13 de junho de 2016

Uma nova forma de liderar

As instituições precisam encontrar uma nova forma de liderar

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As instituições nos diferentes segmentos gritam por líderes com estatura para suprir suas necessidades. E essas demandas são muitas. Relacionam-se a metas, funcionamentos e procedimentos. À enorme lista de exigências, acrescentam-se ainda certas características das instituições: o custo, o peso e a incidência sobre a realidade. Todas essas variáveis indicam, de um modo geral, que é complexo o desafio de mudar as instituições. Elas são, como define o dito popular, "um pesado piano" que, por vezes, é empurrado com grande força, mas não sai do lugar. Consequentemente, experimenta-se um sentimento de frustração, desgaste e desanimo que empurra na direção da desistência ou do habituar-se à mediocridade. Uma situação que leva a sucateamentos e promove a perda de oportunidades que poderiam gerar importantes transformações.

Diante das dificuldades, urgente e desafiador é verificar processos para aperfeiçoar a utilização de recursos, particularmente investir na gestão de pessoas. Torna-se fundamental também acabar com certas "cargas pesadas" que estão fora do território da identidade do povo, da cultura e que apenas estreitam horizontes, atrapalham funcionamentos e mantêm loteamentos. Esses pesos ajudam a configurar um pensar pequeno que serve apenas para confirmar hegemonias do passado, com narrativas sobre fatos, momentos da história e reverências a líderes autoritários, responsáveis inclusive pelos atrasos. Pessoas que, um dia, favoreceram alguém somente para manter sob seu domínio os favorecidos.

É fácil detectar essa realidade quando se observa aqueles que não evoluem, apegam-se ao passado e não são capazes de perceber que se vive outro tempo. Até as conversas e a linguagem, além das posturas e a manutenção de afazeres que já são ultrapassados, revelam a mediocridade que impede o surgimento de novos líderes. As instituições pesadas hibernam com pessoas que não evoluem e, gradativamente, morrem por não conseguir se renovar. Esse peso torna-se ainda mais grave no contexto da dinâmica cultural contemporânea, marcada pela multiplicidade, velocidade e exigência de leveza. E a mudança das instituições depende, fundamentalmente, de seus líderes. Formá-los é exigência prioritária.

Para isso, deve-se cultivar a competência para o diálogo, pré-requisito primordial para ser bom gestor. Não lidera quem não dialoga. Em vez disso, arruína o que dirige e não consegue encontrar soluções. Dialogar como exercício primordial dos líderes não é artimanha espúria para negociatas. Trata-se de sabedoria que ampara a competência de discernir, de se fazer presente e próximo das muitas discussões que definem a agenda global da sociedade. É ser capaz de agregar, com paciência, muitas pessoas, inclusive as com opiniões divergentes para gerar consensos e, assim, oxigenar instituições. Desse modo, o líder estimula a inclusão participativa, a adesão a projetos que promovem melhorias no âmbito institucional e na sociedade.


Dialogar com pessoas próximas e com diferentes segmentos é competência indispensável, ainda mais para quem busca exercer liderança. Além disso, importa muito a realização de diagnósticos que considerem a complexidade social, a intuição inteligente na criação de iniciativas indispensáveis para alcançar os objetivos próprios das instituições, que são desafiadas a colaborar e a cumprir suas responsabilidades sociais, culturais ou religiosas. Assim é possível contribuir para melhorar a realidade. O grito das instituições é sintoma da falta de líderes, evidencia a presença de pessoas que ocupam cargos sem a competência necessária, seja técnica, humana ou espiritual. Indica também a necessidade de se tomar novas direções para promover mudanças e alcançar respostas capazes de evitar colapsos. Para suprir a carência social de bons líderes, é preciso também romper com a forte cultura do loteamento. Isso se conquista a partir do cultivo, particularmente no ambiente familiar e educativo, do gosto pela transparência, da coragem audaciosa no enfrentamento dos problemas, da habilidade para adotar um discurso direto e para agir nos parâmetros do altruísmo.

Os líderes e as instituições estão desafiados a considerar o contexto do mundo contemporâneo para romper com a ideia de que ainda há espaço para permanecerem estáticos. Tudo hoje funciona com outra velocidade. O que antes era menos complexo, mais controlável, lento e previsível, hoje é rápido, instável, imprevisível, altamente complexo e, com frequência, fora de controle. Por isso, deve-se respeitar e cultivar valores que alimentam discernimentos necessários para escolhas adequadas. A proximidade das situações, das pessoas e dos problemas, sem medo e sem pretensão de manipular, é caminho que gera a oportunidade para o intercâmbio na chamada sociedade do conhecimento. Um exercício importante, que promove mais adesão, participação e, consequentemente, contribuições significativas. Essa proximidade alimenta sistemas e processos com informações e inventividades, respeito a autonomias e interdependências que enriquecem ações transformadoras. É tempo de investir para se encontrar novas formas de liderar, substituindo posturas arcaicas pelas que, verdadeiramente, ajudem a construir novo momento. Isso começa a partir de diálogo sincero e direto, considerando a interpelação que vem do grito das instituições.


Dom Walmor Oliveira de Azevedo

O Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma, Itália) e mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico (Roma, Itália).

http://www.arquidiocesebh.org.br


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/uma-nova-forma-de-liderar/

10 de junho de 2016

A importância da admiração no namoro

Ao se admirarem, os namorados aprendem e crescem na virtude da pureza

Todos os filósofos afirmam que a grandeza do pensamento tem início na capacidade que a pessoa possui de se deixar admirar e contemplar.

A importância da admiração no namoro - 1600x1200Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

A admiração não é uma atitude superficial; muito pelo contrário, admirar é sinônimo de deter-se e observar lentamente aquilo que nos chama à atenção. Na exortação Amoris Laetitia, o Papa Francisco escreve: "O primeiro nível do eros é a capacidade de se admirar" (A.L 150). O verdadeiro namoro tem o seu ponto de partida na admiração inicial, sadia e pura de um olhar, de um sorriso e uma conversa.

Ao se admirarem, os namorados aprendem e crescem na virtude da pureza. Muitos casais de namorados, após se conhecerem, já tem necessidade de estar juntos todos os dias, de partilhar e viver juntos. O namoro não pode ser superado como se fosse um tempo de possessão ou domínio. O tempo de namoro, que parte da primeira admiração, vai crescendo e gerando nos namorados a alegria de se conhecerem aos poucos.


Percebe-se, na nossa sociedade, que os namorados já estão vinculados "oficialmente" por uma espécie de pacto ou, por assim chamar, de oficial relacionamento, o qual já é aceito no meio da família e dos amigos.

Namorados passam férias, fins de semana, muito tempo juntos. Quando eles estabelecem uma relação nesse nível, perdem a capacidade de se admirar, dando maior oportunidade para as brigas insignificantes que deterioram o relacionamento. Um namoro sadio e responsável nasce num tempo oportuno, prudente e discreto.

Sou ciente de que hoje podemos entrar em contato com as pessoas superando as distâncias, o tempo e até o espaço; mas, no namoro, é vital a serenidade e a consciência de saber que esse período de relacionamento não possui em si mesmo nenhum compromisso definitivo; muito pelo contrário, é um tempo que passa na jovialidade da juventude.

Os namorados, muito mais do que admirar as qualidades ou a beleza física de cada um, devem admirar o conteúdo de suas conversas, dos assuntos que juntos partilham, das conquistas acadêmicas e familiares que realizam, especialmente preparando um projeto de vida que vislumbre o futuro. Quando o namoro é vivido na serenidade e na consciência sadia de que um não depende do outro, a admiração torna-se um caminho viável para, talvez, chegar a um tempo de noivado e, sem dúvida, a um futuro matrimônio.

Quando deve começar o namoro?

Um namoro deve ter início quando nasce a admiração e esta passa pela confirmação dos membros da família. Namorar às escondidas, namorar virtualmente não constitui um passo suficientemente frutuoso. O namoro deve ser experimentado no encontro aberto e reconhecido por aqueles que cuidam dos namorados. Cuidar não é sinônimo de vigiar, controlar e decidir no lugar do filho ou da filha. Cuidar significa promover a descoberta de uma nova experiência na vida, que, se bem conduzida, trará grandes benefícios para o amadurecimento.

Deixemo-nos admirar, cada vez mais, pelas obras do Senhor. Deus sempre nos admira. Permitamos que o tempo de namoro seja de conquistas e realizações que contribuam para que o caminho seja melhor construído. Não acelerar nenhum tipo de relacionamento é o primeiro sinal de uma vida construída sobre a Rocha, que é Cristo.

Viver o namoro na admiração sensata de quem, um dia, deverá tomar decisões definitivas é uma das maiores conquistas na vida afetiva. Namorados, façam deste tempo um período de admiração singela e doce, permitam que a ternura floresça na sua relação com dom vivido e celebrado.

O tempo que o namoro durar será frutífero sempre! Cada um deve admirar as esperanças e determinações que o outro tomar, até o dia em que já não serão mais decisões individuais, mas sim de casal.

Testemunhe com sua juventude que namorar é um tempo de graça vivido no respeito e na virtude. Isso não é outra coisa senão admirar!

Abraço Fraterno.



Padre Rafael Solano

Sacerdote da Arquidiocese de Londrina. Reitor do Seminário Maior Paulo VI. Professor da PUC – PR.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/namoro/a-importancia-da-admiracao-no-namoro/

8 de junho de 2016

A frustração da espera de um grande amor

Ter alguém ao lado para partilhar a vida, dar risada de bobeiras, dividir dores, frustrações, fazer planos e realizar sonhos é o desejo de muitas pessoas, e isso tende a começar cedo. As meninas, principalmente, entram em contato com as fantasias dos contos infantis e inserem o romance em seu projeto de vida, sem se esquecerem do toque especial do grande encontro com o príncipe encantado.

frustracao-da-espera-da-alma-gemeaFoto: Wesley Almeida/cancaonova.com

A demora da chegada

Na verdade, esses desejos são legítimos e traduzem o profundo desejo humano de ser e estar com o outro, de sentir-se amado, acolhido em seus fracassos e acompanhado por alguém que seja testemunha de uma vida que anseia ser vivida a dois.

Entretanto, o encontro com o tão desejado  "grande amor" pode não ocorrer  no tempo esperado. A demora pode prolongar-se por meses e até anos, gerando sentimentos de angústia, tristeza e desesperança. Alguns, inclusive, deprimem-se, por sentirem que suas vidas perdem o sentido pela ausência de alguém com quem partilhar os dias, os quais parecem mais cinzas pelo peso da solidão.

É aí que se encontra uma questão extremamente importante: onde está localizada essa dor? Qual o motivo real da tristeza e solidão sentidas? E se o "grande amor" não chegar? Onde está realmente fundamentada a nossa realização e felicidade?


São questões um pouco difíceis de responder, pois envolvem certa dose de coragem e capacidade para lidar com a próprias fragilidades, incapacidades e algumas posturas infantis que carregamos sem perceber. Mas vamos lá! Mexer nas feridas pode ser bem doloroso, mas garanto que o processo trará excelentes resultados!

Antes de mais nada, sugiro que faça uma análise de como estão todas as dimensões da sua vida, incluindo o cuidado com a saúde, com os relacionamentos familiares, vivência com amigos e colegas de trabalho ou faculdade. E sua atenção para com a vida espiritual, como anda? Você tem lido coisas boas, alimentado bem seu corpo, sua mente e seu espírito?

Como se sentir feliz

Quando não focamos apenas na dimensão afetiva e amorosa, descobrimos que existem inúmeras maneiras de nos sentirmos plenos e felizes, em paz. Se permitirmos deixar cair alguns véus de idealismos e fantasias, daremo-nos conta de que cada ser humano é completo, tem a capacidade de ser feliz e plantar sementes de realização em todos os terrenos por onde transitar.

Temos tendência a projetar no futuro a realização de todos os sonhos e guardar um lugar seguro onde tudo está perfeito e realizado. Essa postura nos impede de enxergar encantos no presente e descobrir que aquele plano que queremos realizar começa hoje, agora. É lindo quando fazemos o exercício de reconhecer as conquistas que já tivemos e identificamos as vitórias que compõem a nossa história. Mas é claro que só alcançaremos nossos objetivos se soubermos aonde queremos chegar.

Projeto de vida para uma realização pessoal

Para isso, algo fundamental deve ser trabalhado constantemente: o seu projeto de vida. Que ser humano é você e quais são os seus planos profissionais, pessoais, espirituais e acadêmicos? Por onde deseja viajar? Que livros quer ler? Que tipo de conhecimentos quer adquirir? Que posturas deseja ter diante das adversidades e conquistas do caminho? Que legado quer deixar para o mundo? Se puder fazer uma lista dos desejos que possui para as outras dimensões da sua vida, poderá enxergar de forma mais palpável que existem inúmeros motivos para estar vivo.

Uma via interessante de realização pessoal é aprender a ser uma ótima companhia para si mesmo e perguntar-se: gosto de estar comigo e descobrir as maravilhas que existem em mim? Indo além: eu sou o amigo que gostaria de ter? Sou para o outro o que gostaria de receber? Se depois de uma reflexão sincera, a resposta "não" aparecer para uma ou mais dessas questões, sugiro que a aventura de amar-se seja uma prioridade. Na relação humana, só podemos doar o que possuímos, assim, se no nosso projeto de vida o relacionamento amoroso está incluso, aprenda inúmeras formas de amar de verdade, a começar por você e por quem está na sua vida hoje.

Revisão do passado

Treine possibilidades de surpreender-se com quem você é, visite seu passado, reconcilie-se com si mesmo, perdoe-se, comece uma linda história de amor com o ser humano incrível que reside aí, no corpo que você é. Aproxime-se também dos amigos e familiares, exercite o perdão e o convívio pacífico com aqueles que lhe são caros. Esse processo pode exigir uma dose de esforço, persistência, paciência e criatividade; mas essas são características de um bom namorado, uma boa esposa, um companheiro para a vida. Então, por que não começar agora a desenvolver e aperfeiçoar essas características, mesmo sem aquele "amorzinho" por perto?

O primeiro beneficiado será você, certamente! Poderá descobrir que a espera pela sonhada "alma gêmea" também é um tempo muito frutífero, cheio de novidades, aprendizados e a possibilidade de ser alguém completo e feliz no presente, que irá transbordar amor quando o outro chegar.



Milena Carbonari

Milena Carbonari Krachevski é Psicóloga, Pós-Graduanda em Educação e Terapia Sexual, missionária dos Jovens Sarados e membro do Apostolado da Teologia do Corpo Brasil. Contato: psicologa.milenack@gmail.com

6 de junho de 2016

Jovens infelizes na profissão que escolheram, o que devem fazer?

Escolhi a profissão ou faculdade errada! E agora?

Muitos pais e filhos sonham, durante muito tempo, com uma determinada profissão e canalizam todos os seus esforços e recursos para a realização desse sonho. Momento de comemoração quando conseguem realizar tal projeto. Mas o encantamento pode se transformar em pesadelo, pois o trabalho escolhido não traz felicidade.

jovens-infelizes-na-profissao-que-escolheram-o-que-fazerFoto: Daniel Mafra/cancaonova.com

As pessoas se levantam e vão para o emprego como iriam para a prisão. Porém, a responsabilidade pela sobrevivência pesa, e a decisão de uma mudança de profissão ou emprego é sempre adiada.


Desânimo no trabalho

Começar a segunda-feira cansado, ir arrastando para o trabalho todos os dias, não ver sentido no que faz, entre outros, são sintomas da infelicidade com a carreira. Nesse momento, é hora de avaliar os porquês da insatisfação. Alguns motivos podem ser trabalhados e a pessoa permanecer na profissão, outros demonstram que é preciso mudar de rumo.

O primeiro passo é buscar o autoconhecimento, descobrir o que gosta e o que não gosta, as suas potencialidades e limitações. Muitos hobbies podem ser transformados em profissões de sucesso.

Outra descoberta que precisa ser feita é se a pessoa quer trocar de emprego ou tentar uma segunda opção de carreira. Um alerta: muitas vezes, não se trata de insatisfação com a profissão, mas com a vida pessoal. Por não buscar esse conhecimento, muda-se de carreira e a insatisfação continua.

Outro item importante, na tomada de decisão, são as informações do mercado, os nichos que podem ser ocupados e as demandas a serem atendidas, porque não basta fazer apenas o que se gosta, se isso não garante a sobrevivência desejada pela família. Nesse caso, resolve um problema pessoal e cria-se outro familiar.

Mudança de rota

Existem mudanças no percurso e mudança de rota quando você decide pela segunda opção. Busque aproveitar a experiência adquirida que pode ajudar na nova profissão, inicie uma nova faculdade, que poderá abrir novos mercados e ou descubra o empreendedor que existe em você e inicie um negócio próprio.

Empresas especializadas em Recursos Humanos sugerem algumas dicas para o amadurecimento da decisão: manter a calma, avaliar a sua capacitação e verificar as ramificações que ela lhe permite, analisar outras áreas que exerce atração sobre você, verificar as novas profissões no mercado que estão em consonância com seu perfil pessoal e profissional e cruzar esses dados com a realidade mercadológica. É preciso preparar seu coração para as barreiras que terão de ser vencidas. Sinta-se motivado durante a caminhada, pois é o querer que nos leva até onde almejamos. Acima de tudo, aprenda a ser feliz com o que conquistou ou mude, pois nunca é tarde para se trocar de profissão.


Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais.

Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/comportamento/jovens-infelizes-na-profissao-que-escolheram-o-que-fazer/

3 de junho de 2016

Violência física: dormindo com o inimigo

A violência física acontece quando o agressor usa de força física para machucar a vítima de várias maneiras, deixando ou não marcas evidentes.

violencia-fisica-dormindo-com-o-inimigoFoto: Daniel Mafra/cancaonova.com

São inúmeras as formas que a violência física pode tomar, desde socos, chutes e tapas a cortes, queimaduras e mutilações; assim como as táticas para causar sofrimento, seja por imobilização e asfixia ou arremesso de objetos pesados. É comum, no entanto, em todos esses casos, que o agressor sempre queira jogar sobre os ombros da vítima a culpa do seu próprio sofrimento.

É vital que a vítima que sofre algum tipo de violência física procure por ajuda para sair desse relacionamento abusivo. O silêncio, neste caso, pode conduzir à morte. Logo, não permita que o medo o impeça de ir até uma delegacia e denunciar o agressor. Porém, igualmente importante, é procurar por ajuda psicológica e espiritual, procurar por um padre, psicólogo ou psiquiatra, para que a vítima percorra um caminho de cura interior e assim possa superar os traumas e marcas deixadas nela.


Em entrevista ao cancaonova.com, a psicóloga Renata Ribeiro respondeu algumas dúvidas sobre violência física.

cancaonova.com: Por que as mulheres sentem tanta dificuldade para sair de um relacionamento abusivo?

Renata Ribeiro: Na maioria das vezes, é por medo, submissão, por não ter para onde ir e um apego afetivo muito grande com o esposo, o que, muitas vezes, não é amor, mas sim uma relação doentia. Muitas vezes, a mulher acredita que é o papel dela submeter-se a tudo isso. Às vezes, envolve dinheiro, família, filhos e outras pessoas. Muitas vezes, é um "não" dos pais, por não ter para onde ir. Ela apanha, mas é ele quem dá o pão; então, por troca, ela se submete a muita coisa. Não é uma coisa somente que vai definir o motivo de a mulher sentir tanta dificuldade para sair de um relacionamento abusivo. Muitas vezes, por carência afetiva, por ele ser o marido, a mulher se sente obrigada a submeter-se a esse tipo de violência.

cancaonova.com: Quais os traumas gerados no homem e na mulher?

Renata Ribeiro: Há o trauma de relacionar-se com outra pessoa, estar aberta a uma nova pessoa que a assumirá e amará. Há também o trauma de sentir-se injustiçada e, consequentemente, no direito de se vingar. Outro trauma é que a pessoa se torna amarga, não sorri, porque a alegria foi roubada dela. Infelizmente, quem comete violência física não tem noção do trauma que isso causa, porque a pessoa se sente um lixo. Outro trauma é que o agressor faz com que a pessoa se sinta culpada "foi você que me provocou", e isso faz com que, muitas vezes, a vítima se sinta codependente do agressor, porque ele ameaça denunciá-la. Por fim, o trauma que a vítima pode sofrer é de buscar ajuda com quem ela ama, mas essas pessoas não acreditam nela. Isso é uma das piores coisas. Já ouvi relato assim: "Fui falar para os meus pais e eles falaram que isso é normal".

cancaonova.com: Como superar o trauma? Quais passos precisam ser dados?

Renata Ribeiro: O primeiro passo é a pessoa querer ser ajudada. Depois, buscar ajuda com pessoas próximas e confiantes.

cancaonova.com: É possível superar esse trauma e constituir uma família saudável?

Renata Ribeiro: Com certeza é possível, porque não há nada que Deus não possa realizar. Eu não posso ficar parada no trauma, achando que todas as pessoas são ruins, preciso acreditar que sou capaz de encontrar uma pessoa que vai me amar e me tratar com carinho.

 


Fernanda Soares

Fernanda Soares é missionária da Canção Nova. Foi apresentadora do programa Revolução Jesus e Vitrine da TV Canção Nova. Jornalista. Foi uma das apresentadoras no palco principal da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013. Autora dos livros "A mulher segundo o coração de Deus" e "A beleza da mulher a ser revelada". Hoje trabalha como produtora de conteúdo no setor de Internet da Canção Nova.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/violencia-fisica/violencia-fisica-dormindo-com-o-inimigo/

1 de junho de 2016

Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida

"Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda" (Gênesis 2,18).

Compreender os desígnios de Deus exige tempo e, muitas vezes, toda uma vida.Diferente de um conto de fadas, na vida real, uma história de amor após o casamento não termina com o estereótipo "e eles viveram felizes para sempre!". No matrimônio, amar é ter como meta as promessas feitas um ao outro no decorrer da vida.

20129a08-4323-4b05-8764-7606b7242ac6Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Zoé Astuti tem 72 anos. Uma mulher forte, mãe e avó, cabelos escovados, lápis nos olhos e, na boca, além do batom tão discreto quanto ela, um sorriso que acolhe e encanta.

Ela nasceu na cidade de Sacramento (MG). Quando estava com quatro anos, sua família se mudou para a cidade de Arapongas, no Paraná. Foi lá que ela conheceu seu esposo,  Carlos Astuti.

Carlos tem 74 anos e é natural de Barretos (SP). Assim como Zoé, aos quatro anos seus pais se mudaram para Arapongas, no Paraná. Além de esposo, ele é pai, avô e um homem de família. Seu semblante cansado diz muito de uma pessoa batalhadora. Com as mãos postas sobre a mesa de vidro, ele se mostra tão firme, transparente e, ao mesmo tempo, frágil quanto aquele material no qual repousava suas mãos.

O casal se conheceu na escola, quando cursavam o Segundo Grau; os dois estudavam na mesma sala de aula e ali começaram o romance.

"Naquela época, nós flertávamos, era uma olhadinha aqui, uma piscadinha ali", conta Zoé. Os dois namoraram pouco tempo e logo se casaram, mas com "comunhão de dívidas",como ela costuma dizer, pois não tinham boas condições financeiras. "Quando temos metas, enfrentamos todas as barreiras e dificuldades", reflete a esposa.

A história deles não foi um conto de fadas. Carlos se lembra de que sempre foi muito retraído e fechado, mas afirma que, durante todo tempo, Zoé foi a grande responsável por lapidá-lo. "Ela sempre conseguiu extrair o melhor de mim."

Carlos sempre se esforçou para dar o melhor para sua família, por mais que isso o deixasse distante dela. Bancário aposentado, por diversas vezes ele deu prioridade ao trabalho. Hoje, ele se arrepende disso! "Eu sempre fui um esposo e pai supridor, só me preocupei com o sustento da família."


A esposa e os filhos de Carlos sempre sentiram muito sua falta, mas todos eles sabiam o esposo e o pai que tinham! "Eu sei que o Carlos ficava triste com toda a situação que vivíamos, mas ele não podia deixar o trabalhar", lembra Zoé.

Mulher forte, ela sempre aguentou tudo sozinha por causa da ausência do esposo. Ela foi mãe, pai e, muitas vezes, motorista, nas idas e vindas de carro ao médico com seus filhos. Zoé conta que viver o sacramento do matrimônio não é fácil, pois somos homens e mulheres falhos, mas, todos os dias, somos convidados a viver a promessa que fizemos um ao outro no matrimônio.

"Nosso matrimônio não foi fácil, mas tanto eu quanto o Carlos quisemos dar o nosso melhor para nossa família!", afirma Zoé.

Todo mundo tem problemas, por isso não dá para viver sem a graça de Deus. Só Ele para nos ajudar a viver bem o matrimônio.

No decorrer da vida, precisamos fazer ajustes, mas para isso acontecer precisa haver doação mútua. "Nós sempre procuramos nos edificar. Hoje, com a idade que temos, somos companheiros, e um precisa do outro", diz ela.

Carlos e Zoé estão juntos há 50 anos. Casaram-se no dia 12 de fevereiro de 1966. Pais de três filhos, hoje eles têm 10 netos. Ambos são felizes e, dia após dia, buscam escrever um novo final para sua história. "Agora, estamos caminhando juntos para o céu.

Buscamos dar sempre o nosso melhor e procuramos edificar sempre um ao outro, com nossos filhos e netos", finaliza Zoé.

Wesley Almeida
Jornalista


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/casamento/na-alegria-e-na-tristeza-na-saude-e-na-doenca-todos-os-dias-da-nossa-vida/

30 de maio de 2016

O que é violência sexual?

Entenda o que é violência sexual por meio do relato de uma vítima

o-que-e-violencia-sexualFoto: Daniel Mafra/cancaonova.com
A escuridão preenchia as ruas da cidade, tímidas luzes da iluminação pública dispersavam as sombras pelo caminho. As aulas da faculdade haviam acabado a pouco e o frio da noite oferecia um caminho pouco confortável no regresso ao lar. Subitamente, um carro, um rosto conhecido, uma oferta de alento, uma dádiva para amenizar o esforço noturno. Afinal, que perigo haveria num rosto familiar? A triste constatação foi que aquela situação era um grande engano, as perversas intenções obscuras sobre as palavras, até então acalentadoras, se mostrariam muito piores do que o frio daquela noite.

Daniela (nome fictício), mãe e universitária de 25 anos, foi vítima de um estupro provocado por três homens, dos quais um era seu amigo há 15 anos e vizinho há nove anos. No retorno da faculdade, que é próxima a sua cidade, ele ofereceu carona para a Daniela, que, por causa do frio e por ser ele um amigo, aceitou. Foi a pior carona da vida dela, pois eles a levaram até um terreno abandonado e ali a espancaram, abusaram sexualmente dela e, insatisfeitos, enfiaram um pedaço grande de madeira com farpas em sua vagina.

Após ser socorrida e levada ao hospital, Daniela precisou levar 132 pontos e passar por um processo doloroso de perícia e depoimentos. Hoje, ela luta para superar essa trauma. Confira o testemunho de Daniela.


Padre Anderson Marçal explica que é preciso ter fé e esperança depois de um abuso. "A pessoa abusada precisa saber que a vida dela não acabou ali; mais do que isso, se uma pessoa abusou dela, há alguém que a ama, e esse alguém é Deus. Então, ela precisa ter esse olhar de que a vida não acabou ali. É um caso sério? É um caso sério. É grave? É grave. Traz consequências profundas? Traz consequências profundas. Mas não é a última palavra ainda."

Saiba o que é violência sexual e como buscar ajuda

Deparar-se com casos de violência sexual gera comoção. Um olhar externo e distante leva a questionamentos, porém, quando a vítima é um familiar ou até mesmo você, o ponto de vista e os conceitos mudam.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a "violência sexual é qualquer ato sexual, tentativa do ato não desejado ou atos para traficar a sexualidade de uma pessoa, fazendo uso de repressão, ameaça ou força física, praticados por qualquer pessoa independente de suas relações com a vítima e de qualquer cenário, não limitado ao lar ou trabalho". Ou seja, é uma agressão focalizada na sexualidade da pessoa, mas que a atinge em todo o seu ser.

A violência sexual pode tomar várias formas, e apesar de existir a falsa percepção de que o agressor em potencial se restringe a pessoas distantes, na verdade o mais comum é que seja realizada por pessoas próximas. Segundo a central de atendimento 180, em 46,96% dos casos de violência sexual, o agressor é parceiro da vítima, sendo que 25,27% é praticada por cônjuges.

Ao perceber que está sofrendo abuso, é fundamental que a pessoa busque apoio especializado como delegacias, advogados e psicólogos. O apoio de familiares e amigos é essencial, pois, neste momento, é fundamental criar laços que gerem na pessoa agredida uma sensação de segurança, cuidado e acolhimento.


Fernanda Soares

Fernanda Soares é missionária da Canção Nova. Foi apresentadora do programa Revolução Jesus e Vitrine da TV Canção Nova. Jornalista. Foi uma das apresentadoras no palco principal da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013. Autora dos livros "A mulher segundo o coração de Deus" e "A beleza da mulher a ser revelada". Hoje trabalha como produtora de conteúdo no setor de Internet da Canção Nova.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/violencia-sexual/o-que-e-violencia-sexual/