocar e levantar. Quem são, hoje, os destinatários desses gestos terapêuticos de misericórdia? Como podemos viver esse ensinamento no nosso dia a dia?