16 de dezembro de 2015

Se Deus existe, por que existe o sofrimento?

Se Deus existe, por que existe o sofrimento?

O sofrimento faz parte da vida do homem, contudo, este se debate diante dos problemas. E o que mais o faz sofrer é o sofrimento inútil, sem sentido.

Saber sofrer é saber viver. Os que sofrem fazem os outros sofrer também. Por outro lado, os que aprendem a sofrer podem ver um sentido tão grande no sofrimento que até o conseguem amar.

Por que existe o sofrimento -

No entanto, só Jesus Cristo pode nos fazer compreender o significado do sofrimento. Ninguém sofreu como Ele nem soube enfrentá-lo [sofrimento] e dar-lhe um sentido transcendente. Ninguém o enfrentou com tanta audácia e coragem como Cristo.

Há uma distância infinita entre o Calvário de Jesus Cristo e o nosso; ninguém sofreu tanto e tão injustamente como Ele. Por isso, Ele é o "Senhor do sofrimento", como disse Isaías, "o Homem das Dores".

Os materialistas e ateus não entendem o sofrimento

Só a fé cristã pode ajudar o homem a entender o padecimento e a se livrar do desespero diante dele.

Muitos filósofos sem fé fizeram muitos sofrer. Marcuse levou muitos jovens ao suicídio. Da mesma forma, Schopenhauer, recalcado e vítima trágica das decepções, levou o pessimismo e a tristeza a muitos. Zenão, pai dos estóicos, ensinava diante do sofrimento apenas uma atitude de resignação mórbida, que, na verdade, é muito mais um complexo de inferioridade. O mesmo fez Epícuro, que estimulava uma fantasia prejudicial e vazia, sem senso prático. Da mesma forma, o fazia Sêneca. E Jean Paul Sartre olhava a vida como uma agonia incoerente vivida de modo estúpido entre dois nadas: começo e fim; tragicomédia sem sentido à espera do nada definitivo.

Os materialistas e ateus não entendem o sofrimento e não sabem sofrer; pois, para eles o sofrer é uma tragédia sem sentido. Os seus livros levaram o desespero e o desânimo a muitos. 'O "Werther"', de Goethe, induziu dezenas de jovens ao suicídio. "'A Comédia Humana"', de Balzac, levou muitos a trágicas condenações. Depois de ler '"A Nova Heloísa'", de Rosseau, uma jovem estourou os miolos numa praça de Genebra. Vários jovens também se suicidaram, em Moscou, depois de ler '"Os sete que se enforcaram"', de Leonid Andreiv.

Um dia Karl Wuysman, escritor francês, entre o revólver e o crucifixo, escolheu o crucifixo. Para muitos, essa é a alternativa que resta.

Esses filósofos, sem fé, levaram muitos à intoxicação psicológica, ao desespero e à depressão, por não conseguirem entender o sofrimento à luz da fé.

Quem nos ensinará sobre o sofrimento?

Quem nos ensinará sobre o sofrimento? Somente Nosso Senhor Jesus Cristo e aqueles que viveram a Sua doutrina. Nenhum deles disse um dia: "O Senhor me enganou!" Não. Ao contrário, nos lábios e na vida de Cristo encontraram força, ânimo e alegria para enfrentar o sofrimento, a dor e a morte.

Alguns perguntam: "Se Deus existe, por que Ele permite tanta desgraça, especialmente com pessoas inocentes?".

 

Será que o Todo-poderoso não pode ou não quer intervir em nossa vida ou será que não ama Seus filhos? Cada religião dá uma interpretação diferente para essa questão. A Igreja, com base na Revelação escrita e transmitida pela Sagrada Escritura, nos ensina com segurança. A resposta católica para o problema do sofrimento foi dada de maneira clara por Santo Agostinho († 430) e por São Tomás de Aquino († 1274): "A existência do mal não se deve à falta de poder ou de bondade em Deus; ao contrário, Ele só permite o mal porque é suficientemente poderoso e bom para tirar do próprio mal o bem" (Enchiridion, c. 11; ver Suma Teológica l qu, 22, art. 2, ad 2).


Como entender isso?

Deus, sendo por definição o Ser Perfeitíssimo, não pode ser a causa do mal, logo, esta é a própria criatura que pode falhar, já que não é perfeita como o seu Criador. Deus não poderia ter feito uma criatura ser perfeita, infalível, senão seria outro deus.

Na verdade, o mal não existe, ensina a filosofia; ele é a carência do bem. Por exemplo, a doença é a carência do estado de saúde; a ignorância é a carência do saber, e assim por diante.

O mal pode ser também o uso errado de coisas boas

Por outro lado, o mal pode ser também o uso errado de coisas boas. Uma faca é boa na mão da cozinheira, mas na mão do assassino… Até mesmo a droga é boa, na mão do anestesista.

O Altíssimo permite que as criaturas vivam conforme a natureza de cada uma; permite, pois, as falhas respectivas. Toda criatura, então, pelo fato de ser criatura, é limitada, finita e, por isso, sujeita a erros e a falhas, os quais acabam gerando sofrimentos. Assim, o sofrimento é, de certa forma, inerente à criatura. O Papa João Paulo II, em 11/02/84, na Carta Apostólica sobre esse tema disse: ""O sentido do sofrimento é tão profundo quanto o homem mesmo, precisamente porque manifesta, a seu modo, a profundidade própria do homem e ultrapassa esta. O sofrimento parece pertencer à transcendência do homem"" (Dor Salvífica, nº 2). "De uma forma ou de outra, o sofrimento parece ser, e de fato é, quase inseparável da existência terrestre do homem" (DS, nº 3).



Felipe Aquino

Professor Felipe Aquino é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos", na Rádio apresenta o programa "No Coração da Igreja". Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/se-deus-existe-por-que-existe-o-sofrimento/

14 de dezembro de 2015

A obesidade está ligada diretamente a fatores emocionais?

Uma gama de fatores que variam entre os indivíduos contribui para o desenvolvimento da obesidade

O que é obesidade? Uma doença? Falta de controle alimentar? Sua origem vem de fatores internos (orgânicos) ou externos (meio)?

São muitas as indagações que podemos fazer a respeito da obesidade, mas a quem realmente devemos atribuir o ônus dela?

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Foto: esolla, 69482467, iStock  by getty images

A palavra vem do latim obesus ("ob" muito; "edere" comer), uma definição de aumento da quantidade de gordura corporal ou do tecido adiposo. Segundo o DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5º edição), "a obesidade (excesso de gordura corporal) resulta do excesso prolongado de ingestão energética em relação ao gasto energético. Uma gama de fatores genéticos, fisiológicos, comportamentais e ambientais, que variam entre os indivíduos, contribui para o desenvolvimento da obesidade; dessa forma, ela não é considerada um transtorno mental. Entretanto, existem associações robustas entre obesidade e uma série de transtornos mentais (p. ex., transtorno de compulsão alimentar, transtornos depressivo e bipolar e esquizofrenia)."

Quais são os fatores que influenciam na obesidade?

O controle de ingestão de alimentos e o peso possuem complicadores devido às diversas influências: hereditárias e ambientais/culturais. No âmbito hereditário, existem síndromes genéticas que tiveram suas associações com a obesidade, assim como as alterações no campo do hipotálamo. Não entraremos no detalhe genético no momento, pois sabemos que a prevalência da obesidade está no fator externo, ambiental/cultural, e é nele que entramos no momento.


A comida e o afeto combinam-se desde o primeiro momento em que a mãe alimenta seu filho. O alimento não serve apenas para suprir as necessidades biológicas, mas também como resposta às tensões emocionais. O bebê depende integralmente de sua mãe, seja para que ela troque sua fralda, cuide de suas dores, faça-o dormir e alimente-o. Nessa dependência, o bebê já aprende que, quando ele chora, logo sua mãe o pega nos braços e, por muitas vezes, oferece-lhe o leite materno. Essa necessidade manifestada pelo choro nem sempre é fome, pode ser só um desejo de estar com a mãe; mas como sua única via de se comunicar é por meio do choro, a mãe pode não compreender que a necessidade dessa criança seja apenas afetiva e não nutricional, e a criança acaba associando o ato de comer ao colo da mãe, pois não há nada melhor que o colinho dela.

O ato de ser amamentado não só é rico em afeto, como também o ato de sugar oferece prazer para o bebê. É possível ver a reprodução desse estímulo no ato de chupar a chupeta ou o próprio dedinho, meios que não oferecem nenhum tipo de alimento, mas têm o mesmo movimento que sugar o peito da mãe. Percebam o quanto o ato de comer está ligado ao afeto.

Comer em excesso pode ser um mecanismo de defesa

Se, no entanto, o ato de comer é um comportamento aprendido desde bebê (a criança nasce com o instinto para comer, mas são seus cuidadores que a ensinaram a se alimentar), o ser humano pode associar o ato de alimentar-se à solução de suas necessidades emocionais, como aprendido no início de sua vida. Com isso, o comer em excesso poderia ser um mecanismo de defesa para aplacar essa angústia ou para enfrentar sentimentos de inadequação pessoal.

Formas de amenizar a angústia

O comportamento alimentar inadequado seria uma reação emocional "desajustada", uma forma que o indivíduo encontra de minimizar suas angústias. Se ele descarrega suas angústias e tensões no alimento, será um forte candidato a desenvolver um quadro de obesidade, seja em grau leve como sobrepeso, seja em grau mais avançado como obesidade mórbida.

Aliado ao quadro emocional estão as reações neuroquímicas provocadas pelo alimento em nosso organismo, pois há vários alimentos que oferecem estímulos para melhorar nosso ânimo, prazer, bem estar e bom humor. O neurotransmissor mais comum e mais falado é a serotonina, pois a ausência dela pode manifestar carência de emoção, irritabilidade, sentimento de menos valia, choro e inúmeras alterações emocionais. Por isso, quando comemos um brigadeiro, um chocolate ou alimentos ricos em carboidratos, temos uma sensação de bem-estar.

Excessos na alimentação

Não é possível esconder-se atrás de uma forma alimentar, muito menos tornar-se escravo de um comportamento impulsivo ou compulsivo, em que não se consegue obter controle sobre o que se come. Podemos comer de tudo, porém, de forma equilibrada, sem excessos. Se você percebe alguns excessos em sua alimentação, já tentou várias formas de emagrecer e não conseguiu, avalie suas emoções e procure um psicólogo para ajudá-lo a encontrar o ponto de equilíbrio entre elas e a alimentação.


Aline Rodrigues

Aline Rodrigues é psicóloga há 10 anos, pós-graduada em Psicanálise Aplicada à Saúde Mental com formação em transtornos alimentares e MBA em gestão de pessoas. Lecionou durante sete anos na Faculdade Pitágoras e está cursando pós-graduação em Terapia Cognitiva Comportamental. Aline é missionária do segundo elo da Comunidade Canção Nova.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/atualidade/saude-atualidade/obesidade-esta-ligada-diretamente-ao-emocional/

10 de dezembro de 2015

A superação do sentimento de inferioridade

Uma pessoa refém do complexo de inferioridade terá dificuldade na vivência de seus relacionamentos

Com alguma certeza, podemos afirmar que todo ser humano já experienciou algum sentimento de inferioridade, seja em sua infância ou na fase adulta. Esses sentimentos, geralmente, são oriundos de frustrações, incompreensões, rejeições, traumas ou dificuldades de relacionamento; enfim, de origens vastas e complexas, presentes nos enredos de nossa história.

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Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

As primeiras pesquisas que, de fato, desenvolveram uma expressão mais científica acerca do que seja o sentimento (e o complexo) de inferioridade foram realizadas pelo psicólogo austríaco Alfred Adler. Em sua concepção, existem duas espécies de sentimentos de inferioridade: os primários e os secundários.

Sentimento de inferioridade primário

O sentimento de inferioridade primário é aquele que está enraizado em uma experiência de fraqueza, desamparo ou dependência vivenciada por uma criança, intensificada por comparações com outros irmãos, amigos, vizinhos, adultos etc. Trata-se do sentimento de inferioridade iniciado por feridas e experiências provenientes da infância, sendo que este é um estágio de profunda sensibilidade afetiva e emocional.

Sentimento de inferioridade secundário

Já o sentimento de inferioridade secundário relaciona-se com as experiências vividas na fase adulta. Um adulto que, por exemplo, não conseguiu atingir objetivos estabelecidos em sua vida, ainda que fossem inconscientes; que não foi escolhido em uma promoção profissional, não conseguiu um bom desempenho diante dos demais ou ainda foi "trocado" por outra pessoa em um relacionamento, é o concreto estereótipo desse tipo de sentimento.


Sentir-se inferior e desajustado em algumas ocasiões é natural. Contudo, essa situação se torna um problema quando as feridas de inferioridade começam a interferir diretamente na vida e nas escolhas da pessoa em questão, gerando sistemas de compensação e algumas neuroses inconscientes.

Desistir por medo de tentar

Uma pessoa refém do complexo de inferioridade terá dificuldade na vivência de seus relacionamentos, não conseguindo, muitas vezes, neles se aprofundar em virtude de sentir-se incapaz e sem atrativos. Tal pessoa acabará se tornando o exemplo típico daqueles que desistem por medo de tentar, pois se verá incapaz de arriscar e vencer suas fraquezas, não encontrando, assim, forças para bem viver suas interações.


Tendência em procurar defeitos nos outros

O pior é que muitas dessas pessoas são seres humanos fantásticos e repletos de dons, os quais, por sua vez, acabam perenemente soterrados debaixo do sentimento de inferioridade. Uma pessoa que se sente inferior terá a tendência de sempre procurar defeitos nos outros, já que isso se manifestará como um psicológico mecanismo encontrado por seu coração para justificar sua inferioridade, assim se sentindo melhor ("menos inferior") diante dos demais.

Tal coração encontrará dificuldade de se sentir amado, pois, constantemente, se perceberá indigno do amor de qualquer pessoa, além de acreditar que todos ao seu redor o estão desaprovando em tudo por causa de seus limites e fraquezas .


Trecho retirado do Livro "Curar-se para ser feliz"


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/cura-interior-2/a-superacao-do-sentimento-de-inferioridade/

8 de dezembro de 2015

Imaculada Conceição







Quem a proclamou?

No convento dos frades franciscanos, um jovem religioso com grande recolhimento se dirige para a mais famosa escola daquele tempo, a Universidade de Sorbonne. Pensa na Imaculada e a chama com pequenas jaculatórias para que Ela o ajude a defender o seu privilégio de Imaculada Conceição.

Naquele mesmo dia, na verdade, por ordem do Papa e na frente de seus confrades, deve-se realizar uma disputa geral entre os defensores da Imaculada e seus opositores. Publicamente e com verdadeiro entusiasmo, ele se dirige à Virgem como "sem pecado concebida".

Em 18 de novembro de 1304 o jovem franciscano, cujo nome é João Duns Scoto, assumiu o cargo de titular em teologia em Paris, depois de ter deixado Oxford. Todavia o Papa Clemente V, em Avignon, se opõe a ele pelo fato de que ele apoia publicamente o privilégio da Imaculada Conceição, como se ele ensinasse uma doutrina contrária à fé, por uma devoção exagerada à Santíssima Virgem. Agora ele tem que se justificar na presença de todos os professores e até mesmo na presença dos delegados do Papa.

Poderia ter feito diferente? Ele, franciscano, filho espiritual do Santo Patriarca de Assis? Ele sabia muito bem que São Francisco tinha enviado os primeiros irmãos para conquistar almas, ensinando-lhes uma oração à Virgem Maria: "Salve, Senhora... eleita pelo santíssimo Pai do céu, que te consagrou com o santo e amado Filho, e com o Espírito Santo Paráclito. Em Ti há toda a plenitude da graça e todo o bem".

Ele tinha conhecimento que Santo Antônio, também franciscano,  em seus sermões chamava Maria com o doce nome de "Virgem Imaculada".

Frei João Duns Scoto espera humildemente ser autorizado a falar. Entraram também três enviados do Papa e se colocaram no meio da sala de aula e se apresentaram por primeiro os adversários. Com várias argumentações, eles confrontaram as do pobre franciscano.

Finalmente, acabadas as acusações, houve silêncio. O legado do Papa concedeu a palavra a Scoto. Este enumerou todas as objeções na ordem em que foram submetidas, refutou com grande decisão e justificou com ilustrações notáveis a doutrina da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem. Seus argumentos eram tão convincentes que os professores e estudiosos atribuíram-lhe, de acordo com o costume da época, o título de "Doutor Sutil", por causa de suas habilidades.

Os professores de Paris afirmam que é uma nova doutrina. É verdade que o nome pode soar novo, mas realmente não foi professada pelos fiéis desde o início da Igreja? Não é professada em toda parte quando se anuncia que Ela é cheia de graça?

Uma nova doutrina?... Os padres da Igreja não proclamam claramente a sua fé na Imaculada Conceição de Maria, mas quando afirmam que ela é pura em todos os aspectos e totalmente imaculada, a única sem mácula, a impecável, a totalmente santa, a enxergam como Imaculada.

Deus teve a oportunidade de preservar a sua mãe também da mancha do pecado original. Não há dúvida de que Ele o quis fazer para que Maria fosse a digna Mãe de Deus (Theotokos).

O Papa Sisto IV, em 27 de fevereiro de 1477, confirmou o ofício e a Missa da Imaculada Conceição

A fé na Imaculada Conceição da Virgem Maria foi se tornando mais e mais viva ao longo da história.

Veio o momento em que o Papa Pio IX, o sucessor 256 de São Pedro, cercado por 53 cardeais, 42 arcebispos, 92 bispos e uma multidão incalculável de fiéis, na sua qualidade de Supremo Pastor de toda a Igreja, declarou solenemente que a doutrina – que afirmava que a Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua concepção foi preservada de toda a mancha do pecado original, por uma graça especial e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, o Salvador da raça humana – havia sido revelado por Deus. Era o ano de 1854.

Nesta ocasião, o Papa coroou uma imagem da Imaculada Conceição, que tinha sido colocada pelo Papa Sisto IV, um franciscano, sobre o altar da capela dedicada a este privilégio mariano.

Quatro anos depois, em 11 de fevereiro de 1858, a mesma Virgem Imaculada, para confirmar o dogma definido, declarou em Lourdes: "Eu sou a Imaculada Conceição" quando apareceu à jovem Bernadete.

 

Por Padre Eugenio Maria La Barbera, fundador da Fraternidade Monástica dos Discípulos de Jesus (FMDJ) e colaborador no Programa Encontro com Maria na Rádio Imaculada Conceição 1490 AM


Fonte: http://www.miliciadaimaculada.org.br/ver3/default.asp?pag_ID=2510

7 de dezembro de 2015

É normal os pais brigarem na frente dos filhos?

Conflitos conjugais são comuns, mas é normal os pais brigarem na frente dos filhos?

Os conflitos conjugais são normais, porque as pessoas possuem valores diferentes. Quando convivem juntas nem sempre enxergam uma situação da mesma forma. Outro fato, são casais que nunca se entendem e transformam as brigas familiares em verdadeiros campos de guerra.

É normal os pais brigarem na frente dos filhos - 1600x1200
Foto: gerenme, 15037002, iStock by getty image

A percepção positiva ou negativa da criança vai depender da forma como a situação é conduzida pelos pais. Uma pesquisa na Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, conclui que é benéfico para as crianças presenciarem os debates, desde que o bom senso predomine.

Não perder o respeito pelo outro na hora do desentendimento

Numa briga cada um deve colocar os seus sentimentos e pontos de vista de uma forma tranquila, sem agressões físicas ou verbais, buscando a solução do problema. O que limita a situação é a forma respeitosa no tratamento.

Quando não conseguem consenso, mas depois fazem as pazes, ensinam aos filhos que os conflitos existem, mas que a maturidade emocional é obtida com aceitação das frustrações e busca da aceitação das diferenças individuais.


A principal percepção que deve ficar para a criança é que os pais não se odeiam, pois isso causa ansiedade e medo nelas. No entanto, naquela situação, eles estão tendo divergências, o que é comum no relacionamento humano. Nesse caso, no lugar de ser ruim, passa a ser educativo para a criança, pois o comportamento dos pais modela o dos filhos para se relacionarem com o mundo exterior.

A culpa que os filhos sentem pelas brigas

A briga na frente das crianças é maléfica, principalmente quando elas assistem, sem entender, ao que está acontecendo, e os pais não lhes explicam os motivos. Assim, elas podem pensar que são culpadas pelo desentendimento conjugal.

Outra questão são as discussões quando os ânimos estão acirrados e as palavras ditas são motivadas pela raiva e o desrespeito. Nesse caso, a criança, por não entender direito o que está acontecendo, interpreta o fato da sua forma, provocando marcas profundas, que se traduzem em sintomas físicos e emocionais, os quais impactam a vida presente e futura delas.

A criança até os cinco anos não consegue se expressar, mas percebe o que está acontecendo; a partir dos oito anos, consegue perceber e pedir para não brigarem; acima disso, dependendo da frequência e da agressividade, ela preferem que o casal se separe.

O impacto das brigas no futuro dos filhos

Independente da idade, as consequências impactam a vida escolar, a forma de se relacionar com as pessoas e também o desejo de se casarem. Pesquisas norte-americanas mostram que crianças submetidas a esse tipo de estresse, principalmente quando existem agressões físicas, tendem a ser inseguros na adolescência e apresentam depressão e ansiedade.


A criança, independente dos conflitos, precisa demostrar respeito, manter-se neutra e deixar que os pais busquem o acordo, dizer para eles os seus sentimentos de tristeza, irritação e medo diante das brigas, não jogar um contra o outro e, principalmente, dentro do possível, não deixar que o comportamento errado dos pais modele o seu de forma distorcida.

Não entrar em brigas acirradas na frente dos filhos, independente da idade destes, precisa ser uma regra geral para que pais e filhos não se culpem de algo que não é da responsabilidade deles.



Ângela Abdo

Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. Atua como curadora da Fundação Nossa Senhora da Penha e conduz workshops de planejamento estratégico e gestão de pessoas para lideranças pastorais.

Abdo é graduada em Serviço Social pela UFES e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial. Possui mestrado em Ciências Contábeis pela Fucape. Atua como consultora em pequenas, médias e grandes empresas do setor privado e público como assessora de qualidade e recursos humanos e como assistente social do CST (Centro de Solidariedade ao Trabalhador). É atual presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) do Espírito Santo e diretora, gerente e conselheira do Vitória Apart Hospital.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/familia/pais-e-filhos/e-normal-os-pais-brigarem-na-frente-dos-filhos/

4 de dezembro de 2015

As nove virtudes do homem que agradam o coração de Deus

Existem virtudes do homem que agradam o coração de Deus

Jesus Cristo é o Homem perfeito. Mas seu pai adotivo, José, foi quem O inseriu nos ofícios e dinâmicas deste mundo. Sem dúvida, Cristo nasceu com todo potencial, mas Deus Pai providenciou que José fosse o escolhido para ensinar ao Menino Jesus o que é ser homem. A masculinidade é aprendida, passada de geração em geração, nisso o menino ou o jovem tem de se esforçar, lutar para ser virtuoso. Por isso, São José será aqui nosso modelo e fonte inspiradora das nove virtudes do homem que agradam o coração de Deus.

As nove virtudes do homem que agradam o coração de Deus - 1600x1200Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

1- Casto

São José é conhecido na tradição da Igreja como modelo de castidade. Essa virtude dá ao homem o domínio de si mesmo e, portanto, liberdade interior. O homem de Deus precisa se exercitar na pureza para aprender a não ser arrastado por seus impulsos e assim conseguir optar por escolhas grandiosas.

2 – Honrado

Pela forma como se referem a Jesus, "o filho do carpinteiro" (cf. Mt 13,55), nos dá a entender que a profissão de seu pai seria a referência de José na cidade onde moravam. Daí, podemos também supor que era fácil encontrá-los em Nazaré, sua oficina e sua casa, pois não precisavam se esquivar de ninguém. José tinha um bom nome, honrava seus prazos e sua palavra. O homem, segundo o coração de Deus, é honrado. Se ele promete, cumpre. Se errou, assume. Seu nome e sua reputação são como que a assinatura de sua pessoa como um todo, sua palavra é sempre de honestidade.


3 – Trabalhador

A mesma citação – "o filho do carpinteiro" (cf. Mt 13,55) – pode designar uma pessoa que é conhecida pelo seu ofício; trata-se, portanto, de um ótimo profissional. José era um trabalhador talentoso. O ser masculino tem uma inclinação natural a ter, no trabalho, também um sentido existencial. A impressão de que sua profissão é extensão dele mesmo.

Frequentemente, nas obras de artes – esculturas e pinturas –, vemos uma mulher posando (parada e expondo sua beleza) e os homens quase sempre em posição de movimento, fazendo algo. Não imaginamos um homem sem o trabalho!

4 – Lutador

Olhe o esforço de São José nos primeiros anos de vida do Menino Jesus para preservar a vida do Filho de Deus e Sua Mãe Maria. José renunciou a tudo o que já tinha para preservar os seus. O homem de Deus é um lutador. O Senhor convida Seus profetas, na Sagrada Escritura, e, constantemente, os coloca em luta contra um inimigo público, contra forças espirituais; Ele os ensina a batalhar por sua família, pelo seu povo e pela causa do Reino de Deus.

5 – Fiel

Sem dúvida, o fato de Maria, enquanto noiva de São José, ter ficado grávida, significou para ele uma grande prova. Papa Francisco disse a esse respeito: "Uma prova parecida com aquela do sacrifício de Abraão", em ambos os casos, Deus "encontrou a fé que buscava e abriu um caminho de amor e felicidade" (22/12/2013). Um homem deve ser fiel, primeiramente a Deus, depois a sua mulher e família. As tentações passam, a fidelidade torna o homem forte de espírito. Seja fiel até o fim!


6 – Cavalheiro

Difícil não imaginar José como um cavalheiro. Mas alguns fatos podem nos fazer supor isso de forma um pouco mais concreta. Por exemplo, quando Jesus, aos doze anos, perde-se no templo, é Maria quem O indaga na frente dos homens magistrados, numa sociedade que não contava mulheres e crianças. Por que não foi José quem o fez? Talvez, porque a Mãe participasse de forma mais intensa do ministério de Cristo, e José entendeu isso.

O homem de Deus é cavalheiro, porque associa sua força e propensão a ter atitude com sensibilidade e percepção. É atento e gentil sempre, mesmo em meio à crise, e não só na hora que quer conquistar uma mulher.

7 – Magnânimo

"José, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente" (Mt 1, 19). Este versículo demonstra a essência do coração do esposo de Maria. Ao saber da gravidez de sua noiva, José, num primeiro momento, deve ter imaginado que ela o tivesse traído, e a lei dos judeus condenava à morte a mulher que assim procedesse. Entretanto, mesmo sentindo-se injustiçado, a intenção desse homem de Deus revela sua disposição em garantir a vida da pessoa que ele amava e de uma criança inocente, e para ele isso significaria renunciar à sua carpintaria (seu sustento), sua casa (o "desposado" cuidava de construir e mobiliar o futuro lar), seu bom nome, sua reputação na cidade e, quem sabe, assim comprometer seu futuro.

Magnanimidade é bondade de coração, mas está além disso, é indulgência com nobreza. É compadecer-se do outro até em suas entranhas. É ser fiel, dar perdão, assumir a miséria do outro e fazer o bem mesmo quando se recebe um mal. É ter amor para oferecer mesmo quando a outra pessoa não o merece. O homem magnânimo é um gigante interiormente, ele doa de si não somente o que possui – seus talentos, dons materiais  e espirituais –, mas se entrega por  inteiro, até sua própria vida se preciso.

Imagine Maria, sabendo de seu esposo que ele teve a intenção de renunciar tudo em sua vida por causa de amor por ela! Imagine o olhar de amor que ela direcionou a ele! Que linda prova de amor José deu a Maria!

Faço aqui uma observação: Em minha juventude, conheci rapazes que tinham dinheiro, carro, eram "boa pinta" e bem populares entre as meninas. Contudo, das pessoas da minha geração, percebo que as mulheres que estão realmente felizes hoje são aquelas que se casaram com os homens que, desde aquela época, demonstravam ter um coração bom. Toda mulher merece ter um homem bom ao seu lado; no fundo, é o que elas esperam. O homem de coração magnânimo é um sinal e um reflexo de Deus nesta terra.

8 – Servo

São José escolheu ser servo, primeiramente de Deus. Por meio dos sonhos que tinha (e sonhos são coisas corriqueiras), ele entendeu que ali estavam as ordens do Senhor, e que era necessário cumpri-las. José não ficou questionando se aquilo era fruto de sua emoção causada pelos fatos que estavam acontecendo. Em tudo José foi obediente a Deus.

Também foi o servo de sua família. A Bíblia diz, "mas a cultura judia coloca o homem como chefe de sua família" (cf. Ef 5, 23). O pai terreno de Jesus fez de sua autoridade um serviço para os seus. Não usurpou dessa sua posição para obter direitos e favores dos membros de sua família. Pelo contrário, sacrificou-se, renunciou de si em favor de sua esposa e seu filho.

O homem segundo o coração de Deus entende que toda e qualquer autoridade nesse mundo deve ser vista como uma responsabilidade de amar e edificar aqueles que estão sob seus cuidados, seja família, subordinados no trabalho ou o povo do Senhor. Mas, acima de tudo, está a vontade de Deus.

9 – Justo

Todas as virtudes acima podem ser vistas como desdobramentos desta última. A Palavra define José como Justo (cf. Mt 1,19). O significado bíblico dessa palavra se refere àquele que cumpre e pratica a Lei, tanto no termo jurídico – a pessoa que é idônea perante suas obrigações civis –, mas também a Lei do Senhor. José era irrepreensível quanto ao cumprimento dos preceitos e ritos religiosos, mas os fazia por um ardente amor ao Senhor, e não por prestígio entre os homens.

O homem precisa encantar-se com a Palavra e a Lei eterna do Altíssimo, pois, se ele dá a Deus o que é de Deus, não lhe será pesado dar a César o que pertence a César. Ser justo é ser santo. O homem que agrada a Deus busca constantemente a santidade.

Peçamos a intercessão de São José, pois o mundo está precisando cada vez mais de homens que tenham a coragem de entregar a vida deles a Deus, deixarem-se ser conduzidos por Ele e, dessa forma, trazerem um pouco da alegria do céu para viver já aqui nesta terra.

São José, rogai por nós!




Sandro Arquejada

Sandro Aparecido Arquejada é missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em administração de empresas pela Faculdade Salesiana de Lins (SP). Atualmente trabalha no setor de Novas Tecnologias da TV Canção Nova. É autor do livro "Maria, humana como nós" e "As cinco fases do namoro". Também é colunista do Portal Canção Nova, além de escrever para algumas mídias seculares.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/afetividade-masculina/as-nove-virtudes-do-homem-que-agradam-o-coracao-de-deus/

2 de dezembro de 2015

Qual o sentido das festas de fim de ano?

Entenda o sentido das festas de fim de ano

No fim de ano, as festas se multiplicam. São confraternizações com colegas de trabalho, estudos, grupos de casais e de jovens, formaturas e por aí vai! Sem contar os momentos em família como a ceia de Natal e o Réveillon. Nesses momentos tão gostosos, damos boas risadas, trocamos presentes e recordamos momentos de superação. Porém, para algumas pessoas, o fim de ano pode gerar tristeza.

Qual o sentido das festas de fim de ano - 1600x1200 (1)
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Com o objetivo de resgatar o verdadeiro sentido da festa, apresento aqui reflexões em meu livro "Papa Francisco às Famílias – os segredos para a conquista de um lar feliz", publicado pela Editora Canção Nova. Para nos ajudar na afinação dos instrumentos que dão ritmo à família, o Santo Padre oferece um pequeno percurso de reflexão sobre a dimensão da festa.

Festa é uma invenção de Deus

"A festa é uma invenção de Deus", afirma o Papa. Após concluir a obra da criação, no sétimo dia Deus descansou. Com essa ação divina, aprendemos "a importância de dedicar um tempo para contemplar e desfrutar daquilo que no trabalho foi bem feito".


Festa em meio à dor

Quantas vezes nossas mães, sentindo dores, prepararam um belo almoço para nós, não é mesmo? Ou quantos pais foram ao supermercado com o "dinheiro suado" comprar algo especial para o almoço de domingo? São sacrifícios de pais e mães que vivem e celebram a festa em meio às dificuldades. Francisco recorda que uma festa pode acontecer "em circunstâncias difíceis ou dolorosas, e se celebra talvez com 'nó na garganta'".

A força que encontramos nesses casos, nós a encontramos em Deus. Pais e mães são especialistas nesse assunto. "Quantas vezes, por amor aos filhos, são capazes de sugar o sofrimento para deixar que eles vivam bem a festa, saboreiem o sentido bom da vida! Há tanto amor nisso!", recorda o Santo Padre.

Festa no ambiente de trabalho

Francisco destaca como é saudável a festa no ambiente de trabalho, sem omitir os deveres. É muito importante celebrar "um aniversário, um matrimônio, um novo nascimento, bem como uma despedida ou uma chegada… é importante". Esses momentos de familiaridade fazem bem à engrenagem da máquina produtiva.

O verdadeiro tempo de festa

A verdadeira festa suspende o trabalho profissional, porque é sagrada. Essa parada nos recorda que fomos feitos à imagem e semelhança de Deus, portanto, não escravos do trabalho. Assim como o Senhor, nunca devemos ser escravos do trabalho, mas "senhores". Inclusive, há um mandamento que diz respeito a todos, ninguém é excluído: "Guardar domingos e festas".

O tempo é sagrado, porque habitado por Deus; de maneira especial, a Missa aos domingos, que é marcada pela graça de Jesus, por Sua presença, por Seu amor e sacrifício, o Seu fazer-se comunidade e estar conosco. "Trabalho, família, alegrias e cansaços de cada dia, também o sofrimento e a morte; tudo é transfigurado pela graça de Cristo", que confere a cada realidade sentido pleno.

Se comparássemos o ritmo familiar com uma orquestra, perceberíamos que a harmonia do lar é tão importante com a afinação dos instrumentos. Assim como nos espetáculos em que músicos executam lindas obras, as famílias devem estar atentas para seguir a partitura divina.


Rodrigo Luiz dos Santos

Rodrigo Luiz dos Santos é Missionário, cursou Filosofia e é Jornalista. Atualmente, apresenta o programa 'Manhã Viva' na TV Canção Nova e é chefe de reportagem da Central de Jornalismo na mesma emissora. Rodrigo Luiz é casado com Adelita Stoebel, também missionária da Canção Nova, e pai de Tobias.


Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/qual-o-sentido-das-festas-de-fim-de-ano/