11 de maio de 2016

Por que desejar o batismo no Espírito Santo?

Desejar o batismo no Espírito Santo é querer ter sua vida transformada por Ele

Em 2014, o Papa Francisco falou que a Renovação Carismática Católica é uma grande força no serviço do Evangelho, na alegria do Espírito Santo. No início, o Papa afirmou que não era simpatizante do movimento, mas quando começou a conhecer, entendeu o bem que a RCC faz à Igreja. Assim, abordarei sobre "por que desejar o batismo no Espírito Santo", pois a falta de conhecimento pode ser o motivo de preconceitos ainda hoje sobre o assunto.

Por que desejar o batismo no Espírito Santo - 1600x1200


Destaca-se que o efeito mais comum do batismo no Espírito Santo é de o próprio Espírito passar a ser um fato vivenciado e não mais somente um objeto de fé intelectual. Padre Raniero Cantalamessa ainda diz que, antes da manifestação dos carismas, Ele é percebido como Espírito que transforma interiormente, que concede o gosto de louvar a Deus, que leva à descoberta de uma alegria nova, que abre a mente à compreensão das Escrituras e, sobretudo, ensina a proclamar que Jesus "é o Senhor".

Certa vez, visitei um grupo de oração e um servo orou por mim. Lembro que senti algo indescritível e lágrimas surgiram dos meus olhos. Muito mais do que isso, foi uma fé viva que brotava do meu coração, uma transformação de vida. Não posso negar que foi um batismo no Espírito. O teólogo Karl Rahner explica:

"Não podemos negar que o homem possa ter, nesta vida, experiências da graça que lhe possam proporcionar uma sensação de libertação, que lhe abram horizontes totalmente novos, que o marquem profundamente, que o transformem e plasmem, mesmo por muito tempo, a sua atitude cristã mais íntima. Nada impede de chamar tais experiências de batismo do Espírito".

O que é o bastimo no Espírito Santo

O batismo no Espírito Santo que ouvimos dos movimentos da Renovação Carismática Católica é um dos modos com que Jesus ressuscitado continua Sua obra essencial, que é a de batizar a humanidade "no Espírito" (At 1,5). É uma renovação do acontecimento de Pentecostes, bem como uma renovação do sacramento do batismo e da iniciação cristã em geral, mesmo sendo certo que ambas as realidades coincidem e que nunca devem ser separadas ou contrapostas, afirma Raniero Cantalamessa.

É certo que o batismo no Espírito Santo, como diz K. Ranaghan citado por Yves Congar, não substitui o batismo e a confirmação. Ele se apresenta como reafirmação e uma renovação adulta desses sacramentos, uma abertura de nós mesmos para todas as suas graças. Para não confundir, a CNBB propõe termos como "efusão do Espírito Santo", "derramamento do Espírito Santo".

Desejar o batismo no Espírito é querer ter sua vida transformada por Ele, é viver a alegria de uma fé viva, que se renova a cada sacramento. É proclamar que Jesus é o Senhor e ter uma atitude cristã nova, como em Pentecostes.

Portanto, rezemos:

"Vinde Espírito Criador, a nossa alma visitai
e enchei os corações com Vossos dons celestiais.
Vós sois chamado o Intercessor de Deus Excelso, dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar.
Sois o doador dos sete dons e sois poder na mão do Pai,
por Ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamai.
A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor.
Nosso inimigo repeli e concedei-nos a Vossa paz;
Se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás.
Ao Pai e ao Filho Salvador, por Vós possamos conhecer
que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer.
Amém!"

Ricardo Cordeiro
Seminarista da Canção Nova


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/espiritualidade/espirito-santo/por-que-desejar-o-batismo-no-espirito-santo/

9 de maio de 2016

Vou me casar! O que fazer?

Conselhos do Papa Francisco para os noivos que vão se casar

vou-me-casar-o-que-fazerFoto: Daniel Mafra/ cancaonova.com
Maio é um mês dedicado às noivas. Muitas mulheres sonham com esse dia, isto é, o dia do seu casamento, pois consideram que, depois de realizarem esse sonho, serão muito felizes. Mas como se preparar para esse momento? O que fazer?

Conselhos do Papa Francisco

Na exortação pós-sinodal Amoris Laetitia podemos tirar possíveis conselhos do Papa Francisco, para que as noivas vivam bem esse momento especial e, assim, descubram o valor e a riqueza do matrimônio.

1- Ter a coragem de ser diferente. Papa Francisco alerta sobre não se deixar levar pela sociedade do consumo e da aparência. "O que importa é o amor que vos une, fortalecido e santificado pela graça."

2- Priorizar o amor. Não se concentrar nos convites, na roupa nem na festa com seus inúmeros detalhes. Por causa disso, o Papa fala que "os noivos chegam desfalecidos e exaustos ao casamento, em vez de dedicarem o melhor das suas forças a se prepararem como casal para o grande passo que, juntos, vão dar".

3- Optar por uma festa simples. Porque, diz o Papa, os noivos pensam demasiadamente "nas elevadas despesas da festa, em vez de darem prioridade ao amor mútuo e à sua formalização diante dos outros". Mais uma vez, o amor deve estar acima de tudo.


4- Viver com profundidade a celebração litúrgica. Aqueles que desejam se casar precisam compreender bem cada gesto da celebração, pois o matrimonio cristão é interpretado como sinal do amor do Filho de Deus feito carne, que se uniu com a sua Igreja em aliança de amor.

5- Valorizar a promessa que será feita. Por detrás do 'sim' que é dado um ao outro, existe um "sentido teológico e espiritual, que é o consentimento. O Papa destaca que o consentimento mostra que "liberdade e fidelidade não se opõem uma à outra; aliás, apoiam-se reciprocamente. "A honra à palavra dada e a fidelidade à promessa não se podem comprar nem vender. Não podem ser impostas com a força nem guardadas sem sacrifício".

6- Não se preocupar tanto com o dia do casamento. Por causa disso, acontece o esquecimento de um compromisso que dura a vida inteira. Papa Francisco salienta que "o sacramento não é apenas um momento que depois passa a fazer parte do passado e das recordações, mas exerce a sua influência sobre toda a vida matrimonial, de maneira permanente".

7- Promover a vida e estar aberto a ela. O maior significado procriador da sexualidade matrimonial é a abertura para acolher a vida, dom de Deus. Essa sexualidade


se expressa na linguagem do corpo e dos gestos de amor vividos na história de um casal. Tudo isso pode se dizer que é uma contínua e ininterrupta liturgia do matrimônio.

8- Rezar juntos. É bom chegarem ao matrimônio como pessoas orantes! "Pedir ajuda a Deus para serem fiéis e generosos, perguntando juntos a Deus que espera deles".

9- Consagrar-se a Maria. O Papa pede para que o amor dos noivos seja consagrado diante de uma imagem de Maria.

10- Não perder a oportunidade de acolher Jesus. Foi nas bodas de Caná que Jesus iniciou o seu primeiro sinal ao transformar água em vinho. Acolher Jesus é ter a certeza de que, em todas as situações difíceis que poderão surgir, Ele sempre estará presente para que o "vinho do amor" não venha faltar.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/casamento/vou-me-casar-o-que-fazer/

6 de maio de 2016

Seminarista: quem é e o que faz?

Não são raras as vezes em que surgem as seguintes dúvidas: Quem é o seminarista? O que ele faz?

Muitos não conhecem a trajetória de um homem para chegar ao sacerdócio, e quando a descobrem, admiram-se pelo tempo de formação. Para uma melhor compreensão e uma resposta satisfatória, voltemos um pouco na história da Igreja e nas reflexões elaboradas pelos recentes Papas.

Seminarista, quem são e o que fazem
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com


Foi a partir do Concílio de Trento (1563) que realmente foram criados os seminários nas dioceses, voltados para a formação da razão e da fé do futuro presbítero da Igreja. Antes disso, o homem que desejasse ser padre, logo recebia as ordens sacras, ajudando seu bispo local. Percebe-se, então, a contribuição desse concílio e mais especificamente a sua aplicação na vida de São Carlos Borromeu, que fundou seminários e escreveu regulamentos. Posteriormente, o Concílio Vaticano II e o Código de Direito Canônico elaboraram melhor sobre como deve ser a formação do clero. Atualmente, existem vários documentos que tratam do assunto, como o Decreto Optatam Totius, Pastores Dabo Vobis, Documento 93 da CNBB entre outros.

Missão na Igreja

Seminarista é aquele que recebeu um chamado de amor de Deus e, na liberdade, responde a Ele. O Papa emérito Bento XVI, no encontro com os seminaristas nos EUA, em 2008, diz que seminaristas são "jovens que se encontram num tempo forte de busca de um relacionamento pessoal com Cristo, um encontro com Ele, na perspectiva de uma importante missão na Igreja".

Nas residências, geralmente seminários que podem ser o Menor ou Maior, os seminaristas recebem formação que convergem para a unidade da pessoa. Viver no seminário é estar neste tempo da descoberta de Cristo. É tempo de acolhimento e amadurecimento do dom recebido da iniciativa de Deus e não por méritos da pessoa. Tempo importante de relacionar-se com Deus, que se expressa de forma significativa na oração para um correto discernimento.

A idade, a retidão dos candidato, a idoneidade espiritual, moral e intelectual, a saúde física e psíquica, são critérios examinados pela Igreja na aprovação daqueles que desejam ingressar no seminário. (Optatam Totius, 6).

Quatro pontos importantes aos futuros sacerdotes

De forma simples e direta, o Papa emérito Bento XVI, na carta aos seminaristas, em 2010, ressalta alguns pontos para os futuros sacerdotes:

1- O seminarista deve ser um homem de Deus (1Tm 6,11). Jesus deve ser o ponto de referência de toda a sua vida;
2- Os sacramentos. Deve-se celebrar com íntima participação da Eucaristia. A penitência leva à humildade, e deixando-se perdoar, aprende-se a perdoar os outros. Também o Papa pede para não excluir piedade popular, porque, por meio dela, a fé entrou no coração dos homens;
3- Estudar com empenho, porque a fé possui uma dimensão racional e intelectual. É importante conhecer a fundo e integralmente a Sagrada Escritura. Amar o estudo da teologia;
4- Ser exemplo de homem maduro.

A formação humana, espiritual, intelectual e pastoral deve ser bem trabalhada pela equipe formativa dos seminários, mas o seminarista deve ser o primeiro interessado por ela.

Formação na Canção Nova

O tempo de formação do seminarista pode variar muito de acordo a realidade eclesial na qual ele está inserido. Hoje, na Comunidade Canção Nova, o candidato ao sacerdócio leva, pelo menos, 12 anos para ordenar-se. Nos dois anos iniciais, ainda dentro da comunidade, ele aprende sobre o carisma Canção Nova. Depois, estuda três anos de filosofia. Após um ano pastoral numa das casas de missão, ele cursa quatro anos de Teologia. No fim, se a Igreja e a comunidade admitirem, ele receberá as ordens sacras. No decorrer de todo esse caminho, ele precisa ser orante, fraterno e trabalhador.

Papa Francisco



O Bispo de Roma, como sempre, trabalha toda sua reflexão em três pontos. Em 2014, ele disse que o seminarista deve ser fraterno, orante e missionário. Identificam-se com os mesmos princípios da Canção Nova. A fraternidade é parte integrante do chamado, não se pode viver individualmente. A oração deve ser um convite ao Espírito Santo, como no Cenáculo, pois d'Ele depende a construção da Igreja, o guia dos discípulos e o dom da caridade pastoral. A missão deve torná-los discípulos humildes capazes de preferência pelas pessoas marginalizadas, aquelas das periferias. Levar as pessoas a acolherem a ternura de Cristo.

O seminarista não é um solteirão, mas um homem comprometido com o Senhor e Sua Igreja. Não está se preparando para receber uma profissão, mas para se configurar à imagem de Cristo, o Bom Pastor. Por fim, é preciso ter disposição, caso contrário é preciso buscar outra via para a santidade, pois a formação será permanente. É difícil a vida clerical, mas é bela se levada com seriedade. É admirável!

 Ricardo Cordeiro
Comunidade Canção Nova 


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/vocacao/sacerdocio/seminarista-quem-e-e-o-que-faz/

4 de maio de 2016

Dez motivos para as famílias lerem a Exortação Alegria do amor

O Papa relata todas as situações da família com muito amor e bondade

São muitas as razões para nós católicos lermos essa exortação do Papa Francisco. Eu gostaria de relacionar aqui, ao menos, dez dessas razões. É uma palavra do Santo Padre que enche de esperança os fiéis ante as dificuldades e as diversas situações das famílias e matrimônios. É um texto fácil de ser lido, embora extenso. O Papa conseguiu falar de todas as situações da família com muito amor e bondade, com o olhar de Jesus onde ninguém deve sentir-se condenado nem desprezado.

Dez motivos para as famílias lerem a Exortação Alegria do amor
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

1. O Papa aborda amplamente as realidades da vida familiar: no primeiro capítulo, ele nos dá um conjunto de citações bíblicas referentes à família; no segundo, faz uma colocação geral sobre a situação; no terceiro, indica a vocação da família; no quarto e quinto, fala do amor conjugal; no sexto, indica as atividades pastorais necessárias para a família; no sétimo capítulo, ele fala da importância da educação dos filhos; e no oitavo, explica sobre a integração dos divorciados recasados, os chamados de "segunda união".

Ameaças nos dias de hoje

2. Ele mostra que a família está sendo muito ameaçada nos dias de hoje, e fala dessas ameaças com clareza: o divórcio, o casamento de pessoas do mesmo sexo, a adoção de crianças, o aborto, a eutanásia, o suicídio assistido, a pílula abortiva do dia seguinte, o útero de aluguel, as manipulação de embriões, inseminação artificial, controle artificial e exagerado da natalidade, uniões livres com simples coabitação, sexo sem compromisso, ataques feministas à família, ao casamento e maternidade, ideologia de gênero etc.

3. O Papa exorta as famílias a viverem com coragem as dificuldades de cada dia. "Como Maria, (as famílias) são exortadas a viver com coragem e serenidade, os desafios familiares tristes e entusiasmantes, e a guardar e meditar no coração as maravilhas de Deus (cf. Lc 2, 19.51)" (n.30). Ele exorta os casais a nunca acabar o dia "sem fazer as pazes em família", a dialogar sem rancores, a falar bem reciprocamente, tratando de "mostrar o lado bom do cônjuge para além de suas fraquezas e erros", a ter confiança no outro sem controlá-lo, deixando "espaços de autonomia". E convida também para "contemplar" o cônjuge, recordando que "as alegrias mais intensas da vida brotam quando se pode provocar a felicidade dos outros".


A importância de defender a família

4. O Santo Padre fala da importância de se defender a família e o matrimônio frente às ideologias que os desvalorizam: "Como cristãos, não podemos renunciar a propor o matrimônio, para não contradizer a sensibilidade atual, para estar na moda, ou por sentimentos de inferioridade face ao descalabro moral e humano". (n.35)

5 – O Papa fala da importância de a família ter uma forte vida espiritual com os meios que a Igreja nos oferece: "A família é chamada a compartilhar a oração diária, a leitura da Palavra de Deus e a comunhão eucarística, para fazer crescer o amor e tornar-se cada vez mais um templo onde habita o Espírito". (n. 29)

6. Os jovens são uma grande preocupação do Papa em relação à família. Ele disse: "Precisamos encontrar as palavras, as motivações e os testemunhos que nos ajudem a tocar as cordas mais íntimas dos jovens, onde são mais capazes de generosidade, de compromisso, de amor e até mesmo de heroísmo, para convidá-los a aceitar, com entusiasmo e coragem, o desafio de matrimônio" (n. 40). Ele diz aos jovens que devido à "seriedade" do "compromisso público de amor", o matrimônio "não pode ser uma decisão apressada", mas também não se deve adiá-la "indefinidamente", e que desejos, sentimentos, emoções "ocupam um lugar importante no matrimônio".

7. O Papa mostra que hoje há um perigo dos direitos individuais estarem superando e prejudicando os direitos da família: "Uma família e uma casa são duas realidades que se reclamam mutuamente. Esse exemplo mostra que devemos insistir nos direitos da família, não apenas nos direitos individuais. A família é um bem de que a sociedade não pode prescindir, mas precisa ser protegida" (n. 44). E faz uma defesa contundente da família: "Ninguém pode pensar que o enfraquecimento da família como sociedade natural, fundada no matrimônio, seja algo que beneficia a sociedade. Antes, pelo contrário, prejudica o amadurecimento das pessoas, o cultivo dos valores comunitários e o desenvolvimento ético das cidades e das aldeias". (n. 52)


O modelo para as famílias

8. A sagrada família de Nazaré é colocada pelo Papa como modelo para as famílias: "A aliança de amor e fidelidade, vivida pela Sagrada Família de Nazaré, ilumina o princípio que dá forma a cada família e a torna capaz de enfrentar melhor as vicissitudes da vida e da história. Sobre esse fundamento cada família, mesmo na sua fragilidade, pode tornar-se uma luz na escuridão do mundo". (n. 66)

9 . O Papa chama à atenção para a importância do casamento na Igreja: "O sacramento do matrimônio não é uma convenção social, um rito vazio ou o mero sinal externo dum compromisso. O sacramento é um dom para a santificação e a salvação dos esposos, porque "a sua pertença recíproca é a representação real, através do sinal sacramental, da mesma relação de Cristo com a Igreja. Os esposos são, portanto, para a Igreja, a lembrança permanente daquilo que aconteceu na cruz; são um para o outro, e para os filhos, testemunhas da salvação, da qual o sacramento os faz participar". (n. 72)

10. Enfim, o Papa se preocupa com muitos outros problemas ligados à família, como a queda demográfica, devido "a uma mentalidade antinatalista e promovida pelas políticas mundiais de saúde reprodutiva", e diz que "a Igreja rejeita, com todas as suas forças, as intervenções coercitivas do Estado em favor da anticoncepção, da esterilização e inclusive do aborto". Ele condena a "violência verbal, física e sexual, perpetrada contra as mulheres em alguns casais, contradiz a própria natureza da união conjugal". Condena a "grave mutilação genital da mulher em algumas culturas, mas também a desigualdade de acesso a postos de trabalho dignos e aos lugares onde as decisões são tomadas". "Condena a instrumentalização e mercantilização do corpo feminino na atual cultura midiática". Valoriza a atividade sexual do casal dentro do plano de Deus. O próprio Deus "criou a sexualidade, que é um presente maravilhoso para as suas criaturas". Ele cita que São João Paulo II rejeitou a ideia de que o ensinamento da Igreja implique "uma negação do valor do sexo humano" ou que simplesmente o tolere "pela própria necessidade da procriação".

Tudo isso e muito mais você poderá ler e meditar na Exortação do Papa.



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/vocacao/matrimonio/dez-motivos-para-as-familias-lerem-exortacao-alegria-do-amor/

3 de maio de 2016

Quero ter filhos ou quero ser mãe?

Parece que a pergunta é uma só, mas existe uma diferença muito grande entre cada uma delas

A primeira pergunta, na verdade, podemos dizer que é fruto de um desejo bem egoísta, uma satisfação do próprio ego. Muitas mães têm seus filhos como troféu, pois ela os expõe constantemente, exibindo aquele que "salvou" o casamento depois de seu nascimento. Exibir as belas roupas caras que é capaz de dar para esse filho, expor seu desenvolvimento e talento, afinal de contas, o filho é especial.

Quero ter filhos ou quero ser mãe - 1600x1200Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Muitas mães colocam os filhos nesse lugar, e isso é perigoso, porque colocam neles um peso que ainda não são capazes de suportar, mesmo que lhes pareça interessante ou divertido, não é próprio de sua idade. As mães expõem seus filhos como forma de mostrar que sua família é perfeita. Será que é? Ou será que criou um conto de fadas para essa criança viver? Quando ela descobrir que não é a princesa ou o príncipe, qual será a reação dela?


Toda criança passa naturalmente pela fase do narcisismo, egoísmo e egocentrismo. Porém, se essas fases forem estimuladas, pode ser que a criança não dê conta de superá-las e continue presa a elas por toda vida. Pense como é chato e desgastante uma relação com adultos narcísicos, que só pensam no quanto eles podem ser bons, belos e ostentar tudo o que têm! Ou um adulto que possui um grande sentimento de posse, que quer tudo, não se satisfaz com nada e fica às voltas com "ter coisas e pessoas", todas no mesmo lugar de objetos de pertença. Quem sabe um adulto egocêntrico, que se diz o dono da verdade, que sua palavra e seus pensamentos são sempre os melhores. Tenho certeza que não será fácil conviver com essas pessoas.

Mães que desejam ser mães

Ter filhos é uma resposta à sociedade! Isso revela que sou capaz e viril! Mas a via do amor passa um pouquinho distante dessa relação social. Não que aqueles que desejam a todo custo ter um filho não os amem, mas é uma manifestação de amor diferente.
Aquelas mães que desejam ser mães querem os filhos da forma que eles vierem. Seja saudável, enfermo, biológico ou do coração. Não importa a forma que ela vem, importa que tenho amor para dar a essa criança que me foi confiada. Se você recebesse a notícia de que não poderia gerar filhos, qual seria a sua reação? Adotaria um cachorro e daria a ele todo "amor" que acredita ter? Ficaria presa em seus sentimentos de impotência, doença ou maldição e amargaria a vida e a Deus por não realizar seu sonho? Ou seria capaz de acolher uma criança que foi gerada no ventre de outra pessoa? Difícil resposta, não é?

Uma vez, ouvi uma mãe dizer a Deus que precisava encontrar seus filhos, porque ela sofria a falta deles e sabia que eles também sentiam a falta do amor de mãe. Deus a ouviu e lhe deu uma filha do coração. Esse é o verdadeiro sentido de ser mãe! Saber que possui um amor tão grande que sente a ausência desse filho, o qual, muitas vezes, vem de forma surpreendente.

Adotar uma criança pode ser um risco para aqueles que não sabem amar. Você quer ser mãe ou quer ter filhos?



Aline Rodrigues

Aline Rodrigues é psicóloga há 10 anos, pós-graduada em Psicanálise Aplicada à Saúde Mental com formação em transtornos alimentares e MBA em gestão de pessoas. Lecionou durante sete anos na Faculdade Pitágoras e está cursando pós-graduação em Terapia Cognitiva Comportamental. Aline é missionária do segundo elo da Comunidade Canção Nova.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/quero-ter-filhos-ou-quero-ser-mae/

2 de maio de 2016

As dúvidas durante o namoro

O namoro é o tempo propício para as averiguações

Há namoros complicados que se prolongam por muitos anos sem uma definição, havendo, às vezes, várias separações e voltas, sem que o relacionamento amadureça e chegue ao casamento. Então, é preciso examinar bem as razões pelas quais esses casais de namorados já se separaram tantas vezes. Os problemas que geraram as separações foram resolvidos ou será que ambos "taparam o sol com a peneira"? Se os motivos das separações foram importantes e eles souberam resolver em cada caso os problemas em suas raízes, e isso serviu até para uni-los mais, tudo bem, o namoro deve continuar. Mas se os problemas são os mesmos, se eles se repetem e não não resolvidos, é preciso pedir a ajuda de alguém que os oriente, no sentido de tomarem uma decisão.

As dúvidas durante o namoro
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

A importância das crises

Não se pode ficar no namoro como um carro atolado no mesmo lugar. O carro pode até atolar, mas deve sair e continuar a viagem. Faço uma pergunta aos dois: esse namoro os ajuda a crescer? Cada um de vocês sente falta da presença do outro? Toda crise, qualquer que seja, enfrentada com coragem, lucidez, trabalho e uma boa orientação, pode gerar crescimento para a pessoa e para o casal. Uma crise de relacionamento pode até ser um aprendizado para uma futura vida de casados, quando essas crises acontecem e com mais frequência.


O mais importante, repito, é não "tapar o sol com a peneira,; isto é, fingir que resolveram os problemas e irem empurrando o namoro com a barriga até o casamento. Quando um casal briga muito nesse período [namoro], pode estar certos de que vai brigar mais ainda depois de casados. Vale a pena isso? Então, se o relacionamento não vai bem e não melhora, é melhor terminá-lo. O namoro é para isso mesmo, para verificar se a outra pessoa é adequada para viver conosco para sempre, constituir família e ter filhos. Não caiam jamais no erro do ""engana-me, que eu gosto""; que é a mesma coisa do avestruz que enfia a cabeça na areia para não ver a tempestade à frente; enfrente a tempestade ou fuja dela.

Os problemas são resolvidos com diálogo

Nenhum casal de namorados deve partir para o casamento com dúvidas sérias sobre o outro; há muitos casos de separações de casados por causa disso. Há problemas graves, que podem ser resolvidos com um bom diálogo, compreensão de ambas as partes, oração, orientação, paciência. O que não pode é acomodar-se com o problema. O rato morto não pode ficar no porão da casa, porque vai fermentar e exalar mau cheiro.

É preciso aprender a dialogar, tentar entender as razões do outro, saber calar-se e esperar o outro falar tudo o que tem para falar. Um segredo que evita muitas brigas no namoro é saber combinar as coisas. Muitos brigam, porque não combinam as coisas a fazer. Por exemplo, quando ir à casa de cada um, quando fazer um programa ou outro. Tudo deve ser combinado antes, com antecedência, para que as surpresas da vida não os leve a brigar. O povo diz, e com muita razão, que "o combinado não é caro". Então, se as coisas são combinadas antes, muitas brigas podem ser evitadas, isso vale inclusive para o noivado e casamento.


Ato que fortalece o relacionamento

Se você tem consciência de que errou e machucou o outro, então a primeira coisa a fazer é pedir perdão e prometer-lhe que não fará mais isso. Esse ato de humildade fortalece o relacionamento e o torna mais humano. Mas mesmo assim, você terá de reconquistar a confiança que talvez tenha sido abalada quando errou e magoou o outro.

Algumas vezes, há coisas mal-entendidas no relacionamento. É preciso esclarecer isso muito bem; não deixe que a fofoca destrua o namoro, coloque as coisas às claras, com sinceridade e honestidade. A humildade é a fortaleza dos que amam, e aquele que tem maior amor deve dar o primeiro passo, vencer o orgulho e ir ao encontro do outro.

Reze e peça a Deus a graça de poder falar, com clareza e sabedoria, o que precisa ser dito. Consagre seu namoro a Deus e peça a Ele que os conduza.



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/relacionamento/namoro/as-duvidas-durante-o-namoro/

29 de abril de 2016

Como ter uma boa convivência com a sogra

Dicas para lidar com sogras: nunca entre em competição com sua sogra

Fala-se muito das interferências da sogra na vida conjugal, pois nem sempre as opiniões dela caem em boa hora ou são aceitas com naturalidade. Já ouvimos, muitas vezes, o ditado: ""Em briga de marido e mulher, ninguém põe a colher"". Se tal advertência é válida para todos os demais parentes, muito especialmente o será para as sogras.

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Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Uma boa convivência com a sogra

Há sogras de todos os tipos. Algumas agem como conhecedoras de todas as situações e, não contentes em apenas opinar, fazem mil e uma recomendações ao filho, criticam a educação dos netos como se fossem seus filhos. Outras chegam a intrometer-se no gosto da decoração da casa ou em outras coisas particulares do casal.

Grandes são as crises estabelecidas entre nora e sogra, especialmente quando esta insiste em querer agir como mãe não somente do filho, mas fazer as vezes de mãe também da nora. Muitas acreditam que a melhor atitude, diante de uma situação particular do casal, é fazer aquilo que elas próprias orientam.

É evidente que a experiência de vida de nossa sogra é superior à nossa, mas, assim como a vida nos foi capacitando para superarmos os obstáculos, também na vida conjugal aprenderemos a resolver outras questões; agora assumidas e resolvidas entre marido e mulher.

O problema será maior quando a mãe do esposo perder a noção de que o "seu menino" cresceu, sem respeitar o momento ou mesmo o lugar, der palpites, esquecendo que o casal agora já constitui uma nova família; e que uma nova história será contada.

Entretanto, nem sempre a sogra é a grande vilã ou a "pedra no sapato" na vida da nora. Assim como pode acontecer de sogras perderem a noção de que o filho cresceu, há também filhos que não conseguem se desligar do cordão umbilical que os une às genitoras. Nesse caso, seja por uma dependência financeira, seja por mimos ou falta de maturidade, o filho recorre ao "colo" da mãe diante de qualquer pequena dificuldade. Acostumado com os "amparos" da mamãe, isso, por sua vez, abre precedentes para que a sogra também dê seus palpites na vida do casal.

A importância da presença na casa dos pais

O fato de sermos casados não significa que devemos deixar de visitar a casa de nossos pais ou desconsiderar as opiniões deles. Contudo, não podemos fazer dessas visitas um pretexto para apresentar um relatório das experiências e das dificuldades da vida a dois. Caso contrário, o almoço e as festas, que deveriam ser momentos de confraternização, serão aproveitados para que os parentes se "alfinetem" ou transformem o encontro em ocasião para "lavarem a roupa suja", num território em que a nora poderá se sentir humilhada diante do assunto trazido em pauta.


É interessante considerarmos que cada família estabelece suas próprias regras e normas, em comum acordo, entre os cônjuges. Uma vez detectado o possível problema, cabe ao casal aproveitar essa oportunidade para expor, entre si, a situação que não lhe agrada, no sentido de juntos se adequarem ao impasse. Se ele não consegue ainda se separar da mãe, mesmo depois de casado, talvez seja um bom começo equilibrar o tempo de permanência na casa materna.

Por outro lado, a interferência da mãe do esposo na relação conjugal do filho, entre essas e outras situações citadas acima, pode ser um indicador de que comentários (os quais deveriam permanecer estritamente entre os muros da vida do casal) estejam sendo ventilados em conversas, mais para se ter o que falar do que para oferecer ajuda.

Para que as sogras possam sair das margens dos relacionamentos, basta que elas se lembrem de que seus filhos agora têm vida própria e de que seus conselhos, quando não forem impostos, poderão ser úteis quando solicitados.

De maneira geral, todos nós aprendemos alguma coisa com outras pessoas, assim, também será proveitoso para a sogra aprender com aquilo que a nova geração, da qual faz parte a nora, tem a ensinar.

Um abraço.


Dado Moura

Dado Moura é membro aliança da Comunidade Canção Nova e trabalha atualmente na Fundação João Paulo II para o Portal Canção Nova. Autor de 3 livros, todos direcionados a boa vivência em nossos relacionamentos. Outros temas do autor: www.meurelacionamento.net twitter: @dadomoura facebook: www.facebook.com/reflexoes


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/como-ter-uma-boa-convivencia-com-a-sogra/