8 de setembro de 2016

Como auxiliar o filho na escolha da profissão

Como falar da escolha da profissão com os filhos diante de tantas possibilidades

Falar de escolhas, no mundo de hoje, com tantas alternativas e crises, é algo complexo. Para uma família orientar os filhos sobre a melhor profissão fica ainda mais complicado, porque, além desse cenário externo, é preciso levar em conta o contexto interno de cada filho. Para isso, os pais precisam ajudá-los na descoberta de seu potencial (perfil) e como otimizá-lo no mercado de trabalho.

Não existe receita, mas algumas dicas podem ajudar neste momento de ansiedade e incerteza. Pode ser um tempo produtivo, e os questionamentos ajudam na reflexão de uma escolha importante. Ao contrário do que muitos pensam, a escolha da profissão pode não ser para a vida toda. Essa escolha faz parte do projeto de vida, porém não define a carreira das pessoas. Outras escolhas podem ser acrescidas ao longo desse processo para mudar ou adaptar o percurso inicial. Entretanto, essas ponderações não podem impelir o jovem a se acomodar ou ter uma postura de deixar a "vida o levar". Ele precisa buscar o autoconhecimento e as possibilidades do mercado atual e futuro. Conhecer-se e conhecer os ambientes onde vai atuar facilita na escolha de várias opções profissionais.

Como auxiliar o filho na escolha da profissãoFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

A importância da família na hora da decisão

O contexto familiar é o espaço importante para essas discussões, pois os pais conhecem os filhos e podem ajudá-los. Porém, cuidado para não atrapalhar, encaminhando para decisões que atendam as frustrações não realizadas pelos pais ou visando apenas a questão financeira. O diálogo é importante para ouvir as preocupações e interesses que possam ajudar na decisão.

O período escolar é importante para o jovem ver com quais matérias e assuntos mais se identifica, e conversar com os professores sobre como utilizar isso na vida corporativa ou pessoal. Ajude seu filho a buscar o maior número de informações possíveis, no entanto, não faça a tarefa por ele.

Muitas vezes, os jovens idealizam a carreira, pois enxergam apenas o bônus de determinadas profissões e não focam no ônus que todas elas trazem. Por exemplo, a carreira do jogador de futebol de sucesso, com altos salários, prestígio e poder social, exige muitas horas de treinamento, viagens constantes e muitas renúncias na vida física, social e pessoal. Uma forma de ajudar é propiciar condições para que seu filho conheça as vantagens e desvantagens para um escolha consciente.


Conhecer as atividades desenvolvidas por cada profissão

Uma dica importante é levar os filhos para conversar com profissionais de diferentes atuações e, se possível, também visitar lugares que mostram a profissão pretendida na prática. Isso ajuda a quebrar tabus e ilusões sobre determinadas profissões.

Outra alternativa é levar o jovem num profissional que, de uma forma técnica, vai buscar identificar aptidões e cruzar com as alternativas de mercado, fornecendo orientação para o perfil sem pressões.

Os pais precisam tomar cuidado para não pressionar demais, como se a escolha da profissão fosse caso de vida ou morte. E se, no decorrer do curso, o filho quiser mudar de curso, reflita e tome a melhor decisão para reduzir as consequências futuras. Trabalhe sua paciência, pois a precipitação pode acarretar danos na vida psicológica e profissional do seu filho.

Decidir por uma profissão é umas das maiores escolhas que fazemos na vida, portanto, deve ser feita de forma ponderada e sem pressões, para que seja uma boa escolha.



Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais.

Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/auxiliar-o-filho-na-escolha-da-profissao/

5 de setembro de 2016

Aborto: Carta de Madre Teresa

O aborto é criticado por Madre Teresa

(…) Eu sinto que o grande destruidor da paz é o aborto, porque ele é uma guerra contra a criança, uma matança direta de crianças inocentes, assassinadas pela própria mãe. E se nós aceitamos que uma mãe pode matar seu próprio filho, como é que nós podemos dizer às outras pessoas para não se matarem? Como é que nós vamos persuadir uma mulher a não fazer o aborto? Como sempre, devemos persuadi-la com amor e nos lembrar que amor significa estar disposto a doar-se até que machuque. Jesus deu Sua vida por amor a nós.

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Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Assim, a mãe que pensa em abortar deve ser ajudada a amar, ou seja, a doar-se até que machuque seus planos, ou seu tempo livre, a fim de respeitar a vida de seu filho. O pai dessa criança, quem quer que ele seja, deve também doar-se até que se machuque. Por meio do aborto, a mãe não aprende a amar, mas mata seu próprio filho para resolver seus problemas. Por meio do aborto, ela diz ao pai que ele não tem que ter nenhuma responsabilidade pela criança que ele trouxe ao mundo. Esse pai, provavelmente, vai colocar outras mulheres na mesma situação. Logo, o aborto apenas traz mais aborto.

Qualquer país que aceite o aborto não está ensinando seu povo a amar, mas a usar de qualquer violência para conseguir o que quer. É por isso que o maior destruidor do amor e da paz é o aborto.

Muitas pessoas são muito, muito preocupadas com as crianças da Índia, com as crianças da África onde muitas delas morrem de fome etc. Muitas pessoas também são preocupadas com toda a violência nos Estados Unidos. Essas preocupações são muito boas, mas, frequentemente, essas mesmas pessoas não estão preocupadas com os milhões que estão sendo mortos pela decisão deliberada de suas próprias mães. E isso é o maior destruidor da paz, hoje, porque coloca as pessoas em tal cegueira. Por causa disso, eu apelo à Índia e a todos os lugares: vamos resgatar as crianças, porque elas são dons de Deus para a família.

Cada criança é criada à imagem e semelhança de Deus para grandes coisas,— para amar e ser amada. Devemos trazer a criança de volta ao centro de nosso cuidado e preocupação. Essa é a única maneira pela qual nosso mundo pode sobreviver, porque nossas crianças são a única esperança do futuro. Quando as pessoas mais velhas são chamadas para Deus, somente seus filhos podem tomar seus lugares.

Deus nos diz: ""Mesmo se a mãe se esquecer de seu filho, Eu jamais te esquecerei. Eu gravei seu nome na palma de minha mão"" (cf. Is 49). Nós estamos gravados na palma da mão de Deus; aquela criança que ainda não nasceu está gravada na mão de Deus desde a concepção e é chamada por Ele a amar e ser amada, não somente nesta vida, mas para sempre. Deus jamais se esquece de nós.

Vou lhe contar uma coisa bonita: estamos lutando contra o aborto pela adoção,— tomando conta da mãe e da adoção de seu bebê. Nós temos salvado milhares de vidas. Nós mandamos a mensagem para as clínicas, para os hospitais e estações policiais: ""Por favor, não destrua a criança, nós ficaremos com ela"." Nós sempre temos alguém para dizer para as mães em dificuldade: ""Venha, nós tomaremos conta de você, nós conseguiremos um lar para seu filho"". E nós temos uma enorme demanda de casais que não podem ter um filho,— mas eu nunca dou uma criança para um casal que tenha feito algo para não ter um filho. Jesus disse: ""Aquele que recebe uma criança em meu nome, a mim recebe"." Ao adotar uma criança, esses casais recebem Jesus, mas, ao abortar uma criança, um casal se recusa a receber o Senhor.


Por favor, não mate a criança. Eu quero a criança! Por favor, dê-me a criança! Eu estou disposta a aceitar qualquer criança que estiver para ser abortada e dá-la a um casal que irá amá-la e ser amado por ela.

Só no lar de crianças, em Calcutá, nós salvamos mais de 3 mil crianças do aborto, e elas trouxeram tanto amor e alegria para seus pais adotivos e, hoje, crescem tão cheias de amor e de alegria! Eu sei que os casais têm de planejar sua família, e para isso existe o planejamento familiar natural, não a contracepção.

Ao destruir o poder de dar a vida por meio da contracepção, um marido ou esposa está fazendo algo para si mesmo. Atrai a atenção para si e assim destrói o dom do amor nele ou nela. Ao amar, o marido e a mulher devem voltar a atenção entre si, como acontece no planejamento familiar natural, e não para si mesmo, como acontece na contracepção. Uma vez que o amor vivo é destruído pela contracepção, facilmente segue-se o aborto.

Eu sei também que existem enormes problemas no mundo, sei— que muitos esposos não se amam o suficiente para praticar o planejamento familiar natural. Nós não temos condições de resolver todos os problemas do mundo, mas não vamos trazer o pior problema de todos, que é a destruição do amor. E isso é o que acontece quando dizemos às pessoas para praticarem a contracepção e o aborto.

Os pobres são grandes pessoas, e eles podem nos ensinar tantas coisas belas! Uma vez, uma delas veio nos agradecer por a ensinarmos o planejamento familiar natural. Ela nos disse: ""Vocês, que praticam a castidade, são as melhores pessoas para nos ensinar o planejamento familiar natural, porque não é nada mais que um autocontrole por amor de um ao outro"." O que essa pobre pessoa disse é a pura verdade! Essas pessoas pobres talvez não tenham algo para comer, talvez não tenham uma casa para morar, mas ainda podem ser ótimas pessoas quando são espiritualmente ricas.

Quando eu tiro uma pessoa da rua, faminta, dou-lhe um prato de arroz, um pedaço de pão. Mas uma pessoa que é excluída, que não se sente desejada, mal amada, aterrorizada, quando foi colocada para fora da sociedade,— essa pobreza espiritual é muito mais difícil de vencer. E o aborto, que com frequência vem da contracepção, faz uma pessoa se tornar pobre espiritualmente, e essa é a pior pobreza e a mais difícil de vencer.

Nós não somos assistentes sociais. Nós podemos fazer trabalho de assistência social aos olhos de algumas pessoas, mas devemos ser contemplativas no coração do mundo. Estamos tocando no Corpo de Cristo e estamos sempre em Sua presença.

Você também deve trazer essa presença do Senhor para sua família, pois a família que reza unida permanece unida.

Existe tanto ódio, tanta miséria, e nós, com nossas orações, com nosso sacrifício, estamos começando em casa. O amor começa em casa, e não se trata do quanto nós fazemos, mas quanto amor colocamos naquilo que fazemos.

Se somos contemplativos, no coração do mundo, com todos os seus problemas, esses problemas jamais podem nos desencorajar. Nós devemos nos lembrar do que Deus fala na Escritura: ""Mesmo se a mãe se esquecer do filho que amamenta,— algo impossível, mesmo se ela o esquecer,— Eu não o esqueceria nunca".
"
Eu desejo que vocês encontrem os pobres daqui, na sua própria casa primeiro, e comece a amar ali. Seja a Boa Nova para o seu próprio povo primeiro e descubra sobre o seu vizinho ao lado. Você sabe quem são eles?

Deus jamais nos esquecerá e sempre haverá algo que você e eu podemos fazer. Nós podemos manter a alegria do amor de Jesus em nossos corações e partilhá-la com todos aqueles de quem nos aproximarmos.

Vamos insistir para que cada criança não seja indesejada, mal amada, mal cuidada ou morta e jogada fora. Doe-se até que se machuque com um sorriso.

Uma vez, um professor dos Estados Unidos me perguntou: ""Você é casada?"". Eu disse: ""Sim, e algumas vezes eu acho difícil sorrir para meu esposo, Jesus, porque Ele pode ser muito exigente algumas vezes"." Isso é mesmo algo verdadeiro. E aqui entra o amor — quando exige de nós e podemos dá-lo com alegria.

Se nos lembrarmos que Deus nos ama, e que nós podemos amar aos outros como Ele nos ama, então, a América pode se tornar um sinal de paz para o mundo. Daqui, deve sair para o mundo um sinal de cuidado para com o mais fraco dos fracos, —a futura criança. Se vocês se tornarem uma luz ardente de justiça e paz no mundo, então serão verdadeiramente aquilo pelo qual os fundadores desse país lutaram. Deus vos abençoe!


Fonte: Frente Católica de Combate ao Aborto

1 de setembro de 2016

Tocado pela misericórdia divina

Deixe-se tocar pela misericórdia de Jesus Cristo

Jesus nunca foi indiferente diante da dor e do sofrimento. Sua misericórdia acolhia a todos. Seu toque curador restabelecia a dignidade humana. Hoje, muitos vivem à margem da sociedade. Os excluídos de nosso tempo, na maioria das vezes, são ignorados pelos olhares da multidão. Talvez, seja mais fácil desviar o olhar que buscar soluções eficazes que devolvam ao ser humano a dignidade de filho de Deus.

Tocado pela misericórdia divina

Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Quais são os excluídos de nosso tempo? Onde vivem? Como sobrevivem? O que fazemos para amenizar seus sofrimentos? Qual nossa contribuição concreta?

No tempo de Jesus não era diferente. Muitos viviam excluídos à margem da sociedade. Havia entre estes uma classe de pessoas que carregavam o pesado fardo do preconceito: os leprosos. Vigorava o seguinte pensamento: uma pessoa leprosa carregava um grande pecado na vida e sua doença era um castigo de Deus. Diante de tal situação, tais pessoas eram excluídas do templo e da comunidade. Deveriam viver em regiões isoladas, tendo como companhia os mesmos de sua categoria sofredora. Precisavam demonstrar publicamente sua condição de impureza. Deixavam a barba e o cabelo crescerem, e andavam com as roupas rasgadas. Sem dignidade nem esperança, viviam uma situação de completa exclusão social, humana e espiritual.

Nesse contexto, Jesus se encontra com um leproso (cf. Mc 1,40-45) que carregava na alma e no corpo as marcas da exclusão. Sem dignidade diante dos homens, era vitima de um fardo imposto por leis que o oprimiam e roubavam dele o direito de viver.

De joelhos diante do Senhor, ele pediu: "Se queres, tens o poder de curar-me". Com certeza, ele já tinha ouvido falar de Jesus, e viu, no momento, uma oportunidade de ter sua dignidade restabelecida. Sua atitude é um tanto quanto ousada, tendo em vista que nenhum leproso poderia aproximar-se de outra pessoa sob o risco de transmitir sua situação de impureza. Com a ousadia da esperança, ele se aproxima diante d'Aquele que poderia devolver-lhe a vida plena.


Jesus sabia da triste condição que aquele homem trazia na alma e no corpo. Sua misericórdia acolhe com compaixão o leproso. Sob o risco de ser catalogado como impuro, Jesus derruba os muros do preconceito de uma lei que excluía o ser humano da graça de Deus, estende Sua mão e toca no leproso dizendo: "Eu quero: fica curado!".

Jesus quer nos tocar

O toque de Jesus é terapêutico, pois cura as feridas do corpo e da alma, devolvendo a paz àquele coração angustiado. Diante de uma vida que estava condenada à exclusão e à dor, Jesus se aproxima com a misericórdia do Pai e devolve àquele coração aflito a dignidade de filho de Deus.

Jesus não tem medo de aproximar-se de nossas lepras. Seu amor ultrapassa nosso limitado entendimento e Sua misericórdia abraça todas as nossas mazelas. Diante do Senhor, quais são as nossas lepras que precisam ser tocadas pela misericórdia do Senhor? Quais são as lepras de nossos irmãos e irmãs que precisam ser tocadas com a nossa misericórdia?

Não tenhamos medo de nos aproximarmos de quem sofre e ser para estes um sinal permanente do amor de Deus. Não tenhamos medo de nos deixarmos tocar pelo amor do Senhor, que nos dá vida em plenitude.Confira também:

29 de agosto de 2016

Como tomar decisões acertadas?

Decisões acertadas é fruto de um um caminho de maturidade

As decisões acertadas são as que têm Deus em primeiro lugar. Na carta aos Romanos, lemos o seguinte: Não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero (cf. 7,19).

Como tomar decisões acertadas
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Uma explicação do livro 'Psicologia e Formação: Estruturas e Dinamismos', dos padres Alessandro Manenti e Amedeo Cencini, indica-nos um caminho para a busca de santidade e decisões acertadas a cada dia. A explicação é a seguinte:

O homem pode não ser responsável pelas suas fraquezas, mas é responsável pela posição que toma frente a elas; ele é responsável pelo quanto as têm em conta e pelo quanto faz para neutralizar sua influência.

Podemos até dizer que não somos responsáveis por determinados limites ou por sentirmos fraquezas difíceis de dominar, mas somos responsáveis pelos conteúdos com os quais entramos em contato a cada dia. Somos responsáveis pelo conteúdo dos assuntos que tratamos com nossos amigos, pelos programas de TV que assistimos; somos responsáveis pelo que acessamos na internet e pelo que fazemos para alimentar nossa imaginação.

Diante de tais realidades, uma grande questão se levanta: será que situações, as quais podemos evitar, não têm sido evitadas, porque temos colocado toda a culpa nas chamadas "fraquezas"? Talvez estejamos dizendo que é fraqueza pelo simples fato de não querer mudar de vida. Mas se, realmente, queremos ser pessoas melhores, precisamos saber que, antes, precisamos ter consciência de nossa responsabilidade frente às lutas diárias.

Boa atitude para um caminho de maturidade é seguir as indicações que Jesus deu aos discípulos e à multidão no Sermão da Montanha. A indicação que mais contribui para nossa reflexão é a seguinte: "Seja o vosso sim, sim; e o vosso não, não. O que passa disso vem do maligno" (cf. Mt 5,37). Minha posição, diante de uma determinada fraqueza, é o que define se vou ceder a ela ou não.

Sua decisão tem sido firme ou você está se deixando levar pela situação?

Vigiar os próprios atos

A vigilância sobre os próprios atos é ideal para a superação das fraquezas. Também é necessário, segundo as indicações do livro citado, descobrir os próprios pontos fracos, aceitá-los sem particulares angústias e fatalismos, reconhecer-se como pessoa em contínua formação e necessitada de ajuda, não pretender resolver tudo de forma radical e apressadamente, mas buscar as devidas precauções, viver a imaturidade como parte do próprio eu e como sinal de um limite que o homem não suporta, mas tende a superar.


Que o seu sim seja sim! Um 'sim' dado a cada dia, com pequenos passos, às vezes com quedas, mas um 'sim' decidido, de quem sabe o que quer, de alguém que deseja fazer a vontade de Deus e ser paciente com si mesma. Talvez sua decisão acertada, hoje, seja decidir-se pelas coisas que vão alimentar em você o desejo de fazer a vontade do Senhor.

A vontade de Deus nunca é contra nós. Ela pode até ser contra nossas vontades, mas não é contra nós; ela é a melhor coisa que pode acontecer em nossa existência. Talvez não compreendamos muito bem essa realidade pelo desejo que temos de fazer apenas a nossa vontade. Mas a decisão acertada é a que nos leva em direção à vontade de Deus para nós. As decisões acertadas são as que têm como ponto de partida o próprio Deus.

Diácono Edison de Oliveira
Missionário da Comunidade Canção Nova


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/como-tomar-decisoes-acertadas/

26 de agosto de 2016

Diante da escolha, é preciso refletir

Cada escolha gera sua consequência e causa um impacto na nossa vida

Como você tem feito as suas escolhas? Quantas vezes, precisando posicionar-se frente a uma situação complicada, você se sentiu confuso, sem saber o que fazer, incomodado ou pensando até mesmo em deixar uma situação de lado? Acho que muitos de nós já passamos por isso!

Nossa vida é pautada também pela possibilidade que temos de escolher, a liberdade de decidirmos, e isso representa o que difere o ser humano. Ao mesmo tempo que decidir é uma possibilidade, torna-se também um grande sofrimento quando nos mantemos na indecisão e na incapacidade de orientar nossas decisões.

Diante das escolhas é preciso refletirFoto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Para as realizações acontecerem, passos precisam ser dados. Um posicionamento pode nos custar indiferenças, tristezas, mas também muitas alegrias. A indecisão demasiada nos leva até mesmo ao adoecimento e a um conflito emocional. Ao nos colocarmos como reféns de uma decisão que pode ser tomada por nós mesmos, é importante que possamos "colocar na balança" os prós e contras daquela decisão, pensando que ela sempre envolverá uma ação.

Aprenda a posicionar-se

Viver sem um posicionamento ou sempre atrelado às decisões de terceiros pode também ter um preço muito alto, pois, em algum momento de consciência, vamos adotar uma postura negativa, culpando terceiros, eximindo-nos da nossa parte na história.

Muitas vezes, adotamos uma postura de procrastinação, ou seja, de empurrar o máximo do tempo possível para resolver algo, justamente pela necessidade de posicionamento. Ora, também essa postura pode nos ajudar por um tempo (enquanto avaliamos algo), mas se sempre for adotada, gera um ciclo de ansiedade e angústia, pois sempre estaremos "correndo" ou atrasados para resolver algo.

Outra situação que pode acontecer é quando uma pessoa, que busca sempre a perfeição e a melhor opção para todos, também se encontra indecisa. Nosso medo de errar também gera esse bloqueio. Parece que preciso fazer tudo de forma tão perfeita, que caio no processo de indecisão.

Poder de decisão

Decidir, como diz a origem da palavra, é "cortar fora", ou seja, eu opto por algo e declino de outra coisa. E aí que a tal procrastinação entra: é mais fácil atribuir a terceiros ou não se envolver com algo, por não querer um posicionamento que possa, por exemplo, desagradar alguém.

Os riscos trazem medo, pois envolvem mudança, e isso pode ser uma fonte de ansiedade também. Para tanto, avaliar e confiar em suas decisões será parte desse processo, bem como saber lidar com riscos e fracassos, o que nem todos querem ou conseguem lidar.

Muitas decisões passam por caminhos emocionais anteriormente já seguidos e nem sempre bem-sucedidos: porém, essas situações não podem nos limitar e nos referenciar eternamente. Sou refém das variáveis da vida ou prefiro assumir as responsabilidades das minhas escolhas?


24 de agosto de 2016

O que é ideologia de gênero?

Ideologia de gênero e a crise da identidade sexual

Ao definir ideologia de gênero, devemos considerar dois conceitos bem particulares, que assumem significados distintos: ideologia e movimento. Algumas ideologias viraram movimentos, ao passo que muitos movimentos nasceram sem ideologia.

Hoje, quando precisamos nos referir à ideologia de gênero, é mais prático utilizar a expressão agenda de gênero – lembrando-se de que o termo "agenda" significa projeto, planejamento e sequência.

O que é ideologia de gênero
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Essa questão remete a um movimento promovido, no início do século XIX, por uma pessoa de nome Lewis Henry Morgan. Ele dedicou seus estudos a estabelecer três itens no incipiente movimento chamado, então, de "sociedade primitiva". A intenção de Morgan era demonstrar que o Estado, a ideologia de gênero, a crise da identidade sexual e religião tinham causado grandes problemas na configuração da família. Para Morgan, que desenvolveu sua pesquisa ao lado da tribo dos Iroqueses, nada poderia ser mais errado do que estabelecer o conceito de família na sociedade, pois os vínculos consanguíneos, segundo ele, não existem.

Primeira definição de ideologia de gênero

O processo de Morgan se estendeu, infelizmente, pelos meios universitários durante os séculos XIX e XX. Seus maiores expoentes e ideólogos eram Marx e Engels.

A primeira definição do termo ideologia de gênero é, então: movimento que pretende desconstruir a família e os vínculos existentes dentro dela.

O segundo passo, no estabelecimento de tal ideologia, foi dado, em 1968, quando Robert Stoller defendeu a necessidade de fortalecer o conceito e a definição do termo gênero, em detrimento da definição do termo sexo. Segundo Stoller, utilizar o termo sexo masculino e feminino constituía uma séria problemática para a identidade sexual do indivíduo.



Em 1975, Elisabeth Clarke e Simone de Beauvoir despontam como as maiores promotoras do feminismo ocidental. Na época, a ideologia de gênero e o aparecimento de um novo sexo atraíam a atenção sobre a situação que se vivia desde o início do século XX, quando um grupo de mulheres decidira sair às ruas de Nova York exigindo o direito ao sufrágio. A esse movimento se deu o nome de "feminismo ideológico".

Desde o ano de 1999, iniciamos um quarto momento, aquele no qual nos encontramos.
Diante da situação vivida pelos apelativos do gênero e pelos novos movimentos sexuais, no século XXI, tornou-se mais relevante o processo educativo que países como Holanda, Bélgica e Suécia iniciavam viver.

Nesse momento da agenda, seus defensores pretendem criar um sistema educativo e pedagógico dentro do qual um dos passos seja permitir que a pessoa não se sinta reconhecida na sua natureza. Sob essa perspectiva, ela mesma, com o passar do tempo, poderia descobrir qual é o seu estado natural e, assim, "decidir" se é homem ou mulher. Essa suposta decisão vem acompanhada de um aniquilamento da pessoa, substituindo-a por alguém sem identidade.

Questionamentos sobre a ideologia de gênero

a) Quanto tempo se deve esperar dessa ideologia?

b) Quais modelos essa pessoa não definida deve seguir dentro da sociedade?
Hoje, nos países supracitados, as pessoas que optaram por esse sistema não conseguem encontrar uma forma acertada para o tal desenvolvimento da identidade, pois os estudiosos da ideologia de gênero não têm certeza se está sendo levada em conta a liberdade individual – que nasce nas mesmas relações que eles se permitem proibir.

A meu ver, existem mais quatro passos a serem cumpridos e bem desenhados dentro dessa agenda. O próximo será a desconstrução do significado do termo "pessoa" e até mesmo do termo "indivíduo"; sendo assim, quem decide, no seu lugar, não é mais alguém autônomo, mas alguém que poderia deixar nas mãos de outro essa decisão.

O passo seguinte seria o mais abrangente de todos: eliminada a pessoa, eliminam-se suas relações e seus efeitos. Por exemplo, nota-se atualmente a ascensão do assim chamado poliamor. Nessa forma de relacionamento, as pessoas podem estabelecer matrimônios ou uniões de fato, mas sempre abertas a outro tipo de relações, sem compromisso definitivo ou sem a exigência da estabilidade ou unicidade.

O último dos itens dessa agenda é de caráter antimetafísico. Qualquer tipo de relação com a transcendência, com a religião ou com o ser Criador deve ser simplesmente anulada. O homem do século XXI, dono e senhor de si, perderia seu bem mais precioso – a sua identidade.

Os passos a seguir só serão evitados se percebermos que existe algo mais profundo e delicado quando se fala em ideologia de gênero. Como diz Dr. Christian Schnake, médico chileno especialista em Bioética: "A ideologia de gênero é uma tentativa de afirmar, para todas as pessoas, que não existe uma identidade biológica em relação à sexualidade. Quer dizer que o sujeito, quando nasce, não é homem nem mulher, não possui um sexo masculino ou feminino definido, pois, segundo os ideólogos do gênero, isso é uma construção social".


Padre Rafael Solano

Sacerdote da arquidiocese de Londrina (PR). Mestre e doutor em Teologia Moral pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e pós-doutorado em Teologia Moral e Familiar pelo Pontifício Instituto João Paulo II de Roma, Universidade Lateranense de Roma. Atua como consultor da CNBB setor vida e família e como professor de Teologia Moral e Bioética na PUC (PR), Campus Londrina.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/o-que-e-ideologia-de-genero/

22 de agosto de 2016

Pokémons: seis motivos para eu ter me tornado um caçador

Tudo o que é novidade causa estranheza e algumas polêmicas. Com o jogo Pokémon GO não poderia ser diferente! Já temos pronunciamentos de bispos contra e a favor nos Estados Unidos; já temos algumas igrejas americanas, aproveitando-se do fato de que se tornaram "pokéstops", para evangelizar a garotada. Sem querer dar uma palavra final no assunto, listo os meus seis motivos para ter me tornado um caçador de Pokémons.

Pokémons seis motivos para eu ter me tornado um caçador Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

1 – Pode ser uma atividade em família!

Com três filhas para criar, eu e minha esposa sempre priorizamos as atividades em família como forma de educação. Almoços e jantares diários juntos, um dia especial com filme e pipoca, momento da leitura e passeios em família. Hoje, como as três são adolescentes, tudo ficou um pouco mais difícil (por que será?!), e o fato de eu ser o único homem da casa não colabora muito para interesses comuns. Pokémon GO tornou-se uma forma de estarmos juntos numa mesma atividade que interessa a elas; afinal, rugby, futebol americano e latim (minhas propostas muito mais construtivas) não estavam sendo bem aceitas em casa.

2 – Você determina os horários

Se eu e minha esposa estamos juntos na brincadeira, os horários passam a ser compartilhados. Assim, há hora certa para jogar e evitamos o primeiro grande problema com "febres" da moda: tomar conta da vida da pessoa. Assim, vale uma passada no pokéstop antes e depois da Missa aos domingos, mas, durante a celebração, celulares ficam desligados. Na semana, também existe espaço para tudo que existia na vida delas e na nossa. Se estamos juntos, ajudamos a determinar horários e locais corretos para ir e estar.

3 – Seu filho não anda sozinho

Há pessoas ganhando dinheiro para escoltar crianças, de forma segura, em parques e pokéstops. Ótima oportunidade para quem está desempregado! Mas não preciso contratar um pai de aluguel para minhas filhas, graças a Deus! Assim, elas não andam por aí sozinhas, não ficamos preocupados com sua localização e como alguns pais que temos encontrado pelo caminho, somente acompanhando o jogo do filho com cara de "quando essa tortura vai acabar? Quero ir para casa!".

4 – Cuidamos da saúde!

Depois de cinco meses de completa inatividade física, andei 20 quilômetros em 4 dias! O melhor de tudo: nem senti. Pokémon GO tornou-se uma excelente maneira de retomar a forma sem perceber. No entanto, prepare-se para a tortura quando a bateria do seu celular acaba (suas pokébolas ou seus créditos) e você está longe de casa! Aí a sua alegre caminhada vira uma tortura! Pelo menos, o projeto "fitness", há muito adiado, pulou para fora do armário. Minha asma agradece!

5 – Somos uma equipe

Em determinado momento do jogo, você precisa escolher um time para jogar, são 3. Com sua família no mesmo time, fica mais fácil tomar conta de um ginásio. Pensa no orgulho da minha filha de 11 anos derrotando uns meninos grandões e mais velhos, e depois o Pokémon dela se tornando o guardião do lugar! Melhor que isso, só mesmo ela vendo aquele que pertence ao pai dela num nível abaixo, protegendo o Pokémon dela. Somos uma equipe! Os pais estão aqui para ajudar e proteger os filhos! Valeu por 35 mil discursos chatos e intermináveis que eu tenho uma certa experiência em fazer lá em casa e parecem não agradar muito.

É isso mesmo! O jogo consegue ser muito divertido e surpreender. Baixei-o gratuitamente e, como eu e minha esposa já tínhamos um pacote de dados ativo no celular para usar a internet, não gastamos nenhum centavo com o jogo. Claro que você pode comprar itens se quiser – no meu caso, não quero –, mas se não tiver uma internet 3G no celular, não vai funcionar. Em casa, rolou uma negociação (já faz parte da rotina) e as mesadas foram convertidas em créditos. Vamos ver quanto tempo dura… Mas a alegria já valeu a pena.

Para finalizar, acredito firmemente na palavra de São Paulo, quando diz que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus! Como pai, aprendi que só criticar não constrói, pelo contrário, afasta. Melhor não deixar nossos filhos longe de nós e perto de sabe-se lá do quê, não é?

Flavio Crepaldi
Especialista em Gestão Estratégica pela Esalq/USP, com formação em Produção Publicitária e Artes Cênicas, é colaborador na TV Canção Nova desde 2006.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/pokemons-6-motivos-para-eu-ter-me-tornado-um-cacador/