"Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, para a casa de Simão e André. A sogra de Simão estava de cama, com febre, e eles logo contaram a Jesus. E ele se aproximou, segurou sua mão e ajudou-a a levantar-se. Então, a febre desapareceu; e ela começou a servi-los" ((Mc 1,29-31).
"Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai" (Misericordiae Vultus, 1). Muitos se aproximam d'Ele em busca de vida. Com palavras e gestos, Cristo devolvia o coração atribulado à vida em plenitude. Nenhum mal persistia diante da autoridade da Palavra que emanava de seus lábios. A misericórdia do Senhor revela em gestos concretos o amor do Pai. Um olhar, uma palavra, um gesto, um sorriso, um toque restabelecia a dignidade que outrora havia sido furtada pelas mazelas da vida.
Cristo tem, diante de si, a sogra de Simão, que estava acamada e com febre. O sofrimento da doença havia alcançado a vida daquela senhora. O coração de Jesus não se fez surdo ao ouvir o que lhe fora contado. Jesus revela, neste acontecimento, a misericórdia em três gestos de amor: aproximar, tocar e levantar. Tais gestos são terapêuticos e revelam a misericórdia de Deus no Filho pela ação do Espírito Santo.
Aproximar, tocar e levantar
Aproximar: Jesus se aproxima da sogra de Simão. Não tem medo do ser humano, mas quer estar junto, caminhar com todos, ser presença. O aproximar-se de Jesus indica que deseja estabelecer relação e fazer do encontro uma oportunidade única para exercer a misericórdia de modo pleno e transformador. Sempre se aproxima de quem sofre, dos enfermos do corpo e da alma, para adentar nos recônditos da alma para recuperar a saúde integral de toda pessoa. Muitos também desejam que nos aproximemos deles. No exemplo de Jesus Cristo, encontramos uma proposta espiritual para vivermos bem o Ano Santo da Misericórdia. Quem precisa de nossa proximidade? Onde se encontram as pessoas das quais precisamos nos aproximar? Como podemos superar as barreiras que nos impedem de dar o primeiro passo para que o encontro aconteça?
Tocar: O aproximar gera o toque. Jesus não se contenta somente em estar próximo, é preciso colocar o dedo nas feridas da alma, é necessário tocar as chagas dos sofredores e curar as dores da alma e do corpo. Todo encontro gera vida. Com Jesus, a vida é gerada na plenitude do Espírito. Jesus não tem medo da impureza que as leis decretavam. Na pauta do Seu amor, está como prioridade os gestos de misericórdia que inauguram na vida dos sofredores e desamparados o alvorecer de um novo tempo. Seu toque está impregnado da misericórdia do Pai. Ao tocar a alma e as chagas do corpo, o próprio Pai está ali no Filho e na unidade do Espírito Santo. A Trindade cura no amor as feridas do mal. Quando olhamos para nossa realidade, quais são os destinatários de nosso toque amoroso? Quando nos aproximamos de alguém, como tocamos a história de cada pessoa? Nosso aproximar-se das pessoas gera toques de vida, carinho e misericórdia ou aumenta ainda mais o fluxo de dor e sofrimento daqueles que já carregam na vida o fardo pesado das feridas ainda não cicatrizadas?
Levantar: Aproximando-se do sofrimento humano, Jesus toca as feridas do corpo e da alma, e levanta os que se encontram caídos ao longo do caminho da vida. A misericórdia do Senhor coloca em pé os caídos e restabelece a dignidade furtada. O toque restaurador do Senhor anima os de coração sofrido a estarem novamente de prontidão como sentinelas de um novo tempo inaugurado no amor divino. Muitos se encontram caídos à margem do caminho. Suplicam por gestos de misericórdia que lhes devolva a vida em plenitude. Somos nós os continuadores das obras do Senhor. O Reino de Deus continua a ser construído em cada gesto de amor que nos aproxima daqueles que sofrem. O aproximar-se das mazelas humanas leva-nos a tocar as feridas da vida com a delicadeza da misericórdia do Pai. Uma vez tocados pelo amor, todos se sentem animados a levantar-se e continuar sua caminhada de fé. A misericórdia produz vida e levanta os de coração caído.
Aproximar, tocar e levantar. Quem são, hoje, os destinatários desses gestos terapêuticos de misericórdia? Como podemos viver esse ensinamento no nosso dia a dia?
"Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades" (Tio Ben)
A frase acima é retirada do universo da Marvel e é dita em um momento capital, pouco antes de sua morte, pelo tio Ben, ao Peter Parker, que havia se tornado o Homem Aranha. A partir dali, o herói compreenderia toda a complexa realidade de ter superpoderes.
Guardadas as proporções, há muita semelhança desse episódio do mundo fantástico com a realidade de milhares, quiçá milhões de jovens, que poderão, se assim o quiserem, comparecer às urnas pela primeira vez neste ano de 2016.
Foto: Copyright: rkankaro
O que motivaria um jovem a votar diante do atual cenário político brasileiro, diante de tantas situações suspeitas ou já comprovadas de esquemas, negociatas, desvios promovidos por agentes públicos, que eleitos foram para representar os que os elegeram? Quando máximas populares como "todo político é ladrão" vão parecendo cada vez mais irrefutáveis, onde encontrar motivação para o voto?
Votar e acompanhar os políticos ativamente
A primeira coisa a assumir é que o voto é uma ação ativa e não passiva, ou seja, é própria de quem é protagonista e não coadjuvante. Desde sua origem etimológica, do latim votus, cujo significado é "promessa, desejo", o voto significa a adesão a uma ideia, a um modelo, a uma concepção, representando a vinculação do eleitor, o seu desejo para seu município, Estado ou país. É exatamente essa uma das grandes características que assinalam e caracterizam a juventude: a capacidade de sensibilizar-se frente às necessidades da realidade e de comprometer-se com um ideal de mudança, pois no jovem está impresso o desejo de ser protagonista, nunca coadjuvante.
Essa possibilidade foi assegurada pela Constituição de 1988, e dentre tantas inovações e avanços sociais e políticos que a identificam, passou a ser chamada de "Constituição cidadã", no artigo 14, § 1º, que faculta o voto aos maiores de dezesseis e menores de 18 anos. Dá-se a conquista de um importante direito: o de influir diretamente nos rumos da nação.
Neste instante, aos jovens também se propõe uma extraordinária responsabilidade: o de se posicionar, ter um lado, explicitar as suas convicções, anseios, sonhos e desejos para o mundo em que está inserido. É disso que se trata o voto. É uma ação de quem se importa. É uma oportunidade ímpar de sair de si em direção ao bem de todos.
E se o candidato eleito se revelar um corrupto? E se aquele a quem destinei meu voto não for eleito? Terei eu perdido meu tempo e meu voto? Essas e tantas outras indagações poderiam fragilizar o desejo e a disposição para votar. Mas esse é o ponto: o voto é apenas a ação final de um longo e perene processo de consciência social, ético e moral, desenvolvido no âmbito da subjetividade e que vai para além da eleição. Aspectos que passam a constituir definitivamente a personalidade daqueles que trilham esse caminho.
A importância de exercer o voto
Dentro do sistema democrático, quando eu não exerço o meu voto, acabo por terceirizar as decisões que implicarão diretamente em minha vida. Pode ser que você demore a encontrar o candidato que expresse as suas convicções, mas ele existe. Procure, leia, aplique-se em votar com a coerência de sua consciência. Certa vez, escreveu Mahatma Gandhi: "Seja a mudança que você quer ver no mundo". Não podemos nos calar diante dessa verdade que se impõe.
A propósito, o conselho que tio Ben deu ao Homem Aranha já tinha sido nos dado, há muito tempo, por alguém que não apenas era sábio, mas a fonte da sabedoria:
"Daqueles a quem foi confiado muito, muito mais será pedido." (Lucas 12,48)
O poder de transformador das palavras quando pronunciadas com amor
Queria falar para você sobre o poder da palavra. A palavra do amor, exercitada no cotidiano. Há palavras de amor como: "Seja bem-vindo!"; "Estava com saudade"; "Te amo tanto!"; "Que bom que você está aqui!"… São pequenas palavras de amor, mas que têm o poder de fazer as pessoas melhores.
Palavras de amor na relação entre pais e filhos. Como os jovens e crianças estão carentes dessas palavras; os filhos aprendem com os pais as palavras amorosas, com a pessoa que trabalham em casa, com as gentilezas.
A palavra tem o poder de fazer uma pessoa acreditar nela mesma, fazendo-a recuperar a alegria.
Há também palavras de desamor, as quais são um veneno e trazem a maldição para vida das pessoas.
A palavra que tem poder quando usada com amor também destrói quando é usada com desamor, dizemos coisas que destroem as pessoas. Há palavras de desamor como: "Você não serve para nada!", "Não te perdoo!"; "Eu te odeio!"…
Em alguns lugares é fácil dizer palavras de amor, especialmente quando se deseja impressionar; o desafio é encher-se de palavras de amor e levá-las para os lugares que você vive a maior parte do seu tempo, como o trabalho. Todos os dias você tem o poder de destruir e de construir as pessoas.
Outro tipo de palavra é a palavra de indiferença, que não é nem palavra de amor e nem desamor. Muitas vezes, você trabalha em um consultório médico, as pessoas chegam preocupadas e você é indiferente. Cristão não pode ser indiferente! Este é o mal do século, porque as pessoas estão transformando tudo em "Eu", tudo é "Para mim…".
Não existe filho de Deus de segunda categoria; você é filho de Deus de primeira categoria! Você não é pequeno, nem incapaz, mesmo que pessoas tenham dito palavras de desamor para você.
Pessoas precisam de palavras de amor
Todos nós somos carentes e não precisamos de palavras de desamor, precisamos de palavras de amor. Dentro de nós, muitas vezes, há uma grande tempestade, mas do meio dessa agitação vem Jesus nos falar palavras de amor. Deus nos cerca com palavras amorosas. Por isso, não use palavras de desamor e de indiferença.
Permita-se ser um espelho de amor, transborde-o [amor] com gestos e palavras; mas para isso você precisa sentir o amor maior, que é o amor de Deus.
Falando sobre o poder da palavra, pegando este mesmo conceito "palavra de amor, de desamor e de indiferença", um grego diz que devemos pensar em três palavras antes dizer algo:
Credibilidade: se eu for um mentiroso as pessoas não vão acreditar em mim. Nós não devemos mentir para ter credibilidade.
Fragilidade: quando uso palavras de amor para chegar ao ponto fraco do outro. Todos nós temos um ponto fraco, ou seja, o nosso lugar frágil; jamais podemos fazer do ponto fraco do outro motivo de humilhação, pois tudo que humilha o outro não edifica.
Razão: é se preparar para levar a palavra, ter discernimento para saber o que a pessoa precisa ouvir. Pense um pouco na palavra de desamor que você profere: "Não gosto de gente assim!"; "Você não me agrada!"; "Saia daqui!"; "Eu te odeio!"…
Hoje peça aos anjos para retirar de você todas estas palavras negativas e tome mais cuidado com o que vai dizer.
Hoje, alarmante o aumento do número de pessoas que recorrem ao chamado "suicídio assistido"
No dia 01/11/2014, nos Estados Unidos, Brittany Maynard, uma jovem americana, 29 anos, com um câncer no cérebro, decidiu tomar um comprimido para se suicidar com autorização do Estado.
Lamentavelmente, a sociedade "eficiente" de hoje tende a marginalizar os irmãos vulneráveis, especialmente as pessoas de idade avançada, como se elas fossem só um "peso" e um "problema para a sociedade". Muitas delas são induzidas a praticar o suicídio. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
A fonte "Forum Libertas" informa que "o turismo do suicídio duplicou, na Suíça, nos 4 anos (2008-2012), "um total de 611 residentes de 31 países receberam ajuda para morrer na Suíça nesses anos. Foram 268 alemães, 126 britânicos, 66 franceses, 44 italianos, 21 americanos, 14 austríacos, 12 canadenses, 8 espanhóis, vários israelenses e algumas pessoas de outras nacionalidades".
Suicídio assistido
O suicídio é causa comum de morte entre jovens, de acordo com dados do Instituto Nacional de Saúde Mental norte-americano. Na Suíça, uma decisão da Suprema Corte abriu o caminho para a legalização da assistência ao suicídio até de pacientes mentalmente doentes. O país já permite legalmente o suicídio assistido para outros tipos de pacientes com uma ampla faixa de doenças e incapacidades físicas. O Estado ateu e laicista incentiva a morte de pessoas "improdutivas".
A partir dessa decisão, o homem passa a ocupar o lugar de Deus como senhor da vida e da morte. Voltamos ao pecado dos anjos maus e de Adão e Eva, que queriam "ser como deuses". Abrem-se as portas para a queda livre no abismo da "cultura da morte". Será que a morte pode ser solução para os problemas da vida?
A Igreja sempre ensinou que não somos proprietários da nossa vida, mas sim Deus, por isso não podemos pôr fim a ela. Em nosso tempo, a vida só tem valor enquanto o ser humano é produtivo, enquanto está feliz, bonito e saudável. Quando estamos perto da morte, a vida perde o seu valor para aqueles que não creem na vida eterna, na possibilidade da salvação da alma da pessoa, ainda que seja no sofrimento dos últimos dias de vida. Muitos se salvam na hora da morte natural, mediante um arrependimento sincero de seus pecados. Quantos decidiram chamar um padre para se confessar nos últimos momentos de vida! O suicídio pode impedir a salvação.
A vida é dom
A Igreja sempre defendeu e ensinou que a vida humana é sagrada: "A vida humana é sagrada, porque, na sua origem, ela encerra a ação criadora de Deus e permanece para sempre numa relação especial com o Criador, seu único fim. Só Deus é o dono da vida, do começo ao fim; ninguém, em nenhuma circunstância, pode reivindicar para si o direito de destruir diretamente um ser humano inocente" (Congregação da Doutrina da Fé, Donum Vitae, 5, 1988).
Na Carta Encíclica Evangelium Vitae, sobre o valor da vida e a inviolabilidade da vida humana (1995), o Papa João Paulo II afirmou que "a vida é um dom divino", daí ter "um caráter sagrado e inviolável no qual se reflete a própria inviolabilidade do Criador". "O Criador confiou a vida do homem à sua solicitude responsável, não para que disponha arbitrariamente dela, mas a guarde com sabedoria e administre com fidelidade" (n° 76, 2° parágrafo).
João Paulo II disse que "o homem vive hoje com se Deus não existisse". E o ateísmo, teórico ou prático, continua implantando no mundo a "cultura da morte".
A Igreja sempre ensinou que "cada um é responsável por sua vida diante de Deus, pois Ele é sempre o único e soberano Senhor dela. Devemos receber a vida com reconhecimento e preservá-la para honra d'Ele e salvação de nossas almas. Somos os administradores e não os proprietários da vida que Deus nos confiou. Não podemos dispor dela". (Cat. §2280)
"O suicídio contradiz a inclinação natural do ser humano a conservar e perpetuar a própria vida. É gravemente contrário ao justo amor de si mesmo. Ofende igualmente ao amor do próximo, porque rompe os vínculos de solidariedade com as sociedades familiar, nacional e humana, às quais nos ligam muitas obrigações. O suicídio é contrário ao amor do Deus vivo" (Cat. §2281). O suicídio rompe a comunhão com as pessoas amadas da família. E, muitas vezes, a família pode ficar desamparada com a morte do pai ou da mãe.
Suicídio é o fim inesperado da vida
Cooperar com o suicídio de alguém é também falta grave. A Igreja reconhece que as motivações ao suicídio podem ser complexas. Não podemos dizer que aquele que se suicidou esteja condenado por Deus. "Distúrbios psíquicos graves, a angústia ou o medo grave da provação, do sofrimento ou da tortura podem diminuir a responsabilidade do suicida". (Cat. §2282)
"Não se deve desesperar da salvação das pessoas que se mataram. Deus pode, por caminhos que só Ele conhece, dar-lhes ocasião de um arrependimento salutar. A Igreja ora pelas pessoas que atentaram contra a própria vida." (Cat. §2283)
Infelizmente, alguns filósofos ateus propunham, e ainda propõem, essa prática [suicídio] diante de uma vida que consideram um absurdo e sem sentido. "A vida humana, por mais debilitada e fraca que seja, é um belo dom de Deus", ensinava o saudoso Papa João Paulo II; e de forma alguma pode ser eliminada pela pessoa.
Graças a Cristo, o sofrimento e a morte cristã tem um sentido positivo. "Para mim, a vida é Cristo, e morrer é lucro" (Fl 1,21). "Fiel é esta palavra: se com Ele morremos, com Ele viveremos" (2Tm 1,11). O nosso sofrimento é salvífico. "Completo na minha carne o que falta à paixão de Cristo no seu corpo que é a Igreja" (Col 1,24). O cristão, quando sofre e oferece seu sofrimento a Deus, está salvando o mundo com Cristo.
O nosso Catecismo ensina: "A morte é o fim da peregrinação terrestre do homem, do tempo de graça e de misericórdia que Deus lhe oferece para realizar sua vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir seu destino último.
Quando tiver terminado "o único curso de nossa vida terrestre", não voltaremos mais a outras vidas terrestres. "Os homens devem morrer uma só vez" (Hb 9,27). Não existe "reencarnação" depois da morte" (n.1013).
O homem traz em si a agressividade, o impulso por batalhar, o coração de guerreiro
Nosso Deus é um Deus guerreiro. Essa é uma característica forte Nele e sua morte de Cruz comprova isto. Para se entregar da forma como Cristo se entregou só um verdadeiro herói poderia ir até o fim. Somos imagem e semelhança desse Deus e, nós homens, de forma especial, somos chamados por Deus a assumir o papel de guerreiros na luta por causas justas.
No primeiro livro de Samuel, capítulo 17, é dado início a história de Davi. Davi era o oitavo filho de Jessé, mais novo e menos preparado para ir à guerra, menos ainda para reinar sobre Israel. Ao ir até o acampamento do exército israelita, o jovem se depara com o Filisteu Golias que está amedrontando as tropas do Rei Saul, pois ninguém tinha coragem de lutar contra ele.
Este trecho da história Davi externaliza sua força, sua inteligência e disposição em lutar por aquilo que para ele é importante. Davi revela-se um guerreiro. Mas não um guerreiro qualquer, ele nos mostra que não basta a um homem ser forte, ele precisa usar sua força em causas nobres. Davi não entra na batalha para ser reconhecido, mas luta por seu povo e pela honra do seu Deus.
Hora da batalha
Jesus sabia muito bem quando deveria entrar em uma batalha e não temia usar sua força, se necessário. Quando está no templo de Jerusalém e se depara com um comércio montado, sua ação é expulsar todos e derrubar as mesas (Cf. Mt 21, 12). Jesus lutou pela casa de seu Pai, sua intenção era nos ensinar que há certas batalhas que o homem precisa travar. Da mesma forma, no capítulo 4 do Evangelho de São Lucas 14 – 30, Jesus está na sinagoga de Nazaré, no fim dessa leitura vemos que Jesus se retira do meio do povo que deseja lançá-Lo em um precipício. Um guerreiro sabe também evitar batalhas desnecessárias.
O homem traz em si a agressividade, o impulso por batalhar, o coração de guerreiro. Isso não é algo ruim, porém hoje não temos referências com quem possamos aprender a usar essa potência de forma positiva. Vemos esse dom perdendo o seu sentido e nossa sociedade está cheia de homens que se confundem em sua identidade, deixando-se dominar por prazeres e conquistas pequenas. Papa Bento XVI diz: "Deus veio ao mundo para despertar em nós a sede pelas grandes coisas".
Ele precisa ter firme em sua mente que Deus deseja estar junto com ele nas batalhas. Mas, nos ensinam por aí que somos fracos, que não conseguimos. Como então encontrar um meio de usar nossa força de forma boa? O Pai quer nos treinar para isso, Ele quer nos dar motivos fortes para usarmos essa força, motivos nobres. O Salmo 144, 1 diz: "Bendito seja o Senhor, meu rochedo, que treina minhas mãos para a batalha, meus dedos para o combate". Sim, Deus quer nos treinar para usar a nossa força quando for preciso. O homem tem desistido de suas batalhas e com isso toda a humanidade perde. Um casamento, por exemplo, é um motivo pelo qual todo homem precisa estar disposto a batalhar e assim também por seus filhos, amigos, por sua fé.
Legado de pai para filho
Na história da humanidade esse legado era transmitido de pais para filhos. Era com seu pai que um jovem aprendia como usar sua força. Houve uma ruptura nesse ciclo e os pais de hoje não sabem como ensinar seus garotos a assumirem seu papel de homem, pois também não tiveram esse aprendizado. A nós, cabe buscar em Deus a referência que precisamos. Deus é nosso Pai e Ele quer nos treinar, quer nos fazer homens com toda a potencialidade que Ele criou.
Para que possamos nos encontrar em nossa identidade masculina é preciso que, antes, nos encontremos no coração do Pai, no coração de Deus. Se, primeiro, provarmos da experiência de que somos filhos amados de Deus, poderemos assumir a nossa identidade e com isso retomar o ciclo de pais, que são verdadeiramente pais, e filhos que se sentem filhos.
Somente no coração de Deus conseguiremos encontrar o caminho que nos restituirá ao que realmente somos, homens guerreiros.
A astrologia pode ser maléfica para quem tem o costume de ler e acreditar nas previsões astrológicas
A astrologia pretende prever o comportamento e o destino das pessoas a partir da posição ocupada pelos astros no momento do seu nascimento. Antigamente, os babilônios, assírios, caldeus (2.500 anos a.C.) e outros povos acreditavam que os astros eram deuses ou demônios, por isso influenciavam na vida das pessoas. Os homens, por ignorância, julgavam-se totalmente dependentes das forças da natureza. Os antigos transferiam aos planetas os poderes dos deuses do Panteon grego. Por exemplo, o planeta mais belo foi identificado como Vênus e considerado bom, e assim por diante; de modo que Mercúrio, Júpiter entre outros eram considerados deuses.
Na época em que a astrologia começou a ser cultivada, os homens sabiam muito pouco a respeito do sistema solar e dos astros em geral. Imaginavam a existência do Zodíaco, que seria uma faixa ou anel que cercaria a Terra, onde se moviam o Sol, a Lua e os planetas maiores e menores; e a circunferência desse anel imaginário de 360º estaria dividida em doze segmentos de 30º cada um. Em cada um desses segmentos, existiria um compartimento chamado "casa do horóscopo", cada um tendo um símbolo (sinais do zodíaco), denominados: Carneiro, Touro, Gêmeos (irmãos), Câncer (caranguejo), Leão, Virgem, Balança, Escorpião, Arqueiro (Sagitário), Capricórnio (cabra ou cauda de peixe), Aquário e Peixes.
A astrologia é maléfica
Evidentemente, trata-se de uma idolatria, proibida pela Palavra de Deus (cf. Dt 18,10-12), e sem qualquer fundamentação científica; é pura superstição. A astrologia é maléfica, porque incute nas pessoas uma mentalidade fatalista e alienante, que é nociva ao homem e destruidora da personalidade; supõe uma mentalidade mitológica e uma realidade cósmica superada. Isso nega a liberdade do homem e a soberana onipotência de Deus. Essa crença pode gerar até perturbações mentais, depressões nervosas, inimizades e até suicídios. Por isso, a Sociedade Americana de Estudos Psicológicos e Sociais publicou a seguinte declaração oficial:
"Os psicólogos não veem indício de que a astrologia tenha valor como indicação do passado ou do futuro para a vida de alguém. Por conseguinte, essa sociedade lamenta a adesão de grande parte do público a uma prática mágica que não consta com o mínimo apoio de fatos científicos". (Revista PR, Nº. 266; Ano 1983 – Pág. 49.)
A revista Science et Vie, de janeiro 1994, pp. 60s, apresentou um artigo de Gérald Messadié, intitulado "Les Preuves que les horoscopes abrègent la vie" (As Provas de que os horóscopos abreviam a vida). Essa afirmação, por mais surpreendente que seja, resulta de uma pesquisa feita em San Diego (Califórnia, USA) junto a 28 mil cidadãos de origem chinesa. Essa importante pesquisa realizada entre a população de origem chinesa residente na Califórnia (USA) levou à conclusão de que os chineses, que creem nas sentenças do horóscopo chinês (um pouco diferente da astrologia ocidental), têm a sua vida abreviada por causa de suas suposições e sugestionabilidades (Revista PR, nº 384; Ano 1994; pág. 207).
As incoerências científicas da astrologia são claras. Ela baseia-se na astronomia de Ptolomeu, do Egito, século II, que acreditava que a Terra era o centro do sistema solar (erro grave) e que este contava com apenas sete planetas, entre eles o sol; quando sabemos que há mais planetas. Os pressupostos científicos da astrologia e do horóscopo estão todos ultrapassados. As análises baseiam-se na existência das "casas do horóscopo" ou dos "compartimentos do zodíaco", que é algo arbitrário e irreal. Os sinais do Zodíaco não são unidades cosmológicas. As figuras, os sinais, as casas e os ângulos dos mapas da astrologia não existem na realidade, são imaginários. O tal retângulo "Grande Urso" também não existe no espaço. E assim há muitos erros de astronomia e de astrofísica que qualquer estudante dessas matérias sabe mostrar.
A astrologia é uma fantasia
Além disso, a astrologia leva em conta apenas uma constelação de astros, sendo que no universo há uma infinidade de outros astros. Por que se desprezam os demais? Só uma pequena quantidade de astros influi na vida das pessoas? Às vezes, as previsões dos astrólogos ocorrem por mera coincidência; e na maioria delas, falham, como a imprensa já exibiu muitas vezes. Quantas previsões foram totalmente falsas!
Se a astrologia fosse verdadeira, não haveria desigualdade de "sorte" de crianças nascidas no mesmo lugar e no mesmo instante, especialmente os gêmeos. Um exemplo clássico é o dos gêmeos da Bíblia, Esaú e Jacó, filhos de Isaac e Rebeca (Gênese 25,19ss), que tiveram vidas completamente diferentes.
A astrologia é anticientífica, fantasiosa e primitiva, por isso não é aceita pelos astrônomos e astrofísicos sérios. Estudei um pouco de Astrofísica durante o doutorado no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), em São José dos Campos (SP); em nenhum dos periódicos dessa disciplina, encontrei qualquer artigo que validasse os princípios da astrologia.
A revista francesa "Science et Avenir", janeiro 1998, pp. 52s, publicou um artigo de Gilles Moine intitulado "Pour en finir avec l'Astrologie…" ("Para acabar com a Astrologia…"). Um conteúdo de alto nível científico que mostra sete erros científicos crassos da astrologia. (PR 139/1971, pp. 308-318.; PR 116/1969, pp. 329-341)
O Professor Marcelo Gleiser, que leciona Física Teórica no Dartmouth College (EUA), escreveu um artigo que foi publicado, na Folha de São Paulo, aos 26 de julho de 2002, no qual ele faz um histórico da astrologia e mostra que esta não pode ser tida como ciência nem ser regulamentada para dar suporte à pretensa profissão de astrólogo, como alguém já tentou junto ao Congresso Nacional.
Erros presentes na astrologia
O Professor Dr. Fernando de Mello Gomide, ex-docente do ITA de São José dos Campos (SP) e pesquisador do Instituto de Ciências Exatas e Naturais da Universidade Católica de Petrópolis (RJ), em um artigo publicado na Revista Pergunte e Responderemos (Nº 374; Ano 1993; pág. 290) também revela os erros graves da astrologia; veja alguns exemplos:
– Andrew Fraknoi, da "Astronomical Society of the Pacific", relata investigações estatísticas realizadas que negam a existência de efeitos causais entre os astros e os fatos humanos.
– Bernar Silverman, psicólogo da Universidade do Estado de Michigan (USA), analisou as datas de nascimento de 2.978 casais em vias de casamento e outros 478 a caminho do divórcio. Ele comparou as predições astrológicas com os dados reais e não achou confirmação alguma.
– John McGervey, físico da "Case Western Reserve University", analisou aniversários e biografias de 6.000 políticos e de 17.000 cientistas, a fim de ver se estas profissões se agrupavam em torno de certos signos, conforme as predições dos astrólogos. Mcgervey verificou que ambos os grupos se distribuíam em torno dos signos, de modo completamente aleatório.
– Michel Gauquelin, estatístico francês, enviou o horóscopo de um dos piores assassinos da França a 150 pessoas, perguntando como elas se encaixavam no dito horóscopo, não revelando obviamente a origem dele. Resultado: 94% das pessoas se reconheciam ali descritas.
– Roger Culver e Philip lanna, ambos astrônomos, analisaram 3.000 predições astrológicas publicadas por conhecidos astrólogos e organizações astrológicas durante cinco anos. Essas profecias se referiam a personagens famosos, como artistas de cinema e políticos. Os astrônomos verificaram que apenas 10% das previsões podiam ser aceitas.
O que dizem os santos?
A Tradição da Igreja, especialmente dos Santos Padres, refuta fortemente a crença na astrologia.
Tertuliano (†220) – Diz que a astrologia tende à idolatria, sendo uma invenção dos demônios. ("Da Idolatria", IX).
São Gregório Nazianzeno († 390) – Diz que a astrologia é perigosa para muitos e condena os horóscopos (Em Louvor do Irmão Cesário).
São Cirilo de Jerusalém, doutor da Igreja (†386): "Nós não vivemos segundo os horóscopos e a conjunção dos astros, como os astrólogos delirantemente acreditam". "Não devemos dar crédito aos astrólogos, pois deles disse a Sagrada Escritura" [confira: Isaías 47: 13] (Sobre a Penitência).
São Gregório de Nissa, doutor da Igreja (†394) – Defende o livre-arbítrio contra o fatalismo astrológico. Reduz ao absurdo a ideia de que a posição das estrelas no nascimento determina o destino dos homens (Johannes Quasten).
São João Crisóstomo, doutor da Igreja (†407) – diz que as profecias dos astrólogos são produtos do demônio. Argumenta contra aqueles que acham as previsões astrológicas bem sucedidas nos seguintes termos: quem abandona a fé e se entrega aos astrólogos, leva os demônios a dispor dos fatos a fim de que aconteçam para o agrado dessas pessoas. Diz ainda que a astrologia é uma doutrina perversa. (Homilia 75 sobre o Evangelho de São Mateus)
Santo Agostinho, doutor da Igreja (†430) já condenava a astrologia, ensinando que se Deus agisse pelos astros, Ele seria mau; o que é uma blasfêmia: "Os astrólogos dizem: a causa inevitável do pecado vem do céu; Saturno e Marte são os responsáveis. Assim isentam o homem de toda falta e atribuem as culpas ao Criador, Áquele que rege os céus e os astros" ("Confissões", I, IV, c. 3). Ele afirma também que se libertou dos grilhões da astrologia após sua conversão. E propõe argumentos contra os horóscopos tirados das experiências de amigos e cita o caso dos gêmeos Esaú e Jacó (Gn 25, 19-28) ("Confissões", L. VII).
São João Damasceno, doutor da Igreja (†749) – Nega o princípio de causalidade astrológico.
Como falar da escolha da profissão com os filhos diante de tantas possibilidades
Falar de escolhas, no mundo de hoje, com tantas alternativas e crises, é algo complexo. Para uma família orientar os filhos sobre a melhor profissão fica ainda mais complicado, porque, além desse cenário externo, é preciso levar em conta o contexto interno de cada filho. Para isso, os pais precisam ajudá-los na descoberta de seu potencial (perfil) e como otimizá-lo no mercado de trabalho.
Não existe receita, mas algumas dicas podem ajudar neste momento de ansiedade e incerteza. Pode ser um tempo produtivo, e os questionamentos ajudam na reflexão de uma escolha importante. Ao contrário do que muitos pensam, a escolha da profissão pode não ser para a vida toda. Essa escolha faz parte do projeto de vida, porém não define a carreira das pessoas. Outras escolhas podem ser acrescidas ao longo desse processo para mudar ou adaptar o percurso inicial. Entretanto, essas ponderações não podem impelir o jovem a se acomodar ou ter uma postura de deixar a "vida o levar". Ele precisa buscar o autoconhecimento e as possibilidades do mercado atual e futuro. Conhecer-se e conhecer os ambientes onde vai atuar facilita na escolha de várias opções profissionais.
O contexto familiar é o espaço importante para essas discussões, pois os pais conhecem os filhos e podem ajudá-los. Porém, cuidado para não atrapalhar, encaminhando para decisões que atendam as frustrações não realizadas pelos pais ou visando apenas a questão financeira. O diálogo é importante para ouvir as preocupações e interesses que possam ajudar na decisão.
O período escolar é importante para o jovem ver com quais matérias e assuntos mais se identifica, e conversar com os professores sobre como utilizar isso na vida corporativa ou pessoal. Ajude seu filho a buscar o maior número de informações possíveis, no entanto, não faça a tarefa por ele.
Muitas vezes, os jovens idealizam a carreira, pois enxergam apenas o bônus de determinadas profissões e não focam no ônus que todas elas trazem. Por exemplo, a carreira do jogador de futebol de sucesso, com altos salários, prestígio e poder social, exige muitas horas de treinamento, viagens constantes e muitas renúncias na vida física, social e pessoal. Uma forma de ajudar é propiciar condições para que seu filho conheça as vantagens e desvantagens para um escolha consciente.
Conhecer as atividades desenvolvidas por cada profissão
Uma dica importante é levar os filhos para conversar com profissionais de diferentes atuações e, se possível, também visitar lugares que mostram a profissão pretendida na prática. Isso ajuda a quebrar tabus e ilusões sobre determinadas profissões.
Outra alternativa é levar o jovem num profissional que, de uma forma técnica, vai buscar identificar aptidões e cruzar com as alternativas de mercado, fornecendo orientação para o perfil sem pressões.
Os pais precisam tomar cuidado para não pressionar demais, como se a escolha da profissão fosse caso de vida ou morte. E se, no decorrer do curso, o filho quiser mudar de curso, reflita e tome a melhor decisão para reduzir as consequências futuras. Trabalhe sua paciência, pois a precipitação pode acarretar danos na vida psicológica e profissional do seu filho.
Decidir por uma profissão é umas das maiores escolhas que fazemos na vida, portanto, deve ser feita de forma ponderada e sem pressões, para que seja uma boa escolha.